sexta-feira, 15 de julho de 2011

As 2300 Tardes e Manhãs e a Hora do Juízo


No livro do Apocalipse encontramos o anúncio de um juízo. Um juízo universal e de conseqüências eternas. Um dia Lúcifer disse que estava certo e Deus, errado. O Criador deu-lhe o tempo necessário para provar a validade de suas acusações e para esclarecer qualquer dúvida na mente das criaturas. Mas, finalmente, chega o dia em que todas as acusações e seus resultados devem ser julgados.
No capítulo 14 de Apocalipse, o apóstolo João nos leva a contemplar essa cena crucial do grande conflito entre o bem e o mal. “Vi outro anjo” – diz o profeta – “voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, tribo, língua, e povo.” (Apocalipse 14:6).

Quem é esse anjo e a quem simboliza?

Ao longo de todo o livro do Apocalipse são mencionados muitos anjos. Dessa vez João vê outro anjo. Este “anjo” ou “mensageiro” representa, segundo os comentaristas bíblicos, “os servos de Deus empenhados na tarefa de proclamar o evangelho”.1 Afinal de contas, a missão de pregar o evangelho foi dada por Jesus aos discípulos antes de o Mestre partir.” (Marcos 16:15 e 16). Quer dizer que, hoje, existe neste mundo um povo especial, com uma mensagem especial para ser dada aos moradores da Terra.
 A mensagem que essas pessoas proclamam é a seguinte: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora de Seu juízo.” (Apocalipse 14:7). Essa mensagem é de suma importância porque é o anúncio do dia do acerto de contas: finalmente chegou a hora do julgamento. Quando o juízo findar, todo o Universo saberá sem sombras de dúvidas quem estava com a razão: Satanás ou Cristo. Lá nos céus, muito tempo atrás, Lúcifer acusou a Deus de ser tirano, arbitrário e cruel. Acusou-O de estabelecer princípios de vida que nenhuma criatura poderia cumprir e, portanto, de não merecer mais adoração nem obediência. Mas agora chegou o momento do veredicto final. A História encarregou-se de acumular as provas. Os livros serão abertos, e o juízo começará.
A Bíblia está cheia de afirmações que confirmam a existência de um juízo para a raça humana. Observe algumas delas:
1. “Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.” (Eclesiastes 12:14)
2. “Porquanto [Deus] estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça…” (Atos 17:31)
3. “Porque importa que todos nós compareçamos ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou mal que tiver feito por meio do corpo.” (II Coríntios 5:10)
Mas a grande pergunta é: Quando acontece o juízo? Como saber o tempo exato em que esse julgamento terá início? Se nosso destino eterno está em jogo, não deveríamos preocupar-nos por estudar a profecia a fim de estar preparados para aquele dia?

Dia do juízo

Para compreender as profecias do Apocalipse é preciso conhecer bem o Velho Testamento. Isso porque, no Apocalipse, muitos detalhes proféticos do Velho Testamento cobram sentido. No Apocalipse está o maravilhoso final da história que começa no Gênesis. Portanto, para saber quando começa o juízo que o Apocalipse menciona, é preciso rever, na história bíblica, quando se realizava o juízo em Israel, o povo de Deus no Velho Testamento.
Segundo o Mishná, que é a coleção dos escritos judeus, o juízo de Israel começava no primeiro dia do sétimo mês, com a Festa das Trombetas, e terminava no décimo dia, com a Cerimônia da Expiação. Até hoje esse dia é denominado “Yom Kippur”, que significa literalmente “dia do juízo”.2 Nesse dia, cada verdadeiro israelita renovava sua consagração a Deus e confirmava seu arrependimento, ficando, assim, perdoado e limpo. (Levítico 16:30)
Nesse dia, também, o sumo sacerdote de Israel efetuava a limpeza ou purificação do santuário, com sacrifícios de animais. Note agora o que a Bíblia diz a esse respeito: “Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos Céus se purificassem com tais sacrifícios; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém, no mesmo Céu, para compadecer, agora, por nós, diante de Deus.” (Hebreus 9:23 e 24).

Um santuário no Céu e o juízo

Se você analisar com cuidado essa declaração bíblica, chegará à conclusão natural de que existe um Santuário lá nos Céus e que o santuário terreno do povo de Israel era apenas uma figura do verdadeiro que está nos Céus. Bom, se o dia da purificação do santuário de Israel era o dia do juízo para aquele povo, está claro que o dia da purificação do Santuário Celestial será também o dia do juízo da humanidade. Mas quando acontecerá isso? Se descobrirmos essa data, teremos descoberto a data do início do julgamento do planeta em que vivemos. Não é fascinante?
Agora vem algo que surpreende: a Bíblia contém uma profecia quase desconhecida pela humanidade (se você tiver uma Bíblia em casa, é só conferir). Essa profecia esta registrada em Daniel 8:14, e diz assim: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs e o santuário será purificado.” Essa profecia não pode se referir à purificação do santuário de Israel, porque essa purificação era realizada a cada ano. Aqui está falando necessariamente da purificação do Santuário nos Céus. E isto é confirmado pela própria Bíblia (Hebreus 9:25 e 26). Isso que dizer que, se descobrimos quando termina essa profecia, teremos descoberto o dia da purificação do Santuário Celestial, ou seja, o dia do juízo dos seres humanos.
Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que, em profecia, um dia equivale a um ano (Números 14:34; Ezequiel 4:6 e 7). Para saber, então, quando termina esse período de dois mil e trezentos anos é preciso saber quando ele começa. Essa profecia foi revelada ao profeta Daniel com a seguinte advertência: “A visão da tarde e da manhã é verdadeira. Tu porém cerra a visão porque se refere a dias mui distantes.” (Daniel 8:26). E Daniel acrescenta: “Eu, Daniel, desmaiei, e estive enfermo alguns dias… E espantei-me acerca da visão, pois não havia quem entendesse.” (Daniel 8:27).
Enquanto Daniel orava pedindo que Deus lhe revelasse o significado da profecia, o anjo apresentou-se novamente ao profeta, dizendo: “No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão… Sabe e entende, que desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o Ungido, o Príncipe, haverá sete semanas e sessenta e duas semanas… E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício.” (Daniel 9:23 a 27).
Nesse texto estão contidos dados necessários para entender a profecia. Com essa declaração bíblica podemos estabelecer o seguinte diagrama: (primeiro leia os pontos explicativos e depois olhe para o diagrama).
1. Perceba que o período profético de 2300 anos começa quando saiu “a ordem para restaurar e edificar Jerusalém”. (Daniel 9:25; Esdras 7:7 e 11; Esdras 7:21 e 22). E a História registra que essa ordem foi dada pelo rei Artaxerxes, da Pérsia, no ano 457 a.C. Este é, então, o ano do início do período profético.
2. A profecia diz que, do ano 457 a.C. “até o Ungido Príncipe” (ou seja, o batismo de Jesus), haveria “sete semanas e sessenta e duas semanas”. Esse total de 69 semanas, em linguagem profética, equivale a 483 anos, o que nos leva ao ano 27 d.C., data em que historicamente realizou-se o batismo de Jesus. Até aqui a profecia tem-se cumprido com exatidão.
3. A profecia fala de uma semana a mais (sete dias proféticos = sete anos), que nos leva do ano 27 d.C. até o ano 34 d.C., quando o apóstolo Estevão foi apedrejado pelo povo judeu e, com isso, o tempo de Israel estava acabado. “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo” (Daniel 9:24), tinha dito o anjo ao explicar a profecia para Daniel. Isso também se cumpriu com exatidão.
4. A profecia afirma que, na metade dessa última semana – que nos leva ao ano 31 d.C. – “fará cessar o sacrifício”. Noutras palavras, Jesus morreria na cruz e já não seria mais necessário o sacrifício de animais que Israel realizava. A História registra que, exatamente no ano 31 d.C., Jesus foi morto, e você pode ver mais uma vez como a profecia se cumpriu de maneira extraordinária.
5. Até aqui, tudo aconteceu como estava previsto. A profecia foi dada a Daniel por volta do ano 607 a.C. e, séculos depois, tudo se cumpriu ao pé da letra.
6. Agora me acompanhe no raciocínio. Se, depois do período de 70 semanas (490 anos) continuarmos contando o tempo, concluiremos que o período de 2300 anos termina em 1844. Quer dizer que, naquele ano, segundo a profecia, o Santuário Celestial seria purificado, ou seja, começaria o grande julgamento da raça humana.
• 457 a.C. - Emissão da ordem para reconstruir Jerusalém (Esdras 7:11 e 12).
• 408 a.C. - Jerusalém reconstruída e o Estado judeu restaurado.
• 27 d.C. - Batismo de Jesus (Mateus 3:13 a 17).
• 34 d.C. - Morte de Estevão (Atos 7:54 a 60); a Igreja é perseguida (Atos 8:1 a 3) e o Evangelho é levado aos gentios (Atos 13:44 a 48).
1844 - Início do Juízo Investigativo (Daniel 8:14; Apocalipse 3:7 e 8).

