sexta-feira, 25 de março de 2016

A Igreja e Seus Críticos

 
Características pessoais dos pretensos porta-vozes da verdade

Por Alberto R. Timm

Vivemos nos dias finais da história humana, e Satanás está “cheio de grande cólera”, pois sabe que “pouco tempo lhe resta” (Apoc. 12:12). Em sua peleja final contra o povo remanescente que guarda “os mandamentos de Deus” e tem “o testemunho de Jesus” (Apoc. 12:17), o inimigo se vale de
algumas pessoas dentre o próprio povo de Deus como seus mais eficazes agentes (ver Mat. 13:24-30). Pretendendo ser parte do povo de Deus e demonstrando zelo superior para com a verdade, esses agentes conseguem grande êxito em infiltrar na própria Igreja o mesmo espírito belicoso que sempre caracterizou “o acusador de nossos irmãos” (Apoc. 12:10).


Ao mesmo tempo em que Cristo nos admoesta a não julgarmos as motivações interiores das pessoas (Mat. 7:1), Ele também nos estimula a avaliar as características pessoais dos pretensos porta-vozes da verdade, a fim de não sermos por eles iludidos (Mat. 7:15-23). Ellen G.White, em seu livro A Igreja Remanescente (CPB, 2000), págs. 29-43, nos adverte contra os acusadores da Igreja. Creio, portanto, ser oportuno considerarmos mais detidamente o perfil dos críticos e suas estratégias, para não sermos por eles enganados e para evitarmos que nossas congregações sejam por eles divididas.

Perfil dos críticos – Existem alguns críticos da Igreja que levam, pelo menos aparentemente, uma vida normal e sem maiores problemas pessoais. Seria inadmissível, portanto, atribuirmos o mesmo perfil a todos os críticos.
Mas muitos deles, que conheci pessoalmente ou através de informações biográficas fornecidas por outras pessoas, revelam pelo menos algumas das seguintes características:

1. Desequilíbrio emocional.
Muitos críticos da Igreja parecem afetados, em maior ou menor grau, pelo assim chamado Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). O comportamento deles se caracteriza por um forte impulso obsessivo- compulsivo à agressividade para com todos os que deles discordam. Todos os que a eles se opõem são considerados inimigos a serem combatidos em nome de Deus.

2. Frustrações pessoais.
Grande parte dos críticos é composta de pessoas frustradas por não terem conseguido determinado cargo de liderança ou certo reconhecimento público, ou ainda por terem sido destituídos de uma função de destaque social. Não conseguindo conviver com o “luto” pela perda, eles acabam projetando sobre outros a sua amargura pessoal.

3. Problemas morais e familiares. Alguns dos críticos mais agressivos são pessoas emocionalmente desestruturadas por problemas morais, ou mesmo traumatizadas pela perda do cônjuge, quer por morte ou separação. Sem a estabilidade de uma família bem estruturada, a pessoa tende a exercer uma influência desestabilizadora sobre outros segmentos sociais, incluindo a própria Igreja.

4. Dificuldades financeiras. Alguns dos críticos mais amargurados são pessoas que já tiveram estabilidade econômica, mas acabaram se desequilibrando financeiramente. Em muitos casos a pessoa incorre em infidelidade nos dízimos e ofertas. Não são poucos os que chegam mesmo a desviar os fundos da Igreja para seus interesses particulares, sob a alegação de corrupção no uso desses fundos por parte da denominação.

5. Problemas de autoestima.
Conheço pessoas que foram maltratadas na infância ou que carregam alguma deficiência física ou emocional e que buscam incessantemente algo para superar sua baixa autoestima. Não conseguindo projetar-se positivamente na comunidade, elas recorrem à crítica como uma forma de superação. Não lhes sendo concedida a oportunidade de pregar, passam a criticar os outros pregadores que usam o púlpito.

6. Egocentrismo. Praticamente todos os críticos são pessoas egocêntricas, que se colocam a si mesmas e suas ideias como o referencial para a espiritualidade dos demais. Aqueles que concordam com eles, são tidos como bons cristãos; aqueles que deles discordam, são considerados em estado de apostasia. Consideram suas próprias ideias as melhores, e seus julgamentos, os mais abalizados.

7. Individualismo e independência. O egocentrismo dos críticos gera neles uma postura individualista e independente, que acaba por distanciá-los do pensamento coletivo da Igreja. Para eles, a liberdade de pensamento individual é bem mais importante que o conselho dos irmãos. Quem deles discorda é geralmente tido como retrógrado ou destituído do verdadeiro espírito democrático.

8. Espírito acusador. Os críticos normalmente não se contentam apenas em discutir ideias e conceitos. Para conseguir o seu espaço, eles precisam acusar e rotular negativamente outras pessoas influentes. Com esse mecanismo de autodefesa, conseguem transferir sutilmente o foco da atenção de seus próprios problemas pessoais para os supostos problemas de outros.

9.Tendência generalizadora. O ser humano já possui tendência natural à generalização, mas os críticos são mestres nessa área. O comportamento indevido de um líder da Igreja, ou de um pequeno grupo de líderes, é atribuído como característico de toda denominação. Consequentemente, os mais de 13 milhões de membros da Igreja ao redor do mundo são responsabilizados pelo comportamento de um ou mais indivíduos (cf. Ezeq. 18:20).

As características anteriores são frequentemente encontradas entre os críticos da Igreja, e nos ajudam a entender melhor o perfil deles. Mas elas, por si só, não conseguem explicar como pessoas com tais características conseguem atrair para si um número significativo de discípulos. Para isso, é importante considerarmos também algumas estratégias que os críticos usam para disseminar suas ideias.

Estratégia dos críticos – As estratégias usadas no processo de disseminação das críticas podem variar tanto quanto o próprio perfil dos críticos, mas entre as mais comuns destacam-se as seguintes:


1. Demonstração de profundo conhecimento da Bíblia e dos escritos de Ellen G. White. Numa época em que grande parte dos membros da Igreja carece de um conhecimento mais aprofundado da Bíblia e dos escritos de Ellen G. White, os críticos aparecem como detentores exclusivos desse conhecimento. Uma vez reconhecidos como tais, eles não se inibem de superenfatizar o que lhes agrada nos escritos inspirados e, simplesmente, desconsiderar o que não lhes interessa.

2.Manipulação psicossocial. Uma das maneiras mais comuns de cativar os ouvintes é através da técnica de recitar publicamente grande número de textos bíblicos e dos escritos de Ellen White, previamente memorizados. Recitando textos que ninguém do auditório havia memorizado, os críticos conseguem vender a ideia de que eles possuem um conhecimento superior a todos os demais, e que esse conhecimento deve ser aceito como uma “nova luz” de origem divina.

3. Pretensa originalidade
. Muitos críticos desconhecem ou mesmo distorcem as raízes históricas de suas ideias, para deixar a impressão de que, finalmente, alguém honesto surgiu para restaurar a verdade em sua pureza bíblica e para revelar as falcatruas da denominação. Desta forma, os ouvintes menos esclarecidos não conseguirão identificar a pretensa “nova luz” como sendo simplesmente velhas distorções doutrinárias com as quais a Igreja já se deparou no passado.

4. Difamação da liderança da Igreja. Não conseguindo o endosso da liderança da Igreja para seus postulados pessoais, os críticos passam, então, a difamá-la, na tentativa de conseguir adeptos que confiem mais neles que nos líderes da denominação. O apóstolo Pedro advertiu que nos últimos dias surgiriam pessoas atrevidas e arrogantes, que menosprezariam “qualquer governo” e difamariam as “autoridades superiores” (II Ped. 2:10).

5. Postura de “salvador da pátria”. Havendo minado a confiança na liderança da Igreja, os críticos estão em condições de ser reconhecidos como os únicos detentores da verdade e os autênticos líderes do povo de Deus. Desta forma, eles finalmente conseguem assumir uma posição de liderança que jamais lhes seria confiada pela própria Igreja.

6. Síndrome de mártir.
Quando a Igreja decide aplicar a devida censura eclesiástica a esses críticos dissidentes, eles costumam fazer-se de vítimas do sistema eclesiástico, considerado por eles tão intolerante quanto o que perseguiu Martinho Lutero. Com essa comparação, conseguem mais simpatizantes ainda, pois existe uma tendência natural de justiça no ser humano, de defender instintivamente as “vítimas” (os que estão sendo censurados) e de punir os “agressores” (os que aplicam a censura).

7. Discurso autobiográfico. Uma das estratégias mais comuns usadas, consciente ou inconscientemente, pelos críticos é de projetarem sobre a Igreja e sua liderança o seu próprio perfil anticristão e antiético. Pelo princípio do espelho, eles se veem refletidos nos outros, e passam a acusá-los daquilo que eles mesmos são. Isto não passa de uma atitude de desespero, que os leva a projetar sobre os outros suas próprias frustrações pessoais.
8. Divisão nas igrejas. Por mais atrativo e convincente que possa parecer o discurso de alguém, permanecem as indagações: Quais são os “frutos” da obra desse indivíduo (Mat. 7:20)? As suas palavras fortalecem a fé, o amor e a unidade dos crentes (João 17:21)? Mas, lamentavelmente, a obra desses críticos tem quase sempre deixado após si um forte espírito de contenda e um grande senso de superioridade pessoal, completamente antagônicos à religião de Cristo (ver Mat. 5:43-48).

