quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Falando da Eternidade

Maranata

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Viagem no tempo

Por que os judeus pisavam no sal?

domingo, 7 de agosto de 2016

A Confusão de Babel

sábado, 6 de agosto de 2016

Seria Deus um monstro? Dr. Rodrigo Silva

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

A Genética da variabilidade - Episódio 4

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Seleção Natural e Adaptação - Episódio 3

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Biogeografia e Galápagos - Episódio 2

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

A origem de Darwin - Episódio 1

domingo, 31 de julho de 2016

Entrevista com um paleontólogo criacionista

Quem São os 144 mil?



Embora muito já tenha sido escrito e falado sobre este número, como igreja nunca tomamos uma posição oficial sobre o assunto.

Antes de tecer alguns comentários, seria bom frisar que nele não se encontra envolvido nenhum ponto fundamental de doutrina.

Dentre as explicações apresentadas pelos estudiosos algumas são especulativas, outras, absurdas, como aquela de que os 144.000 só seriam constituídos de cidadãos norte-americanos, chegando ainda outros a afirmar que este número seria constituído apenas de judeus literais.

Nossa posição neste estudo deve ser serena e equilibrada, para não cairmos no extremo de não querer estudá-lo por achá-lo irrelevante, nem passar ao outro despendendo demasiado tempo em sua discussão. Alguém poderá objetar que Ellen G. White disse que neste assunto “o silêncio é eloquência”. Evidentemente ela se referia a estéreis especulações que não trazem nenhum proveito ao indivíduo e à igreja. Do outro lado se encontra T. H. Jemison, que declarou, em Our Firm Foundation, vol. 2, pág. 407: “Precisamos pregar sobre o assunto dos 144.000. O tema tem de receber lugar de muito destaque em nosso pensamento e em nossas palestras”.

Comentários

As únicas referências bíblicas a este número se acham em Apocalipse 7:4 e 14:1 e 3, e vagamente deduzíveis de Ezequiel 9:4; 20:12.

As alusões ao sinal ou selo, ensejam a oportunidade de dizer algumas palavras de seu significado bíblico.

Deus sempre “sela” ou assinala os seus.

No Egito, o sangue do cordeiro foi o sinal de identificação antes que viesse o juízo. Nos dias de Ezequiel, Deus ordenou que fosse marcada com um sinal a testa dos homens, que suspiravam e gemiam por causa de todas as abominações que se cometiam (Ezequiel 9:4). O “selo” ou “sinal” pode ser uma crença no coração, uma lealdade na vida, que distinga o crente do pecador.

Paulo nos diz em Efésios 4:30 que o Espírito Santo é o instrumento de Deus para selar.

Ezequiel 20:12 e 20 apresenta o mandamento do sábado como o selo de Deus.

Os 144.000 representam o “remanescente” ou “resto da sua semente” (da igreja verdadeira), os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo (Apocalipse 12:17).

Da declaração de serem tirados 12.000 de cada uma das 12 tribos, alguns comentaristas crêem que o número total 144.000 é simbólico e não literal.

O contexto em que se encontra a passagem referente aos 144.000 é um dos meios mais valiosos para identificação desse grupo.

Se o pesquisador bíblico ler os últimos versos de Apocalipse 6, compreenderá a relação de Apocalipse 7 com os últimos acontecimentos, e reconhecerá que ali nos é apresentado o segundo advento de Cristo. João, após mencionar os ímpios dos últimos dias, prossegue nos versos iniciais do capítulo 7 falando nos justos desse tempo, os  144.000.

Por sua lealdade a Deus na obediência aos seus mandamentos, e inabalável fé em Cristo Jesus, este grupo terá de enfrentar a ira de Satanás (Apocalipse 12:17). Por sua experiência vitoriosa nesta luta, os 144.000 têm a honra especial de ser, no Monte Sião, a guarda de honra de Cristo.

O pastor Samuel Ramos, no opúsculo “Duas Sínteses”, apresentou aspectos úteis para identificação dos 144.000, a quem pedimos vênia para destacar esta parte de seu comentário.

