segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Abraão e a cidade ‘Inexistente”



Ao ler Gênesis 14:14, como poderia Abraão ter perseguido até a cidade de Dã os quatro reis que invadiram a terra de Canaã, quando ainda não havia cidade com esse nome no tempo desse patriarca? 


Os copistas dos livros da Bíblia tinham o costume de “atualizar” ou “modernizar” nomes de localidades quando isso se fazia necessário. Não faziam isso com o fim de adulterar a Palavra de Deus, mas, sim, para melhor compreensão dos leitores. O entendimento dessa prática ajuda a esclarecer a questão da menção à cidade de Dã, no tempo de Abraão (nascido em aproximadamente 1950 a.C., conforme SDABC, v. 8, p. 9), quando ainda não havia cidade com esse nome. Como nos informa o relato bíblico, só houve uma cidade com o nome de Dã quando os descendentes desse bisneto de Abraão conquistaram determinada cidade ao norte da Palestina, por volta de 1405 a.C.

Vejamos, a seguir, alguns exemplos de atualização de nomes de lugares mencionados pela Bíblia, geralmente introduzidos pelas expressões “esta é” ou “que é”:

1. “Fizeram guerra contra [...] o rei de Bela (esta é Zoar)” (Gn 14:2).

2. “… morreu [Sara] emQuiriate-Arba, que é Hebrom…” (Gn 23:2).

3. “Seguia o limite… e terminava em Quiriate-Baal (que é Quiriate-learim) (Is 18:14).

4. “Então, José estabeleceu a seu pai e a seus irmãos e lhes deu possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés” (Gn 47:11). O nome “Ramessés” aparece ainda em Êxodo 1:11; 12:37 e Números 33:3. Nesse mesmo capítulo de Gênesis 47, é mencionado o nome antigo do lugar dado aos israelitas para morar: trata-se da “terra de Gósen” (ver Gn 47:1,4,6,27). “Gósen” aparece ainda em Gênesis 46:28, 29,34 e Êxodo 9:26.

Muitos, por desconhecerem a prática da “atualização” de nomes feita pelos copistas bíblicos, chegam a afirmar que a Bíblia data o Êxodo do tempo do faraó Ramsés II (1299-1232 a.C), somente por causa da menção ao nome “Ramessés”, em Êxodo 1:11, onde se diz que “os israelitas edificaram a Faraó as cidades-celeiros, Pitom e Ramessés”. Mas, de acordo com a informação bíblica de 1 Reis 6:1, o Êxodo pode ser datado por volta de 1445 a.C, no tempo do faraó Amenotepe II (1450-1425 a.C). A verdade é que o faraó Ramsés II tinha o costume de atribuir a si feitos de faraós anteriores. Assim, muito tempo depois da expulsão dos invasores Hicsos, esse faraó aumentou e embelezou a antiga capital daqueles invasores, chamada Tânis (a bíblica Zoã, cf. Nm 13:22), e deu seu próprio nome a ela (SDABC, v. 1, p. 497,498).

Os exemplos de atualização mencionados são suficientes para se ver que o mesmo processo aconteceu ao texto de Gênesis 14:14: ” Ouvindo Abrão que seu sobrinho estava preso, fez sair trezentos e dezoito homens dos mais capazes, nascidos em sua casa, e os perseguiu até Dã.”

Sabemos, pela Bíblia, que, no tempo de Abraão, a cidade de Dã era chamada de “Laís” (Jz 18:27-29) ou “Lesem” (Is 19:47). Então, como a cidade de Laís/Lesém passou a se chamar Dã? Isso ocorreu quando a tribo de Dã tomou essa cidade, após os israelitas terem invadido a Palestina, por volta de 1405 a.C. É isso o que nos diz o relato bíblico: ”Saiu, porém, pequeno o limite aos filhos de Dã, pelo que subiram os filhos de Dã, e pelejaram contra Lesem, e a tomaram, e a feriram ao fio de espada; e, tendo-a possuído, habitaram nela e lhe chamaram Dã, segundo o nome de Dã, seu pai” (Is 19:47);”… e chegaram a Laís, a um povo em paz e confiado, e os feriram a fio de espada, e queimaram a cidade. [...] Reedificaram a cidade, habitaram nela e lhe chamaram Dã, segundo o nome de Dã, seu pai, que nascera a Israel; porém, outrora, o nome desta cidade era Laís” (Jz 18:27-29).

Assim, fica óbvia a atualização da cidade que, no tempo de Abraão, se chamava Laís ou Lesem, para Dã, nome pelo qual ficou conhecida após sua conquista pela tribo de Dã, mais de 400 anos depois do tempo de Abraão. Assim, é verdadeira a informação de que esse patriarca perseguiu os reis até “Dã”, nome como era conhecida nos dias do copista bíblico, mas conhecida por Abraão como Laís ou Lesem.

Devemos dar graças a Deus porque, além de inspirar os escritores bíblicos ao escreverem a Bíblia, Ele também velou para que Sua Palavra escrita fosse preservada sem adulteração. Alguma “atualização” que se fez necessária a algum nome antigo não prejudica o relato bíblico, antes ajuda os leitores a compreendê-lo ainda melhor.

Ozeas C. Moura - Doutor em Teologia Bíblica

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Informativo Mundial das Missões – 10/11/12

Informativo Mundial das Missões – 10/11/12


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Via Daniel Gonçalves

Participa Satanás da expiação?



O texto de Levítico 16:10 é claro em afirmar que o bode emissário participa da expiação. Se esse bode representa Satanás, isso significaria sua participação na expiação ao lado de Cristo?

O texto em questão afirma: “O bode sobre que cair a sorte para bode emissário [azazel] será apresentado vivo perante o Senhor, para fazer expiação [kaphar] por meio dele e enviá-lo ao deserto como bode emissário” (Lv 16:10).

A palavra “Azazel” só ocorre nesse texto de Levítico e tem sido objeto de muita discussão entre os eruditos bíblicos. Diversos significados têm sido propostos para o termo: um lugar no deserto, “bode emissário”, um demônio do deserto, ou o próprio Satanás. No pseudepígrafo 1 Livro de Enoque (8:1; 10:12; 13:1), Azazel é o chefe dos anjos caídos.

Uma análise do papel dos dois bodes no ritual do Dia da Expiação aponta para Azazel como um ser pessoal, em oposição ao Senhor (Yahweh): um bode era “para o Senhor”- um ser pessoal (Lv 16:8), o outro “para Azazel” (Lv 16:8) – que, em oposição ao Senhor, deve ser também um ser pessoal. O bode “para o Senhor” era sacrificado (Lv 16:15) – representando o sacrifício de Cristo; o outro bode era enviado ao deserto (Lv 16:20-22) – representando Satanás, que, durante o Milênio, vagará pela Terra desolada e desértica (Ap 20:1-3).

Assim, sendo Azazel símbolo de Satanás, como entender, em Levítico 16:10, a expressão “para fazer expiação [kaphar] por meio dele”? Se esse bode não era imolado em sacrifício, como participa da expiação?

Frank B. Holbrook, em sua obra O Sacerdócio Expiatório de Jesus Cristo (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2002), na página 143, argumenta, com propriedade, que o vocábulo “expiação” (kaphar) tem mais de um significado na Bíblia:

1. Expiação em sentido “redentivo”, Isso se dava quando o pecado do penitente era perdoado e apagado por meio da morte de um substituto. Essa expiação redentiva é a mencionada em Levítico 4:34- 35: “Então, o sacerdote, com o dedo, tomará do sangue da oferta pelo pecado e o porá sobre os chifres do altar do holocausto. [...] Assim, o sacerdote, por essa pessoa, fará expiação [kaphar] do seu pecado que cometeu, e lhe será perdoado.” O mesmo tipo de expiação era feito com o sangue do ”bode para o Senhor” (Lv 16:15-19). Essa expiação “redentiva” era símbolo da que é efetuada pelo precioso sangue de Cristo, “como de cordeiro sem defeito e sem mácula” (1 Pe 1:19).

