sábado, 13 de outubro de 2012

Seria o Deus do Antigo Testamento carrasco e sedento por sangue?



“Ouviste o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque Ele faz nascer o Seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt 5:43, 44).

“Quando o Senhor, teu Deus, te introduzir na terra a qual passas a possuir, e tiver lançado muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderesosas do que tu; e o Senhor, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas aliança, nem terás piedade delas” (Dt 7:1-3).

Amor e destruição. Duas palavras que sumarizam os textos acima. O mais intrigante é que essas duas passagens descrevem o mesmo Deus. Alguns cristãos, no passado e atualmente, numa tentativa quase desesperada para solucionar essa gritante contradição, sugeriram que o Deus do Antigo Testamento é diferente dAquele que encontramos nas páginas do Novo Testamento. Enquanto o primeiro é caracterizado como violento, sanguinário e mau, o segundo é apresentado como amoroso, perdoador e bondoso.

Mas não são apenas determinados cristãos que veem o Deus de Israel como um Deus mau. Em anos mais recentes, alguns ateus têm se valido de certas partes das Escrituras hebraicas para reprovar o caráter de Deus, como é apresentado ali. Veja, por exemplo, o que o acadêmico de Oxford, Richard Dawkins, escreveu a respeito de Yahweh:

“O Deus do Velho Testamento é provavelmente o mais desagradável dos seres em toda a ficção. O ciúme e o orgulho do mesmo o leva a um mimado e imperdoável controle dos mais fracos com evidente sede de sangue e desejo de limpeza racial. Um machista, homofóbico, infanticida, genocida, filicida, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista, caprichoso e malevolente fanfarrão.”[1]

Deus é tudo isso? Para Dawkins, sim! Ele seria capaz de adicionar uma passagem bíblica em cada uma dessas descrições. A pergunta que surge não é outra senão: Como entender essas passagens do Antigo Testamento que dão margem para interpretações como a do cientista de Oxford? Abaixo, veremos dois exemplos de passagens relacionadas com a escravidão no território de Israel e a destruição dos cananeus.[2]

Leitura equivocada

Um erro grave cometido por Dawkins – e também por muitos cristãos atuais – é ler o Antigo Testamento como se ele tivesse sido escrito no século 21 e para nós, ocidentais. Ao lermos o texto bíblico, precisamos nos lembrar de que ele foi escrito no Oriente Médio, no 2º e 1º milênios antes de Cristo. Acredite, isso resolve muitos problemas! Em lugar de comparar leis e práticas de Levítico, Números e Deuteronômio com leis atuais, compare com os códigos de leis dos povos daquela região e época.

Ilustraremos isso com o caso da escravidão. Essa foi a primeira lei que Deus deu aos israelitas, quando eles saíram do Egito (cf. Êx 21:1-11). Na lei mosaica, sequestrar alguém para ser vendido como escravo era um crime punido com pena capital (Êx 21:16). Um escravo hebreu deveria trabalhar apenas seis anos para pagar sua dívida, sendo liberto no sétimo ano sem pagar nada (Êx 21:2). Além disso, ele deveria receber de seu proprietário alguns animais e alimentos para começar a vida novamente (Dt 15:13, 14).[3] Durante seu período de serviço, o(a) escravo(a) teria um dia de folga semanal, o sábado (Êx 20:10).

Notou alguma diferença entre a escravidão bíblica e aquela mantida em nosso país, há alguns séculos? A diferença também é significativa quando comparamos essas passagens bíblicas com o famoso Código de Hamurabi, rei de Babilônia, no 18º século a.C. Se algum escravo fugisse, ele deveria ser morto; enquanto que, em Israel, esse escravo deveria ser protegido (Dt 23:15, 16). Proteger um escravo fugitivo, em Babilônia, era uma grande ofensa, também punida com morte, como evidenciado nas leis 15-20 do referido código.[4]

Alguém pode questionar o motivo pelo qual Deus não aboliu a escravidão entre os israelitas. Lembre-se de que eles estavam inseridos numa cultura impregnada dessa prática. Mesmo que Deus a abolisse, isso não mudaria a forma como eles pensavam. A título de ilustração, imagine o árduo processo cultural para tornar a Arábia Saudita em uma democracia! Mesmo que essa mudança fosse feita, ainda levaria um bom tempo até que a mentalidade da nação fosse mudada. No entanto, a legislação israelita oferecia um tratamento muito mais humano para os escravos, colocando escravo e senhor em pé de igualdade (cf. Jó 31:13-15).    

Sedento por sangue?

Foi somente no século passado que a palavra “genocídio” foi criada pelo polonês Raphael Lemkin. Não existia uma palavra capaz de descrever o que Pol Pot fez no Camboja; Mao Tse-tung, na China; e Adolf Hitler, na Europa. Milhões de vidas foram exterminadas nesses e em outros genocídios.[5] Quando lemos textos como aquele de Deuteronômio, citado no início deste artigo, deveríamos colocar Deus nesse hall da fama sanguinário? Não. Há uma gigantesca diferença entre o que vemos no Antigo Testamento e aquilo que aconteceu no século 20.

Que motivos levaram Deus a punir as nações de Canaã? Abaixo veremos pelo menos quatro:

Sacrifícios humanos. A adoração entre os povos de Canaã não era tão inocente como alguns podem pensar. O culto ao deus Moloque, por exemplo, envolvia sacrifícios de crianças. Vestígios arqueológicos desse tipo de prática foram encontrados em Hazor, bem no centro de Canaã.[6] Alguns textos bíblicos sugerem que Salomão e Manassés podem ter participado desse tipo de prática (cf. 1Rs 11:7; 2Cr 33:5, 6). Em Levítico 20:1-3, Deus deixou clara Sua reação diante desse tipo de prática: pena de morte.

Homossexualidade. Aparentemente, a prática do homossexualismo não era condenada entre os povos do antigo Oriente Médio. Não dispomos de informações diretas da prática entre os cananeus, mas, no entanto, passagens como Levítico 18:3, 24-30, com sua condenação generalizada das práticas sexuais dos cananeus e dos egípcios, podem implicar que os habitantes de Canaã toleravam a prática do homossexualismo. Uma ideia mais clara pode ser obtida da história de Sodoma, em Gênesis 19.[7]

Incesto. Nos contos religiosos dos cananeus, Ba’al, uma divindade bem conhecida nas páginas do Antigo Testamento, mantinha relações sexuais com sua mãe, Asherah, sua irmã, Anat, e sua filha, Pidray, que também era sua esposa![8] Como uma doença degenerativa que se alastra aos poucos pelo corpo, o mesmo se dava com a prática do incesto naquela época. No Egito, por volta do 14º século a.C., se alguém tivesse um sonho incestuoso com sua mãe ou irmã, era sinal de bom presságio.[9]  

Bestialismo ou Zoofilia. Note a lei 199 de um código Hitita, povo que residia ao norte de Canaã, na atual região da Turquia: “Se um homem tem intercurso sexual com um porco ou cachorro, ele deverá ser morto. Se tiver intercurso com um cavalo ou mula, não há punição.”[10] Mas ainda existia espaço para mais bestialismo em Canaã. No texto “O ciclo de Ba’al”, essa divindade mantinha relações sexuais com uma vaca, e ela deu à luz um filho fruto dessa relação.[11] 

Por que Deus mandou que os israelitas destruíssem os cananeus?  Porque Ele odeia o pecado! Tal palavra soa estranha aos nossos ouvidos. Nossa visão quase romântica de Deus deixou espaço apenas para o amor e se esqueceu quase completamente de Sua justiça e santidade. Um leitor atual pode achar Elias severo demais matando 450 profetas de Ba’al (cf. 1Rs 18:40), ou Deus agindo com muita violência enviando pragas contra o Egito (cf. Êx 7-12). A verdade é que um Deus santo não pode suportar a maldade por muito tempo. De acordo com o profeta Habacuque, Ele não é capaz de olhar para o mal (cf. Hc 1:13).  Quem sabe nós consideremos essas e outras passagens agressivas demais porque ainda não descobrimos quão cruel e horrível é o mal.

Mas é necessário um equilibrio aqui. Apresentar somente a justiça e a santidade de Deus pode nos levar para uma compreensão quase tirana de Sua pessoa. É necessário vermos também os esforços dEle em favor dos cananeus. Deus enviou José para o Egito com o objetivo de salvar toda aquela região da fome que durou sete anos (cf. Gn 45:4-8). Além disso, os israelitas permaneceram no Egito por 400 anos com o objetivo de dar oportunidade para os cananeus se arrependerem de suas iniquidades (heb. ‘awon) (cf. Gn 15:16). Após saírem do país dos faráos e passarem 40 anos no deserto, até mesmo uma prostituta, Raabe, sabia o que Deus havia feito e o que Ele faria em Jericó e em todo o território de Canaã (cf. Js 2:9-13). Os cananeus sabiam que o juízo de Deus estava às portas. Note que Raabe foi poupada dessa destruição. Ela estava disposta a ser regenerada dessa cultura, assim como Deus estava disposto a salvar aqueles que demonstrassem profunda tristeza e mudança diante dos seus maus atos.

É possível ver aqui um traço do caráter de Deus revelado mais explicitamente no Novo Testamento. Em 2 Pedro 3:9, o apóstolo nos lembra de que o Senhor “não retarda a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, Ele é longânimo para convosco não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”. Assim como ocorreu com os cananitas, as oportunidades de arrependimento e salvação para um mundo cada vez mais contrário aos preceitos divinos estão chegando ao fim. Deus é amor, mas também precisa ser justo com Seus filhos. Amor e destruição? Não. Amor e justiça.

