quinta-feira, 14 de julho de 2011

99 maneiras de amar sua mulher do modo que ela é

 
1. Comunique-se com ela; jamais a deixe de fora
2. Considere-a importante.
3. Faça tudo o que puder para compreender os sentimentos dela.
4. Interesse-se pelos amigos dela.
5. Peça sempre a opinião dela.
6. Dê valor ao que ela diz.
7. Não deixe de demonstrar sua aprovação e afeto por ela.
8. Seja amável e terno com ela.
9. Aprenda a responder aberta e verbalmente quando ela quer comunicar-se.
10. Conforte-a quando estiver deprimida. Por exemplo, coloque os braços em volta dela e segure-a por alguns momentos, sem advertências ou censuras.
11. Interesse-se pelo que ela acha importante na vida.
12. Corrija-a com amabilidade e ternura.
13. Permita que ela o ensine sem levantar suas defesas.
14. Separe tempo especial para passar com ela e seus filhos.
15. Seja digno de confiança.
16. Elogie sua mulher com freqüência.
17. Seja criativo ao expressar seu amor, quer em palavras ou atos.
18. Aceite-a como é; descubra que ela é única e especial.
19. Admita seus erros: não tema ser humilde.
20. Lidere sua família em relação espiritual com Deus.
21. Permita que sua esposa falhe; discuta o que houve de errado depois de tê-la consolado.
22. Tomem tempo para sentarem-se e conversar calmamente.
23. Faça passeios românticos.
24. Escreva-lhe ocasionalmente uma carta, dizendo-lhe o quanto a ama.
25. Surpreenda-a com um cartão ou flores.
26. Expresse quanto a aprecia.
27. Diga-lhe como se orgulha dela.
28. Dê-lhe conselhos de maneira amorosa quando vier pedi-los a você.
29. Defenda-a perante outros.
30. Prefira-a a outros.
31. Não permita que exerça atividades que superem sua capacidade emocional ou física.
32. Tome tempo para notar o que ela fez por você e para a família.
33. Compartilhe com ela seus pensamentos e sentimentos.
34.. Converse com ela sobre seu trabalho se estiver interessada.
35. Tome tempo para ver como ela passa o dia, no trabalho ou em casa.
36. Aprenda a gostar do que ela gosta.
37. Cuide dos filhos antes do jantar sempre que necessário.
38. Ajude-a nos serviços domésticos.
39. Compreenda as limitações físicas dela se tiverem vários filhos.
40. Discipline seus filho com amor e não com ira.
41. Ajude-a a alcançar seus objetivos – nos passatempos ou educação formal.
42. Trate-a como se Deus tivesse gravado em sua testa: “Manuseie com cuidado”.
43. Livre-se dos hábitos que a aborrecem.
44. Seja amável e solícito com os parentes dela.
45. Não compare os parentes dela com os seus de maneira negativa.
46. Agradeça-lhe as coisas que tiver feito sem esperar nada em troca.
47. Não espere que uma banda toque quando você ajudar na limpeza
da casa.
48. Veja se ela compreendeu tudo que você está planejando fazer.
49. Faça pequenas coisas para ela – um beijo inesperado, café na cama.
50. Trate-a como alguém de seu mesmo nível intelectual.
51. Descubra se quer ser tratada como fisicamente mais frágil.
52. Descubra do que tem medo na vida.
53. Veja o que pode fazer para eliminar seus temores.
54. Descubra o que a torna insegura.
55. Planeje o seu futuro juntos.
56. Não brigue por causa de palavras, mas tente descobrir os sentimentos ocultos.
57. Pratique cortesias comuns como segurar a porta para ela, despejar o café.
58. Verifique se ela não se sente confortável quanto à maneira como o dinheiro é gasto.
59. Convide-a para sair de vez em quando.
60. Segure sua mão em público.
61. Coloque o braço ao redor dela na frente de amigos.
62. Diga-lhe que a ama – com freqüência
63. Lembre-se das datas de aniversários de casamento, nascimento e outras ocasiões especiais.
64. Aprenda a gostar de fazer compras.
65. Ensine-a a caçar e pescar ou o que quer que você goste de fazer.
66. Dê-lhe um presente especial de tempos a tempos.
67. Não deprecie as características femininas dela.
68. Permita que ela se expresse livremente, sem medo de ser chamada de estúpida ou ilógica.
69. Escolha cuidadosamente as suas palavras, especialmente quando estiver zangado.
70. Não a critique em frente de terceiros.
71. Não deixe que ela o veja ficar entusiasmado com a aparência
física de outra mulher se isso a aborrece.
72. Tenha sensibilidade com relação a outras pessoas.
73. Faça com que sua família saiba que você quer passar um tempo especial com ela.
74. Prepare o jantar para ela de vez em quando.
75. Mostre simpatia quando ela fica doente.
76. Avise quando for chegar tarde.
77. Não discorde dela na frente dos filhos.
78. Leve-a para jantar e para passar o fim-de-semana fora.
79. Permita que ela tome tempo para conversar sozinha com as amigas.
80. Compre para ela o que possa considerar um presente íntimo.
81. Leia um livro recomendado por ela.
82. Faça-lhe perguntas específicas sobre o dia dela que indiquem que você sabe o que ela estava planejando fazer ( ex.: “Como foi sua consulta com o médico?” ).
83. Tente ouvir e fazer perguntas.
84. Planeje um programa com vários dias de antecedência, é preferível do que esperar até sexta à noite e perguntar o que ela quer fazer.
85. Faça elogios à aparência dela.
86. Demonstre empatia pelos sentimentos dela quando ela estiver aborrecida.
87. Ofereça-se para ajudá-la quando estiver cansada.
88. Quando ela falar com você, abaixe a revista ou desligue a televisão e dê-lhe sua atenção.
89. Observe quando ela está aborrecida ou cansada e pergunte o que ela tem para fazer. Então se ofereça para ajudar fazendo algumas das suas tarefas.
90. Diga-lhe quando você estiver planejando tirar uma soneca ou sair.
91. Quando você estiver fora da cidade, ligue para deixar um número de telefone onde poderá ser encontrado e para que ela saiba que você chegou bem.
92. Lave seu carro e limpe o interior antes de um programa com ela.
93. Ofereça-se para dar-lhe uma massagem nas costas, no pescoço ou nos pés ( ou todas as três ).
94. Não aperte o controle remoto para canais diferentes quando ela estiver assistindo televisão com você.
95. Quando estiverem de mãos dadas, não deixe que sua mão fique frouxa.
96. Sugira restaurantes diferentes ao saírem; não empurre para ela o peso de decidir aonde ir.
97. Crie ocasiões em que ambos possam se vestir a rigor.
98. Seja compreensivo quando ela se atrasar ou decidir.
99. Preste mais atenção nela do que nos outros em público.
por: Renato Varges

Pedro foi o primeiro Papa?


A alegação que os católicos romanos fazem de que o apóstolo Pedro foi o principal líder dos apóstolos - o primeiro papa - tem fundamento nas Escrituras?

Há um pensamento geral entre os católicos de que Pedro foi o apóstolo que recebeu de Jesus a tarefa primordial de liderar os seus companheiros e fundar a Igreja.

Este artigo foi elaborado exatamente no período das festividades conhecidas por “juninas”, em 2008, dentre as quais há um dia dedicado a Pedro. Na época, em entrevista a uma emissora de televisão da Paraíba, uma senhora católica afirmou sua fé e respeito por “São” Pedro, citando exatamente a passagem na qual ela acredita que Jesus comissionou o apóstolo a fundar a Igreja Católica. Outra entrevistada concluiu a referência ao texto bíblico, dizendo que Pedro é a “pedra” sobre a qual Jesus edificou Sua Igreja. 

As senhoras supra-citadas estavam fazendo referência à passagem do capítulo 16 do evangelho de Mateus, no verso 18, que diz: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Mas era mesmo isso que Jesus queria dizer? Podemos afirmar, sem sombra de dúvidas, que Jesus colocou em Pedro a liderança total sobre os demais apóstolos? A “pedra” a que Jesus Se referiu pode, realmente, ser entendida como sendo Pedro?

O presente estudo faz uma análise não exaustiva da passagem em questão, complementando com a pesquisa de outras referências bíblicas no Novo Testamento (ou NT), tentando chegar a uma conclusão para as questões inicialmente propostas sobre o papel real de Pedro na liderança da Igreja Cristã do tempo dos apóstolos. 

Evangelho de Mateus: Escrito em Aramaico ou em Grego?

Um dos pilares do ensinamento católico sobre o papel de Pedro na fundação da Igreja está no fato de Roma utilizar-se da língua aramaica para a passagem de Mt 16:18, na qual as palavras “Pedro” e “pedra” são grafadas da mesma maneira: “kepha”. Dessa forma, a Igreja Católica fundamenta-se dizendo que Jesus fez de Pedro a “pedra” sobre a qual o Senhor edificou a Igreja.

