terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Teste da Natureza da Música Segundo os Escritos de Ellen G. White

Esse teste foi elaborado a partir dos princípios de música obtidos nos escritos de Ellen G. White. Portanto, são válidos para a igreja. Serve para orientação sobre a música e o canto na Igreja, se estão sendo dedicados a DEUS ou a outro foco, que pode ser o cantor, o compositor ou, o que é ainda pior, o próprio satanás. É importante cuidar‐se da questão do louvor uma vez que nos últimos tempos é profeticamente previsto um maciço ataque de satanás contra a igreja, em todas as frentes possíveis, portanto, isso inclui a música.
Para fazer o teste da música que você canta ou toca na igreja, ou que algum cantor ou instrumentista, conjunto instrumental ou vocal apresenta, basta responder a cada pergunta com “sim” ou “não”.


Teste da natureza da música
O foco de sua música ou cântico é de louvor a DEUS? Responda com sinceridade
Quesitos
Sim
Não
01
A música é suave e pura (Ed. 167)?


02
Os tons são claros e suaves (Test. V9, 143)?


03
Tons como a melodia dos pássaros (Ev. 510)?


04
Os tons são harmoniosos entre si (Ev. 510/511)?


05
O volume do som é suave e não fere os ouvidos (Carta 66, p 2 e 3, 1983)?


06
Não tem notas estridentes (Manuscrito 5, 1874)?


07
O canto é harmonioso (TS. V1, 45)?


08
O louvor é simples e entoado em tom natural (Ev. 510/511)?


09
A melodia é alegre e ao mesmo tempo solene (Ev. 507/508)?


10
A melodia flui sem esforço (Manuscrito 5, 1874)?


11
Aproxima da harmonia celeste (PP. 637)?


12
Os anjos cantariam juntos (Manuscrito 5, 1874)?


13
Glorifica a DEUS (carta 5.1850)?


14
Engrandece o nome de DEUS (FEC, 97)?


15
Ergue os pensamentos ao que é puro, nobre e edificante (PP. 637)?


16
Impressiona o coração com verdades espirituais (Ed. 167)?


17
Atrai para o lar celestial (DTN, 37)?


18
Conduz a santidade [separação do mundo] (T, v1, 496/497)?


19
Afasta os ouvintes da atenção ao terreno (DTN. 73)?


20
Afasta a mente do inimigo (carta 5.1850)?


21
Não leva a união com o mundo e suas diversões (PP. 637)?


22
Não tem gesticulações extravagantes (Manuscrito 5, 1874)?


23
Não há movimentos corporais (Manuscrito 5, 1874)?


24
As notas não são longamente puxadas (Ev. 510)?


25
Não há confusão de vozes nem dissonância (TS, v1, 45)?


26
Não vem do gênero das valsas frívolas (FEC 97)?


27
Não vem de canções petulantes que elogiam o homem (FEC 97)?


28
Não é ruidosa, vulgar, nem de abundante de entusiasmo (CPPE, 306)?


29
Não idolatra o músico ou cantor (T. v1, 506)?


30
As canções não são vulgares e próprias para salões de baile (T. v1, 506)?


31
Não se adapta facilmente ao palco (Manuscrito 5, 1874)?


32
A melodia não é forçada (Manuscrito 5, 1874)?


33
A música não serve para dança (ME, v2, 36)?


34
Não inclui tambores e o ritmo não domina a melodia nem a harmonia (ME, v2, 36)?


35
Não pertence a categoria do jaz, rock, blues, derivados ou correlatos (Manual da Igreja, 172)?



Quantidade de açúcar no refrigerante

Os sinais cósmicos mencionados em Mateus 24:29 ainda estão para se cumprir?


