segunda-feira, 25 de junho de 2012

A Posição da Igreja Adventista Quanto ao Cigarro

O cigarro é a maior causa evitável de morte no mundo. É um conceito ético universal de que a prevenção é melhor do que a cura. No que concerne ao fumo, muitos países se defrontam com um paradoxo ético: conquanto muitas décadas de pesquisa tenham apresentado incontestável evidência dos danos causados à saúde pelo cigarro, a indústria do fumo ainda floresce, freqüentemente com apoio tácito ou aberto do governo. A ética do fumar torna-se ainda mais séria pelas alarmantes revelações acerca dos óbitos e riscos à saúde causados pelo fumar indiretamente ou “de segunda mão”. Uma questão séria de ética internacional é a exportação de cigarros para os países em desenvolvimento, principalmente cigarros com mais elevados teores de elementos letais do que o admissível em qualquer outro lugar. Por mais de um século, a Igreja Adventista tem advertido seus jovens e o público em geral quanto à natureza viciante e destruidora da saúde que é própria do cigarro. Os cigarros constituem um risco mundial à saúde por causa da combinação do hábito associado à ganância econômica da indústria do fumo e de outros segmentos do mercado. Os adventistas crêem que a ética da prevenção requer planos públicos de ação que reduzam o fumo, tais como: 


1. Proibição uniforme de toda propaganda de cigarro. 
2. Leis protegendo as crianças e os jovens que estão sendo alvo da indústria do fumo. 
3. Leis mais estritas proibindo fumar em lugares públicos. 
4. Uso mais agressivo e sistemático da mídia a fim de educar os jovens quanto aos riscos do cigarro. 
5. Impostos substancialmente mais altos sobre cigarros. 
6. Regulamentos exigindo que a indústria do fumo pague pelos custos do cuidado da saúde associados ao uso de seus produtos. Iniciativas como estas salvariam milhões de vidas por ano. 


Esta declaração foi aprovada e votada pela Comissão Administrativa da Associação Geral para ser divulgada pelo gabinete do então presidente Robert S. Folkenberg durante o Concílio Anual em São José, Costa Rica, de 1o a 10 de outubro de 1996.

Duas Embaraçantes Passagens Relacionados com o Vinho


 
“Esse dinheiro dá-lo-ás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer cousa que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e te alegrarás, tu e tua casa.” Deut. 14:26.
“Dai bebida forte aos que perecem, e vinho aos amargurados de espírito.” Prov. 31:6.
Limitar-nos-emos ao que diz o Comentário Adventista e a uma ligeira alusão de Adão Clark.
O que escreveram os teólogos e comentaristas adventistas sobre Deut. 14:26.
“Bebida forte. O vinho e a bebida forte aqui mencionados eram ambos fermentados. Em tempos passados Deus freqüentemente tolerava a grosseira ignorância responsável por práticas que Ele nunca pôde aprovar. Mas finalmente veio o tempo quando, em cada ponto, Deus ordenou a todos os homens que se arrependessem (Atos 17:30). Então aqueles que persistissem em suas práticas, a despeito do conselho e advertência não mais teriam uma desculpa para seu pecado (João 15:22). ‘Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas agora não têm desculpa do seu pecado.’ No seu procedimento anterior eles não tinham pecado e Deus não os considerava totalmente responsáveis, embora suas obras estivessem afastadas do ideal. Sua longanimidade é extensiva a todo aquele que não sabe o que está fazendo (Luc. 23:34). Como Paulo que perseguia a Igreja ignorantemente na incredulidade eles podem obter misericórdia.”
Depois de falar que Deus suportou a escravatura e a poligamia, coisas contrárias aos princípios divinos, o SDABC assim conclui:
“Assim foi com o ‘vinho’ e ‘bebida forte’. A ninguém era estritamente proibido beber, exceto os engajados em deveres religiosos e talvez também na administração da justiça (Lev. 10:9; Prov. 31:4). Os males do ‘vinho’ e da ‘bebida forte’ foram claramente indicados, o povo aconselhado a abster-se deles (Prov. 20:1; 23:29 a 33), e uma maldição pronunciada sobre aqueles que induzissem outros a abusar da bebida (Hab. 2:15). Mas Paulo coloca diante de nós o ideal declarando: ‘Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.’ (I Cor. 10:31), e informa que Deus destruirá aqueles que desonram seus corpos (I Cor. 3:16-17). Coisas intoxicantes destroem o templo de Deus e seu uso não pode ser considerado um meio de O glorificar (I Cor. 6:19-20; 10:31). Paulo abandonou o uso de cada coisa prejudicial ao seu corpo (I Cor. 9:27). Não há desculpa hoje para o argumento de que não há nada intrinsecamente errado no uso de bebidas intoxicantes, baseando-se no fato de que uma vez Deus as permitiu. Como já foi notado, Ele também permitiu uma vez a escravatura e a poligamia. A Bíblia adverte que os bêbados não herdarão o reino de Deus (I Cor. 6:10).”
Sobre Prov. 31:6 este mesmo Comentário tece as seguintes considerações:
“Pronto para perecer. Sem o conhecimento de narcóticos possuído pelos médicos hoje, os antigos tinham freqüentemente apenas várias misturas de bebidas intoxicantes e preparações de ervas narcóticas com as quais insensibilizavam as dores de doenças fatais. Àqueles que eram crucificados, no tempo de Cristo, ofereciam-lhes uma mistura de vinagre e fel. Nosso Senhor recusou beber aquela mistura. Ele desejava uma mente clara para resistir à tentação de Satanás e conservar forte Sua fé em Deus.”
Adão Clark apresenta esta mesma idéia sobre Provérbios 31:6, apenas usando vocabulário diferente:
“Dai bebida forte para aquele que está morrendo. Já temos visto que bebidas embriagantes eram misericordiosamente dadas aos criminosos condenados, para torná-los menos sensíveis às torturas que enfrentariam na morte. Isto é o que foi oferecido a nosso Senhor, mas Ele recusou.”
Do matutino paulista “O Estado de São Paulo” de 22-1-1984, retirei a seguinte nota:
“A História nos cientifica que no tempo de Napoleão a pobreza da farmácia não oferecia muitas possibilidades de aliviar os sofrimentos dos feridos. Não lhes era oferecida senão uma esponja embebida em suco de ópio para sugar.”
Extraído da Apostila, Explicação de Textos Difíceis da Bíblia, de Pedro Apolinário.
Fonte: Sétimo Dia

O Amor que Transforma


O amor muda tudo. Por exemplo, uma moça estava lendo um livro grande para seu Curso de Letras na Universidade. Ela o achou todo muito chato e mal conseguia manter o foco quando o lia. Mas então ela conheceu um jovem e notável professor no campus, e eles rapidamente se apaixonaram. Logo depois, ela percebeu que seu amado era o autor do livro que ela tinha detestado ler. Naquela noite, ela ficou acordada e devorou todo o livro exclamando: “Este é o melhor livro que já li!” O que mudou a sua perspectiva? O amor. Da mesma forma, muitos hoje em dia acham a Escritura tediosa, opressiva e pouco atraente. Mas tudo isso muda quando você se apaixona pelo autor. Veja como aquecer o coração neste Guia de Estudo!

1. Quem é o autor das Escrituras?

“inquiririam e indagaram diligentemente os profetas , … qual o tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo que estava neles indicava, ao predizer os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir” (1 Pedro 1:10-11).
R: O Deus da Bíblia (mesmo o Velho Testamento) é praticamente sempre Jesus Cristo. Jesus criou o mundo (João 1:1-3, 14; Colossenses 1:13-17), escreveu os Dez Mandamentos (Neemias 9:6, 13), era o Deus dos israelitas (1 Coríntios 10:1-4) e orientou os escritos dos profetas (1 Pedro 1:10, 11). Então, Jesus Cristo é o autor das Escrituras.

2. Qual é a atitude de Jesus para com o povo da terra?

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
R: Jesus ama a todos nós com um indescritível e infalível amor, que excede todo entendimento.

3. Por que devemos amar a Jesus?

“Nós amamos porque Ele nos amou primeiro” (1 João 4:19). “Quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Romanos 5:8).
R: Devemos amá-Lo, porque Ele nos amou o suficiente para morrer por nós – quando ainda éramos Seus inimigos.

4. Em que aspectos se assemelham o matrimônio e a vida cristã?

“e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista” (1 João 3:22).
R: Em um bom casamento certas coisas são um imperativo, como a fidelidade ao cônjuge. Outras coisas podem não parecer importantes,
Mas se elas agradam o cônjuge, são necessárias. Se desagradam, devem ser descontinuadas. Assim é com a vida cristã. Os mandamentos de Jesus são imperativos. Mas nas Escrituras Jesus também traçou para nós princípios de conduta que Lhe agradam. Como em um bom casamento, a pura alegria cristã se encontra em fazer aquilo que faz a Jesus, a quem se ama, feliz e também evitar fazer coisas que O desagradam.

5. O que diz Jesus sobre o resultado de se fazer a Sua vontade?

“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor … Estas coisas vos tenho dito, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo” (João 15:10-11).
R: O diabo Afirma que seguir princípios cristãos é monótono, maçante, humilhante, e legalista. Mas Jesus diz que seguir esses princípios traz plenitude de alegria (João 15:10, 11) e uma vida mais abundante (João 10:10). Acreditar nas mentiras do diabo traz dores e priva as pessoas da vida que é “Realmente vida”.

6. Por que Jesus nos dá princípios específicos para a vida cristã?

R: Porque eles:
A. São sempre para o nosso próprio bem (Deuteronômio 06:24). Como bons pais ensinam bons princípios aos filhos, assim Jesus ensina bons princípios aos seus filhos.
B. São para nós, uma salvaguarda do pecado (Salmos 119:11). Os princípios de Jesus nos protegem de entrar nas zonas de perigo de Satanás e do pecado.
C. Nos mostram como seguir os passos de Cristo (1 Pedro 2:21).
D. Nos trazem a verdadeira felicidade (João 13:17).
E. Nos dão a oportunidade de expressar nosso amor por Ele (João 15:10).
F. Nos ajudam a ser um bom exemplo para os outros (1 Coríntios 10:31-33, Mateus 5:16).