Considerações adicionais – Muitos desses críticos até podem ser sinceros em suas alegações, mas sua obra de difamação não fortalece a fé e nem promove a unidade da Igreja. Ellen G. White admoesta que tais pessoas jamais entrarão no reino de Deus: “Vi que alguns estão definhando espiritualmente. Têm vivido por algum tempo a observar se seus irmãos andam retamente – espreitando toda falta, para então os meter em dificuldades. E enquanto fazem isto, a mente não está em Deus, nem no Céu ou na verdade; mas simplesmente onde Satanás quer que esteja – nos outros. Seu coração é negligenciado; raramente essas pessoas veem ou sentem as próprias faltas, pois têm tido bastante que fazer em vigiar as faltas dos demais, sem sequer olhar para si mesmos, ou examinar o próprio coração.O vestido, o chapéu ou o avental lhes prendem a atenção. Precisam falar a este e àquele, e isto basta para os ocupar por semanas.Vi que toda a religião de alguns pobres corações, consiste em observar a roupa e os atos dos outros, e em os criticar. A menos que se reformem, não haverá no Céu lugar para elas, pois achariam defeitos no próprio Senhor.” –Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, pág. 145.

A Igreja sempre se deparou com críticos belicosos ao longo de sua história, e o número desses críticos se intensificará ainda mais à medida que nos aproximarmos do fim. Mas para a Igreja permanece a gloriosa promessa de Isaías 54:17: “Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor e o seu direito que de mim procede, diz o Senhor.”

 Albert R. Timm, Ph.D., é professor de Teologia Histórica no Unasp – Campus Engenheiro Coelho, SP, e diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White (Brasil) e do Centro Nacional da Memória Adventista.

Fonte: Revista Adventista, abril 2005

quinta-feira, 24 de março de 2016

Examinais ou Examinai as Escrituras? Uma Crítica ou uma Ordem? – João 5:39


“Examinais (ou examinai) as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam”.

Por que razão algumas traduções da Bíblia apresentam o verbo examinar em João 5:39 no modo indicativo e outras no imperativo?

Seriam ambas as traduções igualmente corretas? Ou seria uma melhor do que a outra?

O problema com esta passagem encontra-se no seguinte: as segundas pessoas do plural do presente do indicativo e do imperativo são idênticas em grego, portanto, o original “ereunate” pode ser traduzido por examinais ou examinai. Diante deste impasse, a única maneira segura de solucionar o problema é o estudo do contexto.

Comentários

As traduções de Almeida Revista e Corrigida, e Almeida Atualizada no Brasil, bem como a Bíblia de Jerusalém apresentam examinais, mas a Atualizada e a Bíblia de Jerusalém trazem uma nota ao pé da página indicando ser possível também traduzir o verbo no modo imperativo examinai.

Após a leitura da exposição de comentaristas e exegetas, que se seguem, você estará em condições de responder com mais autoridade sobre esta declaração de Cristo:

“Examinai as Escrituras. Esta passagem pode ser traduzida ou como uma simples declaração ‘Vós examinais as Escrituras’, ou como uma ordem ‘Examinai as Escrituras’. O contexto parece indicar que estas palavras são mais bem compreendidas como uma franca declaração de Cristo aos judeus: “Vós examinais…”. Era um antigo pensamento judeu que o conhecimento da lei asseguraria ao homem a vida eterna. Afirmam que Hillel, um rabino do 1º século a.C., havia declarado: ‘aquele que adquiriu para si as palavras da Torá, adquiriu para si mesmo a vida do mundo por vir’. Jesus aqui faz uso desta crença para lembrar aos judeus que as Escrituras nas quais eles pensavam encontrar a vida eterna eram os escritos que testificavam dEle (veja Patriarcas e Profetas, 367). Esta passagem tem também sido usada efetivamente como uma injunção para estudar as Escrituras (veja Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 121). Tivessem os judeus pesquisado as Escrituras com os olhos da fé, eles teriam sido preparados para reconhecer o Messias quando Ele estivesse entre eles” (Comentário Bíblico Adventista, referente João 5:39).

“Orígenes e Tertuliano advogam o uso imperativo aqui, portanto, a nossa exortação familiar ‘Examinai as Escrituras’ remonta pelo menos ao fim do segundo século. Este mesmo comentário, porém, opina que é melhor traduzir pelo indicativo – examinais, e interpreta: ‘Vós examinais a Escritura por causa da vossa crença errada de que essa minuciosa pesquisa de palavras e sílabas nos livros sagrados vos assegure a vida no porvir. Estais errados. O valor das Escrituras é que testemunham de Mim. E estais duplamente errados porque não vindes para Mim pessoalmente, quando Eu vos concedo a oportunidade’” (William Carey Taylor, O Evangelho de João, vol. 2, pág. 171).

“Todos os antigos exegetas, com exceção de Ciril, lêem no modo imperativo. Mais recentemente é que um bom número tem considerado no indicativo. A questão é unicamente de contexto, desde que nenhuma outra evidência está disponível. Mas, o certo é que o imperativo se ajusta à situação total, enquanto que o indicativo requer modificações, que não temos o direito de fazer. Jesus disse aos judeus: ‘Aqui está o Meu testemunho, examinai-o’” (R. C. H. Lenski, The Interpretation of St. John’s Gospel, pág. 413).

“A forma do verbo pode ser indicativa ou imperativa; o contexto mostra que o indicativo foi a forma usada. Somente esta interpretação faz sentido com “ereunate”, que segue, e com o contexto total” (C. K. Barrett, The Gospel According to St. John, pág. 222).

“Examinais as Escrituras. Estudaram as Escrituras pensando que a obediência mecânica aos preceitos da lei lhes daria o galardão da vida eterna. Não estavam errados em estudar as Escrituras na esperança de encontrar a vida eterna, mas sua interpretação delas estava totalmente errada, e não podiam encontrar o Cristo, que é o centro das Escrituras” (Edições Vida Nova, O Novo Comentário da Bíblia, pág. 1075).

“Não há maneira (com base na gramática grega ou na estrutura das sentenças do versículo) de averiguar com certeza se a palavra examinais é a tradução correta aqui, pois no grego pode ser tanto o indicativo, o que significaria costumais examinar, indicando uma ação contínua, ou, então, pode ser o imperativo, o que seria ‘examinai as Escrituras‘, como se fora uma ordem. Segundo a gramática grega pode ser uma coisa ou outra e há uma longa lista de nomes de intérpretes que têm defendido ambos os lados da questão. Porém, como quer que compreendamos a sentença, o sentido do versículo em nada é afetado. Parece mais provável que a tradução da Almeida Atualizada está correta aqui, ao traduzir a frase com o verbo no modo indicativo, o que descreve a febril atividade do estudo das Escrituras do Antigo Testamento, por parte do povo de Israel, e, mais especialmente ainda, pelas suas autoridades religiosas, para quem o conhecimento das Escrituras era motivo de intensa ufania…

“Os rabinos costumavam dizer: ‘Aquele que adquire as palavras da lei, adquire para si mesmo a vida eterna'” (Russell Norman Champlin, O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. 2, págs. 350-351).

“Este verso deve ser traduzido não no modo imperativo, mas no indicativo. Assim: ‘Examinais diligentemente as Escrituras’. É sobejamente conhecido que estas palavras são comumente traduzidas no imperativo; mas tal tradução não se ajusta de maneira alguma ao verso seguinte, e a força e intensidade das palavras também não pode ser percebida por esta versão” (Adam Clarke, Clarke’s Commentary, vol. 5, pág. 554).

Conclusão

A estrutura da frase em grego nos leva a concluir que a única tradução correta é examinais. Se fosse imperativo, a oração subordinada seria: para que tenhais ou a fim de terdes vida eterna.

O plano da salvação apresentado na Bíblia jamais admitiria que Cristo ensinasse que a vida eterna possa ser adquirida pelo diligente estudo das Escrituras.

Livro: Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

terça-feira, 22 de março de 2016

A Bíblia autoriza matar alguém? – Deuteronômio 5:17 e Levítico 20:27



À revista O Atalaia apresentaram o seguinte pedido: “Peço-vos a especial fineza de esclarecer-me a visível contradição entre Deuteronômio 5:17 – “Não matarás”, e Levítico 20:17 – “Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um espírito de necromancia ou espírito de adivinhação, certamente morrerá; serão apedrejados; o seu sangue será sobre eles”.
Transcreveremos sua resposta: “É preciso notar que os hebreus constituíam uma teocracia, isto é, eram diretamente governados por Deus, por intermédio de seus juízes. Neste caso, era-lhe lícito, por ordem divina, executar a pena de morte contra quem desobedecesse a ordens expressas de Jeová. Foi, por exemplo, o que fizeram no caso relatado em Números 15:32-36, e em muitos outros. Hoje, é claro que semelhante procedimento seria crime grosseiro. O mandamento “Não matarás” naturalmente não afetava as ordens expressas de Deus, a um povo governado direta e exclusivamente por Ele. As ordens de matar tais ou quais pessoas, as quais encontramos nas instruções aos hebreus, e que hoje causam tanta estranheza a muitos leitores superficiais da Bíblia, representam apenas a consumação da infalível justiça de Deus. Assim é que os israelitas tiveram ordem de exterminar povos inteiros. Crueldade, injustiça? Não; a história desses povos mostra a que profundeza de corrupção haviam chegado, enchendo a ampla medida da misericórdia divina. Naquele tempo os hebreus eram os instrumentos pelos quais o Senhor executava a justiça” (O  Atalaia, julho de 1935, pág. 18).

Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário – Passagens Aparentemente Conflitantes – item 3

segunda-feira, 21 de março de 2016

Houve um tempo em que não existia lei? Romanos 2:12 e 5:13 se contradizem?



Paulo escreveu: “Assim, pois, todos os que pecaram sem lei, também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram, mediante lei serão julgados” (Romanos 2:12).

“Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei” (Romanos 5:13).

Ao Deus criar o homem e colocá-lo no Jardim do Éden escreveu a Sua lei no coração humano, sendo desnecessária a lei escrita em tábuas de pedra. Mesmo nas regiões mais atrasadas do mundo as pessoas têm conceitos de justiça, sabendo distinguir o certo do errado. Deus não exige do gentio que tem pouca luz, mas é sincero, mais do que a sua razão possa alcançar. Do outro lado, o homem que tem conhecimento dos Dez Mandamentos, mas não vive de conformidade com a luz que possui, ele não será aceito por Deus. Não é o conhecimento mental e intelectual que nos salva, mas a disposição de viver de acordo com a luz que possuímos e a aceitação de Cristo em nossa vida.

Romanos 5:13 não indica que houve um tempo quando não existia lei, porque a segunda parte do verso declara – “mas o pecado não é levado em conta quando não há lei”. A expressão “até à lei” tem apenas o significado de até que a lei fosse escrita.

Os israelitas no Egito perderam a intuição da lei divina escrita em sua mente e coração, daí a necessidade de Deus apresentá-la por escrito.
O comentário que se segue é de autoria do personagem já muitas vezes citado em nossas pesquisas, Adam Clarke, sobre Romanos 2:12 e 5:13.
Romanos 2:12 – “Eles, a saber, os gentios, que se verificar haverem transgredido contra a mera luz da natureza, ou antes, aquela verdadeira luz que ilumina todo homem que vem ao mundo (João 1:9), não estarão sob a mesma regra que aqueles, os judeus, que além disto desfrutaram de uma extraordinária revelação; mas serão tratados segundo sua dispensação inferior, sob a qual se alinharam: enquanto que aqueles, os judeus, que pecaram contra a lei – a positiva revelação divina a eles concedida, serão julgados por esta lei, e punidos proporcionalmente ao abuso de uma vantagem tão extraordinária”.

Romanos 5:13 – “Como a morte, também o pecado reinou de Adão até Moisés, visto que não houve lei escrita desde Adão até a que foi outorgada a Moisés, a morte que prevalecia não podia ser a infração dessa lei; pois o pecado, para ser punido com a morte temporal, não é imputado onde não há lei, o que mostra que a penalidade do pecado é a morte. Portanto, os homens não estão sujeitos à morte por suas próprias transgressões pessoais, mas pelo pecado de Adão, uma vez que, através da transgressão dele, todos vêm ao mundo com as sementes da morte e corrupção em sua própria natureza, adicionadas a sua depravação moral. Todos são pecaminosos – todos são mortais – e todos devem morrer”.

Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário – Passagens Aparentemente Conflitantes – item 7

sexta-feira, 18 de março de 2016

Será Encontrada a Arca da Aliança?



Declaração preparada em 1962 por R. L. Odom, Editor do Index,
e atualizada pelo Ellen G. White Estate, em 1989


Ao examinar as declarações do Espírito de Profecia a fim de responder a questões concernentes à Arca do Concerto desaparecida e as tábuas da Lei de Deus, é essencial que tenhamos em mente o fato de que existiram duas Arcas do Concerto – uma no Santuário Terrestre, e a outra no Santuário Celestial e que em cada uma delas, um conjunto de tábuas de pedras em que o decálogo foi escrito. Ambas as arcas e ambos os conjuntos da Lei de Deus foram escondidos dos olhos humanos. Portanto, é necessário saber qual desses dois conjuntos dos Dez Mandamentos serão trazidos à visão dos habitantes da terra no futuro.

O Decálogo em tábuas de pedra no Santuário Celestial


Os Dez Mandamentos foram escritos em tábuas de pedra e guardados na Arca do Concerto no Santuário Celestial bem como em tábuas de pedras e preservados na Arca do Santuário Terrestre. Isso é ensinado na seguinte declaração de Ellen G. White:

“Foi-me então ordenado que observasse os dois compartimentos do santuário celestial. … Levantou-se o véu e eu olhei para o segundo compartimento. Vi ali uma arca que oferecia a aparência do mais fino ouro. Os bordados em redor da parte superior da arca eram um lavor lindíssimo representando coroas. Na arca havia tábuas de pedra contendo os Dez Mandamentos.” Primeiros Escritos, p. 251-252.

“O Senhor deu-me uma visão do Santuário Celestial. O templo de Deus estava aberto no Céu e vi a Arca de Deus coberta pelo propiciatório. Dois anjos estavam um de um lado e outro de outro com suas asas sobre o propiciatório e suas faces voltadas para ele. Isso, informou-me meu anjo acompanhante, representava toda a hoste celestial olhando com reverente terror para a lei de Deus, que tinha sido escrita pelo dedo de Deus.

“Jesus levantou então a tampa da arca e eis as tábuas de pedra com os Dez Mandamentos sobre elas escritos” Life Sketches, p. 95. “O Senhor, porém, me deu uma visão do santuário celestial, em que o templo de Deus foi aberto no Céu, e foi-me mostrada a arca de Deus… Jesus levantou a cobertura da arca, e contemplei as tábuas de pedra em que os Dez Mandamentos estavam escritos.” Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p. 76.

Descrevendo uma visão dada a ela do Santuário Celestial e da obra final de Cristo no lugar Santíssimo, Ellen G. White declarou:

“Representou-me que os remanescentes seguiram pela fé a Jesus ao lugar santíssimo, viram a arca e o propiciatório e ficaram encantados com sua glória. Jesus levantou então a tampa da arca e eis as tábuas de pedras com os Dez Mandamentos sobre elas escritos.” Primeiros Escritos, p. 255.

“A Arca contendo a Lei de Deus, o altar de incenso e os outros instrumentos de serviço encontrados no Santuário Terrestre, têm também seus representativos no Santuário Celestial. Na santa visão, o apóstolo João recebeu permissão para entrar no céu, e lá ele viu o castiçal, o altar de incenso e, ‘ao ser aberto o templo de Deus’, ele viu a ‘Arca do Seu Testamento’ (Apoc. 4:5; 8:3; 11:9).” Spirit of Prophecy, vol. 4, p. 261.

“No templo celestial, morada de Deus, acha-se o seu trono, estabelecido em justiça e juízo. No lugar santíssimo está a sua lei, a grande regra da justiça, pela qual a humanidade toda é provada. A arca que encerra as tábuas da lei, a grande regra da justiça, pela qual a humanidade toda é provada. A arca que encerra as tábuas da lei se encontra coberta pelo propiciatório, diante do qual Cristo, pelo Seu sangue pleiteia em prol do pecador” O Grande Conflito, p. 455, edição de 1981.

“A arca do tabernáculo terrestre continha as duas tábuas de pedra, sobre as quais se achavam inscritos os preceitos da lei de Deus. A Arca era um mero receptáculo das tábuas da lei, e a presença desses preceitos divinos era que lhes dava valor e santidade. Quando se abriu o templo de Deus no céu, foi vista a arca de seu testemunho. Dentro do Santo dos Santos, do Santuário Celestial, acha-se guardada sagradamente a lei divina – a lei que foi pronunciada pelo próprio Deus em meio dos trovões do Sinai e escrita por Seu próprio dedo nas tábuas de pedra.” O Grande Conflito, p. 433, 434, edição de 1981.

O conjunto original está guardado na arca, no Céu


O conjunto de tábuas dos Dez Mandamentos mantido na Arca do Concerto no Santuário Celestial é o grande original, enquanto o conjunto guardado na Arca no Santuário Terrestre é uma reprodução ou cópia celeste. Tal é o ensino exarado nas seguintes declarações no Espírito de Profecia.

“Mente e corações injuriosos têm pensado poderem mudar os tempos e as leis de Jeová; mas, seguros nos arquivos celestes, na arca de Deus, estão os originais dos mandamentos, escritos sobre as tábuas de pedras. Nenhuma potestade terrestre tem poder para tirar estas tábuas de seu sagrado esconderijo, sob o propiciatório.” Comentário Bíblico do Sétimo Dia, vol. 7, p. 972 (Signs of the Times 28/ 02/ 1878).

