quarta-feira, 13 de julho de 2011

Orar por Alimentos Imundos? (1Tim. 4:1-5)

I TIMÓTEO 4:1-5

“Mas o espírito expressamente diz que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento, e ordenam a abstinência de alimentos que deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porque tudo o que deus criou é bom, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças; porque pela palavra de deus, e pela oração, é santificada”.

É muito comum algumas pessoas se apegarem a esta passagem da Bíblia para justificarem o fato de que, segundo elas, a "nova aliança" (ou "dispensação" para os mais "chiques") não exige mais a obediências aos princípios alimentares do Antigo Testamento (cf. Lev. 11).

Mas... é isso mesmo?
Alimentos declarados como imundos na Bíblia são purificados pela oração?

Há dois problemas com esse tipo de interpretação:

1. A contradição com outras passagens da Bíblia:
  • Isa. 66:17 - “os... que comem carne de porco, coisas abomináveis e rato serão consumidos, diz o Senhor”.
  • Salmo 89:34 - “...não alterarei o que saiu dos Meus lábios”.
  • 2Cor. 6:17 - “...não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei” (Isa. 52:11; Deut. 14:8).
  • Apoc. 18:2 - “...babilônia, ...esconderijo de toda ave imunda e detestável”.
2. Muito dificilmente os defensores dessa posição comeriam, mesmo com oração, certos animais. Teríamos também que admitir a prática do canibalismo, se os canibais apenas orarem antes de comer. Absurdo!

Analisando o texto

“Mas o espírito expressamente diz que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento, e ordenam a abstinência de alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porque tudo o que Deus criou é bom, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças; porque pela palavra de deus, e pela oração, é santificada” (grifos acrescentados).

1. Apostasia da fé, doutrina de demônios, mentira - podemos dizer que as orientações bíblicas sobre alimentação são de natureza “apóstata”, “demoníaca” ou “mentirosa”? É claro que não!

  • Em Lev.11 é onde estão as leis sobre animais limpos e imundos, e o texto começa com a expressão “disse o Senhor a Moisés...”.
2. Proibir casamento - os que gostam de criticar a Igreja Adventista por defender os princípios de saúde do AT ficam com uma grande dificuldade aqui, pois a IASD não pratica o celibato.

3. Quais os alimentos que Deus criou para os fiéis que conhecem a verdade?

  • Gên. 6:9 diz que Noé era justo, íntegro e andava com Deus. Noé era um fiel e foi o primeiro (mencionado na Bíblia) a conhecer a verdade sobre os animais limpos e os imundos (7:1-2).
A Bíblia faz separação entre os alimentos dos fiéis e dos infiéis

  • Deut. 14:21: “não comereis nenhum animal que morreu por si. Podereis dá-lo ao estrangeiro [infiel], que mora nas vossas cidades, ou vendê-lo ao estranho. Mas vós sois povo santo [fiel] ao Senhor vosso Deus”.

4. Tudo o que Deus criou é bom? Sim, mas nem tudo se come!

  • Prov. 16:4: “O Senhor fez todas as coisas para determinados fins e até o perverso, para o dia da calamidade”.
Sendo assim, Deus fez tudo bom:
  • Os vegetais - para alimento, antes do dilúvio (Gên. 1:29).
  • Certos animais - para alimento após o dilúvio (Gên. 9:3).
  • Outros animais - para ornamentação, cargas, limpeza, equilíbrio ecológico, etc. (mas não para alimentação).
5. Oração e ação de graças

Em 1Tess. 5:18 somos admoestados a dar graças a Deus por tudo.
Algumas mudanças operadas pela oração:
  • Êx. 15:23-25 - águas amargas ficaram doces.
  • Êx. 17 - da rocha jorrou água.
  • 2Reis 2:19-22; 4:38-41 - o veneno da sopa e das águas foi neutralizado.
  • Marcos 16:18; Atos 28:3-6 - o veneno de serpentes e em bebidas perdeu o efeito.
Mas não há NENHUM relato na Bíblia que nos faça crer que, pela oração, um animal imundo, vivo ou morto, tenha sido transformado em animal limpo.Só se for em livros apócrifos...rsrs

Na visão simbólica de Pedro em Atos 10 (também muito usado pelos que gostam de comer todo tipo de alimentos imundos), não são os animais, mas os gentios (que eram considerados como animais pelos judeus) que são purificados (v. 28).

A que Paulo, então, se refere em 1Tim. 4:1-5?

Houve uma heresia grega que floresceu no seio do cristianismo primitivo, chamada de gnosticismo, que entre outras coisas afirmava ser a matéria (corpo) algo mau.
Sendo assim, alguns renegavam a tudo o que fosse material, como certos alimentos (para eles eram criados por uma divindade inferior), e o casamento. Simpatizantes destes pensamentos gnósticos chegaram a afirmar até que Jesus não tinha um corpo, apenas “parecia ter”, caso contrário Ele não poderia ser considerado um perfeito Messias.

Outros se entregavam às mais degradantes práticas, por crerem que não importava o que fizessem com o corpo, pois isso não afetaria seu espírito.
Portanto, o que Paulo estava atacando era este movimento filosófico que tentava impor regras de vida para as pessoas, não como tentativa de adoração ao Senhor, mas sim como meio de “maltratar” e subjugar a carne – o corpo.

Nada tinha que ver com os alimentos imundos descritos em todo o restante das Escrituras.

Por mais que os descrentes (e até alguns "crentes") desejem justificar seus maus hábitos alimentares, jamais poderão usar a Bíblia para isso, pois ela sempre defendeu o uso de uma alimentação saudável, equilibrada e livre de artigos condenados pelas leis divinas.

OBS.: Fiz neste texto uma adaptação de um material elaborado a algum tempo, porém não sei quem foi o autor original, por isso não citei as fontes.

O Uso do Véu em Corinto

Deve a mulher cristã usar véu na igreja hoje?
(Adaptado)
É comum encontrarmos em algumas de nossas Igrejas, pessoas com dúvidas sobre o uso do véu feminino dentro do templo, com base em declarações do apóstolo Paulo. Como é certo que não podemos confundir princípios com costumes, precisamos analisar até que ponto as orientações de Paulo à igreja de Corinto, no que se refere ao uso do véu pelas mulheres, também são aplicáveis à igreja cristã da atualidade, inclusive a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Vamos, primeiramente, analisar um pouco sobre a situação da igreja de Corinto na época do apóstolo.

Com base em informações levadas a Paulo pelos da família de Cloé (1Cor. 1:11), o apóstolo ficou sabendo do espírito divisionista com que vários setores da igreja se identificavam com líderes específicos (1:10-17). Outros pontos abordados por Paulo em sua primeira epístola podem também ter sido relatados a ele pela casa de Cloé, ou por outra fonte (talvez Estéfanas, Fortunato e Acaico – 16:17). Foram eles:
1. Alguns que recaíam aos antigos hábitos da vida (cap. 5)
2. Haviam dúvidas sobre o matrimônio (cap. 7)
3. Problemas quanto ao consumo de comidas sacrificadas a ídolos pagãos (cap. 8)
4. Haviam aqueles que estavam participando de forma errada da Ceia do Senhor (11:17-34)
5. Os dons espirituais estavam trazendo confusão ao culto público, especialmente o dom de línguas (cap. 14)
6. Outros não criam na ressurreição e em temas relacionados a ela (cap. 15)
7. E também haviam problemas referentes à participação pública das mulheres no culto (11:2-16)

Vê-se que na igreja de Corinto Paulo enfrentou problemas que não surgiram nas demais igrejas. Ele não preocupa-se em escrever sobre a maioria destes temas às outras igrejas, mas somente a Corinto. Isso mostra que esta igreja passava por uma crise doutrinária e de costumes, que refletia muito bem a situação cultural e religiosa da época e do local.

Vamos analisar aqui, particularmente, a exortação de Paulo às mulheres cristãs de Corinto, com relação ao uso do véu. Por que ele tratou desse tema naquela igreja? O mesmo conselho do apóstolo (para que as mulheres usem véu sobre a cabeça durante o culto público) tem validade universal para todas as igrejas cristãs?
Para responder a estas perguntas, vamos estudar primeiro um pouco sobre dois pontos importantes:

1) a maneira como as mulheres se trajavam na época;
2) o significado do véu naquela circunstância.

Um antigo costume
Na Antigüidade, a mulher carregava no corpo um sinal da autoridade do marido. Esse sinal era o véu. Esse mesmo costume prevalece até hoje entre alguns povos do Oriente. Nestes lugares, a mulher honesta não deve aparecer em público sem o véu, ou algo correspondente. No Irã, por exemplo, se usa o xador; no Afeganistão, os Talibans criaram a burca (um vestido comprido que cobre até os olhos); na Arábia Saudita, uma mulher pode até apanhar de chicote, caso esqueça o véu em casa.

O significado do véu
Era um sinal da honra e da dignidade das mulheres (Gên. 24:65; Cant. 4:1). Também considerava-se o véu um sinal de subordinação da mulher ao marido, por isso que não o usavam as mulheres de luto, as prostitutas e as esposas infiéis.
No tempo dos apóstolos, esse costume ainda era largamente praticado, mas parece que em Corinto um movimento de libertação feminina estava se iniciando e tirando a paz da igreja. Por isso, as mulheres estavam tirando o véu no culto público, por sentirem que o Evangelho as libertava do “jugo” do marido. Isso estava causando intrigas nos lares e na igreja, e estava também repercutindo mal na comunidade, pois as pessoas que presenciavam os cultos cristãos escandalizavam-se por ver mulheres sem véu (ou seja, "indecentes" e "desonradas") tomando parte no culto. Seria realmente aquela uma religião própria para mulheres honestas e fiéis, ou tratava-se de uma seita formada por prostitutas? Era a crítica normal feita à igreja.

Então, como vimos anteriormente, o problema chegou ao conhecimento do apóstolo Paulo, que escreveu a carta para orientar à igreja sobre este tema, entre outros.