2. Expiação em sentido “punitivo”, quando o pecador perde a vida devido ao castigo por seus delitos. No livro de Números, ocorrem dois exemplos de expiação ”punitiva”:

1) quando o imoral simeonita Zimri e sua parceira sexual Cosbi foram atravessados com uma lança pelo sacerdote Fineias (ver Nm 25:6-18). É dito que, com a morte desses dois pecadores impenitentes, se fez “expiação [kaphar] pelos filhos de Israel” (Nm 25:13);

2) quando um homicida era executado por seu crime (ver Nm 35:16, 30-33). Com isso, Deus deixou claro que ”o sangue profana a terra; nenhuma expiação [kaphar] se fará pela terra por causa do sangue que nela for derramado, senão com o sangue daquele que o derramou” ( Nm 35:33).

Esse tipo de expiação punitiva é a que acontecia com o bode emissário (Lv 16:10), o qual levava sobre si, não vicariamente, mas punitivamente, os pecados confessados, perdoados e apagados do povo de Israel. O bode Azazel é símbolo apropriado de Satanás, autor e instigador de todo o pecado, o qual levará sobre si, durante mil anos,
os pecados que fez o povo de Deus cometer.

Interessante é que Ellen G. White também fala em expiação nos aspectos “punitivo” e “redentivo”:

“Visto que Satanás é o originador do pecado, o instigador direto de todos os pecados que ocasionaram a morte do Filho de Deus, exige a justiça que Satanás sofra a punição final. A obra de Cristo para a redenção dos homens e purificação do Universo da contaminação do pecado será encerrada pela remoção dos pecados do santuário celestial e deposição dos mesmos sobre Satanás, que cumprirá a pena final. Assim no cerimonial típico, o ciclo anual do ministério encerrava-se com a purificação do santuário e confissão dos pecados sobre a cabeça do bode emissário. Em tais condições, no ministério do tabernáculo e do templo que mais tarde tomou o seu lugar, ensinavam-se ao povo cada dia as grandes verdades relativas à morte e ministério de Cristo, e uma vez ao ano sua mente era transportada para os acontecimentos finais do grande conflito entre Cristo e Satanás, e para a final purificação do Universo, de pecado e pecadores” [Patriarcas eProfetas, p. 358 [grifos acrescentados]).

E então, participa Satanás da expiação? A resposta é ”sim”, se levarmos em conta a expiação “punitiva”, e “não”, se temos em vista a expiação “redentiva”, a qual é feita somente através de Jesus Cristo e seu precioso sangue.

Por Ozeas C. Moura, doutor em Teologia Bíblica e editor na Casa Publicadora Brasileira.

É necessário que não tenhamos vícios para sermos batizados?


Quem nos livra de todo hábito pecaminoso é Cristo. O ideal é buscarmos o poder de Jesus para vencermos todo o vício antes de nos batizarmos.
Em 2 Coríntios 5:17 lemos que “...assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”.
O batismo é a festa que comemora a libertação do pecado que Jesus operou em nossa vida. 
Algumas pessoas deixam para abandonar o vício (seja ele qualquer) no dia do batismo. Entretanto, para muitos, a boa intenção não é suficiente. Após o batismo a força do hábito, a influência das companhias, e tantos outros fatores podem fazer com que a pessoa volte ao vício. Aí, sentimentos de culpa e de raiva, vêm contra si próprios e contra Deus. Tentam esconder a situação dos demais membros da igreja e tudo se torna muito desagradável.
Deixar de fumar ou beber, ou qualquer outro vício, pode parecer uma batalha simples, mas não é. Essa vitória somente é possível pela graça de Deus mediante a união do poder divino com a escolha humana.
Por isso dizemos que é melhor apegar-se a Deus para obter a vitória sobre cada pecado conhecido antes do batismo. Assim a pessoa chegará ao batismo como um vitorioso e não como um pretendente à vitória.
Existe a possibilidade de que mesmo deixando o mau hábito antes do batismo a pessoa venha a cair novamente, mas desta forma as chances serão muito menores. Se a pessoa já teve a experiência da vitória por alguns dias e semanas, ela tem uma experiência preciosa que lhe dá ânimo para prosseguir e elementos em quê se basear para uma vitória mais permanente. 
Para um passo tão importante quanto o batismo, nada melhor que uma boa preparação. Desde o dia em que uma pessoa entregou o coração a Jesus como seu Salvador pessoal e começou os preparativos para o batismo, a partir desse dia, essa pessoa pode ter a certeza do perdão de seus pecados passados e aceitação perante Deus.
O que nos salva não é o batismo. O batismo é uma consequência, um testemunho público, da salvação que Jesus já efetuou em nossa vida. Quando nos batizamos depois de vencidos os hábitos e vícios conhecidos, essa cerimônia expressa maior significado.

por Hudson Cavalcanti, colunista do Site Bíblia e a Ciência

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Como "ressuscitar" o culto das quartas-feiras?



NOTA DE FALECIMENTO:
"Lamentamos informar que o nosso querido companheiro, o Culto de Quarta-feira, não resistiu, e morreu!".


Não deixe que isso ocorra em sua Igreja local!

Semanalmente nós temos uma grande oportunidade para fortalecermos nossa fé, através das orações, louvores, testemunhos, estudo da Palavra de Deus, etc.

Esta oportunidade chama-se "Culto de Oração", ou o Culto da Quarta-feira, na maioria das congregações Adventistas do 7º Dia.

Praticamente as mesmas reclamações ouvidas contra os Cultos de Domingo são repetidas pelos que não frequentam assiduamente os Cultos de Oração, acrescentando-se alguns pontos mais peculiares:
- Os pregadores menos experientes são escalados para as Quartas-feiras.
- O Culto é mais de "lamúria" e "choradeira" do que de louvor e ações de graça.
- Expressões do tipo ("Hoje estamos em um pequeno número...") valorizam mais os que faltaram do que os que tiveram interesse em vir ao Culto.
- Não há variedade na liturgia, sendo feita sempre da mesma maneira fria e monótona a cada semana.
- etc.

Os Cultos de Quarta-feira podem e devem ser muito participativos e revigorantes. Pela sua localização estratégica (no meio da semana de trabalho e estudos), este Culto tem uma grande chance de ser o "oásis" em meio ao deserto de dificuldades que todos nós enfrentamos no dia-a-dia.

Assim como fiz para o Culto de Domingo, quero apresentar algumas sugestões para uma melhor qualidade dos Cultos de Oração (com relação à música, vale o mesmo que falei para o de Domingo)...

Pregação
- Selecione os melhores pregadores para pregarem também nas Quartas-feiras. Porém, devo relembrar que "pregar bem e com poder" não é o mesmo que "pregar com eloquência", pois alguns são excelentes "oradores", mas são péssimos "pregadores da Palavra", ou seja, não apresentam um sermão que nutra espiritual e psicologicamente a carência da grande maioria dos membros de nossas congregações Adventistas.
- A temática deve girar em torno do crescimento na vida espiritual: fé, milagres, vitória, comunhão com Deus, perseverança na oração, obra do Espírito Santo, etc.
- O sermão deve ser curto (em torno de 20 minutos), para que mais tempo seja dado para os momentos de participação da congregação (pedidos, agradecimentos e testemunhos).
- Os irmãos devem sair do templo com a sensação de que estão com forças renovadas para enfrentarem mais 2 dias de "luta", e chegarem firmes até o próximo Sábado (ponto alto da comunhão semanal).