As Três Teorias Prevalecentes sobre os 144.000

1º) Serão salvos apenas 144.000 pela pregação das Três Mensagens Angélicas, desde 1844 até a volta de Cristo, incluindo os que morreram fiéis na mensagem do terceiro anjo. Só 144.000 adventistas serão salvos.

2º) Os 144.000 serão os salvos entre os justos por ocasião da segunda vinda de Cristo. Somente eles permanecerão vivos até a volta de Jesus, os demais justos já teriam morrido antes das sete pragas para serem então ressuscitados na volta de Cristo.

3º) Eles serão um grupo especial, selecionado dentre os salvos vivos por ocasião da volta de Jesus. Os 144.000 são representantes da grande massa de salvos vivos quando do regresso do nosso Salvador.

Ele comenta cada uma destas três proposições, detendo-se especialmente na última por ser a mais condizente com nosso ponto de vista.

Nossa revista denominacional em inglês, Review and Herald, de 10/04/1958, pág. 9, trouxe a seguinte informação sobre este tema:

“O caráter de preferência ao número exato dos 144.000, é o fato importante. São os que passaram por grande tribulação (Apocalipse 6:17); estarão com o Cordeiro sobre o Monte Sião (14:1); são irrepreensíveis diante de Deus (v. 5); são de vida pura (v. 4); cantarão o cântico novo (v. 3); são primícias para Deus e para o Cordeiro (v. 4). São, enfim, israelitas espirituais no sentido de vencedores, os limpos de coração’ (Salmos 73:1). Compare com Romanos 2:28-29; 9:6-7; Gá1atas 3:29; 6:15-16”.

O Comentário Bíblico Adventista e os 144.000

Seria falho este estudo se deixássemos fora o que este comentário apresenta sobre ele. Suas conclusões sempre se pautaram pelo equilíbrio e ponderação, por isso precisam ser acatadas. A apresentação encontrada no vol. 7, págs. 783-785, é um subsídio valioso no equacionamento deste número enigmático. Seguem-se as partes mais significativas:

“Com referência ao número dos 144.000 são mantidos dois pontos de vista:

1º) Esse número é literal;

2º) Ele é simbólico.

Alguns dos que afirmam que esse número é literal, salientam que o sistema de contagem pode ser idêntico ao que foi empregado na numeração das 5.000 pessoas alimentadas miraculosamente, em que foram contados apenas os homens, e não as mulheres e crianças (ver Mateus 14:21). Os que afirmam que o número é simbólico salientam que essa visão é inteiramente simbólica, visto que os outros símbolos não devem ser interpretados literalmente, também não é necessário que este seja interpretado assim…”

Os 144.000 são apresentados como os que podem ‘suster-se’ em meio aos terríveis acontecimentos descritos no cap. 6:17. Eles possuem ‘o selo do Deus vivo’ (cap. 7:2) e são protegidos no tempo da destruição universal, como sucedeu com os que tinham o sinal, na visão de Ezequiel (Ezequiel 9: 6)…”

Há divergências de opinião sobre quem constitui os 144.000, dentre a última geração dos santos. A falta de informações mais definidas para se chegar a conclusões dogmáticas no tocante a certos pontos, fez com que muitos dêem ênfase não a quem são os 144.000 mas àquilo que eles são, isto é, ao caráter que possuem…”

O seguinte conselho é bastante apropriado: ‘Não é da vontade de Deus que se entre em controvérsia sobre questões que não proporcionam auxílio espiritual, tais como: Quem fará parte dos 144.000? Isto os eleitos de Deus saberão com toda a certeza dentro de pouco tempo’ – E. G. White” (Idem, pág. 783).