A orientação de Paulo
Primeiramente, o apóstolo preocupa-se em reafirmar o princípio bíblico da igualdade entre os sexos (7:3-4). Mas, ele também confirma que o homem deve ser o “cabeça” da mulher, apesar da igualdade entre ambos (11:3). Em seguida, o apóstolo orienta que as mulheres cristãs seguissem o costume do uso do véu, próprio naquela cidade e ocasião (v. 6). Vê-se que o véu não era para todas as igrejas, mas para aquelas fundadas em lugares, especialmente no Oriente (como era o caso de Corinto), onde seu uso significasse submissão feminina ao marido, como manda a Escritura (Gên. 3:16).
Nos vv. 4-16 Paulo trata do tema de cobrir a cabeça, especialmente em relação com os serviços religiosos. Esta realmente é uma das passagens de Paulo à qual bem podem ser aplicadas as palavras de Pedro, de que Paulo escreveu "algumas" coisas "difíceis de entender" (2Pe 3:16), por isso precisamos estudá-la livre de preconceitos ou idéias preconcebidas. Devemos deixar que o contexto da passagem fale o que ela realmente significa.

Paulo proclamava uma nova e gloriosa liberdade no Evangelho. Essa proclamação tinha em si a semente do princípio cristão da dignidade do sexo feminino e sua liberação da condição degradada em que eram tidas as mulheres nos países pagãos. O apóstolo declarou: "Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há varão nem mulher; porque todos vós são um em Cristo Jesus" (Gál. 3:28). Essa deveria ser a prática na vida social da Igreja que estava dando seus primeiros passos.
Porém, uma revolução social tão marcante não aconteceria sem problemas. Seria fácil ver como algumas mulheres convertidas ao cristianismo poderiam distorcer e usar mal sua liberdade no Evangelho para causar descrédito à igreja. Uma das difamatórias e infundadas acusações que se apresentaram contra o cristianismo, à medida que este se difundia e que despertaram o ódio de muitos, foi que os cristãos eram imorais. Não há dúvida de que esta acusação já podia haver-se espalhado nos dias de Paulo. Por isso era muito necessário que os cristãos se abstivessem "de toda espécie de mal" (1Tes. 5:22), e que recordassem o conselho adicional de seu professor: que embora certo proceder seja lícito, pode não ser conveniente (1Co 6:12). Mesmo que o Evangelho libertasse as mulheres de sua condição humilhante (mas, não descartava a autoridade que o marido deveria manter sobre a família), elas não deveriam utilizar esta “liberdade” para agir no culto público de forma a trazer escândalo, como acontecia com o abandono do uso do véu.

Esta análise do contexto da 1ª epístola aos Coríntios não deve ser desconsiderada, se queremos realmente obter a mensagem que o apóstolo tinha em mente ao falar àquela igreja.
O uso do véu por si só não produz honra, pois prostitutas também chegaram a usá-lo no passado (Gên. 38:14-15). O que as mulheres cristãs mais deveriam se preocupar era com a decência do vestuário, pois ele seria uma demonstração do caráter da mulher que se apresentava para participar do culto (1Tim. 2:9).

Da mesma forma, os cabelos compridos, somente, também não trazem honra, pois a mulher que enxugou os pés do Senhor Jesus, o fez com os próprios cabelos, que eram muito grandes, entretanto sabemos que sua honra não era das melhores (Jo 11:2; Lc 7:37-39). Quanto aos homens, nos dias de Paulo o costume entre os judeus, gregos e romanos era levar o cabelo curto. Entre os israelitas se considerava como vergonhoso que um homem tivesse o cabelo comprido, a menos que tivesse feito o voto de “nazireado” (Núm. 6:1-5).

COSTUMES (locais) X PRINCÍPIOS (universais)
O tema do uso do véu, na verdade, deve levar-nos a analisar o princípio envolvido por trás da exortação do apóstolo, pois bem sabemos que os costumes culturais variam com o passar do tempo; os princípios envolvidos, não. Por exemplo:
1. Deus mandou que Moisés retirasse as sandálias dos pés, pois o local em que estava era terra santa (Êx 3:5). Algumas religiões orientais seguem o mesmo costume ainda hoje, tirando os calçados quando vão entrar no templo para adoração. A ordem de Deus indica que temos que tirar o calçado quando nos aproximamos dEle em adoração? Devemos obedecer a mesma “ordem” ainda hoje? É claro que não, pois a mesma não aparece em nenhum outro momento, sendo que nem Jesus nem os apóstolos determinaram que essa deveria ser uma prática para a igreja mundial. Precisamos entender o princípio envolvido: reverência, respeito, humildade e submissão. Os costumes podem variar de cultura para cultura, mas o princípio da reverência é universal.
2. Para a problemática igreja de Corinto, Paulo também adverte que as mulheres deveriam ficar “caladas” na igreja (1Co 14:34). Seria este um conselho a ser seguido para todas as igrejas? Não. Se assim o fosse, ele o teria enviado às demais, mas enviou apenas para a de Corinto, o que mostra o caráter local dessa determinação. O princípio é o mesmo do uso do véu e da manifestação ordenada do dom de línguas – manter um culto reverente e livre de aparência do mal, evitando que se traga opróbrio à Igreja de Deus.
3. Os homens também deveriam cobrir a cabeça quando fossem ler as Escrituras (2Cor 3:14-16). Devemos seguir o mesmo costume hoje? O próprio Paulo diz que não, pois os judeus que faziam isso em sua época o faziam por não conhecerem a liberdade trazida pelo evangelho, como o próprio apóstolo declara (v. 16). O princípio envolvido aqui, mais uma vez, é a reverência para com o Senhor.
4. E o que dizer do ÓSCULO SANTO (cf. Rom. 16:16; 1Cor. 16:20; 2Cor. 13:12; 1Tess. 5:26)?
Poucos são os "barbados" que adoram buscar pretextos nos costumes bíblicos (a exemplo do uso do véu, mulheres caladas na igreja, etc.), e que estão dispostos a sairem trocando beijinhos com seus "irmãos bigodudos".

RESUMO
Após analisarmos o contexto das afirmações de Paulo sobre o uso do véu na igreja de Corinto podemos entender, livres de concepções pré-estabelecidas, que o uso do véu era um costume adequado àquela época, mas que não precisa ser observado na maioria das igrejas cristãs atuais, com exceção daquelas que estejam situadas em comunidades nas quais o véu seja um símbolo de recato, pudor e submissão da mulher ao seu marido, o que não é o caso do Brasil.
Temos, então, a seguinte compreensão para a passagem que trata do uso do véu em Corinto:

1Co 11:5 – “Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada.”
A mulher que se apresentasse sem o véu, estava desonrando a si mesma, pois seria considerada de má fama, como acontecia com aquelas que raspavam a cabeça.

11:6 – “Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o cabelo. Mas, se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-lhe usar véu.”
Se a mulher achava que tinha a mesma liberdade do homem para não usar o véu, então que também cortasse o cabelo como os homens cortavam. Mas isso seria ainda mais desonroso para ela. Então, o mais sensato seria usar o véu no culto público.

11:7 – “Porque, na verdade, o homem não deve cobrir a cabeça, por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem.”
O véu simbolizava a submissão que a mulher deveria ter em relação ao marido. Como o homem era feito à própria imagem de Deus (vv. 8-9), ele não deveria usar o véu, mas a mulher sim, pois ela estava em uma posição de respeito e submissão ao seu marido.

11:10 – “Portanto, deve a mulher, por causa dos anjos, trazer véu na cabeça, como sinal de autoridade.”
Os anjos estavam (e estão) presentes nas reuniões de adoração ao Senhor. As mulheres de Corinto que compareciam a estas reuniões sem usarem o véu estavam desonrando a presença dos anjos, pois estavam, aos olhos do mundo, rebelando-se contra a autoridade devida aos seus respectivos maridos.
Nos vv. 11-12 Paulo mostra que, apesar dessa sujeição da mulher ao homem, eles devem entender que ambos estão ligados entre si, pois no evangelho não há mais a condição feminina humilhante que havia anteriormente.

11:13 – “Julgai entre vós mesmos: é próprio que a mulher ore a Deus sem trazer o véu?”
Após explanar a necessidade do véu, Paulo faz uma pergunta retórica para que seus leitores vissem por si mesmos a necessidade de colocarem o assunto em sua correta direção. Depois do que Paulo explicou, a única resposta para tal pergunta seria “não”, ou seja, a mulher comprometida que viesse participar do culto público em Corinto deveria usar o seu véu.

11:14 – “Ou não vos ensina a própria natureza ser desonroso para o homem usar cabelo comprido?”
Paulo lembra seus leitores de que a ordem natural das coisas (PHUSIS, em grego) demonstra que o uso do cabelo comprido do homem, naquela época e lugar, era considerado desonroso. Houve outros momentos da história em que homens poderiam usar cabelo comprido e não eram considerados sem honra, pelo contrário, eram tidos como mais abençoados e santificados que os demais, por exemplo: Sansão, João Batista e o próprio Jesus Cristo.

11:15 – “E que, tratando-se da mulher, é para ela uma glória? Pois o cabelo lhe foi dado em lugar de mantilha.”
A palavra “mantilha” é a tradução do termo grego PERIBOLAION, que significa “cobertura”. A natureza, ou seja, o costume social aceito correntemente, era de que a mulher deveria utilizar o cabelo comprido para se distinguir dos homens. O cabelo longo seria um sinal de sua feminilidade.

11:16 – “Contudo, se alguém quer ser contencioso, saiba que nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.”
Paulo não deseja que o sentimento de contenda faça parte da Igreja de Deus. Ninguém deveria utilizar os temas polêmicos para distrair a igreja do seu real objetivo – pregar o evangelho. Alguns utilizavam as reuniões para semear discórdias e levar os irmãos a afastarem-se do propósito principal (vv. 17-19).

