quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Oito Maneiras de Lidar com a Culpa


 
De quando em quando, cada um de nós se engana, comete erros, ou diz algo que não devia ter dito. 0 resultado é sentimento de culpa. Quando a culpa não é administrada adequadamente, seu impacto pode ser danoso. Sentimentos de culpa reduzem a confiança, destroem a auto-estima e a qualidade de vida.
Podem também destruir relacionamentos. A seguir, desejo mencionar oito maneiras de lidar criativa e realisticamente com a culpa:
Reconheça a culpa como um sinal de alerta. Permita que a culpa seja uma ferramenta positiva em alertá-lo de que alguma coisa pode estar errada. Toda vez que a culpa o leva a pensar no problema pela segunda vez e a mudar o comportamento, ela se toma um aliado, não um inimigo. Pense no exemplo do cantor e compositor Neil Diamond. Em 1972, quando se encontrava no auge da carreira, Diamond sumiu do cenário e se isolou por quatro anos. O motivo foi uma consciência pesada. “Casei uma vez, tive dois filhos e estava para me casar pela segunda vez, quando parei para pensar: Espere. É melhor parar um pouco e olhar o que estou fazendo e para onde estou indo. Não quero que este casamento termine em divórcio”, explicou. Como resultado, ele interrompeu sua carreira por 48 meses. “Foi o mais importante período de minha vida”, disse. “Despendi quatro anos para conhecer meus filhos, minha esposa e a mim mesmo.” Ao responder ao sinal de alerta da culpa, Diamond não apenas evitou a repetição do mesmo erro, mas saiu dessa fase mais feliz e equilibrado. Disse que se sentia livre e mais amistoso.
Reconheça o valor da culpa. Sentimentos de culpa têm muita importância quando as pessoas reagem positivamente, corrigindo seu comportamento inadequado, ofensivo, prejudicial ou destrutivo. A culpa abre o caminho para crescimento, aprendizado e maturidade. “As pessoas que fazem coisas erradas, prejudicando a si mesmas e aos outros, devem assumir a culpa“, diz o rabino e escritor Harold Kushner. “Se a culpa as leva a fazer o bem, a evitar o mal, tornando-as mais cuidadosas e prudentes, é uma culpa construtiva.”
Tome tempo para analisar a culpa. Os sentimentos de culpa podem ser corrigidos, reduzidos e mesmo eliminados, após cuidadosa análise. Essa foi uma estratégia eficaz para Susan, executiva de uma agência de propaganda, na costa ocidental norte-americana. Como mãe que trabalhava fora, sentia-se culpada toda vez que sua filha de oito anos adoecia na escola. “Acusava a mim mesma por trabalhar fora e sentia-me culpada por não estar em casa com ela”, disse. Susan, entretanto, aprendeu a analisar sua culpa da seguinte maneira: “Após a primeira onda de culpa, eu me acalmei e passei a olhá-la de frente. Fiz duas perguntas a mim mesma: ‘É necessário abandonar meu emprego?’ A resposta foi não. ‘Existe uma alternativa para meu problema?’ A resposta foi também não. Refleti por longo tempo, e cheguei à mesma conclusão: é difícil trabalhar o dia todo e cuidar de uma criança ao mesmo tempo, mas as outras opções não são convidativas.” Ao analisar sua culpa, Susan conseguiu reduzi-la, não permitindo que ela prejudicasse sua vida ou a de sua filha.
Responda racionalmente. Depois de analisar sua culpa, responda apropriada e racionalmente. Se você cometeu alguma falta ou fracassou a ponto de se sentir culpado, tome medidas corretivas. Peça perdão e faça as devidas reparações, se possível. Não permita que seus sentimentos de culpa o levem a extremos, como aconteceu a um homem cujo irmão faleceu. Na sepultura de seu irmão, ele mandou colocar, como lápide, a réplica de uma MercedezBenz, com limpador de párabrisa e antena de TV. 0 carro foi esculpido numa pedra de grande valor, trazida de uma pedreira de Vermont. O escultor trabalhou um ano em sua obra de arte. 0 gasto chegou a 120 mil dólares. Qual a razão para essa suntuosa lápide? A culpa. Por anos ele havia prometido comprar um carro para seu irmão, mas não tomara tempo para fazê-lo. Quando seu irmão morreu, um sentimento de culpa tomou conta de sua alma, devido a sua negligência. Sua resposta, entretanto, foi extremista e irracional. Em seu caso, uma resposta mais saudável e racional teria sido fazer uma doação para fins caritativos, em memória de seu irmão, combinado esse gesto com a decisão de cumprir as promessas e obrigações assumidas dali para a frente.
Ponha sua culpa nas mãos divinas. Convide a Deus para remover a mancha da culpa de sua vida. Uma das grandes passagens sobre o perdão divino é o Salmo 51, escrito por Davi, após ter ele reconhecido a hediondez de seu adultério com Bate-Seba. A oração de Davi é um modelo para todos nós. “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a Tua benignidade”, ele escreveu. “Purifica-me,… e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve” (Sal. 51:1-7). 0 salmo é um reconhecimento de que há coisas que não somos capazes de fazer por nós mesmos. Uma delas é sentir-nos completos, saudáveis e limpos novamente. Todos nós precisamos do auxílio divino para erguer o fardo do pecado e da culpa.
Lembre- se de que você não é perfeito. “Infeliz a pessoa que não pode perdoar a si mesma”, disse o escritor romano Publilius Syrus. Lembre-se: você não é perfeito. Não gaste tanto tempo recriminando-se sentindo-se miserável. Aceite o perdão de Deus, e perdoe a si mesmo também. Relembre este conselho de C. S. Lewis: “Se Deus nos perdoa, devemos perdoar a nós mesmos. Do contrário, é o mesmo que estabelecer a nós mesmos como um tribunal mais alto do que Deus.”
Aprenda da experiência. Não há sentido em repetirmos os mesmos erros. Tire lições dos erros passados. Decida não cometê-los mais.
Esqueça a culpa e vá em frente. Uma vez que você deu todos os passos necessários para fazer reparos e endireitar o comportamento, descarte a culpa, esqueça-a e vá em frente. “Uma das mais importantes habilidades é a capacidade de esquecer”, afirma o escritor Norman Vincent Peale, no livro (Guide to Confident Living – Guia Para um Viver Confiante). “Para ser feliz e bem-sucedido, você deve cultivar a habilidade de dizer a si mesmo: esqueça!” Não deixe a culpa atormentar sua vida. Não se envolva com o que passou. Aprenda sua própria lição, seja sábio, evite ressuscitar erros e vá em frente.
Usando essas estratégias, você poderá administrar os sentimentos de culpa de uma maneira construtiva que o levará a maior alegria e maior qualidade de vida. Além disso, você discernirá a diferença entre a culpabilidade sã, que funciona como sinal de alerta, quando algo está errado, e a culpabilidade mórbida, que tira a alegria de viver.
Texto de autoria de Victor M . Parachin, pastor e escritor norte-americano. Publicado na Revista Adventista de janeiro/98.

Na Mira da Verdade - Apocalipse 9 literal ou simbólico - 03/05/2011

HAARP - Armas climáticas

Seria possível usar as forças da natureza como armas de guerra?
Um polêmico projeto militar dos Estados Unidos está pesquisando o funcionamento de ondas de rádio na atmosfera. Para muitos críticos, no entanto, esses estudos secretos podem levar ao desenvolvimento de novas armas de guerra.

O HAARP (Programa de Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência) começou a funcionar em 1993, no Alasca, com o objetivo oficial de entender as transmissões de ondas na ionosfera, uma das faixas da atmosfera.

Segundo o governo americano, as pesquisas poderiam mudar o funcionamento das comunicações e os sistemas de vigilância. Analistas, no entanto, temem que a tecnologia poderia se transformar em uma nova arma de guerra, capaz de controlar o clima e produzir desastres naturais.


Vem chegando o dia onde "o Senhor destruirá os que destroem a Terra"(Apocalipse 11:18) 

Alimentos que fazem bem ao cérebro


Fornecer os combustíveis necessários para manter o cérebro saudável, pode proporcionar boa memória, concentração e vida mais ativa tanto na terceira idade quanto para o resto da vida. O cérebro, assim como os músculos do nosso corpo, precisa ser mantido ativo e bem nutrido durante toda a vida. Para tanto, devemos fornecer através da alimentação os nutrientes necessários para mantê-lo saudável, caso contrário poderá ocorrer degeneração cerebral, já que a falta de nutrientes presentes nos alimentos que consumimos possue enorme impacto sobre substâncias químicas do cérebro. Isso pode interferir no pensamento, comportamento, habilidade de aprendizagem, reações e interações. 
Fornecer os nutrientes corretos e manter o cérebro em constante atividade preservam as funções deste órgão mesmo com o avanço da idade. Mas antes de falar da alimentação, é importante citar alguns hábitos e informações que ajudam a manter o cérebro em forma.  
Exercite seu cérebro: mantenha o cérebro sempre ativo, dicas interessantes são: ler livros de diferentes assuntos para estimular as várias partes do cérebro; fazer palavras cruzadas; aprender outras línguas.