Vivendo em pleno juízo

Isso é algo surpreendente e de solene significado. A humanidade não pode viver este milênio sem saber que o juízo divino começou. Este não é um assunto para o futuro. Segundo a profecia, foi a partir de 1844 que o destino dos homens começou a ser definido, e milhões de pessoas no mundo ignoram essa verdade. Por isso o Apocalipse declara que era necessário levantar-se um anjo “voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a toda nação, tribo, língua, e povo, dizendo em grande voz: temei a Deus e dai-Lhe glória, pois “É CHEGADA A HORA DE SEU JUÍZO”.
Perceba que o anjo voa. Isso é urgente. Voar significa rapidez. Não há mais tempo a perder. Perceba que a mensagem é dada em alta voz. Isso não pode ser ignorado por mais tempo. Precisa ser proclamado em toda a Terra e para todos os seres humanos. E, finalmente, perceba que este evangelho é eterno. Não é nada novo; algo que foi inventado por alguém. Trata-se da história do maravilhoso amor de Deus pelos seres humanos.
 Infelizmente, o juízo, por algum motivo, é mal compreendido pela humanidade. Muitos confundem o juízo divino com os flagelos e catástrofes que acontecerão antes da volta de Cristo, e que também estão profetizados no Apocalipse. Só que aqueles flagelos são parte da sentença. Eles são resultado do juízo. Não é juízo. A prisão ou pena de morte, por exemplo, não é o juízo da pessoa, mas a condenação. Juízo é o processo pela qual se considera o caso: existe um juiz, um advogado, um promotor de acusação, testemunhas e provas.
Veja como o profeta Daniel descreve o juízo celestial: “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de dias Se assentou; Sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a lã pura… um rio de fogo manava e saía de diante dEle. Milhares e milhares O serviam, e miríades e miríades estavam diante dEle; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros.” (Daniel 7:9 e 10) Note, aí estão o Juiz e também os livros.
Agora confira como o juízo é descrito pelo Apocalipse: “E olhei, e eis não somente uma porta aberta como também a primeira voz que ouvi dizendo: sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.” (Apocalipse 4:1). Depois de que coisas? Depois que a porta for aberta, claro. E quando é que a porta foi aberta?

Uma porta aberta em 1844

No santuário de Israel, a porta que levava do lugar santo ao lugar santíssimo, era aberta a cada ano, no Dia da Expiação (que era o dia do juízo). Com relação ao Santuário Celestial é dito que:
 ”Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio Céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para Se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que Ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, Se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de Si mesmo, o pecado.” (Hebreus 9:24 a 26)
Quer dizer que, em 1844, a porta entre o lugar santo e o lugar santíssimo, lá nos Céus, abriu-se para que Jesus pudesse iniciar a purificação do Santuário. E quando essa porta se abriu, veja o que João viu:
 ”Imediatamente, eu me achei no espírito, e eis armado no Céu um trono, e no trono alguém sentado.” (Apocalipse 4:2).
Depois, João descreve a cena ao longo de todo o capítulo quatro de Apocalipse. Ali são mencionados: o trono de Deus, rodeado de querubins; um arco-íris em cima do trono; e, em volta, 24 pequenos tronos onde se assentam 24 anciãos, que declaram: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder.” (Apocalipse 4:11).
 Não são semelhantes essa declaração e a do anjo de Apocalipse 14, que proclama: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora de seu juízo”? Anjos no Céu e homens na Terra confirmam que a glória pertence a Deus, porque alguém quer usurpar essa glória. Depois de descrever a cena, João continua: “Vi na mão direita dAquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro, e por fora selado com sete selos.”
Está montada a cena. O tribunal está instalado. Segundo a profecia isso aconteceu em 1844 e, no presente momento, a humanidade está sendo julgada. Qual é o assunto em pauta? Qual é a acusação? Quais os argumentos? Quem é o acusador? Quem é o Advogado de defesa? Quem são as testemunhas? E quem é o Juiz? A cortina vai cair e o conflito dos séculos será desvendado.
Alejandro Bullón, O Terceiro Milênio e as Profecias do Apocalipse, 1.ª ed., 1998, pág. 29.

Referências

1. Seventh-Day Adventist Bible Comentary, vol.7, pág. 827.
2. The Jewish Encyclopedia, vol. 2, pág. 281.
Fonte: Artigo extraído do Livro O Selo de Deus na Lei, no capítulo 20

Desprezo Ostensivo Pelo Quarto Mandamento

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Como Cristo Considerou o Sábado

Toca ás raias do absurdo a vesguice dialética dos que tentam demolir o dia de Deus, relegá-lo ao desprezo e evitá-lo de toda forma, principalmente os que acham que Cristo considerou desrespeitosamente o Sábado. Citam Marcos 2:27, que reza: “O sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado”, e pontificando com ares doutorais declaram: “Isto quer dizer que o sábado ou dia de descanso, deve servir ao homem e não o homem estar sujeito a ele.” Aí está uma pueridade de causar pena.
 Vejamos o que o Mestre quer dizer com estas palavras: Há aí duas proposições: uma do sábado servir ao homem; outra, do homem sujeitar-se ao sábado. Considerando a primeira. É de clareza meridiana:
1.ª - O sábado foi instituído e oferecido ao homem como algo muito precioso, como um bem, um favor divino. Figueiredo traduz: “O sábado foi feito em contemplação ao homem.” O sentido evidente é que o sábado foi instituído para o bem-estar físico, moral e espiritual das criaturas humanas. O sábado é assim uma instituição a favor do homem, em seu benefício, uma benção grandiosa. Só uma perversa distorção do texto poderia levar à conclusão de que o sábado deva ser considerado contrário ao homem. Portanto, a dedução dos que são contra o sábado é infeliz, errônea e contrária ao sentido bíblico.
2.ª - A segunda proposição contida no texto diz: “e não o homem por causa do sábado”. Simples demais para ser entendida. Deus não criou o homem porque Ele tivesse um sábado a ser guardado por alguém. Ao contrário, criara primeiro o homem, e depois o sábado para atender-lhe às necessidades de repouso e recreação espiritual. Assim o sábado lhe seria uma benção e não uma carga. O farisaísmo dos dia de Cristo obscurecera o verdadeiro caráter do sábado. Os rabinos o acumularam de exigências extravagantes que o tornaram um fardo quase insuportável. A atitude de Cristo para com o sábado foi a de purificá-lo, limpá-lo desses acréscimos, devolvendo-o à real pureza. A atitude de Cristo para com o Seu santo dia foi de reverência e não de desprezo.
 E de passagem cabe aqui uma observação: o sábado foi feito por causa do homem, e isto não pode ser verdade em relação ao domingo, porque no primeiro dia da semana o homem ainda não fora criado!
Citam em seguida Mateus 12:8: “O Filho do homem até do sábado é Senhor”. E concluem desastradamente que Cristo é Senhor do sábado para mudá-lo, alterá-lo, suprimi-lo, enfim. Incrível! Diríamos de início que, sendo o sábado um mandamento da Lei de Deus, se Cristo o transgredisse de qualquer maneira Se tornaria um pecador, e nessa condição não poderia ser o nosso Salvador! No entanto, Cristo permaneceu em completa adoração e obediência ao Deus Pai. Teve uma vida humana impecável, um caráter irrepreensível. (Filipenses 2:5 a 11). E Ele mesmo declara:
 ”Porque eu não falei por Mim mesmo; mas o Pai, que Me enviou, Esse Me deu mandamento quanto ao que dizer e como falar. E sei que o Seu mandamento é vida eterna. Aquilo, pois, que Eu falo, falo-o exatamente como o Pai Me ordenou.” (João 12:49 e 50)
 ”Como o Pai Me amou, assim também Eu vos amei; permanecei no Meu amor. Se guardardes os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor; do mesmo modo que Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai, e permaneço no Seu amor.” (João 15: 9 e 10)
 ”Tenho-vos dito estas coisas, para que em Mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.” (João 16:33)
Jesus declarou-Se Senhor do sábado! Solene e importantíssima declaração! Frise-se bem que Ele é Senhor do sábado e não do domingo, embora a cristandade semi-apostatada averbe este dia como “dia do Senhor”. Cristo porém reafirmou Sua soberania sobre o sábado. É o Autor do sétimo dia, consagrado ao repouso e, nessa qualidade, sabe o que lícito ou não fazer nele. Os fariseus que censuraram os discípulos por apanharem espigas, foram além dos reclamos divinos, “além do que está escrito”.
Punham restrições descabidas à guarda do sábado. E Jesus para mostrar-lhes Sua autoridade, apresenta-Se como Autor do sábado. Nada há de derrogatório na declaração do Mestre. Ao contrário, reafirma o valor e a vigência do sábado, livre, no entanto das aderências talmúdicas.
¤ Broadus, renomado comentarista, tratando deste texto, assim conclui: “Mas o sábado permanece ainda, pois que existia antes de Israel, e era desde a criação um dia designado por Deus para ser santificado (Gênesis 2:3)…” 1
Cristo não foi contra o dia, mas contra a maneira errônea e extremista de guardá-lo.
¤ A. H. Strong, grande teólogo, diz: “Nem nosso Senhor ou os apóstolos ab-rogaram o sábado do decálogo. A nossa dispensação abole as prescrições mosaicas quanto à forma de guarda do sábado mas ao mesmo tempo declara sua observância de origem divina e como sendo uma necessidade da natureza humana… Cristo não cravou na cruz qualquer mandamento do decálogo… Jesus não se defende da acusação de quebrar o sábado, declarando que este foi abolido, mas estabelece o verdadeiro caráter do sábado em atender uma necessidade humana fundamental…” 2
• Ryle, erudito comentarista evangélico, tratando do texto diz: “Não devemos deixar-nos arrastar pela opinião comum de que o sábado é mera instituição judaica, que foi abolido ao anulado por Cristo. Não há uma só passagem das Escrituras que isso prove. Todos os casos em que o Senhor Se refere ao sábado, fala contra as opiniões errôneas que os fariseus propagaram a respeito de sua observância. Cristo depurou o quarto mandamento da superfluidade profana dos judeus… O Salvador que despojou o sábado das tradições judaicas e que tantas vezes esclareceu o seu sentido, não pode ser inimigo do quarto mandamento. Pelo contrário Ele engrandeceu e o exaltou.” 3