Portanto, percebe-se claramente que o uso do véu era sim uma obrigação para as mulheres de Corinto, defendida exaustivamente pelo apóstolo Paulo.Porém, como explicado neste estudo, tal obrigação não se aplica a todas as demais igrejas cristãs, especialmente aqui no Brasil, onde o véu não é considerado um símbolo de respeito e submissão da esposa para com o seu marido.

Fonte: Gilson Medeiros

Lei e Graça: Antes da Cruz e Depois da Cruz


 

Pré-Cruz ou Pós-Cruz?

Mas – vem a objeção – Paulo não disse claramente aos romanos, que não estavam mais “debaixo da lei” mas “debaixo da graça?” Sim, disse. Mas com tais expressões queria ele acaso dizer que não necessitamos guardar os mandamentos contra o adultério, a idolatria, o homicídio, o roubo, a mentira, etc., enfim o conteúdo do Decálogo?
De modo nenhum, pois os argumentos narrados na mesma epístola são contrários a essa desastrosa conclusão. Leia por exemplo os capítulos de Romanos 3:31; 7:12 e 14; 7:22 e outras passagens. Analisaremos, com muita atenção, o verdadeiro sentido da expressão de Paulo. Qual o assunto que Paulo tinha em mente ao escrever aos crentes de Roma?
Estaria ele querendo diferenciar a lei do Velho Testamento e a lei do Novo Testamento? Não! Queria ele estabelecer conflito ou contradição entre a lei e graça? Também não! Estaria indicando várias maneiras de salvação? Não!! Romanos 3:31.
 Então a que se referia o apóstolo, ao dizer “debaixo da lei” e “debaixo da graça”?
 Referia-se à mudança do que ocorre no indivíduo por ocasião de sua conversão, mudança do “velho homem” para o “novo homem”, do pecado para a santidade, da condenação fatal para a graça livradora.
Paulo está se dirigindo a homens crentes, a cristãos batizados, a homens convertidos. Não a ímpios, pagãos ou a transgressores da lei divina. Leia Romanos 6:1 a 5. E prossegue o verso 6: “sabendo isto que o nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não mais sirvamos o pecado”. Claro como a luz que o capítulo se refere à conversão e não à mudança de dispensações. Notemos cuidadosamente o que ele diz: “assim também considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6:11).
A respeito de quem se afirma isso? Somente a respeito do homem convertido – membros da igreja de Roma, que não mais transgrediam a Lei, pois viviam em harmonia com ela. Paulo os exorta a não mais volverem ao pecado. “Não reine, portanto o pecado, em vosso corpo mortal…” (v. 12). Pecado – como define a Palavra de Deus – é transgressão da Lei [Dez Mandamentos] (I João 3:4). Paulo está exortando os romanos a não se deixarem arrastar pelas paixões carnais, voltando assim a transgredir a Lei de Deus. E no (v. 14): “Porque o pecado não terá domínio sobre vós… Por quê? Por que a lei foi abolida? Não. Mas porque já tinham abandonado o pecado, cessaram de transgredir a Lei.
O próprio argumento de Paulo mostra, de modo inequívoco, que era precisamente isto que ele queria dizer. “…o pecado não terá domínio sobre vós, porque não estais debaixo da lei (não mais a transgredis, não estais mais sujeitos à sua condenação, não colocais debaixo dela como antes) mas debaixo da graça (do favor imerecido que Deus vos concedeu de serdes redimidos por Cristo).”
 O sentido exato e completo do v.14 é este: “tendo abandonado os vossos pecado, tendo cessado de quebrar a Lei, tendo crido em Cristo e sendo batizados, vós agora não sois mais governados pelos pelo pecado ou pelas paixões, nem sois condenados pela Lei, porque achastes graça à vista de Deus, que vos concedeu este favor imerecido, e os vossos pecados foram apagados.”
Claríssimo! Portanto, não estar debaixo da lei, é não estar sobre a sua condenação. Não há conflito entre Lei e Graça. “Por quê? Pecaremos (isto é transgrediremos a lei) porque não estamos debaixo da lei (da sua condenação) mas debaixo da graça (do favor divino)? De modo nenhum.” Portanto, a própria conclusão do apóstolo Paulo destrói inteiramente a tese de um suposto conflito entre Lei e Graça. Mesmo porque se “não estar debaixo da lei” significa que não devemos obedecer-Lhe, segue-se portanto que podemos transgredir-la à vontade. Porém Paulo destrói imediatamente esta idéia blasfema com um categórico “De modo nenhum!”.
Credenciada autoridade evangélica sentenciou, com relação a Romanos 6:14: “A graça não importa em liberdade para pecar, mas numa mudança de senhores, e numa nova obediência e serviço. A graça não anula a santa Lei de Deus, mas unicamente a falsa relação do homem para com ela.” 1
Outra passagem – muito ao gosto dos negadores da lei – é Gálatas 5:18: “… se sois guiados pelo Espírito não estais debaixo da lei.” Também neste caso, quais os que não estão debaixo da lei? Somente os que são guiados pelo Espírito, ou seja convertidos, os fiéis, os crentes, os que não seguem as concupiscências, os que não transgridem a Lei de Deus – em suma os que não cometem pecado. Os ímpios os pecadores não são guiados pelo Espírito, por isso eles estão debaixo da lei, da sua condenação, porque as transgridem. Não há aí a mais leve alusão de abolição da Lei de Deus. Só uma interpretação obtusa conduziria a tal conclusão.
Consideremos agora a absurda interpretação de alguns. Dizem que pela expressão “não estamos debaixo da lei” Paulo quis dizer que a lei foi abolida e, portanto, não precisamos mais cumprir os seus preceitos. Passou a lei, sua época e sua função – segundo dizem. Ora, se isto é verdade, então ninguém está debaixo da lei, quer seja ou não guiado pelo Espírito. Daqui não há como fugir. Mas Paulo combate este erro, declarando explicitamente que a fim de não estarmos debaixo da lei, temos que ser guiados pelo Espírito.
A idéia de se estar “livre da lei” e de sua obediência não é nova. Ela surgiu, pela primeira vez, em 608 A.C., aproximadamente, nos tempos do profeta Jeremias. Naquele tempo, este argumento indigno foi empregado pelo rebelde povo de Judá a fim de justificar a sua transgressão da lei de Deus. Consulte-se, de preferência nas versões Brasileiras ou Trinitária, a repreensão de Deus ao Seu povo, em Jeremias 7: 8 a 10: “Eis que vos confiais… furtareis, matareis, adulterareis… e direis: fomos livrados a fim de fazer todas estas coisas.”
 Um fato inegável: os cristãos de qualquer denominação crêem que eles não devem jurar, matar, furtar, mentir, cobiçar, etc. Em outras palavras, crêem que devem guardar os mandamentos. Os adventistas crêem o mesmo, com a diferença que o fazem em relação a todo o Decálogo, incluindo necessariamente o quarto mandamento.
Ora, se nós, os Adventistas do Sétimo Dia, estamos “debaixo da lei” porque cremos na guarda dos Dez Mandamentos, então os demais cristãos estão nove décimos (ou noventa por cento) debaixo da lei, pelo fato de guardarem nove preceitos do Decálogo. “Coerência, és uma jóia.”
Outro fato de suma gravidade: costuma-se usar a expressão “não estar debaixo da lei” mas “debaixo da graça” unicamente para se “justificar” a desobediência ao quarto mandamento. Ninguém a emprega para justificar a quebra de outros mandamentos do Decálogo. Cremos honestamente que aqueles que a usam para fugir a guarda do sábado, não sentem nenhum desejo de roubar, matar ou adulterar. Certamente que essas coisas lhes causam horror. Mas, com tal atitude, apenas provam que não é o mandamento de Deus que os inibe de fazer de adulterar, matar, cobiçar, etc., mas sim a educação que receberam, a vigilância social e a opinião pública. Se a prática desses horríveis pecados fosse coisa aceita (como o eram em alguns ritos bárbaros), então não hesitariam em dizer que praticariam tais coisas porque “não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça”.
 A tal extremo conduz o anominianismo, servindo-se de suas bases capciosas de argumentação. Note-se que há índios e nativos canibais que matam impiedosamente e a sua consciência não os acusa. Erro grosseiro é supor que a guarda dos mandamentos é questão de consciência. A religião cristã não se baseia na consciência, mas é uma religião revelada. Está escrito o que devemos fazer, e o que devemos evitar de fazer e isto é cumprido quando o Espírito nos toca o coração. A consciência, muita vezes, mesmo crendo estar sendo dirigida por Deus, acomoda-se. A consciência não é um guia seguro. O seguro está na revelação. Vamos cumpri-la. A Escritura tem muito a dizer sobre a consciência, como base precária e enganosa. A Bíblia fala de “consciência cauterizada” (I Timóteo 4:2), consciência “fraca” (I Coríntios 8:7). Somente a revelação divina não se cauteriza nem se enfraquece. É inalterável porque o seu elemento é só divino.

Referências

1. Vincent, Word Studies, vol. 3, pág. 11.
Fonte: Artigo extraído do Livro O Selo de Deus na Lei, no capítulo 16

Lei e Graça no Mundo Religioso



“No mundo religioso tem sido ensinada uma doutrina de graça tão errônea que não é nada menos que uma doutrina de desgraça. O Salvador tem sido mais apresentado como Alguém que nos livra de guardar os Mandamentos de Deus, do que Aquele que nos salva de os transgredir. Uma chamada fé dessa espécie tem sido apresentada como substituto da obediência à santa Lei de Deus.” 1
É deveras lamentável que o mundo chamado cristão apresente um tipo de graça que tem mais o sentido de indulgência ou de um manto acobertador de certas iniqüidades do que propriamente o dom divino que consiste em amorável oferecimento de salvação aos transgressores da Lei Moral.
A tecla surradíssima da lei contra a graça [a maior deturpação teológica dos tempos] é insistentemente batida por muitos. Chama-se a isto dispensacionalismo, que pretende definir duas épocas distintas, uma da lei, outra da graça – idéia que hoje é desprezada pelos mais cultos pesquisadores do Livro Santo. Afirma-se que a lei foi abolida e substituída pela graça. Afirma-se que não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça, dando a entender que uma coisa destruiu a outra. Como vamos demonstrar, só mesmo uma irremediável vesguice teológica poderia estabelecer contradição entre a lei e a graça, ou entre a lei e o evangelho.
Precisamos considerar o legítimo conceito da graça. Não vamos entrar em terreno especulativo. Não consideraremos, por exemplo, a graça “universal” como a entendia Wesley; nem o conceito restrito de Armínio ou a singular graça “da criação”, defendida por Pelágio. Para maior luz do assunto, temos que nos distanciar desses backgrounds teológicos discordes e até rebarbativos. Vamos analisar a deturpação do conceito de graça, como se observa nos dias atuais, para “justificarem” a não-observância dos mandamentos de Deus.

