quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Os anjos na experiência de Ellen White

 O chamado de Ellen para ser profetisa

Enquanto eu estava orando junto ao altar da família, o Espírito Santo me sobreveio, e pareceu-me estar subindo mais e mais alto da escura Terra. Voltei-me para ver o povo do advento no mundo, mas não o pude achar, quando uma voz me disse: “Olha novamente, e olha um pouco mais para cima.” Com isto olhei mais para o alto e vi um caminho reto e estreito, levantado em lugar elevado do mundo. O povo do advento estava nesse caminho, a viajar para a cidade que se achava na sua extremidade mais afastada. Tinham uma luz brilhante colocada por trás deles no começo do caminho, a qual um anjo me disse ser o “clamor da meia-noite”. Essa luz brilhava em toda extensão do caminho, e proporcionava claridade para seus pés, para que assim não tropeçassem. Se conservavam o olhar fixo em Jesus, que Se achava precisamente diante deles, guiando-os para a cidade, estavam seguros. — Primeiros Escritos, 14.


À idade de dezessete anos… um visitante celestial apareceu e falou-me, dizendo: “Tenho uma mensagem para você apresentar.” “Por que a mim?”, pensei, “deve haver um grande equívoco em tudo isso.” Outra vez foram proferidas as palavras: “Tenho uma mensagem para você apresentar. Escreve para o povo o que Eu te tenho dado.” — Sermons and Talks 2:252.


A Arca do concerto no céu


O Senhor, porém, me deu uma visão do santuário celestial, em que o templo de Deus foi aberto no Céu, e foi-me mostrada a arca de Deus coberta com o propiciatório. Em cada extremidade da arca havia um anjo com as asas estendidas sobre o propiciatório e a face voltada para ele. Isso, informou-me o meu anjo assistente, representa todo o exército celestial olhando com reverente temor para a lei divina, que foi escrita com o dedo de Deus. — Vida e Ensinos, 85.


A arca do santuário terrestre foi construída segundo o modelo da arca no santuário celestial. Ali, ao lado da arca celestial, estão em pé anjos viventes, cada um deles cobrindo com uma das asas, dirigida para o alto, o propiciatório, enquanto com as outras asas cobrem o corpo em sinal de reverência e humildade. — The Signs of the Times, 24 de Junho de 1880.


Oh, se todos pudessem contemplar o nosso Salvador como Ele realmente é, um Salvador! Que Sua mão abra o véu que oculta Sua glória de nossos olhos. Aparece Ele em Seu santo e elevado lugar. O que vemos? Nosso Salvador não está em silêncio e inatividade. Acha-Se cercado de inteligências celestes, querubins e serafins, dezenas e dezenas de milhares de anjos.


Todos estes seres celestiais têm um objeto de seu supremo interesse, colocado acima de todos os outros — a igreja de Deus num mundo corrupto. … Estão trabalhando para Cristo sob Sua comissão, para salvar no mais completo grau a todos os que olham para Ele, nEle crendo. Tais agentes celestiais são velozes em sua missão. … Encontram-se unidos numa santa aliança, numa grande e sublime unidade de propósito, para mostrar o poder, a compaixão, o amor e a glória do crucificado e ressurreto Salvador.


Em seu serviço, estes exércitos celestiais ilustram o que a igreja de Deus deveria ser. Cristo está operando em seu favor nas cortes celestes, enviando Seus mensageiros a todas as partes do globo, para prestarem assistência a todo sofredor que olha para Ele em busca de alívio, de vida espiritual e de conhecimento. — The S.D.A. Bible Commentary 7:967, 968.


Satanás antes da queda e como é agora


Satanás foi outrora um honrado anjo no Céu, o primeiro depois de Cristo. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. Sua testa era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, seu porte nobre e majestoso. — Primeiros Escritos, 145.


Foi-me então mostrado Satanás como havia sido: um anjo feliz e elevado. Em seguida ele foi-me mostrado como se acha agora. Ainda tem formas régias. Suas feições ainda são nobres, pois é um anjo, ainda que decaído. Mas a expressão de seu rosto está cheia de ansiedade, cuidados, infelicidade, maldade, ódio, nocividade, engano e todo mal. Aquele semblante que fora tão nobre, notei-o particularmente. Sua fronte, logo acima dos olhos, começava a recuar. Vi que ele se havia degradado durante tanto tempo que toda boa qualidade se rebaixara, e todo mau traço se desenvolvera. Seu olhar era astuto e dissimulado, e mostrava grande penetração. Sua constituição era ampla; mas a carne lhe pendia frouxamente nas mãos e no rosto. Quando o vi, apoiava o queixo sobre a mão esquerda. Parecia estar em profundos pensamentos. Tinha um sorriso no rosto, o qual me fez tremer, tão cheio de maldade e dissimulação satânica era ele. Este sorriso é o que ele tem precisamente antes de segurar sua vítima; e, ao fixá-la em sua cilada, tal sorriso se torna horrível. — Primeiros Escritos, 152, 153.


Anjos vistos por Ellen White em visões e sonhos


Sonhei que vários irmãos da Califórnia se reuniram em concílio, considerando o melhor plano de trabalho para o próximo período. Alguns criam que seria melhor deixar as grandes cidades e trabalhar em lugares menores. Meu esposo insistia fervorosamente que planos mais amplos fossem apresentados, e esforços mais intensos empreendidos, pois estes estariam mais de acordo com o caráter de nossa mensagem.


Apareceu então no concílio um jovem que eu vira freqüentemente em meus sonhos. Ouviu com intenso interesse as palavras que eram proferidas. Depois, falando com deliberada e firme confiança, disse:


“As cidades e povoados constituem parte da vinha do Senhor. Precisam ouvir a mensagem de advertência. O inimigo da verdade está empreendendo esforços desesperados para conduzir o povo da verdade de Deus para a falsidade. … Vocês precisam semear junto a todas as águas.” — Life Sketches of Ellen G. White, 208.


Em meu trabalho, estou em comunicação com auxiliares, e também me comunico intimamente com meu Instrutor e outras inteligências celestiais. Aqueles que são chamados por Deus devem estar em contato com Ele através da operação do Seu Santo Espírito, para que possam ser ensinados por Ele. — Spalding and Magan Collection, 462.


Enquanto viajava de carruagem, não pude sentar. Meu esposo preparou-me uma cama sobre o assento, e deitei-me sentindo dores de cabeça e sobre o coração. …


Nesse estado de espírito dormi e sonhei que um anjo alto ficou de pé ao meu lado, perguntando-me por que eu me encontrava triste. Relatei-lhe os pensamentos que me haviam perturbado, dizendo: “Pouco bem estou conseguindo realizar; por que não podemos ficar com nossos filhos, desfrutando de sua companhia?” Ele me disse: “Deus lhe deu duas belas flores, cuja fragrância é tão doce como incenso diante dEle, e elas são mais preciosas à Sua vista do que ouro ou prata, pois representam uma dádiva do coração. Nenhum outro sacrifício toca fibras mais íntimas. Você não deveria ver as aparências atuais, antes manter o olhar fixo em seu dever e na glória de Deus, seguindo as providências que Ele prepara, e assim o caminho se alargará diante de você. Cada ato de abnegação, cada sacrifício é fielmente registrado, e trará consigo a recompensa.” — Spiritual Gifts 2:129, 130.


Sonhei que um jovem de nobre aparência entrou no quarto em que eu estava, imediatamente depois de haver eu falado. Esta mesma pessoa aparecera diante de mim em importantes sonhos, instruindo-me de tempos em tempos durante os últimos vinte e seis anos. Disse ele: “Você tem chamado a atenção do povo para importantes assuntos, os quais, para muitos, são estranhos e novos. Para alguns, são eles muitíssimo interessantes. Os que operam na verdade e doutrina têm feito o que podem na apresentação da verdade, o que tem levantado perguntas na mente das pessoas e despertado interesse. Entretanto, a menos que seja empreendido um esforço mais consistente para fixar essas impressões nas mentes, os esforços que vocês agora realizam demonstrar-se-ão infrutíferos.” — The Review and Herald, 4 de Novembro de 1875.