O texto bíblico declara que a segunda vinda de Cristo seria precedida por um grande terremoto, bem como por sinais cósmicos no Sol, na Lua e nas estrelas (ver Jl 2:31; Mt 24:29; Mc 13:24, 25; Lc 21:25; Ap 6:12, 13). Os adventistas creem que estes sinais se cumpriram respectivamente com o terremoto de Lisboa, no dia 1º de novembro de 1755; o escurecimento do Sol e a Lua em cor de sangue, em 19 de maio de 1780; e a queda das estrelas, na noite de 13 de novembro de 1833. Mas pelos menos três argumentos básicos têm sido usados contra tais identificações. 
Um dos argumentos é que esses acontecimentos não passariam de fenômenos naturais, reincidentes e explicáveis cientificamente, que não poderiam ser considerados cumprimentos proféticos. Devemos reconhecer, no entanto, que esses fenômenos são “sinais” (Lc 21:25) mais importantes pelo seu significado do que pela sua própria natureza. Além disso, em várias outras ocasiões Deus usou meios naturais com propósitos espirituais. Por exemplo, o dilúvio envolveu água e uma arca (Gn 6-8); e entre as pragas do Egito haviam rãs, piolhos, moscas, pestes, úlceras, saraiva, gafanhotos e trevas (Êx 7-12). De modo semelhante, os sinais cósmicos, mesmo podendo ser explicados cientificamente, apontavam para importantes realidades espirituais. 
Outro argumento usado contra as identificações acima mencionadas é que elas já estão demasiadamente distantes da segunda vinda de Cristo para ainda ser consideradas sinais desse evento. Mas Cristo deixou claro que esses sinais deveriam ocorrer “logo em seguida à tribulação daqueles dias” (Mt 24:29), ou  seja, próximo ao término dos 1.260 anos de supremacia papal (Dn 7:25). Apocalipse 6:12-14 esclarece que a sequência terremoto;estrelas ocorreria no contexto da abertura do sexto selo, e não do sétimo selo, que é a segunda vinda de Cristo. William H. Shea, em seu artigo “A marcha dos sinais”,  Ministério, maio-junho de 1999, p. 12-13, identifica a seguinte sequência profética: (1) o grande terremoto de 1755; (2) o dia escuro de 1780; (3) o juízo sobre a besta em 1798; (4) a queda das estrelas em 1833; e (5) o início do juízo investigativo pré-advento em 1844. Assim como o grande terremoto e o  dia escuro precederam o juízo sobre a besta, a queda das estrelas antecedeu o início do juízo investigativo. 
Um terceiro argumento contra tais identificações é que o terremoto de Lisboa em 1755 não foi o mais intenso abalo sísmico já registrado. Independentemente de sua intensidade, o terremoto de Lisboa foi o mais significativo, em temos proféticos. Como prenúncio do término dos 1.260 anos de supremacia papal, o terremoto ocorreu em um domingo, Dia de Todos os Santos, quando os devotos  católicos estavam reunidos em suas igrejas, e nenhum dos supostos santos os conseguiu proteger. Otto Friedrich, em sua obra O fim do mundo (Rio de Janeiro: Record, 2000), p. 227-271, afirma que alguns padres e freiras anteviram em sonhos e visões que Lisboa seria destruída. 
A posição tradicional adventista é confirmada em  Nisto Cremos: as 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 8ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), p. 417-419; e Tratado de Teología Adventista del Séptimo Día (Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2009), p. 1015-1017. Ellen G. White, em O Grande Conflito, p. 636-637, reconhece que, por ocasião da segunda vinda de Cristo, “o Sol aparecerá resplandecendo” à meia-noite e um “grande terremoto” abalará a Terra (Ap 16:18). Mas na mesma obra (p. 304-308, 333-334), a Sra. White assegura que os sinais cósmicos mencionados especificamente pelo profeta Joel (Jl 2:31), por Cristo (Mt 24:29; Mc 13:24, 25; Lc 21:25) e pelo apóstolo João (Ap 6:12, 13) se cumpriram respectivamente em 1755, 1780 e 1833. Portanto, a Igreja Adventista do Sétimo Dia aceita os eventos ocorridos nessas datas como sendo os sinais preditos em Mateus 24:29. 


Revista do Ancião (outubro – dezembro de 2010) 
Dr. Alberto Timm

Existe base bíblica para a “unidade na diversidade doutrinária”?