Há algumas referências ao texto hebraico de Mateus, ocorridas entre os chamados “Pais da Igreja”, que parece abonar o argumento católico. Dentre tais referências, uma relevante é aquela atribuída a Papias, considerado um dos discípulos diretos do apóstolo João. Eusébio de Cesaréia, historiador cristão dos primeiros séculos, falecido por volta do ano 340 d.C., cita o seguinte:

“Referente a Mateus, [Papias] diz o seguinte: ‘Mateus ordenou as sentenças em língua hebraica, mas cada um as traduzia como melhor podia’”. Baseado em referências patrísticas como esta é que a Igreja Católica fundamenta um dos seus principais argumentos acerca da interpretação de Mt 16:18 como Pedro sendo a pedra de edificação da Igreja, uma vez que, como citado anteriormente, no texto hebraico (aramaico) não há distinção entre “Pedro” (kepha) e “pedra” (kepha).

Porém os estudiosos não são unânimes em acreditar que Mateus escreveu realmente seu evangelho em aramaico (hebraico). Dentre os argumentos utilizados, podemos citar os seguintes: 

1. As várias citações que Mateus faz do Antigo Testamento não refletem uma única forma textual, ou seja, não são a própria versão de Mateus em aramaico tirada da Bíblia normalmente aceita pela Igreja Primitiva, que era a Septuaginta (LXX). 

2. O texto grego de Mateus não soa como uma tradução, pois apresenta muitas expressões que demonstram um profundo conhecimento do pensamento judaico, que os estudiosos chamam de “semitismos”.

O que tem sido aceito dentre importantes teólogos da atualidade é que Papias estava, na verdade, declarando que o “estilo” ou a “forma” literária utilizada por Mateus é que eram hebraicos, mas não a “escrita” em si. O Dr. David Alan Black, por exemplo, cita a pesquisa de J. Kürzinger na qual a expressão utilizada por Papias (traduzida por: “em língua hebraica”), foi hebraidi dialektō, que pode significar tanto “em língua hebraica” quanto “em estilo hebraico”, dependendo do contexto. Segundo a pesquisa acima mencionada, no contexto em questão, [Papias] estava explicando alguns problemas quanto ao estilo e/ou conteúdo de Marcos, pois esse relato não possuía nem o estilo judaico de Mateus nem o estilo literário normal de uma biografia grega como o relato de Lucas. 

Esse erro de interpretação da citação de Papias, cometido inclusive por Orígenes, acabou sendo perpetuado por escritores posteriores, levando ao pensamento atual entre alguns teólogos de que o evangelho de Mateus foi escrito em hebraico, o que parece estar mesmo descartado. 

Breve Exegese do Texto Grego de Mt 16:18

Adotando-se a evidência de que Mateus escreveu seu evangelho em grego, assim como os demais escritores do NT, podemos realizar uma exegese não exaustiva das palavras gregas utilizadas por Mateus para “Pedro” (petros) e “pedra” (petra), para verificarmos que Jesus não colocou sobre Pedro a fundação da Igreja.

O texto em português foi traduzido assim: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”

A respeitada tradução espanhola, Reina Valera, verte o texto da seguinte forma: “Mas yo también te digo que tú eres Pedro [PETROS, no grego]; y sobre esta roca [PETRA, no grego] edificaré mi iglesia, y las puertas del Hades no prevalecerán contra ella.”

A palavra grega “petros”, ocorrer 100 vezes no Novo Testamento, como original para o nome de Pedro (cf. 1Pe 1:1; 2Pe 1:1). Já “petra” ocorre apenas 4 vezes, sendo duas delas relacionadas diretamente a Jesus como sendo a Pedra (cf. 1Co 10:4; 1Pe 2:7-8).

Há um pensamento comum, porém não irrefutável, de que “petros” é uma referência a um “pedregulho”, uma pedra de menor importância; enquanto que “petra” é uma “rocha”, uma pedra de maior durabilidade. 

Partindo deste ponto de vista, na verdade Jesus quis dizer que Pedro era uma pedra menor, enquanto Ele, Cristo, é a verdadeira pedra (ou rocha) sobre a qual a Igreja seria edificada. 

Pedro Era Mesmo o “Chefe” dos Apóstolos?

Além do estudo das palavras gregas empregadas por Jesus, algumas evidências internas nos revelam que, caso Jesus tenha realmente colocado sobre Pedro a primazia entre os demais apóstolos e líderes da Igreja, esta não foi a interpretação que eles mesmos deram às palavras de Cristo. Vejamos algumas dessas evidências encontradas dentro do próprio texto bíblico:

1. Os discípulos permaneceram com insinuações de quem seria considerado como o “maior” entre eles (cf. Mc 9:33-35). Isso certamente não aconteceria, caso Jesus tivesse colocado sobre Pedro a supremacia pastoral.

2. Vemos em Mt 20:20-28 (claramente posterior à conversa do capítulo 16) que a mãe de Tiago e João fez um curioso pedido a Jesus: para que seus filhos fossem o n° 1 e o n° 2 no governo do reino de Cristo. Demonstrando claro descontentamento com tal pensamento, Jesus novamente expressa Seu desejo de que não haja este tipo de sentimento, onde um se considere superior aos demais. O conceito católico de “primo entre pares” parece encontrar aqui uma clara reprovação de Cristo.

3. No Concílio de Jerusalém (At 15:1-29), por exemplo, também não há evidências de que Pedro tenha presidido tal reunião de líderes da Igreja, o que seria lógico, caso fosse ele realmente o líder maior, como advogam os católicos. Vemos que Pedro teve um papel importante (v. 7), assim como também tiveram Barnabé e Paulo (v. 12), e Tiago (v. 13), que parece ter dado a palavra final sobre o debate teológico em questão. O próprio Pedro já havia mencionado o nome de Tiago com certo destaque no governo da Igreja (cf. At 12:17).

4. Paulo declara que não só Pedro, mas também Tiago e João, eram considerados “colunas” da Igreja (cf. Gl 2:9), o que mostra que a responsabilidade de liderança era dividida igualmente. E mesmo nessa citação, Paulo não menciona Pedro em primeiro lugar, o que poderia ter ocorrido caso houvesse alguma ordem de autoridade entre essas “colunas”.

5. Na mesma epístola aos Gálatas, Paulo cita um curioso evento no qual ele repreendeu Pedro na presença de todos os demais discípulos (cf. Gl 2:11-16). Como poderia o apóstolo Paulo, que nem mesmo fora um dos 12, ousar repreender teologicamente o “papa” da Igreja? Essa é mais uma fortíssima evidência de que Pedro não era considerado o maioral dos apóstolos, muito menos possuía a infalibilidade (ex-catedra), arrogada pelo bispo de Roma da atualidade. Paulo também condena aqueles que queriam colocar Pedro, ou qualquer outro, em posição de destaque (cf. 1Co 1:10-12).

6. O próprio Pedro se considerava um presbítero companheiro e igual aos demais (cf. 1Pe 5:1), o que mostra que ele não possuía tal pensamento de considerar-se melhor ou superior aos outros líderes. Aliás, há uma referência bíblica que demonstra claramente que não havia apenas um bispo em cada cidade, como quer a teologia católica, mas algumas delas poderiam ter vários, conforme, talvez, o tamanho de sua população convertida, como era o caso de Filipos (cf. Fp 1:1).

7. Interessante notar, ainda, que Pedro não é mencionado na carta de Paulo aos romanos, escrita por volta do ano 58 d.C. Isto pode ser uma forte evidência de que Pedro era, na verdade, um pregador itinerante (cf. 1Pe 1:1), e não o “bispo de Roma” como querem os católicos. Inclusive, Eusébio (citado acima) menciona que o primeiro “bispo” de Roma foi Lino (cf. 2Tm 4:21), logo após o martírio de Paulo e Pedro, considerados pelo historiador como os fundadores do evangelho em Roma. 

Uma Igreja Monárquica

Vemos que há um grande esforço na teologia católica em colocar sobre Pedro o fundamento humano da Igreja Cristã, sendo que, a partir dele, tal autoridade foi sendo transmitida ao longo dos séculos, de bispo para bispo, mantendo-se uma estrutura hierárquica forte, onde no topo da “pirâmide” de poder está o papa, líder supremo da cristandade, para os católicos.