Diante das perguntas que muitas vezes me são dirigidas, no tocante ao meu estado em visão e imediatamente após as mesmas, posso dizer que quando o Senhor julga por bem conceder-me uma visão, sou levada à presença de Jesus e dos anjos, e perco inteiramente de vista as coisas terrestres. Não consigo ver nada além daquilo que o anjo me indica. — Spiritual Gifts 2:292.


A batalha de Manassas


Tive uma visão da desastrosa batalha de Manassas, Virgínia. Foi uma cena tensa e nervosa. Os exércitos do Sul tinham tudo em seu favor e preparavam-se para um luta terrível. Os exércitos do Norte movimentavam-se triunfantes, não duvidando de que seriam vitoriosos. Muitos marchavam orgulhosos e displicentes, como se a vitória já lhes pertencesse. Chegando ao campo de batalha, muitos já estavam quase desmaiando em virtude do cansaço e falta de água. Não esperavam um enfrentamento tão feroz. Entraram na peleja e lutaram bravamente, quase com desespero. Mortos e moribundos espalhavam-se de ambos os lados. Tanto o Norte quanto o Sul tiveram muitas baixas. Os soldados do Sul começaram a sentir o rigor da batalha, e em pouco tempo haveriam retrocedido ainda mais. Os homens do Norte avançavam, embora suas baixas fossem enormes.


Justamente nesse momento desceu um anjo, movimentando as mãos, indicando “para trás”. Instantaneamente houve grande confusão nas fileiras. Pareceu aos homens do Norte que suas tropas estavam em retirada, quando em realidade não era isso que estava ocorrendo. Isso precipitou a retirada das tropas. — Testimonies for the Church 1:266, 267.


O administrador da clínica


Em meus sonhos, estava eu na [Clínica] Health Retreat. Meu guia ordenou-me tomar nota de tudo que eu ouvisse e observar tudo o que visse. Achava-me eu num lugar retirado, onde não podia ser percebida, mas me era possível ver tudo o que ocorria no compartimento. Pessoas estavam acertando contas com você e se queixavam diante das grandes somas cobradas por alojamento, honorários e tratamentos. Ouvi quando você, com voz firme e decidida, recusou diminuir os valores. Fiquei perplexa ao ver quão altas eram as somas. Você parecia ter o poder controlador.


Vi que sua maneira de agir causava uma impressão desfavorável acerca da instituição, na mente dos que estavam acertando contas. Ouvi alguns de seus irmãos implorando-lhe que agisse de modo mais sábio e justo, mas você mantinha-se firme como uma rocha em seu procedimento. Dizia que fazia aquilo tendo em mente o bem da instituição. Vi, entretanto, pessoas saindo da clínica nem um pouco satisfeitas. …


Durante a noite vi você em companhia da supervisora da instituição. A julgar pelas atenções que concederam um ao outro, dir-se-ia tratar-se de esposo e esposa. A conduta de ambos era errada à vista de Deus, e meu coração entristeceu-se por estas coisas. Perguntei: “Quem os seduziu para desobedecerem à verdade?” Deus Se desagradou. Vocês entristeceram o Espírito Santo. A irmã H_____ jamais voltará a ser o que era. Ambos são culpados diante de Deus. …


As coisas que ocorreram… [na clínica] foram abertas diante de mim. Uma voz disse: “Siga-me, e eu lhe mostrarei os pecados que são praticados pelos que ocupam posição de responsabilidade.” Percorri os aposentos e vi você, um vigia sobre os muros de Sião, demonstrando excessiva intimidade com a esposa de outro homem, traindo sagrados encargos e crucificando novamente o Salvador. Porventura levou você em conta que um Vigia, o Santo, testemunhava toda a sua má obra, observando suas ações e ouvindo as suas palavras, e que tais coisas se acham registradas nos livros do Céu? — Manuscript Releases 8:315 a 317.


A família Brown


O anjo de Deus disse: “Segue-me.” Eu parecia estar num quarto de um rudimentar edifício, e ali diversos jovens jogavam cartas. Pareciam estar muito enlevados na diversão em que se achavam empenhados e estavam tão absortos que não perceberam que alguém entrou no aposento. Havia moças presentes que observavam os jogadores, e eram proferidas palavras de índole não muito refinada. Havia nesse aposento um espírito e uma influência que não eram de molde a purificar e elevar a mente e enobrecer o caráter. …


Indaguei: “Quem são estes, e o que representa esta cena?”


Foi dada a ordem: “Espere.”…


Tive outra representação. Havia a ingestão de bebidas alcoólicas, e as palavras e ações sob sua influência não eram nada favoráveis a pensamentos sérios, clara percepção no âmbito dos negócios, moral pura e elevação dos participantes. …


Perguntei novamente: “Quem são estes?”


A resposta foi: “Uma parte da família que você está visitando. O adversário das almas, o grande inimigo de Deus e do homem, o chefe de principados e potestades e o dominador deste mundo tenebroso está presidindo aqui hoje à noite. Satanás e seus anjos, com suas tentações, estão arrastando essas pobres almas a sua própria ruína.” — Mensagens Escolhidas 3:41, 42.


N. D. Faulkhead e o sinal secreto


O irmão Faulkhead pediu para ver-me. O fardo de seu caso estava em minha mente. Eu lhe disse que tinha uma mensagem para ele e sua esposa, a qual por diversas vezes eu me preparara para enviar-lhes, mas fora proibida pelo Espírito do Senhor de fazê-lo. Pedi-lhe que marcasse uma hora em que pudesse receber-me. Ele respondeu: “Estou contente de que a senhora não me haja enviado uma comunicação escrita. Prefiro ouvir a mensagem de seus lábios. Houvesse ela me alcançado de qualquer outro modo, penso que não me haveria produzido nenhum benefício.” Perguntou então: “Por que não me apresenta a mensagem agora?” Eu lhe disse: “Pode permanecer para ouvi-la?” Ele me assegurou que sim.


Sentia-me demasiado cansada, pois havia participado dos serviços de encerramento do ano escolar nesse dia. Ergui-me da cama em que estivera repousando e por três horas li a ele o testemunho. Seu coração foi tocado, havia lágrimas em seus olhos, e quando parei de ler, ele me disse: “Aceito cada palavra; tudo isso diz respeito a mim.” Muito daquilo que eu lera referia-se ao escritório de publicações [Echo], desde o seu início. O Senhor também me revelara a ligação do irmão Faulkhead com a maçonaria, declarando claramente que se ele não rompesse os laços com estas associações, estaria perdendo sua alma.


Ele disse: “Aceito a luz que o Senhor enviou por seu intermédio. Agirei de acordo com ela. Sou membro de cinco lojas, e três outras estão sob meu controle. Realizo todas as suas operações. Não mais participarei de seus encontros, e tratarei de encerrar minhas ligações comerciais com elas tão rápido quanto possível.” Repeti a ele as palavras proferidas por meu guia, no tocante a essas associações. Fazendo um certo movimento que meu guia me apresentara, eu disse: “Não consigo relatar tudo que me foi dito.”


O irmão Faulkhead relatou ao irmão Daniells e a outros que eu fizera um sinal particular, conhecido apenas pela mais alta ordem da maçonaria, à qual ele passara recentemente a pertencer. Ele disse que eu não conhecia o sinal e nem me apercebera de havê-lo realizado. Isto representou para ele especial evidência de que o Senhor estava operando por meu intermédio para salvá-lo. — Manuscript Releases 5:148, 149.


Presença angélica enquanto Ellen White estava desperta


Quando despertei e olhei pela janela, percebi duas nuvens brancas. Dormi novamente; e em sonhos, ouvi estas palavras dirigidas a mim: “Olhe estas nuvens. Foram nuvens como estas que envolveram a multidão angélica que proclamou aos pastores o nascimento do Redentor do mundo.” Quando acordei e olhei outra vez pela janela da carruagem, ali estavam duas grandes nuvens, brancas como neve. Eram nuvens separadas, distintas, que se aproximaram uma da outra e por um momento se uniram, para novamente se separarem. Elas não desapareceram, antes permaneceram à minha vista durante a manhã. Ao meio-dia mudamos de carruagem e não mais vi as nuvens.