7. De acordo com Jesus, como os cristãos devem se relacionar com o mal do mundo e o mundanismo?

R: Seus mandamentos e conselhos são claros e específicos:
A. Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. As coisas do mundo que não são de Deus são: (1) a concupiscência da carne (2), a concupiscência dos olhos, e (3) o orgulho da vida (1 João 2:16). Todo pecado cai em uma ou mais dessas três categorias. Satanás usa estas três avenidas para nos atrair ao amor do mundo. Quando eu começo a amar o mundo, eu me torno um inimigo de Deus (1 João 2:15, 16; Tiago 4:4).
B. Devo guardar-me da corrupção do mundo (Tiago 1:27).

8. Que aviso urgente Deus nos dá em relação ao mundo?

R: Jesus alerta os cristãos, “Não vos conformeis com este mundo”. Romanos 12:2. A tradução Phillips diz: “Não deixe o mundo ao seu redor colocá-lo em seu próprio molde”*. O diabo não é neutro. Ele pressiona cada cristão constantemente. Através de Jesus (Filipenses 4:13), devo resistir firmemente às sugestões do diabo, e ele fugirá de mim (Tiago 4:7). No minuto em que permito a “pressão” de qualquer outro fator a influenciar minha conduta, eu começo a deslizar imperceptivelmente para a apostasia. O comportamento cristão não é para ser decidido pelos sentimentos e comportamento da maioria, mas pelas palavras de Jesus a partir da Escritura.
* Edição Revisada por JB Phillips.

9. Por que precisamos guardar nossos pensamentos?

“Porque, como imaginou no seu coração, assim é ele” (Provérbios 23:7).
R: Temos que guardar nossos pensamentos, porque os pensamentos determinam o comportamento. Deus quer nos ajudar a trazer “cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10:5). Mas Satanás quer desesperadamente trazer o “mundo” para nossos pensamentos. Ele pode fazer isso através de nossos cinco sentidos – especialmente a visão e a audição. Ele pressiona suas imagens e sons sobre todos nós e, a menos que consistentemente nos recusemos a olhar ou ouvir o que ele nos oferece, ele vai nos direcionar para o caminho largo que leva à destruição. A Bíblia é clara. Nós nos tornamos como as coisas que, repetidamente, vemos e ouvimos (2 Coríntios 3:18).

10. Quais são os princípios para a vida cristã?

“Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Filipenses 4:8).
R: Os cristãos devem separar-se de todas as coisas que não sejam verdadeiras, honestas, justas, puras, amáveis e de boa fama. Eles vão evitar:
A. Desonestidade de toda espécie – enganos, mentiras, roubos, injustiças, intenção de enganar, calúnias e traições.
B. Impureza de toda espécie. Isso inclui a fornicação, adultério, incesto, homossexualidade, perversão de todos os tipos, pornografia, conversa suja, piadas de mau gosto, a dança social, canções ou músicas degeneradas, e mais o que é mostrado na televisão e nos cinemas que não condizem a um cristão ver.
C. lugares onde nunca convidaríamos Jesus para nos acompanhar, como boates, bares, cassinos, hipódromos, etc
Vamos tomar alguns minutos para ampliar sobre os perigos da música popular, dança, televisão, vídeos e teatro.
Músicas e Canções
Muitos tipos de música secular (rap, country, pop, rock, heavy metal, contemporânea, dance music) têm sido amplamente capturadas por Satanás. As letras muitas vezes glorificam o vício e destroem o desejo por assuntos espirituais. Os pesquisadores descobriram algumas coisas interessantes sobre o poder da música:
(1) Ela entra no cérebro através das emoções, ignorando, assim, o poder de raciocínio.
(2) Ela afeta todas as funções do corpo.
(3) É possível que ela altere o pulso, respiração e reflexos, sem a pessoa perceber.
(4) Ritmos de dança sincopada alteram o humor e criam uma hipnose leve no ouvinte.
Mesmo sem letra, a música em si tem o poder de rebaixar os sentimentos, desejos e pensamentos de uma pessoa. Os músicos de rock secular admitem isso abertamente. O Líder dos Rolling Stones Mick Jagger disse: “Você consegue sentir a adrenalina passar pelo seu corpo. É um tipo de ato sexual” 1. John Oates do Hall and Oates afirmou que o “Rock ‘n’ Roll é 99% sexo” 2. Será que tal música agrada a Jesus? Pagãos convertidos nos dizem que as músicas das nossas modernas bandas seculares é o mesmo tipo de música que usavam na bruxaria e na adoração ao diabo! Pergunte-se: “Se Jesus viesse me visitar, qual música que eu me sentiria confortável e Lhe pediria para ouvir comigo?” Qualquer música que você não tenha certeza deve ser abandonada. Quando nos apaixonamos por Jesus, Ele muda nossos desejos musicais. “Pôs na minha boca um cântico novo, um hino ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor” (Salmos 40:3). Deus proveu para o Seu povo muito boa música que inspira, renova, eleva e fortalece a experiência cristã. Aqueles que aceitam a música degradante do diabo como um substituto estão perdendo uma das bênçãos da vida.
Dança
A Dança inevitavelmente conduz para longe de Jesus e da espiritualidade. Quando os israelitas dançaram ao redor do bezerro de ouro, eles se esqueceram de Deus (Êxodo 32:17-25). Quando a filha de Herodias dançou diante do ímpio rei Herodes, João Batista foi decapitado (Mateus 14:2-12). Observe estas estatísticas chocantes: Um padre católico em Nova York, disse que três quartos das garotas que confessaram o adultério com ele colocaram a culpa na dança. Outros padres disseram que três quartos é muito pouco, eles estimam que seja muito mais. Lembre-se, se Cristo pode participar de uma atividade com você, você está seguro. Se não, fique longe dela.
TV, Vídeos, e Teatro
Fazer as coisas que você assiste na televisão, nos vídeos ou no teatro te levam a um maior amor por Jesus, ou para o mundo? Será que essas coisas glorificam a Jesus, ou aos vícios satânicos? Em nossos dias, até os secularistas e os não-cristãos estão se manifestando contra muitas das produções de TV e cinema. Satanás tem capturado os olhos e os ouvidos de multidões e, como resultado, o mundo está rapidamente se transformando em uma fossa de imoralidade, crime, terror e desespero. Um estudo disse que sem TV “Haveria 10 mil mortes a menos por ano nos Estados Unidos, 70.000 estupros a menos e 700 mil assaltos a menos” 3. Jesus, que te ama, pede-lhe para tirar os olhos de Satanás
que é um manipulador de pensamentos, e coloque seus olhos sobre Ele. Ele diz: “Olhai para mim, e sereis salvos” (Isaías 45:22).
1. Newsweek, “Mick Jagger e o Futuro do Rock”, 04 de janeiro de 1971, p. 47.
2. Circus Magazine, 31 de janeiro de 1976, p. 39.
3. Newsweek, “Violence, Reel to Reel”, 11 dez 1995, p. 47.

11. Que lista clara Jesus nos dá que podemos usar como um guia para ver televisão?

“Qualquer um pode ver o tipo de comportamento que pertence à natureza inferior: fornicação, impureza, e indecência, idolatria e feitiçarias, contendas, brigas, um temperamento controverso, acessos de raiva, ambição, discórdias, dissensões, intrigas e invejas, bebedeiras, orgias e assim por diante. Eu o adverti, e o tenho avisado antes, que aqueles que se comportam assim nunca herdarão o reino de Deus. “Gálatas 5:19-21, NEB)*.
R: A Escritura é muito clara para ser incompreendida. Se uma família proibisse todos os programas de TV que exibem ou toleram qualquer um dos pecados acima, restaria muito pouco para assistir. Se Jesus viesse visitá-lo, quais programas de TV você se sintiria confortável pedindo-lhe para ver com você? Todos os outros shows são, provavelmente impróprio para visualização cristã. Tudo que você não assistiria com Ele são provavelmente impróprios para a visualização cristã.

12. Nestes dias de pensamentos determinados e independentes, muitos se sentem totalmente capazes de tomar decisões espirituais sem auxílio de ninguém, incluindo Jesus. O que Jesus disse sobre tais pessoas?

R: Ouça as declarações inequívocas de Jesus: “Não fareis conforme tudo o que hoje fazemos aqui, cada qual tudo o que bem lhe parece aos olhos” (Deuteronômio 12:8). “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte” (Provérbios 16:25). “O caminho do insensato é reto aos seus olhos; mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio” (Provérbios 12:15). “O que confia no seu próprio coração [mente] é insensato” (Provérbios 28:26).

13. Que solenes advertências Jesus nos dá sobre o exemplo e influência de nossas vidas?

“Mas qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar” (Mateus 18:6). Que ninguém ponha “tropeço ou escândalo ao irmão” (Romanos 14:13). “Porque nenhum de nós vive para si” (Romanos 14:7).
R: Todos nós esperamos que líderes, pessoas de influência, atletas famosos, e outras figuras conhecidas dêem bons exemplos e usem sua influência sabiamente – pagando a chamada “dívida com a sociedade”. Mas no mundo de hoje, somos muitas vezes desiludidos com as ações ofensivas e irresponsáveis de pessoas proeminentes. Jesus claramente afirma em Romanos 1:14 que os cristãos, que representam a Ele e ao Seu reino, de fato devem algo aos outros. E ele adverte solenemente que os cristãos, que desprezam a sua influência e exemplo, e assim esxtraviam pessoas, não entrarão no Seu reino.