Cafeína: alimentos alto teor de cafeína esgotam minerais importantes para função cerebral; interfere no sono; afeta o humor. 
O cérebro, assim como os músculos do nosso corpo, precisa ser mantido ativo e bem nutrido durante toda a vida por meio da alimentação.
Sono: é fundamental para regenerar o corpo, especialmente o cérebro. Após períodos de sono reduzido, podem ocorrer falhas no funcionamento dos neurônios, alterando o comportamento das pessoas.

Álcool: impede a transmissão de informações entre os mensageiros químicos do cérebro, responsáveis por controlar o pensamento, o comportamento e as emoções. O álcool pode ainda ocasionar lapsos de memórias e até problemas mais sérios, como redução do tamanho do cérebro. 

Distúrbios hormonais: o hipotálamo "liga" o sistema endócrino com o sistema nervoso. O hipotálamo é responsável pela regulação do sono, fome e sede, além de emocional e estresse.

Horários das refeições: alimentar-se em horários regulares ajuda a manter a glicemia (nível de açúcar no sangue) estável durante todo o dia. A glicose é o principal substrato utilizado como fonte de energia pelas células nervosas.  
Fornecer os nutrientes corretos e manter o cérebro em constante atividade preservam as funções deste órgão mesmo com o avanço da idade.
Conheça agora os principais alimentos que garantem a saúde do seu cérebro, e por que eles são importantes para estar no prato.

Aveia - Traz energia para o cérebro, é fonte de vitaminas do complexo B que auxiliam na regulação da transmissão de informações entre os neurônios.

Azeite de sacha inchi, linhaça, óleo de peixe - Fontes de ômega 3, que promove a neurogênese (formação de novos neurônios e protege os neurônios já existentes). 
Brócolis e espinafre - Excelentes fontes de ácido fólico, responsável pela formação do sistema nervoso dos bebês. Além disso, contribui para um bom desempenho cognitivo e auxilia na comunicação entre as células nervosas.

Cacau - Rico em flavonóides que protegem a parede dos vasos sangüíneos e garantem um excelente fluxo sangüíneo para o cérebro. Auxilia ainda na prevenção de derrames.

Chá verde - As catequinas, presentes neste chá, possuem ação neuroprotetora, diminuem danos neurológicos e a perda de memória associada.

Clorofila - Fonte de nutrientes que auxiliam na eliminação de toxinas do organismo. Aumenta a atividade cerebral.

Cúrcuma - Possui ação antioxidante, auxilia na prevenção de doenças neuro-degenerativas, como Alzheimer e Parkinson.  

Lecitina de soja - Fonte de colina, contribui para a neurogênese, que é a formação de neurônios. Possui também fosfolipídeos, sendo o fósforo um importante mineral para a memória. O consumo de alimentos que contêm colina durante a gravidez e na fase de aleitamento influi beneficamente no desenvolvimento cerebral da criança.

Oleaginosas (nozes e amêndoas) - Contém grandes quantidades de ácidos graxos insaturados, que garantem um bom funcionamento cerebral, já que compõem a membrana das células nervosas e potencializam a transmissão de mensagens entre elas.

Suco de uva, suco de cranberry, amora e açaí
- Fontes de antocianina um fitoquímico de ação antioxidante que combate os radicais livres, responsáveis por causar danos às células.

Lembre-se de alimentar o seu cérebro: um cardápio variado e bem colorido é fundamental!

Fonte: Thais Souza e Natalia Lautherbach - Nutricionistas da Rede Mundo Verde

Julia Camilo - Ele entende minhas lágrimas

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Devemos sempre dizer a verdade, mesmo com risco de morte?


Ela era uma cristã – uma cristã adventista do sétimo dia. Cria que Jesus amava todas as pessoas. Queria ser como Ele e viver tão-somente uma vida tranqüila, prestando amoroso serviço aos que mais necessitassem. Mas aquele não era um tempo comum. O exército de Hitler marchava através da Áustria e a Gestapo estava caçando judeus. Seu amor compassivo deu abrigo a Fritz, um menino de 12 anos. Nada errado com isso, exceto que ele era judeu. Um dia, a temível Gestapo bateu à sua porta e lhe fez uma pergunta direta: “Sra. Hasel, o Fritz está em sua casa?”

O que deveria ela dizer? A verdade, e permitir que o menino fosse sacrificado? Ou enganar aqueles assassinos? A vida de uma criança inocente estava em jogo! O que você diria se estivesse em idêntica situação?

A conjuntura pode parecer remota, mas todos enfrentam amiudadamente a tentação de ser menos honestos: exagerar uma proeza atlética; apresentar o resumo de um livro baseado apenas numa fração da leitura exigida; plagiar material de pesquisa; fazer insinuações que atinjam o caráter de outrem, ou adulterar números para melhorar seu status.

Para alguns, a questão de dizer a verdade se tem tornado um problema perturbador. Por exemplo, o que deveria fazer um professor quando um ex-aluno, que não merecia muita confiança, pede uma recomendação? Para evitar ser processado, Robert Thornton sugere uma resposta totalmente indefinida. Se alguém foi sempre negativo, poder-se-ia dizer: “Sua contribuição foi sempre crítica.” Se a pessoa era melhor qualificada para trabalhos de zeladoria, poder-se-ia dizer: “Se eu fosse você, eu não hesitaria dar-lhe maiores responsabilidades.” Para descrever um candidato que provavelmente estragaria qualquer projeto, poder-se-ia dizer: “O que quer que ele assuma – não importa quão pequeno – ele estará cheio de entusiasmo.”1 William Lutz refere-se a essa forma de comunicação como “falar duplo” – uma linguagem “destinada a fazer com que as mentiras pareçam verdadeiras.... a torcer a realidade... a fazer o mau parecer bom, o negativo parecer positivo.”2 Jerry White observa com perspicácia: “Praticamos engano quando levamos alguém a crer numa mentira, mesmo falando palavras verdadeiras.”3


Dizer a verdade: o que isso significa?

O que significa “dizer a verdade”? Quando estudante de segundo grau compreendi essa frase num sentido estritamente “literal”. Eu era cuidadoso para nunca dizer uma mentira (“Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor” Provérbios 12:22)4, mas não tinha escrúpulos ao enganar alguém através de um encolhimento de ombros, ou mediante a pergunta, “Como saberia eu?” Mais tarde aprendi que o mesmo livro que condenava a desonestidade verbal, também punia o engano não-verbal. Mentiroso é alguém que “anda com a perversidade na boca, pisca os olhos, faz sinais com os pés e acena com os dedos; perversidade há no seu coração...” (Provérbios 6:12-14). Sissela Bok observa que essa “manipulação intencional de informação” pode ser feita “mediante gestos, dissimulação, por meio de ação ou inação, e mesmo pelo silêncio.”5

É verdade que o nono mandamento: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êxodo 20:16), é de natureza legal, proibindo especificamente o perjúrio malicioso. Contudo a Bíblia, através de suas páginas, repetidamente condena o engano num sentido amplo, indicando assim que essa proibição não devia ser limitada a casos meramente judiciais. Por exemplo, Levítico 19:11: “Nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo.” Ou Sofonias 3:13, falando do remanescente: ele “não cometerá iniquidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa.” Ou a admoestação de Paulo de abandonar a mentira (Efésios 4:5) e falar “a verdade com amor” (Efésios 4:15). Ou ainda a ênfase de João de que não haverá mentirosos na Nova Terra (Apocalipse 21:8, 27; 22:15).6

Honestidade absoluta: é ela necessária?