Os defensores da “unidade na diversidade doutrinária” geralmente divergem da posição doutrinária oficial da Igreja, e buscam no assim chamado “pluralismo teológico” (uma espécie de democracia teológica) espaço para abrigar suas teorias e interpretações doutrinárias particulares. Gerhard F. Hasel, quando ainda dirigia os programas de PhD e ThD do Seminário Teológico da Universidade Andrews (EUA), me disse certa ocasião que o“pluralismo” simplesmente não existe. É apenas um rótulo que a pessoa usa para que suas ideias sejam aceitas. Mas, tão logo isso ocorra, o indivíduo se torna intransigente, como qualquer outra pessoa, para com as opiniões divergentes dos outros. Com o passar do tempo, tenho me convencido cada vez mais da veracidade dessa posição. 
O conceito de "unidade na diversidade" é realmente  enfatizado por Paulo em 1 Coríntios 12 em relação à "diversidade nos serviços" (v. 5) e à "diversidade nas realizações" (v. 6). Ellen White declara que "pela  diversidade dos dons e governos que Ele [Deus] pôs em Sua igreja, todos alcançarão a unidade da fé" (Testemunhos para Ministros, p. 29), e que "não devemos pensar que é nossa obrigação falar exatamente as mesmas coisas, representando as mesmas coisas por meio das mesmas palavras" (Manuscript Releases, v. 8, p. 67; Ibid., v. 9, p. 26). Mas em nenhum lugar da Bíblia ou dos escritos de Ellen White existe alguma insinuação em favor de uma unidade na diversidade de crenças e doutrinas. O que a Bíblia realmente ensina é a "unidade da fé" (Ef 4:13). 
Na mesma epístola que fala a respeito da "diversidade nos serviços" (1Co 12:5) e "diversidade nas realizações" (1Co 12:6), Paulo também enfatiza a unidade doutrinária. 
Por exemplo, em 1 Coríntios 1:10, ele exorta: "Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer." Em 1 Coríntios 4:6, é dito: “não ultrapasseis o que está escrito”. Em Gálatas 1:8 e 9, Paulo acrescenta: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do Céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos pregue evangelho que vá além  daquele que recebestes, seja anátema.” 
Lamentavelmente, a identidade da Igreja está sendo  hoje seriamente ameaçada por um número considerável de pregadores e escritores que colocam a criatividade e a imaginação pessoais acima do bom-senso interpretativo. Existe uma forte tendência de se substituir a autoridade normativa da Palavra de Deus por intuições subjetivas atribuídas ao Espírito Santo(cf. Mt 7:21-23). Desconhecendo os princípios básicos de interpretação bíblica, muitos se sentem na liberdade de atribuir ao texto sagrado significados artificiais, destituídos de um claro “assim diz o Senhor”. 
A genuína unidade doutrinária só pode existir entre aqueles que reconhecem e aceitam a autoridade normativa da Palavra de Deus, e a interpretam adequadamente. Se aceitarmos o princípio de que devemos viver “de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4:4), jamais isolaremos partes das Escrituras em detrimento de outras. Se concordarmos que “a Bíblia é sua própria intérprete”, jamais nos sentiremos na liberdade de impor ao texto sagrado significados artificiais, não sugeridos pelo próprio texto. 
Portanto, mesmo em face à diversidade de dons e serviços dentro da comunidade de crentes (ver 1Co 12), devemos zelar pela unidade doutrinária e pela lealdade incondicional ao texto bíblico interpretado corretamente. É maravilhoso saber que nestes dias finais da história humana, caracterizados por  inúmeras interpretações artificiais e teorias conflitantes, “Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 595). 


Revista do Ancião (janeiro – março de 2009) Via Setimo Dia
Dr. Alberto Timm

Por ocasião do sacrifício de Cristo na cruz, morreu apenas a Sua natureza humana ou também a Sua natureza divina?