O que é graça?

Responde, com propriedade, o teólogo A. H. Strong: “A graça é favor imerecido concedido aos pecadores.” 2
É uma atitude de liberdade divina, generosidade inefável, concedendo-nos a salvação como um dom, já que estávamos irremediavelmente condenados. É uma oportunidade conferida aos pecadores e que tem o sentido de uma dívida perdoada, de um perdão concedido, de uma libertação sem paga, de um jugo desatado, de uma carga retirada dos ombros. Graça é a mais alta expressão do amor de Deus, que se tornou objetiva no sacrifício oblativo de Jesus em favor dos pecadores, ou seja, da transgressão da lei divina.
 A lei é existente. Condena. E justamente porque ela traz condenação e não provê salvação, temos que apelar para a graça. Definindo a relação entre a lei e a graça, disse Agostinho: “A Lei é dada para que a Graça possa ser exigida; a Graça é concedida para que a Lei possa ser cumprida.” 3
→ “A graça, contudo, não deve ser entendida como se ab-rogasse a lei, mas sim como reafirmando-a e estabelecendo-a (Romanos 3:31 ‘estabelecemos a lei’). A graça assegura o perfeito cumprimento da lei, removendo da mente de Deus os obstáculos ao perdão, e habilitando o homem a obedecer (Romanos 8:4 ‘para que a justiça da lei se cumpra em nós’).” 4
→ “Assim a revelação da graça, conquanto esta compreenda e inclua em si mesma a revelação da lei, acrescenta algo diferente em espécie, a saber, a manifestação do amor pessoal do Legislador. Sem a graça, a lei tem apenas um aspecto exigente. Somente em harmonia com a graça, ela se torna ‘a lei perfeita da liberdade’ (Tiago 1:25).” 5
E a Lei mencionada por Tiago 2:10 a 12 é insofismavelmente o Decálogo.
De fato, como foi dito, se a lei tivesse sido abolida, não haveria transgressão e, necessariamente, não haveria condenação. E não havendo condenação, não há necessidade de graça. Sem lei não há graça. Uma pressupõe a outra. A graça, além de nos salvar da condenação da lei, habilita-nos a viver em harmonia com os preceitos celestiais, com o padrão divino. Não há contradição mas uma interdependência entre lei e graça. Elas se harmonizam e completam-se em suas funções:
“Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar, segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio desde os tempos eternos, mas agora manifesto e, por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus, eterno, dado a conhecer a todas as nações para obediência da fé; ao único Deus sábio seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.” (Romanos 16:25 a 27)
→ É errôneo crer que, depois de Cristo, a graça suplantou a lei, substituiu-a, anulo-a, destruiu-a. É errôneo afirmar que, com a morte de Cristo, findou-se a jurisdição da lei, iniciando-se a da graça. Infelizmente é assim que muitos entendem o “estar debaixo da lei” e o “estar debaixo da graça”, realçando que a graça existe da morte de Cristo para cá. Se isso fosse verdade, gostaríamos de perguntar como se arrumaram os pecadores dos tempos do Velho Testamento? Como se teriam salvo? Este ponto não pode ser passado por alto, porquanto as Escrituras ensinam clarissimamente que a salvação é obtida unicamente pela graça.
E se a graça não existia antes da cruz, segue-se que os pecadores que viveram nos tempos patriarcais e posteriores não se salvaram. Viveram antes da graça, para sua perdição. Ou – como querem alguns – os pecadores do Velho Testamento se salvaram pelas obras da lei. Forçoso é convir que o Céu estará dividido em dois grupos: um grupo a proclamar altissonantemente ter-se salvado pelos seus méritos e esforços, por terem guardado a lei (e isto seria um insulto a Jesus, um ultraje ao Seu sacrifício e ao Seu sangue), ao passo que o povo que viveu depois da cruz lá estaria a proclamar humildemente os louvores de Cristo, que lhes deu a vida eterna.
Seria isso possível? Seria concebível? Não, não há na Bíblia tal coisa: uma jurisdição da lei e outra da graça, separados pela cruz. Isto é danosa invencionice humana, ofensa ao plano de Deus. Tal conceito é blasfemo e deve ser rejeitado. A verdade é bem outra. Diz a Bíblia que a graça vem de “tempos eternos” (Romanos 16:25).
Que o “Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8), e que “a graça nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos” (II Timóteo 1:9). Portanto, os pecadores sobe o Velho Testamento também se salvaram pela graça. Como afirmar que veio depois da cruz?
• Abraão foi salvo pela graça. (Gálatas 3:8; Romanos 4:3)
• Davi não se salvou pelos próprios méritos, mas pela fé em Cristo. (Romanos 4:6)
A graça esta estendida a todos os homens. (Tito 2:11 a 15; Romanos 5:18) Estava planejada antes mesmo da queda e começou a vigorar desde Gênesis 3:15, mas um dia será retirada (Apocalipse 7:2 e 3; Apocalipse 15:8). Cessará então de vigorar. Em matéria de salvação todos os homens, em todos os tempos estiveram debaixo da graça. Em Hebreus 11 se alinham os vultos exponenciais do Velho Testamento que agiram, viveram e se salvaram pela fé. Os sacrifícios de cordeiros e oferendas que o Israel fazia na antigüidade, simbolizavam a sua fé no futuro Messias – verdadeiro “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Eram a maneira de expressar a fé em Cristo. Não expressavam obras mas fé.
 No Céu só haverá uma classe de pessoas: a dos salvos pelo Cordeiro. Eis a descrição dos remidos, na bela antevisão joanina: “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos; porque foste morto e com o Teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação.” (Apocalipse 5:9). Portanto a graça abrange TODOS os períodos da História.
Referências
1. O Que Vale Mais do que o Dinheiro, série V.A., pág. 1.
2. A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 779.
3. Citada em Paul and The Law, Charles D. Utt.
4. A. H. Strong, op. cit., pág. 548.
5. Idem, pág. 549.
Fonte: Artigo extraído do Livr oO Selo de Deus na Lei, no capítulo 15

Perguntas Frequentes Sobre Mudanças nas Espécies

 

1. O que são as “espécies do livro de Gênesis”?

A Bíblia não diz nada acerca das “espécies do livro de Gênesis”. Nela a expressão “segundo a sua espécie” é usada para descrever a variedade de plantas e animais que Deus criou (Gênesis 1), ou aquelas que foram salvas na arca (Gênesis 6:20), ou aquelas que são limpas ou impuras para se comer (Levíticos 11). O termo “espécies do livro de Gênesis” foi proposto por criacionistas para se referir à idéia de que Deus criou originalmente muitos grupos separados de indivíduos que podiam cruzar entre si, dos quais resultou a diversidade de plantas e animais que vivem hoje(1).

2. Deus mandou os animais se reproduzirem apenas segundo a sua espécie?

Não, não há um tal mandamento. Procure isto na Bíblia, se não acreditar.

3. Como explicamos a existência de predadores e criaturas venenosas?

A Bíblia não diz como se originaram, mas afirma que a natureza mudou devido ao pecado de Adão (Gênesis 3:14, 18; Romanos 8:20). Aparentemente, Adão foi criado para ser um dos “filhos de Deus” (Lucas 3:38; Jó 1:6). Devido ao seu pecado, Adão perdeu o controle do mundo para Satanás (João 12:31; Jó 1:6,7; Jó 2:1,2). Portanto, a predação e outros males são responsabilidade de Satanás. Quando o mundo for restaurado, estas coisas não mais existirão (Isaías 11:6-9; Isaías 65:25; Apocalipse 21:4; Apocalipse 22:3).

4. Há algum limite para a mudança nas espécies?

A Bíblia não aborda este ponto, mas a ciência mostra que as variações são limitadas. Não existe um sistema para quantificar diferenças morfológicas entre espécies, de forma que os limites não podem ser quantificados. Entretanto, milhares de experimentos têm sido feitos por criadores e geneticistas e muita informação já foi acumulada. As espécies têm uma grande capacidade para variação e podem produzir novas variedades e espécies, mas parece implausível que este tipo de variação possa se acumular para a produção de novos órgãos ou novos planos corporais. Por outro lado, a existência de predadores e parasitas sugere que algumas espécies passaram por uma considerável mudança. Ainda não foi completamente demonstrado o mecanismo destas mudanças (2).

5. Qual é a categoria taxonômica que mais se aproxima da categoria criada originalmente?

Pode não haver nenhuma resposta universal para esta pergunta. Unidades taxonômicas, tais como gênero, família, ordem, etc., são definidas subjetivamente. Não há uma medida quantitativa que possa servir para definir diferenças morfológicas entre espécies. Duas famílias de estrelas-do-mar são tão semelhantes uma à outra quanto duas famílias de répteis ou duas famílias de algas?(3) Se alguém quiser uma estimativa, parece que família pode ser uma boa aproximação para alguns grupos. Entretanto, isto deve ser considerado apenas uma estimativa. Simplesmente, não sabemos a resposta.