Reuniões no Sábado Mencionadas no Novo Testamento

Versículos Nr. Reuniões Local Data
Marcos 1:21 1 Cafarnaum 28 d.C.
Histórico: Cristo ensinava Seus discípulos no sábado. Ensino religioso. Realizou a cura de um endemoniado. Objetivos espirituais.
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Versículos Nr. Reuniões Local Data
Lucas 4:16 e 17 1 Nazaré 28 d.C.
Histórico: Cristo foi à casa de culto. Diz o texto que fez “segundo o Seu costume.” Quer dizer que sempre ia ao culto no sábado. O que fez lá dentro foi puramente ato de culto. Leitura e exposição da Palavra de Deus. Não foi com o objetivo de agradar os judeus, porque os desagradou bastante, a ponto de ser expulso da sinagoga e da cidade. Quiseram atirá-Lo ao precipício.
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Versículos Nr. Reuniões Local Data
Lucas 4:31 ? Cafarnaum 28 d.C.
Histórico: Cristo usualmente ensinava nos sábados. Nenhuma insinuação quando à mudança do dia de guarda.
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Versículos Nr. Reuniões Local Data
Marcos 3:1 Lucas 6:6 1 Cafarnaum 28 d.C.
Histórico: Cristo entrou na Sinagoga e pôs-Se a ensinar. Curou o homem que tinha a mão atrofiada, o que irritou os fariseus. Demonstração do poder de Deus no dia de sábado.
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Versículos Nr. Reuniões Local Data
Lucas 23:56 1 Jerusalém 31 d.C.
Histórico: As santas mulheres, seguidoras de Cristo, inclusive Sua mãe, respeitosamente guardaram o “sábado conforme o mandamento“. Nada sabiam acerca do domingo!!!
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Versículos Nr. Reuniões Local Data
Atos 13:42 e 44 2 Antioquia 45 d.C.
Histórico: Paulo em reunião de culto. Como os judeus abandonaram a sinagoga, no sábado seguinte “quase toda a cidade” (gentios) se ajuntou para ouvir a Palavra de Deus. Boa oportunidade para Paulo lhes dizer, como não estavam na sinagoga com os judeus, que o dia de guarda seria o domingo
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Versículos Nr. Reuniões Local Data
Atos 16:12 e 13 1 Filipos 53 d.C.
Histórico: Reunião de Culto ao ar livre. Longe de sinagogas, que talvez não houvesse na cidade. Os apóstolos procuraram um lugar tranqüilo para o culto sabático.
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Versículos Nr. Reuniões Local Data
Atos 17:1 a 3 3 Tessalônica 53 d.C.
Histórico: Na sinagoga. Reunião de culto. Paulo “como tinha por costume” foi ao culto no sábado. O dia de guarda não se alterara na era cristã. Reunia-se indistintamente com judeus e gentios, ou sem eles ao ar livre. O que interessava era a guarda do dia…
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Versículos Nr. Reuniões Local Data
Atos 18:1 a 4; Atos 18:11 78 Corinto 54 d.C.
Histórico: Temos aqui que considerar o seguinte: (v.4) “todos os sábados“; (v.11) “ficou ali um ano e meio ensinando”. Nesse ano e meio transcorreram 78 sábados, tempo mais que suficiente para Paulo ensinar que o dia de repouso fora mudado… (v.3) Paulo “trabalhava em fazer tendas”. No sábado não trabalhava, cumpria a Lei de Deus que lhe manda trabalhar seis dias. Logicamente não descansou no domingo. A Bíblia diz que o fazia no sábado e preferimos ficar com a Bíblia; (v.4) diz que Paulo estudava a Palavra de Deus com “judeus e gentios”. Também com os gentios no sábado.
………………………………………….
Temos acima aproximadamente 90 reuniões religiosas no sábado, “conforme o Mandamento”.

Perpetuidade Temporária?

Surge sempre a cediça afirmação de que o sábado não é “perpétuo”, porque em Êxodo. 12:14; 30:21 e Levítico 23:21 o adjetivo “perpétuo” também é aplicado à “páscoa”, “lavagem de mãos”, e “festas judaicas”, e estas coisas cessaram de existir. Aqueles que declaram tal absurdo, precisam saber que o adjetivo hebraico olam, traduzido por “perpétuo” nos textos em tela e por “para sempre” em outros lugares, tem o seu sentido condicionado à natureza daquilo que se aplica. Sendo assim, as festas cerimoniais teriam duração até ao tempo em que seriam necessárias.
 Jonas, ao descrever as peripécias pelas quais havia passado no interior do peixe, diz: “… os ferrolhos da Terra correram-se sobre mim para sempre [olam]“, Jonas 2:6. Esse “para sempre” durou apenas três dias e três noites. Foi uma duração curtíssima, não acham?
No entanto, quando o mesmo adjetivo está junto de palavras que, pela natureza, têm duração ilimitada, significa realmente “duração sem fim”. Junto de “Deus”, “vida”, “amor”, etc., indica perpetuidade. O “argumento” nada prova contra a permanência sabática, pois, segundo a Bíblia, o sábado será observado na Nova Terra pelos remidos:
¤ ”Pois, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, durarão diante de mim, diz o Senhor, assim durará a vossa posteridade e o vosso nome. E acontecerá que desde uma lua nova até a outra, e desde um sábado até o outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor.” (Isaías 66:22 e 23)

Blasfêmia

O cúmulo do contra-senso é afirmar que o sábado não santifica o homem, e os que observam decaem na vida espiritual. Mas a Palavra de Deus desmente frontalmente tal afirmação, declarando que o sábado é um sinal de santificação. Notemos:
 O dia foi santificado pelo próprio Deus. (Gênesis 2:3)
• O quarto mandamento manda lembrar o sábado para o santificar. (Êxodo 20:8; Isaías 58:13 e 14)
• Sinal entre Deus e Seu povo, pelo qual Deus os santifica. (Ezequiel 20:12; Ezequiel 20:20)
• Chamado dia santo. (Êxodo 31:14; Neemias 9:13 e14). Preferimos crer na Bíblia. Ela fala a verdade.
→ Estranham alguns que afirmamos que os “santos do Altíssimo” são os milhares que pereceram na Idade Média, porquanto guardaram eles o domingo. Respondemos: Sim, eram santos do Altíssimo. Foram sinceros dentro da luz que tinham. A verdade do sábado foi restaurada séculos depois que eles viveram… E hoje que esta luz está sendo irradiada a todo o mundo, quem deliberadamente se insurge contra ela estará debaixo do juízo de Deus!!!
“A Igreja mudou a observância do Sábado para o domingo pelo direito divino e a autoridade infalível concedida a ela pelo seu fundador, Jesus Cristo. O protestante, propondo a Bíblia como seu único guia de fé, não tem razão para observar o domingo. Nesta questão, os Adventistas do Sétimo Dia são os únicos protestantes coerentes.” – Boletim Católico Universal, pág. 4, de 14 de agosto de 1942.
Fonte:Artigo extraído do Livro O Selo de Deus na Lei, no capítulo 19

Perguntas Frequentes sobre A Criação e a Ciência

1. É científico crer na criação?
Em nossa sociedade atual, crê-se que a ciência é estritamente naturalista. Neste sentido, a criação não pode ser científica, porque a criação implica uma inteligência sobrenatural ativa na natureza. Entretanto, a ciência pode ser definida de outras formas (1). Se “ciência” significar o estudo da natureza, a criação pode ser “científica.” É o que acontece se a natureza for investigada em sua relação com Deus como o seu Criador. Muitos dos fundadores da ciência moderna criam que Deus estava ativo na natureza, e que eles estavam meramente estudando Seus métodos de agir na natureza. A história mostra que a separação entre Deus e a natureza não é necessária para o avanço do conhecimento. Entretanto, a ciência se preocupa em testar predições resultantes de hipóteses específicas. A hipótese de que Deus causou um evento por métodos que não são investigáveis não seria considerada científica, por não poder ser testada.

Para alguns o termo “científico” significa crença lógica em oposição à superstição. Este significado é inerente ao “cientificismo” — a crença de que a ciência naturalista é o único meio de descobrir a verdade. Este é um mau uso do termo “científico”, que torna impossível responder à questão se é científico crer na criação ou em qualquer outra teoria das origens.

2. É necessário que a ciência seja naturalista?
A ciência avançou porque os cientistas procuraram respostas a questões acerca de como os eventos ocorreram ou ocorrem. Isto pode ser investigado tanto quando se crê que Deus está dirigindo os eventos como quando não se crê nisto. Os cientistas não necessitam crer no naturalismo quando procuram entender o mecanismo de como os eventos ocorrem.

3. O reconhecimento das atividades de Deus por parte dos cientistas não iria desestimular a pesquisa?
A crença de que Deus está ativo na natureza não desestimulou a pesquisa dos fundadores da ciência moderna, assim como não deve desestimular hoje. O problema que se deve evitar é deixar de investigar um fenômeno simplesmente por se crer que Deus é sua causa. Muitos cientistas têm sido estimulados a estudar a natureza por crerem que Deus está ativo nela, sendo seu estudo uma oportunidade de compreendê-lO através das obras de Suas mãos.

4. Que problemas não resolvidos sobre a criação e a ciência são de maior preocupação?
Como obter a verdade quando a razão e a fé parecem estar em conflito?