Durante o dia estive profundamente impressionada com o pensamento de que os anjos de Deus, envoltos por estas nuvens, iam à nossa frente; de que podíamos regozijar-nos com o seu cuidado e também desfrutar da segurança de que veríamos a salvação de Deus nas reuniões que iriam ser realizadas em Brisbane. E agora que as reuniões se encerraram e pudemos ver o maravilhoso interesse revelado pelas pessoas, estou mais segura do que nunca de que os anjos celestes estavam envolvidos por aquelas nuvens — anjos que foram enviados das cortes do alto para tocar no coração das pessoas, para restringir influências causadoras de distração, que por vezes atingem nossas campais, por intermédio das quais as mentes são desviadas da consideração das verdades vitais que são diariamente apresentadas.


Nessas reuniões, milhares ouviram o convite do evangelho e ouviram as verdades que nunca antes haviam escutado. Durante todas as reuniões não ocorreu cerrada oposição ou expressões em voz alta por parte dos que se opõem à lei de Deus. Tampouco ouvimos oposição pública através da cidade. Esta é uma experiência incomum, e cremos que os anjos de Deus estiveram presentes para manter na retaguarda os poderes das trevas. — The Review and Herald, 21 de Março de 1899.


Eu estava sofrendo de reumatismo no lado esquerdo, e não podia repousar de dor. Dava voltas na cama, em busca de alívio para o sofrimento. Sentia no coração uma dor que nada de bom me predizia. Por fim, adormeci.


Por volta das nove e meia da noite procurei virar-me e, ao fazê-lo, percebi que não sofria mais dor alguma. Ao dar voltas de um para outro lado, e mexer as mãos, sentia liberdade e ligeireza extraordinárias que não posso descrever. O quarto estava inundado de luz, uma luz maravilhosa, suave e azulada, e me parecia estar nos braços de seres celestes.


Eu tinha desfrutado, anteriormente, essa luz singular, em momentos de bênção especial, mas dessa vez ela era mais distinta, mais impressionante, e senti tanta paz, uma paz tão plena e abundante que não há palavras para descrevê-la. Sentei-me e vi que estava circundada de uma nuvem brilhante, branca como neve, e de bordas cor rosa escura. Enchia o ar uma música maviosa e suave, em que reconheci o cântico dos anjos. Falou-me, então, uma voz, dizendo: “Não temas; Eu sou o teu Salvador. Santos anjos te rodeiam.” — Testemunhos Selectos 3:315, 316.


Ellen G.White, A Verdade sobre os Anjos, Capítulo 19. Via Sétimo Dia

Os anjos desde o Pentecoste até os últimos dias

Anjos protegem verdades vitais


Vi que anjos de Deus foram comissionados para guardar com especial cuidado as sagradas, importantes verdades que deviam servir como uma âncora para os discípulos de Cristo através de todas as gerações. O Espírito Santo especialmente repousou sobre os apóstolos, que foram testemunhas da crucifixão, ressurreição e ascensão de nosso Senhor — verdades importantes que deviam ser a esperança de Israel. Todos deviam olhar para o Salvador do mundo como a sua única esperança, e andar no caminho que Ele havia aberto com o sacrifício de Sua própria vida, e guardar a lei de Deus e viver. Vi a sabedoria e bondade de Jesus em dar aos discípulos poder para promover a mesma obra pela qual Ele tinha sido odiado e morto pelos judeus. Em Seu nome Eles tiveram poder sobre as obras de Satanás. Um halo de luz e glória assinalou o tempo da morte e ressurreição de Jesus, imortalizando a sagrada verdade de que Ele foi o Salvador do mundo. — Primeiros Escritos, 196, 197.


Pedro e João libertos da prisão

Pouco tempo após a descida do Espírito Santo, e imediatamente depois de um período de fervorosa oração, Pedro e João foram adorar no templo. Ali encontraram um pobre e desanimado paralítico. … Os discípulos compadeceram-se dele. “Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!” Atos dos Apóstolos 3:4, 6. — The Spirit of Prophecy 3:275, 276.


Ouvindo os saduceus, que não criam na ressurreição, os apóstolos declararem que Cristo ressuscitara dos mortos, ficaram enraivecidos, compreendendo que se aos apóstolos fosse permitido pregar um Salvador ressuscitado e operar milagres em Seu nome, a doutrina de que não haveria ressurreição seria rejeitada por todos e a seita dos saduceus logo se extinguiria. — Atos dos Apostolos, 78.


Alguns dos oficiais do templo e o capitão do mesmo eram saduceus. O capitão, com a ajuda de outros saduceus, prendeu os dois apóstolos e colocou-os na prisão, pois já era muito tarde para que seus casos fossem examinados naquela noite. — The Spirit of Prophecy 3:278.


Satanás triunfou, e os anjos maus exultaram. Entretanto, os anjos de Deus foram enviados para abrir as portas da prisão e, contrariando o que haviam ordenado o sumo sacerdote e os anciãos, disseram aos apóstolos que voltassem ao templo e prosseguissem proferindo as palavras de vida. — Spiritual Gifts 1:83, 84.


Nesse ínterim, “o sumo sacerdote e os que estavam com ele, convocaram o conselho e a todos os anciãos dos filhos de Israel”. Atos dos Apóstolos 5:21. Os sacerdotes e príncipes resolveram atribuir aos discípulos a acusação de insurreição, acusando-os do assassínio de Ananias e Safira e de conspiração para despojarem os sacerdotes de sua autoridade. …


Quando mandaram trazer os prisioneiros a sua presença, grande foi o seu espanto ante a resposta de que as portas da prisão foram encontradas seguramente fechadas e a guarda estacionada perante elas, mas não se encontravam os prisioneiros em parte alguma.


Logo chegou a estranha notícia: “Eis que os homens que encerrastes na prisão estão no templo e ensinam ao povo. Então, foi o capitão com os servidores e os trouxe, não com violência (porque temiam ser apedrejados pelo povo).” Atos dos Apóstolos 5:25, 26. …


Achando-se eles [Pedro e João] pela segunda vez perante os homens que pareciam empenhados em efetuar a sua destruição, nenhum temor ou hesitação se poderia divisar em suas palavras e atitudes. E quando o sumo sacerdote disse: “Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem”, Pedro respondeu: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.” Atos dos Apóstolos 5:28, 29. Foi um anjo do Céu que os livrou da prisão e os mandou ensinar no templo. — Atos dos Apostolos, 80-82.


Aqueles criminosos se enfureceram. Tiveram novamente o desejo de sujarem suas mãos de sangue, matando os apóstolos. Planejavam já como fazê-lo, quando um anjo de Deus foi enviado a Gamaliel, impressionando-o a aconselhar os sacerdotes e príncipes. Disse Gamaliel: “Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.” Atos dos Apóstolos 5:38, 39.


Os anjos maus sugeriam aos anciãos e sacerdotes que executassem os apóstolos; Deus, porém, enviou Seu anjo para evitar isso, fazendo erguer-se dentre as próprias fileiras do Sinédrio uma voz em favor dos discípulos. — Spiritual Gifts 1:85.


Filipe e o eunuco Etíope


Os anjos celestiais acompanham os que procuram por iluminação. Cooperam com os que buscam salvar almas para Cristo. Anjos ministram em favor dos que herdarão a salvação. Isso é demonstrado na experiência de Filipe e o etíope. — Bible Echo and Signs of the Times, 10 de Dezembro de 1900.


Este etíope era homem de boa posição e grande influência. Deus viu que, quando se convertesse, proporcionaria a outros a luz que recebera, e exerceria forte influência em prol do evangelho. Anjos de Deus estavam auxiliando este inquiridor da luz, e ele estava sendo atraído para o Salvador. Pelo ministério do Espírito Santo, o Senhor o pôs em contato com quem o poderia guiar à luz. — Vidas que Falam, 332.


Quando Deus designou a Filipe o seu trabalho, … ele aprendeu que toda alma é preciosa à vista de Deus, e que anjos dirigem os agentes humanos para que levem luz aos que dela necessitam. Os anjos celestiais não assumem a obra de pregar o evangelho. Através da ministração dos anjos, Deus envia luz a Seu povo, e por intermédio desse povo a luz é outorgada ao mundo. — Bible Echo and Signs of the Times, 10 de Dezembro de 1900.