Quão bom é Deus? Ele mesmo respondeu, dizendo: “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até a terceira e quarta geração” (Êx 34:6, 7).

(Luiz Gustavo Assis é pastor adventista em Porto Alegre, RS)

Referências:

1. Richard Dawkins, Deus, um Delírio (São Paulo: Cia. das Letras, 2007), p. 31. Sam Harris também fez severas críticas ao Antigo Testamento em sua obra Carta a uma Nação Cristã (São Paulo: Cia. Das Letras, 2007).
2. Diversos materiais têm sido publicados sobre esses dois tópicos, entre eles: Paul Copan, Is God a Moral Monster? Making Sense the Old Testament God (Baker, 2011); Clay Jones, Killing the Canaanites: A Response to the New Atheism’ “Divine Genocide” Claims, disponível em http://www.equip.org/articles/killing-the-canaanites (acessado em 9/3/11); Stanley Gundry (ed.), Deus Mandou Matar? Quatro pontos de vista sobre o genocídio cananeu (São Paulo: Vida Nova, 2006); Roy Gane, “Israelite Genocide and Islamic Jihad”, Spectrum 34:3 (2006), p. 61-65.
3. Gary Rendsburg, The Fate of Slaves in Ancient Israel. Disponível em: http://www.forward.com/articles/2888/ (acessado em 9/3/11).
4. Eugene E. Carpenter, Deuteronomy, em Zondervan Illustrated Bible Backgrounds Commentary, ed. John Walton  (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2009), p. 1:496.
5. O matemático judeu David Berlinski cita duas páginas de estatísticas de massacres cometidos no ultimo século, em sua obra The Devil Delusion:Atheism and Its Scientific Pretensions (New York: Basic Books, 2009), p. 22-24.
6. E. E. Carpenter, Human Sacrifice, em The International Bible Encyclopedia, ed. Geoffrey W. Bromley (Grand Rapids: Eerdmans, 1988), p. 4:259. Para mais informações sobre os cultos a Moloque, ver George Heider, Moloch, em The Anchor Bible Dictionary, ed. David Noel Freedman (Doubleday, 1992), p. 4:895-898.
7. Gordon J. Wenham, The Old Testament Attitude to Homosexuality, Expository Times 102 (1991), p. 361.
8. William F. Albright, Yahweh and the Gods of Canaan: A Historical Analysis of Two Contrasting Faiths (Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 1968), p. 126.
9. Lise Manniche, Sexual Life in Ancient Egypt (London: Routledge, 1987), p. 100.
10. Harry A. Hoffner Jr., “Incest, Sodomy and Bestiality in the Ancient Near East”, in Orient and Occident: Essays Presented to Cyrus H. Gordon on the Occasion of His Sixty-fifth Birthday, ed. Harry A. Hoffner, Jr. (Neukirchen Vluyn, Germany: Neukirchener Verlag, 1973), p. 82.
11. Hoffner, Jr., p. 82.

Textos não inspirados na Bíblia?


A Bíblia ensina que toda a Escritura foi inspirada por Deus (2Tm 3:16). Mas em alguns trechos aparentemente é negada a inspiração divina (1Co 7:12, 25). Qual é a solução para essa aparente incoerência? – L. 

Resposta:

Em 1 Coríntios 7:10 a 13, o apóstolo Paulo escreve: “Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher. Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido” (Almeida, Revista e Atualizada).

Alguns cristãos, ao lerem esse texto bíblico, concluem que Paulo faz diferença entre as coisas que ele disse inspirado por Deus e outras que não passam de opinião pessoal. A respeito daquilo que é inspirado, ele diz: “não eu, mas o Senhor”. Sobre sua opinião, ele declara: “eu, não o Senhor”.

A declaração de Paulo em 1 Coríntios 7:10 a 13 parece contradizer vários outros textos escritos pelo apóstolo. No mesmo capítulo, Paulo argumenta que seus ensinos são dignos de confiança porque ele possuía “o Espírito de Deus” (v. 40). Na mesma epístola, ele diz: “Falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito” (1Co 2:13). O apóstolo sabia que seus ensinos eram a Palavra de Deus, pois declara: “Ao receberem de nossa parte a palavra de Deus, vocês a aceitaram, não como palavra de homens, mas conforme ela verdadeiramente é, como palavra de Deus” (1Ts 2:13). Além disso, Paulo diz que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (1Tm 3:16), e isso inclui o que ele mesmo escreveu (2Pe 3:16). 

Como entender essa aparente contradição? Afinal, Paulo emitiu ou não opiniões pessoais que não vieram de Deus?

Os primeiros cristãos usavam as palavras “o Senhor ordena” ou expressões semelhantes para mencionar ensinos dados por Jesus nos evangelhos. Apenas dois capítulos depois de 1 Coríntios 7, Paulo escreve: “Da mesma forma, o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho, que vivam do evangelho” (1Co 9:14). Essa é uma referência ao seguinte ensino de Jesus aos pregadores do evangelho: “Fiquem naquela casa, e comam e bebam o que lhes derem, pois o trabalhador merece o seu salário” (Lc 10:7; também citado por Paulo em 1Tm 5:18). Note que as palavras usadas são as mesmas: “ordeno, não eu, mas o Senhor” (1Co 7:10); “o Senhor ordenou” (1Co 9:14). As palavras são as mesmas também no texto original em grego: parangello (ordenar) e Kyrios (Senhor). É importante observar que, como regra, Paulo usa a palavra “Senhor” para Cristo, e não para Deus, o Pai (veja 1Co 4:5; 5:5; 6:14; 7:22; 8:6; 9:5; 11:20, 26, 27). Veja outro exemplo semelhante em 1 Coríntios 11:23-25. 

Seguindo essa prática, quando Paulo escreve “não eu, mas o Senhor”, ele menciona uma ordem explícita dada pelo Senhor Jesus nos evangelhos. O apóstolo cita os ensinos de Jesus sobre divórcio e novo casamento quase palavra por palavra (veja Mt 5:32; 19:3-9; Mc 10:2-12; Lc 16:18). Por outro lado, Jesus não havia dado nenhuma ordem sobre os cristãos que possuíam um cônjuge que não partilhava da mesma fé. É por isso que Paulo escreve: “digo eu, não o Senhor” (1Co 7:12). 

Devemos nos lembrar da mesma prática para entender 1 Coríntios 7:25, que diz: “Quanto às pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor, mas dou meu parecer como alguém que, pela misericórdia de Deus, é digno de confiança.” A respeito de virgens, Jesus também não havia deixado nenhum ensino. Nesse texto, a versão Almeida Revista e Atualizada usa a palavra “opinião”; mas a melhor maneira de traduzir é “parecer” (Nova Versão Internacional, Reina Valera-1995) ou “julgamento” (New International Version, American Standard Version, New King James Version). Paulo não estava emitindo apenas uma “opinião” pessoal, mas um “parecer” ou “julgamento” “digno de confiança” e inspirado por Deus.

Portanto, 1 Coríntios 7:12 não contradiz os textos que declaram que todos os ensinos de Paulo contidos na Bíblia são inspirados por Deus (1Co 2:13; 1Ts 2:13; 1Tm 3:16). Além disso, esse versículo não apoia a ideia de que alguns textos bíblicos são mera opinião do autor, sem inspiração de Deus.

Os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional, salvo outra indicação.

(Matheus Cardoso é editor associado da revista Conexão JA e editor assistente de livros na Casa Publicadora Brasileira; colabora na seção “Perguntas” do blog www.criacionismo.com.br)

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Retrato de Jesus



Gostaria de saber se o retrato ao lado foi pintado por solicitação de Ellen White após a visão que ela teve de Jesus ou se esse retrato já existia e se aproximava muito do que ela tinha visto durante as visões? Alguns dizem que essa imagem “se aproxima muito” da realidade, outros dizem que é exatamente o Salvador. Esse retrato já existia ou ela mandou alguém fazer? O que está certo afinal? – L.


Prezado irmão L., na legenda de outra cópia dessa foto, também disponível no Centro de Pesquisas Ellen G. White, é dito o seguinte: “Ellen G. White, quando visitava a Sra. Abbie Kellogg Norton, sempre contemplava na parede da sala um quadro de Jesus, de autoria de John Sartain, e comentava: ‘Sim, sim, ele parece o Salvador como me tem sido mostrado em visão – é o mais semelhante do que qualquer outro que tenho visto.’”

Nesse texto, você tem a resposta para suas duas perguntas. Em primeiro lugar, o quadro foi produzido por John Sartain. Ele não era adventista e não realizou a obra por influência de Ellen White. Veja mais sobre a vida dele aqui. Em segundo lugar, Ellen White dizia ser “o mais semelhante” quadro que já tinha visto. Obviamente, quem não viu pessoalmente a Jesus não poderia produzir um retrato exatamente igual a Ele.

(Matheus Cardoso)Via Criacionismo

As 28 doutrinas bíblicas no livro de Daniel



1. AS ESCRITURAS SAGRADAS. Daniel exaltava a Palavra de Deus todas as vezes que Deus lhe revelava Sua vontade. É possível identificar a exaltação da Palavra de Deus em cada capítulo de Daniel (Dn 1:8, 9).