Esta estrutura hierárquica robusta e consistente, que tem se mantido ao longo de quase 2 milênios, parece não ter surgido realmente na declaração de Cristo a Pedro, como pregam os católicos, mas em uma ambição meramente humana, nascida na mente de um imperador romano, pretensamente convertido à fé cristã. O professor católico Luis Aznar, faz um interessante comentário em uma edição do livro História Eclesiástica, de Eusébio:

Culminava então (313 AD) a carreira política do imperador Constantino para a monarquia universal e absoluta. A audaz empresa exigia uma mudança substancial na concepção forjada por Augusto e retocada por Adriano e Deocleciano... Constantino compreendeu que necessitava do apoio das tenazes comunidades cristãs para edificar o novo império. Assim, desde que foi proclamado imperador pelo exército, em 306, tomou sob sua proteção os cristãos e ingressou entre os que podiam escutar a leitura dos evangelhos nos templos. Porém seu pensamento era político e não religioso. Queria organizar as comunidades episcopais autônomas em uma igreja universal. 

Vê-se que o objetivo por trás da instituição da hierarquia da Igreja Católica, encabeçada pelo papa, era mais uma estratégia política de dominação (que realmente deu certo!), do que o cumprimento de uma orientação divina.

Resumo e Conclusão

Não há evidências conclusivas sobre a composição em aramaico do evangelho de Mateus. A hipótese da escrita nesta língua é defendida por alguns teólogos católicos, por facilitar o argumento de que Jesus colocou sobre Pedro a autoridade de fundamentar a Sua Igreja, conforme o texto de Mt 16:18. 

Porém, há fortes evidências de que o texto foi mesmo escrito em grego, no qual o “jogo” das palavras petros e petra pode indicar que Jesus colocou sobre Si mesmo, a pedra angular (cf. At 4:11; 1Pe 2:7), a autoridade única de fundamento da Igreja Cristã.

Há também, dentro do próprio texto do Novo Testamento, fortes indicações de que Pedro não exerceu a função de líder maior da Igreja, como pôde ser visto no Concílio de Jerusalém, no debate com Paulo acerca dos ritos judaicos para os gentios conversos, da não-citação de Pedro na epístolas aos romanos, entre outros pontos que foram aqui analisados.

Podemos concluir, então, que Pedro era um importante apóstolo de Cristo, com papel de destaque em diversos acontecimentos ocorridos nas primeiras décadas da Igreja. Entretanto, ele não assumiu o papel de um “papa”, nos moldes que a Igreja Católica defende, nos quais Pedro teria iniciado uma “linhagem” papal, que foi transmitida ao longo dos séculos a cada “bispo de Roma”, chegando até o atual papa Bento XVI. Pedro assumiu um papel relevante, sim, mas sem exercer supremacia sobre os demais apóstolos, bispos ou presbíteros da Igreja Primitiva.

A verdadeira Pedra sobre a qual Cristo edificaria Sua Igreja foi,
sem sombra de dúvidas, Ele mesmo (cf. At 4:11).

Para pegar uma cópia do artigo original, com as fontes bibliográficas, clique aqui.

A origem dos idiomas e a Torre de Babel

Antes de Deus confundir a língua dos homens na torre de Babel, já existiam diversas línguas?
Como podemos saber se Deus realmente responde as nossas orações?
É necessário o batismo ou apenas aceitar Jesus é suficiente?
Qual a orientação bíblica quanto ao batismo?
O ser humano pode chegar à perfeição?
Quando morremos ficamos dormindo ou no purgatório?
Há algum embasamento bíblico que apóie a teoria da transubstanciação?
Jesus invalidou o quarto mandamento quando conversou com o jovem rico sem citá -lo?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Orar por Alimentos Imundos? (1Tim. 4:1-5)

I TIMÓTEO 4:1-5

“Mas o espírito expressamente diz que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento, e ordenam a abstinência de alimentos que deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porque tudo o que deus criou é bom, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças; porque pela palavra de deus, e pela oração, é santificada”.

É muito comum algumas pessoas se apegarem a esta passagem da Bíblia para justificarem o fato de que, segundo elas, a "nova aliança" (ou "dispensação" para os mais "chiques") não exige mais a obediências aos princípios alimentares do Antigo Testamento (cf. Lev. 11).

Mas... é isso mesmo?
Alimentos declarados como imundos na Bíblia são purificados pela oração?

Há dois problemas com esse tipo de interpretação:

1. A contradição com outras passagens da Bíblia:
  • Isa. 66:17 - “os... que comem carne de porco, coisas abomináveis e rato serão consumidos, diz o Senhor”.
  • Salmo 89:34 - “...não alterarei o que saiu dos Meus lábios”.
  • 2Cor. 6:17 - “...não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei” (Isa. 52:11; Deut. 14:8).
  • Apoc. 18:2 - “...babilônia, ...esconderijo de toda ave imunda e detestável”.
2. Muito dificilmente os defensores dessa posição comeriam, mesmo com oração, certos animais. Teríamos também que admitir a prática do canibalismo, se os canibais apenas orarem antes de comer. Absurdo!

Analisando o texto

“Mas o espírito expressamente diz que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento, e ordenam a abstinência de alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porque tudo o que Deus criou é bom, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças; porque pela palavra de deus, e pela oração, é santificada” (grifos acrescentados).

1. Apostasia da fé, doutrina de demônios, mentira - podemos dizer que as orientações bíblicas sobre alimentação são de natureza “apóstata”, “demoníaca” ou “mentirosa”? É claro que não!

  • Em Lev.11 é onde estão as leis sobre animais limpos e imundos, e o texto começa com a expressão “disse o Senhor a Moisés...”.
2. Proibir casamento - os que gostam de criticar a Igreja Adventista por defender os princípios de saúde do AT ficam com uma grande dificuldade aqui, pois a IASD não pratica o celibato.

3. Quais os alimentos que Deus criou para os fiéis que conhecem a verdade?

  • Gên. 6:9 diz que Noé era justo, íntegro e andava com Deus. Noé era um fiel e foi o primeiro (mencionado na Bíblia) a conhecer a verdade sobre os animais limpos e os imundos (7:1-2).
A Bíblia faz separação entre os alimentos dos fiéis e dos infiéis

  • Deut. 14:21: “não comereis nenhum animal que morreu por si. Podereis dá-lo ao estrangeiro [infiel], que mora nas vossas cidades, ou vendê-lo ao estranho. Mas vós sois povo santo [fiel] ao Senhor vosso Deus”.

4. Tudo o que Deus criou é bom? Sim, mas nem tudo se come!

  • Prov. 16:4: “O Senhor fez todas as coisas para determinados fins e até o perverso, para o dia da calamidade”.
Sendo assim, Deus fez tudo bom:
  • Os vegetais - para alimento, antes do dilúvio (Gên. 1:29).
  • Certos animais - para alimento após o dilúvio (Gên. 9:3).
  • Outros animais - para ornamentação, cargas, limpeza, equilíbrio ecológico, etc. (mas não para alimentação).
5. Oração e ação de graças

Em 1Tess. 5:18 somos admoestados a dar graças a Deus por tudo.
Algumas mudanças operadas pela oração:
  • Êx. 15:23-25 - águas amargas ficaram doces.
  • Êx. 17 - da rocha jorrou água.
  • 2Reis 2:19-22; 4:38-41 - o veneno da sopa e das águas foi neutralizado.
  • Marcos 16:18; Atos 28:3-6 - o veneno de serpentes e em bebidas perdeu o efeito.
Mas não há NENHUM relato na Bíblia que nos faça crer que, pela oração, um animal imundo, vivo ou morto, tenha sido transformado em animal limpo.Só se for em livros apócrifos...rsrs

Na visão simbólica de Pedro em Atos 10 (também muito usado pelos que gostam de comer todo tipo de alimentos imundos), não são os animais, mas os gentios (que eram considerados como animais pelos judeus) que são purificados (v. 28).

A que Paulo, então, se refere em 1Tim. 4:1-5?

Houve uma heresia grega que floresceu no seio do cristianismo primitivo, chamada de gnosticismo, que entre outras coisas afirmava ser a matéria (corpo) algo mau.
Sendo assim, alguns renegavam a tudo o que fosse material, como certos alimentos (para eles eram criados por uma divindade inferior), e o casamento. Simpatizantes destes pensamentos gnósticos chegaram a afirmar até que Jesus não tinha um corpo, apenas “parecia ter”, caso contrário Ele não poderia ser considerado um perfeito Messias.

Outros se entregavam às mais degradantes práticas, por crerem que não importava o que fizessem com o corpo, pois isso não afetaria seu espírito.
Portanto, o que Paulo estava atacando era este movimento filosófico que tentava impor regras de vida para as pessoas, não como tentativa de adoração ao Senhor, mas sim como meio de “maltratar” e subjugar a carne – o corpo.

Nada tinha que ver com os alimentos imundos descritos em todo o restante das Escrituras.

Por mais que os descrentes (e até alguns "crentes") desejem justificar seus maus hábitos alimentares, jamais poderão usar a Bíblia para isso, pois ela sempre defendeu o uso de uma alimentação saudável, equilibrada e livre de artigos condenados pelas leis divinas.