Ao se ler a Bíblia torna-se evidente que as Escrituras insistem na veracidade total, e na honestidade absoluta sob todas as circunstâncias. John Murray afirma: “Toda a Bíblia exige veracidade; não podemos jamais mentir.”7 Agostinho admoesta: “Nem devemos supor que haja uma mentira que não seja pecado.”8 E a Sra. White adverte: “Falsidade e engano de toda espécie é pecado contra o Deus da verdade e da veracidade.”9

Ademais, dizer a verdade não é simplesmente uma questão externa. A Bíblia diz: “Engano há no coração” (Provérbios 12:20; conferir com 6:14; 23:7; Jeremias 17:9). Jesus mostra, no Sermão da Montanha, que todo pecado começa de fato na mente, antes de achar expressão em atos (ver Mateus 5:21, 22, 27, 28). Portanto, como Bok corretamente observa, engano é “aquilo que é feito com a intenção de iludir”10. Assim, “a intenção de enganar é o que constitui falsidade.”11


Histórias bíblicas: o que dizem?

Naturalmente surge a questão: Que dizer de todas aquelas histórias bíblicas onde pessoas usaram engano por causas chamadas dignas? Sifrá e Puá, as duas parteiras hebréias, enganaram Faraó com respeito aos meninos que lhes tinha sido ordenado matar (Êxodo 1). Raabe mentiu ao esconder os dois espias israelitas (Josué 2). São essas histórias “exemplos... escritos para aviso nosso” (I Coríntios 10:11a; conferir com Romanos 15:4)? Alguns pretendem que “parece difícil evitar a conclusão de que esses eram exemplos aprovados por Deus, de como Ele deseja que nos comportemos em conflitos morais semelhantes.”12 Se for assim, mentir para salvar vida seria perfeitamente legítimo, e a coisa moralmente correta a fazer.13

Mas seria isso o que I Coríntios 10:11 queria realmente dizer? O verso é realmente um resumo da passagem precedente, na qual Paulo lembra os cristãos de Corinto: “E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram” (I Coríntios 10:6). Então o apóstolo seletivamente enumera alguns desses males, tais como idolatria e imoralidade sexual (versos 7, 8), juntamente com alguns dos castigos executados por Deus (versos 8-10). Claramente, então, longe de sugerir que as pessoas deviam imitar as ações de caracteres bíblicos sem discernimento, I Coríntios 10:11 está apelando a todos para evitarem a transgressão dos mandamentos morais de Deus, o que também inclui o preceito de se abster de todo engano.

Alguns têm notado que a Bíblia em parte alguma condena Raabe diretamente, ou as parteiras hebréias por suas mentiras. Contudo, um estudo cuidadoso das Escrituras revela que a falta de uma condenação direta de ações não é indicativa da legitimidade dos atos executados. Por exemplo, não há condenação registrada acerca do incesto envolvendo as filhas de Ló. Visto que a filha mais velha teve um filho chamado Moabe, que se tornou o antepassado de Rute e finalmente de Jesus, dever-se-ia concluir que esse ato incestuoso fosse uma boa coisa?


Deus é fiel: Ele protege os Seus

É importante notar que imediatamente após I Coríntios 10:11 vem o lembrete de Paulo de que “Deus é fiel” e que Ele “não vos deixará tentar acima do que podeis, antes, com a tentação, dará também o escape para que possais suportar” (verso 13). Em outras palavras, Deus nunca permitirá que alguém esteja numa situação onde seja forçado a praticar engano; sempre haverá um modo moralmente correto de sair do problema. Ellen White nos diz que embora toda pessoa seja um agente moral livre, cuja lealdade precisa ser testada, “ele nunca é levado a uma posição tal em que render-se ao mal se torna coisa forçosa. Nenhuma tentação ou prova se permite vir àquele que é incapaz de resistir”.14 Com efeito, o apelo de Deus é: “Que eles tivessem tal coração que Me temessem, e guardassem todos os Meus mandamentos” (Deuteronômio 5:29); porque “os Seus mandamentos não são pesados” (I João 5:3) e o crente “pode todas as coisas nAquele que o fortalece” (Filipenses 4:13).

Assim, o que deve o cristão fazer quando em face de uma emergência de vida ou morte? O que disse a Sra. Hasel quando lhe perguntaram se Fritz estava em sua casa? Confiando que Deus produziria o melhor resultado, ela encarou o soldado e disse: “Como oficial do exército alemão você sabe qual é sua responsabilidade, e você está convidado a cumpri-la.” Com a culpabilidade de sua má ação agora inteiramente sobre seus ombros, o nazista deu meia-volta e deixou a casa tranqüila.15

Tais relatos de fé inflexível, unida a uma obediência radical, podem ser multiplicados. Considere, por exemplo, outra história da Segunda Guerra — essa agora vinda da Polônia. A Sra. Knapiuk e sua filha Marion estavam vivendo num quarto, quando uma menina judia caçada por soldados alemães correu para dentro e escondeu-se debaixo da cama. Elas estavam bem conscientes de quão perigoso isso poderia ser, porque na casa adjacente, o dono de uma padaria e sua filha tinham sido presos e levados para um campo de concentração por ter ele vendido pão para um judeu. A Sra. Knapiuk era uma mulher de muita fé, mas as coisas aconteceram tão depressa que ela não teve tempo de pensar o que fazer. Assim, sentou-se à mesa, abriu sua Bíblia e começou a ler e orar. Quando um soldado alemão entrou, ele reconheceu imediatamente o que ela estava lendo, e pronunciou somente duas palavras: “Boa mulher”, e prontamente deixou o quarto.


Conseqüências: devem ser consideradas?

Histórias do século 20 tais como essas nos lembram Sadraque, Mesaque e Abednego e sua lealdade impassível. Conquanto esses três hebreus soubessem que Deus tinha poder para livrá-los da fornalha ardente, informaram o rei Nabucodonosor que, mesmo que Deus não escolhesse livrá-los, eles ainda permaneceriam fiéis (Daniel 3:16-18). Comentando essa lealdade inabalável, Ellen White observa: “Princípios cristãos verdadeiros não param para pesar as conseqüências.”16

Esse parece ser nosso problema quando confrontados com dilemas de vida ou morte; tentamos imaginar o que poderia acontecer se..., então fazemos decisões baseadas nessas especulações. Erwin Lutzer afirma com discernimento: “Queremos ser como o Altíssimo, sujeitos a ninguém. Mas podemos calcular os resultados eternos da retidão de nossas ações? Não podemos predizer nem mesmo os próximos cinco minutos, muito menos o futuro.”17 Ellen White aconselha: “Os embaixadores de Cristo nada têm que ver com as conseqüências. Devem cumprir seu dever e deixar os resultados com Deus”.18

Como então deveríamos fazer decisões morais? No livro do Apocalipse, Cristo afirma: “Nada temas das coisas que hás de padecer... Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2:10). Ellen White escreveu: “Ao resolver sobre qualquer caminho a seguirmos em nossos atos, não devemos indagar se podemos ver que resultará mal do mesmo, mas se está de acordo com a vontade de Deus”.19 Chuck Colson tem razão: “O que Deus quer de Seu povo é obediência, não importam as circunstâncias, não interessa quão desconhecido seja o resultado.” 20 Em suma, precisamos fazer todas as decisões morais não com medo do futuro, mas com fé em nosso Pai celestial!


Jesus: nosso modelo supremo

Nosso modelo supremo de moralidade é Jesus Cristo. Pedro não somente indica que devemos “seguir em Seus passos,” mas especificamente realça: “O qual não cometeu pecado, nem na Sua boca se achou engano” (I Pedro 2:21, 22). Falando mais diretamente, Raabe não é nosso exemplo ético. Essa posição precisa ser reservada em definitivo para nosso imaculado Salvador. Com efeito, os crentes “precisam viver como Jesus viveu” (I João 2:6).

Assim, a resposta à pergunta inicial: “Deveríamos sempre dizer a verdade?”, encontra-se numa proclamação bíblica inequívoca: “Não mintais uns aos outros” (Colossenses 3:9). Pois, “mentir é do diabo, é obra das trevas” (ver João 8:44).21 Esse compromisso com a veracidade é possível somente porque “vos despojastes da velha natureza, com seus hábitos, e vos revestistes de uma nova natureza que progredirá em direção do verdadeiro conhecimento, na medida em que ela é renovada na imagem do seu Criador” (Colossenses 3:9). Ecoando essa perspectiva da indispensabilidade de um relacionamento dinâmico com Jesus Cristo, Ellen White observa que “não podemos falar a verdade a menos que nossa mente seja continuamente dirigida por Aquele que é a verdade”. 22

Jesus é realmente o “segredo” da questão toda de dizer a verdade! Pois, “aqueles que têm a mente de Cristo, guardarão todos os mandamentos de Deus, a despeito das circunstâncias.” 23

Ron du Preez (D.Min. pela Andrews University, Th.D. pela University of South África) ensina teologia e ética na Solusi University, Bulawayo, Zimbabwe. Ele é o autor de Poligamia na Bíblia (Adventist Theological Society, 1998) e de muitos artigos. E-mail: dupreez@esanet. zw

Notas e referências

1.   Ver Robert Thornton, Lexicon of Intentionally Ambiguous Recommendations (New York: Simon & Schuster, 1988).

2.   William Lutz, Doublespeak (New York: Harper & Row, 1989), págs. 18-20.

3.   Jerry White, Honesty, Morality & Conscience (Colorado Springs, Colorado: NavPress, 1979), pág. 56.

4.   Todas as passagens bíblicas foram tiradas da Bíblia de Almeida, edição revista e corrigida.

5.   Sissela Bok, Lying: Moral Choice in Public and Private Life (New York: Vintage Books, 1978), págs. 9 e 14.

6.   Para mais informações sobre a definição bíblica de engano, ver Ron du Preez, A Holocaust of Deception: Lying to Save Life and Biblical Morality”. Journal of the Adventist Theological Society 9 (1998)1-2:202-205.