Testemunhos
- Deus opera grandes maravilhas na vida de todos nós, mas dificilmente ouvimos sobre elas nos nossos Cultos de Oração.
- A cada semana, alguns podem ser pré-selecionados para trazerem um relato de alguma poderosa atuação do Senhor em suas vidas: vitória sobre a guarda do sábado; milagre contra uma doença; etc.
- Alguns também poderão contar como se deu sua conversão. É uma grande maneira de conhecermos um pouco mais da história de vida de nossos irmãos e irmãs em Cristo.
- Uma vez por mês, faça um Culto apenas de testemunhos, procurando até mesmo trazer alguém de fora, que tenha uma grande vitória de vida para compartilhar com a Igreja.

Momentos dos pedidos e agradecimentos
- Este é um ponto crítico do Culto de quarta-feira, pois se não for bem feito (o que normalmente acontece), torna-se um grande "muro de lamentações".
- Divida este período em 2 momentos: O primeiro somente para agradecimentos, e o segundo, para os pedidos. Intercale cada um com orações fervorosas.
- Os momentos de oração devem ser diversificados a cada semana. Algumas sugestões:
a) Em duplas ou trios
b) Em grupos de 4 ou 5
c) Através de grupos de orações específicas (pelos jovens, pelas famílias, pelos estudos bíblicos, pelos líderes, pelos doentes, etc.).
- Uma pessoa pode ficar encarregada de anotar cada pedido feito, e depois colocar em um mural para serem conhecidos por todos aqueles que não puderam vir ao Culto. No sábado de manhã, os pedidos do mural são divididos entre os membros das Unidades, para que todos orem mais uma vez em favor das necessidades ali apresentadas.
- Durante as semanas de oração, o culto de cada noite pode ser feito de forma diferente, para que todos tenham oportunidade de se expressar, e a programação não caia na rotina na metade da semana.
- Se os visitantes desejarem, deixem que eles também apresentem seus pedidos e agradecimentos diante da Igreja. Lembre que em outras denominações, absurdamente, os visitantes não podem nem entrar nos cultos de oração (até a porta fica fechada!).

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Junte-se com a liderança de sua Igreja local, e vejam como cada um pode contribuir para "ressuscitar" o Culto de Quarta-feira.

Deus será tremendamente honrado!

Gilson Medeiros

É pecado tomar café?



Por mais incrível que nos pareça, esse assunto não é tão controverso. Basta perguntarmos a especialistas ou consultarmos artigos científicos sobre o assunto e não haverá quem negue o fato de que o café faz aumentar a pressão arterial. E isso é bom para a saúde? Uma recente pesquisa que foi feita com consumidores de café exigiu que eles se abstivessem do produto por 21 dias. Sabe qual foi o resultado? Dores de cabeça intensas! Por quê? Porque café é um estimulante do sistema nervoso central e pode causar dependência. A abstenção pode resultar em crise de abstinência que desencadeia numa série de efeitos sobre o bem estar do indivíduo. Isso é bom? Muitas vezes o que acontece é que alguns tentam forçar a barra para justificar um hábito antigo que se modificado poderia afetar violentamente a economia. Uma pessoa que não tem o hábito de tomar café, caso beba, poderá ter palpitações, taquicardia, e os defensores do café dirão que isto ocorre porque o indivíduo não está acostumado a tomar café! E aí? Faz bem para a saúde? E quanto ao sono? Se ingerido à noite poderá afetar o sono. Com o tempo o indivíduo poderá ter alterado o seu relógio biológico, causando distúrbios do sono. Isso é bom? Em decorrência de uma péssima qualidade de sono a pessoa poderá ter outros problemas como ansiedade. Isso faz bem à saúde? O mesmo ocorre com o vinho, que possui flavonóides, o que "justificaria" o seu uso, pois faz bem ao coração. Mas, quais são os prejuízos e riscos que uma pessoa corre ao tomar vinho? (1) O álcool queima a mucosa bucal podendo causar câncer, (2) o álcool pode perverter o juízo, (3) o indivíduo pode perder o autocontrole e tornar-se um alcoólatra. Faz bem ao coração? Sim, mas quanto mal pode fazer para a saúde? Quanto risco pode trazer? Portanto, mais uma vez, alguns usam o fato de que flavonóide faz bem ao coração para justificar o consumo do vinho! O que pode ser substituído pelo vinho? O próprio suco de uva integral! O que mais pode fazer bem para o coração? Exercícios físicos, alimentação equilibrada, etc. Contudo, o ser humano não está disposto a pagar o preço para se obter uma boa saúde e, assim, prefere continuar seu hábito que pode proporcionar grande prazer à custa da saúde. 
“Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado” (1 Coríntios 3:16 e 17).

por Hudson Cavalcanti, colunista do Site Bíblia e a Ciência

Deus endureceu o coração de faraó?



Se Deus foi o culpado pelo “endurecimento do coração de faraó”, Ele se tornou o responsável pelo pecado e, portanto, o diabo pode se desculpar para não enfrentar o juízo.

Êxodo 7:3 pode ser entendido com duas informações:

1) Uma bíblica

2) Outra cultural.

A informação bíblica vem de Êxodo 7:13, 8:19, 9:7, 34, 13:15. Esses textos afirmam que faraó se endureceu.

A informação cultural que nos ajuda na interpretação é de que os hebreus, por não fazerem uma separação entre o que Deus fazia (o bem) e não fazia (o mal), apresentavam a Deus como o responsável por tudo o que acontecia no mundo. Era comum eles apresentarem a Deus “fazendo coisas que, na verdade, Ele não impede de acontecerem”.

Unindo as duas informações, podemos concluir que em Êxodo 7:3, quando a Bíblia afirma que “Deus endureceu o coração de faraó”, Moisés usa um idiomatismo hebraico. É simplesmente uma maneira hebraica de dizer que Deus permitiu que faraó se endurecesse.

O endurecimento de Deus nunca é direto, mas, indireto. E isso, não por culpa dEle. Quando o Espírito atua no coração, a pessoa pode aceitar ou ficar mais endurecida ainda. Nesse sentido, indiretamente Deus pode endurecer o coração de alguém. Porém, a culpa não é de Deus, mas, do pecador que se rebela contra a Palavra dEle e se torna ainda mais endurecido.

O desejo de Deus é sempre que o pecador – por mais perverso que seja – se arrependa e tenha a vida eterna:

“Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? — diz o SENHOR Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva? Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei.” (Ez 18:23, 32).

[Veja a incoerência do calvinismo: Deus "endurece" alguém e, ao mesmo tempo, pede para a pessoa se converter! Como alguém pode acreditar numa coisa dessas?]

Deus atua no coração, mas, sem forçar (Ap 3:20). Por isso, a Bíblia diz que a salvação é dada “a quem quiser” (Ap 22:17). Isso é possível por que, de acordo com Gênesis 3:15, Deus colocou uma inimizade entre o ser humano e satanás, de modo que, apesar de estarmos totalmente depravados (Rm 3), pela graça de Deus podemos exercer as nossas escolhas (Js 24:15).

Os que creem na predestinação determinista usam Êxodo 7:3 (entre outros textos) e reinterpretam estes versículos supracitados (que são claros) para ensinar que Deus, através de Sua predestinação, exclui alguns da vida eterna.

Através de um breve estudo do texto, contextualizando-o (1) com todas as declarações bíblicas sobre a atitude rebelde de faraó e (2) com os demais textos bíblicos que mostram ser desejo de Deus que cada pecador se converta, não restam dúvidas de que o determinismo é insustentável.