OBS.: Fiz neste texto uma adaptação de um material elaborado a algum tempo, porém não sei quem foi o autor original, por isso não citei as fontes.

O Uso do Véu em Corinto

Deve a mulher cristã usar véu na igreja hoje?
(Adaptado)
É comum encontrarmos em algumas de nossas Igrejas, pessoas com dúvidas sobre o uso do véu feminino dentro do templo, com base em declarações do apóstolo Paulo. Como é certo que não podemos confundir princípios com costumes, precisamos analisar até que ponto as orientações de Paulo à igreja de Corinto, no que se refere ao uso do véu pelas mulheres, também são aplicáveis à igreja cristã da atualidade, inclusive a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Vamos, primeiramente, analisar um pouco sobre a situação da igreja de Corinto na época do apóstolo.

Com base em informações levadas a Paulo pelos da família de Cloé (1Cor. 1:11), o apóstolo ficou sabendo do espírito divisionista com que vários setores da igreja se identificavam com líderes específicos (1:10-17). Outros pontos abordados por Paulo em sua primeira epístola podem também ter sido relatados a ele pela casa de Cloé, ou por outra fonte (talvez Estéfanas, Fortunato e Acaico – 16:17). Foram eles:
1. Alguns que recaíam aos antigos hábitos da vida (cap. 5)
2. Haviam dúvidas sobre o matrimônio (cap. 7)
3. Problemas quanto ao consumo de comidas sacrificadas a ídolos pagãos (cap. 8)
4. Haviam aqueles que estavam participando de forma errada da Ceia do Senhor (11:17-34)
5. Os dons espirituais estavam trazendo confusão ao culto público, especialmente o dom de línguas (cap. 14)
6. Outros não criam na ressurreição e em temas relacionados a ela (cap. 15)
7. E também haviam problemas referentes à participação pública das mulheres no culto (11:2-16)

Vê-se que na igreja de Corinto Paulo enfrentou problemas que não surgiram nas demais igrejas. Ele não preocupa-se em escrever sobre a maioria destes temas às outras igrejas, mas somente a Corinto. Isso mostra que esta igreja passava por uma crise doutrinária e de costumes, que refletia muito bem a situação cultural e religiosa da época e do local.

Vamos analisar aqui, particularmente, a exortação de Paulo às mulheres cristãs de Corinto, com relação ao uso do véu. Por que ele tratou desse tema naquela igreja? O mesmo conselho do apóstolo (para que as mulheres usem véu sobre a cabeça durante o culto público) tem validade universal para todas as igrejas cristãs?
Para responder a estas perguntas, vamos estudar primeiro um pouco sobre dois pontos importantes:

1) a maneira como as mulheres se trajavam na época;
2) o significado do véu naquela circunstância.

Um antigo costume
Na Antigüidade, a mulher carregava no corpo um sinal da autoridade do marido. Esse sinal era o véu. Esse mesmo costume prevalece até hoje entre alguns povos do Oriente. Nestes lugares, a mulher honesta não deve aparecer em público sem o véu, ou algo correspondente. No Irã, por exemplo, se usa o xador; no Afeganistão, os Talibans criaram a burca (um vestido comprido que cobre até os olhos); na Arábia Saudita, uma mulher pode até apanhar de chicote, caso esqueça o véu em casa.

O significado do véu
Era um sinal da honra e da dignidade das mulheres (Gên. 24:65; Cant. 4:1). Também considerava-se o véu um sinal de subordinação da mulher ao marido, por isso que não o usavam as mulheres de luto, as prostitutas e as esposas infiéis.
No tempo dos apóstolos, esse costume ainda era largamente praticado, mas parece que em Corinto um movimento de libertação feminina estava se iniciando e tirando a paz da igreja. Por isso, as mulheres estavam tirando o véu no culto público, por sentirem que o Evangelho as libertava do “jugo” do marido. Isso estava causando intrigas nos lares e na igreja, e estava também repercutindo mal na comunidade, pois as pessoas que presenciavam os cultos cristãos escandalizavam-se por ver mulheres sem véu (ou seja, "indecentes" e "desonradas") tomando parte no culto. Seria realmente aquela uma religião própria para mulheres honestas e fiéis, ou tratava-se de uma seita formada por prostitutas? Era a crítica normal feita à igreja.

Então, como vimos anteriormente, o problema chegou ao conhecimento do apóstolo Paulo, que escreveu a carta para orientar à igreja sobre este tema, entre outros.

A orientação de Paulo
Primeiramente, o apóstolo preocupa-se em reafirmar o princípio bíblico da igualdade entre os sexos (7:3-4). Mas, ele também confirma que o homem deve ser o “cabeça” da mulher, apesar da igualdade entre ambos (11:3). Em seguida, o apóstolo orienta que as mulheres cristãs seguissem o costume do uso do véu, próprio naquela cidade e ocasião (v. 6). Vê-se que o véu não era para todas as igrejas, mas para aquelas fundadas em lugares, especialmente no Oriente (como era o caso de Corinto), onde seu uso significasse submissão feminina ao marido, como manda a Escritura (Gên. 3:16).
Nos vv. 4-16 Paulo trata do tema de cobrir a cabeça, especialmente em relação com os serviços religiosos. Esta realmente é uma das passagens de Paulo à qual bem podem ser aplicadas as palavras de Pedro, de que Paulo escreveu "algumas" coisas "difíceis de entender" (2Pe 3:16), por isso precisamos estudá-la livre de preconceitos ou idéias preconcebidas. Devemos deixar que o contexto da passagem fale o que ela realmente significa.

Paulo proclamava uma nova e gloriosa liberdade no Evangelho. Essa proclamação tinha em si a semente do princípio cristão da dignidade do sexo feminino e sua liberação da condição degradada em que eram tidas as mulheres nos países pagãos. O apóstolo declarou: "Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há varão nem mulher; porque todos vós são um em Cristo Jesus" (Gál. 3:28). Essa deveria ser a prática na vida social da Igreja que estava dando seus primeiros passos.
Porém, uma revolução social tão marcante não aconteceria sem problemas. Seria fácil ver como algumas mulheres convertidas ao cristianismo poderiam distorcer e usar mal sua liberdade no Evangelho para causar descrédito à igreja. Uma das difamatórias e infundadas acusações que se apresentaram contra o cristianismo, à medida que este se difundia e que despertaram o ódio de muitos, foi que os cristãos eram imorais. Não há dúvida de que esta acusação já podia haver-se espalhado nos dias de Paulo. Por isso era muito necessário que os cristãos se abstivessem "de toda espécie de mal" (1Tes. 5:22), e que recordassem o conselho adicional de seu professor: que embora certo proceder seja lícito, pode não ser conveniente (1Co 6:12). Mesmo que o Evangelho libertasse as mulheres de sua condição humilhante (mas, não descartava a autoridade que o marido deveria manter sobre a família), elas não deveriam utilizar esta “liberdade” para agir no culto público de forma a trazer escândalo, como acontecia com o abandono do uso do véu.

Esta análise do contexto da 1ª epístola aos Coríntios não deve ser desconsiderada, se queremos realmente obter a mensagem que o apóstolo tinha em mente ao falar àquela igreja.
O uso do véu por si só não produz honra, pois prostitutas também chegaram a usá-lo no passado (Gên. 38:14-15). O que as mulheres cristãs mais deveriam se preocupar era com a decência do vestuário, pois ele seria uma demonstração do caráter da mulher que se apresentava para participar do culto (1Tim. 2:9).

Da mesma forma, os cabelos compridos, somente, também não trazem honra, pois a mulher que enxugou os pés do Senhor Jesus, o fez com os próprios cabelos, que eram muito grandes, entretanto sabemos que sua honra não era das melhores (Jo 11:2; Lc 7:37-39). Quanto aos homens, nos dias de Paulo o costume entre os judeus, gregos e romanos era levar o cabelo curto. Entre os israelitas se considerava como vergonhoso que um homem tivesse o cabelo comprido, a menos que tivesse feito o voto de “nazireado” (Núm. 6:1-5).