A conversão de Paulo

Ao viajar Saulo para Damasco, com cartas autorizando-o a prender homens e mulheres que estivessem pregando a Jesus, e levá-los para Jerusalém, os anjos maus exultaram em torno dele. Mas de repente uma luz do Céu brilhou ao redor dele, luz que levou os anjos maus a fugirem. — Primeiros Escritos, 200.


No relato da conversão de Saulo, encontramos importantes princípios que devemos sempre ter em mente. Saulo foi levado diretamente à presença de Cristo. … [Ele] embargou-lhe o caminho e convenceu-o do pecado; e quando Saulo perguntou: “Que queres que faça?” (Atos dos Apóstolos 9:6) o Salvador colocou o indagador judeu em contato com Sua igreja, para que obtivesse o conhecimento da vontade de Deus em relação a ele. …


Enquanto em recolhimento na casa de Judas, Saulo continuava em oração e súplica, o Senhor apareceu em visão a “certo discípulo” em Damasco, “chamado Ananias”, dizendo-lhe que Saulo de Tarso estava orando e necessitava de auxílio. “Levanta-te, e vai à rua chamada Direita”, disse o mensageiro celestial, “e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando.” Atos dos Apóstolos 9:10, 11.


Ananias mal podia crer nas palavras do anjo; pois a notícia da tenaz perseguição aos santos em Jerusalém tinha-se espalhado amplamente. …


Obediente à orientação do anjo, Ananias saiu em busca do homem que ainda recentemente havia respirado ameaças contra todos os que criam no nome de Jesus; e colocando as mãos sobre a cabeça do penitente sofredor, disse: “Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.


“E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado.” Atos dos Apóstolos 9:17, 18. — Atos dos Apostolos, 120-122.


Paulo deixa Damasco


Enquanto Paulo pregava a Cristo em Damasco, todos os que o ouviam ficavam admirados. … A oposição tornou-se tão violenta que não foi permitido a Paulo continuar sua obra em Damasco. Um mensageiro do Céu ordenou-lhe retirar-se por algum tempo; e ele foi “para a Arábia” (Gálatas 1:17), onde encontrou um refúgio seguro.


Ali, na solidão do deserto, Paulo teve ampla oportunidade para sossegado estudo e meditação. … Jesus comungou com ele e confirmou-o na fé, conferindo-lhe uma rica medida de sabedoria e graça. — Atos dos Apostolos, 124-126.


Os trabalhos de Paulo em Antioquia, em colaboração com Barnabé, fortaleceram-lhe a convicção de que o Senhor o havia chamado para uma obra especial pelos gentios. Por ocasião da conversão de Paulo, o Senhor declarara que ele devia ser ministro dos gentios “para lhes abrires os olhos”, disse, “e das trevas os converteres à luz e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados e sorte entre os santificados pela fé em Mim”. Atos dos Apóstolos 26:18. O anjo que apareceu a Ananias dissera de Paulo: “Este é para Mim um vaso escolhido para levar o Meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel.” Atos dos Apóstolos 9:15. E o próprio Paulo, posteriormente em sua experiência cristã, quando orava no templo de Jerusalém, foi visitado por um anjo do Céu que lhe ordenou: “Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe.” Atos dos Apóstolos 22:21. — Atos dos Apostolos, 159.


Cornélio e Pedro


Mas o mesmo Santo Vigia que dissera de Abraão: “Eu o tenho conhecido” (Gênesis 18:19), conhecia também Cornélio, e lhe enviou uma mensagem direta do Céu. — Atos dos Apostolos, 133.


O anjo apareceu a Cornélio quando este se achava em oração. Ouvindo o centurião alguém a ele dirigir-se pelo nome, ficou atemorizado; todavia compreendeu que o mensageiro viera de Deus, e disse: “Que é, Senhor?” Atos dos Apóstolos 10:4. — Atos dos Apostolos, 133.


“Agora, pois, envia homens a Jope e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. Ele está hospedado com um certo Simão, curtidor.” Atos dos Apóstolos 10:5, 6. O anjo lhe deu informação precisa de onde Simão morava. Então o anjo do Senhor veio a Pedro, preparando-lhe a mente para a recepção dos homens. — The Ellen G. White 1888 Materials, 1746.


Cornélio obedeceu alegremente à visão. Quando o anjo se foi, ele “chamou dois dos seus criados e a um piedoso soldado dos que estavam ao seu serviço. E, havendo-lhes contado tudo, os enviou a Jope”. Atos dos Apóstolos 10:7, 8. O anjo não foi comissionado a contar a Cornélio a história da cruz. Um homem, tão sujeito às fragilidades e tentações humanas quanto o próprio centurião, deveria contar-lhe do crucificado e ressurreto Salvador. Em Sua sabedoria, o Senhor põe os que estão à busca da verdade em contato com outros seres humanos que a conhecem. — The Review and Herald, 6 de Abril de 1911.


Imediatamente após a entrevista com Cornélio, o anjo foi em busca de Pedro, que nesse momento orava no terraço de seu alojamento em Jope. — The Review and Herald, 13 de Abril de 1911.


Foi com relutância que Pedro levou a cabo a tarefa a ele designada pela ordem divina. Ao relatar sua experiência, não o fez defendendo sua ação com base em princípios gerais, e sim como uma exceção, em virtude da revelação divina. O resultado surpreendeu-o. Quando Cornélio lhe relatou sua própria experiência, inclusive as palavras do anjo que lhe aparecera em visão, Pedro declarou: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, O teme e faz o que é justo.” Atos dos Apóstolos 10:34, 35. — Manuscript Releases 6:328, 329.


Pedro é libertado da prisão


O dia da execução de Pedro havia sido finalmente decidido; as orações dos crentes, entretanto, prosseguiam subindo ao Céu. Enquanto eles ocupavam todas as suas energias e sentimentos em fervorosos apelos, anjos de Deus guardavam o apóstolo aprisionado. … Pedro foi posto entre dois soldados, preso nos punhos por duas correntes, e cada uma delas presa ao punho de um dos soldados. Era-lhe assim impossível mover-se sem que eles o percebessem. As portas da prisão foram fechadas com segurança, e uma forte guarda colocada diante delas. Toda e qualquer chance de resgate ou escape humanos havia sido eliminada. — Redemption: or the Ministry of Peter and the Conversion of Saul, 70.


[Pedro] estava preso, esperando ser executado no dia seguinte. Aquela noite dormia “entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão. E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro no lado, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa! E caíram-lhe das mãos as cadeias”. Atos dos Apóstolos 12:6, 7.


Pedro, subitamente despertado, extasiou-se com a claridade que inundava o cárcere, e a beleza celestial do mensageiro divino. Não compreendeu a cena, mas sabia que estava livre, e em sua estupefação e júbilo se teria retirado da prisão sem ter o cuidado de agasalhar-se do frio ar da noite. O anjo de Deus, notando todas as circunstâncias, disse-lhe com terna solicitude pelas necessidades do apóstolo: “Cinge-te e ata as tuas sandálias.” Atos dos Apóstolos 12:8.


Pedro obedeceu mecanicamente; mas, tão embevecido estava diante da revelação daquela glória celestial, que não pensou em tomar a capa. Ordenou-lhe então o anjo: “Lança às costas a tua capa e segue-me. E, saindo, o seguia. E não sabia que era real o que estava sendo feito pelo anjo, mas cuidava que via alguma visão. E, quando passaram a primeira e segunda guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma.” Atos dos Apóstolos 12:8-10. — Testemunhos Selectos 2:345, 346.


Não se troca uma palavra; não há ruído de passos. O anjo se move suavemente diante de Pedro, cercado de uma luz de deslumbrante brilho, e Pedro, desorientado, e julgando-se ainda em sonho, segue o seu libertador. Assim eles percorrem uma rua, e então, estando cumprida a missão do anjo, desaparece ele subitamente.