Os filhos de Deus não podem aceitar uma doutrina (predestinação determinista) que denigre o caráter de Deus e é totalmente contrária a todo o plano de salvação que oferece a cada pecador a oportunidade de ser salvo, caso aceite a Jesus Cristo como Salvador e Senhor (Jo 3:16; 3:36; Rm 10:9).

Graças a Deus há muitos calvinistas sinceros que têm abandonado tal heresia e encontrado o verdadeiro significado do evangelho!

Leandro Quadros.

Como compreender Daniel 9 e as 70 semanas?



Aos 30 anos de idade, começando Seu ministério no ano 27 d.C., Jesus cumpre uma das mais lindas profecias de tempo que predizia o tempo de Sua unção (Seu batismo em 27 d.C.), o ano de Sua morte e o fim do tempo determinado para a nação de Israel como representante de Deus aqui na terra. Isso aconteceu com o apedrejamento de Estevão no ano 34 d.C., mas, de onde vieram todas essas datas precisas? 
Vejamos o capítulo 9 de Daniel versos 24 a 29:
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.”
Em profecia, 1 dia representa 1 ano literal (veja Ezequiel 4:6-7; Números 14:34). Setenta semanas representam 490 anos literais. Qual é a data que marca o início desse período profético? O verso 25 responde: Sabe e entende: “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”. Isso sucedeu quando Artaxerxes, rei da pérsia decretou a reconstrução de Jerusalém no ano 457 a.C. (ver Esdras 6:14 e 7).
A reconstrução do templo levaria 7 semanas, ou seja, 49 anos. O início da reconstrução aconteceu no ano 457 a.C. e terminou em 408 a.C. (total de 49 anos ou 7 semanas).

457 – 49 = 408 a.C.

A profecia nos diz então que depois das primeiras 7 semanas (ou 49 anos), mais 62 semanas (ou 434 anos) seriam necessárias para o batismo de Jesus (até ao Ungido) que aconteceu no ano 27 d. C. Faça as contas. Já estamos no ano 408 a. C., ao término da reedificação de Jerusalém. Até ao Ungido, mais 62 semanas ou 434 anos. Vejamos o cálculo:
408 – 434 = – 26 

Contudo, esse cálculo não conta o primeiro ano que começa com zero. Portanto deve ser adicionado mais um ano ao cálculo, o que nos leva ao número ano 27, data do batismo de Cristo. De acordo com o texto, seriam necessárias 7 semanas mais 62 semanas para “ungir o Santo dos Santos”. Outra forma de fazer o cálculo é somar 62+7 que é igual a 69 semanas, ou 483 anos. Calcule então. Vamos pegar a data inicial da profecia, ano 457 a.C. e subtrair 483, levando em conta o primeiro ano que não é contado. 

457 – 483 = – 26 (mais 1 referente ao primeiro ano nos leva a 27 d. C.

Esta foi a data do batismo de Jesus. Tudo isso era necessário se cumprir, pois estava predito por Daniel 500 anos antes. A profecia ainda fala de uma semana e que na metade da semana Ele “fará cessar o sacrifício” (Daniel 9:29). Metade de uma semana são três dias e meio ou três anos e meio, profeticamente. Portanto a profecia faz alusão à morte de Cristo que aconteceu no ano 31 d.C., na metade da semana, fazendo cessar o sacrifício: “E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo” (Marcos 15:38).
Mas ainda faltam três anos e meio para completar a semana profética. Esses três anos e meio era um tempo para o povo judeu que acabou em 34 d. C. E qual acontecimento marca o final do período das 70 semanas ou 490 anos? Estevão foi apedrejado em 34 d.C., e a partir dessa data a igreja de Deus, como uma continuação do judaísmo, passou a representar Cristo e a proclamar as Boas Novas de salvação em Jesus.
Portanto, Daniel 9 revela com precisão datas importantíssimas, confirmando o caráter profético das Escrituras e sua confiabilidade.

por Hudson Cavalcanti, parceiro do Site Bíblia e a Ciência

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Os discípulos foram batizados?



Realmente a Bíblia não menciona em nenhum lugar que os discípulos tenham sido batizados, mas há alguns relatos interessantes com os quais podemos tirar algumas conclusões importantes.
Em primeiro lugar, não há dificuldade nenhuma para crer que Paulo tenha sido batizado por Ananias (Atos 22:16). Inclusive Paulo explica de forma muito clara o profundo significado do batismo em sua carta à igreja de Roma no capítulo 6. Portanto concluo que esse era um ensinamento, primeiramente de Cristo (Mateus 28:19) e uma prática apostólica com aqueles que aceitavam o Evangelho. 
Outro texto importante é o de 1 Pedro 3:20 e 21 que faz uma alusão ao dilúvio e àqueles que foram salvos "por meio da água" (ver verso 20). 
As águas do dilúvio que sepultaram os pecadores que "desobedeceram" nos dias de Noé, foram o meio para salvar aos que estavam dentro da arca de salvação, e assim se lhes conservou a vida. A possível razão para Pedro referir-se a esse episódio é uma lição que pode ser deduzida, pois da mesma maneira que no passado "foram salvos por meio da água", assim também o "batismo agora nos salva". O batismo é um símbolo da morte e ressurreição de Cristo que indubitavelmente deve significar a morte para o pecado e o ressurgimento em novidade de vida para uma nova vida em Cristo. 
Cremos que os apóstolos conheciam as palavras de Jesus, Marcos 16:16, e concluímos que todos eles foram batizados (1 Coríntios 10:1 e 2).

por Hudson Cavalcanti, colunista do Site Bíblia e a Ciência

Senhor, Perdoa-me

Por que devo pregar o evangelho?


Paulo diz, em Romanos 2:14-16, que os gentios serão julgados por aquilo que a consciência lhes disse. E que eles “servem de lei para si mesmos” (Rm 2:14). Então, por que pregar o Evangelho às pessoas? Precisariam um indígena, um pagão africano ou um budista, por exemplo, ouvir o evangelho para ser salvo? 


Essa é uma questão que intriga muitos cristãos. Mas, com base na Bíblia, podemos ver pelo menos dez razões para cumprir o “Ide” de Cristo. Devo pregar o Evangelho porque:

1. Cristo ordenou. “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19). Uma vez que Ele mandou, deve haver razões para isso. Do contrário, Ele não teria mandado.

2. Contribui para a minha própria salvação. “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2:12), é o conselho do apóstolo Paulo. Ao pregar para os outros sobre a vida eterna, eu mesmo não desejarei ficar fora dela.

3. O Evangelho apresenta um correto conceito sobre Deus, que, acima de tudo, é amor. “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1Jo 4:8). O conceito de um Deus que ama Suas criaturas a ponto de morrer por elas não está presente nas religiões pagãs. Mesmo entre oscristãos, muitos veem Deus como um ser duro, juiz severo, pronto a punir pelo menor erro cometido.

4. Com a pregação do Evangelho, começa a restauração da imagem de Deus em quem o aceita: “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como fi lhos da luz” (Ef 5:8). “E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas” (Cl 1:21). Pela aceitação do Evangelho, a imagem de Deus já começa a ser restaurada no ser humano e há grande melhora na qualidade de vida de quem o aceita: canibais se tornam seres ternos e amáveis; pessoas sujas, doentes e quase sem nenhuma higiene se tornam limpas e saudáveis; o medo dos deuses e dos espíritos dá lugar à adoração a Deus pelo amor, etc.