COSTUMES (locais) X PRINCÍPIOS (universais)
O tema do uso do véu, na verdade, deve levar-nos a analisar o princípio envolvido por trás da exortação do apóstolo, pois bem sabemos que os costumes culturais variam com o passar do tempo; os princípios envolvidos, não. Por exemplo:
1. Deus mandou que Moisés retirasse as sandálias dos pés, pois o local em que estava era terra santa (Êx 3:5). Algumas religiões orientais seguem o mesmo costume ainda hoje, tirando os calçados quando vão entrar no templo para adoração. A ordem de Deus indica que temos que tirar o calçado quando nos aproximamos dEle em adoração? Devemos obedecer a mesma “ordem” ainda hoje? É claro que não, pois a mesma não aparece em nenhum outro momento, sendo que nem Jesus nem os apóstolos determinaram que essa deveria ser uma prática para a igreja mundial. Precisamos entender o princípio envolvido: reverência, respeito, humildade e submissão. Os costumes podem variar de cultura para cultura, mas o princípio da reverência é universal.
2. Para a problemática igreja de Corinto, Paulo também adverte que as mulheres deveriam ficar “caladas” na igreja (1Co 14:34). Seria este um conselho a ser seguido para todas as igrejas? Não. Se assim o fosse, ele o teria enviado às demais, mas enviou apenas para a de Corinto, o que mostra o caráter local dessa determinação. O princípio é o mesmo do uso do véu e da manifestação ordenada do dom de línguas – manter um culto reverente e livre de aparência do mal, evitando que se traga opróbrio à Igreja de Deus.
3. Os homens também deveriam cobrir a cabeça quando fossem ler as Escrituras (2Cor 3:14-16). Devemos seguir o mesmo costume hoje? O próprio Paulo diz que não, pois os judeus que faziam isso em sua época o faziam por não conhecerem a liberdade trazida pelo evangelho, como o próprio apóstolo declara (v. 16). O princípio envolvido aqui, mais uma vez, é a reverência para com o Senhor.
4. E o que dizer do ÓSCULO SANTO (cf. Rom. 16:16; 1Cor. 16:20; 2Cor. 13:12; 1Tess. 5:26)?
Poucos são os "barbados" que adoram buscar pretextos nos costumes bíblicos (a exemplo do uso do véu, mulheres caladas na igreja, etc.), e que estão dispostos a sairem trocando beijinhos com seus "irmãos bigodudos".

RESUMO
Após analisarmos o contexto das afirmações de Paulo sobre o uso do véu na igreja de Corinto podemos entender, livres de concepções pré-estabelecidas, que o uso do véu era um costume adequado àquela época, mas que não precisa ser observado na maioria das igrejas cristãs atuais, com exceção daquelas que estejam situadas em comunidades nas quais o véu seja um símbolo de recato, pudor e submissão da mulher ao seu marido, o que não é o caso do Brasil.
Temos, então, a seguinte compreensão para a passagem que trata do uso do véu em Corinto:

1Co 11:5 – “Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada.”
A mulher que se apresentasse sem o véu, estava desonrando a si mesma, pois seria considerada de má fama, como acontecia com aquelas que raspavam a cabeça.

11:6 – “Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o cabelo. Mas, se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-lhe usar véu.”
Se a mulher achava que tinha a mesma liberdade do homem para não usar o véu, então que também cortasse o cabelo como os homens cortavam. Mas isso seria ainda mais desonroso para ela. Então, o mais sensato seria usar o véu no culto público.

11:7 – “Porque, na verdade, o homem não deve cobrir a cabeça, por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem.”
O véu simbolizava a submissão que a mulher deveria ter em relação ao marido. Como o homem era feito à própria imagem de Deus (vv. 8-9), ele não deveria usar o véu, mas a mulher sim, pois ela estava em uma posição de respeito e submissão ao seu marido.

11:10 – “Portanto, deve a mulher, por causa dos anjos, trazer véu na cabeça, como sinal de autoridade.”
Os anjos estavam (e estão) presentes nas reuniões de adoração ao Senhor. As mulheres de Corinto que compareciam a estas reuniões sem usarem o véu estavam desonrando a presença dos anjos, pois estavam, aos olhos do mundo, rebelando-se contra a autoridade devida aos seus respectivos maridos.
Nos vv. 11-12 Paulo mostra que, apesar dessa sujeição da mulher ao homem, eles devem entender que ambos estão ligados entre si, pois no evangelho não há mais a condição feminina humilhante que havia anteriormente.

11:13 – “Julgai entre vós mesmos: é próprio que a mulher ore a Deus sem trazer o véu?”
Após explanar a necessidade do véu, Paulo faz uma pergunta retórica para que seus leitores vissem por si mesmos a necessidade de colocarem o assunto em sua correta direção. Depois do que Paulo explicou, a única resposta para tal pergunta seria “não”, ou seja, a mulher comprometida que viesse participar do culto público em Corinto deveria usar o seu véu.

11:14 – “Ou não vos ensina a própria natureza ser desonroso para o homem usar cabelo comprido?”
Paulo lembra seus leitores de que a ordem natural das coisas (PHUSIS, em grego) demonstra que o uso do cabelo comprido do homem, naquela época e lugar, era considerado desonroso. Houve outros momentos da história em que homens poderiam usar cabelo comprido e não eram considerados sem honra, pelo contrário, eram tidos como mais abençoados e santificados que os demais, por exemplo: Sansão, João Batista e o próprio Jesus Cristo.

11:15 – “E que, tratando-se da mulher, é para ela uma glória? Pois o cabelo lhe foi dado em lugar de mantilha.”
A palavra “mantilha” é a tradução do termo grego PERIBOLAION, que significa “cobertura”. A natureza, ou seja, o costume social aceito correntemente, era de que a mulher deveria utilizar o cabelo comprido para se distinguir dos homens. O cabelo longo seria um sinal de sua feminilidade.

11:16 – “Contudo, se alguém quer ser contencioso, saiba que nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.”
Paulo não deseja que o sentimento de contenda faça parte da Igreja de Deus. Ninguém deveria utilizar os temas polêmicos para distrair a igreja do seu real objetivo – pregar o evangelho. Alguns utilizavam as reuniões para semear discórdias e levar os irmãos a afastarem-se do propósito principal (vv. 17-19).

Portanto, percebe-se claramente que o uso do véu era sim uma obrigação para as mulheres de Corinto, defendida exaustivamente pelo apóstolo Paulo.Porém, como explicado neste estudo, tal obrigação não se aplica a todas as demais igrejas cristãs, especialmente aqui no Brasil, onde o véu não é considerado um símbolo de respeito e submissão da esposa para com o seu marido.

Fonte: Gilson Medeiros

Lei e Graça: Antes da Cruz e Depois da Cruz


 

Pré-Cruz ou Pós-Cruz?