“Desde os tempos mais antigos os comentaristas têm nutrido ideias divergentes quanto à relação existente entre a multidão (de Apocalipse 7:9-17) e os 144.000. São defendidos três pontos de vista principais:

“Um deles afirma que os 144.000 e a ‘grande multidão’… representam o mesmo grupo de pessoas, mas sob condições diferentes, e que os versículos 9 a 17 revelam a verdadeira identidade dos 144.000…

“A segunda opinião salienta as diferenças entre os 144.000 e a ‘grande multidão’. O primeiro grupo pode ser contado, o segundo não. Um representa um grupo especial: as ‘primícias para Deus e para o Cordeiro’; ‘são os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá’ (Apocalipse 14:4). O outro representa os santos restantes, que triunfaram em todas as épocas.

“O terceiro ponto de vista declara que a ‘grande multidão’ representa a totalidade dos remidos, inclusive os 144.000.

“Os adventistas do sétimo dia em geral têm defendido o segundo ponto de vista” (Idem, pág. 784).

Conclusão

Quero terminar este estudo com a resposta dada por Gerhard F. Hasel, professor de Teologia na Andrews University; à pergunta: “Quem são os 144,000 a que se refere o Apocalipse?

A resposta a esta pergunta encontramos em Apocalipse 7 e 14. Os 144.000 são seres humanos que constituem o último remanescente fiel. São identificados:

1º) Por terem o nome do Cordeiro e de Seu Pai escrito na fronte (Apocalipse 14:1);

2º) Por terem sido resgatados dentre os da Terra (versos 3 e 4);

3º) Por se haverem mantidos incontaminados de relações ilícitas com outras organizações religiosas (verso 4);

4º) Porque possuem sinal de pureza (verso 4);

5º) Por levarem o sinal da veracidade (verso 5);

6º) Por 1evarem o sinal da pureza tanto moral como religiosa (v. 5);

7º) Por seguirem o Cordeiro por onde quer que vá (verso 4).

“À pergunta: ‘quem são?’ refere-se a nós. Não basta conhecermos os sinais de identificação. Muito mais importante que isto é saber se ostentamos ou não esses sinais. Vivemos em íntima comunhão com nosso Senhor, dia após dia, de tal sorte que nossa condição moral e religiosa reflita o Deus Altíssimo? Se assim não for, a mensagem dos 144.000 nos convida a obter essa consagração para que possamos experimentar então o começo da vida eterna, de maneira que possamos passar da morte para a vida (1João 3:14; João 5:24; Efésios 2:1), e possamos contar-nos entre os144.000”. Revista Adventista, janeiro de 1977, pág. 11.

Livro: Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Podemos Ser Perfeitos Como Deus é Perfeito?



“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”.Mt 5:48

Deus nunca propõe a Seus filhos padrão baixo. O versículo acima, entretanto, não quer dizer ser perfeito em sabedoria, como Deus o é, pois somos finitos. Não quer dizer perfeito em poder como Ele o é, porquanto Sua esfera é infinitamente mais alta que a nossa. Quer, porém, dizer que devemos amá-Lo perfeitamente, de todo o coração, entendimento, alma e forças. Isto é o que Deus deseja, pois Seus olhos “passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele”. Em algumas traduções encontramos: “cujo coração é perfeito para com Ele” (2Crônicas 16:9).

A palavra grega que aparece em Mateus 5:48 é teleios, literalmente significando, maduro, completo, que atingiu o alvo. Em 1Coríntios 14:20, Paulo emprega teleioi  denotando física e intelectualmente homens amadurecidos.

O sentido de perfeito em Mateus 5:48 é que Deus exige de nós perfeição em nossa esfera como Deus o é na Sua. Deus deseja de nós o serviço mais perfeito que nos é possível prestar a Ele.

Joseph Angus, em História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, pág, 145, comentando a palavra “perfeição”, assim se expressou:

“A perfeição se acha definida em várias partes da Bíblia. O termo emprega-se em muitos lugares do Velho Testamento como sinônimo de retidão ou de sinceridade. (Salmos 37:37, em hebraico).