6. As espécies podem mudar com rapidez suficiente para produzir a biodiversidade atual num tempo relativamente curto?

Não sabemos quanta mudança é requerida para explicar a presente biodiversidade porque desconhecemos o ponto de partida. Os cientistas sabem que as espécies podem mudar com muita rapidez (4). A maioria das mudanças são pequenas, como as que podem distinguir uma espécie ou um gênero. Se as mudanças forem originadas por agentes inteligentes, fica difícil predizer os resultados.

7. Como explicamos as semelhanças moleculares e genéticas de seres humanos com os chimpanzés?

Não sabemos exatamente como as moléculas de DNA regulam a construção de corpos, mas acreditamos que há uma relação entre as seqüências de DNA e a forma e funções do corpo. Se for assim, deve-se esperar que corpos similares tenham seqüências de DNA similares. Portanto, pode-se esperar que seres humanos e chimpanzés tenham entre si uma similaridade de DNA maior do que com pinheiros, por exemplo. Entretanto, as similaridades entre seres humanos e chimpanzés são notáveis, e é compreensível que os evolucionistas as expliquem como o resultado de ancestralidade comum (5). De fato, as semelhanças no DNA são tão grandes que se pergunta por que as duas espécies são tão diferentes. O que os faz diferentes? Não sabemos. A menos que apreendamos como as diferenças entre as espécies são produzidas, provavelmente não entenderemos o significado das similaridades entre seres humanos e chimpanzés.

8. Que problemas não resolvidos sobre mudanças nas espécies são de maior preocupação?

Como eram os animais originalmente criados? Por que os seres humanos são tão semelhantes a outros animais, especialmente aos macacos?

Notas para as perguntas sobre mudanças nas espécies

1. Marsh F. L. 1947. Evolution, creation and science. 2d edition. Washington DC: Review and Herald Publishing Assn. Nas páginas 174-175, é feita referência ao termo “baramin”, um termo cunhado por Marsh anteriormente (ver a nota de Marsh na pág. 174).
2. Ver: (a) Brand L. R., Gibson L. J. 1993. An interventionist theory of natural selection and biological change within limits. Origins 20:60-82; (b) Lester L. P., Bohlin R. G. 1984. The natural limits to biological change. Grand Rapids, MI: Zondervan.
3. Van Valen, L. 1973. Are categories in phyla comparable? Taxon 22:333-359.
4. Os pseudogenes proporcionam um exemplo importante. Para um ponto de vista evolucionista, ver: Max E. 1987. Plagiarized error and molecular genetics. Creation/Evolution 6(9):34-45. Para reações contrárias, ver: (a) Gilbert G. 1992. In search of Genesis and the pseudogene. Spectrum 22(4):10-21; (b) Gibson L. J. 1994. Pseudogenes and origins. Origins 21:91-108.
5. Os pseudogenes fornecem um exemplo importante. Ver um ponto de vista evolucionista em: Max E. 1987. Plagiarized errors and molecular genetics. Creation/Evolution 6(9):34-45. Para uma opinião contrastante, ver: (a) Gilbert G. 1992. In search of Genesis and the pseudogene. Spectrum 22(4):10-21; (b) Gibson L. J. 1994. Pseudogenes and origins. Origins 21:91-108.

Perguntas Frequentes Sobre Datação por Carbono 14

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1. Explique como os cientistas obtêm idades de milhões de anos pelo método do carbono 14.

Isto não é feito. A datação por carbono-14 não pode dar resultados além de cerca de 70.000 anos.
Idades de milhões de anos são baseadas em outros métodos inorgânicos.

2. Como funciona a datação por carbono-14?

A datação por carbono-14 (C-14) é baseada no fato de que o C-14 é radioativo e se desintegra produzindo nitrogênio-14. Os seres vivos recebem o C-14 por meio do alimento e água, mantendo um nível constante de C-14 no corpo. Quando morrem, o C-14 que se desintegra não é mais substituído, assim o nível de C-14 diminui. Quanto maior o período depois da morte, menos C-14 permanece no corpo. A concentração do C-14 em uma amostra pode ser medida com precisão e comparada com a quantidade de carbono-12 não radioativo. Com estas medidas pode-se calcular o tempo necessário para que o nível inicial do C-14 existente no corpo antes de sua morte pudesse chegar a este novo nível medido. Esta será a “idade C-14” da amostra (1).

3. Quão precisa é a datação por carbono-14?

As idades determinadas por carbono-14 (C-14) parecem ser precisas sempre que podem ser comparadas com relatos históricos. Algumas exceções são conhecidas, tais como quando os organismos não recebem a quantidade de C-14 igual à média do ambiente, mas estes casos geralmente são facilmente explicados. Além de cerca de 1500 A.C., os registros históricos existentes são escassos e a contagem de anéis de árvores pode ser usada para calibrar e corrigir as idades por C-14 (2).
A parte experimental da datação por C-14 consiste em medir a proporção de carbono-14 e carbono-12, e algumas vezes do C-13, em uma amostra. Isto pode ser feito com uma boa precisão, embora seja difícil trabalhar com algumas amostras. Além disso, a precisão do resultado depende da confiabilidade dos pressupostos usados na interpretação das medidas.

4. Quais são os pressupostos usados na determinação de idades por carbono-14?

A interpretação dos resultados é baseada em vários pressupostos. Aceita-se que a taxa de decaimento radioativo do carbono-14 não tem mudado ao longo dos anos. Não há nenhuma evidência contra este pressuposto, e ele parece ser confiável. Supõe-se também que não haja perda ou contaminação de C-14 na amostra. A confiabilidade deste pressuposto provavelmente depende do ambiente em que a amostra se encontra. Uma amostra isolada, relativamente à troca de átomos com o ambiente, terá mais probabilidade de evitar a contaminação ou perda do que uma amostra que se encontre freqüentemente exposta ao escoamento de água. Freqüentemente são identificados erros cometidos quanto a este pressuposto.
Outros três pressupostos são feitos ao aplicar o método (3). Primeiro, a taxa de produção do carbono-14 deve ter sido relativamente constante. Sabe-se que ocorreram variações, mas acredita-se que se pode fazer a correção devida. Segundo, as quantidades de carbono-14 presentes em reservatórios geofísicos devem ser constantes. Os reservatórios geofísicos incluem a atmosfera, os oceanos, a biosfera e os sedimentos. Este pressuposto tem sido questionado recentemente (4). Terceiro, as várias taxas de fluxo do carbono-14 entre os reservatórios geofísicos devem ser constantes, e o tempo de residência do carbono-14 nos vários reservatórios deve ser curto em relação à sua meia-vida. Se estas três condições forem satisfeitas, o resultado é que a concentração inicial de C-14 na amostra pode ser estimada. Este resultado parece funcionar bem quando pode ser verificado. Entretanto, seria completamente invalidado para material que estivesse vivo antes do dilúvio.
O dilúvio deve ter alterado drasticamente a concentração do C-14. Isto porque o C-14 antediluviano estaria grandemente diluído em grandes quantidades de C-12 que agora estão enterradas na forma de carvão mineral e petróleo (5). Isto reduziria grandemente a concentração de C-14 antes do dilúvio, fazendo com que uma amostra da época parecesse muito mais velha do que é realmente. De acordo com esta interpretação, se plantas que viveram antes do dilúvio fossem datadas por C-14 usando os padrões atuais, pareceriam muito mais antigas mesmo quando ainda vivas. Isto significa que aqueles que crêem em um dilúvio mundial devem esperar encontrar idades muito grandes para organismos que viveram antes do dilúvio. O mesmo se aplicaria a plantas e animais que viveram logo após o dilúvio, antes que o novo nível de concentração de C-14 fosse atingido.
Notas para as perguntas sobre datação por carbono-14
1. O método está descrito com maiores detalhes em: Newcomb R. C. 1990. Absolute age determination. Berlin and NY: Springer-Verlag, p 162-180.
2. (a) Ver o capítulo 26 em Coffin H. G, Brown R. H. 1983. Origin by design. Hagerstown, MD: Review and Herald Publ. Assn.; (b) Brown R. H. 1988. The upper limit of C-14 age? Origins 15:39-43; (c) Brown R. H. 1994. Compatibility of biblical chronology with C-14 age. Origins 21:66-79; (d) Giem PAL. 1997. Scientific theology. Riverside, CA: La Sierra University Press, p. 175-187; (e) O uso de anéis de árvores para calibrar datações por carbono 14 é criticado por: Brown R. H. 1995. Can tree rings be used to calibrate radiocarbon dates? Origins 22:47-52; ver também Radiocarbon, volume 34(1), (1993), que trata da calibração da datação por carbono 14.
3. Ver p. 158 no livro de Newcomb na nota 1.
4. (a) Hesshaimer V., Helmann M., Levin I. 1994. Radiocarbon evidence for a smaller oceanic carbon dioxide sink than previously believed. Nature 370:201-203; (b) Joos F. 1994. Nature 370:181-182; (c) Ver os comentários de Brown R. H. 1994. Compatibility of biblical chronology with C-14 age. Origins 21:66-79.
5. Post W. M., et al. 1990. The global carbon cycle. American Scientist 78:310-326. De acordo com estes autores, o carbono total em trânsito na biosfera (não carbonato) é cerca de 40.000-45.000 gigatons. A quantidade de carbono nos combustíveis fósseis é estimada em 6.000 gigatons e a quantidade de querógenos (orgânicos) em sedimentos é cerca de 15 milhões de gigatons. Isto dá uma proporção de 300:1 para o carbono antediluviano na biosfera em relação ao carbono atual na biosfera. Este valor difere do valor de 143:1 buscado por Brown, por apenas um fator dois (Origins 15:39-43, Ver a nota 2 para a referência completa).

Teria Deus um povo escolhido para salvar?