2. A TRINDADE. Em Daniel, é possível visualizar a atuação da Trindade: Deus no trono do Universo, tendo sob Seu controle todos os reinos e impérios, estabelecendo e removendo reis (Dn 2:21). Deus o Pai é o provedor e fonte da redenção; Jesus, o Filho do homem, está no trono da graça intercedendo por nós diante do Ancião de Dias. Deus o Filho é o realizador da nossa salvação na cruz do calvário (Dn 7:13; 9:26). Jesus efetuou nossa redenção; o Espírito Santo está no trono do coração humano. E deu a Daniel o Seu poder (Dn 4:7, 8). O Espírito Santo aplica a salvação à nossa vida (Dn 4:37).

3. DEUS PAI. Daniel exalta a pessoa de Deus o Pai (Dn 2:23; 5:23; 9:4; 7:9). Por meio do testemunho de Daniel e de seus companheiros, tanto Nabucodonosor quanto Dario também exaltaram a Deus (Dn 3:28-30; 4:34-37; 6:25-28). O nome de Deus é bendito para todo o sempre (Dn 2:20). O povo de Deus se chama pelo Seu nome (Dn 9:19).

4. DEUS FILHO. Daniel exalta Jesus na pessoa de Miguel (Dn 10:13, 22; 12:1). Na literatura Bíblica, Miguel é introduzido em Daniel 10:13, 21 e 12:1 e reaparece em Judas 9 e Apocalipse 12:7. Em Daniel 7, Jesus é o Filho do homem.

5. DEUS ESPÍRITO SANTO. Daniel tinha o “Espírito do Deus Santo”. A versão de Teodócio diz: “Que tem em si o Santo Espírito de Deus.” Quem reconhece esse fato não é Daniel, mas Nabucodonosor (Dn 4:8, 9). Nada é difícil para quem tem o Espírito Santo. Em Daniel 9, Daniel ora por si e pelo povo. Reconhece o pecado do seu povo e é inclusivo ao pedir perdão. Quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo? (Jo 16:8).

6. A CRIAÇÃO. Como Criador, Deus muda os tempos e as horas, revela o profundo e o escondido, conhece o que está nas trevas, e com Ele mora a luz. Deus está nos céus (Dn 2:20-22, 28).

7. A NATUREZA DO HOMEM. Daniel não fala sobre os detalhes da natureza do homem, mas enaltece o fato de que Deus é Todo-Poderoso e o homem é especial para Deus, porém, limitado e dependente dEle. Para Daniel, é Deus quem dá conhecimento, inteligência, cultura e sabedoria. O homem não é um fim em si mesmo (Dn 1:17). É de Deus toda a sabedoria e força (Dn 2:20). É Deus quem dá o reino, o poder, a força e a majestade a Nabucodonosor (Dn 2:37). Para Nabucodonosor, enquanto ele era rei de reis, o Deus de Daniel era Deus dos deuses e Senhor dos reis. Deus envia Seus anjos para nos erguer quando caímos (Dn 8:17, 18; 10:8-10). Em Daniel, fica claro que Deus ama o homem (Dn 10:11, 19). Sem auxílio de mãos, Deus estabelecerá o Reino de Seus filhos. Deus não está dizendo que não precisa dos homens, mas que o mais importante é confiar em Seu poder (Dn 1:45).

8. O GRANDE CONFLITO. No decorrer da história e a da profecia, há um grande conflito entre o bem e o mal. É Possível identificar o grande conflito em cada capítulo do livro de Daniel:

Existe uma dieta pagã e uma dieta divina (Daniel 1).
Existem reinos e impérios deste mundo e o reino eterno de Deus (Daniel 2).
Existem os deuses e o Rei de reis e o Senhor dos Reis (Daniel 2:37, 47).
A verdadeira adoração e a falsa adoração. A música divina e a música humana (Daniel 3).
A grandeza do homem e a grandeza de Deus (Daniel 4).
A resposta dos astrólogos e a resposta de Deus (Daniel 1 e 5).
O Leão da tribo de Judá e o leão que deseja nos tragar (Daniel 6).
O chifre pequeno e o Altíssimo (Daniel 7).
Um santuário pisado pelos homens e purificado por Deus (Daniel 8).
O pecado do homem e o perdão de Deus. O homem se degenera e Deus restaura (Daniel 9).
Uma guerra entre o príncipe do reino da Pérsia e o príncipe Miguel. Uma luta entre o anjo Gabriel e Lúcifer (Daniel 10).
Uma batalha final (Daniel 11).
Os purificados, embranquecidos e provados e os ímpios procedendo impiamente diante de suas respectivas heranças (Daniel 12:10, 13).

9. VIDA, MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO. Quase no fim dos 490 anos tirados dos 2.300 anos proféticos, mais precisamente no ano 31 de nossa era, Jesus morre na cruz do calvário para nos salvar e fazer cessar todos os sacrifícios cerimoniais. Daniel nos diz que Jesus é Filho do homem, à destra de Deus, intercedendo por cada um de Seus filhos (Dn 7:13). Fica subentendido no texto Bíblico que Jesus ressuscitou, pois, em outra cena, posterior à morte dEle, Ele é visto no Céu, numa cena de julgamento. Em Daniel 12, Miguel é o instrumento divino para proteger os Filhos de Deus e ressuscitá-los (Dn 12:2). Jesus só pode ressuscitar porque Ele ressuscitou primeiro.

10. A EXPERIÊNCIA DA SALVAÇÃO. O livro de Daniel fala de salvos e perdidos: os sábios deste mundo e os sábios segundo Deus (Dn 1:20). O rei Belsazar se perdeu, mas Nabucodonosor se salvou (Dn 5:30; 4:37). Na mesma cova dos leões, Daniel foi preservado e seus acusadores destruídos (Dn 6:22, 24). O chifre pequeno é queimado pelo fogo e os santos do altíssimo recebem o reino (Dn 7:11, 18). A conversão de Nabucodonosor é um exemplo do que a salvação faz na vida das pessoas. Nasce o reconhecimento de que todas as obras de Deus são verdade e os Seus caminhos são justos (Dn 4:33-37). Muitos viverão eternamente e muitos serão condenados à vergonha e ao desprezo eterno (Dn 12:2). Os salvos são sábios e resplandecem como o fulgor do firmamento (Dn 12:3). Os salvos ensinam a justiça; essa é a missão deles (Dn 12:3). Deus concede graça a Seus filhos, por Seu amor e desejo de salvar (Dn 9:24; 490 anos de graça).

11. A IGREJA. Daniel nos mostra que Deus tem um povo. Esse povo o representa aqui na Terra. Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-nego fazem parte do povo de Deus. O livro de Daniel nos fala repetidamente sobre o estabelecimento do Reino de Deus. Esse reino é formado por sua Igreja. A Igreja de Deus no livro de Daniel é chamada de “povo santo do Altíssimo” (Dn 7:18, 27). A Igreja de Deus se aproxima, a cada dia, do Reino a partir do momento que prega as verdades restauradas após 1844 (Dn 8:14).

12. O REMANESCENTE E SUA MISSÃO. Daniel nos ensina que existiria um povo remanescente que jamais abriria mão da verdade e lutaria por ela. O próprio Daniel é o melhor exemplo. Ele cria inabalavelmente que Deus é o Senhor de todas as respostas. Ele revela o profundo e o escondido. Pessoas como Daniel são cada vez mais raras. Existe apenas “um resto”. Sadraque, Mesaque e Abede-nego também criam que Deus liberta Seus filhos e anda com eles em meio ao fogo (Dn 3:17). O remanescente tem uma missão: ensinar a justiça (Dn 12:3).

13. UNIDADE NO CORPO DE CRISTO. Não podemos ter dúvidas da unidade desses jovens hebreus, representando com brilho a unidade no corpo de Cristo. A unidade é o mais poderoso testemunho que a Igreja pode oferecer. A unidade ajuda o mundo a discernir os genuínos cristãos. Eles não eram iguais, mas eram unidos no propósito de glorificar a Deus e exaltar Seu nome (Dn 1:12; 2:16-18; 3:16-18). Há força e poder na unidade. A fonte da unidade é Jesus.

14. O BATISMO. Daniel não nos fala diretamente sobre o batismo. Mas nos fala dos resultados de uma vida entregue a Jesus. Partindo da visão das 2.300 tardes e manhãs e chegando ao seu cumprimento profético, já em nossos dias, podemos ver que o batismo por imersão é restaurado como verdade evangélica (Dn 8:14). A unção de Jesus está profundamente relacionada com o batismo dEle. Daniel diz que o Ungido seria “cortado”. Jesus foi ungido por ocasião do Seu batismo (Lc 3:21, 22; 4:18, 19; At 10:37, 38).

15. A CEIA DO SENHOR. Daniel não menciona a Ceia do Senhor como a praticamos, mas é como se mencionasse. Daniel não fala do lava-pés, mas demonstra a importância de um coração humilde e submisso, que abandona o orgulho (Dn 5:22; 4:32, 37). Todos os feitos maravilhosos são atribuídos a Deus de forma humilde e graciosa (Dn 2:27, 28). Daniel não fala de Jesus como o pão da vida, mas fala de Jesus o erguendo quando fraco, sem energia, sem forças (Dn 10:5-11). Daniel não fala de Jesus como o vinho, mas fala do sangue de Jesus derramado na cruz do calvário por cada um de nós (Dn 7:27). Ele fala do lugar em que estaremos para sempre com Aquele que disse: “Desta hora em diante, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba de novo convosco no reino de Meu Pai” (Mt 26:29; veja Dn 2:44; 6:26; 7:27; 12:1-3,10, 13).