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Notas para as perguntas sobre criação e a ciência

1. A filosofia da ciência sob uma perspectiva cristã está em: (a) Ratzsch D. 1986. “Philosophy of Science”. Downers Grove, IL: InterVarsity Press; (b) Pearcey N. R., Thaxton C. B. 1994. “The soul of science: Christian faith and natural philosophy”. Wheaton, I. L: Crossway Books, Good News Publishers; (c) Os adventistas do sétimo dia devem consultar Testimonies to the Church, Vol. 8, p 255-261 para uma esclarecedora declaração sobre Deus, a natureza e a ciência.

Referências


Recomendam-se as seguintes publicações, como leitura adicional referente aos tópicos tratados neste número de Ciências das Origens, todas disponíveis mediante solicitação à Sociedade Criacionista Brasileira no “site”: http://www.scb.org.br

(1) ROTH, A. “Origens: Relacionando a Ciência com a Bíblia”., 384 p., C.P.B., Tatuí, 2001 (Casa Publicadora Brasileira, Rodovia SP-127, Km 106, Caixa Postal 34, Tatuí, SP, BRASIL, CEP 18270-000).Tradução do original Inglês “Origins: Linking Science and Scripture”. Hagerstown, Review and Herald Publishing Association, 1998, 384 p., feita pelo Núcleo de Estudos das Origens.

(2) JUNKER, Reinhard, e SCHERER, Siegfried. “Evolução – Um Livro-Texto Crítico”, 328 pp., Tradução para o Português pela Sociedade Criacionista Brasileira, 2002. (S.C.B, Caixa Postal 08743, Brasília, DF, CEP: 70312-970).

(3) FLORI, Jean, e RASOLOFOMASOANDRO, Henri. “Em Busca das Origens – Evolução ou Criação?” 342 pp., Editorial Safeliz, 2000. (Editorial Safeliz, Aravaca 8, 28040 Madrid, Espanha). Tradução para o Português, pela Sociedade Criacionista Brasileira, 2002. (S.C.B, Caixa Postal 08743, Brasília, DF, CEP: 70312-970).

(4) PARKS, Bill. “Como Ensinar a seus Filhos a Harmonia entre o Criacionismo e a Ciência”. 130 pp., Sociedade Criacionista Brasileira, 2001. (S.C.B., Caixa Postal 08743, Brasília, DF, CEP: 70312-970).

(5) Artigos das Folhas (ou Revistas) Criacionistas referentes aos tópicos tratados nos números de Ciências das Origens, a serem selecionadas no Índice Temático disponível no “site” da Sociedade Criacionista Brasileira.

(6) Coleção dos números 1 a 60 de “Ciência de los Orígenes”, encadernada em dois volumes, produzida pela Sociedade Criacionista Brasileira, 2002.

É certo doarmos sangue?

 Embora injeções de sangue animal em seres humanos já houvessem sido feitas no século 17, a primeira transfusão de sangue humano em seres humanos foi realizada em 1818, pelo médico inglês James Blundell. Tais experimentos foram, no entanto, de pouco êxito até a descoberta dos grupos sangüíneos, em 1900, pelo imunologista austríaco Karl Landsteiner. Como essas experiências começaram muitos séculos após o período bíblico, é óbvio que as Escrituras não tratam explicitamente do assunto. O uso do sangue como alimento é proibido tanto no Antigo Testamento (Gênesis 9:4; Levítico 3:17; 7:27; 17:10-14; 19:26) como no Novo Testamento (Atos 15:20, 29; 21:25). Pesquisas científicas têm confirmado que o consumo oral de sangue não é conveniente pelo fato de ele ser indigesto, de fácil decomposição e um veículo não apenas de nutrientes mas também de impurezas prejudiciais ao aparelho digestivo. Mas é interessante notarmos que o sangue de animais era vertido durante o Antigo Testamento como um símbolo do sangue de Cristo a ser derramado sobre o Calvário pela salvação da raça humana (ver Hebreus 9:11-28; I João 1:7). Uma vez que apenas o uso do sangue como alimento é proibido nas Escrituras, e que o sangue era vertido vicariamente pela salvação espiritual dos pecadores, por que razão não poderíamos realizar transfusões de sangue para a salvação física das pessoas? Sendo que nenhuma proibição é encontrada nas Escrituras à transfusão venal de sangue, cremos que esta pode e deve ser ministrada sempre que o propósito seja salvar vidas. A recusa de ministrá-la a alguém que a necessite é uma transgressão direta tanto (1) do princípio de preservação da vida, enunciado através do mandamento “Não matarás” (Êxodo 20:13), como (2) do amor cristão, expresso na declaração de Cristo: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (João 15:13).

Fonte: Dr. Alberto R. Timm, Sinais dos Tempos, agosto de 1997. 
Nota Site Bíblia e a Ciência: "Porque a vida da carne está no sangue." Lv 17:11
"Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos" 1Jo 3:16
 Se a vida da carne está no sangue, e devemos dar nossa vida pelos irmãos, então podemos doar sangue sem problemas nenhum, é uma demonstração muito bonita de amor pelo próximo!

A Divindade de Cristo no evangelho de João – Parte 1

A DIVINDADE DE CRISTO NO EVANGELHO DE JOÃO
Historicamente, Cristo não foi “conclamado” divino só no Concílio de Nicéia. Muito antes daquela reunião que visava derrubar o arianismo, a Bíblia e os cristãos primitivos já acreditavam na Divindade do Salvador. Isso pode ser provado bíblica e historicamente:
I – O evangelho de João e a Divindade de Cristo
No presente irei me deter apenas ao evangelho de João para provar que Cristo é Divino. As informações de outros autores bíblicos poderemos estudar noutra ocasião, se for necessário. Vamos ao estudo do que o apóstolo escreveu a respeito de Jesus:
1 – Contexto histórico
Para começar, é importante termos em mente que o objetivo do quarto evangelho, escrito no final do século I, foi defender a encarnação e a Divindade de Cristo diante (muito provavelmente) do gnosticismo. O apóstolo queria que as pessoas acreditassem em Jesus como Filho de Deus para que fossem salvas (João 20:30, 31). Interessante que, na linguagem Joanina, o termo “Filho de Deus” não significa “ser criado” e nem denota “inferioridade”; para o autor, o título “Filho de Deus” significa igualdade com o Pai na Divindade. Isso é bem claro em João 5:18; 19:7 e na primeira carta dele, cap. 5:20, onde Ele chama Jesus de DEUS: “Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” Perceba que se quisermos entender um termo bíblico, não podemos interpretá-lo de acordo com o significado da língua portuguesa; precisamos levar em conta a língua original em que o texto foi escrito (grego, hebraico ou aramaico) e o significado de qualquer expressão NA CULTURA em que ela está inserida. Portanto, o termo “Filho” na Bíblia, em referência à Cristo, não tem o mesmo significado que em nossa cultura portuguesa e ocidental.
Como disse o Dr. F.F. Bruce, “João conferiu a máxima importância à verdade eterna, que ele identificou com a auto-manifestação divina, o Verbo que existia no princípio com Deus”. (BRUCE. João – Introdução e Comentário [Série Cultura Bíblica]. Vida Nova, 2002). Isso está em harmonia com João 1:1-4 e 14. Se Jesus não fosse DEUS com o Pai, não haveria necessidade de João dizer que Jesus é o Deus que revelou o Pai, por meio da encarnação (leia os textos de João 1:1-4 e 14). E, além disso, se Cristo fosse uma criatura, a salvação por meio Jesus, no evangelho de João (e no restante da Bíblia) perderia o valor. Sim, pois o valor da salvação está no fato de que não foi uma criatura quem veio salvar o ser humano, mas o próprio Deus esteve aqui em carne para solucionar o nosso problema. É por isso que Jesus Cristo é chamado em Isaías 7:14 de “Emanuel”, que significa “Deus conosco”. Deus “não tirou o corpo fora”; Ele mesmo veio resolver o problema do pecado! Reflita nisso com carinho.
Estas informações são importantes porque assim conseguimos entrar um pouco na mente do autor inspirado quando preparou o relato da vida de Cristo.
2 – Textos de João que afirmam diretamente que Jesus é Deus eterno
• João 1:1-3 e 14 – é dito que Jesus era Deus desde o princípio, estava com Deus e que criou TODAS AS COISAS com Ele (se fosse uma criatura, como poderia ser o criador DELE MESMO, sendo que TUDO foi feito por meio dEle? – verso 3). Também, nos é apresentado que este DEUS, que esteve com o Pai desde o princípio, encarnou para nos salvar.
• João 1:15 – Jesus é pré-existente;
• João 1:18 – Jesus é “Deus Unigênito” que torna o Pai conhecido;
• João 1:23 – texto muito forte, pois faz menção a Isaías 40:3, onde é dito que alguém prepararia o caminho para a vinda de “Jeová”. João Batista preparou o caminho de Jesus, indicando assim que Jeová de Isaías 40:3 é Cristo!
• João 1:29, 30 – Cristo é o cordeiro que tira o pecado do mundo e que já existia antes de vir a este planeta (pré-existência);
• João 1:34 – o apóstolo dá testemunho de que Cristo é o “Filho de Deus” (lembre-se que “Filho”, na linguagem de João, significa igualdade – ver João 5:18; 19:7);
• João 1:47-49 – Natanael claramente reconhece que Jesus é o “Filho de Deus”, indicando assim que acreditava ser Ele DEUS;
• João 1:50 – Jesus afirma que os discípulos verão os anjos voltando a este mundo com Ele – o criador dos anjos;
• João 2:11 – o primeiro milagre de Cristo, onde ele transforma água em “vinho” (suco de uva – Isaías 65:8) serviu para que vários discípulos cressem no poder glorioso dEle;
• João 3:15, 16 – Quem crer em Jesus tem a vida eterna. Só Deus pode dar a vida eterna a alguém por crer nEle, não numa criatura (não faria sentido algum!).
Em Atos 3:15, Cristo é chamado de autor da vida. Como Alguém que é “Autor da Vida” poderia ser uma criatura? Impossível!
• João 3:36 – quem não crer que Jesus é o “Filho de Deus”, ou seja: quem não acreditar na Divindade de Cristo e não O aceitar como Salvador e Deus, irá se perder;
• João 5:17, 18 – Quando Jesus afirmou que Deus era o Pai dEle, os judeus quiseram mata-Lo porque entenderam que o termo “Filho” significa igualdade em Divindade. Se o Salvador estivesse dizendo que era uma “criatura”, não seria acusado de “blasfêmia”. Portanto, para o apóstolo João, blasfêmia é alguém afirmar que Cristo não é Deus, sendo que no seu livro ele relata 8 milagres (além de outros acontecimentos sobrenaturais) com o objetivo de provar que o Salvador é Divino!