Em o Novo Testamento, significa ou a posse de um claro e exato conhecimento da verdade divina, ou a posse de todas as graças do caráter cristão num grau maior ou menor. A primeira destas significações vê-se em Hebreus 5:14, onde se diz que o “mantimento sólido é para os perfeitos, os quais já pelo costume têm os sentidos exercitados para discernir o bem e o mal”; e também se pode ver em 1Coríntios 2: 6 e em Filipenses 3:15. A segunda definição vem em Tiago 1:4, onde “perfeito” significa o mesmo que “completo” na maneira de viver. Em 2Pedro 1:5 se enumeram os dons que formam o cristão perfeito”.

A seção Consultoria Doutrinária da Revista Adventista, agosto de 1975, pág. 25, à consulta: “Pode o cristão ser perfeito?”, apresentou a seguinte resposta:

“Se por ‘perfeição’ o consulente quer dizer ausência de pecado, então a resposta é de que jamais na Terra alguém alcançará a perfeição. A não ser um presunçoso ou paranóico, ninguém, em sã consciência poderá afirmar estar sem pecado. Só Cristo pôde dizê-lo.

“Entretanto, os cristãos reais, os nascidos de novo, podem falar em serem perfeitos, desde que estão justificados pela fé. É que a perfeição de Cristo lhes é atribuída. Assim como Jesus foi considerado pecador da pior espécie quando na verdade era inocente, assim a pessoa que confia unicamente em cristo para salvar-se é considerada inocente, quando na verdade é culpada. Na epístola aos Romanos, Paulo, repetidamente, diz que os que confiam em Cristo para a salvação são considerados por Deus como perfeitos. Toda esta questão deve ser considerada como uma transação legal realizada por Deus. Na realidade Jesus não era culpado, e nós não somos inocentes. Isto, em termos teológicos denomina-se “justificação pela fé”. Tudo é iniciativa divina, e a parte do homem consiste apenas em atender ao chamado de Deus, lançando-se nos braços de Cristo. E a justificação se opera, não porque o pecador se sinta justo, mas sim porque Deus o declara justo. Neste relacionamento com Cristo devemos permanecer e crescer. E quando isto ocorre devemos, sem dúvida, melhorar nossa vida, nossos hábitos, nosso relacionamento com Deus e com o próximo. E assim recebemos a justiça comunicada de Cristo, que nos habilita a vencer as tentações, bem como a obedecer aos reclamos divinos. Não adianta dizer que confiamos numa pessoa, se não aceitamos seus conselhos.

“É verdade que, mesmo justificados, nosso comportamento nunca se tornará impecaminoso. Encontramos pessoas que parecem boas e nobres, mas não pretendem firmar santidade. Em suma, somos perfeitos, no conceito teológico, porque a justiça perfeita de Cristo nos foi atribuída.

“Devido ao nefasto legalismo que lamentavelmente impera ainda em mais de 70% de nossos membros, a verdade maravilhosa e confortadora da justificação pela fé fica obscurecida, e vemos, não raro, pessoas graves, mal-humoradas, que têm conflitos íntimos e julgam que não serão salvas, mortificadas com algum pecado cometido, julgando-se abandonadas por Deus. Falta-lhes o sorriso que reflete o gozo do Espírito Santo, produzido pela paz de quem é justificado. Romanos 5:1. Tornando-se pessoas críticas, malcontentes com tudo; exigentes demais com os outros, maldizentes, acusadoras, etc”.

Livro: Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Revelando o Caráter da Pregação - Dr. Rodrigo Silva

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Quem incitou Davi a fazer o censo: Deus ou Satanás?

 

Por que 2Samuel 24:1 diz que Deus incitou Davi a realizar o censo militar, enquanto 1Crônicas 21:1 diz que Satã fez isso?

Em 2Samuel 24:1, lemos: “Mais uma vez irou-se o Senhor contra Israel e incitou Davi contra o povo, levando-o a fazer um censo de Israel e de Judá.” De acordo com 2Crônicas 21:1, Satanás levantou-se contra Israel e levou Davi a fazer um recenseamento do povo”. Examinarei o uso do termo satã no Antigo Testamento, algumas ligações terminológicas com outras passagens e, no final, sugerirei uma maneira de harmonizar essas duas passagens.