14. Quais são os princípios de conduta de Jesus em matéria de roupas e jóias?

Resposta:
A. Vestir-se modestamente. Veja 1 Timóteo 2:9. Lembre-se que o mundo é trazido para nossas vidas através da concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1 João 2:16). Roupas indiscretas envolve todos os três e está fora dos limites para um cristão.
B. Deixar ornamentos e jóias de lado. “O orgulho da vida” é o grande problema aqui. Os seguidores de Jesus devem ser diferentes. Sua aparência testemunhas e leva luz para os outros (Mateus 5:16). Jóias chamam a atenção e o exaltam a si mesmo. Na Bíblia, é um símbolo de retrocesso e apostasia. Quando Jacó e sua família dedicaram suas vidas ao Senhor, eles enterraram suas jóias na terra (Gênesis 35:1, 2, 4). Quando os israelitas estavam prestes a entrar na terra prometida, o Senhor ordenou que removessem seus atavios (Êxodo 33:5, 6). Em Isaías, capítulo 3, Deus diz claramente que, ao usar jóias (pulseiras, anéis, brincos, etc, conforme listado nos versículos 19-23), o Seu povo estava pecando (vers. 9). Em Oséias 2:13, o Senhor diz que quando Israel O abandonou, eles começaram a usar jóias. Em 1 Timóteo 2:9 e 1 Pedro 3:3, Tanto Paulo como Pedro nos informam que o povo de Deus não se adorna com ouro, pérolas e vestidos custosos. Note que Pedro e Paulo falaram dos ornamentos que Deus quer que Seu povo vista: “Um espírito manso e tranqüilo” (1 Pedro 3:4) e “boas obras” (1 Timóteo 2:10). Jesus resume tudo simbolizando Sua verdadeira igreja em Apocalipse 12:1 como uma mulher pura vestida de sol (brilho de Jesus e justiça) e a igreja apóstata como uma prostituta adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas (Apocalipse 17:3, 4). Deus pede ao seu povo que se apartem da Babilônia (Apocalipse 18:2-4) e de tudo o que ela significa – inclusive jóias que chamam a atenção para si – e vistam-se com a justiça de Jesus. Quando nos apaixonamos por Jesus, é uma alegria e prazer viver Seu estilo de vida.

15. Como conduta e obediência se relacionam com a salvação?

R: Obediência e conduta cristã são a prova, ou evidência, que fomos salvos por Jesus Cristo (Tiago 2.20-26). O fato da matéria é que a menos que haja uma mudança no estilo de vida após a conversão, a conversão muito provavelmente não era genuína. Uma pessoa convertida encontra sua maior alegria em descobrir a vontade de Jesus em tudo, e em alegremente seguir, o que Ele recomenda.
Cuidado com a idolatria
A primeira epístola de João fala de conduta cristã. Em (1 João 5:21), Jesus nos adverte através de Seu servo João para nos guardar dos ídolos. O Mestre está se referindo a qualquer coisa que interfira ou diminua o meu amor por Ele – como música, moda, posses, adornos, as formas más de entretenimento, etc. O fruto natural, ou resultado de uma verdadeira conversão é seguir a Jesus com alegria e adotar seu estilo de vida.

16. Devemos esperar que todos olhem com bons olhos o estilo de vida cristã?

R: Não. Jesus disse que as coisas de Deus são loucura para o homem natural, porque não se discernem espiritualmente (1 Coríntios 2:14). Quando Jesus se refere à conduta, Ele é quem estabelece os princípios para aqueles que buscam ser guiados pelo Espírito Santo. Seu povo agradecerá e alegremente seguirá Seus conselhos. Os outros podem não compreender ou aprovar.

17. Como é que uma pessoa que rejeita os padrões de Jesus para a conduta cristã vê o céu?

R: Essa pessoa seria infeliz no céu. Ela iria reclamar que não há discotecas, bebidas, material pornográfico, prostitutas, nenhuma música sensual, livros obscenos, palavrões, e nenhum jogo. O Céu seria um “inferno” para os que não formaram uma verdadeira relação de amor com Jesus. É por isso que os padrões cristãos não fazem sentido para eles (2 Coríntios 6:14-17).

18. Como posso adotar e seguir estas orientações da Bíblia sem parecer fariseu, julgador, ou legalista?

R: Tudo o que fazemos deve ser com um pensamento em mente: expressar o amor e estima por Jesus (1 João 3:22). Quando Jesus é exaltado e mostrado para as pessoas (João 12:32), elas serão atraídas para Ele. Nossa pergunta deve ser sempre: “Será que isso honra a Jesus? Será que eu escutaria isso, cantaria isso, faria isso, assistiria isso, beberia isso, compraria isso, leria isto, diria isso, ou iria lá, se Jesus estivesse aqui, pessoalmente, comigo?” Jesus está com você e comigo (Mateus 28:20), e Ele vê tudo que fazemos. Devo sentir a presença de Jesus em todas as facetas e atividades da vida. Quando eu conscientemente gasto tempo com Ele, eu serei como Ele (2 Coríntios 3:18). Então quando as pessoas estão comigo, elas reagirão como os discípulos no passado: “maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus” (Atos 4:13). Os cristãos que viverem como estes nunca se tornarão farisaicos, julgadores, ou legalistas. Nos tempos do Antigo Testamento, o povo de Deus estava em apostasia quase constante, porque eles escolheram viver como seus vizinhos pagãos, em vez de seguirem o distintivo estilo de vida que Deus esboçou para eles (Deuteronômio 31:16; Juízes 2:17; 1 Crônicas 5:25; Ezequiel 23 : 30). Isso é verdade ainda hoje. Ninguém pode servir a dois senhores (Mateus 6:24). Aqueles que se agarram ao mundo e seu estilo de vida serão moldados por Satanás lentamente a adotarão os seus sentimentos e desejos e, portanto, serão programados para se perderem. Aqueles que seguem os princípios de Jesus para a conduta cristã serão transformados à Sua imagem e preparados para o céu. Não há meio termo.
Será que você ama tanto a Cristo a ponto de seguir Seus princípios para a vida cristã com alegria e prazer?
Guia de Estudo extraído do site Amazing Facts. Crédito da Tradução: Blog Sétimo Dia http://setimodia.wordpress.com/

Como entender a expressão ‘sois deuses’, mencionada em Salmos e no evangelho de João?


Vamos, primeiramente, aos textos bíblicos: "Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo". (Salmo 82:6). "Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses?" (João 10:34).
O texto mencionado no Salmo 82 é uma acusação aos juizes injustos que se intitulam ou se compararam como deuses. A tradição rabínica aplica o termo "deuses" na qualidade de serem juízes  (Talmude, Edição Sonsino pág. 21).
Jesus apenas está respondendo às pessoas que lhe procuraram nos próprios termos da tradição deles. (João 10:35). Contudo, Jesus era Deus num sentido totalmente diferente falado no Salmo 82:6, que seriam "pequenos deuses". Muitas vezes os Juízes, influência que têm, são até considerados com "pequenos deuses", porque exercem o Juízo, que é uma prerrogativa de Deus. 

domingo, 24 de junho de 2012

Perdoar “setenta vezes sete” ou “setenta e sete”?


Quantas vezes Jesus nos pediu que perdoássemos. Algumas Bíblias apresentam a expressão “setenta vezes sete”, ao passo que outras “setenta e sete”. Qual número está correto?


Em Mateus 18:21 está a pergunta de Pedro: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” E no verso seguinte (22) Jesus lhe respondeu: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” Acontece que em algumas versões bíblicas, como a NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje), aparece o número ‘setenta e sete’! Algumas versões trazem “setenta vezes sete” mas, no rodapé, apresentam “setenta e sete” como outra possibilidade de tradução (por exemplo, a NVI – Nova Versão Internacional, e a TLH – Tradução na Linguagem de Hoje).


“Setenta vezes sete” é tradução da expressão grega hebdomekontákis heptá, que tanto pode ser traduzida por ”setenta vezes sete” quanto “setenta e sete”.


A seguir, vejamos a opinião de dois comentaristas bíblicos:


“Setenta vezes sete.” A sintaxe dessa frase é ambígua no grego e, por tanto, alguns têm entendido que Jesus disse que se deve perdoar setenta vezes sete [...] Evidentemente, o número em si não é importante, pois é meramente simbólico. Qualquer das cifras [490 ou 77] se harmoniza com a verdade aqui ensinada, ou seja, que o perdão não é assunto de matemática, nem de regras ou leis, mas de atitude. [...] Se o espírito de perdão move o coração, uma pessoa estará tão disposta a perdoar alguém arrependido pela oitava vez como esteve na primeira vez, ou na vez 491 como esteve na oitava. O verdadeiro perdão não está limitado por números. Além disso, não é o ato que vale, mas o espírito que o motiva. Nada pode justificar um espírito não perdoador” (Comentário Bíblico Adventista dei Séptimo Dia, v. 5. Boise: Pacific Press Publishing Association, 1987, p.438).


“Segundo os ensinos da literatura judaica, a regra observada entre os judeus era três vezes; e, quando Pedro falou em ‘sete vezes’ como padrão possível, sem dúvida pensou que sua regra fosse extraordinariamente generosa. As citações [a seguir] ilustram a atitude dos judeus: ’Se um homem pecar, a primeira vez eles o perdoam; a segunda vez eles o perdoam; a terceira vez eles o perdoam; mas da quarta vez não perdoam, de acordo com Amós 2:6 e Jó 33:29′ (T. Bab. Yoma, foi. 86:2. Mainon. Hilch. Teshuba, c. 3, sect. 5). E também: ‘Quem diz que cometeu pecado e se arrepende, eles o perdoam até três vezes, e não mais que isso’ (Aboth R. Nathan, c. 40, foi. 8).


“Com respeito à questão do número que se acha no V . 22 [...] setenta e sete ou então setenta vezes sete, o fato de haver bons intérpretes como advogados de ambas as idéias ilustra que esse problema não tem solução certa. [...] A maioria das autoridades ensina setenta vezes sete,
mas nomes importantes como Meyer e Goodspeed, defendem ‘setenta e sete! Apesar dessas dúvidas sobre o número certo, o ensino é bem claro. A vingança ilimitada do homem [sem Cristo] cede lugar ao perdão ilimitado dos cristãos. O perdão é qualitativo, e não quantitativo” (R. N . Champlin, O Novo Testamento Interpretado, v. 1.
São Paulo: Candeia, 1995, p. 472,473).