16. DONS E MINISTÉRIOS ESPIRITUAIS. Os dons espirituais são habilitações especiais dadas por Deus a Seus filhos, preparando-os para serem úteis à Igreja no cumprimento da divina missão que ela recebeu. Daniel possuía muitos dons: o dom do conhecimento (Dn 1:17); o dom da sabedoria (Dn 1;17); o dom profético (todos os sonhos e visões que Daniel teve demonstram isso); o dom do discernimento de espíritos (Dn 2:27); o dom da liderança (Dn 1:21; 2:48; 4:9; 5:29; 6:28); o dom da misericórdia (Dn 9:3-23); o dom missionário (Dn 1:1-4); o dom da oração (Dn 2:16-19; 6:10; 9); o dom do serviço (Daniel estava em Babilônia a serviço de Deus; Dn 6:20). Os dons espirituais se manifestam no serviço de amor.

17. O DOM PROFÉTICO. Daniel era um profeta de Deus com evidências substanciais: sua mensagem se harmonizava com a Palavra de Deus (compare Daniel e Apocalipse); as predições se cumpriram com precisão matemática (Dn 4 e 5; 7:25; 8:14); Daniel reconhecia que Jesus viria em carne (Dn 9:27); a vida dele produzia frutos excelentes – aliados e inimigos reconheciam isso (Dn 2:46-49; 4:8, 9; 5:10-12; 6:3-5; 6:26; 9:23; 10:11; 12:13).

18. A LEI DE DEUS. Daniel nos orienta profeticamente e diz que um poder surgiria de Roma e mudaria os tempos e a lei (Dn 7:25); Daniel reconhece que o cativeiro Babilônico se deu devido à desobediência à lei de Deus (Dn 9:4, 5, 7, 10, 11, 13); Daniel ensina que Jesus morreria na cruz do calvário, provando que a lei de Deus é perfeita e restaura a alma (Dn 9:27). “Foi para expiar a transgressão da lei pelo homem que Cristo depôs a Sua vida. Se a lei pudesse ser mudada, Jesus não precisaria ter morrido. Por Sua vida, honrou a lei de Deus, por Sua morte, a estabeleceu. Cristo não Se sacrificou para criar uma norma inferior, mas para que a justiça fosse mantida e a lei permanecesse imutável” (Parábolas de Jesus, p. 314). Daniel exalta a obediência e amplia o valor da lei de Deus, deixando claro que, no reino eterno, viveremos uma vida de obediência (Dn 7:27); Daniel relacionou a desobediência com rebeldia e com o ato de não caminhar segundo a lei de Deus (Dn 9:9, 10).

19. O SÁBADO. A palavra “sábado” não é mencionada no livro de Daniel. Entretanto, como o sábado é o quarto mandamento da Lei de Deus, e no contexto profético seria rejeitado e mudado pelos desobedientes, visualizamos esse santo dia em Daniel 7:25. Só Deus pode mudar os tempos e as horas (Dn 2:21). De certa forma, mudar o dia de adoração do sábado para o domingo é mudar um “tempo fixo” (tradução literal possível do original) e adiantar em 24 horas o dia separado para a adoração exclusiva.

20. MORDOMIA. Daniel era um mordomo/administrador fiel. Daniel era fiel no uso do tempo – ele separava tempo inegociável para Deus, mesmo diante das perseguições. Ele orava, rogava a Deus, jejuava e se arrependia de seus pecados e dos pecados de Seu povo. Estudava a Bíblia (Dn 3:10, 11; 9:2, 3, 5, 18, 19). O corpo de Daniel era templo do Espírito Santo – ele tinha uma dieta Bíblica (Dn 1:8, 12, 13, 15, 16, 17, 20, 21). Daniel dedicava seus talentos (capacidades naturais) e dons (capacitação divina) – todas as potencialidades deles estavam voltadas para o progresso da obra de Deus: o dom do conhecimento (Dn 1:17); o dom da sabedoria (Dn 1;17); o dom profético (todos os sonhos e as visões); o dom do discernimento de espíritos (Dn 2:27); o dom da liderança (Dn 1:21; 2:48; 4:9; 5:29; 6:28); o dom da misericórdia (Dn 9:3-23); o dom missionário (Dn 1:1-4); o dom da oração (Dn 2:16-19; 6:10; 9); o dom do serviço (Dn 6:20). Daniel estava em Babilônia a serviço de Deus. Era um homem disponível, um “vaso” para o Senhor usar. Daniel reconhecia que todos os tesouros (recursos) pertencem a Deus – para Daniel a sabedoria e a força pertenciam a Deus (Dn 2:20). Deus dá sabedoria e força quando pedimos (Dn 2:23). Deus esmiúça todos os metais preciosos deste mundo com o estabelecimento de Seu reino eterno (Dn 2:45). Deus move os homens a conceder a Seus filhos grandes dádivas (Daniel 2:48; 5:29). As bênçãos e as respostas de Deus não estão à venda, mas são oriundas de Sua graça (Daniel 5:16, 17). Deus contraria os planos dos poderosos, quando estes não reconhecem que todo o ouro é dEle (analise a história da estátua de ouro, que representava Nabucodonsor [Dn 3:1]; em lugar de Nabucodonosor honrar a Deus com o ouro que possuía, conclamou os povos a adorarem o ouro, na forma de estátua (Dn 3:1-6). Deus espera que nos desfaçamos dos nossos pecados pela justiça, usando de misericórdia para com os pobres (Dn 4:27; a ideia não é se salvar pela prática de boas obras, mas nos desfazer das riquezas que nos conduzem à perdição, pois onde estiver o nosso tesouro, ali estará o nosso coração). Nossa honestidade e integridade moral podem nos levar a posições de destaque para a honra e glória de Deus e testemunho às nações e poderes deste mundo (Dn 6:1-5). A santa obsessão do povo de Deus é viver no reino eterno, nossa mais valiosa herança (Dn 7:18, 27; 12:13).

21. CONDUTA CRISTÃ. Como era a conduta cristã de Daniel? Sua conduta era intocável e honrava a Deus poderosamente. Na conduta cristã, vivemos por princípios. Ele era um templo vivo do Espírito Santo (Dn 1:8, 17, 20). Daniel pede legumes, verduras e água e rejeita bebidas alcoólicas (Dn 1:8, 12; 5:23). Daniel caminhava e contemplava a natureza (Dn 10:4). Ele estudava boa literatura e era culto (Dn 1:4, 17). O caráter dele era sua real beleza. Não era possível achar ocasião ou culpa contra ele (Dn 6:1-5).

22. MATRIMÔNIO E FAMÍLIA. Daniel fala sobre casamento e família? Muito pouco, mas o suficiente para nos abençoar! Daniel fazia parte das principais famílias de Judá. Entendemos que ele obteve uma base espiritual satisfatória desde a infância até a juventude. Vida espiritual saudável não é um acidente. Cremos que Daniel teve uma família “cristã”. Daniel nos fala de casamentos políticos (Dn 2:43; 11:17). Imagine reinos políticos querendo se manter, e, para tornar as coisas mais fáceis, a filha do rei da Grécia, por exemplo, se casa com o filho do rei de Babilônia, por motivos políticos, para manter os reinos em família e sólidos. Deus disse que essas coisas não funcionam. Será o mesmo que tentar unir ferro com barro. Há aqui uma lição espiritual a ser extraída: o texto está falando de junções políticas. Deus espera que Seus filhos jamais se casem por motivos errados. Você deve conhecer casais que são como ferro e barro, por não terem as bênçãos de Deus na vida. Casaram-se por motivos errados. Ou se casaram por motivos corretos, mas querem se manter por meio de instrumentos errados. Seja qual for a sua história, cuidado!

23. O MINISTÉRIO DE CRISTO NO SANTUÁRIO CELESTIAL. Daniel é o homem usado por Deus para fortalecer nossa fé com respeito ao ministério de Cristo no santuário celestial. Daniel nos ensina a respeito da unção e purificação do santuário celestial (Dn 8:13, 14; 9:24-27); Daniel nos concede uma visão do cenário em que está ocorrendo o juízo investigativo e suas consequências (Dn 7:9-28); Daniel também nos fala da vindicação do caráter de Deus e de Seu povo, culminando com a salvação (Dn 7 e 8); Daniel nos leva ao passado, quando o santuário começaria a ser profanado. Visto que nele visualizamos o plano da salvação, um plano rival surgiu obscurecendo o ministério de Jesus em nosso favor (Dn 7:23-26; 8:9-12). Daniel também nos leva ao futuro, e nos dá a certeza profética de que o mal será destruído e de que Jesus vai reinar (Dn 7:27; 8:25).

24. A SEGUNDA VINDA DE CRISTO. Daniel não diz com todas as letras “Jesus vai voltar”, mas diz a mesma coisa de forma diferente. Ele usa “sinônimos teológicos”. O Deus do Céu levantará um reino que jamais será destruído e será estabelecido para sempre (Dn 2:44); o reino e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. O seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão e Lhe obedecerão (Dn 7:28); o Príncipe dos príncipes, sem esforço de mãos humanas, destruirá e quebrará todos os outros reinos (Dn 8:25); muitos viverão eternamente; refulgirão como as estrelas sempre e eternamente (Dn 12:2, 3).