Este é um assunto complexo e de fácil distorção, no qual muitos são tentados a substituir a revelação divina por suas próprias teorias especulativas. Mas existem algumas declarações inspiradas que nos ajudam a compreender melhor o assunto. Por exemplo, em Isaías 9:6, Cristo é chamado de “Pai da Eternidade”. Em João 11:25, Ele mesmo afirma: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Em  João 10:17, 18, Ele acrescenta: “porque Eu dou a Minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de Mim; pelo contrário, Eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la.” E no livro  O Desejado de Todas as Nações, p. 530, Ellen G. White diz: “Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada.” 
Em harmonia com essas declarações, Ellen White argumenta no livro  Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 301: "Aquele que disse: ‘Dou a Minha vida para tornar a tomá-la’ (João 10:17), ressurgiu do túmulo para a vida que estava nEle mesmo. A humanidade morreu; a divindade não morreu. Em Sua divindade, possuía Cristo o poder de romper os laços da morte. Declara Ele que tem vida nEle mesmo, para dar vida a quem quer. [...] É Ele a fonte, o manancial da vida. Unicamente Aquele que tem, Ele só, a imortalidade, e habita na luz e vida, podia dizer: ‘Tenho poder para a dar [a vida], e poder para tornar a tomá-la.’ João 10:18.” 
Nos comentários de Ellen White em The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 5, p. 1.113, o mesmo conceito é corroborado: “Foi a natureza humana do Filho de Maria transformada na natureza divina do Filho de Deus? Não. As duas naturezas foram misteriosamente fundidas em uma pessoa – o homem Cristo Jesus. Nele habitou corporalmente toda a plenitude da Divindade [Cl 2:9]. Ao ser Cristo crucificado, foi Sua natureza humana que morreu. A Divindade não sucumbiu nem morreu. Isso teria sido impossível. [...] Quando a voz do anjo foi ouvida dizendo: ‘O Teu Pai Te chama’, Aquele que havia dito: ‘Eu dou a Minha vida para a reassumir’ [Jo 10:17] e ‘Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei’ [Jo 2:19], ressurgiu da sepultura para a vida que havia em Si mesmo. A Divindade não morreu. A humanidade morreu; mas Cristo agora proclama sobre o sepulcro de José: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’ [Jo 11:25]. Em Sua divindade Cristo possuía o poder de romper os laços da morte. Ele declara ter vida em Si mesmo para conceder a quem Ele quiser.” 
Nas Meditações Matinais de Ellen G. White publicadas sob o título Exaltai-O! (1992), p. 
346, ela acrescenta: “Jesus Cristo depôs o manto real, Sua régia coroa e revestiu Sua divindade com a humanidade, a fim de tornar-Se um substituto e penhor pelo gênero 
humano, para que, morrendo em forma humana, por Sua morte pudesse destruir aquele 
que tinha o poder da morte. Ele não poderia ter feito isso como Deus; mas, tornando-Se 
como o homem, Cristo podia morrer. Pela morte venceu a morte.” 
Mas, se mesmo “a vida de um anjo não poderia pagar  a dívida” pela queda da raça humana (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 64, 65), seria suficiente que apenas a natureza humana de Cristo morresse na cruz? Este é, sem dúvida, um mistério para o qual não temos todas as respostas. No entanto, não devemos nos esquecer de que Cristo veio como o “último Adão” (1Co 15:45) para pagar o preço pelo resgate da raça humana (ver Rm 5:12-21; 1Co 15:20-22). Ele morreu como homem por todos os seres humanos. 
Além disso, Cristo morreu a “segunda morte” (Ap 2:11; 20:6, 14; 21:8) da qual não existe ressurreição de criaturas. Como essa morte representa a eterna alienação da criatura do seu Criador, somente Aquele que tem vida em Si mesmo poderia ressuscitar dessa morte. 
Portanto, mesmo que não tenhamos respostas a todas  as indagações que possam surgir com respeito ao “mistério da piedade” (1Tm 3:16), pela fé aceitamos as declarações inspiradas que nos dizem que na cruz morreu apenas a natureza humana de Cristo, e não a Sua natureza divina, que ficou misteriosamente velada durante a encarnação. 


Revista do Ancião (abril – junho de 2009) 
Dr. Alberto Timm

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Podemos crer que Jesus ascendeu duas vezes ao Céu: uma, no próprio dia de Sua ressurreição e, outra, 40 dias mais tarde?