Dissipou-se a luz celestial, e a Pedro pareceu achar-se em profundas trevas; mas, acostumando-se-lhe os olhos, pareceram elas diminuir gradualmente, e ele se encontrou só na rua silenciosa, com o ar fresco da noite a soprar-lhe no rosto. Compreendeu então que estava livre, em uma parte da cidade que lhe era familiar; reconheceu o lugar como sendo um que freqüentara muitas vezes, e por onde esperara passar no dia seguinte pela última vez. …


O apóstolo se encaminhou de pronto à casa onde seus irmãos estavam reunidos, e onde naquele momento se encontravam em oração fervorosa por ele. “E, batendo Pedro à porta do pátio, uma menina chamada Rode saiu a escutar. E, conhecendo a voz de Pedro, de alegria não abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava à porta. E disseram-lhe: Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim era. E diziam: É o seu anjo.” Atos dos Apóstolos 12:13-15. — Atos dos Apostolos, 147, 148.


O mesmo anjo que deixara as reais cortes do Céu para resgatar a Pedro do poder de seus perseguidores, foi o mensageiro de ira e juízo para Herodes. O toque do anjo em Pedro a fim de despertá-lo, foi, porém, diferente do golpe usado contra o malvado rei, fazendo sobrevir a este uma enfermidade mortal. — The Spirit of Prophecy 3:344.


O apedrejamento de Estêvão


Enquanto Estêvão fixava os olhos no Céu, foi-lhe dada uma visão da glória de Deus e anjos o cercaram. Ele exclamou: “Eis que vejo os Céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus.” Atos dos Apóstolos 7:56. — Spiritual Gifts 1:89.


Os anjos durante o ministério de Paulo


Um extenso e lucrativo negócio havia-se desenvolvido em Éfeso pela manufatura e venda de nichos e imagens modelados segundo o templo e a imagem de Diana. Os que estavam empenhados nesta indústria sentiram que seus lucros estavam diminuindo, e foram unânimes em atribuir a indesejável mudança aos trabalhos de Paulo. …


“Encheu-se de confusão toda a cidade.” Atos dos Apóstolos 19:29. Saíram em busca de Paulo mas o apóstolo não foi encontrado. Seus irmãos, recebendo um aviso de perigo, tinham-no levado à pressa para fora do lugar. Anjos de Deus haviam sido enviados para guardar o apóstolo; ainda não havia chegado seu tempo para sofrer a morte de mártir. — Atos dos Apostolos, 292, 293.


Dia após dia, quando [Paulo e Silas] se dirigiam à reunião de oração [em Filipos], uma mulher possuída por espírito de adivinhação os seguia, gritando: “Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.” Atos dos Apóstolos 16:17. Esta mulher era uma agente especial de Satanás; assim como os demônios haviam-se sentido perturbados em presença de Cristo, o mau espírito que a possuía também se incomodou com a presença dos apóstolos. Satanás percebeu que seu reino estava sendo invadido e tratou de opor-se à obra dos ministros de Deus. As palavras de recomendação proferidas pela mulher, eram na verdade uma injúria à causa, pois distraíam a mente do povo das verdades proferidas. Em vez de pensar nas verdades apresentadas, as pessoas discutiam se esses homens — que falavam movidos pelo Espírito e poder de Deus — estariam agindo através do mesmo espírito desta emissária de Satanás.


Os apóstolos suportaram essa oposição por vários dias. Então Paulo, sob inspiração do Espírito de Deus, ordenou ao espírito mau que abandonasse a mulher. Satanás foi assim enfrentado e repreendido. O imediato e continuado silêncio da mulher testificou que os apóstolos eram servos de Deus, e que o demônio os reconhecia como tais, havendo obedecido à ordem recebida. Ao ser a mulher libertada do espírito do mal e restaurada a seu perfeito juízo, seus senhores se alarmaram. Findara-se a sua esperança de obter dinheiro através de adivinhações e predições. Perceberam que, se aos apóstolos fosse permitido prosseguir em suas obras, sua própria fonte de renda logo se extinguiria por completo. — Sketches From the Life of Paul, 74, 75.


Depois de haver sido resgatada do espírito mau, a mulher tornou-se uma seguidora de Cristo. Seus senhores viram que sua esperança de ganho se fora. Tomando a Paulo e Silas, conduziram-nos à presença dos governadores, acusando-os de estarem perturbando a cidade. Produziu-se um alvoroço. A multidão ergue-se contra os apóstolos, e os juízes ordenaram que os prisioneiros fossem açoitados. — The Review and Herald, 29 de Junho de 1905.


“Depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança.” Atos dos Apóstolos 16:23. Este, havendo recebido tal ordem, meteu-os na cela interior e prendeu-lhes os pés no tronco. Mas os anjos de Deus adentraram com os apóstolos os muros da prisão. — Spiritual Gifts 1:95, 96.


Os apóstolos sofreram extrema tortura por causa da dolorosa posição em que foram postos, mas não murmuraram. Em vez disto, na densa escuridade e desolação do calabouço, encorajavam-se mutuamente com palavras de oração, e cantavam louvores a Deus por terem sido considerados dignos de sofrer vergonha por Sua causa. … Com espanto ouviram os outros prisioneiros os sons de oração e hinos que saíam da prisão interior. — Atos dos Apostolos, 213, 214.


Embora os homens houvessem atuado de modo cruel e vingativo e as autoridades se houvessem demonstrado criminosamente negligentes no cumprimento de suas responsabilidades, Deus não Se esquecera de mostrar-Se gracioso para com Seus sofredores servos. Um anjo foi enviado do Céu para libertá-los. Ao aproximar-se ele da prisão romana, a terra tremeu sob seus pés, toda a cidade foi sacudida por um terremoto, e as paredes da prisão sacudiram como palha ao vento. As pesadas portas abriram-se; as cadeias e grilhões soltaram-se das mãos e pés de todos os prisioneiros. — The Spirit of Prophecy 3:382, 383.


Ao apóstolo Paulo, em seus esforços em Éfeso, foi dada especial demonstração do favor divino. O poder de Deus acompanhava seus esforços, e muitos eram curados de males físicos. “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam.” Atos dos Apóstolos 19:11, 12.


Estas manifestações de poder sobrenatural eram tão mais poderosas que as que já haviam sido antes testemunhadas em Éfeso, e de tal caráter que as não podiam imitar os habilidosos truques ou encantamentos de feiticeiros. Ao serem esses milagres operados no nome de Jesus de Nazaré, tinha o povo oportunidade de ver que o Deus do Céu era mais poderoso que os mágicos adoradores da deusa Diana. Assim o Senhor exaltava Seu servo, mesmo diante dos idólatras, incomparavelmente acima do mais poderoso e favorecido dos mágicos.


Mas Aquele a quem estão sujeitos todos os espíritos do mal, e sobre os quais dera a Seus servos autoridade, estava para levar maior vergonha e ruína sobre os que desprezavam e profanavam Seu santo nome. A feitiçaria havia sido proibida pela lei mosaica, sob pena de morte, embora de tempos em tempos houvesse sido praticada secretamente por judeus apostatados. Ao tempo da visita de Paulo a Éfeso, havia na cidade “alguns dos exorcistas judeus, ambulantes”, os quais vendo as maravilhas por ele [Paulo] operadas, “tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos”. Atos dos Apóstolos 19:13. Uma tentativa foi feita por “sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes”. Atos dos Apóstolos 19:14. Encontrando um homem possesso de demônio, disseram-lhe: “Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega.” Atos dos Apóstolos 19:13. Porém “o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? E, saltando neles o homem que tinha o espírito maligno e assenhoreando-se de dois, pôde mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa”. Atos dos Apóstolos 19:13-16. …


Fatos que haviam sido previamente encobertos foram agora trazidos à luz. Ao aceitarem o cristianismo, alguns crentes não haviam renunciado inteiramente as suas superstições. Ainda continuaram em certa medida a praticar a magia. Agora, convictos de seu erro, “muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos”. Atos dos Apóstolos 19:18. A boa obra se estendeu mesmo a alguns dos próprios feiticeiros; e “muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos”. Atos dos Apóstolos 19:19. …


Esses tratados de adivinhação continham regras e formas de comunicação com os espíritos do mal. Eram os regulamentos da adoração de Satanás — regras para lhe solicitar auxílio e obter dele informações. — Atos dos Apostolos, 286-289.