7.   John Murray, Principles of Conduct: Aspects of Biblical Ethics (Grand Rapids, Michigan: William B. Eerdmans, 1957), pág. 132.

8.   Mencionado em Bok, pág. 34.

9.   Ellen G. White, Testimonies for the Church (Mountain View, Califórnia: Pacific Press Publ. Assn., 1948), 4:336.

10. Bok, pág. 9; cf. págs. 6, 17.

11. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1993), pág. 309.

12. Norman L. Geisler e Paul D. Feinberg, Introduction to Philosophy: A Christian Perspective (Grand Rapids: Baker Book House, 1980), pág. 417.

13. Ver, por exemplo, idem, pág. 425; Norman L. Geisler, The Christian Ethic of Love (Grand Rapids: Zondervan, 1973), pág. 75; Geisler, Ethics: Alternatives and Issues (Grand Rapids: Zondervan , 1971), pág. 136. Para uma resposta ampla a essas teorias, ver Ronald A. G. du Preez, “A Critical Study of Norman L. Geisler’s Ethical Hierarchicalism” (dissertação Th.D.) University of South Africa, 1997).

14. White, Patriarcas e Profetas (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1993), pág. 332.

15. Dr. Gerhard F. Hasel contou essa história numa reunião da “Adventist Theological Society” em novembro de 1994.

16. Ellen G. White, The Sanctified Life (Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1937), pág. 39.

17. Erwin Lutzer, The Necessity of Ethical Absolutes (Grand Rapids, Michigan: Zondervan, 1981), pág. 75.

18. Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1988), págs. 609 e 610.

19. White, Patriarcas e Profetas (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1993), pág. 634.

20. Chuck Colson, Loving God (Grand Rapids, Michigan: Zondervan, 1983), pág. 36.

21. Murray, pág. 128.

22. Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira), pág. 68.

23. White, The Sanctified Life, pág. 67.

Será que meu namoro é da vontade de Deus?

Muitas pessoas carregam no coração uma grande dúvida com relação à vida sentimental. Como saber se esta ou aquela pessoa é a que Deus separou para mim? Como saber se este namoro é de Deus?  Veja algumas dicas baseadas em experiências e orientações da Palavra de Deus.
1ª dica - Os Frutos - Como disse Jesus, uma boa árvore se conhece pelos frutos, “Portanto, pelos seus frutos o conhecereis” (Mateus 7:20). Assim, veja se o rapaz ou a moça é um servo de Deus, analise o seu comportamento, a sua vida com o Senhor. Cuidado, pois existem muitos lobos vestidos de ovelhas. Ao namorar alguém precisamos verificar com atenção os seus frutos. É preciso tomar cuidado quanto a isto, pois muitas vezes, por estarmos envolvidos sentimentalmente, não prestamos a atenção neste aspecto. Criamos uma certa ilusão e nos esquecemos de analisar os frutos da pessoa. Por este motivo, analise friamente o comportamento da pessoa que está se envolvendo. Veja a sua vida na igreja e especialmente em casa, se é um bom filho ou boa filha, analise também o seu comportamento profissional, etc. É muito fácil ser cristão na igreja, os verdadeiros frutos são revelados no dia a dia, nos bastidores.
2ª Dica - A paz - A Palavra de Deus diz que a “paz” deve ser o árbitro em nossos corações “Seja paz de Cristo o árbitro em vosso coração” (Col. 3:15). O árbitro é aquele que resolve uma questão, que direciona. Ou seja, a paz deve ser o indicativo se o relacionamento é ou não da vontade de Deus. Assim, se o namoro é algo que rouba paz, que leva a pessoa a ficar distante de Deus, que traz inquietação, perturbação, cuidado, pois há algo de errado. Lutas e obstáculos sempre existirão, enfim, lutas externas e até desentendimentos esporádicos causados por diferenças de opiniões. Todavia, se o relacionamento rouba a sua paz interior, especialmente a sua comunhão com Deus é um grande indício que de o Senhor não está nesse relacionamento.
3ª dica - É paixão ou amor? – Outro aspecto relevante é a questão da diferença entre amor e paixão. Às vezes nos envolvemos numa paixão e nos machucamos achando que é amor. Paixão é algo avassalador, que nos leva a perder a razão, a lógica e até o temor de Deus. O amor, ao contrário, é um sentimento maduro, consciente, nasce aos poucos, se desenvolve com o tempo e vai se fortalecendo diante das dificuldades. A paixão á algo passageiro, não resiste à distância, esfria, não espera. O amor, ao contrário, permanece “o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta” (I Cor. 13:07). O amor sabe esperar o momento certo para o sexo (o casamento). A paixão não, pois é pura emoção. Para exemplificar esta questão, veja o exemplo de Amnon por Tamar (II Samuel 13) e o sentimento de Jacó por Raquel (Gênesis 29). Amnon se apaixonou por Tamar, sua irmã. Após ter tido relações s com ela, a deixou friamente. Quantos jovens abandonam moças após satisfazer os seus desejos sexuais? Jacó, por sua vez, amou a Raquel e o seu amor o fez esperar 7 anos até finalmente tê-la em seus braços. Além disso, trabalhou mais 7 anos para poder estar ao lado de sua amada definitivamente.
4ª dica - Enriquecimento - A Palavra de Deus afirma que a benção do Senhor enriquece e não acrescenta dores (Prov. 10:22). O namoro que é da vontade de Deus traz um enriquecimento mútuo. Ou seja, traz um enriquecimento na área espiritual, profissional, familiar, etc. Deus que ama e cuida de nós certamente colocará alguém em nosso caminho que nos abençoe, que tenha algo de bom a acrescentar em nossa vida, que nos ajude a dar continuidade aos nossos sonhos. É lamentável ver jovens se envolvendo sentimentalmente com pessoas que nada têm a acrescentar em suas vidas. Ao contrário, são pessoas que surgem para roubar a paz, o futuro e para trazer dor e destruição. O namoro, em caso como estes, se torna um verdadeiro sofrimento.
5ª dica - Convicção - Jesus certa vez disse que a palavra do cristão tem de ser sim, sim ou não, não e que tudo o que passar disso é de procedência do maligno (Mateus 5:37). Neste caso, o namoro aprovado por Deus é algo certo, definido e não indeciso. Quando o relacionamento é envolto por inseguranças e incertezas, algo está errado e precisa ser revisto, pois a dúvida não procede de Deus. Por isso, ao relacionar-se sentimentalmente com alguém é preciso pedir ao Senhor a confirmação sobre o namoro. Se não houver certeza, ore bastante e busque a direção de Deus. Jamais se relacione com alguém sem que haja essa confirmação, essa convicção sobre os seus sentimentos. Entenda que um casamento é para toda vida. Afinal de contas, você está namorando pensando no futuro, fazendo planos para formar uma família. Se a sua visão é apenas ficar, passar o tempo, reavalie profundamente os seus conceitos, pois este não é o plano de Deus.
Aos solteiros, o conselho é para que não se atemorizem com o tempo, pois vale a pena esperar em Deus. E como descrito em Eclesiastes 3, existe um tempo determinado para todo propósito debaixo do céu. Assim, o melhor a fazer é buscar a Deus, crescer espiritualmente e profissionalmente. Enfim, adquirir maturidade em todos os aspectos para que quando chegar o tempo de construir uma família, você possa ter uma estabilidade espiritual, emocional e material.
Fonte: Guiame.