Após a ressurreição de Jesus, Maria Madalena O encontrou junto ao sepulcro e procurou estabelecer diálogo, mas Ele pediu para não ser detido, pois ainda não havia subido ao Pai (João 20:11-18). Depois disso, Jesus  não apenas Se deteve com outras pessoas, como também dialogou demoradamente com algumas delas (ver Luc. 24:13-50; João 20:19-29; 21:1-23; Atos 1:3; I Cor. 15:3-8). O contraste entre o pedido inicial para não ser detido e a iniciativa posterior de Se deter com os discípulos sugere uma breve ascensão temporária de Cristo à presença do Pai nas cortes celestiais no próprio dia da ressurreição. 
O livro  O Desejado de Todas as Nações descreve tanto a ascensão temporária de Jesus no dia da ressurreição (cf. João 20:17) quanto Sua ascensão definitiva 40 dias mais tarde (Mar. 16:19; Luc. 24:50 e 51; Atos 1:6-11). Em relação à primeira delas, encontramos na pág. 790 da referida obra a seguinte declaração: “Jesus recusou receber a homenagem de Seu povo até haver obtido a certeza de estar Seu sacrifício aceito pelo Pai. Subiu às cortes celestiais, e ouviu do próprio Deus a afirmação de que Sua expiação pelos pecados dos homens fora ampla, de que por meio de Seu sangue todos poderiam obter a vida eterna. O Pai ratificou o concerto feito com Cristo, de que receberia os homens arrependidos e obedientes, e os amaria mesmo como ama a Seu Filho. [...] Todo o poder no Céu e na Terra foi dado ao Príncipe da Vida, e Ele voltou para Seus seguidores num mundo de pecado, a fim de lhes comunicar Seu poder e glória.” 
Sobre a ascensão definitiva de Cristo, 40 dias após Sua ressurreição, O Desejado de Todas as Nações, págs. 833 e 834, afirma: “Todo o Céu estava esperando para saudar o Salvador à Sua chegada às cortes celestiais. Ao ascender, abriu Ele o caminho, e a multidão de cativos libertos à Sua ressurreição O seguiu [Mat. 27:51-53]. A hoste celestial, com brados de alegria e aclamações de louvor e cântico celestial, tomava parte na jubilosa comitiva. [...] Estão ansiosos por celebrar-Lhe o triunfo e glorificar seu Rei. Mas Ele os detém com um gesto. Ainda não. Não pode receber a coroa de glória e as vestes reais. Entra à presença do Pai. Mostra a fronte ferida, o atingido flanco, os dilacerados pés; ergue as mãos que apresentam os vestígios dos  cravos. Aponta para os sinais de Seu triunfo; apresenta a Deus o molho movido, aqueles ressuscitados com Ele como representantes da grande multidão que há de sair do sepulcro por ocasião de Sua segunda vinda. [...] Ouve-se a voz de Deus proclamando que a justiça está satisfeita. Está vencido Satanás. [...] Os braços do Pai circundam o Filho, e é dada a ordem: ‘E todos os anjos de Deus O adorem’ [Heb. 1:6].” E o livro  Atos dos Apóstolos, págs. 38-39, acrescenta que, tão logo essa cerimônia foi concluída nas cortes celestiais, o Espírito Santo foi derramado no Pentecostes como evidência da aceitação do sacrifício de Cristo. 
Alguém poderia ser tentado argumentar que a ascensão temporária de Cristo no dia da 
ressurreição seria inviável porque o tempo de duração da viagem entre a Terra e o Céu é de uma semana. É certo que Ellen G. White menciona  em Primeiros Escritos, pág. 16, que os remidos ascenderão durante “sete dias” para o mar de vidro (Apoc. 15:2), mas isso não significa que Cristo e os anjos levem o mesmo tempo para fazer o percurso. O fato de Cristo ter ascendido ao Céu após o diálogo com Maria Madalena (João 20:11-18) e estar de volta mais tarde, naquele mesmo dia, para acompanhar dois de Seus discípulos no caminho de Emaús (Luc. 24:13-49) deixa claro que Cristo não mais estava limitado ao tempo. De modo semelhante, o anjo Gabriel veio das  cortes celestiais em questão de minutos para atender à oração de Daniel (Dan. 9:20-23; cf. 9:1-19). 
Portanto, existem evidências suficientes para crermos que Cristo ascendeu, ligeiramente, ao Céu após Sua ressurreição e, definitivamente, 40 dias mais tarde. Em ambas as ascensões, houve uma ratificação da obra redentora de Cristo em favor dos pecadores. Após Sua primeira ascensão, Cristo retornou à Terra a fim de “comunicar Seu poder e glória” aos Seus discípulos. Após Sua segunda ascensão, Cristo permaneceu como Rei e Sacerdote nas cortes celestiais (ver Zac. 6:13; Heb. 4:14-16), mas enviou o Espírito Santo como Seu agente regenerador e santificador (ver João 14:16 e 17, 26; 16:7-15). 