Um relatório acerca do discurso de Demétrio circulou rapidamente. O alvoroço foi terrível. Toda a cidade [de Éfeso] parecia em comoção. Logo se reuniu enorme multidão, que se dirigiu de imediato ao local de trabalho de Áquila, no setor judaico, com a finalidade de aprisionar a Paulo. Em sua ira insana estavam dispostos a despedaçá-lo. Mas o apóstolo não foi encontrado. Seus irmãos, havendo recebido informações quanto ao perigo iminente, o haviam retirado do local. Anjos de Deus foram enviados para proteger o fiel apóstolo. — Sketches From the Life of Paul, 143.


Testemunhando sacerdotes e príncipes o efeito da narração da experiência de Paulo, encheram-se de ódio contra ele. Viram que ele ousadamente pregava a Jesus e operava milagres em Seu nome, que multidões o ouviam e viravam as costas a suas tradições e olhavam para os líderes judeus como os assassinos do Filho de Deus. Sua ira se acendeu e eles se aconselharam quanto ao que seria melhor fazer para reduzir a agitação. Concordaram entre si que a única conduta acertada era levar Paulo à morte. Mas Deus conhecia suas intenções, e anjos foram comissionados para guardá-lo, a fim de que ele vivesse para cumprir a sua missão. — Primeiros Escritos, 202.


Esta parte da história foi escrita para nossa admoestação, para quem o fim dos tempos é chegado. Os efésios pretendiam manter contato com seres invisíveis, dos quais obtinham o conhecimento do que estava por vir. Em nossos dias tal comunicação é conhecida como espiritismo, e nem tudo o que os médiuns praticam é prestidigitação, astúcia e engano. Os mundos visível e invisível acham-se em íntimo contato. Satanás é o enganador-mestre, e seus confederados no mal são por ele treinados a operarem na mesma linha em que ele atua. Diz o apóstolo: “Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau.” Efésios 6:12, 13. — The Youth’s Instructor, 16 de Novembro de 1893.


O idoso prisioneiro [Paulo], amarrado por correntes ao soldado que o guardava, nada apresentava em sua vestimenta ou aparência que chamasse a atenção do mundo, que lhe valesse homenagens. Ainda assim este homem, aparentemente sem riquezas, amigos ou posição, tinha uma escolta que os mundanos não podiam perceber. Anjos do Céu eram seus assistentes. Houvesse a glória de apenas um destes resplandecentes mensageiros se tornado manifesta, a pompa e orgulho da realeza teriam empalidecido; rei e cortesãos teriam sido lançados ao solo. … Todo o Céu estava interessado neste único homem, agora mantido como prisioneiro em virtude de sua fé no Filho de Deus. — Sketches From the Life of Paul, 254.


O cerco de Jerusalém


A paciência de Deus para com Jerusalém tão-somente confirmou os judeus em sua obstinada impenitência. Em seu ódio e crueldade contra os discípulos de Jesus, rejeitaram a última oferta de misericórdia. Deus retirou, então, a Sua proteção de sobre a nação, removendo o poder restritivo que exercera sobre Satanás e seus anjos, de modo que ela foi deixada sob o controle do líder que escolhera. Seus filhos haviam desprezado a graça de Cristo, a qual teria sido capaz de habilitá-los a subjugar seus maus impulsos, de modo que agora estes se tornaram seus governantes.


Satanás despertou na alma desse povo as mais ferozes e baixas paixões. Os homens não raciocinavam; colocaram-se além da razão, controlados pelo impulso e ira cega. Tornaram-se satânicos em sua crueldade. … Satanás estava à frente da nação, e as mais elevadas autoridades civis e religiosas achavam-se sob o seu poder. — The Spirit of Prophecy 4:29, 30.


Anjos de Deus foram enviados para operar a obra de destruição [do templo], de modo que não ficasse pedra sobre pedra. — Manuscript Releases 21:66.


João, o revelador

De Gabriel, diz o Salvador em Apocalipse: “Pelo Seu anjo as enviou e as notificou a João, Seu servo.” Apocalipse 1:1. E a João o anjo declarou: “Eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas.” Apocalipse 22:9. Maravilhoso pensamento — que o anjo que ocupa, em honra, o lugar logo abaixo do Filho de Deus, é o escolhido para revelar os desígnios de Deus a homens pecadores. — O Desejado de Todas as Nações, 99.


Deus tinha uma obra especial para [João] desenvolver. Satanás determinara-se a atrapalhar esse trabalho, levando seus agentes a tentar destruir o apóstolo. Deus, contudo, enviou o Seu anjo e preservou-o maravilhosamente. Todos os que testemunharam o grande poder de Deus na preservação de João, ficaram pasmados, e muitos convenceram-se de que Deus estava com ele, e que o testemunho que ele apresentava de Jesus, era correto. Aqueles que tentaram destruí-lo, temeram efetuar nova tentativa de tirar-lhe a vida, de modo que lhe foi permitido sofrer por Jesus.


Foi falsamente acusado por seus inimigos e imediatamente desterrado para uma ilha deserta. Ali o Senhor lhe enviou Seu anjo para revelar-lhe as coisas que ainda deveriam acontecer na Terra, bem como o estado da igreja desde aqueles dias até o fim. Mostrou-lhe o que aconteceria com a igreja se esta apostatasse, e como triunfaria finalmente se se mantivesse fiel a Deus.


O anjo celestial apareceu a João em majestade, com a excelente glória do Céu refletida em seu rosto. Revelou a João cenas de profundo e maravilhoso interesse concernentes à igreja de Deus, e apresentou diante dele os perigosos conflitos que teria de suportar. João a viu passar por atrozes provações, embranquecendo-se e purificando-se, e por fim vitoriosa e triunfante, gloriosamente salva no reino de Deus. A face do anjo iluminou-se de regozijo e tornou-se excessivamente gloriosa, ao mostrar ele a João o final triunfo da igreja de Deus.


João ficou deslumbrado ao contemplar o final livramento da igreja, e ao ser conduzido a participar da glória desta cena, sentiu profundo temor e reverência, caindo aos pés do anjo para adorá-lo. O anjo fê-lo erguer-se instantaneamente, reprovando-o com brandura, ao lhe dizer: “Olha, não faças tal; sou teu conservo e de teus irmãos que têm o testemunho de Jesus; adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.” Apocalipse 19:10.


O anjo mostrou então a João a cidade celestial com todo o seu esplendor e deslumbrante glória. João sentiu-se enlevado e dominado pela glória da cidade. Não conseguiu conservar em mente a anterior reprovação do anjo, caindo outra vez a seus pés para adorá-lo; uma vez mais o anjo reprovou-o, dizendo: “Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.” Apocalipse 22:9. — Spiritual Gifts 1:130, 131.


Cristo, o mensageiro real, visitou João na pequena ilha e lhe deu as mais extraordinárias revelações de Si mesmo. — The Signs of the Times, 3 de Março de 1890.


O poderoso anjo [de Apocalipse 10], que instruiu João, era ninguém menos que Jesus Cristo. Colocando o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre terra seca, mostrou a parte que está executando nas cenas finais da grande controvérsia com Satanás. Esta posição denota Seu supremo poder e autoridade sobre toda a Terra. A controvérsia tem-se tornado mais intensa e mais determinada de tempos em tempos, e assim prosseguirá até as últimas cenas, quando a obra magistral dos poderes das trevas atingirá o cume. Satanás, unido a homens maus, enganará toda a Terra e as igrejas que não receberem o amor da verdade. Mas o poderoso Anjo requer atenção. Grita com grande voz. Demonstrará o poder e autoridade de Sua voz a todos os que se uniram a Satanás na oposição à verdade. — The S.D.A. Bible Commentary 7:971.


Os anjos na idade média


No século treze foi estabelecida a mais terrível de todas as armadilhas do papado — a inquisição. O príncipe das trevas trabalhava com os dirigentes da hierarquia papal. Em seus concílios secretos, Satanás e seus anjos dirigiam a mente de homens maus, enquanto, invisível entre eles, estava um anjo de Deus, fazendo o tremendo relatório de seus iníquos decretos e escrevendo a história de ações por demais horrorosas para serem desvendadas ao olhar humano. — O Grande Conflito, 59.