Deus, o pardal e a jibóia esmeraldina

“Se há um deus, ele é o diabo!” Assim falou o historiador de arte e poeta francês do séc. XIX, Charles Baudelaire.1 Ele acreditava que Deus criou a Natureza e os seres humanos para serem tanto bons como maus, resultando no que parece ser uma mistura desesperada de ambos.
Há quem concorde com Baudelaire. Mas qual devia ser a postura do cristão? Como explicar um Deus que é tocado pela queda de um pardal (Mateus 10:29) e a existência de doença, sofrimento e morte? Que dizer de realidades enigmáticas como a predação? Foi a intenção original de Deus que alcatéias de hienas caçassem impalas novas e as comessem vivas? Como compreender a ação da jibóia esmeraldina, que surpreende um periquito do Amazonas e o constringe, “causando sua morte rápida por choque, [e] fica pendurada de um galho ao empenhar-se no longo processo de engolir” sua vítima.2
Este artigo considera sete temas bíblicos que ajudam a responder às questões acima.
Para compreender a Natureza corretamente precisamos de iluminação divina.
O filósofo David Hume disse certa vez que não se pode provar a existência de um Deus de amor a partir dos “fenômenos atualmente mistos e confusos, e apenas destes”.3 Contudo, Hebreus 11:3 nos diz: “Pela fé entendemos que foi o Universo formado pela palavra de Deus.” Paulo afirma: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder como também a Sua própria divindade, claramente se reconhecem desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas” (Romanos 1:20). Este é um princípio hermenêutico importante aplicável à interpretação da Natureza. A rosa fala de um Deus que ama a beleza, mas o que sugerem os espinhos? Fala a Natureza com língua bifurcada? As maravilhas e os mistérios do céu e da Terra só podem ser compreendidos “na medida em que Deus por Seu Espírito Santo santificar a observação”.4
A criação original foi um hábitat não predatório cheio de criaturas que serviam umas às outras.
Gênesis 1:30 especifica a dieta designada para os animais no Éden: “E a todos os animais da terra e a todas as aves dos céus e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez.” Segundo Ellen White, estas palavras indicam que “um animal não devia destruir outro para sua manutenção”.5 Isto significa que originalmente, desde a mais simples criatura até Adão e Eva, não havia carnívoros no Éden. Deus criou um hábitat livre de predação — conceito-bomba para a biologia convencional por causa da necessidade no presente de ação predatória para manter o equilíbrio da Natureza. Pela fé cremos que Deus tinha um método, não revelado na Escritura, para manter o equilíbrio que não requeria a morte de Suas criaturas no Éden.
Esse hábitat livre de atividade predatória e cheio de criaturas que serviam umas às outras constitui a base da visão de Isaías de uma nova terra onde “o leão comerá palha como o boi” (Isaías 11:7).
O pecado e a maldição subseqüente afetaram a vida na Terra.
A Queda registrada em Gênesis 3 explica a questão da presença do mal, sofrimento, ação predatória e sua relação com o caráter de Deus. Deus advertiu Adão e Eva da conexão causal entre o pecado e a morte (Gênesis 2:17), fato que foi imediatamente negado por Satanás (Gênesis 3:4 e 5).
A relação entre o primeiro pecado humano e a morte na Terra é profunda. “Por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte” (Romanos 5:12). Esta conexão causal não se aplica apenas à mortalidade humana, mas também à morte de toda criatura viva, como Paulo afirma: “Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou” (Romanos 8:20). Assim, um efeito primário do pecado humano foi a mudança imediata da ordem original, de um hábitat livre de morte para um regido pelo ciclo de vida-morte, como ilustrado quase a seguir pelo ato de Caim matar Abel (ver Gênesis 4:8).
Os efeitos do pecado também produziram uma mudança na temperatura atmosférica (“A atmosfera, que fora tão amena e constante em sua temperatura, estava agora sujeita a assinaladas mudanças…[com] extremos de calor e frio”6); “no murchar da flor e no cair da folha”,7 levando nossos primeiros pais a chorar “mais profundamente do que os homens hoje o fazem pelos seus mortos”8 e alterou a natureza dos animais (“O espírito de rebelião, a que ele [Adão] próprio havia dado entrada, estendeu-se por toda a criação animal.”).9
Com esse discernimento psíquico-biológico, volvamos agora às três maldições que o pecado trouxe sobre o mundo. Primeiro, Deus amaldiçoou a serpente: “Visto que isto fizeste, maldita és entre todos os animais… rastejarás sobre o teu ventre” (Gênesis 3:14). Segundo, Deus amaldiçoou o mundo vegetal por causa da desobediência de Adão: “Maldita é a terra por tua causa… ela produzirá também cardos e abrolhos” (Gênesis 3:17 e 18). Terceiro, Deus amaldiçoou mais tarde toda a terra ou reino mineral por um dilúvio universal, que alterou a crosta da Terra (Gênesis 6-9).
Quer as maldições sejam causativas ou descritivas, elas sugerem alguns importantes efeitos do pecado sobre a Natureza. Podemos observar uma tendência na qual os três reinos são tocados pelo efeito do pecado? Em outras palavras, poderia a maldição sobre a serpente representar uma mudança geral no reino animal, os espinhos representar em algumas mudanças universais que surgem no reino vegetal e o Dilúvio representar um distúrbio universal no reino mineral?
Poderiam as palavras “entre todos os animais domésticos e entre todos os animais selváticos” na primeira maldição sugerir que o reino animal foi imediatamente envolvido numa maldição? Em outras palavras, assim como Deus falou para criar o mundo, Ele fala agora criativamente de novo mas com uma intenção diferente. Neste caso, será que a maldição sobre a serpente significaria que um Deus de amor está milagrosamente ativando um plano B já programado? Está Ele reestruturando porções do código genético dentro de Seu bom reino animal, permitindo que o hábitat natural seja temporariamente equilibrado pelo ciclo de vida-morte, ação predatória e decomposição?10 Do lado positivo, isto implica que Deus é responsável pela programação criativa dos maravilhosos sistemas reconstituintes na Natureza, tais como o sistema imunológico, coagulação do sangue, o mecanismo de vômito, etc. e talvez conseguindo o equilíbrio na Natureza em parte por intrincados mecanismos de escape, tais como coloração protetora, mimetismo,11 e assim por diante, num mundo temporariamente dominado pelo ciclo de vida-morte?
O equilíbrio na Natureza é uma consecução notável de relações entre animais e plantas que requer ao menos dois relacionamentos profundos biológicos e psíquicos. Primeiro, a mente específica de um animal e as partes de seu corpo precisam emparelhar-se. Garras num coelho seria incompatível. Num leão um mecanismo de fuga seria ridículo — imagine o rei dos animais fugindo de medo com a aproximação de um coelho. Segundo, tanto o predador como a presa precisam ser hábeis seja para captura ou escape, de outro modo não resultaria em equilíbrio natural. Estas exigências de ação predatória são tão complexas que para um ambiente livre de ação predatória evoluir lenta e acidentalmente parece ser biologicamente impossível. Alguma forma de permissão milagrosa e ou intervenção parecem necessárias. Assim, por exemplo, Deus poderia ter equipado as criaturas após a Queda com habilidade espantosa de adaptação, como demonstrado por estudos biológicos recentes indicados por James L. Hayward.12
Quanto ao reino vegetal, Ellen White afirma: “Ele [Deus] nunca fez um espinho, um cardo ou uma cizânia. Estes são obra de Satanás, o resultado de degeneração, introduzida por ele entre as cousas preciosas.”13 O que este belo conceito significa é que a maldição pronunciada por Deus sobre a Terra não reprogramou o reino vegetal milagrosamente para produzir espinhos. Assim, o surto de espinhos é obra de Satanás, permitida por Deus a fim de melhor compreendermos o verdadeiro caráter de Satanás.
Satanás tem responsabilidade pela deformação da Natureza.
Para começar, lembremo-nos de que o poder de Satanás é limitado. De Deus o salmista diz: “Em Ti está o manancial da vida” (Salmo 36:9). Isto implica em que ninguém mais, nem mesmo Satanás, tem o poder de dar vida. Embora limitados, os recursos de Satanás são extraordinários: “A eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira, e com todo o engano de injustiça” (II Tessalonicenses 2:9 e 10). Apocalipse sugere que esse poder se estende até ao nível do milagroso (ver Apocalipse 13:14). Assim Satanás tem poder de fazer milagres, mas isto não inclui a capacidade de dar vida ou criar novas entidades biológicas viventes.
Contudo, Satanás “estudou os segredos dos laboratórios da Natureza”.14 Este conhecimento, combinado com sua habilidade de fazer milagres, faz de Satanás um químico, biólogo e botânico sobrenatural. Equipado com tal poder, Satanás “introduziu confusão e deformação na criação de Deus”.15 Por exemplo, “nenhuma planta daninha foi posta no grande jardim do Senhor, mas depois de Adão e Eva terem pecado, plantas venenosas surgiram… Toda erva nociva foi por ele [Satanás] semeada, e por seus métodos engenhosos de amalgamação [hibridização, manipulação genética?] ele corrompeu a terra com joio”.16 Talvez se Satanás tivesse liberdade, espinhos e plantas venenosas cobririam a Terra, mas Deus em Sua misericórdia concede ao inimigo uma liberdade limitada, o suficiente para que ele demonstre sua verdadeira natureza.