Uma pessoa que não é adventista pode ser salva também, ou somente os membros de uma religião específica serão salvos?
Como provar que Ellen White foi realmente uma profeta? Poderão surgir ainda novos profetas?
Quando Jesus absolveu a mulher adúltera, Ele não estava aceitando o adultério?
Como posso devolver o dízimo se não tenho uma religião?
O dízimo teve ser entregue somente na casa do Senhor, ou pode ser entregue para algum projeto que venha beneficiar a casa do Senhor?
Por que vocês pregam a guarda do sábado, mas a TV Novo Tempo trabalha nesse dia?
Existe contradições entre os textos de Mateus 7:22 e 23, Marcos 16:16 e 17?
Como comprovar biblicamente a existência do Espírito Santo?

terça-feira, 12 de julho de 2011

A música que agrada ao Céu


Qual o tipo de música mais apropriada para louvar a Deus?

“Crer e observar tudo quanto ordenar; / O fiel obedece ao que Cristo mandar.” Algum tempo atrás, em meu devocional, deparei-me com uma lembrança importante: somos chamados “filhos de Deus”. Pus-me, então, a pensar na grande responsabilidade que me pesa nos ombros conhecer e aplicar essa realidade. Filho de Deus! Ele, que tem sob Seu comando todo o Universo, Se preocupa comigo, um insignificante pecador, tão pequeno ante a magnitude da obra criada pelo Pai... Sim, Ele é nosso Pai! Ele Se preocupa com Seus filhos. Por isso, deixou importantes recomendações para nossa proteção e referência. Cabe a nós, como filhos obedientes, prestar atenção a todos os sábios conselhos deixados com um amor infinitamente maior do que o de um pai terrestre.

Mas o assunto é Música. Por que começar um artigo sobre esse assunto dessa forma? Fácil. Somos desobedientes. Somos egoístas. Mas por que somos assim? Isso também é fácil. O inimigo de nossas almas não nos quer obedientes. Aliás, o significado de “alma” (nephesh, no original hebraico) é entidade provida de personalidade e escolha. Só que escolhemos mal. Deus deseja que tenhamos condições de aprimorar nossa personalidade através de escolhas prudentes, alicerçadas nas instruções paternas à nossa disposição.

Tenho ciência da imensa dificuldade de escrever para irmãos meus que têm bastante conhecimento musical. Também tenho ciência da existência de músicos “tradicionais”, “moderados” e “liberais”, termos esses criados não faz muito tempo, para “diferenciar” um músico do outro. Mas tenho ciência do mais importante: só há dois caminhos – um certo e um errado. Quanto a isso, por incrível que pareça, todos concordam. Porém, há uma condição: “Não mexam em minha música!”

Por que deve prevalecer a minha vontade, e não a de Deus, se, quando sou batizado, faço o seguinte voto: “Conheço e compreendo os princípios bíblicos fundamentais, conforme ensinados pela Igreja Adventista do Sétimo Dia”, e “é meu propósito, pela graça de Deus, cumprir Sua vontade, ordenando minha vida de acordo com esses princípios”?

Talvez seja necessária uma oração ao Pai agora, pedindo-Lhe iluminação e submissão, porque, na verdade, muito do que temos oferecido como louvor não passa de estratagemas do inimigo por conta de seus intentos em ampliar ao máximo a apostasia iminente entre o povo escolhido por Deus.

Lúcifer foi criado e dotado com os mais excelentes recursos musicais jamais imaginados pelo homem. Ele dava apenas uma nota e todo o coro angelical se punha a cantar. Isso, para os que dirigem grupos vocais, é realmente difícil. Só um grupo muito bem treinado poderia desenvolver tal recurso. E ele tinha mais: era um querubim cobridor, além de estar apenas abaixo de Deus e Jesus, no Céu. Mas ele queria ainda mais. Olhou para si, desenvolveu o egoísmo e almejou um lugar de mais destaque. E foi expulso do Céu, com todos os anjos por ele enganados. Alguém disse, uma vez, que Satanás hoje é o maior músico na face da Terra. E é verdade. Ele realmente sabe de tudo, e certamente usará a música para procurar enganar a você e a mim.

Mas, se há realmente um interesse especial de Deus quanto à música praticada por nós, como ela deve ser, se há somente o certo e o errado?

Em primeiro lugar, o Manual da Igreja nos diz que “grande cuidado deve ser exercido na escolha da música. Toda melodia que pertença à categoria do jazz, rock ou formas correlatas, e toda expressão de linguagem que se refira a sentimentos tolos ou triviais, serão evitadas. Usemos apenas a boa música, em casa, nas reuniões sociais, na escola e na igreja” (p. 180). Isso significa que a liderança da Igreja Adventista do Sétimo Dia desaprova qualquer tipo de música que nos faça lembrar os ritmos musicais descritos acima. Mas por quê?

Ellen G. White escreveu, em seu livro Patriarcas e Profetas, que “a música faz parte do culto a Deus nas cortes celestiais, e devemos esforçar-nos, em nossos cânticos de louvor, por nos aproximar tanto quanto possível da harmonia dos coros celestiais. O devido treino da voz é um aspecto importante da educação, e não deve ser negligenciado. O cântico, como parte do culto religioso, é um ato de adoração, da mesma forma que a prece. O coração deve sentir o espírito do cântico, a fim de dar-lhe a expressão correta” (p. 594).

São várias as aplicações que podemos retirar desse texto. A primeira é, sem dúvida, a mais questionada pelos músicos da atualidade. Aliás, devo dizer-lhe que uma ordem divina não deveria ser questionada, mas aceita e incorporada à nossa vontade. Estaremos dispostos a isso? Pergunta-se por aí: “Mas como é a música no Céu? Que referência existe na Terra para nos servir de parâmetro?” Com profundo amor, meu amigo, gostaria de sugerir que pegue seu CD (ou DVD) preferido, coloque em seu aparelho e o ponha para tocar. Agora, feche os olhos, e imagine seu anjo cantando no lugar daquele(a) cantor(a). Procure imaginá-lo sentado junto a uma bateria, marcando fortemente o ritmo, de preferência contrário ao ritmo natural que toda música tem. Mais ainda, esforce-se para visualizar seu anjo protetor, representante divino e seu melhor amigo, tendo dificuldade para ir para casa porque seus fãs querem tirar uma foto, ter seu autógrafo, comprar seu CD pop-gospel (lançamento)... Você consegue realmente imaginar essas cenas? Se não consegue, por favor, admita: a música praticada por você não é para agradar a Deus, mas para alimentar seu ego, agradando o inimigo de nossas almas.

Uma segunda aplicação é que a irmã White fala da harmonia dos coros celestiais. Pergunto: harmonia e coro são palavras adequadas para identificar a prática do solo nos cultos que apresentamos a Deus atualmente? Aliás, a irmã White nos orienta que devemos evitar essa prática. Por que se insiste tanto em questionar ordens dadas por Deus, aquele a quem dizemos que direcionamos nosso “louvor”?

Terceiro, se o pastor, separado para um ministério específico, antes de assumir o púlpito, faz curso de oratória, homilética, teologia bíblica, hebraico e grego, entre tantos outros, a fim de apresentar seu sermão de forma clara e buscando alcançar uma alma sedenta pela verdade, por que a música pode ser apresentada sem preparo técnico nem (e principalmente) espiritual? Sei o que estou falando. Já vi a atitude de muitos que afirmam ser usados por Deus: ao serem anunciados para ir à frente, levantam-se sorrindo, na passagem sorriem para outros, como a dizer: “Agora é a minha vez!” E quando terminam, nem sentam de novo para participar da adoração como todos fazem. Precisam divulgar seu “trabalho” (em pleno sábado...) para as pessoas. Não me interprete errado, mas pensei que a música servisse para ensinar doutrina... Que ela deveria ser uma benção tanto quanto um excelente sermão... E ainda justificam suas práticas afirmando que Deus sabe o que está no coração. E como isso é o mais importante, não importa a forma como se deve adorar...

Devemos ter consciência de que Deus sabe de nossas capacidades e de nossas limitações. Mas Ele sabe também que está à nossa disposição toda a orientação divina publicada quanto à adoração. Cabe a nós ser humildes o suficiente para reconhecer nossas limitações e buscar o conhecimento necessário para um louvor aceitável.

Irmão, leia o que a própria escritora falou em outra oportunidade: “Tenho ouvido em algumas de nossas igrejas solos completamente inadequados ao culto na casa do Senhor. As notas prolongadas e os floreios, comuns nas óperas, não agradam aos anjos. Eles se deleitam em ouvir os simples cânticos de louvor entoados em tom natural. Unem-se a nós nos cânticos em que cada palavra é pronunciada claramente, em tom harmonioso. Eles combinam o coro, entoado de coração, com o espírito e o entendimento” (Evangelismo, p. 510).

As expressões abaixo, sua definição e aplicação são um forte auxílio para que compreendamos os motivos para a orientação recebida do Céu.

Ad libitum. Essa expressão aparece na partitura de algumas óperas e outras formas musicais. Refere-se principalmente às partes dos solistas, nas quais eles têm liberdade de interpretação, aparte da contagem rítmica. As notas musicais (sons definidos, com nome e altura) podem ser identificadas nesse tipo de recurso vocal. É o que chamamos coloratura. Em geral, isso faz com que o solista seja exaltado pela plateia porque ele pode mostrar ali todo o seu virtuosismo. Ou seja, ato egoísta. Meu caro, veja se isso não se assemelha à prática, infelizmente, muito comum em nossas mais diversas reuniões, denominada melisma. Nesse recurso, pior ainda, não há a possibilidade de identificarmos as notas musicais. Entendo que muitas vezes as pessoas não conseguem alcançar notas mais agudas, por isso fazem uma pequena curvatura nelas, até as definirem. Mas se não alcançam, por que não experimentam cantar aquelas músicas que sabem que não precisarão de um “jeitinho”? Aliás, esse jeitinho já virou, como disse certa vez um amigo, um “contorcionismo vocal”. Devo dizer que é difícil imaginar os anjos cantando dessa maneira. Se cada palavra deve ser pronunciada claramente, em tom harmonioso, para que serve o melisma?