Os verdadeiros tripulantes dos OVNIs

Várias teorias têm sido propostas para explicar a natureza dos supostos OVNIs (objetos voadores não-identificados). Enquanto alguns acreditam serem mero fruto da imaginação humana, outros defendem a idéia de que são veículos espaciais conduzidos por seres extraterrestres. Mesmo não usando a expressão moderna OVNI, Bíblia apresenta alguns princípios básicos que podem nos ajudar na compreensão desse tema intrigante. As Escrituras deixam claro que todas as manifestações sobrenaturais e sobre-humanas, neste mundo de pecado, procedem de um dos dois grandes poderes conflitantes do Universo: a Trindade e os anjos leais, de um lado, e Satanás e outros seres demoníacos (Apocalipse 12:7-9). Isto nos leva à conclusão de que, se os OVNIs existem, devem se enquadrar em uma das duas alternativas acima mencionadas. Uma análise detida da Bíblia revela o fato de que grande parte das manifestações satânicas são confusas, indefinidas e enganosas. A ênfase repousa, freqüentemente, mais no fascínio das emoções do que em um conteúdo proposicional concreto. Dentro desta categoria se enquadram as encarnações demoníacas na forma de animais (Gênesis 3:1-5; Apocalipse 12:9), de pessoas já mortas (I Samuel 28) e de seres angelicais (II Coríntios 11:14). Somos advertidos de que os poderes demoníacos haveriam de operar nos últimos dias “grandes sinais e prodígios” (Mateus 24:24; Marcos 13:22), de realizar “coisas espantosas e também grandes sinais do céu” (Lucas 21:11), de se transformar em anjos de luz (II Coríntios 11:14), e de fazer descer fogo do céu “à terra diante dos homens” (Apocalipse 13:13). Esses sinais e maravilhas teriam por objetivo “enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mateus 24:24; Marcos 13:22; ver João 8:44; II Tessalonicenses 2:9 e 10). Comparando-se os testemunhos sobre aparições de OVNIs com o relato bíblico, percebe-se nitidamente que tais aparições jamais podem ser consideradas, nem em forma nem em conteúdo, como manifestações divinas, ou de anjos bons, ou ainda de possíveis habitantes de outros mundos não-caídos do Universo. Resta portanto, a inevitável conclusão de que elas só podem ser consideradas como parte dos “grandes sinais e prodígios” que haveriam de acompanhar as fascinantes manifestações demoníacas dos últimos dias (ver Apocalipse 16:14). Os escritores americanos Myron Widmer e Sidney Reiners divisam, por trás das aparições de OVNIs, um plano mestre de engano satânico. Widmer declara que o “constante aumento de fé no sobrenatural continua preparando o cenário para os eventos finais, quando a mente do povo terá visto e ouvido tanto do sobrenatural que as ilusões e os enganos de Satanás parecerão muito naturais e acreditáveis”. Já Sidney Reiners sugere que as aparições de “ufonautas” (supostos tripulantes dos discos voadores) hostis à vida na Terra poderiam precipitar “uma corrida rumo a um governo mundial, com a perda, num estado de pânico, dos princípios democráticos”. Ufonautas amigos, por outro lado, poderiam persuadir facilmente os seres humanos a “solucionar” os problemas da humanidade com seus planos enganosos. Quer as hipóteses de Reiners se cumpram literalmente ou não, o verdadeiro cristão deve alicerçar sua fé sobre a Palavra de Deus, para não sucumbir aos enganos satânicos. Como Cristo enfrentou as tentações demoníacas no deserto com a autoridade das Escrituras (ver Mateus 4:1-11), o verdadeiro cristão jamais se deixará seduzir por qualquer experiência visual, auditiva ou emocional que não esteja em perfeita harmonia com o claro ensino bíblico (ver Isaías 8:19 e 20; Gálatas 1:8).

Fonte: Dr. Alberto R. Timm, Revista Sinais dos Tempos, agosto de 1997. 

quinta-feira, 14 de julho de 2011

“Está Consumado.”