Sobre este assunto, importante é a lição ensinada por Jesus Cristo: O perdão não é questão de número, mas de atitude. Devemos perdoar quantas vezes forem necessárias (como Deus faz conosco).


Ozeas C. Moura, editor na Casa Publicadora Brasileira. 

Saúde Emocional - Esperança



Todos os dias somos confrontados pela realidade triste em que se encontra nosso planeta. Fome, desemprego, doenças, perda de pessoas queridas, desastres naturais, morte... são muitas as coisas que tornam a vida aqui cada dia mais difícil. Como viver feliz em meio a tantos problemas? Como assistir a um noticiário cheio de notícias ruins e ainda assim encontrar energia para continuar a vida?

A resposta a essas perguntas é ESPERANÇA. 

Diz-se popularmente que “a esperança é a última que morre”. De fato, o que nos sustenta de pé quando desejaríamos abandonar a batalha é a esperança. 

1. Que meio Deus utilizou para que tivéssemos esperança? 

“Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.” Romanos 15:4.

A Bíblia nos apresenta a verdadeira esperança. Ela está repleta de promessas e mensagens de motivação que nos ajudam a olhar para o futuro com boas expectativas. Desde que o pecado entrou nesse mundo, e a alegria celeste deixou de existir entre os homens, Deus ofereceu esperança ao homem pecador.

2. Que promessa Deus fez a Eva depois do pecado?

 “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gênesis 3:15.

No mesmo dia em que o ser humano conheceu os sentimentos e as emoções ruins, no dia em que a alegria celestial cessou na Terra, Deus deu ao ser humano um novo e bom sentimento – esperança. Fez isso prometendo que Cristo (a descendência da mulher) feriria a cabeça da serpente (Satanás) morrendo por nós.

Infelizmente, apesar de Deus nos oferecer a verdadeira esperança, muitas pessoas têm alimentado falsas esperanças. Depositam suas esperanças em coisas finitas desse mundo, em pessoas falhas e, até mesmo, em si mesmas.

Um Deus de promessas

A Bíblia é repleta de promessas. Algumas das promessas foram feitas para pessoas e tempos específicos. Outras se aplicam a todos aqueles que se colocam a serviço do SENHOR. De forma especial, o livro do Apocalipse nos apresenta promessas para o tempo em que vivemos. É nesse livro que se encontra uma das promessas bíblicas mais lindas: “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:4. Podemos depositar nossas esperanças nesse Deus de promessas. Ele nunca falha! Somente Ele é capaz de dar fim a todo e qualquer sofrimento, e Ele nos promete fazer isso em breve! 

3. O que o sábio Salomão escreveu sobre a esperança que não se cumpre?

“A esperança adiada desfalece o coração, mas o desejo atendido é árvore de vida.” Provérbios 13:12.

Quando a esperança não se cumpre, tornando-se realidade, somos afligidos por sentimentos ruins que desfalecem nosso coração. Para não experimentarmos esse sofrimento precisamos cultivar a verdadeira esperança, aquela que se tornará realidade.

O sábio Salomão escreveu que “Morrendo o homem perverso perece sua esperança, e acaba-se a expectação de riquezas.” Provérbios 11:7. Quando depositamos nossas esperanças nas riquezas, estamos, na verdade, cultivando uma esperança que se encerra com a morte. A esperança que Deus tem a nos oferecer vai muito além da morte. 

4. Que esperança Paulo escreveu que deveríamos ter em nossa vida? 

“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo;” Tito 2:13.

Desde que Jesus voltou ao céu, temos uma bendita esperança – a esperança de Sua segunda vinda. Ele prometeu que voltaria e nos levaria para o céu (João 14:3) e essa deve ser nossa esperança. Cristo é nossa grande esperança! É nEle que temos a esperança da Salvação, por sua morte, do perdão por seu ministério intercessor junto ao pai, da santificação pela sua graça que nos salva e nos dá força para vencer o pecado, e de uma eternidade feliz pela Sua segunda vinda.

Como é bom saber que existe algo além do sofrimento desse mundo. Como é bom saber que existe alegria maior do que a que somos capazes de experimentar em meio ao pecado. Como é bom termos uma verdadeira esperança em que podemos nos apegar!

O pecado e suas terríveis consequências não estavam no plano original de Deus. Felizmente, apesar de o ser humano ter optado por viver uma vida distante da vontade de Deus, o SENHOR nos deu a chance de retornarmos ao seu plano original, e vivermos uma vida de alegria plena.

Hoje, podemos dizer a Deus como Davi: “Agora, pois, SENHOR, que espero eu? A minha esperança está em ti.” Salmos 39:7

Para refletir: 
"Ao passo que o desgosto e a ansiedade não podem remediar um só mal que seja, podem eles causar grande dano; mas a disposição jovial e a esperança, enquanto iluminam o caminho dos outros, "são vida para os que as acham e saúde, para o seu corpo". Prov. 4:22." Mente, Caráter e Personalidade, vol. 1, p. 63. 

“Jesus olhava aos aflitos e desalentados, aqueles cujas esperanças se haviam desvanecido, e que procuravam, com alegrias terrenas, acalentar os anseios da alma, e convidava todos a nEle buscarem descanso.” A Ciência do Bom Viver, p. 71.

Estudo 09 e fim da Série Saúde Emocional

Se o arrependimento é derivado de um ato mau e Deus conhece o fim desde o princípio, como explicar o fato de Deus haver Se arrependido? (Gn 6:6 e 7)

Arrependimento de Deus
Por Alberto R. Timm
A mesma palavra “arrependimento” (derivada do latim repoenitere) é usada nas traduções da Bíblia para designar tanto comportamentos humanos como atitudes divinas que são distintos em natureza, e que foram expressos por palavras diferentes nas línguas originais das Escrituras. O genuíno arrependimento humano para a salvação é descrito pelos termos hebraico shubh e gregos metanoeo (verbo) e metanoia (substantivo), que denotam uma mudança de mente, envolvendo tristeza, completo abandono do pecado e um sincero retorno a Deus.
Já o arrependimento divino é expresso através das palavras hebraica naham e grega metamelomai, que não sugerem qualquer mudança intrínseca na mente de Deus, “em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1:17), mas apenas uma alteração em Sua atitude para as criaturas. Essa alteração é decorrente de uma mudança radical no comportamento humano, que acaba impedindo o recebimento por parte dos seres humanos de uma bênção divina que lhes fora prometida ou de um castigo divino que lhes deveria sobrevir.
O próprio Deus advertiu o Seu povo da condicionalidade de Suas bênçãos e de Seus castigos em Jeremias 18:7-10: “No momento em que Eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir, se tal nação se converter da maldade contra a qual Eu falei, também Eu me arrependerei do mal que pensava em fazer-lhe. E, no momento em que um falar acerca de uma nação ou de um reino para o edificar e plantar, se ele fizer o que é mal perante Mim e não der ouvidos à Minha voz, então, Me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria.”
Esse princípio é claramente ilustrado na experiência dos antediluvianos e dos ninivitas. Em Gênesis 6:6 e 7 é dito que Deus “Se arrependeu” de ter criado a raça humana, não porque Ele houvesse mudado, mas porque os antediluvianos se haviam degenerado a tal ponto que a única solução para eles seria a sua destruição (ver Gn 6:5). Por semelhante modo, Jonas 3:10 diz que “Deus Se arrependeu do mal que tinha dito” trazer aos ninivitas, não porque Ele houvesse mudado, mas porque estes se converteram completamente de seus maus caminhos (ver Jn 3:5-9).
Por outro lado, quando a Bíblia diz que Deus não é homem para que Se arrependa (ver Nm 23:19; I Sm 15:29; Sl 110:4; Hb 6:17), ela está descartando a possibilidade de haver qualquer mudança intrínseca na pessoa de Deus, que O levasse a ser injusto e desleal em Seu relacionamento com os seres humanos (ver Dt 7:9 e 10). Em outras palavras, Deus é fiel e justo, e jamais deixará de recompensar as boas ações e de punir os maus atos, bem como de reconhecer todas as possíveis mudanças no comportamento humano.

Só Existe um Nome



 "E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (Atos 4:12).
Sempre que eu saía de minha casa nos subúrbios de Bombaim para dirigir-me à cidade, eu o via ali, pobre e santo hindu, usando apenas uma espécie de tanga em torno do corpo. Seu corpo estava coberto com cinza de esterco de gado. Ele se assentava complacentemente numa espécie de cama de pregos, fumando o seu cachimbo. Os pregos eram agudos, e eu decidi um dia investigar.
Quando lhe perguntei por que vivia assim por 11 longos anos, sua resposta não me surpreendeu. Mediante o auto-flagelamento, ele procurava de algum modo "expiar" os seus erros, equilibrando o balanço de sua conta e assim obter a salvação.
Em terras não cristãs milhões de almas sobrecarregadas procuram libertação por "vias laterais". Eu os tenho visto viajar por dias e dias, dormindo pelas estradas poentas, até alcançar um determinado lugar, supostamente santo. Vi-os aos milhares superlotarem os trens em peregrinação a algum "santuário" ou rio "santo". Eles se cortam e se mutilam na esperança de en­contrar libertação. Estão procurando, procurando, procurando, estão lutando, lutando, lutando. Estão sofrendo, sofrendo, so­frendo. Mas o alvo de seus esforços está sempre além deles.  
Mas não é somente em terras pagãs que isto ocorre. Milhões de professos cristãos fazem a mesma coisa, não tão conscienciosamente, mas inutilmente da mesma forma.
Talvez alguns dentre nós, adventistas do sétimo dia, estejamos tentando "obter" a salvação por suas obras. A estes a serva do Senhor diz: "A educação, a cultura, o exercício da vontade, o esforço humano, todos têm sua devida esfera de ação, mas neste caso são impotentes. Poderão levar a um procedimento exteriormente correto, mas não podem mudar o coração; são incapazes de purificar os mananciais da vida. É preciso um poder que opere interiormente, uma nova vida que proceda do alto antes que os homens possam substituir o pecado pela santidade. Esse poder é Cristo. Sua graça, unicamente, é que pode avivar as amortecidas faculdades da alma, e atraí-la a Deus, à santidade". - CC, p. 18.
Jesus é a nossa esperança! – R. Pierson