“Não useis vossa influência contra os mandamentos de Deus. Aquela lei é justamente como Deus a escreveu no templo do céu. Muitos podem calcar sobre sua cópia aqui na terra, mas o original está guardado na arca de Deus no céu; e sobre a tampa dessa arca e exatamente sobre aquela lei, está o propiciatório. Ali, perante a arca, está Jesus a mediar pelo homem.” Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 1, p. 1109.

“[Os Adventistas] Pela fé haviam seguido o seu rumo do Santo para o Santíssimo, e viram-nO oferecendo o seu sangue diante da arca de Deus. Dentro da sagrada arca está a lei do Pai, a mesma proclamada pelo próprio Deus em meio aos trovões do Sinai, e escrita com o Seu próprio dedo em tábuas de pedra. Nenhum mandamento foi anulado; nenhum jota ou um til foram mudados. Conquanto Deus concedesse a Moisés uma cópia de sua lei, preservou o Grande Original Celeste.” Spirit of Profecy, vol. 4, p. 273, 274 (História da Redenção, p. 379, 380).

“Ninguém poderia deixar de ver que, se o Santuário terrestre era uma figura ou modelo Celestial,a lei depositada na arca, na terra, era uma transcrição exata da lei na Arca que está no céu, e que a aceitação da verdade concernente ao Santuário Celestial envolvia o reconhecimento das reivindicações da Lei de Deus, e da obrigatoriedade do Sábado no quarto mandamento (…) Aí estava o segredo da oposição atroz e decidida à exposição harmoniosa das Escrituras, que revelavam o ministério de Cristo no Santuário Celestial.” Historia da Redenção, pp. 380, 381; O Grande Conflito, p. 435, edição de 1981.

“A lei de Deus no Santuário Celeste é o grande original de que os preceitos inscritos nas tábuas de pedra, registrados por Moisés no Pentateuco era uma transcrição exata.” O Grande Conflito, p. 434, edição de 1981.

A Lei guardada no Santuário Terrestre foi escondida com a arca numa caverna

O conjunto de tábuas que foi guardado no Santuário Terrestre, estava na Arca, quando esta foi escondida por homens justos em uma caverna, pouco antes da destruição do templo pelos Babilônios no tempo de Jeremias. Porém, as seguintes declarações do Espírito de Profecia não mencionam Jeremias como tendo pessoalmente parte no esconderijo da Arca:

“Antes do templo ser destruído, Deus fez saber a alguns de seus fiéis servos o destino do templo, que era o orgulho de Israel, e por eles referido por idolatria, ao mesmo tempo que estavam pecando contra Deus. Também lhe revelou o cativeiro de Israel. Estes homens justos, exatamente antes da destruição do templo, removeram a sagrada Arca que continha as tábuas de pedra, e com lamento e tristeza esconderam-na numa caverna, onde devia ficar oculta ao povo de Israel por causa de seus pecados, não mais sendo-lhes restituída. Esta sagrada arca ainda está oculta, jamais foi perturbada desde que foi escondida.” Spiritual Gifts, vol. 4, pp. 114, 115 (1864); Spirit of Profecy, vol. 1, p. 414, (1870); História da Redenção, p. 195.

“Entre os justos que ainda restavam em Jerusalém, a quem tinha sido tornado claro o propósito divino, alguns havia que se determinaram colocar além do alcance das mãos cruéis, a sagrada Arca que continha as tábuas de pedra, sobre a qual haviam traçado os preceitos do decálogo. Isto eles fizeram. Com lamento e tristeza esconderam a arca numa caverna onde deveria ficar oculta do povo de Israel e de Judá por causa de seus pecados, não mais sendo-lhes restituída. Esta sagrada arca ainda está oculta. Jamais foi perturbada desde que foi escondida.” Profetas e Reis, p. 436 (1989). Grifos acrescentados.

“Quando o juízo assentar-se”

De acordo com o Espírito de Profecia, aproxima-se o tempo quando as tábuas de pedra em que os Dez Mandamentos estão escritos serão traduzidas a vista dos habitantes da terra. Todas as declarações conhecidas por Ellen G. White sobre este assunto estão dispostas em ordem cronológica:

“Teorias humanas são exaltadas, honradas e postas onde Deus e sua lei deveriam estar. Mas…“Deus não quebrará seu concerto, nem alterará aquilo que saiu de seus lábios. Sua palavra permanecerá firme para sempre, tão inalterável como Seu trono. Por ocasião do juízo, este concerto será manifesto, claramente escrito com o dedo de Deus; e o mundo será citado perante a barra da justiça infinita para receber a sentença.” Uma vida medida pela vida de Deus por obediência e morte por transgressão. Manuscritos 82, 1899. (Review and Herald, 20/11/1913); Patriarcas e Profetas, p. 182 (1989).

“Com seu próprio dedo, Deus escreveu os Seus Mandamentos em tábuas de pedra. Essas tábuas não foram deixadas aos cuidados dos homens, mas foram postas na arca; e no grande dia em que cada caso estiver selado, essas tábuas escritas com os Dez Mandamentos serão mostradas para que o mundo inteiro possa ver e entender. Seu testemunho para elas será inquestionável.” Carta 30, (1900). Manuscript Releases 1401, vol. 19, p. 265.

“O precioso registro da lei foi colocado na Arca do Testamento e está lá ainda seguramente escondida da família humana. Mas no tempo apontado por Deus Ele trará essas tábuas de pedra a fim de serem testemunho para todo o mundo contra o desdém para com Seus Mandamentos e contra o culto idolátrico de um falso sábado.” Manuscript Releases 122, 1901. (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol.1, p. 1109).

“Quando o templo de Deus for aberto, que triunfo não será para aqueles que foram fiéis e verdadeiros! No templo será vista a Arca do Testamento em que foram postas as duas tábuas pedras nas quais foram escritas a Lei de Deus. Essas tábuas de pedras serão tiradas de seu esconderijo e sobre elas serão vistos os Dez Mandamentos gravados pelo dedo de Deus. Essas tábuas de pedra fora da arca do testamento serão um testemunho para a verdade para os requisitos da lei de Deus.” Carta 47, 1902. (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 7, p. 972).

“A santa Lei dos Dez Mandamentos, escrita em tábuas de pedra pelo dedo de Deus e posta na arca, é o padrão de justiça. Perante obedientes e desobedientes, ela aparecerá no grande e último dia e todos os ímpios serão convencidos. Eles verão que suas ações provinham de um caráter depravado. Verão que a parte que desempenharam serviu para dar continuidade à rebelião iniciada nas cortes celestiais. Verão toda a crueldade e toda a malignidade que desonrou seu Criador e trouxe a miséria que enche o mundo.” Manuscript Releases, volume 5, 1904 (1074, vol. 13, p. 381).

“O Espírito Santo expôs essas verdades à minha mente tão indelevelmente quanto a lei escrita pelo dedo de Deus nas tábuas de pedra, que agora estão na arca e que serão trazidas para fora naquele grande dia quando sentença se pronunciará contra todo mal e sedutora ciência produzida pelo pai da mentira.” Carta 90, 1906 (126).

“Há um Santuário, e nele está a arca e na arca estão as tábuas de pedra em que está escrita a lei dita no Sinai em meio às cenas de terrível majestade. Essas tábuas de pedra estão nos céus e serão mostradas naquele dia quando o julgamento assentar-se e os livros abrirem-se e os homens serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros. Serão julgados pela lei escrita pelo dedo de Deus e dada a Moisés a fim de serem depositadas na arca. Um registro é mantido de todas as obras dos homens e, consoante suas obras, receberão sentença, quer sejam boas quer sejam más.” Manuscrito 20, 1906 (Manuscript Releases 1437, vol. 20, p. 68).

“Há abundantes evidências da imutabilidade de lei de Deus. Foi escrita pelo dedo de Deus. Foi escrita por Deus a fim de nunca ser obliterada ou destruída. As tábuas de pedra estão escondidas por Deus a fim de serem apresentadas no dia do julgamento do modo como Ele as escreveu.” Review and Herald, 26/003/1908 (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 1, p.1109).

“Quando o julgamento assentar-se e os livros forem abertos e todo homem for julgado pelas coisas escritas nos livros, então as tábuas de pedra, escondidas por Deus até aquele dia, serão apresentadas perante o mundo como o estandarte da justiça. Então homens e mulheres verão que o pré-requisito de sua salvação é obediência à perfeita lei de Deus. Nenhum achará desculpa para o pecado. Pelos retos princípios daquela lei, os homens receberão sua sentença de vida ou morte.” Review and Herald 28, 1909. (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia 1109; do Manuscrito 117, 1908.)