Revista do Ancião (julho – setembro de 2006) 
Dr. Alberto Timm

Qual é a diferença entre perfeição e perfeccionismo?


Há muitas discussões em torno dos conceitos de “perfeição” e “perfeccionismo”. A própria tese doutoral de Hans K. LaRondelle, intitulada  Perfection and Perfectionism: A Dogmatic-Ethical Study of Biblical Perfection and Phenomenal Perfectionism, defendida na Universidade Livre de Amsterdam, Holanda, considera em profundidade o assunto. 
Mesmo em poucas palavras, podemos destacar algumas semelhanças e diferenças entre perfeição e perfeccionismo. Em termos de semelhanças, os defensores de ambos os conceitos assumem que a vida cristã é plena de vitória em Cristo, envolvendo um constante afastamento do pecado e uma contínua aproximação de Cristo. 
Já uma das diferenças básicas diz respeito à doutrina do pecado. Os que aceitam o conceito bíblico de perfeição reconhecem que biblicamente os atos pecaminosos são manifestações da natureza pecaminosa em que se encontra o pecador. Em Marcos 7:21-23, lemos: “Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” Portanto, no dizer de Lutero, “as más obras nunca tornam o homem mau, mas o homem mau executa más obras” (Da Liberdade Cristã, par. 23). Em contraste, o perfeccionismo tende a definir pecado mais pela perspectiva de atos pecaminosos que devem ser vencidos para que a pessoa possa ser considerada justa. 
Outra importante diferença a ser mencionada é a compreensão da natureza humana de Cristo durante a encarnação. Os que seguem o conceito bíblico de perfeição creem normalmente que Cristo assumiu a natureza humana enfraquecida, física e morfologicamente, por milhares de anos de pecado, mas que nos aspectos espiritual e moral Ele não tinha tendência ao pecado. De acordo  com Ellen G. White, “nem por um momento houve nEle qualquer propensão ao mal” (E. G. White, SDA Bible Commentary, v. 5, p. 1128). Por sua vez, os perfeccionistas acreditam que Cristo veio ao mundo com a mesma natureza e as mesmas tendências ao pecado dos demais seres humanos, e que nós podemos vencer o pecado assim como Ele venceu.  No entanto, se Cristo veio na mesma condição pecaminosa que os demais pecadores, como poderia Ele ser o Salvador da humanidade, sem necessitar de um salvador para Si mesmo? 
Uma terceira diferença é quanto à vitória sobre o pecado. Os que advogam o conceito bíblico de perfeição reconhecem que o pecado é ofensivo a Deus, e afasta de Deus o ser humano. Eles buscam plena vitória sobre o pecado, reconhecendo que continuarão com a natureza humana pecaminosa até o dia em que “este corpo corruptível se revestir da incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir da imortalidade” (1Co 15:54). Nas palavras de Ellen G. White, “enquanto reinar Satanás, teremos de subjugar o próprio eu e vencer os pecados que nos assaltam; enquanto durar a vida  não haverá ocasião de repouso, nenhum ponto a que possamos atingir e dizer: ‘Alcancei tudo completamente.’ A santificação é o resultado de uma obediência que dura a vida toda” (Atos dos Apóstolos, p. 560, 561). Por sua vez, os perfeccionistas advogam, já nesta vida, um nível de perfeição plena no qual, como disse alguém, não precisamos mais orar “perdoa-nos as nossas dívidas” (Mt 6:12), pois supostamente não teremos mais pecados a ser perdoados. 
Um dos relatos mais elucidativos da diferença entre a perfeição e o perfeccionismo é a parábola do fariseu e do publicano (ver Lc 18:9-14). Enquanto o fariseu seguia orgulhosamente pelo caminho do perfeccionismo, o publicano avançava na senda da perfeição, considerando-se pecador e indigno. Em realidade, aqueles que estão no caminho da perfeição em Cristo, ainda não sendo perfeitos, já são considerados perfeitos em Cristo, que é perfeito (ver Fp 2:12-15); mas jamais se considerarão como tal (cf. 1Tm 1:15). Além disso, enquanto os perfeccionistas são mais críticos dos outros do que de si mesmos, os que estão sendo santificados são mais rigorosos consigo mesmos do que com os demais. 