5. A pregação do Evangelho prepara o mundo para o fim: “E será pregado este Evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”(Mt 24:14). Obviamente, Deus não ficará como nosso refém quanto a vir ao mundo somente quando pregarmos o Evangelho. Se não o fizermos, Ele empregará outros meios e outras pessoas. O fato é que a pregação do Evangelho preparacas pessoas para os eventos finais da história deste mundo.

6. A pregação do Evangelho é a regra pela qual as pessoas conhecem o plano da salvação e podem ser salvas: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:19, 20). Um indígena ou pagão que morre sem conhecer o Evangelho será salvo ou se perderá de acordo com a luz que teve quanto ao certo e errado (Rm 2:14, 15), mas essa é a exceção ao plano normal de Deus quanto à salvação. A exceção só confirma a regra.

7. Ajuda-me a ser altruísta e a cumprir o mandamento “Amarás o teu próximo, como a ti mesmo” (Mc 12:31). O que desejo para mim (salvação, vida eterna, uma pátria celestial, reencontro com os entes queridos mortos, etc.) devo desejar também para meu semelhante.

8. Faz-me empático e parecido com Deus, o qual “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2:4). Ao pregar, engajo-me na mesma obra salvífica de Deus. Que privilégio o dos pregadores do Evangelho!

9. Pela pregação do Evangelho, o reino de Cristo invade o reino de Satanás, limitando, e mesmo quebrando, o poder desse inimigo sobre os pecadores. “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor” (Cl 1:13).

10. A palavra de um pecador convertido tem mais credibilidade para outro pecador do que as palavras de um anjo de Deus, pois anjos não conhecem, por experiência, as lutas, tentações e limitações de um ser humano. São os seres humanos que devem ser “embaixadores de Deus”. “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (2Co 5:20). Também somos “carta de Cristo”: “Estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações” (2Co 3:3). O papel de “embaixador” e “carta” é dado aos seres humanos, e não a anjos, que nunca pecaram.

Como está você no assunto da pregação do Evangelho? Engajado? Se não, por quê? A verdade é que Deus não tem outra boca a não ser a nossa, outros pés que não os nossos, outras mãos que não as nossas. Ele poderia pregar o Evangelho mais rapidamente e melhor por outros meios, mas Ele prefere contar com você. 

Ozeas C. Moura - Doutor em Teologia Bíblica

Apocalipse 18:8 – tempo literal ou profético?



Alguns creem que se trata de tempo profético, e que, portanto, representa um ano literal; mas outros consideram que o anjo está realçando o aspecto repentino e inesperado das "pragas" que cairão sobre a Babilônia simbólica, especialmente por seu falso sentido de segurança (vers. 7); ou ainda está falando de um lapso de tempo indefinido. 
Em vista do que se diz sobre o mesmo acontecimento ocorrer em "uma hora" (vers. 10, 17, 19), parece preferível a segunda explicação (ver Jeremias 50: 29, 31). Ademais, o tempo dos verbos que acompanham as palavras "dia" e "hora" (Apocalipse 18: 10) sugere bem mais “um momento” do que “um período”, e, portanto, parece muito mais uma ênfase sobre o repentino e inesperado aspecto das pragas do que a duração. (Isaías 47: 9, 11; Jeremias 50: 31; 51: 8). 
Um “período de tempo" pode ser de um ano, de um mês, ou de um dia. “Hora”, “tempo” em Mateus 14:15;18:1; Marcos 6:35; Lucas 2: 38; João 16:2, 4, 25; 2 Coríntios 7: 8; Filemon 15; 1 João 2: 18; Apocalipse 14: 15 traduz-se como “pouco tempo”; em 1 Tessalonicenses 2:17 “breve tempo”; em Marcos 11:11 “entardecia”. É óbvio que o significado de hora deve ser determinado em cada caso pelo contexto.
Alguns usam o termo “hora” do capítulo 17 verso 12 como um tempo profético, o que representaria um lapso literal de umas duas semanas; mas o contexto parece indicar algo distinto. Reconhece-se geralmente que no capítulo 18 há uma explicação mais detalhada dos fatos descritos no capítulo 17:12-17; mas o lapso designado como “um dia” no capítulo 18 verso 8 também é chamado “uma hora” nos versos 10, 17, 19, de onde pode ser deduzido que a Inspiração se propôs a indicar um período breve sem especificar sua duração exata. Pelo que foi exposto, parece preferível entender a expressão “uma hora” do capítulo 17 verso 12 como um período breve, indeterminado.
Os lapsos de tempo mencionados nas passagens proféticas nem sempre designam o que comumente se conhece como tempo profético. Os sete anos de fome preditos por José, por exemplo, foram anos literais (Gênesis 41:25-31), da mesma forma os 40 anos de peregrinação preditos em Números 14:34. 
O mesmo pode ser dito dos 400 anos de Gênesis 15:13, dos 70 anos de Jeremias 25:12; 29:10, e dos 1.000 anos de Apocalipse 20:4.
Portanto, o termo “dia” ou “hora” pode ser melhor entendido como um período de tempo indeterminado, ou breve período de tempo indeterminado.


por Hudson Cavalcanti, colunista do Site Bíblia e a Ciência

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Que tipo de vinho Paulo pediu que Timóteo bebesse?


Em 1 Timóteo 5:23 Paulo dá um conselho a Timóteo para que bebesse “um pouco de vinho”. É apenas suco de uva ou é vinho alcoólico? 


Esse texto do apóstolo Paulo tem sido frequentemente usado por aqueles que desejam fazer a Bíblia apoiar o uso de bebidas alcoólicas. Alguns chegam a dizer que o problema seria a ingestão de “muito” vinho; sendo que “um pouco” não seria problema. Mas o que realmente Paulo teria aconselhado Timóteo a fazer?

Primeiramente, deve-se notar o contexto no qual está inserido o texto (1Tm 5:23). Ele está na seção “Conselhos”, que vai de 1 Timóteo 4:7–5:23, sendo o último verso de uma série de conselhos dados pelo apóstolo Paulo. No caso do que foi dado a Timóteo, vê-se que se trata de uma recomendação a alguém com problemas de estômago e acometido por outras enfermidades não mencionadas. Então, o conselho tem que ver com uma situação médica e a um doente, e não aos membros da igreja indiscriminadamente.

Há basicamente duas hipóteses quanto ao vinho recomendado para as enfermidades de Timóteo: (1) Seria vinho alcoólico; (2) Seria vinho sem álcool, o puro suco de uva.

Às vezes, uma palavra no idioma original ajuda a esclarecer um texto bíblico, mas tal não acontece com 1 Timóteo 5:23, onde “vinho” é tradução da palavra grega “oinos” – palavra que tanto pode indicar vinho com álcool como vinho sem álcool.

Analisemos a primeira hipótese, a de que o vinho fosse alcoólico: essa hipótese estaria de acordo com uma ideia do tempo de Paulo, a de que o vinho fermentado era um medicamento útil na cura de várias doenças (R. N. Champlin, O Novo Testamento Interpretado, v. 5, p. 341). Se se tratasse de vinho fermentado, a ser ingerido como remédio, tal conselho se assemelha ao que aparece em Provérbios 31:6: “Dai bebida forte [shekar] aos que perecem e vinho [yaîn], aos amargurados de espírito”. Esses que estavam “perecendo” (doentes terminais), certamente estavam “amargurados de espírito”, ou seja, preocupados consigo mesmos e com o futuro de seus familiares, e deviam tomar alguma coisa que anestesiasse a dor. Note que também aqui o conselho é dado a doentes, e não a pessoas sadias.

Passemos, agora, à segunda hipótese: O vinho seria sem álcool, o puro suco de uva. Essa hipótese levanta um questionamento, o de que Timóteo já devia beber suco de uva não fermentado, pois o mesmo não é condenado pela Escritura. 