A Lei de Deus foi abolida?


sábado, 23 de junho de 2012

Razões para se Abandonar a Crença no Arrebatamento Secreto


por Samuele Bacchiocchi
Muitos sinceros cristãos crêem que a Segunda Vinda de Cristo ocorrerá em duas fases distintas. A primeira fase é conhecida como “o arrebatamento secreto” da Igreja e pode ocorrer a qualquer momento. Nessa ocasião, Cristo desce apenas para as proximidades da Terra para ressuscitar os santos adormecidos e para transformar e glorificar os crentes vivos. Ambos os grupos são então arrebatados, ou seja, levados secreta, súbita e invisivelmente, para encontrar no ar o Senhor que desce. Esse corpo de crentes, chamado de “Igreja”, então subirá para o céu para celebrar com Cristo por sete anos as bodas do Cordeiro, enquanto os judeus e os gentios não-convertidos permanecerão sobre a Terra para sofrerem os sete anos finais de tribulação.
Ao final desse período de sete anos, a segunda fase da Vinda de Cristo, geralmente o Retorno ou Revelação, terá lugar. Cristo então vem em glória com os santos até a Terra para destruir Seus inimigos na Batalha do Armagedom, e para estabelecer o Seu trono em Jerusalém e iniciar seu reino milenial terrestre.
Quanto tempo se espera que levará para o desaparecimento maciço dos verdadeiros cristãos de todas as nações? Muitos acreditam que esse evento está iminente porque sua principal pré-condição, ou seja, o restabelecimento do Estado de Israel e a posse da antiga Jerusalém, já tiveram lugar. Essa crença é expressa em adesivos de automóveis como o que declara: “Se o motorista desaparecer, agarre o volante”, ou “Em caso de arrebatamento este carro ficará desgovernado”.
Segundo os cálculos iniciais de Hal Lindsey, esse arrebatamento secreto da Igreja já passou do prazo [1]. Em 1970 ele predisse que “em quarenta anos desde 1948 [ano da formação do Estado de Israel], ou por volta disso, tudo isso poderia ter lugar [2] . Lindsey calcula os “quarenta anos” da duração bíblica de uma geração e alega, com base na parábola da Figueira (Mateus 24:32-33) que a formação do Estado de Israel em 1948 assinala o início da última “geração” (Mateus 24:34) que verá primeiramente o arrebatamento, daí os sete anos de tribulação, e finalmente o Retorno de Cristo em glória. Sendo que o arrebatamento, de acordo com Lindsey e a maioria dos dispensacionalistas, ocorre sete anos (Daniel 9:27) antes do Retorno visível de Cristo em glória, já deveria ter ocorrido em 1981 ou 1982. O que isso significa é que o tempo já se esgotou para essas predições sensacionais, porém sem sentido.
A ASCENÇÃO, EXPANSÃO E DECLÍNIO DO PRÉ-TRIBULACIONISMO
Origem do Pré-Tribulacionismo. A crença de que a Igreja será arrebatada súbita e secretamente antes da grande e final tribulação é conhecida como pré-tribulacionismo. Sua origem é em geral identificada por volta dos anos da década iniciada em 1830. John N. Darby, pregador anglicano que se tornou fundador dos Irmãos de Plymouth, é considerado o expositor e promotor mais influente do arrebatamento pré-tribulacionista. Por suas seis visitas à América e extensa campanha de literatura do pré-tribulacionismo dos Irmãos de Plymouth, as idéias pré-tribulacionistas espalharam-se rapidamente.
O período de expansão máxima e predomínio do pré-tribulacionismo foi a primeira metade do século vinte. Homens como Arno C. Gaebelein, C. I. Scofield, James M. Gray do Instituto Bíblico Moody, Reuben A. Torrey, do Instituto Bíblico de Los Angeles, Harry A. Ironside, da Igreja Memorial Moody, e Lewis Sperry Chafer da Faculdade Teológica Evangélica (atual Seminário Teológico de Dallas) desempenharam um importante papel na popularização do arrebatamento pré-tribulacionista. [3] O fator único mais importante foi a ampla circulação da Bíblia de Scofield, editada em 1909 e revisada em 1917, que inculcava tal ensino entre as massas como o único ponto de vista bíblico correto.
Ressurgimento do Pós-Tribulacionismo. Desde 1950 mais e mais eruditos evangélicos vêm abandonando o pré-tribulacionismo e retornando ao pós-tribulacionismo histórico que sustenta que a Igreja passará pela grande tribulação, ao final da qual Cristo virá para ressuscitar os santos adormecidos e salvar os crentes vivos.
Crédito para o ressurgimento do pós-tribulacionismo deve ser dado primeiro de tudo à influência de George E. Ladd, Professor de Novo Testamento do Seminário Teológico Fuller. Alguns de seus importantes livros sobre este assunto são Crucial Questions About the Kingdom of God [Questões Cruciais Sobre o Reino de Deus] (1952), The Blessed Hope [A Bem-aventurada Esperança] (1956) e The Last Things [As Últimas Coisas] (1978). Sua respeitada erudição associada a sua dedicação aos princípios evangélicos têm levado muitos eruditos evangélicos a repensarem suas posições pré-tribulacionistas.
A influência de Ladd pode ser vista nos seguintes significativos estudos produzidos por eruditos que acataram o pós-tribulacionismo e têm escrito em sua defesa: The Greatness of the Kingdom [A Grandeza do Reino] (1959), de Alva J. McClain, presidente do Seminário Teológico da Graça, em Winona Lake, Indiana; The Imminent Appearing of Christ [O Iminente Aparecimento de Cristo] (1962), de J. Barton Payne, Professor de Velho Testamento na Faculdade Evangélica Trinity; e The Church and the Tribulation [A Igreja da Tribulação] (1973), de Robert H. Gundry, Professor de Estudos Religiosos na Faculdade Westmont, California. [4]
Tais estudos têm influenciado numerosos eruditos dentro de instituições tradicionalmente pré-tribulacionistas a retornarem ao pós-tribulacionismo histórico. A Igreja Evangélica Livre da América, por exemplo, que no passado era defensora do arrebatamento pré-tribulacionista, permitiu que professores da Escola Evangélica de Divindade Trinity desafiassem o pré-tribulacionismo em sua conferência ministerial anual em janeiro de 1981. Os desafios e respostas, publicadas em 1984 como um simpósio intitulado “O Arrebatamento: Pré- Mid- ou Pós-Tribulacionistas” oferece um debate bastante erudito sobre as questões relativas ao Arrebatamento.
Um Pressuposto Equivocado. Mesmo uma leitura superficial da literatura pré-tribulacionista é suficiente para deixar uma pessoa ciente do fato de que a crença no arrebatamento secreto repousa muito mais sobre pressuposições subjetivas do que no ensinamento bíblico. O pressuposto principal é o de que Deus tem um plano diferente para a Igreja em relação com Israel. Conseqüentemente, presume-se que a Igreja deve ser removida da Terra antes que Deus possa tratar com os judeus levando-os à conversão em larga escala mediante a experiência da grande tribulação.
John F. Walvoord, destacado campeão do arrebatamento secreto, reconhece explicitamente a importância desse pressuposto ao escrever: “A questão do arrebatamento é determinado mais por eclesiologia do que por escatologia”. Em outras palavras, mais pelo entendimento que se tem sobre a relação entre a Igreja e Israel do que por ensinos bíblicos concernentes ao fim [5]. C. C. Ryrie, outro pré-tribulacionista destacado, expressa a mesma convicção, declarando: “A distinção entre Israel e a Igreja leva à crença de que a Igreja será tomada da Terra antes do início da tribulação (o que, num sentido mais amplo, diz respeito a Israel)”.[6]
Hal Lindsey vai ao ponto de tornar a distinção entre Israel e a Igreja sua “principal razão” para crer que “o Arrebatamento ocorre antes da Tribulação” [7]. Alega que “se o Arrebatamento tivesse lugar ao mesmo tempo da segunda vinda, não haveria mortais deixados que fossem crentes; portanto, não haveria ninguém para ir para o reino e repovoar a Terra” [8]. Ou seja, uma vez que Lindsey presume que o Reino messiânico predito pelos profetas do Velho Testamento será estabelecido por Cristo por ocasião de Seu Segundo Advento como um reino terrestre que consiste predominantemente de judeus mortais e crentes, então a necessidade do arrebatamento da Igreja deve ocorrer antes. Como pode Cristo vir estabelecer um Reino milenial judaico sobre a Terra se todos os crentes estão arrebatados desta Terra por ocasião de Sua Vinda?
O Segundo Advento Dividido em Duas Fases. Para solucionar este dilema, os dispensacionalistas dividem o Segundo Advento em duas fases: Primeiro uma vinda invisível para arrebatar secretamente a Igreja, e, segundo, uma vinda visível sete anos mais tarde para destruir os ímpios e estabelecer o Reino Judaico milenial. O raciocínio por detrás desse arranjo pode parecer correto, mas está errado em vista de fundamentar-se sobre o incorreto pressuposto de que há uma distinção radical entre o plano de Deus para Israel e para a Igreja.
Não há base bíblica para uma distinção radical entre Israel e a Igreja. O Novo Testamento não retrata o futuro de Israel como um reino político milenial separado na Palestina, mas como um de bênçãos duradouras compartilhado com todos os remidos de todas as eras numa nova Terra restaurada.
Desafortunadamente, é esse pressuposto equivocado que determina a interpretação de textos bíblicos aduzidos em apoio ao arrebatamento. Argumenta-se, por exemplo, que um certo texto não pode referir-se à Igreja porque descreve a grande tribulação, que se supõe aplicar-se apenas a Israel. Esse tipo de raciocínio circular, com base num pressuposto gratuito, não é o método correto de interpretar textos bíblicos. As conclusões devem ser extraídas de exegese cuidadosa, não de pressupostos preconcebidos.
QUATRO RAZÕES PARA REJEITAR O ARREBATAMENTO SECRETO
Um cuidadoso estudo de textos bíblicos relevantes quanto ao Retorno de Cristo sugere pelo menos quatro razões principais para rejeitar o ponto de vista de uma Segunda Vinda de Cristo em dois estágios.