1. Uso do termo “satã”: A palavra hebraica para satã significa “adversário, oponente” e é usada para designar seres humanos que agem como adversários ou oponentes de outros (1Reis 11:14, 23). Ela também designa o anjo do Senhor que agiu como adversário de Balaão (Números 22:22). Obviamente, essa não é uma figura demoníaca. O substantivo também é encontrado em 1:5 e 2:1, e em Zacarias 3:1 para o adversário do povo de Deus. Estudiosos muitas vezes argumentam que quando o substantivo satã é acompanhado por um artigo definido (“o satã”) se refere à função (“um adversário/oponente”) e não é um substantivo próprio (“Satã”). Como no primeiro caso o termo não tem um artigo, só em 1Crônicas 21:1 é considerado substantivo próprio (“Satã”). Porém, outros estudiosos argumentam que é precisamente quando o substantivo é acompanhado por um artigo que funciona como nome próprio. Pode-se perguntar, então: “Será que esse debate é tão importante?”

2. Ligação linguísticas: Há ai uma clara ligação linguística entre 2:1, Zacarias 3:1 e 1Crônicas 21:1. Em Crônicas Satã “se levanta”(‘amad) contra Israel e incita (sut) Davi a pecar. O uso do verbo “levantar” (‘amad), junto com o substantivo satã, é encontrado em Zacarias 3:1, estabelecendo uma ligação entre as duas passagens. Em ambos os casos satã se opõe ao servo de Deus. O verbo “incitar” (sut) aparece junto com o substantivo satã em 2:3, estabelecendo, também, uma ligação entre essas duas passagens. Em , ele incita Deus contra Jó, e em Crônicas ele incita Davi contra Deus. O cronista sabe como usar o termo satã (“Satã”). Muito provavelmente reflete o significado do termo nos outros dois livros. Em outras palavras, ele não está contrastando seu uso com o de outras passagens; a presença ou ausência do artigo é irrelevante. O Antigo Testamento descreve um ser que se opõe a Deus e aos Seus planos para Seu povo (Gênesis 3:1-5; Levítico 16:8-10, 20-22; Isaías 14:12-14; Apocalipse 12:9).

3. As narrativas em Crônicas e Samuel: O papel de satã é muito claro nas passagens que estamos discutindo. Primeiro, ele é o adversário do povo de Deus, oponente à divina disposição de perdoá-los (Zacarias 3:1). Ele até se opõe contra a maneira que Deus governa Seu reino ( 1:6; 2:1). Segundo, ele incita o povo a desobedecer a Deus. Terceiro, ele deseja coisas más para o povo de Deus. Sem dúvida, ele é o arquiinimigo divino. Segundo o Livro de Crônicas, Satã se levantou contra Israel como inimigo e incitou Davi a realizar o censo sabendo que resultaria no sofrimento do povo. Por que realizar o censo é um pecado nacional? Vários tipos de censos eram realizados em Israel, sem nenhum penalidade (Êxodo 30:11-16). Talvez, como muitos já sugeriram, a diferença aqui é que esse era um censo militar realizado sem a aprovação divina e que expressava confiança no poder militar humano. Foi uma violação à aliança de Israel com o Senhor.

Se esse é o caso, as diferenças entre 1Crônicas e 2Samuel são indiferentes. A ira do Senhor mencionada como a causa da realização do censo, é esclarecida ao Deus permitir que Satã incite Davi a realizar o censo. Em sua ira, Deus não intervém para proteger Davi.
No entanto, Deus ainda é o Senhor Soberano que autoriza as ações de Satanás e que coloca fim à praga. Ele usa essa experiência para levar Davi a encontrar um local para construir o templo. Ele não entrega a Satanás o controle completo sobre Seu povo ( 1:12; 2:6).


Angel Manuel Rodríguez, Revista “Adventist World” – Fevereiro 2015

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Será que Adão e Eva sabiam que o inimigo de Deus viria tentá-los?