Se aceitamos a hipótese de que o vinho recomendado por Paulo era sem álcool, então Timóteo devia estar seguindo uma dieta tipo “nazireu”, ou seja, não beber ou comer nada que viesse da videira, como a prescrita em Números 6:3: ”Abster-se-á de vinho e de bebida forte; não beberá vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte, nem tomará beberagens de uvas, nem comerá uvas frescas nem secas”. Se for esse o caso, Timóteo devia estar sendo influenciado pelos hereges gnósticos, com suas regras ascéticas e dietéticas (ver 1 Tm 4:3; Cl 2:21-23), seguidas para impressionar os demais membros da igreja. Paulo os denuncia como tendo “aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético” (Cl 2:23).

Paulo, então, estaria dizendo a Timóteo que suco de uva seria benéfico ao seu estômago, de preferência à água muitas vezes de qualidade duvidosa e contaminada, como acontecia já naqueles dias. “Nos dias de Paulo, como agora, a água em muitas localidades não era segura para o uso. Doenças físicas, como a disenteria, frequentemente estavam relacionadas com água contaminada, sendo de comum ocorrência. Consequentemente, outras maneiras de matar a sede eram frequentemente recomendadas” (SDA Bible Commentary, v. 7, p. 314). Nesse caso, vinho (suco de uva) seria preferível à água impura (J. N. D. Kelly. I e II Timóteo e Tito, p. 123).

Como vimos, se Paulo tivesse recomendado vinho alcoólico a Timóteo, estaria receitando um remédio (ao menos se pensava assim em sua época), a alguém doente. E isso não deve servir de justificativa para seu uso por alguém sadio.

Se, ao contrário, Paulo recomendou suco de uva não fermentado, teve o propósito de que Timóteo evitasse água contaminada, que agravaria ainda mais seu problema de estômago e suas “frequentes enfermidades”.

Em conclusão, dizemos que seguro mesmo é ficar longe das bebidas alcoólicas. A Bíblia as descreve como “alvoroçadoras” (Pv 20:1), causadoras de ais, pesares, rixas, queixas, feridas sem causa, olhos vermelhos (23:29).

Ozeas C. Moura - Doutor em Teologia Bíblica

O que é o período intertestamentário?



Entre a última parte do Antigo Testamento e o início da narrativa do Novo Testamento há um período de aproximadamente quatro séculos, chamado de período intertestamentário, considerado por muitos como um “período de silêncio”, pois não temos nenhuma obra inspirada, ou registro profético. Houve muitos acontecimentos que transformaram o cenário político, social e religioso de Israel durante esse período. 
Durante o quarto século a. C. os judeus viveram sob o domínio Persa, que não interferiu na religião judaica. Foi em 457 a. C. que Artaxerxes decretou a reconstrução de Jerusalém, restabelecendo-a como CIDADE CAPITAL. 
A unificação dos gregos e macedônios fez surgir um império forte e poderoso, que sob a liderança de Alexandre o Grande, derrotou o rei persa e o seu exército na batalha de Arbela em outubro de 331. 
Alexandre, conhecedor da filosofia grega e discípulo de Aristóteles, empenhou-se por conquistar todo mundo antigo e exigiu que a cultura grega fosse espalhada por todo território conquistado. Como os judeus estavam sob o domínio dos gregos, havia uma forte tendência de humanização e corrupção dos valores e conceitos da religião de Israel. Embora Israel desfrutasse de liberdade religiosa, essa realidade durou até o aparecimento de Antíoco Epines IV, um dos sucessores do império selêucida que perseguiu os judeus, profanou o templo de Jerusalém em 168 a.C. e interrompeu o sacrifício diário do templo, erigindo altares idólatras na frente do templo para o sacrifício de porco. Queimou algumas edificações e destruiu parte dos muros da cidade, isso gerou muito conflito entre os judeus, sentimento de revolta e desencadeando muita instabilidade e conflito, como a revolta dos acabeus, que conseguiu restabelecer a ordem e o serviço do templo em 165 a.C. 
Em 63 a.C., Pompeu de Roma conquistou a palestina dando fim ao reinado Macabeu e colocando toda a Judéia sob o domínio de César (imperador Romano). Foi no ano 40 a.C. que se iniciou a dinastia herodiana, pois Herodes ganhou o favor de Antônio e Otaviano, que na época tinham aliança, e o senado votou unanimemente Herodes como rei da Judéia. Ele não foi aceito pelos judeus, houve conflitos e resistência, mas logo estava no trono de uma cidade em ruínas e de uma nação que o odiava. 
Nesta época as culturas gregas, romanas e judaicas estavam misturadas. Havia um sincretismo religioso muito grande, e os israelitas aguardavam uma libertação. Acreditavam ser o povo escolhido e criam que Deus enviaria um libertador para escaparem do jugo Romano. Roma havia ampliado suas estradas e rotas comerciais, com um sistema político bem avançado. Os gregos haviam contribuído com a língua que era vastamente falada. O palco estava montado, o cenário preparado, essa era a “plenitude do tempo... [em que] Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher” (Gálatas 4:4). Todo ambiente contribuiria para a pregação do evangelho, mas foi sob o domínio dos Romanos que Jesus foi condenado, morto, mas ressuscitou e hoje vive. 
Essas sãos as boas novas decorrentes da vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
por Hudson Cavalcanti, parceiro do Site Bíblia e a Ciência

Para me tornar adventista preciso crer em Ellen White?

Evidências Inglaterra - TV Novo Tempo

domingo, 4 de novembro de 2012

Jesus teve "irmãos"?


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Um dia desses, um conhecido e copiado pregador neo-pestecostal da televisão disse mais uma de suas "pérolas" teológicas.

Falando sobre Maria, mãe de Jesus, o pregador (que prefere não ser chamado de "pastor"), disse que Maria teve vários filhos além de Jesus, e apresentou o seguinte texto em apoio ao seu pensamento:

"Muita gente estava assentada ao redor dele e lhe disseram: Olha, tua mãe, teus irmãos e irmãs estão lá fora à tua procura" (Marcos 3:32).

De um modo geral, os evangélicos crêem que estes "irmãos e irmãs" eram mesmo filhos de Maria, sendo Jesus seu "primogênito".

Já os católicos, devido à "mariolatria", não aceitam esta tese e dizem que os "irmãos", na verdade, eram "primos" de Jesus. Para isso, fazem um malabarismo hermenêutico com o termo grego ADELPHOS. Aliás, a igreja romana defende que Maria não só permaneceu virgem mesmo depois do parto de Jesus, mas que já era "imaculada" desde sua própria concepção, ou seja, que a avó materna de Jesus já concebeu Maria de forma miraculosa, e transmitiu uma "carne santa" àquela que seria a "Mãe de Deus", segundo os católicos. Para completar o rol de tradições dogmáticas, os católicos agora também acreditam que Maria foi "assunta", em vida, ao Céu, e que de lá intercede em favor dos seus "filhos", como a "Mãe de Todos".

Para os Adventistas do 7º Dia, nenhuma destas explicações está correta, pois os "irmãos de Jesus" eram mesmo Seus irmãos, porém apenas por parte de José. Ou seja, os Adventistas crêem que Maria teve apenas Jesus como filho (apesar de ela ter permanecido em relacionamento conjugal completo com José, seu esposo - cf. Mat. 1:25), e que os "irmãos e irmãs" do Senhor eram filhos de José, de relacionamento(s) anterior(es) ao casamento com Maria.

E de onde tiramos esta compreensão?