25. MORTE E RESSURREIÇÃO. Daniel nos fala da morte e da ressurreição. Ele não dá uma aula teológica sobre a morte e a ressurreição, mas fala essencialmente de resultados práticos: os sábios, encantadores, mágicos, adivinhos já estão sentenciados à morte. Eles continuam a não ter respostas (Dn 2:8, 9). Os homens que jogaram os servos de Deus na fornalha de fogo ardente morreram (Dn 3:22).  Belsazar, o homem que sabia, mas não quis, morreu (Dn 5:30). Os inimigos de Daniel foram jogados na cova dos leões, e foram estraçalhados em seus delitos e pecados (Dn 6:2). Muitos santos de Deus já descansam no pó da terra (Dn 9:26, 27). Muitos viverão eternamente, e muitos morrerão eternamente (Dn 12:2).

26. O MILÊNIO E O FIM DO PECADO. Daniel não usa a palavra “milênio”, mas fala sobre o que acontecerá durante o milênio. “E foi dado o juízo aos santos do Altíssimo, e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino” (Dn 7:22). Os santos tomarão parte na obra de julgamento durante os mil anos (O Grande Conflito, p. 657, 658; 1Co 6:2, 3; Ap 20:4). O fim do pecado é notório nos escritos de Daniel: o reino de Deus jamais será destruído; após o juízo, os inimigos do povo de Deus serão destruídos, serão desfeitos até o fim (Dn 7:26); o mal será quebrado (Dn 8:25; 11:45); somos convidados a, juntamente com Daniel, irmos até o fim. Alguns descansarão no pó da terra, mas todos receberão a sua herança (Dn 12).

27. A NOVA TERRA. Daniel morreria, ressuscitaria e receberia a herança (Dn 12:13). Essas são as últimas palavras do livro e a última realidade histórico-profética. Qual é a herança de Daniel? O fruto do seu trabalho, o resultado de ser instrumento nas mãos de Deus: milhares e milhares de salvos, pelo poder da Palavra de Deus.

28. CRESCIMENTO EM CRISTO. Pela Sua morte na cruz, Jesus triunfou sobre as forças do mal. Ele subjugou os espíritos de demônios durante o Seu ministério terrestre e quebrou seu poder, tornando certo o destino final deles. A vitória de Jesus nos dá a vitória sobre as forças do mal que continuam procurando nos controlar, enquanto nós caminhamos com Ele em paz, alegria e temos a garantia do Seu amor. Agora o Espírito Santo mora conosco e nos dá poder. Continuamente comprometidos com Jesus como nosso Salvador e Senhor, somos livres do fardo dos nossos feitos passados. Não mais vivemos na escuridão, com medo dos poderes do mal, da ignorância e da falta de sentido de nosso antigo estilo de vida. Nessa nova liberdade em Jesus, somos chamados a crescer na semelhança de Seu caráter, comungando com Ele diariamente em oração, alimentando-nos de Sua Palavra, meditando nisso e em Sua providência, cantando Seus louvores, reunindo-nos juntos em adoração, e participando na missão da Igreja. À medida que nos entregamos ao serviço de amor àqueles que estão ao nosso redor e ao testemunho da salvação em Jesus, Sua constante presença vai conosco na missão da Igreja. Sua constante presença conosco por meio do Espírito transforma cada momento e toda tarefa numa experiência espiritual. Daniel e seus companheiros eram dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores de Babilônia (Dn 1:20). As forças do mal não têm poder para revelar a verdade (Dn 2:10-12). Deus revela Sua vontade a Seus servos (Dn 2:19-28). Deus nos dá a vitória sobre as forças do mal (Dn 3:15, 24-30; 6:16, 18, 20, 26, 27; 8:25; 9:21; 10:21; 11:45; 12:1-3; 12:13). O mundo reconhece o caráter e a santidade dos filhos de Deus (Dn 4:8, 9; 5:11, 12). Os filhos de Deus O servirão e Lhe obedecerão eternamente (Dn 7:27).

Guilherme McPherson foi vítima de uma explosão aos 17 anos de idade, enquanto trabalhava em uma pedreira. Os médicos conseguiram salvar-lhe a vida, mas ele ficou sem braços e completamente cego. Sua grande frustração era não mais poder ler a Bíblia por si mesmo, tendo sempre que depender da boa vontade de outros. Certa ocasião, Guilherme ouviu o pastor de sua igreja relatar a experiência de uma idosa senhora entrevada que, não podendo mais segurar a Bíblia, a beijou, despedindo-se dela. A ideia de encostar os lábios na Bíblia levou Guilherme a crer que ele mesmo poderia voltar a ler as Escrituras se tão somente usasse a ponta da sua língua para aprender o método Braile de leitura para cegos. Durante muito tempo, Guilherme tocava com a ponta da língua e com os lábios os caracteres em alto relevo de sua Bíblia em Braile, para aprender a ler. Em muitas ocasiões, as páginas ficaram manchadas de sangue, pelas feridas provocadas por esse método incomum de leitura. Mas aos 46 anos de idade ele já havia lido quatro vezes a Bíblia completa para cegos, composta de 59 volumes grossos. A vida de Guilherme McPherson revela um amor incondicional às Escrituras Sagradas, que deveria ser imitado por todos aqueles que estão se preparando para a volta de Cristo.

O mundo em que vivemos se caracteriza pela globalização das informações, em que o fascínio pelo elemento visual está suplantando o conhecimento teórico da realidade. Mas, como cristãos adventistas, não podemos permitir que os recursos da mídia nos distanciem do conhecimento da Palavra de Deus. Precisamos voltar a ser reconhecidos como o “Povo da Bíblia”. Temos que enfrentar os dias finais da história humana, alicerçados sobre a Palavra de Deus (Is 40:8) e com o olhar fixo em Jesus, “o Autor e Consumador da fé” (Hb 12:2).

(Marcos Almeida Souza, diretor do Instituto de Desenvolvimento do Estudante Colportor [Idec], no Iaene e na Faama)
Via Criacionismo

Plantação com uso do Método do Anjo em Pernambuco



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Informativo Mundial das Missões – 13/10/12

Informativo Mundial das Missões – 13/10/12
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Via Daniel Gonçalves

Como harmonizar 2 Reis 8:26 com 2 Crônicas 22:2?



Realmente há diferentes informações em 2 Reis 8:26 e 2 Crônicas 22:2 na versão Almeida Revista e Corrigida. O primeiro texto afirma ter Acazias a idade de 22 anos quando começou a reinar em Judá. Porém, o texto de Crônicas diz que ele tinha 42 anos. Qual das duas passagens está correta?

O ponto de partida para encontrarmos essa resposta está em 2 Reis 8:17. O texto nos informa que Jeorão, pai de Acazias, tinha 32 anos de idade quando se tornou rei, e que ele morreu com 40 anos. Desse modo, Acazias não poderia ter 42 anos e ser mais velho que o próprio pai dele.

Não fica difícil concluirmos que a informação do texto de 2 Crônicas 22:2, que afirma ter Acazias a idade de 42 anos no começo do seu reinado, foi um lapso de memória do autor do livro, ou um erro do copista enquanto copiava o texto original .

Entretanto, há outra possível explicação para essa aparente dificuldade bíblica. O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, por exemplo, sugere que a frase hebreia “quarente e dois anos” em 2 Crônicas 22:2 não se refere, no original, à idade de Acazias quando subiu ao trono e sim ao número de anos da fundação da dinastia de Onri, sendo que Acazias era um “filho” no sentido de ser descendente daquela nobre dinastia. A importância do reinado e liderança de Onri se percebe em 2 Reis 8:26, 27, de modo que ele era o início daquela dinastia real.

Portanto, de acordo com o Comentário Bíblico Adventista, 2 Reis 8:26 estaria se referindo à idade de Acazias (22 anos) quando subiu ao trono e, 2 Crônicas 22:2, ao número de anos da dinastia de Onri até Acazias, que envolveu um período de 42 anos.

Vale ressaltar que algumas traduções já não apresentam essa “contradição”. Isso mostra que os tradutores, ao analisarem o original e considerarem certos dados históricos, bem como diferentes possibilidades, apresentaram o texto em seu significado real. Um exemplo é a versão Almeida, Revista e Atualizada (ARA). Veja a seguir o contraste entre essa tradução e a Almeida Revista e Corrigida (ARC):

2 Crônicas 22:2 na ARC: “Era da idade de quarenta e dois anos quando começou a reinar e reinou um ano em Jerusalém. E era o nome de sua mãe Atalia, filha de Onri.”

2 Crônicas 22:2 na ARA: Era Acazias de vinte e dois anos de idade quando começou a reinar e reinou um ano em Jerusalém.

As diferenças que os autores bíblicos apresentam quanto aos detalhes desacreditam a Bíblia?

Esse fato em nada diminui o valor da Palavra de Deus que, segundo Jesus, “não pode falhar” (Jo 10:35). Apenas revela que o Espírito Santo, ao inspirar um profeta ou auxiliar um copista, não tira a humanidade do indivíduo e permite que o mesmo expresse as perfeitas ideias divinas em uma imperfeita linguagem humana.

De acordo com 2 Pedro 1:20, 21, a Bíblia tem dupla autoria: divina e humana. Por isso, é mais que natural existir nas Escrituras erros ortográficos, divergências numéricas, entre outras coisas, que em nada afetam a mensagem, e muito menos diminuem o poder transformador das Escrituras. Poder esse experimentado por bilhões de pessoas, em todas as épocas da história humana.

Desse modo, a Bíblia é a perfeita Palavra de Deus no imperfeito sotaque humano. Ela não contém erros divinos (porque Deus não erra), mas, contém falhas humanas pelo fato de seres humanos falhos terem-na escrito com sua própria linguagem limitada para descrever as coisas divinas.