 



Nenhuma passagem bíblica indica ser esse o caso, mas há alguns pormenores que devemos examinar. Analisemos a narrativa para ver se o texto bíblico oferece alguma evidência sobre esse assunto. Consideremos, também, o ensino geral da Bíblia sobre o inimigo de Deus.

1. Seres celestiais antes de Adão e Eva: A Bíblia indica que Deus criou seres celestiais antes de criar Adão e Eva. Segundo o Livro de , “todos os anjos se regozijavam” quando Deus estava criando a Terra ( 38:4-7), e Gênesis sugere que Deus já havia criado querubins antes de Adão e Eva (Gênesis 3:24). Foi um desses querubins que se rebelou contra Deus e foi lançado fora do Céu (Isaías 14:12-14; Ezequiel 28:13-18). O inimigo no jardim seria esse querubim.

2. A responsabilidade de Adão e Eva: A narrativa de Gênesis indica que, após a criação, Deus deu a Adão e Eva instruções específicas concernentes às suas funções e responsabilidades. Era de se esperar que tais instruções incluíssem informações sobre o inimigo de Deus. Quando Deus falou com Adão e Eva pela primeira vez, Ele os abençoou e ordenou que “enchessem a Terra” (Gênesis 1:28). Eles deveriam governar sobre o restante da criação e desfrutar de uma dieta específica, diferente da dos animais (Gênesis 1:29, 30). Ele também ordenou a Adão e Eva que não comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal, ou então morreriam (Gênesis 2:16; 3:3).
Não há quase nada nessas instruções sobre o inimigo de Deus. Mas sua responsabilidade diante de Deus como cuidadores da Terra é clara. Há também uma referência sobre a possibilidade de morrer e isso por si só, sugere um elemento perigoso se fizessem a escolha errada. Mas, até aí, não há nenhuma dica específica sobre um inimigo contra quem deviam estar atentos.
No entanto, ainda há mais. Deus disse a eles que “cultivassem [‘abad] e cuidassem [shamar] (do jardim)” (Gênesis 2:15). O verbo ‘abad’ (“trabalhar; servir”) podia significar em alguns contextos “cultivar, trabalhar” no solo (Gênesis 4:2, 12). O verbo “shamar” significa “cuidar de, proteger, guardar”. O uso deste verbo sugere que Adão e Eva deviam ficar alertas, guardando e protegendo o jardim; isso sugere perigo e a presença potencial de um inimigo. Deus deve ter falado a eles sobre a natureza do inimigo. Essa interpretação do verbo é apoiada pelo seu segundo uso em Gênesis 3:24. Após a queda, a proteção do jardim e da árvore da vida, em particular, foi colocada nas mãos de um querubim. Como os humanos falharam, Deus transferiu para outros o que era responsabilidade deles.


3. Havia um tentador no Jardim: O perigo implícito em Gênesis 2:15 é explicitamente identificado em Gênesis 3. Um inimigo de Deus se opõe abertamente à Sua palavra e O acusa de limitar intencionalmente o desenvolvimento de Adão e Eva (Gênesis 3:4). Ele diz que, ao rejeitarem a palavra de Deus, seriam “iguais a Deus” (verso 5). O que esse inimigo introduz na conversa é o que o querubim caído queria para si: “Subirei mais alto do que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo” (Isaías 14:14). Agora sabemos a verdadeira identidade desse inimigo: o Novo Testamento o identifica como “diabo, ou Satanás” (Apocalipse 12:9). Esses detalhes são suficientes para indicar que Adão e Eva tinham sido informados sobre sua existência e foram avisados para ficar alertas.

4. Engano no Jardim: Há ainda outra informação que pode ser útil para responder a essa pergunta. Eva tentou se defender argumentando que foi enganada pela serpente (Gênesis 3:13). Sem dúvida, ela foi enganada (2Coríntios 11:3; 1Timóteo 2:14), mas o engano não foi aceito como uma desculpa válida para sua desobediência. Por que não? Em minha opinião, a razão é porque eles foram informados sobre a vinda de um inimigo de Deus para tentá-los. Eva estava esperando que o inimigo agisse de certa maneira e ele a surpreendeu e a enganou. Se ela não tivesse dialogado com a serpente, poderia ter sido salva.