1. A maneira como os irmãos de Jesus O tratavam (cf. João 7:3-10).

Nesta conhecida ocasião, os Seus irmãos querem impor sobre Ele a maneira como deveria conduzir Seu ministério de pregação. Jesus prontamente rejeita as orientações deles, e determina que eles deveriam ir sozinhos à festa judaica. Porém o texto mostra que Jesus estava querendo deixar claro que era Ele, e Ele apenas, que dava a direção à Sua missão, pois logo que Seus irmãos se retiram, Ele vai para a festa. É como se Ele dissesse: "Vou porque quero ir, e não porque vocês estão Me mandando ir".

Este comportamento dos irmãos de Jesus, e Sua maneira de confrontá-los neste episódio, demonstra que Ele não era o irmão mais velho da família, pois os irmãos menores, na cultura paternalista judaica, não tinham autoridade para darem ordens ao primogênito. O exemplo clássico desta manifestação cultural foi a reação que os irmãos de José (e seu próprio pai) tiveram aos seus sonhos (cf. Gên. 37:7-10).

2. A atitude de Jesus no momento da Cruz (cf. João 19:25-27).

Se Maria tivesse outros filhos, de modo algum Jesus a teria deixado sob os cuidados de João, o discípulo amado. O texto mostra claramente que Maria, agora viúva e sem seu único filho, ficaria desamparada na sociedade machista de sua época. Para protegê-la, Jesus pede que Seu apóstolo mais querido cuide dela, o que é prontamente atendido.

Também no Antigo Testamento encontramos diversos relatos que comprovam a determinação cultural de que um irmão deveria assumir as obrigações de outro que falecesse. Caso Maria tivesse mesmo outros filhos além de Jesus, como defendem os evangélicos, então a preocupação de Jesus em Seus minutos finais teria sido totalmente infundada (cf. Gên. 38:8; Deut. 25:5-10).

Se não bastassem estas fortes evidências na própria Bíblia, ainda temos as declarações do Espírito de Profecia, conforme o Senhor revelou a Ellen White:

"Desde mui tenra idade, começara Jesus a agir por Si na formação de Seu caráter, e nem mesmo o respeito e o amor aos pais O podiam desviar de obedecer à Palavra de Deus. "Está escrito", era Sua razão para cada ato que destoasse dos costumes domésticos. A influência dos rabinos, porém, tornou-Lhe amarga a vida. Mesmo na mocidade teve que aprender a dura lição do silêncio e da paciência no sofrimento.

Seus irmãos, como eram chamados os filhos de José, tomavam o lado dos rabinos. Insistiam em que a tradição deveria ser atendida, como se fossem ordens divinas. Consideravam até os preceitos dos homens como mais altos que a Palavra de Deus, e ficavam sobremaneira aborrecidos com a clara penetração de Jesus em distinguir entre o falso e o verdadeiro. Sua estrita obediência à lei de Deus, condenavam como obstinação. Ficavam surpreendidos do conhecimento e sabedoria que revelava em Suas respostas aos rabis. Sabiam que não recebera instruções dos sábios e, no entanto, não podiam deixar de ver que era para eles um instrutor. Reconheciam que Sua educação era de mais alta ordem que a deles próprios. Não discerniam, entretanto, que havia tido acesso à árvore da vida, fonte de saber para eles desconhecida" (DTN, pág. 86).

"Os filhos de José longe estavam de ter simpatia pela obra de Jesus. As notícias que lhes chegavam aos ouvidos acerca de Sua vida e trabalhos, enchiam-nos de surpresa e terror. Ouviram que dedicava noites inteiras à oração, que durante o dia era oprimido por grande quantidade de gente, e não Se permitia sequer o tempo necessário para comer. Os amigos achavam que Se estava consumindo por Seu incessante labor; não podiam explicar a atitude que tinha para com os fariseus, e alguns havia que receavam pelo equilíbrio de Sua razão.

Isso chegou aos ouvidos de Seus irmãos, bem como a acusação dos fariseus de que Ele expulsava demônios pelo poder de Satanás. Sentiram vivamente a vergonha que lhes sobrevinha devido a seu parentesco com Jesus. Sabiam que tumulto Suas palavras e obras ocasionavam, e não somente se alarmavam com as ousadas declarações dEle, mas ficavam indignados com a acusação que fazia aos escribas e fariseus. Resolveram persuadi-Lo ou constrangê-Lo a deixar esse método de trabalhar, e induziram Maria a unir-se a eles, pensando que, em vista de Seu amor por ela, poderia conseguir levá-Lo a maior prudência" (DTN, pág. 321).

"Quando os filhos de José faziam seus preparativos para assistir à festa dos tabernáculos, viram que Cristo não dava nenhum passo que Lhe indicasse a intenção de a ela assistir. Observavam-nO com ansiedade. Desde a cura de Betesda, Ele não concorrera mais às reuniões nacionais. Para evitar inúteis conflitos com os chefes em Jerusalém, restringira Seus labores à Galiléia. Seu aparente desprezo das grandes assembléias religiosas e a inimizade para com Ele manifestada pelos sacerdotes e rabis, eram causa de perplexidade para os que O rodeavam, mesmo os próprios discípulos e parentes. Acentuara em Seus ensinos as bênçãos da obediência à lei de Deus e, não obstante, parecia Ele próprio ser indiferente ao serviço divinamente estabelecido. O misturar-Se com publicanos e outros de má reputação, Seu menosprezo pelas observâncias dos rabis e a liberdade com que punha de lado as exigências tradicionais quanto ao sábado, tudo parecendo colocá-Lo em antagonismo com as autoridades religiosas, despertava muita indagação. Seus irmãos pensavam ser um erro de Sua parte alienar de Si os grandes e doutos da nação. Achavam que esses homens deviam ter razão, e que era erro de Jesus colocar-Se em oposição aos mesmos. Tinham, porém, testemunhado Sua vida irrepreensível e, conquanto não se classificassem entre Seus discípulos, haviam sido profundamente impressionados por Suas obras. A popularidade dEle na Galiléia aprazia-lhes às ambições; ainda esperavam que desse um testemunho de poder que levasse os fariseus a ver que era o que pretendia ser" (DTN, pág. 405).

Conclusões

1. Maria teve apenas Jesus como filho.

2. Ela não permaneceu virgem, pois a Bíblia diz que José a "conheceu" depois do nascimento de Jesus.

3. Os irmãos e irmãs de Jesus eram filhos de José apenas, sendo, portanto, mais velhos que Jesus.

Se você ainda não leu o livro DESEJADO DE TODAS AS NAÇÕES, não sabe o que está perdendo! Este livro maravilhoso vai mudar sua vida com Deus.

"e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32).

Autor: Prof. Gilson Medeiro

Quando começou a graça?


Há alguns meses, um famoso pregador pentecostal da atualidade, que mantém um programa diário em horário nobre na TV, disse que a graça só começou a existir depois de Jesus. Segundo ele, antes de Jesus não havia graça no mundo. Para confirmar sua declaração, o aclamado missionário citou o seguinte verso do Evangelho de João: 

"Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo" (1:17).

Mas... há algum fundo de verdade nisso? 

Primeiramente, precisamos definir o que é a graça divina. 