 
Cristo não entregou Sua vida antes que realizasse a obra que viera fazer, e ao exalar o espírito, exclamou: “Está consumado.” (João 19:30). Ganhara a batalha. Sua destra e Seu santo braço Lhe alcançaram a vitória. Como Vencedor, firmou Sua bandeira nas alturas eternas. Que alegria entre os anjos! Todo o Céu triunfou na vitória do Salvador. Satanás foi derrotado, e sabia que seu reino estava perdido.
Era um ser admirável de poder e glória o que se pusera em oposição a Deus. De Lúcifer, diz o Senhor: “Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura.” (Ezequiel 28:12). Lúcifer fora o querubim cobridor. Estivera à luz da presença divina. Fora o mais elevado de todos os seres criados, e o primeiro em revelar ao Universo os desígnios divinos.
Depois de pecar, seu poder de enganar tornou-se consumado, e mais difícil o descobrir-lhe o caráter, em virtude da exaltada posição que mantivera junto do Pai.
 Deus poderia haver destruído Satanás e seus adeptos tão facilmente, como se pode atirar um seixo à terra; assim não fez, porém. A rebelião não seria vencida pela força. Poder compulsor só se encontra sob o governo de Satanás. Os princípios do Senhor não são dessa ordem. Sua autoridade baseia-se na bondade, na misericórdia e no amor; e a apresentação desses princípios é o meio a ser empregado. O governo de Deus é moral, e verdade e amor devem ser o poder predominante.
Era desígnio divino colocar as coisas numa base de segurança eterna, sendo decidido nos conselhos celestiais que se concedesse tempo a Satanás para desenvolver os seus princípios, o fundamento de seu sistema de governo. Pretendera serem os mesmos superiores aos princípios divinos. Deu-se tempo para que os princípios de Satanás operassem, a fim de serem vistos pelo Universo celestial. Satanás induziu o homem ao pecado, e o plano de redenção entrou em vigor. Por quatro mil anos, esteve Cristo trabalhando pelo reerguimento do homem, e Satanás por sua ruína e degradação. E o Universo celestial contemplava tudo.
Ao vir Jesus ao mundo, o poder de Satanás voltou-se contra Ele. Desde o tempo em que aqui apareceu, como a Criancinha de Belém, manobrou o usurpador para promover Sua destruição. Por todos os meios possíveis, procurou impedir Jesus de desenvolver infância perfeita, imaculada varonilidade, um ministério santo e sacrifício irrepreensível. Foi derrotado, porém. Não pôde levar Jesus a pecar. Não O conseguiu desanimar, ou desviá-Lo da obra para cuja realização viera ao mundo. Do deserto ao Calvário, foi açoitado pela tempestade da ira de Satanás, mas quanto mais impiedosa era ela, tanto mais firme Se apegava o Filho de Deus à mão de Seu Pai, avançando na ensangüentada vereda. Todos os esforços de Satanás para oprimi-Lo e vencê-Lo, só faziam ressaltar, mais nitidamente, a pureza de Seu caráter.
 Todo o Céu, bem como os mundos não caídos, foram testemunhas do conflito. Com que profundo interesse seguiram as cenas finais da luta! Viram o Salvador penetrar no jardim do Getsêmani, a alma vergando sob o horror de uma grande treva. Ouviram-Lhe o doloroso grito: “Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice!” (Mateus 26:39). À medida que dEle era retirada a presença do Pai, viram-nO aflito por uma dor mais atroz que a da grande e derradeira luta com a morte. Suor de sangue irrompeu-Lhe dos poros, gotejando no chão. Por três vezes foi-Lhe arrancada dos lábios a súplica de livramento. Não mais pôde o Céu suportar a cena, e um mensageiro de conforto foi enviado ao Filho de Deus.
O Céu viu a Vítima entregue às mãos da turba homicida, e, com zombaria e violência, impelida à pressa de um a outro tribunal. Ouviu os escárnios dos perseguidores por causa de Seu humilde nascimento. Ouviu a negação por entre juras e imprecações da parte de um de Seus mais amados discípulos. Viu a frenética obra de Satanás, e seu poder sobre o coração dos homens. Oh! Terrível cena! O Salvador aprisionado à meia-noite no Getsêmani, arrastado daqui para ali, de um palácio a um tribunal, citado duas vezes perante sacerdotes, duas perante o Sinédrio, duas perante Pilatos, e uma diante de Herodes, escarnecido, açoitado, condenado e conduzido fora para ser crucificado, carregando o pesado fardo da cruz, por entre os lamentos das filhas de Jerusalém e as zombarias da gentalha!
Com dor e espanto contemplou o Céu a Cristo pendente da cruz, o sangue a correr-Lhe das fontes feridas, tendo na testa o sanguinolento suor. O sangue caía-Lhe, gota a gota, das mãos e dos pés, sobre a rocha perfurada para encaixar a cruz. As feridas abertas pelos cravos aumentavam ao peso que o corpo fazia sobre as mãos. Sua difícil respiração tornava-se mais rápida e profunda, à medida que Sua alma arquejava sob o fardo dos pecados do mundo. Todo o Céu se encheu de assombro quando, em meio de Seus terríveis sofrimentos, Cristo ergueu a oração: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lucas 23:34).
E, no entanto, ali estavam homens formados à imagem de Deus, unidos para esmagar a vida de Seu unigênito Filho.
Houvesse-se podido achar um só pecado em Cristo, tivesse Ele num particular que fosse cedido a Satanás para escapar à horrível tortura, o inimigo de Deus e do homem teria triunfado. Cristo inclinou a cabeça e expirou, mas manteve firme a Sua fé em Deus, e a Sua submissão a Ele. “E ouvi uma grande voz no Céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do Seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.” (Apocalipse 12:10).
Satanás viu que estava desmascarado. Sua administração foi exposta perante os anjos não caídos e o Universo celestial. Revelara-se um homicida. Derramando o sangue do Filho de Deus, desarraigou-se Satanás das simpatias dos seres celestiais. Daí em diante sua obra seria restrita. Qualquer que fosse a atitude que tomasse, não mais podia esperar os anjos ao virem das cortes celestiais, nem perante eles acusar os irmãos de Cristo de terem vestes de trevas e contaminação de pecado. Estavam rompidos os derradeiros laços de simpatia entre Satanás e o mundo celestial.
Todavia, Satanás não foi então destruído. Os anjos não perceberam, nem mesmo aí, tudo quanto se achava envolvido no grande conflito. Os princípios em jogo deviam ser mais plenamente revelados. E por amor do homem, devia continuar a existência de Satanás. O homem, bem como os anjos, devia ver o contraste entre o Príncipe da Luz e o das trevas. Cumpria-lhes escolher a quem servir.
No início do grande conflito, declarara Satanás que a lei divina não podia ser obedecida, que a justiça era incompatível com a misericórdia, e que, fosse a lei violada, impossível seria ao pecador ser perdoado. Cada pecado devia receber seu castigo, argumentava Satanás; e se Deus abrandasse o castigo do pecado, não seria um Deus de verdade e justiça. Quando o homem violou a lei divina, e Lhe desprezou a vontade, Satanás exultou. Estava provado, declarou, que a lei não podia ser obedecida; o homem não podia ser perdoado. Por haver sido banido do Céu, depois da rebelião, pretendia que a raça humana devesse ser para sempre excluída do favor divino. O Senhor não podia ser justo, argumentava, e ainda mostrar misericórdia ao pecador.
 Mas mesmo como pecador, achava-se o homem, para com Deus, em posição diversa da de Satanás. Lúcifer pecara, no Céu, em face da glória divina. A ele, como a nenhum outro ser criado, se revelou o amor de Deus. Compreendendo o caráter do Senhor, conhecendo-Lhe a bondade, preferiu Satanás seguir sua própria vontade independente e egoísta. Essa escolha foi decisiva. Nada mais havia que Deus pudesse fazer para o salvar. O homem, porém, foi enganado; obscureceu-se-lhe o espírito pelo sofisma de Satanás. A altura e a profundidade do amor divino, não as conhecia o homem. Para ele, havia esperança no conhecimento do amor de Deus. Contemplando-Lhe o caráter, podia ser novamente atraído para Ele.
Por meio de Jesus, foi a misericórdia divina manifesta aos homens; a misericórdia, no entanto, não pôs de parte a justiça. A lei revela os atributos do caráter de Deus, e nem um jota ou til da mesma se podia mudar, para ir ao encontro do homem em seu estado caído. Deus não mudou Sua lei, mas sacrificou-Se a Si mesmo em Cristo, para redenção do homem. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo.” (II Coríntios 5:19).
 A lei requer justiça – vida justa, caráter perfeito; e isso não tem o homem para dar. Não pode satisfazer as reivindicações da santa lei divina. Mas Cristo, vindo à Terra como homem, viveu vida santa, e desenvolveu caráter perfeito. Estes oferece Ele como dom gratuito a todos quantos o queiram receber. Sua vida substitui a dos homens. Assim obtêm remissão de pecados passados, mediante a paciência de Deus. Mais que isso, Cristo lhes comunica os atributos divinos.
Forma o caráter humano segundo a semelhança do caráter de Deus, uma esplêndida estrutura de força e beleza espirituais. Assim, a própria justiça da lei se cumpre no crente em Cristo. Deus pode ser “justo e justificador daquele que tem fé em Jesus”. (Romanos 3:26).
O amor de Deus tem-se expressado tanto em Sua justiça como em Sua misericórdia. A justiça é o fundamento de Seu trono, e o fruto de Seu amor. Era o desígnio de Satanás divorciar a misericórdia da verdade e da justiça. Buscou provar que a justiça da lei divina é um inimigo da paz. Mas Cristo mostrou que, no plano divino, elas estão indissoluvelmente unidas; uma não pode existir sem a outra. “A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.” (Salmo 85:10). Por Sua vida e morte, provou Cristo que a justiça divina não destrói a misericórdia, mas que o pecado pode ser perdoado, e que a lei é justa, sendo possível obedecer-lhe perfeitamente. As acusações de Satanás foram refutadas. Deus dera ao homem inequívoca prova de amor.
 Outro engano devia ser então apresentado. Satanás declarou que a misericórdia destruía a justiça, que a morte de Cristo anulava a lei do Pai. Fosse possível ser a lei mudada ou anulada, então não era necessário Cristo ter morrido. Anular a lei, porém, seria imortalizar a transgressão e colocar o mundo sob o domínio de Satanás. Foi porque a lei é imutável, porque o homem só se pode salvar mediante a obediência a seus preceitos, que Jesus foi erguido na cruz. Todavia, os próprios meios porque Cristo estabeleceu a lei, foram apresentados por Satanás como destruindo-a. A esse respeito sobrevirá o derradeiro conflito da grande luta entre Cristo e Satanás.
O ser defeituosa a lei pronunciada pela própria voz divina, o haverem sido certas especificações postas à margem, eis a pretensão apresentada agora por Satanás. É o último grande engano que ele há de trazer sobre o mundo. Não necessita atacar toda a lei; se pode levar os homens a desrespeitar um só preceito, está conseguido seu objetivo. Pois “qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos”. (Tiago 2:10). Consentindo em transgredir um preceito, são os homens colocados sob o poder de Satanás. Substituindo a lei divina pela humana, procurará Satanás dominar o mundo. Essa obra é predita em profecia. Acerca do grande poder apóstata que é representante de Satanás, acha-se declarado: “Proferirá palavras contra o Altíssimo e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão.” (Daniel 7:25). Os homens hão de certamente estabelecer suas leis para anular as de Deus. Procurarão obrigar a consciência de outros, e, em seu zelo para impor essas leis, oprimirão os semelhantes.
A guerra contra a lei divina, começada no Céu, continuará até ao fim do tempo. Todo homem será provado. Obediência ou desobediência, eis a questão a ser assentada por todo o mundo. Todos serão chamados a escolher entre a lei divina e as humanas. Aí se traçará a linha divisória. Não existirão senão duas classes. Todo caráter será plenamente desenvolvido; e todos mostrarão se escolheram o lado da lealdade ou o da rebelião. Então virá o fim.
Deus reivindicará Sua lei e livrará Seu povo. Satanás e todos quantos se lhe houverem unido em rebelião serão extirpados. O pecado e os pecadores perecerão, raiz e ramos (Malaquias 4:1) – Satanás a raiz, e seus seguidores os ramos. Cumprir-se-á a palavra dirigida ao príncipe do mal: “Pois que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus, … te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas. … Em grande espanto te tornaste, e nunca mais serás para sempre.” (Ezequiel 28:1 a 21). Então “o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá” (Salmo 37:10); “e serão como se nunca tivessem sido”. (Obadias 16).
 Isso não é um ato de poder arbitrário da parte de Deus. Os que Lhe rejeitam a misericórdia ceifarão aquilo que semearam. Deus é a fonte da vida; e quando alguém escolhe o serviço do pecado, separa-se de Deus, desligando-se assim da vida. Ele está “separado da vida de Deus” (Efésios 4:18). Cristo diz: “Todos os que Me aborrecem amam a morte.” (Provérbio 8:36). Deus lhe dá existência por algum tempo, a fim de poderem desenvolver seu caráter e revelar seus princípios. Feito isso, receberão os resultados de sua própria escolha. Por uma vida de rebelião, Satanás e todos quantos a ele se unem colocam-se em tanta desarmonia com Deus, que Sua própria presença lhes é um fogo consumidor. A glória dAquele que é amor os destruirá.
Havendo-se completado o plano da redenção, o caráter de Deus é revelado a todos os seres inteligentes. Os preceitos de Sua lei são vistos como perfeitos e imutáveis. Então o pecado terá patenteado sua natureza, Satanás o seu caráter. O extermínio do pecado reivindicará o amor de Deus, e estabelecerá Sua honra perante um Universo de seres que se deleitam em fazer Sua vontade, e em cujo coração está a Sua lei. A destruição do pecado e de Satanás fora para sempre assegurada, que a redenção do homem era certa e que o Universo estava para sempre a salvo. O próprio Cristo compreendeu plenamente os resultados do sacrifício feito no Calvário. A tudo isto olhava Ele quando exclamou na cruz: “Está consumado.” (João 19:30).
Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 758.
Fonte: Artigo extraíd odo Livro O Selo de Deus na Lei, no capítulo 18