Em vista do fato importante que nenhuma planta nociva foi feita por Deus, a gente se pergunta sobre a origem do veneno e órgão venenoso em alguns insetos e répteis. Poderiam esses aspectos das formas biológicas “nocivas” também expressar a obra cruel do inimigo? Talvez Deus exerça um papel positivo, ajustando o mundo caído ao problema do pecado, ao passo que Satanás exerce um papel destrutivo como o inimigo, pesteando e deformando o equilíbrio da Natureza além dos limites estabelecidos.
Será que o uso maldoso que Satanás faz de seu poder de manipulação genética e hibridização teria algo a ver na formação de “espécies confusas”, que Deus não criou e que Deus não julgou dever preservar durante o Dilúvio?17 Talvez alguns dos fósseis extintos, aparentemente estranhos e horríveis, que aparecem na coluna geológica, constituam uma categoria de transformações biológicas nas quais um bom Deus não teve parte. Com efeito, a compaixão de Deus é demonstrada pela destruição permanente desses animais: “Há uma classe de animais enormes que pereceu com o Dilúvio. Deus sabia que a força do homem ia diminuir, e esses animais gigantes não poderiam ser controlados pelo homem fraco.”18
O princípio de causa e efeito gera sua dinâmica própria com respeito ao pecado e sofrimento.
O poderoso princípio de causa e efeito é como uma espada de dois gumes, que atua tanto para o bem como para o mal, dependendo de escolhas individuais. Por exemplo, é-nos dito que “a transgressão contínua do homem durante mais de seis mil anos tem acarretado doença, dor e morte como seu fruto”,19 com o resultado de que “o gênero humano estivera a decrescer em tamanho e força física, baixando mais e mais na escala de valor moral”.20
Esses resultados são conseqüências naturais e automáticas. “O mundo hoje é cheio de dor e sofrimento e agonia. Mas seria isto a vontade de Deus que tal condição existisse? — Não….Todo abuso de qualquer parte de nosso organismo é uma violação da lei que Deus quis que nos governasse…, e violando estas leis seres humanos se corrompem; enfermidade e doença de toda espécie, constituições arruinadas, envelhecimento prematuro, mortes fora de tempo, estes são os resultados de uma violação das leis naturais.”21
Ao passo que a lei causal possa resultar em sofrimento humano devido a escolhas pecaminosas, a mesma lei resulta em bênção e felicidade, quando escolhas corretas são feitas.
A misericórdia de Deus é ainda discernível na Natureza.
A bondade de Deus se revela não só nos aspectos transparentes e belos da vida, mas também nos momentos de desastre, dor e perda.
Sem nada poder fazer, observei como minha mãe morreu de mesotelioma, um câncer doloroso que envolve a membrana que cobre o pulmão. Durante seus últimos meses ela estava sob medicação contra dor, e finalmente lhe ministraram um gotejamento contínuo de morfina que não podia prevenir ataques penosos e perda da habilidade de comunicar-se. Finalmente, ela entrou num coma pacífico do qual não acordou. Três dias mais tarde ela morreu. Vi misericórdia divina na forma de um coma. As conseqüências penosas do pecado, embora nem sempre o resultado do comportamento do indivíduo, podem ser suavizadas pela graça.
O efeito fisiológico e psicossomático de choque físico é uma grande bênção para vítimas de acidentes que envolvem graves lesões. David Livingstone relembra uma experiência pessoal: “Vi o leão no ato de saltar sobre mim…. Agarrou meu ombro ao saltar, e ambos rolamos por terra. Rugindo horrivelmente perto de minha orelha, sacudiu-me como um cão faz com o rato. O choque produziu um estupor…. Causou uma espécie de sono, no qual não havia sentimento de dor nem de terror…. Este estado particular é provavelmente produzido em todos os animais mortos por carnívoros; e se assim for, é uma medida misericordiosa de um Criador benevolente para diminuir a dor da morte.”22
Assim, mesmo nos fenômenos dolorosos da Natureza, podemos perceber a graça de Deus.
O sábado provê uma oportunidade para discernir o poder criador de Deus na Natureza.
“Deus deu aos homens o memorial de Seu poder criador [o sábado do sétimo dia], para que O discernissem nas obras de Suas mãos.”23 O sábado é um dia especial em que podemos entrar na Natureza e observar de perto as árvores, riachos, lagos ou mares e aí descobrir evidências da arte do Criador. Assim podemos experimentar o milagre da iluminação divina ao permitirmos que Deus interprete a linguagem contraditória da Natureza de modo a diferenciarmos a mão de Deus da mão do inimigo na Natureza, e então levantarmos para aplaudir o poder criador de Deus e Seu constante cuidado de todas Suas criaturas.
O sábado também aponta para a futura restauração do Universo todo à sua condição original, como parte do plano de Deus (ver Hebreus 4): “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram….e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Apocalipse 21:1 e 4).
Conclusão
Os sete princípios bíblicos abordados aqui quanto ao efeito do pecado na Natureza mostram como o cristão pode discernir o caráter amoroso de Deus na Natureza e também as marcas da atividade de Satanás. Em suma, “o Senhor é bom para todos” (Salmo 145:9) — não só para os seres racionais, mas também para os pardais e a jibóia esmeraldina. E assim, Charles Baudelaire, há um Deus, e Ele é muito bom, originalmente fazendo somente aquilo que é como Ele.
Notas e referências
1. Em A. E. Wilder-Smith, Is This A God of Love? (Costa Mesa, Califórnia: TWFT Publ., 1991), p. 67.
2. Kurt Schwenk, “The Serpent’s Tongue”, Natural History, 104 (April 1995) 4:54.
3. David Hume, Dialogues Concerning Natural Religion (Indianapolis: Bobbs- Merrill, 1970) p. 92.
4. Ellen G. White, “The Treasures of God’s Word”, Review and Herald, July 3, 1900, p. 417.
5. White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar (Santo André, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira), p. 396.
6. White, Patriarcas e Profetas (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1991), p. 61.
7. Ibidem.
8. Ibidem.
9. White, Educação (Santo André, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1977), p. 26.
10. Ellen White diz que “sacrifício próprio é a nota central dos ensinos de Cristo” (Testimonies for the Church [Mountain View, Calif.: Pacific Press Publishing Assn., 1948], vol. 9, p. 49). Atividade predatória talvez ilustre esta grande lei, a lei do sacrifício próprio e serviço — de um modo não intencionado originalmente, mas de uma forma alterada, como quando alguns animais continuam a servir sendo alimento para outros. Devo esta perspectiva a Richard Choi.
11. Ver Harold G. Coffin, Origin by Design (Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1983), p. 418 ff., para uma excelente discussão de ação predatória vista como obra exclusiva de Satanás.
12. Hayward, professor de biologia da Andrews University, sugere que “o registro geológico fala de um Deus que criou mesmo as criaturas mais simples com uma boa dose de adaptabilidade criativa” (Bruce Johanson, ed., “A Glimpse of Some IBCC [Institute of Bible, Church, and Culture, Walla Walla, Washington] Presentations”, Newsletter, March 1995, p. 2).
13. White, Testimonies for the Church (Mountain View, Calif.: Pacific Press Publishing Assn., 1911), vol. 6, p. 186.
14. White, O Grande Conflito (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1988), p. 589.
15. White, The Upward Look (Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn.,1983), p. 316.
16. Ellen White comenta no The Seventh-day Adventist Bible Commentary (Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1953), vol. 1, p. 1086.
17. “As espécies confusas que Deus não criou, que foram o resultado de amalgamação, foram destruídas pelo Dilúvio” (Ellen G. White, Spiritual Gifts [Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1945], vol. 3, p. 75).
18. Idem, vol. 4a, p. 121.
19. White, Christian Temperance and Bible Hygiene (Battle Creek, Mich.: Good Health Publ. Co., 1890), p. 154.
20. White, Mensagens Escolhidas I (Santo André, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1985), p. 268.
21. Spalding and Magan’s Unpublished Manuscript Testimonies of Ellen G. White (Payson, Ariz.: Leaves-of-Autumn Books, 1985), p. 40. Conferir Ellen G. White, Healthful Living (Battle Creek, Mich.: Medical Missionary Board, 1897), p. 24.
22. David Livingstone, Missionary Travels and Researches in South Africa (London: John Murry, 1857), p. 12.
23. White, Parábolas de Jesus (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1987), p. 25.
John T. Baldwin, (Ph.D., Universidade de Chicago) leciona teologia no Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia, Andrews University.
Dialogue Adventist

Reféns do Céu: Podem os Salvos se Perder?