Alguns afirmam ainda que se adéquam ao mercado atual. Deus precisa disso? Deus precisou se adequar aos Seus filhos, ou Ele deu ordens específicas de como deveria ser o serviço “aceitável ao Senhor”? A única coisa de Deus que conheço é que “Eu, porém, não mudo”. Quem somos nós, então, para querermos mudar as coisas que Ele criou? Sabe o que Deus pensa, quando agimos assim, com arrogância e autossuficiência? A resposta encontramos em Amós 5:21 e 23: “Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não Me exalarão bom cheiro. Afasta de Mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas.”

Quero lhe deixar alguns conselhos. Atenda ao chamado de Cristo, quando disse: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” Mas, se você não consegue fazê-lo da forma como sabe ser o que Deus espera, então procure outra atividade, como auxiliar na instrução dos desbravadores; ofereça-se para ajudar no diaconato, no trabalho missionário, na assistência social... Trabalho para todos não faltará, até que Ele venha.

“A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que não se comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus” (Educação, p. 57)

Nesse mesmo livro, na página 40, a irmã White nos diz que “aqueles que desejam comunicar verdade, devem por sua vez praticar seus princípios. Apenas refletindo o caráter de Deus na retidão, nobreza e abnegação de sua vida, poderão eles impressionar os outros”.

As escolas dos profetas foram uma instituição divina, e “os principais assuntos nos estudos destas escolas eram a lei de Deus, com as instruções dadas a Moisés, história sagrada, música sacra e poesia. [...] Não somente se ensinava aos estudantes o dever da oração, mas eram eles ensinados a orar, a aproximar-se de seu Criador e ter fé nEle, compreender os ensinos de Seu Espírito, e aos mesmos obedecer” (ibidem, p. 47).

Não sejamos como Jonas. Temos instruções claras do que devemos fazer. O fim está muito próximo para querer experimentar outros caminhos. Não é mais tempo de “novas tendências”. Os marcos antigos devem ser restaurados, e não reformados. A reforma deve ser feita, sim, em nosso coração. Estamos nós dispostos a isso?

(Aurélio Ludvig é professor de Educação Musical no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas [Ifam]. Passou a infância em Novo Hamburgo, RS, e hoje é membro da Igreja Adventista de Cachoeirinha, em Manaus, AM. É pianista congregacional e dirige um grupo musical feminino)
 Fonte: Criacionismo

O Sábado no Apocalipse

O Contexto de Apocalipse 12 e 14
Qual o papel do sábado na crise final da história deste planeta?
O texto básico acerca deste assunto, no livro de Apocalipse, é o capítulo 12 verso 17.
"Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar".
Aqui encontramos uma descrição da guerra entre o dragão e o remanescente, uma guerra que é pormenorizada em Apocalipse 13 e 14. Em certo sentido, Apocalipse 12:17 é um resumo antecipado da crise final como um todo. Assim, os capítulos 13 e 14 servem como uma exegese e um desenvolvimento da declaração básica feita em 12:17, ou seja, Apocalipse 13 pormenoriza a guerra do dragão e Apocalipse 14 elabora acerca do caráter e da mensagem do Remanescente.
O dragão faz guerra contra o Remanescente no capítulo 13. Ele busca o auxílio de dois aliados no conflito, um emerge do mar e o outro emerge da terra. Os três protagonistas (o dragão, a besta do mar e a besta da terra) formam uma tríade iníqua que busca contrafazer a obra da verdadeira Trindade. O dragão contrafaz a obra de Deus, o Pai; a besta do mar, a obra de Deus, o Filho; e a besta da terra, a obra do Espírito Santo. Essa tríplice e iníqua aliança ataca o Remanescente na batalha final. Qual é a questão básica em tal ataque? Os capítulos 13 e 14 não nos deixam qualquer dúvida. Em sete ocasiões diferentes (Ap 13:4, 8, 12, 15; 14:9, 11), o texto desses capítulos fala sobre a adoração ao dragão, sobre a adoração da besta do mar e sobre a adoração da imagem da besta. A questão na crise final da história deste planeta é claramente uma questão relativa à adoração.
Em contraste com esse apelo que é proferido sete vezes para que adoremos a iníqua tríade ou a imagem da besta, há um único apelo, nesses capítulos, para que adoremos a Deus (Ap 14:7). O chamado para adorar “Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” torna-se, portanto, a afirmação central de toda essa seção do Apocalipse e, talvez, o apelo central de todo o livro. Tudo o que está escrito nos capítulos 12-14 focaliza esse chamado para a adoração. A adoração é, de forma patente, a questão central envolvida na derradeira crise da história deste planeta.
Um aspecto interessante é que a linguagem dessa afirmação central se baseia nas expressões encontradas no quarto mandamento, em Êxodo 20:11. Ali é declarado que “em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há…” Esses dizeres se encontram refletidos em Apocalipse 14:7 – “Adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” O ponto central e nevrálgico da descrição apocalíptica da crise final é uma alusão direta a Êxodo 20. A atenção ao mandamento do sábado é, portanto, a resposta ideal ao chamado final de Deus para a adoração e, da mesma forma, a resposta ideal aos sete apelos que a besta faz para a adoração da trindade iníqua.
Os Paralelos de Apocalipse 14:7 com o Antigo Testamento
Paralelos verbais. Nesse ponto, leitores argutos podem suscitar uma objeção. Como podemos saber que o autor do Apocalipse conscientemente pretendia que o leitor compreendesse uma alusão ao quarto mandamento exatamente aqui (Ap 14:7) em sua narrativa? O Salmo 146:6 não contém exatamente a mesma linguagem de Êxodo 20? Como podemos saber que João estava citando Êxodo 20 e não o Salmo 146? Ele não poderia estar aludindo ao referido salmo, em cujo caso não haveria referência alguma ao quarto mandamento?
Essa é uma argumentação válida. O Salmo 146:5-6 afirma: “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto neles há, e que guarda a verdade para sempre.” Isso se aproxima muito de “adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:7). Com efeito, na Septuaginta (uma tradução grega do Antigo Testamento disponível no período neotestamentário), as palavras do Salmo 146:6 (Sl 145:6, na Septuaginta) são praticamente as mesmas encontradas em Apocalipse 14:7. Portanto, há fortes paralelos verbais em Apocalipse 14 tanto em relação a Êxodo 20 quanto ao Salmo 146, com uma pequena vantagem talvez para o Salmo 146.
Paralelos temáticos. Contudo, os paralelos verbais são apenas um tipo de evidência em favor de uma alusão consciente ao Antigo Testamento em Apocalipse. Os paralelos temáticos e estruturais são também importantes. Há paralelos temáticos entre Apocalipse 14:7 e Êxodo 20? Sim. Os primeiros quatro dos dez mandamentos (Êxodo 20:3-11) contêm três motivações para a obediência. Primeiramente, há a motivação da salvação. O preâmbulo do decálogo (Êxodo 20:2-3) diz: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.” Nossa obediência deve ser uma resposta ao que Deus já fez por nós. Em segundo lugar, há a motivação do juízo. O segundo mandamento fala acerca de visitar “a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração” (Êxodo 20:5). Isto é, há conseqüências para a desobediência. Finalmente, em terceiro lugar, há a motivação da criação. “Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou” (Êxodo 20:11). Deus criou o homem e sabe o que é melhor para ele. Portanto, há três motivações para a obediência na primeira parte da lei: salvação, juízo e criação.
As mesmas três motivações ocorrem no contexto de Apocalipse 14:7. Apocalipse 14:6 fala de um anjo que proclama “o evangelho eterno”. Aqui vemos o tema da salvação. Em Apocalipse 14:7 encontramos também o tema do juízo: “Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo.” E, anteriormente, já havíamos visto o tema da criação em Apocalipse 14:7: “adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” Sendo assim, Apocalipse 14:6-7 tem as mesmas três motivações que induzem a uma mesma reação as quais encontramos na primeira tábua da lei (isto é, nos quatro mandamentos que normatizam a relação entre a criatura e o Criador): salvação, juízo e criação. E, além disso, esses ocorrem na mesma ordem em que aparecem em Êxodo 20!
Algum desses temas ocorre no Salmo 146? Sim. Ali aparece o tema da salvação: “Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio… Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus” – vs. 3 e 5. Há também ali o tema da criação: “que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto neles há” – v. 6. Há ainda o tema do juízo: “que faz justiça aos oprimidos” – v. 7. Os paralelos temáticos com o Salmo 146 são, portanto, tão fortes quanto aqueles com Êxodo 20, mas não na mesma ordem. Sendo assim, pode-se afirmar que há forte evidência em favor de ambos contextos no Antigo Testamento, mas há uma ligeira vantagem para Êxodo 20, sob a perspectiva de que os temas ocorrem na mesma ordem em Apocalipse 14 e Êxodo 20.
Paralelos estruturais. Isso nos conduz à busca de paralelos estruturais. Examinemos, agora, a evidência estrutural de Apocalipse 12-14. Os dez mandamentos, dos quais Êxodo 20:11 é uma parte, parecem ser uma estrutura principal subjacente a toda essa seção do Apocalipse. O remanescente é caracterizado, entre outras coisas, como sendo aqueles que “guardam os mandamentos de Deus” (Apocalipse 12:17; 14:12). Entretanto, a questão, aqui, não envolve os mandamentos de forma indiscriminada. O ponto nevrálgico se centraliza no aspecto da adoração. E, especificamente, esse aspecto é enfocado na primeira tábua do decálogo (isto é, nos quatro primeiros preceitos): os mandamentos que dizem respeito a nosso relacionamento com Deus. Quando se compreende essa realidade, não é surpreendente que, em Apocalipse 13, as bestas contrafaçam não apenas a Trindade, mas também cada um dos quatro primeiros mandamentos do decálogo. O primeiro mandamento declara: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20:3), mas a besta que emerge do mar pretende tomar o lugar de Deus ao receber adoração (Ap 13:4, 8). O segundo mandamento adverte-nos com respeito à adoração de imagens, no entanto, a besta que emerge da terra erige uma imagem a fim de ser adorada (Ap 13:14-15). O terceiro mandamento diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão”, mas a besta do mar “abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome” (Ap 13:6). O quarto mandamento diz: “Lembra-te do dia de sábado.”
Os tabletes que continham os antigos pactos eram lacrados com selos estampados sobre eles. Tais selos eram um sinal de propriedade e autoridade. Uma vez que o decálogo segue a forma desses antigos tabletes de concerto, ele também tem um selo de propriedade e autoridade estampado sobre ele – o mandamento do sábado: “Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou” (Êx 20:11). A declaração acima é a única contida nos dez mandamentos em que é declarado o fundamento da autoridade de Deus sobre toda a criação: Ele é o Criador. De igual forma, o conceito do selo é importante também em Apocalipse: os 144 mil são selados em suas frontes (Ap 14:1; cf. 7:3-4; Êx 31:13 e 17). A tríade iníqua oferece também uma contrafação do selo, a marca da besta (Ap 13:16-17). Destarte, todos os quatro mandamentos da primeira tábua do decálogo sofrem ataque por parte da tríade iníqua de Apocalipse 13. A primeira tábua da lei está no centro do conflito entre o dragão e o remanescente.
Essa série de conexões verbais e temáticas entre o conteúdo dessa parte do Apocalipse e passagens relacionadas aos dez mandamentos, indica que um importante paralelo estrutural dá-se em relação ao decálogo, especialmente no que tange à porção que diz respeito à relação entre o adorador e a Divindade. Essa evidência estrutural oferece um apoio incontestável à probabilidade de que o significativo paralelo verbal entre Apocalipse 14:7 e Êxodo 20:11 tenha sido intencional. Não há absolutamente nenhuma relação entre Apocalipse e Sl 146 que se assemelhe a essa.
A evidência cumulativa é tão forte que um intérprete bem pode afirmar que não há nenhuma alusão direta ao Antigo Testamento (em Apocalipse) que seja mais certa do que a alusão ao quarto mandamento em Apocalipse 14:7. Quando o autor de Apocalipse descreve o apelo final de Deus à raça humana no contexto do engodo do tempo do fim, ele o faz em termos de um chamado à adoração do Criador no contexto do quarto mandamento.
A Questão da Relevância
Não obstante, ainda que biblicamente correto, faz qualquer sentido ver o sábado como uma espécie de questão definidora na crise final da história deste planeta? Por que Deus escolheria esse tipo de questão como centro focal da crise escatológica?
No centro da questão está o fato de que o sábado é uma forma ideal de testar se as pessoas são, de fato, leais a Deus. O mandamento sabático é diferente dos outros nove. Todos os demais têm uma fundamentação racional motivada pelo interesse próprio; afinal de contas, os princípios da segunda tábua do decálogo são mesmo a legítima base de governo em muitos países. “Não matarás” é uma lei lógica para qualquer um que não queira morrer. “Não furtarás” faz perfeito sentido para qualquer um que queira proteger suas propriedades adquiridas com muito esforço pessoal. Mandamentos assim são racionais e chegam até a apelar a uma certa parcela de interesse próprio. A mesma coisa acontece com os três primeiros mandamentos, que dizem respeito a nosso relacionamento com Deus. Se Deus é quem Ele alega ser, não faz sentido adorar a nenhum outro.
A única parte do decálogo que não é lógica é o mandamento de adorar no sábado em vez de em qualquer outro dia da semana! Tal mandamento é tão destituído de lógica que as pessoas seculares o acham até difícil de considerar seriamente, pois não vêem nenhum benefício ou interesse próprio em tal princípio. Afinal de contas, ninguém conseguiu até hoje demonstrar qualquer base científica ou racional para se considerar um dia mais especial para Deus do que os demais. O sol brilha e a chuva cai de igual maneira tanto no sábado quanto no domingo.
Guardar o sábado requer que confiemos em Deus mesmo quando os cinco sentidos nos informam que não há nenhuma razão lógica para fazer isso. O sábado representa, escatologicamente, aquilo que a árvore do conhecimento do bem e do mal representava no princípio. O fruto da árvore era, provavelmente, tanto palatável quanto nutritivo. A única razão para não comê-lo era o fato de Deus o ter proibido.
Assim é com o sábado. A única razão de preferir o sábado ao domingo é porque Deus assim o ordenou, não há nenhuma outra explicação. Aceitamos o sábado respaldados unicamente pela Palavra de Deus, pois cremos que as Escrituras são um relato confiável da mente e da vontade de Deus.
O sábado é, portanto, um bom teste de nossa fidelidade a Deus e Sua Palavra. As Escrituras são um registro tão fiel das ações de Deus no passado quanto das realidades futuras no tempo do fim. É porque cremos nas Escrituras que damos crédito àqueles eventos do tempo do fim por elas descritos.
Em conclusão, o Apocalipse pinta o fim do mundo como tempo de um grande engodo mundial, que vai transcender os cinco sentidos, mesmo entre o povo de Deus. Entretanto, aqueles que crerem, aceitarem e seguirem os reclamos da Palavra de Deus, esses não perderão o rumo durante esse tempo de derradeiro engodo.
Por Jon Paulien (ph.D e professor de Novo Testamento na Andews University, EUA).
Traduzido, do manuscrito original em Inglês, por Milton L. Torres (IAENE).
Fonte: Revista Teológica, SALT-IAENE, 1999:1.