Os Gentios e a Lei

 
Mostrando indisfarçável aversão pela lei divina, alguns citam Romanos 2:14, isolando a expressão “os gentios que não tem lei”, para concluir erroneamente que a lei só fora dada a Israel, e que os gentios não precisam de lei. Ora, a Bíblia diz justamente o contrário, e preferimos crer nela. Em Isaías 56, por exemplo, lemos as grandes promessas feitas por Deus aos gentios que se unissem ao Seu concerto e guardassem o Sábado.
Note-se que o capítulo se refere à dispensação cristã, quando “a salvação está prestes a vir e a justiça a manifestar-se”. Leia Números 15:15. E Gálatas 3:29, afirma que os cristãos são descendentes de Abraão e herdeiros conforme a promessa.
A Escritura também não diz que Deus o é dos gentios? – “E porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente.” (Romanos 3:29). No entanto, esse Deus, reiteradamente é denominado “Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”. Todas as bênçãos divinas foram transferidas para o gentilismo: o concerto, a lei, o evangelho, tudo, em fim. Somos o Israel espiritual.
Para compreender realmente Romanos 2:14, leiamos o verso 11 ao 16, e veremos que o apóstolo faz interessantes afirmações.
1.ª – Que Deus não faz distinção de homens (pois só tem um padrão de julgamento: a Sua santa Lei. Sejam judeus ou gentios).
2.ª – Que os que pecaram, mesmo não conhecendo a lei, perecerão. Notem bem: perecerão (porque o salário do pecado é a morte). Não se diz que se salvam pela consciência da lei.
3.ª – Que os que pecaram, conhecendo a lei, por ela serão julgados. (Logo, não foi abolida porque será norma de julgamento). Paulo diz isso em sentido genérico, não restrito aos judeus. E os que forem julgados por ela, sendo achados em falta, necessariamente serão condenados, pois a transgrediram.
4.ª – O verso 13 estabelece um cortejo entre os que “ouvem” e os que “praticam” os preceitos divinos. (compare com Tiago 1:22 a 26). E o apóstolo conclui que somente os últimos, os praticantes alcançam a justificação, e isto porque a sua fé os levou a obedecerem ao padrão do Céu.
5.ª – Os versos 14 à 16 em conjunto revelam que ninguém escapa ao julgamento de Deus, que julgará os segredos dos homens. Não escaparão nem mesmo os que não tendo lei, julgam a praticar “as coisas que são da lei” sob o tríplice testemunho do coração, da consciência e do pensamento.
Note-se a que alusão a “gentios” é motivada pelo contraste que Paulo estabelece na impenitência dos judeus. A tese forçada de que a lei não é necessária aos gentios, encontra o seu desmentido especialmente nos versos 12 e 13. É só ler com atenção e entendimento.
Milton C. Wilcox faz judicioso comentário deste assunto, que reproduzimos:
“A lei divina é uma só. O pagão que a tinha, ou supunha tê-la em sua capacidade, certamente julgava-se bem com a consciência mesmo nos tempos em que podia ter uma multidão de esposas. Àquele tempo ele podia praticar outras coisas que as próprias convenções da época não permitiriam – e que a luz da Palavra de Deus sem dúvida condenaria – tal como se deu com Abraão e Jacó. Mas sentiam-se bem com a consciência. A lei escrita em seus corações de início não constituía um conhecimento completo, senão um princípio de agir correto. Assim se expressa Deus em II Crônicas 16:9: “Os olhos do Senhor passam por toda a Terra para mostrar-Se forte com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele.” – Milton C. Wilcox, Guestions Answered, pág. 96.
Isto é o que Deus requer – afeição perfeita, perfeito coração. A força “propulsora” do homem é a sua afeição, seu amor, mesmo que seu conhecimento seja pouco.
Mesmo que se manifeste apenas um raio de luz do trono de Deus, este raio de luz domina a sua vida, e o homem que se submete a ele é aceito por Deus. Mesmo tendo um conhecimento parcial da verdade, vive ele de acordo com a luz que possui.
O pagão que tem pequena luz, sem dúvida submete-se a toda luz, quando esta lhe for revelada, e alegremente submeter-se-á aos mandamentos divinos. Para ele é somente questão de revelação para confirmar o que já está no coração. E este amor é abonado pelo Mestre para ‘obediência da lei’.
Porém aquele que tem o conhecimento da Lei de Deus, expressa nos dez mandamentos, e ainda se submete ao pecado, por pequeno que seja, repele a luz. Se persistir nessa prática, será rejeitado por Deus. [veja também em Próximos do Fim: O pecado imperdoável].
Concluir que os gentios não precisam de lei, seria admitir que eles não pecam, não precisam de revelação, não precisam de Deus. E se os gentios que não conheceram a lei, dispensam-na e se julgam pela consciência – como querem alguns – também, pelo mesmo raciocínio, os gentios que não conhecem o evangelho podem dispensá-lo pelas mesmas razões. Por aí se vê a debilidade do argumento.
Nada, absolutamente nada prova que a lei fora dada exclusivamente os judeus, mas o que a Bíblia claramente revela é que Deus de modo especial honrou a Israel fazendo daquele nação Seu povo escolhido e depositário de Sua lei. (Romanos 9:4). Era objetivo de Deus que Israel tornasse conhecida a Sua vontade expressa na lei, a todas as demais nações. Leia ainda Deuteronômio 4:6 a 8; Romanos 3:1 e 2. E quando os gentios aceitaram a religião de Israel, também se sujeitaram à Lei de Deus. (Números 15:15 e 16; Isaías 56:6 a 8).
Deus proferiu Sua lei santa, no monte Sinai, ao seu redor estavam os judeus. Também ao redor de Cristo, no sermão do Monte, só havia judeus… Mas as bênçãos da Lei e do Evangelho se estenderam aos gentios. Graças a Deus, pelo Seu Dom inefável!
Por onde se vê a citação de Romanos 2:14 saiu às avessas, porque Paulo prova justamente o contrário, a validade da lei e sua extensão aos gentios. Dizem que “pregar a lei ao povo remido é um insulto e uma ofensa à igreja de Deus”! Calma, gente. Então que grandes insultadores foram Cristo, Paulo Tiago e João!!! E Wesley, Moody, Barnes, Clarke e outros. E Taylor, que disse ser “uma bênção se cada púlpito trovejasse a voz divina ao Decálogo, porque a lei é o aio que conduz a Cristo”? E os milhões de cristãos obedientes ao divino padrão? – O nosso zelo nos leva afirma: insultadores, na verdade, são os que desprezam a Lei de Deus, pisam os seus preceitos, ou os que negam deliberadamente. Examine-se cada um a si mesmo.
Livre da Lei do Marido.
É comum citarem o começo do capítulo 7 da epístola aos Romanos (o símile da mulher casada e a lei), para concluir desastradamente pela ab-rogação da lei divina. É realmente deplorável que ajam com tal subtileza. É lastimável que cheguem a uma conclusão inteiramente contrária à que o próprio Paulo chegou, conclusão que pode ser encontrada especialmente nos versículos 7, 12, 14 e 22: “porque eu não conhecia a concupiscência se a lei não dissesse: Não cobiçarás… E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom… bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado… consinto que a lei é boa… Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus.”
Inevitável é admitir que a conclusão paulina é inteiramente a favor da lei, e não contra. É de exaltação ao padrão divino, e não de desprezo. Paulo amava a Lei de Deus. Fazia elogios à ela. Exaltava-a, como bom cristão que era. Vamos estudar o tópico de Romanos 7, sem idéias preconcebidas. O que Paulo está explanando neste capítulo? O mesmo assunto dos capítulos precedentes e subseqüentes: o homem carnal – escravo do pecado – incapaz de salvar-se por si e que deverá encontrar a salvação pela graça de Deus em Cristo Jesus.
Notemos que Paulo estabelece a premissa: “a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo em que vive”. (Romanos 7:1). Na mesma epístola, em vários lugares, ele demonstra que o pecador, por ter transgredido a Lei de Deus, está sob o domínio do pecado. Em outras palavras, nossa velha natureza pecaminosa – que Paulo define como “o homem velho”, exerce domínio sobre nós. Por isso declarou o apóstolo sobre o seu estado anterior: “o que quero, isso não faço, mas o que aborreço isso faço”. (versículo 15). Quis ele dizer que nós, por nós mesmos, não podemos nos livrar do domínio do pecado.
Como nos libertaremos, então, do “velho homem” que nos mantém em sujeição?
Somente pela morte desse “velho homem”, ou seja, pela nossa conversão, porque assim, pela conversão, a nossa velha natureza é crucificada. Leia Romanos 6:6. Mas, não é bastante a morte do “homem velho”; é necessário o nascimento do “novo homem”. (Romanos 6:4)
No caso em tela, Paulo refere-se a esta mudança que se opera no homem, e para ilustrá-la convenientemente, usa o símile de um matrimônio. Nesta comparação, há 4 partes principais: uma mulher, seu primeiro marido, seu segundo marido, e a lei do matrimônio. Leia atentamente Romanos 7: 2 e 3.
A mulher representa aí o pecador, ligada ao primeiro marido, ou seja o “homem velho” com suas paixões e cobiças, ao qual está ligado pela lei: porém não pela lei em si, mas o seu objeto, o que estabelece e aponta: o pecado. E para desfazer qualquer idéia equívoca a esse respeito, Paulo apressa-se em advertir incisivamente: “É a lei pecado? De modo nenhum.” (versículo 7). Enquanto o “homem velho” viver, está ligado à “mulher”, que a ele se sujeita. Se morre o “marido”, então o pecador se livra da condenação da lei, tornando-se um “novo homem”, quer dizer, ligando-se a Cristo, o novo marido.
O primeiro ponto importante, nesta ilustração, é que Paulo não está falando da morte da lei, mas da morte de um marido. E nem haveria objetivo na ilustração, se a lei fosse morta, pois se o fosse, nada haveria que prendesse a esposa a seu marido. E também qualquer referência a adultério seria inadmissível (verso 4). Como haveria a possibilidade de adultério – que é a transgressão de um mandamento da Lei de Deus – se a lei que o capítula fora morta? Meditem bem nisso leitores. Vejam a confusão em que se metem os torcedores do sentido claro das Escrituras.
A lei do matrimônio não fica abolida, pela morte de um marido. A aplicação paulina é a vida do homem que se converte do pecado para a justiça. A primeira parte do verso 4 é claríssima. É só ler com entendimento. Fomos crucificados com Cristo. Seu corpo foi crucificado vicariamente por nós. Toda a exigência condenatória da lei sobre o nosso “homem velho” cessa com a morte de tal “homem”. Assim estamos livre da condenação, e podemos estar casado com Cristo. Então “demos fruto para Deus”.
E ainda se deve considerar o seguinte: se o estar “livre da lei” (verso 6) se refere à morte da lei – como ensinam alguns – então estaria Paulo fazendo horrível confusão na própria analogia do casamento, e contradizendo irremediavelmente as afirmações literais do mesmo contexto. Mas não é assim. Ele fala da morte de um marido, e pela aplicação, refere-se à nossa morte. O verso 4 não diz que a lei está morta, mas nós é que estamos mortos para a lei (pois ela não nos pode mais condenar, em virtude do nosso casamento com Cristo).
A expressão “morremos para aquilo em que estávamos retidos”, claramente refere-se à nossa natureza pecaminosa. O pecado, agindo mediante a nossa natureza corrupta, era o que nos retinha. (versos 24 e 25). E acrescente-se que o original diz “tenho morrido” ou “estando mortos”, o que reforça e esclarece ainda mais o pensamento do apóstolo.
Os eruditos Jamieson, Fausset e Brown assim concluem: “A morte aí referida, como vimos, não é da lei, mas a nossa, e isso mediante a união com o Salvador crucificado.” – Assim entendem os sinceros estudiosos do Livro Santo.
Muitos englobam em “mandamentos” todas as ordens, mandados, admoestações e diretrizes dos apóstolos, confundindo-os com os mandamentos da Lei de Deus.
Não há dúvida que houve “mandamento” de profetas, de Cristo, de Paulo, de Pedro e de outros. Muitos deles restritos ou para serem cumpridos por certos grupos, igrejas ou pessoas sob certas circunstâncias. Mas para o pesquisador sincero, é óbvio que tais “mandamentos” nada têm a ver com o Decálogo, e nivelá-los com a eterna Lei de Deus, denota incompreensão da revelação bíblica.
Nada melhor que o contexto para esclarecer a que se referem os mandamentos. E com espírito despido de conceitos pré-firmados, com simplicidade e dentro da exata contextuação é que podemos ser guiados pelo Espírito na compreensão da Palavra de Deus.
A. B. Christianini, Subtilezas do Erro, 2.ª ed., 1981, pág. 139.
Fonte: Artigo extraído do livro O Selo de Deus na Lei, no capítulo 17