Mas – vem a objeção – Paulo não disse claramente aos romanos, que não estavam mais “debaixo da lei” mas “debaixo da graça?” Sim, disse. Mas com tais expressões queria ele acaso dizer que não necessitamos guardar os mandamentos contra o adultério, a idolatria, o homicídio, o roubo, a mentira, etc., enfim o conteúdo do Decálogo?
De modo nenhum, pois os argumentos narrados na mesma epístola são contrários a essa desastrosa conclusão. Leia por exemplo os capítulos de Romanos 3:31; 7:12 e 14; 7:22 e outras passagens. Analisaremos, com muita atenção, o verdadeiro sentido da expressão de Paulo. Qual o assunto que Paulo tinha em mente ao escrever aos crentes de Roma?
Estaria ele querendo diferenciar a lei do Velho Testamento e a lei do Novo Testamento? Não! Queria ele estabelecer conflito ou contradição entre a lei e graça? Também não! Estaria indicando várias maneiras de salvação? Não!! Romanos 3:31.
 Então a que se referia o apóstolo, ao dizer “debaixo da lei” e “debaixo da graça”?
 Referia-se à mudança do que ocorre no indivíduo por ocasião de sua conversão, mudança do “velho homem” para o “novo homem”, do pecado para a santidade, da condenação fatal para a graça livradora.
Paulo está se dirigindo a homens crentes, a cristãos batizados, a homens convertidos. Não a ímpios, pagãos ou a transgressores da lei divina. Leia Romanos 6:1 a 5. E prossegue o verso 6: “sabendo isto que o nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não mais sirvamos o pecado”. Claro como a luz que o capítulo se refere à conversão e não à mudança de dispensações. Notemos cuidadosamente o que ele diz: “assim também considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6:11).
A respeito de quem se afirma isso? Somente a respeito do homem convertido – membros da igreja de Roma, que não mais transgrediam a Lei, pois viviam em harmonia com ela. Paulo os exorta a não mais volverem ao pecado. “Não reine, portanto o pecado, em vosso corpo mortal…” (v. 12). Pecado – como define a Palavra de Deus – é transgressão da Lei [Dez Mandamentos] (I João 3:4). Paulo está exortando os romanos a não se deixarem arrastar pelas paixões carnais, voltando assim a transgredir a Lei de Deus. E no (v. 14): “Porque o pecado não terá domínio sobre vós… Por quê? Por que a lei foi abolida? Não. Mas porque já tinham abandonado o pecado, cessaram de transgredir a Lei.
O próprio argumento de Paulo mostra, de modo inequívoco, que era precisamente isto que ele queria dizer. “…o pecado não terá domínio sobre vós, porque não estais debaixo da lei (não mais a transgredis, não estais mais sujeitos à sua condenação, não colocais debaixo dela como antes) mas debaixo da graça (do favor imerecido que Deus vos concedeu de serdes redimidos por Cristo).”
 O sentido exato e completo do v.14 é este: “tendo abandonado os vossos pecado, tendo cessado de quebrar a Lei, tendo crido em Cristo e sendo batizados, vós agora não sois mais governados pelos pelo pecado ou pelas paixões, nem sois condenados pela Lei, porque achastes graça à vista de Deus, que vos concedeu este favor imerecido, e os vossos pecados foram apagados.”
Claríssimo! Portanto, não estar debaixo da lei, é não estar sobre a sua condenação. Não há conflito entre Lei e Graça. “Por quê? Pecaremos (isto é transgrediremos a lei) porque não estamos debaixo da lei (da sua condenação) mas debaixo da graça (do favor divino)? De modo nenhum.” Portanto, a própria conclusão do apóstolo Paulo destrói inteiramente a tese de um suposto conflito entre Lei e Graça. Mesmo porque se “não estar debaixo da lei” significa que não devemos obedecer-Lhe, segue-se portanto que podemos transgredir-la à vontade. Porém Paulo destrói imediatamente esta idéia blasfema com um categórico “De modo nenhum!”.
Credenciada autoridade evangélica sentenciou, com relação a Romanos 6:14: “A graça não importa em liberdade para pecar, mas numa mudança de senhores, e numa nova obediência e serviço. A graça não anula a santa Lei de Deus, mas unicamente a falsa relação do homem para com ela.” 1
Outra passagem – muito ao gosto dos negadores da lei – é Gálatas 5:18: “… se sois guiados pelo Espírito não estais debaixo da lei.” Também neste caso, quais os que não estão debaixo da lei? Somente os que são guiados pelo Espírito, ou seja convertidos, os fiéis, os crentes, os que não seguem as concupiscências, os que não transgridem a Lei de Deus – em suma os que não cometem pecado. Os ímpios os pecadores não são guiados pelo Espírito, por isso eles estão debaixo da lei, da sua condenação, porque as transgridem. Não há aí a mais leve alusão de abolição da Lei de Deus. Só uma interpretação obtusa conduziria a tal conclusão.
Consideremos agora a absurda interpretação de alguns. Dizem que pela expressão “não estamos debaixo da lei” Paulo quis dizer que a lei foi abolida e, portanto, não precisamos mais cumprir os seus preceitos. Passou a lei, sua época e sua função – segundo dizem. Ora, se isto é verdade, então ninguém está debaixo da lei, quer seja ou não guiado pelo Espírito. Daqui não há como fugir. Mas Paulo combate este erro, declarando explicitamente que a fim de não estarmos debaixo da lei, temos que ser guiados pelo Espírito.
A idéia de se estar “livre da lei” e de sua obediência não é nova. Ela surgiu, pela primeira vez, em 608 A.C., aproximadamente, nos tempos do profeta Jeremias. Naquele tempo, este argumento indigno foi empregado pelo rebelde povo de Judá a fim de justificar a sua transgressão da lei de Deus. Consulte-se, de preferência nas versões Brasileiras ou Trinitária, a repreensão de Deus ao Seu povo, em Jeremias 7: 8 a 10: “Eis que vos confiais… furtareis, matareis, adulterareis… e direis: fomos livrados a fim de fazer todas estas coisas.”
 Um fato inegável: os cristãos de qualquer denominação crêem que eles não devem jurar, matar, furtar, mentir, cobiçar, etc. Em outras palavras, crêem que devem guardar os mandamentos. Os adventistas crêem o mesmo, com a diferença que o fazem em relação a todo o Decálogo, incluindo necessariamente o quarto mandamento.
Ora, se nós, os Adventistas do Sétimo Dia, estamos “debaixo da lei” porque cremos na guarda dos Dez Mandamentos, então os demais cristãos estão nove décimos (ou noventa por cento) debaixo da lei, pelo fato de guardarem nove preceitos do Decálogo. “Coerência, és uma jóia.”
Outro fato de suma gravidade: costuma-se usar a expressão “não estar debaixo da lei” mas “debaixo da graça” unicamente para se “justificar” a desobediência ao quarto mandamento. Ninguém a emprega para justificar a quebra de outros mandamentos do Decálogo. Cremos honestamente que aqueles que a usam para fugir a guarda do sábado, não sentem nenhum desejo de roubar, matar ou adulterar. Certamente que essas coisas lhes causam horror. Mas, com tal atitude, apenas provam que não é o mandamento de Deus que os inibe de fazer de adulterar, matar, cobiçar, etc., mas sim a educação que receberam, a vigilância social e a opinião pública. Se a prática desses horríveis pecados fosse coisa aceita (como o eram em alguns ritos bárbaros), então não hesitariam em dizer que praticariam tais coisas porque “não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça”.
 A tal extremo conduz o anominianismo, servindo-se de suas bases capciosas de argumentação. Note-se que há índios e nativos canibais que matam impiedosamente e a sua consciência não os acusa. Erro grosseiro é supor que a guarda dos mandamentos é questão de consciência. A religião cristã não se baseia na consciência, mas é uma religião revelada. Está escrito o que devemos fazer, e o que devemos evitar de fazer e isto é cumprido quando o Espírito nos toca o coração. A consciência, muita vezes, mesmo crendo estar sendo dirigida por Deus, acomoda-se. A consciência não é um guia seguro. O seguro está na revelação. Vamos cumpri-la. A Escritura tem muito a dizer sobre a consciência, como base precária e enganosa. A Bíblia fala de “consciência cauterizada” (I Timóteo 4:2), consciência “fraca” (I Coríntios 8:7). Somente a revelação divina não se cauteriza nem se enfraquece. É inalterável porque o seu elemento é só divino.

Referências

1. Vincent, Word Studies, vol. 3, pág. 11.
Fonte: Artigo extraído do Livro O Selo de Deus na Lei, no capítulo 16

Lei e Graça no Mundo Religioso



“No mundo religioso tem sido ensinada uma doutrina de graça tão errônea que não é nada menos que uma doutrina de desgraça. O Salvador tem sido mais apresentado como Alguém que nos livra de guardar os Mandamentos de Deus, do que Aquele que nos salva de os transgredir. Uma chamada fé dessa espécie tem sido apresentada como substituto da obediência à santa Lei de Deus.” 1
É deveras lamentável que o mundo chamado cristão apresente um tipo de graça que tem mais o sentido de indulgência ou de um manto acobertador de certas iniqüidades do que propriamente o dom divino que consiste em amorável oferecimento de salvação aos transgressores da Lei Moral.
A tecla surradíssima da lei contra a graça [a maior deturpação teológica dos tempos] é insistentemente batida por muitos. Chama-se a isto dispensacionalismo, que pretende definir duas épocas distintas, uma da lei, outra da graça – idéia que hoje é desprezada pelos mais cultos pesquisadores do Livro Santo. Afirma-se que a lei foi abolida e substituída pela graça. Afirma-se que não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça, dando a entender que uma coisa destruiu a outra. Como vamos demonstrar, só mesmo uma irremediável vesguice teológica poderia estabelecer contradição entre a lei e a graça, ou entre a lei e o evangelho.
Precisamos considerar o legítimo conceito da graça. Não vamos entrar em terreno especulativo. Não consideraremos, por exemplo, a graça “universal” como a entendia Wesley; nem o conceito restrito de Armínio ou a singular graça “da criação”, defendida por Pelágio. Para maior luz do assunto, temos que nos distanciar desses backgrounds teológicos discordes e até rebarbativos. Vamos analisar a deturpação do conceito de graça, como se observa nos dias atuais, para “justificarem” a não-observância dos mandamentos de Deus.

O que é graça?