Nossa certeza de vitória espiritual está em darmos atenção à mensagem dos profetas, porta-vozes de Deus com uma mensagem de Salvação importantíssima para nosso bem-estar presente e felicidade eterna. Por isso, reflitamos com carinho em 2 Crônicas 36 e aprendamos com os erros do povo de Israel, ao invés de errarmos como eles erraram:

“O SENHOR, o Deus dos seus antepassados, continuou a avisá-los por meio dos seus profetas porque tinha pena do seu povo e do Templo, a sua casa. Mas eles riram desses mensageiros de Deus, rejeitaram as suas mensagens e zombaram deles. Finalmente, Deus ficou tão irado com o seu povo, que não houve mais remédio.” (2 Crônicas 36:15-16 – Nova Tradução Na Linguagem de Hoje)

Um grande abraço.
[www.leandroquadros.com.br]

A natureza humana de Cristo o acompanhará por toda eternidade?

As leis podem invalidar a promessa de Deus em Gálatas 3?
De acordo com o primeiro capítulo de Jó o diabo tinha acesso ao céu, isso acontece ainda hoje?
O que a Bíblia e Ellen White dizem sobre política?
Houve o contagem errada na idade das pessoas de mil anos encontrados em Gênesis?
O que a Bíblia fala sobre as imagens? Elas são ou não de Deus?Se o Espírito Santo é o próprio Deus Pai, como ele pode ser a terceira pessoa?
De acordo com a Bíblia Adão e Eva tiveram dois filhos como eles popularam a terra?
A natureza humana de Cristo o acompanhará por toda eternidade?
Como pode o espírito se ligar com a carne?
Jesus é irmão de Lúcifer?
Qual a diferença entre seita e religião?
As guerras que hoje acontecem no oriente Médio são entre os descendentes de Ismael e Isaque? Responde no próximo programa.

Uma belíssima rosa espacial!


Há cerca de 40 mil anos, a supernova Simeis 147 (também catalogada como Sh2-240) entrou em colapso e deixou esta bela nuvem de gás, fotografada pela NASA usando filtros especiais, já que, a olho nu, é difícil perceber o brilho da “rosa espacial”.


O remanescente de supernova tem uma idade estimada em cerca de 40.000 anos, ou seja, a luz da enorme explosão estelar chegou pela primeira vez na Terra há 40.000 anos. A catástrofe cósmica também deixou para trás uma estrela de nêutrons ou pulsar, tudo o que resta do núcleo da estrela original.
À direita na imagem dá para ver também a brilhante estrela Elnath (Beta Tauri), que fica em direção à fronteira das constelações de Touro e Auriga.

[NASA]

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mitologia na Bíblia?



O unicórnio não é descrito como um ser fabuloso, semelhante a um cavalo com um chifre no meio da testa? Não pertence esse animal à mitologia? A Bíblia, no entanto, o menciona em números 23:32. A referência poderia estar relacionada com outro animal conhecido na natureza, como o rinoceronte? – F. 

Prezado F., de fato, na versão Almeida Revista e Corrigida (e em outras) aparece a expressão “unicórnio”. Mas há diversas outras versões que trazem “búfalo”, “boi selvagem” e até “rinoceronte”. Note algumas delas:

“Deus os tirou do Egito; as forças deles são como as do boi selvagem” (Almeida Revista e Atualizada).

“Deus os tirou do Egito; ele tem a força de um touro selvagem” (Bíblia na Linguagem de Hoje).

“God bringeth them forth out of Egypt; He hath as it were the strength of the wild-ox” (American Standad Version). Obs.: Ox é boi.

“It is God who has taken them out of Egypt; his horns are like those of the mountain ox” (Bible in Basic English).

“God who brought them out of Egypt is for him like the lofty horns of the wild ox” (Green s Literal Translation).

“Dio, che lo ha fatto uscire dall Egitto, è per lui come le corna poderose del bufalo” (La Sacra Biblia Nuova Riveduta).

“God brought them out of Egypt. He has, as it were, the strength of an ox” (Modern King James Version).

“Deus eduxit eum de Aegypto cuius fortitudo similis est rinocerotis” (Jerome's Latin Vulgate).

Segundo o Comentário Bíblico Adventista (em espanhol), esse animal era “provavelmente um boi em estado selvagem. Sem dúvida um animal de grande fortaleza, valor e de dois chifres (Deut. 33:17; Sal. 22:21; note-se o plural ‘chifres’). A Septuaginta [tradução grega do hebraico] traduz esta palavra hebraica com um termo grego que significa ‘um corno’, pensando que se refere ao rinoceronte. Evidentemente os tradutores não se deram conta de que outras passagens – como as mencionadas – falam deste animal como tendo dois chifres” (Vol. 1, pág. 923), não sendo possível ser o animal tanto descrito na mitologia.
Via Criacionismo

Qual a origem dos amonitas e moabitas?


A origem dos moabitas e amonitas está relatada em Gênesis 19:30 a 38: ‘Subiu Ló de Zoar e habitou no monte, ele e suas duas filhas, porque receavam permanecer em Zoar; e habitou numa caverna, e com ele as duas filhas. Então, a primogênita disse à mais moça: Nosso pai está velho, e não há homem na terra que venha unir-se conosco, segundo o costume de toda terra. Vem, façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de nosso pai. Naquela noite, pois, deram a beber vinho a seu pai, e, entrando a primogênita, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou. No dia seguinte, disse a primogênita à mais nova: Deitei-me, ontem, à noite, com o meu pai. Demos-lhe a beber vinho também esta noite; entra e deita-te com ele, para que preservemos a descendência de nosso pai. De novo, pois, deram, aquela noite, a beber vinho a seu pai, e, entrando a mais nova, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou. E assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai. A primogênita deu à luz um filho e lhe chamou Moabe: é o pai dos moabitas, até ao dia de hoje. A mais nova também deu à luz um filho e lhe chamou Ben-Ami: é o pai dos filhos
de Amom, até ao dia de hoje.’
As filhas de Ló cresceram num país onde a bebedeira e todas as formas de imoralidade eram habituais; conseqüentemente a noção do certo e do errado e a consciência delas estava obscurecida. Por suas ações, elas revelaram a má influência recebida em Sodoma.
As filhas de Ló não interiorizaram os princípios de justiça no coração. Devemos mais ter pena delas do que acusá-las, pois o próprio Ló participou do pecado delas. Ele foi responsável pelas circunstâncias que culminaram neste ato, bem como foi responsável por haver bebido o vinho que elas colocaram perante ele.
O preço que Ló pagou por uns poucos anos em Sodoma foi a perda de toda a sua família. Os vís Amonitas e Moabitas foram sua única posteridade.
O nome Moab provavelmente significa “do meu pai”, pois a Septuaginta traduz assim. Moab foi o pai dos Moabitas. Embora primos dos Israelitas, os Moabitas foram sempre seus inimigos. Originalmente eles habitavam o país entre o rio Arnon e o Zered, à leste do Mar Morto. Depois estenderam seu reino para o norte.
O nome Bem-ammi, o qual foi o pai dos Amonitas, provavelmente significa “filho do meu povo”. Através deste nome sua mãe expressou o fato de que seu pai e mãe eram do mesmo núcleo familiar. O seu filho era na verdade o seu próprio meio-irmão. Os Amonitas se tornaram nômades e viveram na parte lesta de região compreendida entre o rio Jabbok e o rio Arnon.
A história de Ló e sua família é trágica. Uma mancha permaneceu na memória de seus descendentes para sempre. O pecado de Ló foi perdoado, mas os anos dedicados ao prazer e ao lucro trouxeram amargas conseqüências. 

Informativo Mundial das Missões - Fixe seus olhos em Cristo

No milênio nós julgaremos os anjos? Os anjos não são perfeitos?


No milênio nós julgaremos os anjos? Os anjos não são perfeitos?
O que significa as duas testemunhas descritas em Apoc. 11:3?
O filhos de Deus foram anjos que se uniram sexualmente com humanos?
Quem eram os gigantes citados em Genesis 6?
Segundo Mat. 5:34 não podemos fazer juramento?
As guerras de hoje, no oriente médio ainda são conseqüência do conflito entre os descendentes de Abraão?
Fui batizado nas águas como saberei se fui batizado no espírito?
A maçonaria tem base na Bíblia e está relacionada ao templo de Salomão?

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O que significa Shekinah?


Há pessoas que associam o termo Shekinah a deusas do antigo paganismo oriental. Qual a origem e o significado etimológico e teológico dessa palavra misteriosa? – F. 

A palavra Shekinah está relacionada com o verbo hebraico shakan, que significa “habitar”. É o verbo utilizado em Êxodo 25:8, o texto clássico do santuário israelita. Curiosamente, a palavra Shekinah não é utilizada no Antigo Testamento. Ela aparece na literatura judaica tardia, aquela produzida no período intertestamentário, referindo-se à manifestação da glória de Deus no lugar santíssimo. 

É impossível relacionar a deusa Inana/Ishtar/Ashtaroth com a palavra Shekinah, como alguns sugerem. Inana está relacionada com o sumeriano In-Nana, “Rainha dos Céus”; Ishtar está relacionada com uma palavra acadiana (Jeremy Black, Anthony Green, Tessa Rickards, Gods, Demons, and Symbols of Ancient Mesopotamia, p. 128). Shekinah é uma palavra vinda de outro ramo linguístico. Tentar colocar todos esses nomes/palavras juntos é como misturar água e óleo! 