Angel Manuel Rodríguez, Revista “Adventist World” – Abril 2015

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Por que os reis de Israel tinham tantas mulheres?



Penso que sua pergunta, na verdade, é como Deus lida com essa prática, e o que motivava os reis a ter tantas esposas. Além dos desejos corruptos das paixões humanas havia outras razões sociais e políticas para tal prática. Vou resumir a vontade de Deus sobre esta questão, examinar o propósito pelo qual os homens se casavam com tantas mulheres israelitas, e, finalmente, explorar a razão pela qual as esposas do rei não eram israelitas.

1. A Vontade de Deus: Parece ter sido a intenção de Deus que, em algum momento na história do Seu povo, fosse nomeado um rei sobre a nação. Com esse propósito, Deus providenciou uma legislação definindo o compromisso e o papel do rei (Deuteronômio 17:14-20). Até certo ponto, o rei devia ser um modelo para a nação, no estudo da lei, em confiar no poder de Deus e no propósito de Deus para o casamento. A lei estabelecia claramente: “Ele não deverá tomar para si muitas mulheres” (verso 17). Em outras palavras, ele não deveria ter um harém real. Deus esperava do rei o que também esperava de cada homem israelita: ter uma só esposa. Nesse aspecto, a realeza israelita falhou com o Senhor.

2. As muitas esposas de Davi: Foi principalmente por Davi que a prática real de ter muitas esposas foi introduzida em Israel. Ele tinha no mínimo nove esposas e não menos de dez concubinas. A função dessas concubinas não é clara. Elas estavam a serviço do rei para lhe dar filhos (2Samuel 20:3), e também podiam ser responsáveis pela manutenção do palácio (2Samuel 15:16). No antigo Oriente Próximo, as proezas sexuais do rei eram parte da sua imagem como monarca, e as muitas esposas transmitiam essa ideia para as pessoas. Davi estava simplesmente seguindo uma prática cultural da época. Ele também tomou várias mulheres israelitas como esposas. Elas deviam ser filhas de israelitas influentes e poderosos cujo apoio poderia ser útil para a consolidação do reinado de Davi. Esses eram casamentos com motivação política. Embora a maioria de suas esposas fosse israelita, parece que ele teve uma esposa estrangeira: “Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur”(2Samuel 3:3), uma princesa. Esse foi um casamento político e serviu para fortalecer a influência de Davi como rei entre as nações cananitas.

3. Esposas estrangeiras e a idolatria: O que Davi iniciou foi praticamente institucionalizado por Salomão: “Casou com setecentas princesas e trezentas concubinas” (1Reis 11:3). Muitas de suas concubinas, se não todas elas, podem ter sido israelitas, mas as esposas provavelmente fossem mulheres estrangeiras, filhas de reis com os quais Salomão fez aliança de relacionamento. Esse era um acordo comum em casamentos reais no antigo Oriente Próximo. Tais casamentos consolidaram o reinado de Salomão e contribuíram com as relações pacíficas entre ele e as nações ao redor (Sidom, Moabe, Ammom). Qualquer casamento político poderia ter danificado seriamente a integridade do rei, e, no caso de mulheres estrangeiras, teria levado o rei à idolatria (Deuteronômio 17:17; 1Reis 11:2). Quando esse tipo de casamento era arranjado, o acordo marital incluía a decisão de que a princesa continuaria a adorar seu deus no palácio de seu marido, nesse caso, Salomão. Possivelmente, algumas delas tenham se tornado israelitas. Cada uma dessas esposas vinha acompanhada por suas servas e, às vezes, por um líder religioso para assisti-la no culto ao seu deus. O marido devia oferecer um local de adoração para ela e sua comitiva. Seguindo essa prática pagã, “Salomão construiu um altar para Camos, […] e para Moloque […] Também fez altares para os deuses de todas as suas outras mulheres estrangeiras, que queimavam incenso e ofereciam sacrifícios a eles” (1Reis 11:7, 8). Essas práticas políticas e religiosas são típicas do antigo Oriente Próximo. Elas contribuíram diretamente para a queda do povo de Deus no Antigo Testamento.