A reforma protestante


O estandarte do chefe da sinagoga de Satanás foi erguido bem alto, e o erro aparentemente marchou em triunfo, e os reformadores, por meio da graça que lhes foi dada por Deus, travaram bem-sucedida peleja contra os exércitos das trevas. Foram-me apresentados acontecimentos na história dos reformadores. Sei que o Senhor Jesus e Seus anjos observaram com intenso interesse a batalha contra o poder de Satanás, o qual juntou seus exércitos com homens maus, a fim de extinguir a luz divina. — Mensagens Escolhidas 3:110.


Lutero


Um dia, enquanto examinava os livros da biblioteca da universidade, Lutero descobriu uma Bíblia em latim. … Com mistos sentimentos de reverência e assombro, abriu as sagradas páginas. Com o pulso acelerado e o coração exultante, leu com seus próprios olhos as palavras de vida, detendo-se freqüentemente para exclamar: “Oh, se Deus me permitisse ter minha própria Bíblia!” Anjos do Céu estavam ao seu lado, e raios de luz do trono de Deus revelaram os tesouros da verdade a seu entendimento. — The Spirit of Prophecy 4:96.


Quando os inimigos apelavam à tradição e aos costumes, ou à autoridade do papa, Lutero os enfrentava com a Bíblia, e a Bíblia somente. Aqui estavam argumentos que eles não conseguiam discutir; portanto, estes escravos do formalismo clamavam por seu sangue. … Todavia, Lutero não caiu presa de sua fúria; Deus tinha uma obra para ele, e os anjos do Céu foram enviados para protegê-lo. — The Spirit of Prophecy 4:108, 109.


Aqui estava um homem solitário, que ousara suscitar a ira dos sacerdotes e do povo. Foi convocado a Augsburgo para responder por sua fé, e obedeceu. Ali estava ele, firme e decidido, ante aqueles que faziam tremer o mundo — um meigo cordeiro diante de furiosos leões. Ainda assim, por amor da verdade e de Cristo, permaneceu em pé, inamovível. Com santa eloqüência, que somente a verdade pode inspirar, apresentou as razões de sua fé. Procuraram de várias formas fazer silenciar o destemido defensor da verdade. Bajularam-no e lhe ofereceram favores; ele seria exaltado e honrado. Entretanto, a vida e honras eram sem valor para ele, se o preço a pagar fosse o sacrifício da verdade.


A Palavra de Deus brilhou ainda mais clara em sua mente, dando-lhe uma vívida percepção dos erros, corrupções e hipocrisia do papado. Seus inimigos buscaram intimidá-lo e lhe exigiram que renunciasse à fé, mas ele manteve-se firme em defesa da verdade. Estava disposto a morrer pela fé, se Deus assim o requeresse. Abandoná-la, porém… nunca! Deus lhe preservou a vida. Enviou anjos para lhe prestarem assistência, fazendo-o atravessar o tormentoso conflito sem sofrer qualquer dano, e assim frustrando os propósitos de seus irados inimigos. — Spiritual Gifts 4b:118, 119.


Houvessem sido abertos os olhos dos que participavam da assembléia [em Worms], teriam eles contemplado os anjos de Deus em seu meio, lançando raios de luz para dissipar as trevas do erro e para abrir as mentes e corações à recepção da verdade. — The Spirit of Prophecy 4:124.


Melâncton


[O reformador Simão] Grynaeus havia mantido boas relações com um eminente professor católico; contudo, depois de escutar um de seus sermões, que lhe causou impacto negativo, exortou-o a não mais lutar contra a verdade. O professor dissimulou sua irritação, mas imediatamente dirigiu-se ao rei e obteve a autorização para prender o protestante. Quando Melâncton retornou ao lar, foi informado de que após sua partida as autoridades haviam revistado a casa de alto a baixo, em busca de Grynaeus. Melâncton sempre acreditou que o Senhor havia salvado o amigo enviando um de Seus santos anjos para avisá-lo do perigo. — The Spirit of Prophecy 4:164, 165.


Os pais peregrinos


Em meio de exílio e dificuldades [dos pais peregrinos], cresciam o amor e a fé. Confiavam nas promessas do Senhor, e Ele não faltava com elas no tempo de necessidade. Seus anjos estavam a seu lado, para animá-los e ampará-los. E, quando a mão de Deus pareceu apontar-lhes através do mar uma terra em que poderiam fundar para si um Estado e deixar a seus filhos o precioso legado da liberdade religiosa, seguiram eles, sem temer, pela senda da Providência. — O Grande Conflito, 291.


Os três anjos de Apocalipse 14


Cristo virá segunda vez com poder para salvar. Tendo em vista preparar os seres humanos para esse evento, enviou Ele as mensagens do primeiro, segundo e terceiro anjos. Estes anjos representam aqueles que recebem a verdade e com poder abrem o evangelho diante do mundo. — The S.D.A. Bible Commentary 7:978, 979.


Guilherme Miller


Vi que Deus havia enviado Seu anjo para trabalhar no coração de um agricultor [Guilherme Miller] que até então não havia crido na Bíblia, levando-o a pesquisar as profecias. Anjos de Deus visitaram repetidamente este homem escolhido e guiaram sua mente, abrindo-lhe o entendimento às profecias que sempre haviam sido obscuras para o povo de Deus. Foi-lhe concedido o começo da cadeia da verdade, cabendo-lhe buscar elo após elo da mesma, até sentir admiração e assombro pela Palavra de Deus. …


Anjos de Deus acompanharam Guilherme Miller em sua missão. Ele era firme e decidido. Proclamou destemidamente a mensagem. … Embora enfrentando a oposição de cristãos professos e do mundo, e perseguido por Satanás e seus anjos, não deixou de anunciar o evangelho eterno às multidões, onde quer que fosse convidado, fazendo ouvir o clamor: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, porque vinda é a hora do Seu juízo.” Apocalipse 14:7. — Spiritual Gifts 1:128, 132.


O instigador de todo mal procurava não somente contrariar o efeito da mensagem do advento, mas destruir o próprio mensageiro. Miller fazia aplicação prática da verdade das Escrituras ao coração de seus ouvintes, reprovando-lhes os pecados e perturbando-lhes a satisfação própria; e suas palavras claras e incisivas despertaram inimizade. A oposição manifestada pelos membros da igreja à sua mensagem, animava as classes inferiores a irem mais longe; e conspiraram alguns dos inimigos para tirar-lhe a vida quando saísse do local da reunião. Santos anjos, porém, estavam na multidão, e um deles, certa vez, sob a forma de homem, tomou o braço desse servo do Senhor e pô-lo a salvo da turba enfurecida. — O Grande Conflito, 336, 337.


Muitos pastores não aceitaram, eles próprios, a salvadora mensagem, e por vezes criavam obstáculo aos que a aceitavam. O sangue de almas repousa sobre eles. Pregadores e povo uniram-se na oposição à mensagem do Céu. Perseguiram Guilherme Miller e os que a ele se uniram no trabalho. Falsidades foram postas a circular para prejudicar-lhe a influência. Em diferentes ocasiões, depois de haver declarado com franqueza o conselho de Deus, aplicando cortantes verdades ao coração de seus ouvintes, grande ira ergueu-se contra ele e, ao deixar o local das reuniões, pessoas o seguiram para matá-lo. Não obstante, anjos de Deus foram enviados para lhe preservar a vida, retirando-o em segurança de entre a furiosa turba. — Spiritual Gifts 1:136.


Ellen G.White, A Verdade sobre os Anjos, Capítulo 18. Via Sétimo Dia

Ossos secos, revivei!


Imagine que você está andando e de repente chega a um lugar, um vale em que você encontra centenas de ossos, ossos de seres humanos, secos.
De repente, você escuta um barulho estranho e observa uma cena aterrorizante: os ossos começam a se mexer, a unirem-se uns aos outros. Você logo observa que sobre aqueles ossos que estavam secos e dispersos, começam a surgir tendões, artérias, veias, carne, os órgãos começam a aparecer em seus devidos lugares, até que a pele, os pelos, e os cabelos finalmente nascem, transformando aqueles ossos secos em seres viventes. Como você reagiria?

Não, não estou descrevendo uma cena de filme de terror lançado por Hollywood. O que estou descrevendo, de forma semelhante, aconteceu a um profeta, da parte de Deus. O relato encontra-se em Ezequiel 37:1-10.
“Veio sobre mim a mão do Senhor; e ele me levou no Espírito do Senhor, e me pôs no meio do vale que estava cheio de ossos; e me fez andar ao redor deles. E eis que eram muito numerosos sobre a face do vale; e eis que estavam sequíssimos.