Uma passagem bíblica chave para entendermos o que significa a graça é a seguinte: 

"pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus" (Rom. 3:23-24).
Vemos que, para Paulo, a graça era a resposta de Deus ao problema do pecado, ou seja, para o pecador arrependido, o Senhor concede um "perdão" especial, uma "absolvição" legal da condenação do pecado. Para o filho de Deus que foi revestido pela "graça" não há mais penalidade dos pecados passados, pois o Senhor Jesus pagou o preço por todos eles ao derramar Seu sangue, inocente, no Calvário. Paulo ainda acrescenta que esta "graça" divina para o pecador é concedida gratuitamente, ou seja, NADA do que o homem faça ou deixe de fazer pode "comprar" este dom precioso de Deus em seu benefício.
No site Bibliaonline, mantido por Adventistas, encontramos também a seguinte definição para a graça:
"No N.T. é aquele favor que o homem não merece, mas que Deus livremente lhe concede - algumas vezes é posta em contraste com a lei (Rm 6.14) - e também exprime a corrente de misericórdia divina, pela qual o homem é chamado, é salvo, é justificado, e habilitado para viver bem e achar isso suficiente para ele (Gál. 1.15 - Efés. 2.8 - Rom. 3.24 - 1Cor. 15.10 - 2Cor. 12.9)".

Esclarecido, então, o que seja a graça, vejamos se há referências a ela no AT.
A Graça no Antigo Testamento

A passagem bíblica considerada por muitos como o primeiro "pacto" de salvação entre Deus e o homem é Gên. 3:15, quando o Senhor promete que, no futuro, o inimigo seria derrotado por um "descendente" da mulher. Isso nos mostra que desde o Éden já foi incutida no homem pecador a esperança de salvação para as consequências terríveis que o pecado traria sobre todos. 

Poderíamos também citar diversos exemplos de pessoas que foram "agraciadas" (rsrs) com o perdão divino, começando pelo próprio casal edênico e passando por personagens muito conhecidos, como por exemplo Abraão, Jacó, Moisés, Raabe, Sansão, etc. 

Mas, e a expressão "graça"? Encontramos ela no AT, com o mesmo sentido com que é tratada no NT? Na minha opinião, alguns dos mais significativos estão nos Salmos: 

"Volta-Te, SENHOR, e livra a minha alma; salva-me por Tua graça" (6:4). 

"No tocante a mim, confio na Tua graça; regozije-se o meu coração na Tua salvação" (13:5). 

"Não ocultei no coração a Tua justiça; proclamei a Tua fidelidade e a Tua salvação; não escondi da grande congregação a Tua graça e a Tua verdade. Não retenhas de mim, SENHOR, as Tuas misericórdias; guardem-me sempre a Tua graça e a Tua verdade" (40:10-11). É curioso como, aqui, o salmista usa o mesmo vocabulário usado por João no texto citado pelo pregador da TV... 

"e a Ti, Senhor, pertence a graça, pois a cada um retribuis segundo as suas obras" (62:12). 

"Porque a Tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios Te louvam" (63:3).



"Bendito seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a Sua graça" (66:20). Este é o meu verso favorito de toda a Bíblia. 


"Quanto a mim, porém, SENHOR, faço a Ti, em tempo favorável, a minha oração. Responde-me, ó Deus, pela riqueza da Tua graça; pela Tua fidelidade em socorrer" (69:13). 


"Responde-me, SENHOR, pois compassiva é a Tua graça; volta-Te para mim segundo a riqueza das Tuas misericórdias" (69:16). 


"Porque o SENHOR Deus é sol e escudo; o SENHOR dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente" (84:11). 


"Justiça e direito são o fundamento do teu Trono; graça e verdade Te precedem" (89:14). 


"Ele é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades; quem da cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia" (103:3-4). 


E tantos outros... 


Pelo visto, alguém que não concordaria com o prezado pregador que mencionei acima era Davi. Afinal, ele foi um dos muitos personagens do AT que sabiam por experiência própria que a graça do Senhor já se manifestava naqueles dias. 


Portanto, neste início de semana, é importante saber que a GRAÇA não se iniciou com o ministério terrestre de Jesus, pois a graça, a misericórdia, o perdão... SEMPRE EXISTIRAM, desde quando o pecado passou a ser uma realidade na vida dos filhos de Deus. 


O que Jesus veio fazer foi dar uma revelação mais ampla, mais abrangente sobre este precioso dom divino. Conforme o Comentário Adventista de João 1:17, "João não tem o propósito de insinuar que era mau o sistema revelado por meio de Moisés, em comparação com o que agora era revelado por meio de Cristo, a não ser que, embora era bom o sistema de Moisés, o de Cristo é melhor (ver Heb. 7:22; 8:6; 9:23; 10:34). (...) Ao afirmar que a 'verdade' vem por meio de Cristo, João O identifica como a realidade que era assinalada por todos os símbolos e cerimônias do AT, que não eram mais que uma sombra dos bens vindouros. Em Cristo o símbolo acha seu cumprimento na realidade (Colos. 2:16-17). Em nenhum sentido João indicou que o sistema do AT era falso ou errôneo".
Louvado seja Deus, porque não nos deixa nas trevas em nenhum tema importante para nossa salvação! 


"Bendito seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a sua graça" (Salmo 66:20). 
Oh glória!
Por Gilson Medeiros

Quem representa o bode Azazel?



Os Adventistas são freqüentemente criticados, através de publicações preconceituosas e destituídas de embasamento bíblico, de fazerem de satanás um “co-redentor”, juntamente com Cristo, devido à interpretação que damos à figura do bode utilizado no serviço do santuário de Israel, no Dia da Expiação. Entretanto, um estudo coerente e livre de preconceitos mostrará que a Igreja Adventista está correta em sua interpretação acerca desse bode, chamado de AZAZEL. Vejamos...



O DIA DA EXPIAÇÃO

Lv 16:1-34 traz a descrição dos eventos que ocorriam no Dia da Expiação, que era o encerramento do calendário judaico, e a ocasião na qual se realizava uma “purificação” do santuário (v. 19).

O v. 5 declara que os dois bodes seriam tomados para servirem de oferta pelo pecado, porém os vv. 7-9 mostram que era feito um “sorteio” (heb. GOWRAL) para saber qual seria o bode que realmente seria utilizado no serviço de expiação. O v. 5 diz que os dois eram, inicialmente, tomados como oferta pelo pecado (heb. CHATTAAH), porque ainda não havia sido realizado o sorteio; por isso, a princípio, os dois eram apresentados como podendo ser o animal da oferta pelo pecado.

Os vv. 9-10 descrevem claramente que havia uma visível diferença na participação dos dois bodes, pois apenas um era oferecido como oferta, enquanto que o outro (o chamado AZAZEL, ou “bode emissário”) deveria ser levado ao deserto, para morrer por lá, sem ter seu sangue derramado no serviço do Dia da Expiação, no santuário. Ora, o próprio livro de Levítico esclarece que apenas pelo sangue se poderia fazer a expiação pelos pecados (17:10-12), por isso não se pode afirmar, com base bíblica, que o bode AZAZEL também seria um tipo de Cristo, pois o seu sangue não era derramado (cf. Hb 9:22).

Para deixar mais claro ainda, temos a límpida declaração do v. 20, que diz que apenas após ter “acabado” (heb. KALAH) o serviço da expiação pelos pecados, é que o bode vivo deveria ser trazido, ou seja, é evidente que ele não participava em nenhum momento da cerimônia de expiação.



Portanto, não é correto dizer que os Adventistas fazem de satanás um co-participando no plano de redenção, tomando-se como base para tão absurda declaração o nosso ensinamento sobre a figura de AZAZEL ser um símbolo de satanás, pois a Bíblia é bastante clara em afirmar que ele levará sobre seus ombros o peso de ter sido o mentor da destruição da raça humana, através do pecado (cf. Ap 20:1-10; 12:9-12; Lc 13:16; At 5:3; etc.).

Dos dois bodes, como vimos, apenas um tinha parte no plano da redenção esboçado no serviço do santuário – e este era aquele que derramava seu sangue, prefigurando ao sacrifício de Jesus na Cruz do Calvário.



Prof. Gilson Medeiros

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