Responde, com propriedade, o teólogo A. H. Strong: “A graça é favor imerecido concedido aos pecadores.” 2
É uma atitude de liberdade divina, generosidade inefável, concedendo-nos a salvação como um dom, já que estávamos irremediavelmente condenados. É uma oportunidade conferida aos pecadores e que tem o sentido de uma dívida perdoada, de um perdão concedido, de uma libertação sem paga, de um jugo desatado, de uma carga retirada dos ombros. Graça é a mais alta expressão do amor de Deus, que se tornou objetiva no sacrifício oblativo de Jesus em favor dos pecadores, ou seja, da transgressão da lei divina.
 A lei é existente. Condena. E justamente porque ela traz condenação e não provê salvação, temos que apelar para a graça. Definindo a relação entre a lei e a graça, disse Agostinho: “A Lei é dada para que a Graça possa ser exigida; a Graça é concedida para que a Lei possa ser cumprida.” 3
→ “A graça, contudo, não deve ser entendida como se ab-rogasse a lei, mas sim como reafirmando-a e estabelecendo-a (Romanos 3:31 ‘estabelecemos a lei’). A graça assegura o perfeito cumprimento da lei, removendo da mente de Deus os obstáculos ao perdão, e habilitando o homem a obedecer (Romanos 8:4 ‘para que a justiça da lei se cumpra em nós’).” 4
→ “Assim a revelação da graça, conquanto esta compreenda e inclua em si mesma a revelação da lei, acrescenta algo diferente em espécie, a saber, a manifestação do amor pessoal do Legislador. Sem a graça, a lei tem apenas um aspecto exigente. Somente em harmonia com a graça, ela se torna ‘a lei perfeita da liberdade’ (Tiago 1:25).” 5
E a Lei mencionada por Tiago 2:10 a 12 é insofismavelmente o Decálogo.
De fato, como foi dito, se a lei tivesse sido abolida, não haveria transgressão e, necessariamente, não haveria condenação. E não havendo condenação, não há necessidade de graça. Sem lei não há graça. Uma pressupõe a outra. A graça, além de nos salvar da condenação da lei, habilita-nos a viver em harmonia com os preceitos celestiais, com o padrão divino. Não há contradição mas uma interdependência entre lei e graça. Elas se harmonizam e completam-se em suas funções:
“Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar, segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio desde os tempos eternos, mas agora manifesto e, por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus, eterno, dado a conhecer a todas as nações para obediência da fé; ao único Deus sábio seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.” (Romanos 16:25 a 27)
→ É errôneo crer que, depois de Cristo, a graça suplantou a lei, substituiu-a, anulo-a, destruiu-a. É errôneo afirmar que, com a morte de Cristo, findou-se a jurisdição da lei, iniciando-se a da graça. Infelizmente é assim que muitos entendem o “estar debaixo da lei” e o “estar debaixo da graça”, realçando que a graça existe da morte de Cristo para cá. Se isso fosse verdade, gostaríamos de perguntar como se arrumaram os pecadores dos tempos do Velho Testamento? Como se teriam salvo? Este ponto não pode ser passado por alto, porquanto as Escrituras ensinam clarissimamente que a salvação é obtida unicamente pela graça.
E se a graça não existia antes da cruz, segue-se que os pecadores que viveram nos tempos patriarcais e posteriores não se salvaram. Viveram antes da graça, para sua perdição. Ou – como querem alguns – os pecadores do Velho Testamento se salvaram pelas obras da lei. Forçoso é convir que o Céu estará dividido em dois grupos: um grupo a proclamar altissonantemente ter-se salvado pelos seus méritos e esforços, por terem guardado a lei (e isto seria um insulto a Jesus, um ultraje ao Seu sacrifício e ao Seu sangue), ao passo que o povo que viveu depois da cruz lá estaria a proclamar humildemente os louvores de Cristo, que lhes deu a vida eterna.
Seria isso possível? Seria concebível? Não, não há na Bíblia tal coisa: uma jurisdição da lei e outra da graça, separados pela cruz. Isto é danosa invencionice humana, ofensa ao plano de Deus. Tal conceito é blasfemo e deve ser rejeitado. A verdade é bem outra. Diz a Bíblia que a graça vem de “tempos eternos” (Romanos 16:25).
Que o “Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8), e que “a graça nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos” (II Timóteo 1:9). Portanto, os pecadores sobe o Velho Testamento também se salvaram pela graça. Como afirmar que veio depois da cruz?
• Abraão foi salvo pela graça. (Gálatas 3:8; Romanos 4:3)
• Davi não se salvou pelos próprios méritos, mas pela fé em Cristo. (Romanos 4:6)
A graça esta estendida a todos os homens. (Tito 2:11 a 15; Romanos 5:18) Estava planejada antes mesmo da queda e começou a vigorar desde Gênesis 3:15, mas um dia será retirada (Apocalipse 7:2 e 3; Apocalipse 15:8). Cessará então de vigorar. Em matéria de salvação todos os homens, em todos os tempos estiveram debaixo da graça. Em Hebreus 11 se alinham os vultos exponenciais do Velho Testamento que agiram, viveram e se salvaram pela fé. Os sacrifícios de cordeiros e oferendas que o Israel fazia na antigüidade, simbolizavam a sua fé no futuro Messias – verdadeiro “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Eram a maneira de expressar a fé em Cristo. Não expressavam obras mas fé.
 No Céu só haverá uma classe de pessoas: a dos salvos pelo Cordeiro. Eis a descrição dos remidos, na bela antevisão joanina: “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos; porque foste morto e com o Teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação.” (Apocalipse 5:9). Portanto a graça abrange TODOS os períodos da História.
Referências
1. O Que Vale Mais do que o Dinheiro, série V.A., pág. 1.
2. A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 779.
3. Citada em Paul and The Law, Charles D. Utt.
4. A. H. Strong, op. cit., pág. 548.
5. Idem, pág. 549.
Fonte: Artigo extraído do Livr oO Selo de Deus na Lei, no capítulo 15

Perguntas Frequentes Sobre Mudanças nas Espécies

 

1. O que são as “espécies do livro de Gênesis”?

A Bíblia não diz nada acerca das “espécies do livro de Gênesis”. Nela a expressão “segundo a sua espécie” é usada para descrever a variedade de plantas e animais que Deus criou (Gênesis 1), ou aquelas que foram salvas na arca (Gênesis 6:20), ou aquelas que são limpas ou impuras para se comer (Levíticos 11). O termo “espécies do livro de Gênesis” foi proposto por criacionistas para se referir à idéia de que Deus criou originalmente muitos grupos separados de indivíduos que podiam cruzar entre si, dos quais resultou a diversidade de plantas e animais que vivem hoje(1).

2. Deus mandou os animais se reproduzirem apenas segundo a sua espécie?

Não, não há um tal mandamento. Procure isto na Bíblia, se não acreditar.

3. Como explicamos a existência de predadores e criaturas venenosas?

A Bíblia não diz como se originaram, mas afirma que a natureza mudou devido ao pecado de Adão (Gênesis 3:14, 18; Romanos 8:20). Aparentemente, Adão foi criado para ser um dos “filhos de Deus” (Lucas 3:38; Jó 1:6). Devido ao seu pecado, Adão perdeu o controle do mundo para Satanás (João 12:31; Jó 1:6,7; Jó 2:1,2). Portanto, a predação e outros males são responsabilidade de Satanás. Quando o mundo for restaurado, estas coisas não mais existirão (Isaías 11:6-9; Isaías 65:25; Apocalipse 21:4; Apocalipse 22:3).

4. Há algum limite para a mudança nas espécies?

A Bíblia não aborda este ponto, mas a ciência mostra que as variações são limitadas. Não existe um sistema para quantificar diferenças morfológicas entre espécies, de forma que os limites não podem ser quantificados. Entretanto, milhares de experimentos têm sido feitos por criadores e geneticistas e muita informação já foi acumulada. As espécies têm uma grande capacidade para variação e podem produzir novas variedades e espécies, mas parece implausível que este tipo de variação possa se acumular para a produção de novos órgãos ou novos planos corporais. Por outro lado, a existência de predadores e parasitas sugere que algumas espécies passaram por uma considerável mudança. Ainda não foi completamente demonstrado o mecanismo destas mudanças (2).

5. Qual é a categoria taxonômica que mais se aproxima da categoria criada originalmente?

Pode não haver nenhuma resposta universal para esta pergunta. Unidades taxonômicas, tais como gênero, família, ordem, etc., são definidas subjetivamente. Não há uma medida quantitativa que possa servir para definir diferenças morfológicas entre espécies. Duas famílias de estrelas-do-mar são tão semelhantes uma à outra quanto duas famílias de répteis ou duas famílias de algas?(3) Se alguém quiser uma estimativa, parece que família pode ser uma boa aproximação para alguns grupos. Entretanto, isto deve ser considerado apenas uma estimativa. Simplesmente, não sabemos a resposta.

6. As espécies podem mudar com rapidez suficiente para produzir a biodiversidade atual num tempo relativamente curto?

Não sabemos quanta mudança é requerida para explicar a presente biodiversidade porque desconhecemos o ponto de partida. Os cientistas sabem que as espécies podem mudar com muita rapidez (4). A maioria das mudanças são pequenas, como as que podem distinguir uma espécie ou um gênero. Se as mudanças forem originadas por agentes inteligentes, fica difícil predizer os resultados.

7. Como explicamos as semelhanças moleculares e genéticas de seres humanos com os chimpanzés?

Não sabemos exatamente como as moléculas de DNA regulam a construção de corpos, mas acreditamos que há uma relação entre as seqüências de DNA e a forma e funções do corpo. Se for assim, deve-se esperar que corpos similares tenham seqüências de DNA similares. Portanto, pode-se esperar que seres humanos e chimpanzés tenham entre si uma similaridade de DNA maior do que com pinheiros, por exemplo. Entretanto, as similaridades entre seres humanos e chimpanzés são notáveis, e é compreensível que os evolucionistas as expliquem como o resultado de ancestralidade comum (5). De fato, as semelhanças no DNA são tão grandes que se pergunta por que as duas espécies são tão diferentes. O que os faz diferentes? Não sabemos. A menos que apreendamos como as diferenças entre as espécies são produzidas, provavelmente não entenderemos o significado das similaridades entre seres humanos e chimpanzés.