O pregador exortou os pecadores a se entregarem a Jesus, convidando-os ao altar, onde a paz poderia ser encontrada. Quando chegaram, ele louvou a Deus e pediu-lhes para repetirem depois dele uma simples oração de cerca de seis frases. Em seguida, parabenizou-os com as palavras: “Agora vocês estão salvos, e a partir deste momento em diante, o destino de vocês está eternamente seguro. Nada que você possa fazer jamais poderá reverter a decisão que você tomou hoje, nada pode fazer você perder sua vida eterna”. Então ele puxou uma chave do bolso e algemou a mão direita de cada pessoa ao altar. Eles foram trancados na escolha que fizeram e não poderiam revertê-la.
Embora seja muito improvável que tal situação realmente acontecesse na igreja, ainda assim, alguns têm entendido que esta seja uma representação exata do que acontece quando um pecador aceita a Cristo. De fato esta tem sido uma grande polêmica no cristianismo. Alguns ensinam que quando uma pessoa tem uma experiência de conversão, seu destino está eternamente seguro, não importando o que aconteça depois. Outros sustentam que a certeza da salvação é um subproduto de uma relação salvadora com Jesus, e que a salvação pode ser perdida se essa relação for quebrada não por escolha de Deus, mas por livre escolha do próprio indivíduo.
A questão é esta: Depois de recebermos o precioso dom da salvação, podemos fazer escolhas que podem nos fazer perder a salvação? Para encontrar a nossa resposta, vamos analisar o que a Bíblia ensina sobre a segurança eterna.
Ao abordar as multidões que se reuniam para ouvir o seu ensinamento, Jesus ilustrou as verdades espirituais do Seu reino, contando histórias ou parábolas. Mais tarde, em privado, explicou o significado delas para os discípulos. A parábola do semeador, que lança a semente fora (Lucas, capítulo 8), representa a expansão do evangelho em nosso mundo. Os vários tipos de terreno em que a semente cai representam as diferentes condições do coração das pessoas. Todos os que ouvem têm a chance de receber a mensagem de que Deus perdoa o pecado por amor de Cristo. Todos podem passar da morte para a vida e se reconciliar com Deus, acreditando na promessa e recebendo a Cristo como seu Salvador pessoal. Na parábola, algumas sementes caem à beira do caminho, representando os corações que não estão preparados para receberem a graça de Deus. Como o solo batido que era muito duro para fornecer uma cama para a semente, essas pessoas são tão calejadas pelo mundo e enganos de Satanás que rejeitam a mesma coisa que os teria colocado em uma relação salvadora com Cristo. O diabo facilmente arrebata o dom da salvação para longe do coração que não o aceita, assim como os pássaros pegam as sementes que se encontram na superfície do solo duro.
Jesus passou a contar então sobre a semente que cai em solo rochoso. Assim como a planta brota, ela murcha, devido a falta de umidade. “Os que estão sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; mas estes não têm raiz, apenas crêem por algum tempo, mas na hora da provação se desviam” (Lucas 8:13). Essas pessoas de bom grado aceitam a verdade maravilhosa de que Cristo morreu para expiar os seus pecados. Elas acreditam, e são, portanto, salvas. Mas observe o que acontece com esses crentes quando a vida continua. Eles não conseguem criar raízes fortes na Palavra de Deus e acreditam somente “por um tempo.” Quando Satanás traz a tentação em suas vidas, eles caem fora.

O que os faz cair?

É importante saber que a mesma palavra grega que é traduzida como “desviar” em Lucas 8:13 é traduzida como “apostatar” em 1 Timóteo 4:1, onde Paulo nos diz “que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. De acordo com a parábola de Jesus e a advertência do apóstolo, os crentes podem se desviar. Eles podem afastar-se da fé por meio da qual eles são salvos.
Aqueles que pensam que uma decisão uma vez tomada, torna a salvação de uma pessoa eternamente garantida, muitas vezes argumentam que os indivíduos que se desviaram, nunca foram realmente salvos. Mas se eles não eram realmente salvos, o que os fizeram se “desviar” da salvação? Você não pode cair de uma altura de onde você nunca esteve. E é impossível afastar-se de Chicago sem nunca ter estado lá!
Vamos imaginar um médico de emergência que acredita que é impossível cair de um penhasco. Quando seu paciente se encontra na mesa de exames com os ossos quebrados, múltiplas lacerações e contusões, o doutor balança a cabeça em descrença. “estou receoso de que não posso ajudá-lo” ele diz ao alpinista. “Você disse que sua lesão foi provocada pela queda de um penhasco. Mas se você tivesse realmente estado naquele penhasco, não haveria nenhuma maneira de você cair dele. Minha opinião profissional é que você nunca esteve realmente sobre o penhasco. Por conseguinte, você está liberado”.
Se fosse impossível cair do precipício, e não houvesse o perigo de uma queda, não haveria necessidade de sinais de advertência ou de trilhos de segurança. Da mesma forma, se aqueles que são salvos não podem se perder, não haveria necessidade de tantos avisos contra a apostasia ou afastamento da fé. As advertências de Jesus e Paulo seriam falsos alarmes, avisos sem significado.
Claramente, as advertências da Bíblia são para aqueles que acreditam e aceitam o dom da salvação. Na verdade, sequer Paulo se considerava isento do perigo de perder a salvação. Ele queria ter certeza de que estava preparado para os ataques do inimigo, para que depois de “pregar aos outros” não viesse “a ficar reprovado” (1 Coríntios 9:27). A linguagem das Escrituras é demasiadamente simples para ser mal interpretada.
Em João, capítulo 6, Jesus chama a si mesmo de “o pão do céu”. Ele disse: “Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos” (João 6:53). Jesus não quis dizer que seus seguidores deveriam comer e beber, a Sua carne e o Seu sangue literalmente, mas sim que eles deveriam participar de Suas palavras. “as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (João 6:63). No entanto, mesmo depois de Jesus explicar seu significado, “muitos dos seus discípulos voltaram para trás e não andaram mais com ele” (João 8:66).
Paulo advertiu os crentes de que isso poderia acontecer. “Mas o meu justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma” (Hebreus 10:38-39). Se um indivíduo salvo pode recuar para a perdição, isso significa que é perfeitamente possível para ele perder a sua salvação.
Pedro dá um outro exemplo. “Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que pelo engano dos homens perversos sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza” (2 Pedro 3:17). Quando alguém que sabe a verdade é levado por um erro do diabo, ele cai de sua firmeza e, eventualmente, se afasta da fé. Por isso, “aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe para que não caia” (1 Coríntios 10:12).
Outra causa para o afastamento da fé é o retorno ao estilo de vida do mundo. “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo pelo pleno conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, ficam de novo envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2 Pedro 2:20-21). Aqui Pedro nos diz que é possível para aqueles que conheceram Cristo e souberam que Ele é a vida eterna, enredarem-se novamente com o mundo, e com isso, negarem ao seu Senhor.
Demas havia aceitado a Jesus como seu Salvador pessoal e foi listado entre os companheiros de trabalho de Paulo (Filemom 24), que tiveram seus nomes escritos no livro da vida (Filipenses 4:3). No entanto, Demas era aparentemente um exemplo do que Jesus chamou de um ouvinte do solo espinhoso. A semente começou a crescer no seu coração, mas as coisas do mundo, como os espinhos, sufocaram a vida da semente que cresceu de modo que não produziu frutos (Marcos 4:18, 19). Demas, “tendo amado o mundo presente”, abandonou o apóstolo (2 Timóteo 4:10). De um cristão devoto, que trabalhou com Paulo, ele se tornou enredado novamente nas coisas deste mundo e deixou não somente a Paulo, mas a Jesus também.