Muito deveria ser notado nas declarações acima. Em nenhuma parte é dito que as tábuas da lei serão reveladas por homens como o resultado de terem-na achado escondida em uma caverna. De fato, é claramente declarado que Deus mesmo trará essas tábuas à vista do homem; e numa declaração, Ellen White especifica que “essas tábuas de pedra estão nos céus.” Além disso, o tempo em que Ele fará isso é claramente especificado;

“quando cada caso for decidido nas cortes celestiais”
“no grande dia em que cada caso for decidido”
“quando o templo de Deus no Céu for aberto”
“No grande e último dia”
“no grande dia em que a sentença se pronunciará contra todo mal e sedutora ciência”
“naquele dia, quando o julgamento assentar-se e os livros forem abertos, homens receberão julgamento consoante às coisas escritas nos livros”
“no grande dia do julgamento”


Duas Descrições de Exibições Futuras

Em outro lugar nos escritos de Ellen White, são descritas duas ocasiões em que as tábuas de pedra serão exibidas. Porém ela não especifica qual dos dois conjuntos de tábuas da lei será revelado e é possível alguém interpretar uma ou outra ocasião como cumprimento da predição da revelação das tábuas de pedra.

Pouco antes da segunda vinda de Cristo. 


Ao descrever o que ocorre imediatamente após as primeiras seis das sete últimas pragas e pouco antes da sétima e da segunda vinda de Cristo, Ellen White diz:“Enquanto essas palavras de santa confiança ascendem a Deus, as nuvens recuam e se vêem os constelados céus, indescritivelmente gloriosos em contraste com o firmamento negro e carregado de cada lado. A glória da cidade celestial emana de suas portas entreabertas. Aparece então de encontro ao céu uma mão segurando duas tábuas de pedra dobradas uma sobre a outra. A mão abre-as e são revelados os preceitos do Decálogo, delineados como que uma pena de fogo. As palavras são tão claras que todos podem lê-las. A memória é aguçada, o negror da superstição e heresia é varrido de cada mente e os Dez Mandamentos Divinos, claros, compreensíveis e peremptórios são apresentados à vista de todos os habitantes da Terra. Maravilhoso código! Arrebatadora ocasião!” Spirit of Prophecy, vol. 4 p. 456, 457.“Diz o profeta: “Os céus anunciarão a sua justiça; pois Deus mesmo é o juiz. Sal. 50:6. Aquela santa Lei, a justiça de Deus, que por entre trovões e chamas foi do Sinai proclamada como guia na vida, revela-se agora aos homens como a regra do juízo. A mão abre as tábuas, e vêem-se os preceitos do Decálogo, como que traçados com pena de fogo. As palavras são tão claras que todos as podem ler.” O Grande Conflito, p. 644, 645.
Aqui, novamente, fica claro que Deus, e não o homem, é quem irá revelar as tábuas. As tábuas da Lei então serão exibidas como “regra de juízo.” Isto será feito após o fechamento da porta da graça para todos.

Na Coroação Final de Cristo. 


Descrevendo a coroação final de Cristo e o julgamento final do homem no fim do milênio. Ellen White declara:“Como que extasiados, os ímpios contemplaram a coroação do Filho de Deus. Vêem-se em Suas mãos as tábuas da lei divina, os estatutos que desprezaram e transgrediram. Testemunham o irromper de admiração, transportes e adoração por parte dos salvos, e, ao propagar-se a onda de melodia sobre as multidões fora da cidade, todos, a uma, exclamam: “Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos” (Apoc. 15:3); e, prostrando-se, adoraram o Príncipe da vida.” Spirit of Prophecy, volume 4, p. 484; O Grande Conflito, p. 675, 676 (1981).

Fonte: Declaração preparada em 1962 por R. L. Odom, Editor do Index, e atualizada pelo Ellen G. White Estate, em 1989

Há ou não justos neste mundo? – Eclesiastes 7:20; Mateus 1:19; Lucas 1:6


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Eclesiastes 7:20 parece chocar-se com Mateus 1:19 e Lucas 1:6, desde que na primeira passagem se declara que não há homem justo sobre a terra, enquanto nas outras duas, José esposo de Maria e os pais de João Batista são apresentados como justos.
Com o conhecimento de apenas um aspecto da linguagem tudo se esclarecerá. As palavras podem ser empregadas em sentido absoluto e relativo. Em sentido absoluto não existe nenhum justo entre os homens desde que este predicado pertence única e exclusivamente à Divindade. Cristo recebeu este título – “o justo”. Em sentido relativo todo aquele que se esforça para seguir a orientação divina pode receber este elogioso título. A Bíblia chama justos a Abel, José, Daniel e a alguns outros que se submeteram às diretrizes da Palavra de Deus.
Pensemos na palavra “santo”, empregada por escritores bíblicos para designar personagens por vezes falhos e claudicantes na estrada da vida. A Bíblia está mais interessada em mostrar as intenções do que as realizações.
As palavras apresentam gradações de significado. Um dicionário de sinônimo sindicará para justo os seguintes matizes: reto, íntegro, imparcial, racional, lógico,preciso, certo, exato, legítimo, adequado, conveniente, merecido, etc.

Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário – Passagens Aparentemente Conflitantes – item 6

quinta-feira, 17 de março de 2016

Conceitos e Sugestões Úteis para Explicar e Compreender a Bíblia


Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

A tarefa de explicar a Bíblia é difícil pelas seguintes circunstâncias:

a) Muitos foram seus autores.

b) O tempo da sua composição compreende um período de 1.600 anos.

c) Seus livros foram compostos em lugares inteiramente diversos.

d) Os costumes daquelas pessoas eram totalmente diferentes dos do mundo moderno.

e) O cunho das línguas hebraica e grega é bem diferente das línguas modernas.

Regras de Interpretação

1º) O texto bíblico deve ser explicado gramaticalmente, tendo em vista a significação das palavras; observando que há palavras que possuem significados diferentes em contextos diferentes.

Um exemplo frisante é carne, que significa, algumas vezes, o que é terno e dócil, como em Ezequiel 11:19: “Dar-lhe-ei um coração de carne“, em oposição a um coração de pedra. Significa também a natureza humana sem referência alguma ao estado pecaminoso, como em João 1:14; Romanos 1:3; 9:3; porém, mais comumente ainda se refere à natureza humana, corrupta e pecadora como em Romanos 8:5; Efésios 2:3. Tem, além disso, a significação daquilo que, religiosamente falando, é exterior e cerimonial, como distinto do que é interior e espiritual, o que se pode ver em Gálatas 6:12 e 3:3.

Em Romanos 11:14 (RC) – “incitar à emulação os da minha carne”, significa minha raça, meu povo. João 1:14 – “o verbo se fez carne”, Deus se tornou um ser humano.

Outra palavra importante por possuir muitas significações é sangue. As passagens seguintes confirmam suas diferenças:

Mateus 27:25 – “Caia sobre nós o Seu sangue”, significa a culpa de O terem sentenciado à morte caia sobre nós.

Romanos 5:9 – “… sendo justificados pelo Seu sangue”, tem o sentido da sua obediência até a morte.

Hebreus 9:14 – “… o sangue de Cristo purificará a nossa consciência das obras mortas”, isto é, o Seu sacrifício é o fundamento da justificação e o instrumento e o motivo da santificação.

2º) A segunda regra de interpretação muito útil é conhecer o objetivo de certos livros serem escritos e também específicos capítulos. Por exemplo, Gálatas foi escrito porque membros da Galácia influenciados por mestres judaizantes pensavam em ser justificados guardando a lei e requisitos dos judaizantes. (Gálatas 2:16; 3:1-6)

Tiago – o objetivo do autor é provar que ninguém pode ser justificado por uma fé passiva, uma fé que não produza boas obras.

Certas parábolas apenas serão compreendidas levando em consideração as circunstâncias em que foram proferidas, como exemplo a do Rico e Lázaro.

3º) A terceira regra exegética da Bíblia é comparar a Escritura com a Escritura. Se este princípio fosse sempre seguido muitos erros seriam evitados. Um exemplo bastante frisante neste aspecto é Mateus 16:18 – “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha igreja”. Comparando esta passagem com 1Coríntios 3:11, tudo começa a se esclarecer, porque Paulo diz que o único fundamento da igreja é Cristo. Outra passagem incisiva para provar quem era a pedra sobre a qual a igreja seria edificada é do próprio Pedro na sua primeira epístola, capítulo 2:4-8.

Este princípio hermenêutico é também denominado de consulta às passagens paralelas, isto é, aquelas que tratam do mesmo assunto. Dentre os muitos exemplos bíblicos, que podem ser citados de passagens paralelas, o primeiro que me veio à mente foi Lucas 16:16. A passagem paralela muito mais clara em explicar o que Lucas queria dizer é Mateus 11:13 – “Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João”.

Como segundo exemplo elucidativo pode-se ver Atos 2:21. Neste verso, Pedro declarou: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Parece haver uma contradição com Mateus 7:21 – “Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos Céus”.

Que significa invocar o nome do Senhor? A leitura das passagens paralelas de Romanos 10:13-15 e 1Coríntios 1:2 (citação de Joel 2:32) nos informa que significa a aceitação da obra do Messias e ter confiança nas doutrinas que Ele revelou.

Muitas passagens das Escrituras tem de ser explicadas pondo-as em relação, não com um ou mais textos, mas com as normas gerais da Palavra de Deus. Por exemplo: se alguém quiser interpretar as passagens da Bíblia que se referem à justificação pela fé, como se elas nos desobrigassem de obedecer à lei e de levar uma vida de santidade, tal interpretação deve ser rejeitada, porque é contrária ao espírito do evangelho.