Mais uma vez, podemos ter plena confiança de estarmos no caminho certo em nossa adoração como Adventistas do 7º Dia.
Em breve, toda esta teologia equivocada que tenta levar o povo a desobedecer ao Senhor, desprezando Seu santo Dia, será desmascarada.
Fonte: Gilson Medeiros

Pergunta Frequentes sobre Tectônica de Placas

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1. Os continentes realmente se separaram?
Aparentemente sim. Há considerável evidência de que os continentes se moveram, separando-se (1).

2. Quando os continentes se separaram?
A principal separação pode ter ocorrido durante o dilúvio. Medidas atuais mostram que eles ainda se movem hoje, embora muito lentamente.

3. A divisão da Terra nos dias de Pelegue mencionada em Gênesis 10:25 pode ser interpretada como sendo a tectônica de placas?
Provavelmente não. O contexto é a “Tabela de Nações” que se espalharam após o dilúvio. O texto significa, mais provavelmente, que o território da Terra foi dividido entre estes grupos de pessoas. Entretanto, não há nada no texto que evite a interpretação de que os continentes estavam se separando naquela ocasião; porém, as diferenças entre os vertebrados terrestres da América do Sul e da África são tão grandes que parece pouco provável que estes continentes estiveram ligados após o dilúvio.

4. A Pangea representa o mundo pré-diluviano?
Provavelmente não. A Pangea é em grande parte coberta com sedimentos marinhos, sugerindo que fosse uma bacia ou mar epicontinental onde ocorreu a deposição durante o dilúvio. Os continentes pré-diluvianos podem ter sido destruídos no dilúvio.

5. Como podem os continentes terem se movido com rapidez suficiente para rearranjar toda a superfície da Terra durante o ano do dilúvio?
Pode não ser necessário que todo o movimento das placas fosse completado durante o dilúvio; movimentos significativos das placas podem ter continuado por algum tempo após o dilúvio. De qualquer forma, as causas do movimento das placas não são bem compreendidas. Atualmente elas se movem muito lentamente, mas poderiam se mover mais rápido se houvesse condições apropriadas. Uma grande quantidade de energia seria necessária; talvez esta poderia ter sido provida por impactos extraterrestres (2). Uma temperatura mais baixa de fusão de rochas basálticas poderia ter facilitado o movimento das placas; sabe-se que a presença de água no basalto abaixa o ponto de fusão (3). Não se sabe se o movimento das placas pode ter sido facilitado pelas “águas sob a terra” ou o rompimento das “fontes do abismo,” mas vale a pena considerar esta possibilidade. Um grupo de criacionistas publicou recentemente uma teoria de movimento rápido das placas que pode prover algumas respostas a esta questão (4). Um movimento assim rápido iria aquecer tanto as placas que levaria muito tempo para esfriá-las.

6. Que problemas não resolvidos sobre tectônica de placas são de maior preocupação?
Quanto as placas realmente se moveram? Quando e quão rapidamente se moveram? O que aconteceu aos continentes pré-diluvianos? Como o magma do fundo oceânico se esfriou em poucos milhares de anos se ele foi depositado tão rapidamente durante o dilúvio? (5)

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Notas para as perguntas sobre tectônica de placas

1. (a) Snelling A. A. 1995. “Plate tectonics: have the continents really moved apart?” CEN Technical Journal 9(1):12-20; (b) Wilson J. T., editor. 1976. “Continents adrift and continents aground”. Readings from Scientific American. San Francisco: W.H. Freeman.

2. (a) Clube V, Napier B. 1982. “Close encounters with a million comets”. New Scientist 95:148-151; (b) Glikson A. Y. 1995. “Asteroid/comet mega-impacts may have triggered major episodes of crustal evolution”. EOS, Transactions of the American Geophysical Union 76(6):49ff.

3. Thompson A. B. 1992. “Water in the Earths upper mantle”. Nature 358:295-302.

4. Baumgardner J. R. 1994. “Runaway subjection as the driving mechanism for the Genesis flood”. In: Walsh R. E., editor. Proceedings of the Third International Conference on Creationism. Pittsburgh, PA: Creation Science Fellowship, p 63-75.

5. Este problema foi levantado em: (a) Barnes R. O. 1980. “Thermal consequences of a short time scale for sea-floor spreading”. Journal of the American Scientific Affiliation 32(2):123-125. O problema continua não resolvido, mas alguns trabalhos interessantes sobre problemas relacionados podem ser encontrados em: (b) Snelling A. 1991. “The formation and cooling of dykes.” Creation Ex Nihilo Technical Journal 5:81-90; (c) Snelling A. 1996. “Rapid granite formation?” Creation Ex Nihilo Technical Journal 10:175-177; (d) Anonymous. 1996. “Queries and comments”. Origins (Biblical Creation Society) Nº 21, p 22-23.

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