O Vocabulário do Segundo Advento. A primeira razão para rejeitar um arrebatamento secreto que antecede à tribulação é o fato de que o vocabulário do Segundo Advento não oferece respaldo para tal ponto de vista. Nenhuma das três palavras gregas usadas no Novo Testamento para descrever o Retorno de Cristo, ou seja, parousia-vinda, apokalypsis-revelação, e epiphaneia-aparecimento, sugere um arrebatamento secreto pré-tribulacional como objeto da esperança cristã no Advento.
Os pré-tribulacionistas alegam que a palavra parousia-vinda é usada por Paulo em 1 Tessalonicenses 4:15 para descrever o arrebatamento secreto. Mas em 1 Tessalonicenses 3:13 Paulo emprega a mesma palavra para descrever “a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os Seus santos”-uma descrição, segundo os pré-tribulacionistas, da segunda fase do Retorno de Cristo. Novamente, em 2 Tessalonicenses 2:8, Paulo emprega o termo parousia-vinda em referência à Vinda de Cristo que causará a destruição do anticristo-um evento que, de acordo com os pré-tribulacionistas, supostamente ocorrerá na segunda fase da Vinda de Cristo.
Semelhantemente, as palavras apokalypsis-revelação e epiphaneia-aparecimento, são utilizadas para descrever tanto o que os pré-tribulacionistas chamam de arrebatamento (1 Coríntios 1:7; 1 Timóteo 6:14) e o que chamam de Retorno, ou segunda fase da Vinda de Cristo (2 Tessalonicenses 1:7-8, 2:8). Destarte, o vocabulário da Bendita Esperança não propicia base alguma para uma distinção do Retorno de Cristo em duas fases, uma vez que seus termos originais são empregados intercambiavelmente para descrever o mesmo evento. Mais importante ainda é o fato de que cada um desses três termos é claramente empregado para descrever o Retorno de Cristo pós-tribulacional, o que é visto como objeto da esperança do crente.
A parousia, por exemplo, é indisputavelmente pós-tribulacional em Mateus 24:27, 38, 39 e em 2 Tessalonicenses 2:8. O mesmo é verdade de apokalypsis-revelação, em 2 Tessalonicenses 1:7 e de epiphaneia-aparecimento em 2 Tessalonicenses 2:8. Portanto, o vocabulário da Bendita Esperança exclui a possibilidade de uma Vinda Secreta de Cristo para arrebatar a Igreja, seguida de uma tribulação de sete anos e da Vinda gloriosa, visível para estabelecer o Reino Judaico milenial. Os termos usados claramente apontam a um Advento de Cristo único, indivisível, pós-tribulacional para trazer salvação aos crentes e retribuição aos descrentes.
Nenhum Arrebatamento da Igreja. Uma segunda razão para rejeitar um arrebatamento pré-tribulacional secreto da Igreja é o fato de que não há qualquer indício no Novo Testamento de um arrebatamento instantâneo da Igreja. A descrição mais notória do Segundo Advento encontrada em 1 Tessalonicenses 4:15-17, sugere exatamente o oposto quando fala que o Senhor desce do céu “dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus” . . . “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares”.
O clamor, a trombeta e o grande ajuntamento dos vivos e santos ressurretos dificilmente sugeriria um evento secreto, instantâneo e invisível. Pelo contrário, como freqüentemente se tem assinalado, esta talvez seja a passagem mais barulhenta da Bíblia. A referência a um ressoar “da trombeta” e paralelamente ao texto de Mateus 24:31 e 1 Coríntios 15:52, que falam de fortes sons de trombeta, corroboram a visibilidade e natureza pública do Segundo Advento. Nenhum traço de um arrebatamento secreto pode ser encontrado em qualquer destas passagens.
Nenhuma Remoção da Igreja da Grande Tribulação. Uma terceira razão para rejeitar a noção de um arrebatamento secreto pré-tribulacional da Igreja é o fato de que tal noção não tem apoio das passagens que tratam da tribulação. Por exemplo, em seu discurso no Monte das Oliveiras, Jesus fala da “grande tribulação” que imediatamente precederá a Sua vinda e promete que “por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados” (Mateus 24:21-22, 29). Alegar que “os eleitos” são apenas os crentes judeus, e não membros da Igreja, representa ignorar que Cristo está se dirigindo a Seus apóstolos que representam não só o Israel nacional, mas a Igreja em escala ampla. Isto é confirmado pelo fato de que tanto Marcos quanto Lucas fazem referência ao mesmo discurso para a Igreja gentílica (Marcos 13; Lucas 21).
É também digna de nota a grande semelhança entre a descrição que Cristo faz do arrebatamento da Igreja em Mateus 24:30, 31 e a de Paulo em 1 Tessalonicenses 4:16, 17. Ambos os textos mencionam a descida do Senhor, a trombeta que soa, os anjos acompanhantes e a reunião do povo de Deus. Tais semelhanças sugerem que ambas as passagens descrevem o mesmo evento. Contudo, em Mateus o arrebatamento de Cristo é explicitamente situado “após a tribulação” (Mateus 24:29), ao tempo da Vinda de Cristo “com poder e grande glória” (vs. 29, 30). O paralelismo entre as duas passagens indica claramente que o arrebatamento da Igreja não precede, mas, pelo contrário, segue-se à grande tribulação.
Cristo nunca prometeu a Sua Igreja um arrebatamento pré-tribulação deste mundo. Antes, prometeu proteção em meio à tribulação. Em Sua petição ao Pai, Ele disse:
“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (João 17:15).
Semelhantemente à Igreja de Filadélfia, Cristo promete:
“Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a Terra” (Apocalipse 3:10)
Se a Igreja estivesse ausente desta Terra durante a hora de prova, não haveria necessidade de proteção divina.
Nenhum Arrebatamento Pré-Tibulação nas Escrituras. Por último, a noção de um arrebatamento secreto pré-tribulacional é negada por Paulo e pelo livro de Apocalipse. Em suas admoestações aos tessalonicenses, Paulo explica que os crentes terão “alívio” da tribulação desta era presente
“quando do céu se manifestar o Senhor Jesus Cristo com os anjos do Seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus. . .” (2 Tessalonicenses 1:7-8)
Em outras palavras, os crentes experimentarão libertação dos sofrimentos desta era, não mediante um arrebatamento secreto, mas por ocasião da revelação pós-tribulacional de Cristo.
No segundo capítulo Paulo refuta as concepções errôneas que prevaleciam entre os tessalonicenses de que o dia do Senhor havia vindo. Para refutar esse equívoco ele cita dois eventos principais que deveriam dar-se antes da Vinda do Senhor, ou seja, a rebelião e o aparecimento do “homem da iniqüidade” (2 Tessalonicenses 2:3) que perseguiria o povo de Deus.
O que é crucial nesta passagem é que Paulo não faz menção de um arrebatamento pré-tribulacional como um precedente necessário para a Vinda do Senhor. Contudo, este seria o argumento mais forte que Paulo poderia apresentar para provar aos tessalonicenses que o dia do Senhor não poderia possivelmente ter vindo, uma vez que o seu arrebatamento para fora deste mundo ainda não tivera lugar. A omissão de Paulo desse argumento vital sugere fortemente que Paulo não cria num arrebatamento pré-tribulacional da Igreja.
Esta conclusão também é apoiada pela menção por Paulo do aparecimento do anticristo-um evento indicutivelmente tribulacional que os crentes verão antes da vinda do Senhor. Se Paulo esperasse que a Igreja fosse arrebatada deste mundo antes da tribulação causada pelo aparecimento do anticristo, ele dificilmente teria ensinado que os crentes veriam tal evento antes da vinda do Senhor. Que interesse os tessalonicenses teriam no aparecimento do anticristo, juntamente com a tribulação que o acompanharia, se devessem ser arrebatados para longe desta Terra antes de esses eventos terem lugar? Assim, tanto por sua omissão quanto por sua afirmação, Paulo nega o ponto de vista de um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja.
Nenhum Arrebatamento Pré-Tribulacional no Apocalipse. O livro de Apocalipse trata em maiores detalhes do que qualquer outro livro do Novo Testamento dos eventos associados com a grande tribulação, tais como o soar das sete trombetas, o aparecimento da besta que inflige uma terrível perseguição sobre os santos de Deus, e o derramamento das sete últimas pragas (Apocalipse 8 a 16). Conquanto João descreva em grande detalhe os eventos tribulacionais, ele nunca menciona ou sugere um Advento de Cristo secreto e pré-tribulacional para levar embora a Igreja. Isto surpreende muito, em vista de que o expresso propósito de João é instruir as Igrejas com respeito aos eventos finais.
João explicitamente menciona uma incontável multidão de crentes que passarão pela grande tribulação.
“São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:14)
Os pré-tribulacionistas argumentam que esses crentes são somente da raça judaica, supostamente em vista de que a Igreja em Apocalipse 4 a 19 não mais está sobre a Terra, mas no céu. Tal raciocínio perde o seu crédito, primeiramente pelo fato de que em parte alguma João diferencia entre os santos na tribulação que sejam judeus ou gentios.
João explicitamente declara que os crentes vitoriosos da tribulação vêm de
“toda nação, tribo, língua e povo” (Apocalipse 7:9)
Esta frase ocorre repetidamente no Apocalipse para designar não exclusivamente os judeus, mas inclusivamente todo membro da família humana (Apocalipse 5:9; 10:11; 13:7; 14:6). O Cordeiro, por exemplo, é louvado pelos 24 anciãos por ter resgatado homens
“de toda tribo e língua e povo e nação” (Apocalipse 5:9)
Obviamente, Cristo não resgatou somente judeus, mas pessoas de todas as raças.
Êxtase de João, Não Arrebatamento da Igreja. O argumento de que a Igreja em Apocalipse 4 a 19 está no céu baseia-se num falso pressuposto de que a ordem a João,
“Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas cousas” (Apocalipse 4:1)
refere-se supostamente ao arrebatamento da Igreja no céu. Esta é uma interpretação sem fundamento, porque o texto não fala do arrebatamento da Igreja, mas da experiência visionária extática de João. Até mesmo John F. Walvoord, destacado pré-tribulacionista, reconhece abertamente que “não há autoridade para ligar o arrebatamento com esta expressão”. [9]