Uma passagem sempre citada para esposar ideias não defensáveis pela Bíblia é Provérbios 16:4 – “O Senhor fez todas as coisas para determinados fins, e até o perverso para o dia da calamidade”. Uma interpretação deste texto isoladamente parece indicar que os ímpios foram criados para poderem ser condenados, mas esta ideia não se conforma com muitas outras passagens da Bíblia. Basta ler Salmos 145:9 e 2Pedro 3:9. O significado, portanto, de Provérbios 16:4 é este: todo mal contribui para a glória de Deus e promove a realização dos seus insondáveis desígnios.

O sentido geral das Escrituras foi denominado por teólogos antigos, como Orígenes, de “a analogia da fé”, pela interpretação que davam a Romanos 12:6, onde está a palavra […]. Hoje os intérpretes afirmam que a passagem se refere à medida ou à proporção da fé dos que profetizam.

Auxílios Prestados pelas Línguas Originais

Mesmo as melhores traduções não conseguem transmitir as nuances de certas palavras, as subtilezas das expressões idiomáticas, as tênues diferenças de significação dos sinônimos. Sendo que muitos destes aspectos ficam velados nas traduções, a leitura do verso no hebraico e no grego poderá captar o seu verdadeiro sentido.

Particularidades idiomáticas

Certas peculiaridades do original são mantidas nas traduções, dificultando assim a compreensão do verdadeiro sentido. Os seguintes exemplos são primordiais:

a) Romanos 12:20 – “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça”. Amontoar brasa viva sobre a cabeça de alguém é uma expressão idiomática hebraica, com o sentido de fazer com que a pessoa fique envergonhada do seu procedimento.

b) Mateus 6:3 – “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”. Este idiotismo assim deveria ser traduzido: quando deres esmola, não deves contar o que fizeste nem mesmo ao mais íntimo amigo.

Sistema Verbal Hebraico e Grego

A compreensão destas línguas, quanto ao verbo, é muito útil na explicação de passagens difíceis. No hebraico há o intensivo e o causativo. (Intensivo – Piel e Pual; Causativo – Hifil e Hofal)

Hifil é causativo, mas também é permissivo. Em Êxodo 7:3 se diz que Deus endureceu o coração de Faraó. Moisés pergunta em Êxodo 5:22 – “Ó Senhor, por que afligiste este povo?” Há nestas duas passagens um idiotismo hebraico, o verbo usado não para expressar a execução de algo, mas a permissão para fazer isso.

Não é possível alguém fazer uma exegese correta se desconhecer alguns princípios do sistema verbal grego, como o “aspecto”, que é a duração da ação verbal. O aspecto linear nos ajuda a explicar 1João 3:9.

O uso da voz média nos indica em Atos 9:39 que as mulheres estavam usando as vestes naquele momento.

Alguns hebraísmos

Os judeus muitas vezes exprimiam o sentido de qualidade usando não o adjetivo mas um segundo nome, tendência também seguida no grego hebraizado do Novo Testamento.

1Tessalonicenses 1:3 – “a obra da vossa fé” = a vossa obra fiel.

Efésios 1:13 – “o Santo Espírito da promessa”, logo se percebe que significa – o Espírito Santo prometido.

É um hebraísmo comum na Bíblia chamar a uma pessoa que tinha uma qualidade ou era inclinada a certo mal, o filho dessa qualidade ou desse mal.

Lucas 10: 6 – “filho da paz” = pessoa pacífica.

Efésios 5: 6 – “filhos da desobediência” = filhos desobedientes.

Por respeito e consideração os hebreus evitam o uso excessivo do nome de Deus, por isso em vez de usarem a expressão “reino de Deus” eles a substituíam por “reino dos Céus”.

É um hebraísmo usar, no plural, nomes designativos de coisas grandes e suntuosas, como o céu e o mar. Daí ser comum na Bíblia o emprego de “céus” em lugar de “céu”.

A linguagem humana é muito imperfeita para transmitir conceitos divinos. Não existe nenhuma língua perfeita que possa transmitir precisamente pela palavra o pensamento exato. Neste sentido a língua grega leva vantagens sobre todas as línguas modernas. Alguém já disse com muita presteza ser a língua portuguesa “o túmulo do pensamento”. Concorda você com esta assertiva?

Não é possível numa tradução reproduzir variantes de pensamento que se encontram em uma única palavra hebraica e grega. Os exemplos poderiam ser citados às centenas confirmando esta verdade, mas limitemo-nos a estes bem elucidativos.

A mesma palavra hebraica significa abençoar e amaldiçoar, o mesmo acontecendo com ligar e separar, afligir e honrar, conhecer e desconhecer, emprestar e tomar emprestado, matar e curar. Em oposição a esta pobreza vocabular, o hebraico por vezes é rico em outros aspectos, apresentando subtilezas difíceis de serem expressas em outras línguas; por exemplo: há três palavras para janela no relato do dilúvio; três traduzidas por bolsa na história dos irmãos de José no Egito; três traduzidas por fermento no relato da páscoa; três para navio no primeiro capítulo de Jonas; cinco traduzidas por leão em apenas dois versos de Jó (4:10-11); dez palavras para lei no Salmos 119. Estes exemplos são suficientes para comprovarem a quase impossibilidade de comunicar em uma tradução todas as sombras de pensamento encontradas na língua hebraica.

Existem palavras tanto no hebraico quanto no grego difíceis de serem traduzidas por terem muitos significados, ou por não termos nenhuma palavra que transmita o seu significado original.

Hesed – afirmam os estudiosos ser a palavra mais difícil de ser traduzida do hebraico porque não temos nenhuma com o seu significado. Tem sido traduzida por graça, amor, misericórdia, compaixão, tolerância, clemência, favor, bondade etc., etc.

Logos é o melhor exemplo do grego de uma palavra com muitos significados, são mais ou menos uns 15 (João 1:1 – verbo; João 21:23 – dito, notícia; Atos 1:1 – livro, tratado; 1Coríntios 2:1 – expressão, declaração). O tradutor, ao deparar com um termo como este precisa escolher uma palavra que transmita mais exatamente o pensamento do escrito original.

Doxa, normalmente traduzida por glória, nem de longe expressa a ideia do original. Significa em grego o caráter de Deus, ou o conjunto dos atributos divinos.

O expositor das verdades bíblicas precisa estar bem consciente deste fato: muitas palavras tinham um significado no hebraico e grego secular, mas adquiriram no contexto bíblico outro significado, às vezes totalmente diferente. Uma extensa e interessante monografia poderia ser escrita sobre este assunto. Pensemos nos seguintes exemplos: batizar, fé, graça, justificar, expiar, mundo, conversão, salvar, apóstolo.

O Problema das Variantes nos Manuscritos

Chama-se variante a maneira diferente da mesma passagem se apresentar nos manuscritos ou nas traduções. Infelizmente não temos nenhum autógrafo ou manuscrito original da Bíblia. Possuímos apenas cópias de cópias.

Na maioria das passagens da Bíblia existe perfeito acordo, mas em outras surgem dificuldades de correntes da obscuridade dos caracteres originais ou de dificuldades gramaticais dessas línguas, acrescentando-se ainda algumas mudanças de um ou outro copista, de que resultam variações textuais. Um dos trabalhos da Crítica Textual é estudar essas variações e determinar o que teria escrito o autor bíblico.

Uma verdade deve ser conhecida: nenhuma doutrina bíblica foi afetada por mudanças no seu texto. Um dos maiores expoentes em Arqueologia Bíblica e Crítica Textual, Frederico Kenyon, afirma: “Nenhuma doutrina fundamental da fé cristã repousa num texto em disputa… O cristão deve tomar a Bíblia em suas mãos e afirmar, sem hesitação, que ele está segurando a verdadeira Palavra de Deus, transmitida de geração em geração, através dos séculos, sem nenhuma mudança essencial” (Our Bible and the Ancient Manuscripts, pág. 23).

Linguagem Figurada

Pelo seu amplo uso merece estudo aprofundado. Por não ter sido bem compreendida, muitos erros de interpretação têm aparecido.

Joseph Angus, em História Doutrina e Interpretação da Bíblia, cita muitos exemplos, como este da página 169: “Diz-se, no Salmos 18:11, que “Deus fez das trevas o seu lugar oculto” e em 1Timóteo 6:16, que “Deus habita na luz”. No primeiro caso, as trevas significam inescrutabilidade, e, no segundo, a luz significa pureza,inteligência ou honra”.

A boa compreensão das alegorias, símbolos, tipos, metáforas, parábolas bíblicas é fator indispensável na exposição das verdades escriturísticas.

É princípio fundamental na exegese bíblica que nenhuma parábola ou alegoria deve ser tomada como base ou prova de doutrina. As parábolas nos foram dadas para ilustrar ou confirmar verdades e não para ensinar doutrinas. Ver História Doutrina e Interpretação da Bíblia, de Angus, Leis da Linguagem Figurada, pág. 172.

Cântico dos Cânticos é considerado por muitos comentaristas como uma extensa alegoria representando a afeição espiritual de Cristo para com a Sua Igreja.