Separados do Salvador

Se os cristãos que recuam deixando de seguir a Jesus não voltarem, pedirem perdão, e passarem a segui-lo novamente, eles serão classificados com os incrédulos quando Cristo voltar. O próprio Jesus deixou isso bem claro na parábola do “mordomo fiel e prudente” (Lucas 12:42-48), que representa aqueles que O seguem, pouco antes da segunda vinda. Ele disse: “se aquele servo disser em teu coração: O meu senhor tarda em vir; e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, virá o senhor desse servo num dia em que não o espera, e numa hora de que não sabe, e cortá-lo-á pelo meio, e lhe dará a sua parte com os infiéis” (Versos 45 e 46).
Alguns acreditam que deliberadamente ignorar a Palavra de Deus pode afetar a nossa comunhão com Deus, mas não afeta nossa relação com Ele. No entanto, Isaías 59:2 diz que o pecado nos separa de Deus. Em João capítulo 15, Jesus ensinou que a nossa conexão com Ele, a qual Ele comparou na relação do ramo com à videira, pode ser cortada. “Eu sou a videira, vós sois os ramos” (versículo 5). Um ramo tem a vida apenas enquanto ele estiver conectado à videira. “Sem mim nada podeis fazer”, disse Jesus. Assim como o ramo que está ligado à videira é capaz de dar frutos, o cristão que está ligado a Jesus irá produzir o fruto do Espírito. No entanto, os ramos que não dão fruto são cortados da videira pelo lavrador. Não tendo nenhuma fonte de vida, eles ressecam e “são recolhidos, lançados no fogo e queimados” (versículo 6).
Embora não devemos viver em constante preocupação que podemos cometer um erro, ainda é verdade que a comissão voluntária de um único pecado conhecido pode começar a definir os nossos pés sobre um caminho descendente. Se não recuarmos, este caminho acabará por nos levar à perdição. “desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniqüidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; pois pela traição que praticou, e pelo pecado que cometeu ele morrerá” (Ezequiel 18:24).
Foi uma longa cadeia de escolhas erradas que mudou o rei Saul de um homem cheio do Espírito, confiante no dom de profecia (1 Samuel 10:9-11) em um homem com quem Deus se recusou a falar. Nesta situação desesperada, o rei inclinou-se para procurar o conselho de uma bruxa. Eventualmente ele cometeu suicídio (1 Samuel 28:6, 7; 31:4, 5).
Há esperança de que aquele que se separou do Salvador enxergará a loucura de tal curso e começará a segui-lo novamente. Paulo ensinou isto em Romanos capítulo 11, onde cita a experiência da nação de Israel. Alguns haviam sido cortados da oliveira por causa da incredulidade, mas poderiam ser transplantados de volta se renunciassem à sua incredulidade. Foi seu próprio curso de ação que os levou a serem cortados, mas pela misericórdia de Deus, eles puderam ser reintegrados. Deus está procurando salvar as pessoas, e qualquer que possa ter sido a nossa experiência passada, nós podemos escolher hoje nos entregar a Cristo.
Mas Jesus não disse que nenhum homem pode nos arrancar da Sua mão? Sim, Ele disse. E no verso anterior Jesus identifica os que estão guardados de forma segura em Suas mãos. “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10:27-28). Os que não podem ser arrancados das mãos de Cristo são as ovelhas que ouvem a Sua voz e O seguem. Elas são obedientes aos Seus ensinamentos.
Aqueles que estão tentando garantir o dom da vida eterna, sem seguir a Jesus são ladrões e salteadores (João 10:1). Jesus advertiu: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mateus 7:21). Jesus deixou bem claro que não são aqueles que apenas ouvem a Palavra que serão salvos, mas aqueles que ouvem e a seguem.
Se não houvesse possibilidade de uma pessoa perder a salvação, um julgamento seria desnecessário para os cristãos. Mas Paulo disse: “todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus” “pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Romanos 14:10-12). A conclusão inevitável é que os cristãos podem escolher afastar-se Jesus tão certo quanto eles podem optar por segui-Lo. Receber a Cristo não tira a nossa liberdade de escolha. Na verdade, conhecer a Jesus, a Verdade, nos tornará mais livres do que éramos antes! Porque nós somos livres e não forçados a seguir a Jesus, nós podemos escolher nos perder tão certo como podemos escolher sermos salvos.
Por que, então, é o ensino da segurança eterna tão prevalente? A idéia de que nossa vida eterna está garantida apenas porque nós aceitamos Cristo como nosso Salvador pessoal, em algum momento no passado, independentemente de nós agora O seguirmos ou não é baseada em uma idéia falsa do evangelho. Este não é o evangelho apresentado na Bíblia. A salvação bíblica não é meramente uma profissão de Jesus como Senhor e Salvador, mas a posse de Jesus na vida diária.

Como ter a garantia

A música mais suave para o ouvido de um pecador arrependido é a voz de Jesus dizendo: “Tende bom ânimo, teus pecados estão perdoados” (Mateus 9:2).
Jesus disse: “Em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, assim lhe será feito” (Marcos 11:23). De quais “montanhas” você acha que o Senhor estava falando? O profeta Miquéias diz: “Pisarás aos pés as nossas iniquidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar” (Miquéias 7:19).
Não é excitante? Apenas por diversão, eu fiz algumas pesquisas e descobri que o pico mais alto do mundo, o Monte Everest, está a 8.850 metros acima do nível do mar. E a Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, é o local mais profundo dos oceanos, atingindo 11.034 metros de profundidade. Isso significa que você pode facilmente cobrir a montanha mais alta do pecado com o fundo do oceano da misericórdia de Deus.
Quando confessamos os nossos pecados e recebemos o perdão que nos é oferecido tão livremente, ainda que a um custo infinito, a morte de Cristo provê plena expiação pelos nossos pecados. Aos olhos do céu nós aparecemos como se tivéssemos vivido a vida perfeita de Cristo, que nunca pecou em pensamento, palavra ou ação. Somos aceitos por Deus por nossa fé em Cristo. O fato glorioso é que “Aquele que tem o Filho, tem a vida” – a vida eterna (1 João 5:12). Se algo acontecer que coloque um fim em sua vida mortal, nesse momento, a salvação está garantida por toda a eternidade. Essa é a surpreendente graça.
Assim, como pode você realmente saber se Jesus está em sua vida? Como você pode ter a certeza de que você está em uma relação salvadora com Ele?
Não há nada que você possa fazer para mudar seu próprio coração. Você pode não ser capaz de dizer exatamente quando ou onde o Espírito Santo começou uma nova vida em você. O Espírito, como o vento, não pode ser visto. Mas sua presença é conhecida pelos seus resultados. Se o seu coração foi mudado e renovado pelo Espírito de Deus, sua vida vai testemunhar esse fato.
Quem conquistou seu coração? De quem você ama falar? Se você se deu a Cristo, seus mais doces pensamentos serão dEle. Tudo o que você tem e é será entregue a Ele. Você terá muito tempo para ser como Ele, para agir como Ele agiria, e para agradá-Lo em tudo o que faz.
Não coloque sua confiança naquilo que você pode fazer. Em toda a sua impotente indignidade, confie nos méritos de Jesus apenas. Continuamente se entregue a Cristo, e permaneça em constante comunhão com Ele. Esteja disposto a segui-Lo para onde quer que Ele o conduza, e não magoe Seu Salvador pela teimosa e desobediência deliberada.
Você pode não ter sempre o sentimento de alegria de que é aceito por Deus. Mas quando você ir a Ele, acredite que Ele o aceita porque Ele prometeu. Aprenda a se inclinar sobre a Sua Palavra, mesmo quando o sentimento de segurança estiver ausente (ver Filipenses 1:6). Compreenda as promessas que você encontra lá. Quando Jesus retornar para lhe dar o dom da imortalidade, a garantia absoluta será sua. Sua vida Nele estará eternamente segura.
Texto de autoria de Kim Kjaer. Publicado no site Amazing Facts. Crédito da Tradução: Blog Sétimo Dia http://setimodia.wordpress.com/

O FIM DA LIBERDADE COMO CONHECEMOS!

Os direitos de liberdade do cidadão e liberdade religiosa estão gradativamente sendo restritos. Veja aqui em torno de que a Liberdade de consciência será atingida..

Eu fui chamado- Tatiana Costa

Na Mira da Verdade - A idade da Terra - 02/08/11

Alguns afirmam que a Terra possui milhões de anos, mas o que a Bíblia diz sobre isso? E o que dizer dos dias da criação, seria literais ou simbólicos?

▲ TOPO DA PÁGINA