Perguntas Frequentes sobre o Dilúvio


 1. De onde veio e para onde foi a água do dilúvio?
Os oceanos contêm água suficiente para cobrir a Terra. Se a superfície da Terra fosse perfeitamente plana, sem montanhas ou bacias oceânicas, ela seria coberta por uma camada de água com 3 km de profundidade (1). Há água suficiente para inundar a Terra. Antes do dilúvio, certa quantidade de água estava provavelmente nos mares, certa quantidade na atmosfera e uma quantidade desconhecida de água poderia ser subterrânea. A maior parte da água está agora em bacias oceânicas. É possível que mais água tenha sido acrescentada durante o dilúvio pela colisão de um ou mais cometas, que podem ser compostos em grande parte de água.
2. Como o dilúvio pôde encobrir o Monte Everest?
Durante o dilúvio, a área onde está agora o Monte Everest era uma bacia na qual sedimentos estavam se acumulando. Isto é mostrado pela presença de fósseis marinhos no Monte Everest (2). Após o soterramento dos fósseis, atividades catastróficas elevaram os sedimentos a uma altura bem acima de sua posição anterior, formando as montanhas do Himalaia. A maioria das montanhas atuais pode ter-se formado de maneira semelhante, durante o dilúvio ou logo após.
3. Como a Terra poderia ser destruída por 40 dias e 40 noites de chuva?
O dilúvio não consistiu apenas de 40 dias de chuva. As águas do dilúvio aparentemente não começaram a diminuir antes de 150 dias (Gênesis 7:24). Outros 150 dias se passaram antes que a arca pousasse (Gênesis 8:3, 4). Dez meses de inundação contínua provavelmente seriam capazes de produzir grandes mudanças geológicas na superfície da Terra. Em regiões mais distantes do ponto em que a arca pousou, o dilúvio pode ter durado bem mais do que um ano.
A água não foi o único agente envolvido na catástrofe mundial. As camadas fósseis contêm mais de 100 crateras formadas por impactos de objetos extraterrestres tais como asteróides, meteoritos e cometas (3). A crosta terrestre passou por grandes modificações durante o dilúvio. Sem dúvida, a chuva teve um papel importante, mas houve muito mais do que chuva na catástrofe conhecida como o dilúvio.
4. Como sabemos que o dilúvio foi mundial? Ele não poderia ter sido restrito a algum lugar do Oriente Médio?
Jesus usou o dilúvio como um exemplo do julgamento universal (Mateus 24:37-38). Pedro confirma que apenas oito pessoas foram salvas (II Pedro 2:5).
As expressões do texto de Gênesis parecem inconsistentes com um dilúvio local (4). A linguagem é o mais universal possível: “… e cobriram todos os altos montes que havia debaixo do céu;” Gênesis 7:19. Se a água cobriu os altos montes, iria também cobrir as regiões mais baixas. Como o propósito de Deus era destruir todos os seres humanos (Gênesis 6:7), o dilúvio deveria necessariamente ter-se estendido pelo menos a todas regiões habitadas por seres humanos. Além do mais, Deus prometeu que nunca mais ocorreria outro dilúvio como aquele (Gênesis 9:11, Isaías 54:9), como simbolizado pelo arco-íris (Gênesis 9:13-17). Tem havido muitas inundações locais bastante destrutivas, que literalmente varreram muitas pessoas. O arco-íris é visto em todo mundo, indicando que a promessa se aplica a todo mundo. O dilúvio do Gênesis deve ter envolvido um nível de atividade diferente de qualquer coisa vista desde então.
Se o dilúvio foi local, a história bíblica do dilúvio não faz sentido. Não haveria necessidade de uma arca para salvar Noé e seus animais. Noé poderia ter migrado com seus animais para outra região para evitar o dilúvio local.
Alguns têm afirmado que a presença de uma camada de barro em algumas partes do vale da Mesopotâmia é uma evidência de um dilúvio local. Entretanto, esta camada de barro é encontrada apenas em algumas das cidades. Sem dúvida, a região foi inundada alguma vez, mas isto não tem nada a ver com o dilúvio dos tempos de Noé relatado em Gênesis.
5. Que problemas não resolvidos sobre o dilúvio são de maior preocupação?
Como um evento catastrófico conseguiu produzir a seqüência ordenada de fósseis que é observada? Por que os fósseis na parte inferior da coluna geológica parecem tão diferentes de qualquer coisa viva atualmente, enquanto os fósseis na parte superior da coluna são mais semelhantes às espécies que vivem agora? Por que alguns fósseis se apresentam numa série morfológica que se ajusta, de um modo geral, com a teoria da evolução? Como as plantas e animais chegaram ao local onde agora estão após o dilúvio?
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Notas para as perguntas sobre o dilúvio
Sugerimos aos interessados em mais detalhes sobre o Dilúvio a leitura do livro publicado pela SCB intitulado “Uma breve história da Terra”, de autoria do geólogo criacionista Dr. Nahor Neves de Souza Júnior.
1. Dubach H. W., Taber R. W. 1968. “Questions about the oceans”. Publication G13. Washington DC: U.S. Naval Oceanographic Office, p 35.
2. Odell N. E. 1967. “The highest fossils in the world”. Geological Magazine 104(1):73-74.
3. (a) Grieve R. A .F. 1987. “Terrestrial impact structures”. Annual Review of Earth and Planetary Sciences 15:245-270; (b) Grieve R. A .F. 1990. “Impact cratering on the Earth”. Scientific American 262(4):66-73; (c) Lewis F. S. 1996. “Rain of iron and ice”. NY: Helix Books, Addison-Wesley Publishing; (d) Gibson L. J. 1990. “A catastrophe with an impact”. Origins 17:38-47.
4. (a) Hasel G. F. 1975. “The biblical view of the extent of the flood”. Origins 2:77-95; (b) Hasel G. F. 1978. “Some issues regarding the nature and universality of the Genesis flood narrative”. Origins 5:83-98; (c) Davidson R. M. 1995. “Biblical evidence for the universality of the Genesis Flood”. Origins 22:58-73.

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