É fato conhecido dos intérpretes bíblicos que as parábolas e muitos outros escritos figurados jamais devem ser tomados no sentido literal. Se alguém usar tal processo violentará o que o autor almejava transmitir. As metáforas devem ser entendidas metaforicamente.

É sempre útil ter em mente o que declarou W. Arndt no livro Dificuldades Bíblicas, pág. 14: “Muitas vezes não é fácil traçar a linha divisória entre as duas espécies de linguagem. Também neste caso recomendamos ao leitor da Bíblia humildade e oração, assim que gradualmente possa desenvolver conhecimento e entendimento”.

“Outro princípio capital da interpretação da Escritura assim pode enunciar-se:  as passagens obscuras e figurativas devem ser interpretadas por meio daquelas que são claras e desprovidas de sentido metafórico”.

Um Bom Conselho

A pesquisa, para o esclarecimento de qualquer verso da Bíblia, deve ser feita com humildade e não com pretensões à infalibilidade.

Esta recomendação inspirada é oportuna: “Irmãos, cumpre-nos cavar fundo na mina da verdade. Podeis examinar o assunto a sós ou em consulta recíproca, unicamente se o fizerdes num espírito sincero. Demasiadas vezes, porém, o eu é grande, e logo que se inicia a investigação, manifesta-se um espírito não cristão. Exatamente nisto se deleita Satanás, mas devemos ter um coração humilde para conhecer, por nos mesmos, o que é a verdade” (Counsel to Writers and Editors, pág. 41).

Pensamentos Esparsos

1º) O conhecimento dos costumes antigos, da índole das línguas hebraica e grega, dos escritos de autores contemporâneos da Bíblia, da história, arqueologia, etnologia facilitam a exegese dos trechos mais obscuros da Escritura, evitando-se assim graves enganos e erros na interpretação.

2º) É útil na interpretação de um texto, ter em mente, certas regras simples, que se aplicam à compreensão de qualquer texto bíblico. Uma delas é lembrarmo-nos do tempo e das circunstâncias em que foi escrita uma declaração.

3º) Os Adventistas do Sétimo Dia sustentam a posição protestante de que a Bíblia e somente a Bíblia é a regra única de fé e prática para os cristãos.

4º) Para a formação de ideias equilibradas sobre uma verdade bíblica, é preciso atentar para tudo o que os diversos autores inspirados disseram sobre o assunto. Exemplo: Como somos salvos?

Ideias extremistas e fanáticas surgem quando alguém defende uma doutrina baseado numa só passagem.

5º) As aparentes contradições da Bíblia podem ser resolvidas com um estudo aprimorado de alguns princípios exegéticos, como: atentar bem para o contexto, a analogia da fé, estudar as passagens paralelas; consultando ainda uma concordância bíblica e um comentário digna de confiança, como o Comentário Bíblico Adventista.

6º) Há duas espécies de passagens difíceis na Bíblia, algumas podem ser aclaradas com o trabalho consciencioso dos estudiosos, outras jamais serão esclarecidas aqui.

As palavras de Pascal são oportunas: “O último passo da razão é saber que há uma infinidade de coisas que ela não pode atingir. Resolvam-se todas as questões, expliquem-se todas as palavras da Bíblia, e ficarão ainda as maiores dificuldades para a prova da nossa fé: a origem do mal, o mistério da divina presciência e da livre ação, e muito ainda sobre o plano da redenção”.

7º) Só devemos esperar encontrar nas Escrituras Sagradas o que sob o ponto de vista religioso nos importa conhecer.

Tudo o que foi revelado deve-se estudar, o que não foi considere-se como não essencial ao plano da salvação.

8º) “Não pode haver conflito entre a ciência e a religião. A Bíblia é autoridade absoluta e decisiva no domínio da verdade religiosa, mas não pretende ser a respeito de fatos e princípios científicos”. Angus – História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, pág. 109.

9ª) A Bíblia é, em essência, uma revelação graduada e progressiva do plano de Deus em salvar o homem. Revela em toda a parte o mesmo Deus, santo, sábio e bom, fala dos seus desígnios no governo do mundo, e do resultado final da presente luta entre o bem e o mal.

10º) É um fato bastante conhecido que muitas palavras mudam o seu significado com o passar dos anos; portanto, provas baseadas no significado de uma palavra têm que levar em consideração o seu sentido quando o autor bíblico a empregou.

11º) Dentre tantos comentaristas bíblicos notáveis, como: Orígenes,  Crisóstomo, Jerônimo, Lutero, Adam Clarke, Strong, Barnes, Vincent –  a quem devemos seguir? A única resposta segura seria esta: nenhuma interpretação da Escritura por uma pessoa, embora culta e bem intencionada, deveria ser considerada como infalível.

12º) A Igreja Católica estabeleceu no Concílio de Trento um plano ou base de doutrina, de acordo com o qual toda a Escritura devia ser interpretada, mas apesar disso ela nunca publicou um comentário infalível que pudesse explicar as passagens difíceis da Escritura.

13º) “Há realmente passagens e frases cujo sentido é obscuro. Esta obscuridade é, em muitos casos, devida à nossa ignorância de algum fato especial que esclareça o assunto, e a respeito do sentido exato das palavras” (História Doutrina e Interpretação da Bíblia, pág. 203).

14º) Sendo a Santa Bíblia a Palavra de Deus, ela não deve ser interpretada de modo arbitrário e particular. As Escrituras estão baseadas em princípios claros e firmes, por isso Jesus declarou: “a Escritura não pode falhar” (João 10:35).

15º) É princípio fundamental da exegese que as Escrituras são seu próprio intérprete. Cristo o aplicou quando repreendeu o diabo por interpretar mal um texto da Bíblia (Mateus 4:6 e 7).

quarta-feira, 16 de março de 2016

Um Verso Difícil de Traduzir – Gênesis 4:7 (O Pecado de Caim)


Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

“Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”.

“A mensagem da Bíblia expressa-se em linguagem oriental. No seu modo de viver e pensar, o oriental é diametralmente oposto ao homem do ocidente, fato este que constitui grande barreira à compreensão e interpretação de muitos trechos das Escrituras” (Edith A. Allen).

Há versículos na Bíblia, diante dos quais os tradutores ficam perplexos, porque se sentem incapazes de transmitir com clareza a mensagem neles contida. Um verso que bem ilustra estas dificuldades é Gênesis 4:7. [“Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”]. Os problemas que ele apresenta são de tal vulto, que notáveis comentaristas modernos creem que algum copista tenha modificado o texto hebraico original. O Novo Comentário da Bíblia, editado por Russell P. Schedd, declara: “O hebraico, neste texto, é tremendamente difícil”.

No hebraico está literalmente: Não é que, se ages bem, elevação, e se não ages bem, à tua porta o pecado (feminino) dormindo (masculino) e para ti sua (masculino) cobiça e tu o dominarás.

Em virtude do seu gênero, os pronomes hebraicos para “seu” e “ele” não podem pertencer ao pecado à espreita, mas sim, precisam ser tomados como se referindo a Caim.

A sua tradução para a Septuaginta é obscura e inaceitável, por isso o Comentário Adventista afirma sobre este verso: “Que os tradutores da Septuaginta acharam sua significação obscura no seu tempo é evidente da tradução deturpada que dele fizeram”.

Esta passagem está tão estritamente ligada com o texto precedente, que é necessário volvermos a atenção para ele por um momento, antes de qualquer explicação. Caim e Abel trouxeram uma oferta para Deus segundo suas respectivas ocupações: o primeiro, “do fruto da terra” e o segundo “das primícias do seu rebanho,e da gordura deste”. A atenção dada pelo Senhor à oferta de um e de outro foi distinta, fazendo com que Caim ficasse encolerizado, e como consequência natural apareceu deprimido. O Senhor o advertiu com significativa pergunta: “Por que andas irado? E por que descaiu o teu semblante?”, e acrescenta, no verso em discussão: “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Almeida Revista e Atualizada no Brasil).

A Bíblia de Jerusalém após traduzi-lo assim: “Se estás bem disposto não levantarias a cabeça? Mas se não estiveres bem disposto, não jaz o pecado à porta, um animal acuado te espreita, podes acaso dominá-lo?”, acrescenta a seguinte nota: Tradução aproximativa de um texto corrompido.

Lázaro Ludovico Zamenhof assim o traduziu para o Esperanto: “Sem dúvida se agires bem, serás forte, mas se agires mal, o pecado jazerá à porta, e ele a ti pretenderá, mas governa acima dele”.

Sem nos demorar em longas dissertações exegéticas e textuais, que os especialistas apresentam, cremos que o essencial é o seguinte:

Deus está advertindo Caim do seu procedimento, porque um terrível ato pecaminoso estava próximo, e em linguagem figurada o apresenta como um animal feroz, esperando saltar sobre ele. Em outras palavras o Senhor lhe estava dizendo: Se fizeres bem, em lugar deste semblante abatido, naturalmente erguerias a cabeça e terias um semblante alegre como aqueles que agem com propósitos elevados. Mas senão fizeres o bem, e continuares alimentando ódio contra teu irmão, por sua oferta ser aceita e a tua rejeitada, o pecado descerá à tua porta como um animal feroz por sua presa. Serás infalivelmente uma vítima de tua pecaminosa paixão. O pecado deseja dominar-te, mas não deves temê-lo porque o Senhor te concederá poder para enfrentá-lo e sair vitorioso. Por não ter dado a mínima atenção à advertência divina, uma sangrenta tragédia se seguiu: o bárbaro assassinato de seu irmão. Após o ato consumado, o Senhor disse a Caim: “A voz do sangue de teu irmão clama da terra a Mim”.