As semelhanças entre as admoestações dadas nas cartas às sete Igrejas e as que são dadas aos santos que enfrentam a tribulação sugerem que os dois são essencialmente o mesmo povo. Por exemplo, quatro vezes nas sete cartas a necessidade para “suportar” é realçada (Apocalipse 2:2, 3, 19; 3:10), e se espera a mesma qualidade dos santos que passam pela tribulação (Apocalipse 13:10; 14:12). Semelhantemente, a necessidade de “vencer”, expressa sete vezes nas cartas às Igrejas (Apocalipse 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21), é o próprio atributo dos santos na tribulação
“que venceram a besta e sua imagem” (Apocalipse 15:2)
 Dificilmente se conceberia que João tencionava atribuir as mesmas características a dois grupos diferentes de pessoas.
A Igreja Sofre a Tribulação, Mas Não a Ira Divina. Em Apocalipse 22:16 Jesus reivindica ter enviado o Seu anjo a João “para testificar estas cousas à Igreja”. É difícil ver como as mensagens dadas pelo anjo a João poderiam ser um testemunho para as Igrejas, se a Igreja não está diretamente envolvida na maior parte dos eventos descritos no livro (Apocalipse 4 a 19).
O ponto básico da questão é que a Igreja em Apocalipse sofrerá perseguição por poderes satânicos durante a tribulação final, mas não sofrerá a ira divina. A ira divina, que é retratada pelas sete pragas apocalípticas, não é derramada indiscriminadamente sobre todos, mas seletivamente sobre aqueles que são “portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem” (Apocalipse 16:2; cf. 14:9-10).
Tal como os antigos israelitas desfrutaram da proteção de Deus durante as dez pragas (Êxodo 11:7), assim o povo de Deus será protegido quando Sua ira divina cair sobre os ímpios. Essa divina proteção é representada em Apocalipse por um anjo que sela os servos de Deus em suas testas (Apocalipse 7:3) de modo a que sejam poupados quando a ira de Deus sobrevir sobre os impenitentes (Apocalipse 9:4). Por fim, o povo de Deus será resgatado pelo glorioso Retorno de Cristo (Apocalipse 16:15; 19:11-21). Destarte, a Revelação não retrata um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja, mas um Retorno pós-tribulacional de Cristo.
Conclusão. À luz das razões acima discutidas, concluímos que o ensino popular de uma Vinda Secreta de Cristo para arrebatar a Igreja antes da tribulação final é um sinal errado do Tempo do fim destituído de qualquer respaldo bíblico. Tal crença torna a Deus culpado de chocante discriminação, por dar tratamento preferencial à Igreja que é removida da Terra antes da tribulação final reservada aos judeus. As Escrituras ensinam que a Segunda Vinda de Cristo é um evento único que ocorre após a grande tribulação e será experimentada pelos crentes de todas as eras e de todas as raças. Esta é a Bendita Esperança que une
“toda nação, e tribo, e língua e povo” (Apocalipse 14:6)
Referências:
1. Hal Lindsey, The Rapture: Truth or Consequences (New York, 1983), p. 24.
2. Hal Lindsey, The Late Great Planet Earth (Grand Rapids, 1970), p. 54.
3. Para uma pesquisa breve, mas informativa, do desenvolvimento do pré-tribulacionismo, ver Richard R. Reiter, “A History of the Development of the Rapture Position,” The Rapture. Pre-, Mid-, or Post-Tribulational Symposium (Grand Rapids, 1984), pp. 24-34.
4. Ver também Norman F. Douty, Has Christ’s Return Two Stages? (New York, 1956); Alexander Reese, The Approaching Advent of Christ (Grand Rapids, 1975).
5. John F. Walvoord, The Rapture Question (Grand Rapids, 1957), p. 50.
6. C. C. Ryrie, Dispensationalism Today ( Chicago, Moody Press, 1965), p. 159.
7. Hal Lindsey, The Late Great Planet Earth (Grand Rapids, 1970), p. 143.
8. Ibid.
9. John F. Walvoord, The Revelation of Jesus Christ (Chicago, 1966), p. 103.
Adendo: O Conceito de Israel no Novo Testamento
O material abaixo foi extraído de outro artigo do Dr. Bacchiocchi mais completo e profundo sobre a campanha do “Left Behind”. Trata em maior detalhe sobre um importante aspecto nessa discussão, o papel de Israel nas profecias. Contudo, eis algumas reflexões sobre esta questão do papel de Israel nas profecias:
Avaliação do Ponto de Vista dos “Dois Povos”. É o conceito de uma distinção radical entre o plano de Deus para Israel e para a Igreja um ensino bíblico válido ou um pressuposto infundado? Acaso o ponto de vista neotestamentário para a Igreja é o de um povo diferente e separado do povo do “Israel natural”? A resposta é abundantemente clara. O Novo Testamento considera a Igreja, não como uma “intercalação” temporária, mas como continuação do verdadeiro Israel de Deus. Para verificar esta última posição, breve alusão será feita a algumas sigificativas declarações de Cristo, Pedro e Paulo.
O Ajuntamento do Verdadeiro Israel por Cristo. Ao chamar e ordenar doze discípulos como Seus apóstolos, Cristo manifestou a intenção de reunir o remanescente messiânico das doze tribos de Israel num novo organismo, chamado a Igreja (Mateus 16:18-19). Este não é um organismo independente designado a repor Israel temporariamente mas um rebanho que reúne tanto as “ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mateus 10:6; cf. 15:24; Atos 1:8) como as ovelhas perdidas do mundo gentílico.
Referindo-se à profecia de Isaías com respeito à reunião dos gentios, Cristo anunciou:
“Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a Mim Me convém conduzi-las; elas ouvirão a Minha voz; então haverá um rebanho e um pastor” (João 10:16; cf. Isaías 56:6-8).
Como pastor messiânico, Cristo veio reunir o remanescente de Israel e gentios, não em dois rebanhos separados, mas num só rebanho.
Quando elogiando a fé do centurião, Jesus disse:
“Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas”. (Mateus 8:11-12)
É digno de nota que Cristo não promete o Reino de Deus a uma futura geração de judeus, como alguns dispensacionalistas mantêm, mas a crentes de todas as nações, “do Oriente e do Ocidente”.
Uma Realidade Presente. O reino messiânico prometido no Velho Testamento é visto por Cristo não como um evento futuro envolvendo a restauração territorial e política de Israel, mas como uma realidade presente que raiou mediante Seu ministério vitorioso sobre o pecado, Satanás e a morte.
“Se, porém, Eu expulso demônios, pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós” (Mateus 12:28)
O reino de Cristo é composto, não por dois povos separados, Israel e a Igreja, mas por um povo, o “Novo Israel”, consistindo de judeus e gentios crentes.
Aos discípulos Jesus declarou:
“Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai Se agradou em dar-vos o Seu reino” (Lucas 12:32)
Notem que o prometido Reino messiânico é dado não a uma futura geração de judeus (Mateus 11:29; 13:38; 8:11-12). F. F. Bruce comenta adequadamente: “O chamado de Jesus por discípulos para estarem junto a Si a fim de formarem o ‘pequenino rebanho’ que receberia o Reino (Lucas 12:32; cf. Dan 7:22, 27) O assinala com o fundador do Novo Israel”.
Os profetas falam de Israel como rebanho ou ovelha de Deus (Isaías 40:11; Jeremias 31:10; Ezequiel 34:12-14). Ao chamar Seus discípulos de “pequenino rebanho” ao qual Deus estava dando o Reino, está inegavelmente identificando Seus discípulos quanto ao verdadeiro remanescente de Israel. Ademais, ao comissionar Seus apóstolos para “fazer discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19), Cristo revelou que a missão profética do Israel nacional (Isaías 49:6; 60:3) estava sendo cumprida por Seu rebanho messiânico, a Igreja, que consiste de discípulos procedentes de todas as nações. Israel prossegue existindo, não à parte da Igreja, mas como parte dela.
A Descrição do Novo Israel por Pedro. Pedro, à semelhança de Cristo, via a Igreja como cumprimento das promessas feitas ao antigo Israel. No dia de Pentecoste, Pedro declarou que a profecia de Joel concernente à restauração messiânica de Israel (Joel 2:28-32) se estava cumprindo através do derramamento do Espírito Santo sobre a Igreja (Atos 2:16-21).
Para Pedro, a Igreja não é uma entidade não-predita no Velho Testamento, nem uma interrupção temporária do plano divino para Israel; antes, é o cumprimento do remanescente escatológico de Israel. Se o início da Igreja é visto por Pedro como cumprimento de uma profecia concernente a Israel, temos razões em crer que os eventos finais da Igreja devem também representar o cumprimento de certas profecias do Velho Testamento relativas a Israel.
A Igreja é o Novo Israel. É digno de nota que Pedro aplica à Igreja aqueles títulos do Velho Testamento que designam a Israel:
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes Daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, vós, sim, que antes não éreis povo, mas agora sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia” (1 Ped. 2:9-10)
Esta descrição da Igreja é uma combinação de três passagens veterotestamentárias (Êxodo 19:6; Isaías 43:20-21; Oséias 1:6, 9; 2:1) que caracterizam o povo de Deus. Pedro reúne a visão de Israel do Velho Testamento e proclama seu cumprimento na Igreja. Em palavras bastante claras, Pedro demonstra que a “raça escolhida” não é mais exclusivamente os judeus étnicos, mas tanto crentes judeus quanto gentios. A Igreja é o novo Israel que cumpre as promessas feitas ao Israel do Velho Testamento.
A Visão de Paulo do “Israel de Deus”. À semelhança de Cristo e Pedro, Paulo também via a Igreja como o verdadeiro Israel. Falando aos judeus reunidos na sinagoga em Antioquia da Pisídia, Paulo afirmou:
“Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais, como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus” (Atos 13:32-33)