Ele me perguntou: Filho do homem, poderão viver estes ossos? Respondi: Senhor Deus, tu o sabes. Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que vou fazer entrar em vós o fôlego da vida, e vivereis. E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vos estenderei pele, e porei em vós o fôlego da vida, e vivereis. Então sabereis que eu sou o Senhor. Profetizei, pois, como se me deu ordem. Ora enquanto eu profetizava, houve um ruído; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, osso ao seu osso.
E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles fôlego.
Então ele me disse: Profetiza ao fôlego da vida, profetiza, ó filho do homem, e dize ao fôlego da vida: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó fôlego da vida, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.
Profetizei, pois, como ele me ordenara; então o fôlego da vida entrou neles e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo.”

Você pode estar pensando: foi uma estória espantosa e até que interessante, mas de fato o que isso significa?
Muitas lições podem ser aprendidas neste relato bíblico, porém gostaria de levá-lo(a) a refletir em pelo menos uma. Como todo livro profético esta visão representa algo maior do que a própria ilustração. Observe seu significado nos versos seguintes:
“Então me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que eles dizem: Os nossos ossos secaram-se, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo cortados.
Portanto profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu vos abrirei as vossas sepulturas, sim, das vossas sepulturas vos farei sair, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel.
E quando eu vos abrir as sepulturas, e delas vos fizer sair, ó povo meu, sabereis que eu sou o Senhor. E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o Senhor, o falei e o cumpri, diz o Senhor.” Ezequiel 37:11-14
A visão tem como tema a restauração do povo de Israel. Eles estavam exilados, no cativeiro babilônico. Lá Israel estava morto espiritualmente, sem esperanças e espalhados como uma multidão de ossos secos. Não tinham mais esperança de “ressuscitar” para o recomeço do reino de Judá.
Para muitos exilados, a então recente experiência da destruição de Jerusalém, da deportação do povo para um país estrangeiro, marcava o fim de Israel como nação. Sua estrutura política e religiosa que os unia como nação havia sido destruída, e entre os cativos de Jerusalém na Babilônia, no ano de 586 a.C., estava Ezequiel.

A essa altura você pode se perguntar: Como Israel, o povo de Deus, havia perecido dessa forma?
Motivo: “Eles, porém, se rebelaram, e contristaram o seu santo Espírito; pelo que se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles.” Isaías 63:10
O povo de Deus havia perecido porque o Espírito Santo, triste por suas iniqüidades e por sua rebeldia, havia se retirado dele. Israel havia decaído espiritualmente ao ponto de adotar divindades pagãs, esquecendo-se do seu Deus. A desolação de Jerusalém e o cativeiro do povo israelita foram apenas conseqüências daqueles que resolveram não aceitar mais a proteção divina. Eles estavam como ossos secos, mortos espiritualmente. Sua fé em Deus havia morrido.
Foi então que a figura importante de Ezequiel, um dos remanescentes fiéis. Ele foi escolhido para transmitir uma mensagem que revitalizasse a fé em Deus e, como símbolos são mais impressionantes, ele deveria contemplar a cena dos ossos secos no vale e da ressurreição, como símbolo da ressurreição nacional e espiritual que Deus poderia realizar, se eles permitissem.
Quando indagado por Deus se aqueles ossos poderiam reviver, Ezequiel respondeu sabiamente: “Senhor Deus, tu o sabes”. Aliás, como Deus do impossível e originador da vida, certamente, se Ele quisesse, poderia fazer os ossos reviverem.
Foi então que, com a autoridade dada por Deus (não como sendo uma coisa pertinente de si próprio) Ezequiel dirigiu-se aos ossos secos e disse: “Ossos secos, ouvi a Palavra do Senhor”. Note a maneira pela qual ocorreu a vivificação, o reavivamento: A Palavra do Senhor fez com que os ossos se reintegrassem e os corpos ficassem em pé!

“Tudo bem”, você pode pensar, “foi uma história interessante do povo de Deus, a quase 3 mil anos atrás, e ainda bem que já passou”. Porém, eu lhe digo que o apelo de Deus a seu povo nos dias de Ezequiel nos alcança com a mesma força e igual significado. Somos igualmente confrontados e igualmente chamados à vida, visto que estamos numa situação semelhante ao povo de Israel na época.
Ellen White, dotada do mesmo espírito profético que Ezequiel foi habilitado, orienta ao povo de Deus nestes últimos dias:
“Um reavivamento da verdadeira piedade em nós, eis a maior e a mais urgente de todas as necessidades.” Reavivamento Verdadeiro, p. 9.
Isso porque todo reavivamento verdadeiro, proveniente do Senhor produz mudança, transformação, reforma, e nos dias de hoje mudanças são necessárias para o cumprimento da missão, para a proclamação do evangelho eterno.
Nós somos o povo de Deus nestes dias, o Israel espiritual, e precisamos ser reavivados como aqueles ossos secos, como o povo de Deus naqueles dias. Essa é a nossa maior necessidade!

A essa altura você já deve está se perguntando: “mas como eu posso ser reavivado?”
Recentemente a Igreja Adventista, ciente dessa necessidade, tomou um voto institucional, em suas mesas administrativas, da necessidade de haver um Reavivamento e Reforma. Apesar de ser uma iniciativa louvável que demonstra a preocupação da liderança quanto ao rumo da igreja, gostaria de te dizer que o Reavivamento não acontecerá em sua vida se depender dos outros. Se depender da igreja, não haverá uma Reforma nos seus hábitos e práticas. Não depende de votos administrativos. Ousaria até dizer que não depende nem de Deus! Isso porque Ele já está disposto a reavivar sua igreja:
“Nosso Pai celestial está mais disposto a dar seu Espírito Santo àqueles que Lhe peçam, do que pais terrenos o estão a dar boas dádivas a Seus filhos.” Reavivamento Verdadeiro, p. 9.
De quem depende, então? Só depende de você. O Espírito Santo espera que você permita ser reavivado. Entende? Você precisa permitir.
Mas como?
Note o que aconteceu nos reavivamentos e reformas segundo a História:
No século V a. C. (em Neemias 8), nos tempos de Esdras e Neemias, período em que o povo de Deus estava cativo pelo domínio persa, a leitura diária das Escrituras Sagradas produziu arrependimento e o povo se comprometeu em cumprir fielmente a Lei de Deus;
No 1º século depois de Cristo os apóstolos uniram-se em íntima comunhão cristã. Através da Palavra de Deus milhares foram convertidos;
No século CVI, através de Lutero, Calvino e outros, pelo estudo das Escrituras houve um grande movimento de reforma, de modo que tradições e crenças supersticiosas foram abandonadas;
No século XIX iniciado por Guilherme Müller, através do estudo das Escrituras, aprofundando-se em Daniel e no Apocalipse, houve um grande movimento de reavivamento e o resultado foi o nascimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia;
Percebeu? O elemento propulsor sempre presente nesses reavivamentos históricos sempre foi a Palavra de Deus! E não aconteceu diferente no relato bíblico inicial. Ezequiel 37:4 diz: “Ouça a Palavra do Senhor”. Dessa forma os ossos secos se tornaram seres viventes!
O reavivamento só acontecerá se você decidir buscar a Palavra de Deus! Para tanto, crie bons hábitos, tais como:
Despertar mais cedo do que o de costume só para buscar a Cristo em oração;
Dedicar mais tempo para estudar a Palavra de Deus;
Ser sincero e buscar por em prática os ensinos aprendidos na Bíblia.

Em nossos dias, pela graça de Deus, um gigantesco movimento de Reavivamento cristão acontecerá, e como resultado, a igreja de Deus iluminará a terra com a Glória de Deus, milhares se converterão, e finalmente veremos o Senhor retornar.
Tome agora um firme propósito de buscar a Deus e, através de Seu Espírito, ser reavivado! Ossos secos, revivei! 
[Baseado no artigo, de mesmo título, da Revista Adventista edição de julho de 2011, sob a autoria de Alceu L. Nunes]

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