O castigo por fazer a própria vontade e não a vontade divina está relatado nos versos 11 e 12 do mesmo capítulo.

Comparando-o em várias traduções e pesquisando o que dele disseram os comentaristas, eis uma tentativa que fiz para o traduzir:

Se você for bom, poderá reerguê-lo (o semblante), mas se não for, o pecado como um animal bravio está à sua porta, ansioso para dominá-lo, mas você o poderá vencer.

terça-feira, 15 de março de 2016

Quem foi Melquisedeque? – Hebreus 7:1-3


Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

“Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre”.

Qual o Enigma deste Personagem?

Um estudo cuidadoso deste personagem bíblico nos esclarecerá que nada existe de misterioso a seu respeito, a despeito da interpretação de alguns quanto a Hebreus 7:3.

A palavra em hebraico Malkicedeq, significa rei de justiça, ou ainda, de acordo com Hebreus 7:2, rei de Salém, isto é, rei de paz.

Para melhor compreensão deste tema duas coisas são necessárias:

1º) Estudo do contexto das passagens onde seu nome aparece.

2º) Alguns conceitos sobre o sacerdócio levítico e o de Cristo.

A) O nome Melquisedeque aparece dez vezes na Bíblia, sendo duas no Velho Testamento (Gênesis 14:18; Salmos 110:4); e oito no livro de Hebreus (5:6, 10; 6:20; 7:1, 10,11, 15, 17). Especialmente o capítulo sete de Hebreus precisa ser bem estudado.

B) Após a entrada do Pecado o indivíduo tornou-se sacerdote de si mesmo. Depois este encargo coube ao primogênito. Posteriormente a tribo de Levi foi escolhida para este mister. Quem não fosse da Tribo de Levi era indigno para este mister como vemos em Esdras 2:62. O relato desta passagem deve ser lembrado para melhor compreensão deste assunto.

O sacerdote devia ser tirado dentre os homens, com suas fraquezas, para que pudesse entender as fraquezas dos homens (Hebreus 4:14-16).

Sacerdote é a pessoa que atua como mediador ou intermediário entre duas partes.

Aquele que está encarregado de uma missão respeitável, o intercessor perante Deus a favor dos homens.

O Novo Comentário da Bíblia, editado em português por Russell P. Shedd, vol. 3, pág. 1357, afirma o seguinte:

“Sumo sacerdote é aquele que é nomeado para agir em prol dos homens naquilo que diz referência a Deus, especialmente para apresentar ofertas a Deus. O sumo sacerdote deve ser escolhido dentre os homens e ser capaz de, na qualidade de verdadeiro homem, simpatizar com as fraquezas humanas. Além disso, ele não deve presumir em tomar sobre si mesmo tal ofício; deve ter sido chamado para tal tarefa por nomeação de Deus. Tudo isso (em ordem reversa) é declarado como cumprido na pessoa de Cristo; conforme o escritor sagrado considera Sua nomeação divina, Sua perfeita humanidade e consequente habilidade de simpatizar conosco, e Seu ofício e obra. Pois foi Deus quem, ao ressuscitá-Lo de entre os mortos, reconheceu-O como Seu Filho, declarando abertamente a Sua nomeação para um sacerdócio eterno, segundo uma classificação diferente daquela de Arão, a ordem de Melquisedeque”.

Do exposto, esta declaração deve ser guardada: o sacerdote deve ser escolhido dentre os homens para poder simpatizar com as fraquezas humanas. Está é a razão pela qual Cristo só passou a exercer a função sacerdotal após ter tomado a natureza humana.

As Escrituras nos informam que há dois tipos de sacerdócio:

1º) Levítico – hereditário, e extinto com a morte de Cristo.

2º) Melquisediano – prefigurando o sacerdócio de Cristo, caracterizado por sua superioridade e eternidade.

Cristo apresenta um contraste com os sumos sacerdotes segundo a ordem levítica, que eram instalados no ofício para posteriormente serem removidos por motivo de falecimento. Por isso é que Ele se tornou sumo sacerdote para sempre. É justamente essa qualidade eterna que distingue a ordem sacerdotal de Melquisedeque da ordem levítica de Arão.

Que sabemos de Melquisedeque?

Através dos tempos tem havido muita discussão, procurando identificar quem foi Melquisedeque. As referências bíblicas para sua identificação são muito escassas. Aparece numa citação ligeira em Gênesis 14:18. Creem os estudiosos que ele era rei de algum clã semita ou de Salém. Sabe-se que era sacerdote e rei. Cristo também é sacerdote e rei, de onde ser Melquisedeque considerado uma figura de Cristo. Por ser “sacerdote do Deus altíssimo” no tempo de Abraão, este lhe devolveu o dízimo.

Tem sido assunto de grandes investigações entre os comentaristas o saber quem era realmente Melquisedeque. Defendem alguns ter sido Cristo; supõem outros que fosse o Espírito Santo; ainda outros sustentam que era um anjo; Enoque.

Não há necessidade de contestar cada uma destas suposições, mas apenas dizer o seguinte: Melquisedeque não era Cristo, declara Ellen G. White, pois Ele ainda não tinha tomado a natureza humana. Melquisedeque não podia ser o Espírito Santo, visto que o Espírito Santo não foi tirado dentre os homens. O sacerdote vivia do dízimo, porque era humano; o Espírito Santo não precisa de dízimo.

“Sem pai, sem mãe”. Esta afirmativa é que tem dado motivo para defenderem que fosse um rei sobrenatural. A opinião mais sensata e provável é a que o considera um rei, justo e pacífico, adorador e sacerdote do Deus altíssimo na terra de Canaã, amigo de Abraão, e como sacerdote superior a ele em dignidade.

A Bíblia nos apresenta a superioridade do sacerdócio de Melquisedeque sobre o sacerdócio levítico, por isso um significativo símbolo do sacerdócio de Cristo.

Russell Norman Champlin afirmou:

“Hermeneuticamente, Melquisedeque importante porque ilustra diversas coisas:

1) Um significado mais profundo da história;

2) Como a história pode ser profética e simbólica;

3) A unidade do Antigo e do Novo Testamentos;

4) A universalidade do ofício messiânico e sumo sacerdotal de Cristo;

5) A ab-rogação das ordens sacerdotais do Antigo Testamento, por estarem todas cumpridas em Cristo” (O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Vol. 5, pág. 527).

Salmos 110:4 nos ensina que o Messias seria um sacerdote divinamente nomeado, de acordo com a classificação de Melquisedeque. Essa afirmação bíblica sobre a necessidade de uma nova ordem sacerdotal é uma indicação de que a ordem levítica havia fracassado e uma melhor ordem de coisas devia levantar-se de acordo com Hebreus 7.

Pelo fato dos judeus rejeitarem a Cristo, não O aceitavam como sacerdote, então Paulo em Hebreus diz aos judeus: qual a razão de vocês não aceitarem a Cristo como sacerdote, se Abraão considerado tão grande por vocês aceitou a Melquisedeque como sacerdote, não sendo ele da tribo de Levi? É do conhecimento de todos que os sacerdotes tinham que ser da tribo de Levi, mas que Cristo pertencia a tribo de Judá (“tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes” – Hebreus 7:14).

M. L. Andreasen escreveu: “Os judeus eram muito rigorosos no registro e preservação de suas genealogias, especialmente com referência aos sacerdotes. Ninguém podia servir como sacerdote a menos que pertencesse à família de Arão, da tribo de Levi, e isso tinha ele de provar, além de qualquer sombra de dúvida. Se porventura houvesse uma quebra na linhagem, seria ele excluído, perdendo assim os privilégios assegurados aos sacerdotes. Por esta razão todo judeu, e especialmente os sacerdotes, guardavam muito ciosamente todos os registros genealógicos” (The Bookof Hebrews, pág. 247).

A declaração de Hebreus 7:3 – “sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência” deve ser compreendida como significando que estas informações genealógicas não estavam registradas em cartório.

Este aspecto da vida de Melquisedeque deve ser destacado: o livro de Gênesis nada diz sobre seus antepassados. No Antigo Testamento as genealogias se revestem de grande importância, particularmente no caso dos sacerdotes. Ele é apresentado como sacerdote por seu próprio direito, e não por motivo de descendência física. Semelhantemente não são mencionados nem seu nascimento nem sua morte. Nada é dito a respeito de seu sucessor. Em tudo isso ele é feito, pelo próprio silêncio das Escrituras, parecer-se ao Filho de Deus.

Se o livro de Gênesis apresenta algumas provas da grandeza de Melquisedeque, como o fato de ele ter abençoado a Abraão e este lhe devolver o dízimo, o livro de Hebreus (cap. 7) salienta a superioridade de Cristo como nosso sumo sacerdote.

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