Neste discurso Paulo explica que as promessas de Deus aos pais foram cumpridas na ressurreição de Cristo. O cumprimento não resulta no estabelecimento de um reino judaico durante o milênio, mas no “perdão dos pecados” concedido mediante Cristo a “todo o que crer” (Atos 13:38-39). As promessas feitas a Israel são, portanto, cumpridas na Igreja do Novo Testamento, não mediante uma restauração política dos judeus étnicos, mas através de uma redenção espiritual de todos os crentes.
Na epístola aos gálatas Paulo emprega a frase “o Israel de Deus” inclusive tanto de judeus quanto de gentios:
“Nem a circuncisão é cousa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura. E a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus” (Gálatas 6:15-16)
Alguns dispensacionalistas mantêm que a frase “o Israel de Deus” refere-se exclusivamente aos judeus crentes. Eles traduzem a palavra grega kai como “e”, significando “adicionalmente a”. Destarte, “o Israel de Deus” refere-se exclusivamente aos cristãos judeus que Paulo supostamente distingue da igreja como um todo, porque deixaram o legalismo para seguirem a regra de Cristo.
Unidade de Judeus e Gentios. Esta interpretação, contudo, ignora tanto o contexto imediato de Gálatas quanto a ênfase teológica mais ampla. O contexto imediato fala de “quantos andarem de conformidade com esta regra” e deve incluir os crentes judeus e gentios, uma vez que é dito que tanto a circuncisão quanto a incircuncisão nada representam. Assim, o “Israel de Deus” é uma descrição adicional de ambos os grupos que andam “de conformidade com esta regra”. O contexto mais amplo realça a unidade que ambos os grupos compartilham em Cristo:
“Não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão, e herdeiros segundo a promessa” (Gálatas 3:28-29)
À luz do contexto imediato e mais amplo, o “Israel de Deus” não pode ser um grupo distinto de judeus crentes, à parte dos gentios crentes. Alegar assim representa destruir a própria unidade que Paulo se empenha em estabelecer. Antes, a frase “Israel de Deus” foi empregada por Paulo como uma maneira explicativa para qualificar adicionalmente “quantos andarem em conformidade com esta regra”. Ou seja, pessoas crentes judeus e gentios.
A Integração dos Gentios no Israel, por Paulo. Paulo ensina repetidamente a integração de gentios em Israel como herdeiros das promessas de Deus. Em Efésios claramente explica que os gentios que outrora estavam “sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa” (Efésios 2:12), não mais são “estranhos às alianças da promessa . . . mas . . . não mais estrangeiros e peregrinos, mesmo concidadãos dos santos”, membros da “família de Deus” (Efésios 2:19).
Essa integração de gentios à “comunidade de Israel” e “às alianças da promessa” tiveram lugar mediante Jesus Cristo que uniu tanto os judeus quanto os gentios
“para que dos dois criasse em si mesmo um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade” (Efésios 2:15-16)
O pensamento de um propósito separado para crentes judeus na presente era ou num futuro milênio é aqui totalmente excluído por Paulo. De fato, tal pensamento destruiria a própria unidade de judeus e gentios que Cristo realizou. Paulo explica aos efésios que foi pela revelação de Deus que se tornou conhecida a ele este “mistério” de como “os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho” (Efésios 3:5-6). Três vezes Paulo ressalta aqui que os gentios compartilham com Israel a promessa da aliança. Qualquer sistema teológico que divida o que Deus ajuntou está operando contra o propósito divino.
A Imagem Paulina da Oliveira. Em Romanos 9-11 Paulo descreve a integração de gentios em Israel utilizando a imagem efetiva do enxerto de ramos bravos de oliveira (gentios) à única oliveira do Israel de Deus (Romanos 11:17-24). Observem que para Paulo a salvação dos gentios não resulta no brotar de uma nova oliveira, mas em enxertar os gentios na mesma oliveira.
A árvore de Israel não é arrancada por causa de descrença, mas é podada, ou seja, reestruturada mediante o enxerto de ramos gentios. A Igreja vive da raiz e tronco do Israel do Velho Testamento (Romanos 11:17-18). Por meio dessa expressiva imagem, Paulo descreve a unidade e continuidade que existe no plano redentor de Deus para Israel e a Igreja.
Interrelação Entre Israel e a Igreja. Os dispensacionalistas apelam a Romanos 11:25-26 para argumentar em favor de uma futura conversão da nação de Israel, independentemente da Igreja. A passagem assim reza:
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não sejais presumidos em vós mesmos, que veio endurecimento em parte a Israel até que haja entrado a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo” (Romanos 11:25-26)
Os dispensacionalistas explicam esta passagem como ensinando uma conversão em larga escala da nação de Israel após a reunião da plenitude dos gentios estar completa, pouco antes do tempo do Retorno de Cristo.
Essa interpretação ignora quatro importantes observações. Primeiro, a frase “todo Israel será salvo” dificilmente se refere apenas à última geração de judeus, uma vez que esta seria apenas uma fração de todos os judeus que viveram. Em segundo lugar, o texto não está discutindo a sucessão temporal, mas a maneira pela qual Israel será salvo. O texto não diz “e então [após a reunião dos gentios] todo Israel será salvo”. Antes, declara: “E assim [desse modo, pelo fato de os israelitas serem movidos por ciúmes pela salvação dos gentios] todo Israel será salvo”. Em terceiro lugar, os judeus estão sendo salvos por serem reenxertados na mesma oliveira em que os gentios também estão. Assim, a salvação dos judeus não ocorre independentemente da dos gentios, mas concomitantemente a isso.
Por fim, se a reunião de um número pleno de gentios tem lugar ao longo da história, há razão para duvidar que o mesmo também seja verdadeiro quanto à reunião dos judeus. De fato, no vs. 31 Paulo especificamente declara que os judeus “agora foram desobedientes, para que igualmente eles alcancem misericórdia, à vista da que vos foi concedida”. Essas observações claramente indicam que Paulo aqui não está apresentando uma ordem de dispensações sucessivas, mas uma promessa de inter-relação dinâmica entre a salvação de Israel e a da Igreja.
O equivocado pressuposto de dois povos com dois destinos procede em grande parte de uma teologia de desprezo aos judeus, antes que do ensino bíblico de um rebanho, um pastor, e um destino. O Novo Testamento freqüentemente fala dos judeus em cotejo com os gentios, mas nunca ensina ou deixa implícito que Deus tenha em mente um futuro separado para Israel, distinto daquele planejado para os gentios. Há uma unidade existente entre Israel e a Igreja. Na Nova Jerusalém estão inscritos tanto os nomes das doze tribos de Israel quanto os nomes dos doze apóstolos, os primeiros nas doze portas e os últimos nos doze fundamentos (Apocalipse 21:12, 14). A Igreja e Israel assim compartilham não só da mesma salvação presente, mas também da mesma glorificação e restauração finais. O futuro de Israel é visto no Novo Testamento, não em termos de um reino milenial político na Palestina, mas em termos de bênção eterna compartilhada com os remidos de todas as eras numa nova terra restaurada.
Conclusão. À luz das considerações precedentes concluímos que o ensino popular promovido por Left Behind [deixados para trás, um popular filme religioso e série de livros de ficção escatológica] de um desaparecimento súbito de milhões de cristãos, deixando para trás uma massa de judeus descrentes e pessoas inconversas, é uma ficção enganosa e não uma verdade bíblica. A popularidade desse engano pode ser atribuída à falsa premissa de que os crentes serão poupados de sofrer a tribulação final.
Numa época em que as pessoas engolem toda sorte de analgésicos para evitar ou aliviar a dor, não surpreende que muitos estejam dispostos a engolir também o engano de um Arrebatamento pré-tribulacional—um ensino que promete às pessoas isenção do sofrimento da tribulação final. Tal ensino atraente, contudo, não carece apenas de suporte bíblico, mas é também incriminatório do caráter de Deus. Retrata a Deus como um Ser discriminador que dá tratamento preferencial à Igreja removendo-a de sobre a Terra, antes de despejar a tribulação final sobre os que são deixados para trás.
Left Behind [deixados para trás] posiciona a conversão de muitos descrentes durante a tribulação—um ensino alheio à Bíblia. Repetidamente o Apocalipse afirma que os que experimentam as pragas finais
“não se arrependeram de sua obras” (Apocalipse 16:11; 16:9)
 Ademais, destrói a unidade e finalidade da Vinda de Cristo, apresentada nas Escrituras como um evento único que ocorre após a Grande Tribulação. Nessa ocasião os santos adormecidos serão ressuscitados, os santos vivos serão transformados, os crentes de todas as eras se reunirão com o Senhor, e aqueles que são deixados para trás
“sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor” (2 Tessalonicenses 1:9)
Não haverá segunda chance para os que são deixados para trás quando Cristo vier, porque o fogo purificador de Sua presença consumirá todo o vestígio de pecado e pecadores:
“Virá, entretanto, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas” (2 Pedro 3:10)
Nossa bendita esperança repousa não sobre a ficção de desaparecer subitamente no espaço, mas na promessa do retorno de Cristo para criar
“novos céus e uma nova terra nos quais habita a justiça” (2 Pedro 3:13)
__________
* O Prof. Samuele Bacchiocchi atuou como professor de História Eclesiástica e Teologia na Universidade Andrews até jubilar-se. Ele é conferencista internacional e autor de vários livros de sua área de especialidade, tendo sido o primeiro não-católico a doutorar-se pela Pontifícia Universidade Gregoriana, ligada ao Vaticano.

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