8. Que problemas não resolvidos sobre mudanças nas espécies são de maior preocupação?

Como eram os animais originalmente criados? Por que os seres humanos são tão semelhantes a outros animais, especialmente aos macacos?

Notas para as perguntas sobre mudanças nas espécies

1. Marsh F. L. 1947. Evolution, creation and science. 2d edition. Washington DC: Review and Herald Publishing Assn. Nas páginas 174-175, é feita referência ao termo “baramin”, um termo cunhado por Marsh anteriormente (ver a nota de Marsh na pág. 174).
2. Ver: (a) Brand L. R., Gibson L. J. 1993. An interventionist theory of natural selection and biological change within limits. Origins 20:60-82; (b) Lester L. P., Bohlin R. G. 1984. The natural limits to biological change. Grand Rapids, MI: Zondervan.
3. Van Valen, L. 1973. Are categories in phyla comparable? Taxon 22:333-359.
4. Os pseudogenes proporcionam um exemplo importante. Para um ponto de vista evolucionista, ver: Max E. 1987. Plagiarized error and molecular genetics. Creation/Evolution 6(9):34-45. Para reações contrárias, ver: (a) Gilbert G. 1992. In search of Genesis and the pseudogene. Spectrum 22(4):10-21; (b) Gibson L. J. 1994. Pseudogenes and origins. Origins 21:91-108.
5. Os pseudogenes fornecem um exemplo importante. Ver um ponto de vista evolucionista em: Max E. 1987. Plagiarized errors and molecular genetics. Creation/Evolution 6(9):34-45. Para uma opinião contrastante, ver: (a) Gilbert G. 1992. In search of Genesis and the pseudogene. Spectrum 22(4):10-21; (b) Gibson L. J. 1994. Pseudogenes and origins. Origins 21:91-108.

Perguntas Frequentes Sobre Datação por Carbono 14

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1. Explique como os cientistas obtêm idades de milhões de anos pelo método do carbono 14.

Isto não é feito. A datação por carbono-14 não pode dar resultados além de cerca de 70.000 anos.
Idades de milhões de anos são baseadas em outros métodos inorgânicos.

2. Como funciona a datação por carbono-14?

A datação por carbono-14 (C-14) é baseada no fato de que o C-14 é radioativo e se desintegra produzindo nitrogênio-14. Os seres vivos recebem o C-14 por meio do alimento e água, mantendo um nível constante de C-14 no corpo. Quando morrem, o C-14 que se desintegra não é mais substituído, assim o nível de C-14 diminui. Quanto maior o período depois da morte, menos C-14 permanece no corpo. A concentração do C-14 em uma amostra pode ser medida com precisão e comparada com a quantidade de carbono-12 não radioativo. Com estas medidas pode-se calcular o tempo necessário para que o nível inicial do C-14 existente no corpo antes de sua morte pudesse chegar a este novo nível medido. Esta será a “idade C-14” da amostra (1).

3. Quão precisa é a datação por carbono-14?

As idades determinadas por carbono-14 (C-14) parecem ser precisas sempre que podem ser comparadas com relatos históricos. Algumas exceções são conhecidas, tais como quando os organismos não recebem a quantidade de C-14 igual à média do ambiente, mas estes casos geralmente são facilmente explicados. Além de cerca de 1500 A.C., os registros históricos existentes são escassos e a contagem de anéis de árvores pode ser usada para calibrar e corrigir as idades por C-14 (2).
A parte experimental da datação por C-14 consiste em medir a proporção de carbono-14 e carbono-12, e algumas vezes do C-13, em uma amostra. Isto pode ser feito com uma boa precisão, embora seja difícil trabalhar com algumas amostras. Além disso, a precisão do resultado depende da confiabilidade dos pressupostos usados na interpretação das medidas.

4. Quais são os pressupostos usados na determinação de idades por carbono-14?

A interpretação dos resultados é baseada em vários pressupostos. Aceita-se que a taxa de decaimento radioativo do carbono-14 não tem mudado ao longo dos anos. Não há nenhuma evidência contra este pressuposto, e ele parece ser confiável. Supõe-se também que não haja perda ou contaminação de C-14 na amostra. A confiabilidade deste pressuposto provavelmente depende do ambiente em que a amostra se encontra. Uma amostra isolada, relativamente à troca de átomos com o ambiente, terá mais probabilidade de evitar a contaminação ou perda do que uma amostra que se encontre freqüentemente exposta ao escoamento de água. Freqüentemente são identificados erros cometidos quanto a este pressuposto.
Outros três pressupostos são feitos ao aplicar o método (3). Primeiro, a taxa de produção do carbono-14 deve ter sido relativamente constante. Sabe-se que ocorreram variações, mas acredita-se que se pode fazer a correção devida. Segundo, as quantidades de carbono-14 presentes em reservatórios geofísicos devem ser constantes. Os reservatórios geofísicos incluem a atmosfera, os oceanos, a biosfera e os sedimentos. Este pressuposto tem sido questionado recentemente (4). Terceiro, as várias taxas de fluxo do carbono-14 entre os reservatórios geofísicos devem ser constantes, e o tempo de residência do carbono-14 nos vários reservatórios deve ser curto em relação à sua meia-vida. Se estas três condições forem satisfeitas, o resultado é que a concentração inicial de C-14 na amostra pode ser estimada. Este resultado parece funcionar bem quando pode ser verificado. Entretanto, seria completamente invalidado para material que estivesse vivo antes do dilúvio.
O dilúvio deve ter alterado drasticamente a concentração do C-14. Isto porque o C-14 antediluviano estaria grandemente diluído em grandes quantidades de C-12 que agora estão enterradas na forma de carvão mineral e petróleo (5). Isto reduziria grandemente a concentração de C-14 antes do dilúvio, fazendo com que uma amostra da época parecesse muito mais velha do que é realmente. De acordo com esta interpretação, se plantas que viveram antes do dilúvio fossem datadas por C-14 usando os padrões atuais, pareceriam muito mais antigas mesmo quando ainda vivas. Isto significa que aqueles que crêem em um dilúvio mundial devem esperar encontrar idades muito grandes para organismos que viveram antes do dilúvio. O mesmo se aplicaria a plantas e animais que viveram logo após o dilúvio, antes que o novo nível de concentração de C-14 fosse atingido.
Notas para as perguntas sobre datação por carbono-14
1. O método está descrito com maiores detalhes em: Newcomb R. C. 1990. Absolute age determination. Berlin and NY: Springer-Verlag, p 162-180.
2. (a) Ver o capítulo 26 em Coffin H. G, Brown R. H. 1983. Origin by design. Hagerstown, MD: Review and Herald Publ. Assn.; (b) Brown R. H. 1988. The upper limit of C-14 age? Origins 15:39-43; (c) Brown R. H. 1994. Compatibility of biblical chronology with C-14 age. Origins 21:66-79; (d) Giem PAL. 1997. Scientific theology. Riverside, CA: La Sierra University Press, p. 175-187; (e) O uso de anéis de árvores para calibrar datações por carbono 14 é criticado por: Brown R. H. 1995. Can tree rings be used to calibrate radiocarbon dates? Origins 22:47-52; ver também Radiocarbon, volume 34(1), (1993), que trata da calibração da datação por carbono 14.
3. Ver p. 158 no livro de Newcomb na nota 1.
4. (a) Hesshaimer V., Helmann M., Levin I. 1994. Radiocarbon evidence for a smaller oceanic carbon dioxide sink than previously believed. Nature 370:201-203; (b) Joos F. 1994. Nature 370:181-182; (c) Ver os comentários de Brown R. H. 1994. Compatibility of biblical chronology with C-14 age. Origins 21:66-79.
5. Post W. M., et al. 1990. The global carbon cycle. American Scientist 78:310-326. De acordo com estes autores, o carbono total em trânsito na biosfera (não carbonato) é cerca de 40.000-45.000 gigatons. A quantidade de carbono nos combustíveis fósseis é estimada em 6.000 gigatons e a quantidade de querógenos (orgânicos) em sedimentos é cerca de 15 milhões de gigatons. Isto dá uma proporção de 300:1 para o carbono antediluviano na biosfera em relação ao carbono atual na biosfera. Este valor difere do valor de 143:1 buscado por Brown, por apenas um fator dois (Origins 15:39-43, Ver a nota 2 para a referência completa).

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