(Luiz Gustavo Assis é pastor adventista em Caxias do Sul, RS)

Fogo Estranho na Adoração


por: Pr. Paulo Cilas da Silva
Em vista da moderna concepção ocidental sobre a dança, é difícil imaginar a adoração a Deus através dessa prática. Entretanto, por mais paradoxal que pareça, as Escrituras estão repletas de exemplos de pessoas que manifestaram o seu louvor com a dança. Dentre as 28 referências bíblicas a ela, duas se destacam: Primeira, a manifestação de adoração coletiva, liderada por Miriã, que logo após a travessia do Mar Vermelho “… tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças” (Êxodo 15:20). Segunda, a adoração individual do rei Davi que extravasou a sua alegria e gratidão ao Senhor, porque a arca do concerto fora levada de Obede-Edom a Jerusalém.
Quando a Bíblia afirma que “Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor; e estava cingido duma estola sacerdotal de linho” (II Samuel 6:14), tem como objetivo demonstrar a expressão de entusiasmo com que o rei adorava ao Senhor naquela ocasião.
Uma das maiores provas bíblicas de que a dança era um componente de adoração foi o apelo do salmista que, por duas vezes, convidou os fiéis a louvarem ao Senhor com dança (Salmos 149:3; 150:4). Embora algumas versões, como, por exemplo, a Revista e Atualizada no Brasil, 2a. edição, traduzam Salmo 149:3 como “louvem-Lhe o nome com flauta; cantem-Lhe Salmos com adufe e harpa”, a tradução correta desse texto é feita por várias outras versões, como a Bíblia na Linguagem de Hoje, a Versão Revisada da Tradução de João Ferreira de Almeida, a Edição Contemporânea de Almeida, publicada pela Editora Vida, entre outras. Nessas versões, ao invés da palavra “flauta” é usado o termo “dança”.

Testemunho Gramatical
Na verdade, a substituição de “dança” por “flauta” provém de uma exegese tendenciosa, realizada por alguns que pretendem rebater o fato de que Davi recomendou a dança como um elemento de adoração. Entretanto, a compreensão correta da expressão hebraica mahôl e da sua correspondente grega corós[1] ratifica o fato bíblico de que “dança”, em muitas ocasiões, já foi usada como expressão de louvor a Deus.
A palavra mahôl é derivada do verbo hûl, que significa “voltear” ou “fazer movimentos circulares”. O sentido dessa raiz inclui as emoções e atitudes associadas ao movimento.[2] Dessa forma, o verdadeiro sentido de mahôl é dança; uma dança que significa alegria em contraste com o luto (Salmo 30:11; Lamentações 5:15), e as alegrias que virão com as bênçãos futuras de Deus (Jeremias 31:4, 13). Portanto, quando o salmista se refere a essa palavra, nos Salmos 149:3 e 15:4, ele tem em mente a dança como uma forma aceitável de louvor a Deus.
Outra palavra derivada do verbo hûl, extensamente usada nas Escrituras, também significando dança, é mehôlâ, que em nada difere semanticamente de mahôl. Ela expressa o júbilo e a celebração por uma vitória militar (Êxodo 15:20; Juízes 11:34; I Samuel 18:6). Também refere-se a uma dança puramente religiosa (Êxodo 32:19; Juízes 21:21). A prova atualmente disponível não permite uma interpretação do que seria a “dança de Maanaim”, mencionada em Cantares 6:13; 7:1.

Religioso Versus Profano
Com base na inegável referência bíblica à dança como uma das formas de adoração, algumas pessoas argumentam que as danças modernas, como as praticadas no mundo ocidental, têm base bíblica e, portanto, não deveriam ser proibidas na igreja. Para responder a esse dilema, necessitamos analisar a diferença entre a dança religiosa (ou litúrgica) e a dança profana, ambas mencionadas nas Escrituras. Uma análise atenta das referências escriturísticas à dança revela que as danças israelitas consideradas apropriadas eram de natureza litúrgica, sendo acompanhadas por hinos de louvor a Deus. Elas eram geralmente praticadas entre grupos de pessoas do mesmo sexo e sem quaisquer conotações sensuais.[3]
As danças aceitáveis eram uma “celebração social de acontecimentos especiais, tais como uma vitória militar, um festival religioso ou uma reunião de família. Eram processionais, envolventes ou extasiantes, e praticadas principalmente por mulheres e crianças, que dançavam separadamente”.[4]
Falando sobre a diferença entre a dança religiosa e a profana, o Seventh day Adventist Bible Dictionary afirma que “a dança na Bíblia está sempre ligada com regozijo. A natureza desse regozijo pode ser religiosa, festiva, ou meramente uma expressão de alegria, que não tem nenhuma semelhança com as danças da moderna civilização ocidental. De acordo com as Escrituras, a dança era geralmente praticada por mulheres, mas em raras ocasiões os homens também participavam. Entretanto, mesmo nessas ocasiões, não há qualquer evidência de contato físico entre ambos os sexos”.[5]
A Bíblia fala de pelo menos duas ocasiões em que pessoas estavam envolvidas em danças inadequadas: por ocasião da dança idolátrica dos israelitas no contexto da adoração do bezerro de ouro (Êxodo 32:19), e quando a filha de Herodias dançou para agradar o rei Herodes e seus convidados, no banquete em que João Batista teve sua execução solicitada (Mateus 14:6; 6:22). Embora os judeus dos dias de Cristo continuassem praticando a dança (Lucas 15:25), não há evidência no Novo Testamento de que a igreja cristã primitiva perpetuasse tal costume. Alguns sugerem que esse rompimento cristão com a dança deve-se à degeneração dessa prática já no tempo de Cristo.[6]

Perigo Sensual
Em contraste com as danças litúrgicas do período bíblico, as danças modernas ocidentais são praticadas sob o ritmo sensual de músicas profanas, alheias à recomendação do apóstolo Paulo aos filipenses: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Filipenses 4:8).
Portanto, é fácil concluir que as danças de hoje em nada se assemelham às danças litúrgicas mencionadas pela Palavra de Deus, mas sim às danças profanas e sensuais praticadas pelos filhos de Israel em sua adoração ao bezerro de ouro, e pela filha de Herodias diante de Herodes. Em uma leitura descontextualizada da Palavra de Deus, os que defendem a liberalização das danças modernas nas igrejas argumentam que elas se constituem uma recreação social inocente, uma simples manifestação de alegria. Para esses, aqueles irmãos que rejeitam as danças modernas possuem mentalidade fanática e maliciosa.
Em contraposição a esse ponto de vista, é preciso reconhecer que as atuais danças ocidentais são um dos maiores estímulos ao sensualismo. Mesmo não se envolvendo diretamente em relações sexuais explícitas, seus participantes geralmente se entregam ao sensualismo mental (Mateus 15:19 e 20), claramente desaprovado por Jesus: “Ouvistes o que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela” (Mateus 5:27 e 28).[7]
Outra questão relacionada à dança refere-se à existência de algumas pessoas que reconhecem a dissociação entre as danças bíblicas e as modernas e, dizendo-se cientes dos perigos destas, não vêem qualquer problema nas danças particulares entre pessoas casadas. “Embora tais práticas pareçam inocentes à primeira vista, elas representam o primeiro passo rumo a estilos mais avançados de dança, integrando eventualmente o casal a grupos dançantes.”[8]
O cristão deve reconhecer que a prática da adoração através da dança deixou de existir há muito tempo, e um dos princípios mais elementares de interpretação bíblica é que as Escrituras sejam interpretadas de acordo com o tempo e o lugar. Além disso, hoje há muitas outras formas de adoração, bem como de integração e recreação mais condizentes com os princípios bíblicos de conduta, do que a excitação e o sensualismo promovidos pelas modernas danças ocidentais.
Paulo Cilas da Silva, D.Min., é pastor na Associação Paulista Sul.
Notas:
[1] The Analytical Greek Lexicon (Harper & Brothers Publishers, s.d.), pág. 437.
[2] R. Laird Harris, Gleason L. Archer Jr. E Bruce K. Waltke, Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento (São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1998), págs. 437-440.
[3] Alberto R. Timm, “A dança na Bíblia”, Sinais dos Tempos, novembro de 1997.
[4] Samuele Bacchiocchi, “A dança na Bíblia”, Diálogo Universitário, vol. 12, no. 3, pág. 25.
[5] Siegfried H. Horn, rev., Seventh day Adventist Bible Dictionary (Washington, DC: Review and Herald, 1979), págs. 262 e 263.
[6] Alberto R. Timm, Op. Cit.
[7] Ibidem.
[8] Ibidem.
Fonte: Publicado originalmente em: http://www.igrejaadventista.org.br/revistaministerio/JA_2005/estudo_biblico.asp