Revista do Ancião (abril – junho de 2011) 
Dr. Alberto Timm

Qual é a posição da Igreja Adventista sobre a comercialização de jóias?


A posição adventista sobre a comercialização de jóias se fundamenta em dois princípios básicos: o primeiro é o compromisso adventista com a recomendação bíblica de abstenção do uso de jóias. O Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia (revisado em 2005), pág. 177, declara que “nas Escrituras é ensinado com clareza que o uso de jóias é contrário à vontade divina. ‘Não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso’, é a admoestação do apóstolo Paulo (I Tim. 2:9). O uso de ornamentos de jóias é um esforço para atrair a atenção, em desacordo com o esquecimento de si mesmo que o cristão deve manifestar”. Angel M. Rodríguez, diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral, trata com muita propriedade do assunto em seu livro O Uso de Jóias na Bíblia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002).


Richard M. Davidson, diretor do Departamento de Antigo Testamento da Universidade Andrews, reconhece que houve ocasiões na história bíblica em que o povo de Deus acabou sucumbindo ao uso de jóias. Mas, em períodos de especial consagração, Deus pediu que Seu povo se desfizesse de suas jóias e adornos como um símbolo exterior de dedicação interior da vida a Ele. Foi assim, por exemplo, na dedicação de Jacó e sua família em Betel (Gên. 35:1-4); na reconsagração dos israelitas após a idolátrica adoração do bezerro de ouro, no deserto do Sinai (Êxo. 33:5 e 6); e também na recomendação às mulheres cristãs no período do Novo Testamento (I Tim. 2:9 e 10; I Ped. 3:3-5). Já no livro do Apocalipse aparece um marcante contraste entre a grande meretriz “vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas” (Apoc. 17:4; cf. 2 Reis 9:30), de um lado, e a mulher pura “vestida do sol” (Apoc. 12:1) e a grande multidão dos glorificados “vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos” (Apoc. 7:9), do outro. Conseqüentemente, os adventistas entendem ser seu dever abster-se das jóias.


Um segundo princípio básico que fundamenta a posição adventista sobre a comercialização de jóias é que não devemos produzir e/ou comercializar aquilo que não usamos por estar em desacordo com os ensinos bíblicos. Por exemplo, jamais deveríamos produzir e/ou vender drogas e bebidas alcoólicas que nós mesmos não devemos consumir. Da mesma forma, não devemos fabricar ou comercializar jóias e ornamentos dos quais somos aconselhados a nos abster. É certo que Ellen White aconselha que “aqueles que têm braceletes e usam ouro e adornos, fariam melhor se tirassem esses ídolos de sua pessoa e os vendessem, mesmo que fosse por muito menos do que deram por eles” (citado em O Uso de Jóias na Bíblia, pág. 150). Mas esse conselho é que a pessoa se desfaça de suas jóias, sem nenhuma conotação de comercialização de jóias.


Existem, porém, aqueles que argumentam que essa é uma questão meramente cultural, e a única forma de subsistência disponível para eles. Mas o argumento cultural é desfeito, em grande parte, pelo simples fato de a abstinência de jóias ser enfatizada tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, bem como no Espírito de Profecia (ver “Declarações de E. G. White Sobre Jóias e Adorno Pessoal”, em O Uso de Jóias na Bíblia, págs. 148-154). Como esses escritos foram produzidos em diferentes contextos culturais, mas são unânimes em recomendar a abstinência do uso de jóias, entendemos que tal abstinência é um princípio universal que transcende às diferentes culturas.


Por sua vez, a alegação de que a comercialização de jóias é a única forma de subsistência para algumas famílias acaba refletindo a teoria existencialista de que “os fins justificam os meios”. Como adventistas do sétimo dia, devemos reconhecer que nem todas as atividades comerciais são condizentes com a fé que professamos. O exercício da religião exige, por vezes, renúncia e sacrifício. Portanto, recomendamos que, como cristãos adventistas, não produzamos nem comercializemos tudo aquilo que também não devemos consumir ou usar, incluindo a questão de jóias.


Texto de autoria do Dr. Alberto Timm publicado na Revista do Ancião (abril – junho de 2007).

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