Um presente chamado sexo



Você se lembra de quando era criança e de como a ansiedade tomava conta na época do Natal? Eu não sei se sua família tem o costume de dar presentes nesta época do ano, mas a minha tem. Eu lembro que eu pedia algo de presente para o meu pai, um lego, um par de patins, uma bicicleta ou um video game e ficava sofrendo de ansiedade até o dia do Natal.
Imagina que seus pais, lá para o dia 05 de dezembro, saiam para fazer compras e deixem você em casa, pois não querem que você veja o que eles vão comprar. Depois de horas fora de casa eles retornam, com sacolas contendo caixas envolvidas por lindos papéis de presente.
Os seus pais entram no quarto deles e escondem todas aquelas caixas. Seu coração chega a acelerar ao saber que aquilo que você vem sonhando a meses pode estar dentro da sua casa, porém faltam ainda 20 dias para você poder usufruir do seu presente, vinte dias que mais parecem 20 anos.
Até que um dia seus pais saem e deixam você sozinho em casa. Assim que eles fecham o portão e aceleram o carro, sua mente só consegue focar em uma coisa: “O presente”. Você tenta assistir TV, porém não consegue se concentrar, pois sua cabeça está lá no quarto dos seus pais.
Até que você decide ir lá só para dar uma espiada no presente. Você procura, sobe em uma cadeira, deita no chão para olhar em baixo da cama, até que você acha. Uma caixa com uma etiqueta com o seu nome. É o seu presente.
Você passa a mão nele para tentar descobrir o que é, mas o temor toma conta , a voz da sua consciência berra: “Pare, isso não é correto, espere o tempo certo”. Você devolve o presente ao lugar dele e volta para a sala se sentindo culpado.
Alguns dias depois, uma nova oportunidade surge. Pais fora de casa. Você e o presente sozinhos novamente. Você corre direto para o quarto, desta vez você já sabe onde está. Porém passar a mão já não satisfaz a curiosidade. Dai você pensa: “Vou abrir só um pouquinho para olhar dentro”. Você dá uma olhadinha lá dentro, mas logo pára, pois a voz da consciência novamente te ataca.
Na próxima oportunidade de ficar sozinho com o seu presente, você não aguenta e abre ele, brinca com ele, passam um tempo juntos. Depois de brincar aquela voz vem mais alta e a culpa mais forte do que nunca.
No dia do Natal, quando o seu pai te entrega o seu presente, você é obrigado a forçar uma expressão de surpresa.
Minha querida irmã, será que o seu marido, na noite de núpcias, terá que fingir uma cara de surpresa? Meu querido irmão, será que a sua esposa, na grande noite da vida de vocês, terá que fingir uma expressão de surpresa? Pois o grande presente já está “usado” e com um valor muito menor do que ele deveria ter?
Sexo é um presente de Deus para nossas vidas, é a celebração do amor no casamento. Ele nos abençoou com algo, que além de nos dar a oportunidade de ter uma família (procriação), nos possibilita SER UM com o nosso cônjuge. E a benção maior é que tudo isso foi brilhantemente regado de muito prazer pelo nosso Criador.
Nós poderíamos comparar o Sexo a um remédio, pois ele pode fazer muito bem para sua vida, pode ajudar você a ter saúde, porém, se usado na hora errada e na quantidade errada pode te MATAR. Por isso, escolha esperar pelo tempo de Deus para sua vida. Nunca se esqueça que o tempo dEle é perfeito.
Por Douglas Gonçalves, JesusCopy.

Mostre-me Que o Senhor Existe

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Música Rock Mata Plantas


Na cidade de Denver, Colorado, por mais de dois anos, a Senhora Dorothy Retallack fez uma série de experimentos nos laboratórios da Faculdade Temple Buel. O experimento foi simplesmente colocar plantas diante de um rádio, expondo-as a vários tipos de música. As reações foram quase inacreditáveis. Três horas de música rock por dia, em menos de um mês, murcharam abóbora, milho, etc., recém plantados.

A Sra Retallack e seu orientador, no laboratório

Os experimentos foram feitos com centenas de plantas de uma variedade grande: gerânio, rabanete, milho, abóbora, petúnia, zínia, malmequer, feijão – Todos plantados no mesmo tipo de solo, expostos à mesma quantidade de luz, temperatura e horário de aguagem. As plantas expostas por tempos prolongados ao rock inclinaram-se na direção oposta ao alto-falante e todas morreram dentro de três semanas.
Num dos experimentos, dois conjuntos de plantas foram expostos a duas estações de rádio diferentes. Um grupo foi exposto para KIMN, que toca rock o tempo todo. Um outro grupo escutou KLIR, que oferece música sacra e semi-clássica. As plantas usadas foram petúnias e zínias. As petúnias e zínias ouvindo o rock recusaram-se a brotar, inclinaram-se na direção oposta ao alto-falante, mostraram crescimento errático, e finalmente morreram. As petúnias, ouvindo a estação KLIR, desenvolveram flores bonitas e inclinaram-se na direção do rádio, e as zínias cresceram retas e mais altas.

Plantas mortas ou com crescimento caótico devido à música rock

Estes experimentos foram repetidos para o benefício daqueles que duvidaram. Os resultados foram os mesmos – a música rock matou as plantas, e a música suave ajudou-as a prosperar. Todos os experimentos mostraram que a música rock tinha um efeito negativo nas plantas e a música suave tinha um efeito positivo. A Senhora Retallack ficou curiosa em saber o que a mesma música estaria fazendo com os jovens.
O mesmo tipo de experimento foi realizado no sul do Brasil, com os mesmos resultados. A música preferida pelas plantas foi a de Strauss, Mozart e Beethoven. As plantas cultivadas ao som da música rock cresciam deformadas e sempre buscando o lado oposto do normal, enquanto que as plantas ouvindo música suave cresciam perfeitas e viçosas.
Citado no livro “Os Perigos Traiçoeiros do Rock”, Dan D. Johnson, Imprensa Batista Regular, 1988, p. 21-22

O Transporte da Arca e a Morte de Uza


por: Um comentário judaico
À primeira vista, a tragédia da morte de Uza, registrada em II Samuel 6:1-8, parece ter resultado de um erro muito específico e isolado.
Como lemos, os bois que puxavam o carro que transportava a arca tropeçaram, e Uza cometeu o erro de estender sua mão para segurar a Arca de forma a impedir que ela caísse. Mas se essa fosse toda a história, não haveria qualquer necessidade que Davi instituísse mudanças no procedimento ao tentar transportar a arca pela segunda vez – agora a partir da casa de Obede-Edom – além de advertir os transportadores da Arca para que não a tocassem.
Mas, como revela a narrativa do livro de Samuel, houve de fato diferenças significativas entre as duas tentativas.
Quando a Arca foi levada pela primeira vez, da casa de Abinadabe, nos é dito: “Levaram-no com a arca de Deus, da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Aiô ia adiante da arca. Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris, com pandeiros e com címbalos” (II Samuel 6:4-5).
Esses versos descrevem uma atmosfera de festividade e celebração – margeando a frivolidade, como expresso pela palavra “alegravam-se” (em hebraico, “mesahakim”. Essa palavra normalmente não é usada com relação a instrumentos musicais; ao invés disso ela se relaciona com outra palavra em português – irresponsabilidade).
Mas, três meses depois, quando a Arca foi levada da casa de Obede-Edom, nos é dito: “foi, pois, Davi e, com alegria, fez subir a arca de Deus da casa de Obede-Edom, à Cidade de Davi. Sucedeu que, quando os que levavam a arca do SENHOR tinham dado seis passos, sacrificava ele bois e carneiros cevados” (Ibidem 12-13).
Reconhecidamente o texto menciona novamente alegria, mas a atmosfera é, inquestionavelmente, mais cautelosa e séria. Após cada seis passos um boi e um carneiro eram oferecidos. Davi e todo o Israel não estavam “alegrando-se perante o SENHOR”, mas portavam a arca “com júbilo e ao som do Shofar”.
Podemos, então, concluir que Davi entendeu que a punição divina contra Uza não resultou de uma falha isolada e única – o fato de que Uza cometeu o erro de levantar sua mão para a Arca. Davi entendeu que tinha ocorrido um problema mais amplo, com relação ao espírito com o qual ele havia tentado transportar a Arca. Carregando-a com sentimentos festivos de “alegrar-se perante o SENHOR” eles haviam perdido de vista a ordem “… a seu cargo estava o santuário, que deviam levar aos ombros” (Números 7:9).
Realmente, no relato paralelo em I Crônicas, descobrimos diversos detalhes omitidos da narrativa em I Samuel:
“Chamou Davi os sacerdotes Zadoque e Abiatar e os levitas Uriel, Asaías, Joel, Semaías, Eliel e Aminadabe e lhes disse: Vós sois os cabeças das famílias dos levitas; santificai-vos, vós e vossos irmãos, para que façais subir a arca do SENHOR, Deus de Israel, ao lugar que lhe preparei. Pois, visto que não a levastes na primeira vez, o SENHOR, nosso Deus, irrompeu contra nós, porque, então, não o buscamos, segundo nos fora ordenado” (I Crônicas 15)
Antes da tragédia de Uza houve uma erupção de emoção espiritual. Após [terem passado por] um período de separação, depois que a Arca foi tomada do povo de Israel, tornou-se possível aproximar-se novamente de Deus e encontrar abrigo na presença Divina. Eles imaginaram presunçosamente que, para o homem, a respeito do qual é declarado “Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus” (Salmos 8:6), o caminho para a revelação da Shequiná não seria longo.
Arrastados pela intoxicação descontrolada dos sentimentos religiosos, acreditaram que alguém que esteja cheio do amor de Deus pode abrir caminho para a Shequiná assim como está. Eles não entenderam, neste estado mental, que “o SENHOR, teu Deus, é fogo que consome” (Deuteronômio 4:24), e que a distância entre o Criador e o homem mortal é infinita. Ao próprio Moisés, que falava com Deus “face a face, como qualquer fala a seu amigo”, foi dito: “homem nenhum verá a minha face e viverá” (Êxodo 33:20).  …
O episódio de Uza ensinou a Davi que Deus deve ser servido com temor e tremor; a alegria experimentada diante dEle deve ser acompanhada de tremor, como está escrito, “Temeu Davi ao SENHOR, naquele dia” (II Samuel 6:9).
Fonte: http://www.learningtorah.org – Cometários sobre a Parashá de Acharê

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