É sempre bom ouvir a Palavra de Deus, pois as Escrituras nos alertam e nos previnem contra práticas culturais que tendem a nos desviar do Senhor.
Angel Manuel Rodríguez, Revista “Adventist World” – Janeiro 2015

terça-feira, 12 de julho de 2016

Tentações de um Músico de Igreja



por: Rev. João Wilson Faustini

Jesus disse claramente aos religiosos do seu tempo: “Errais não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. (Mateus 22:27)

A Bíblia contém princípios importantes que nos orientam a respeito de muitas coisas, inclusive música. Ela nos diz que os últimos tempos seriam tempos difíceis e que apareceriam falsos profetas e falsos doutores ou falsos mestres…. Que os homens seriam amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos do deleite do que de Deus. Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. (II Timóteo 3:1-8)

Pasmados, estamos testemunhando tudo isto dentro das igrejas, especialmente entre os músicos que se dedicam ao Ministério do louvor e adoração, cantores e músicos. Muitos com bom senso, têm levantado a sua voz contra esses abusos, irreverência e desrespeito à Deus e Sua Palavra.

Não é nenhum segredo para os meus irmãos e amigos, que Deus me chamou para o Ministério da Música, e que eu tenho por mais de 50 anos, procurado servi-lo e ficar ao par do que acontece dentro da igreja, com relação ao culto, ao louvor, aos hinos congregacionais, aos hinários, e a toda a forma de música e cânticos usados nos cultos de adoração a Deus.

Tenho sido abençoado e guiado por Deus desde minha infância, tendo tido grandes oportunidades, talvez mais que muitos outros, de estudar e de me aperfeiçoar para trabalhar neste Ministério. Não porque eu tivesse grandes talentos ou grandes dons, mas porque Deus colocou em minha vida pessoas de visão, que souberam me orientar, e que tinham uma compreensão genuína e cristã do Reino de Deus.

Desde cedo procurei e sempre procuro, basear-me totalmente nos princípios bíblicos. Tenho aprendido em toda a minha vida, principalmente a medida que os anos passam, que é perigoso basear-me apenas em minhas escolhas ou gostos musicais pessoais ou de quem quer que seja.

Estou muito atento observando o que está acontecendo em todo o mundo, com relação a música na Igreja, não só com o que vejo e ouço aqui no Brasil, mas pelo que vejo e ouço todos os anos, nas Conferencias do mês de julho da Hymn Society of America, e também nas visitas a igrejas aqui e fora do Brasil.

Minhas frequentes visitas ao Facebook e na Internet tem me deixado bastante ciente a respeito das mudanças que tem ocorrido na música na igreja, dos abusos, das reclamações, das guerras e divisões que hoje ocorrem entre aqueles que se dizem cristãos e transformados pela graça de Deus e que estão nesse ministério.

Não estou aqui para criticar A ou B. Mas para que estejamos alertas. Suponho que a razão principal pela qual as pessoas frequentam os nossos seminários de música da SOEMUS, é porque querem servir a Deus através da música, e querem aperfeiçoar o seu louvor e adoração a Ele.

O que está acontecendo hoje mais do que no passado?

1 – Inveja

Há muitas pessoas envolvidas no louvor, que não suportam ver sucesso alheio. Parece que o ministério dessas pessoas é estar sempre procurando falhas, fraquezas e deslizes nos outros.

Alguns comentaristas bíblicos acham que quando Deus criou o homem à Sua própria imagem, Satanás teria ficado com inveja, porque ele queria ser como Deus. Satanás usou este mesmo argumento que o fascinava – ser semelhante a Deus – para tentar o homem no jardim do Éden, e hoje em dia também.

Hoje há muitos músicos no louvor que ardem de ciúmes, porque querem ser como os outros, ou ser melhores do que eles.

2 – Orgulho

Outros, que tem dons musicais, ou que se auto-elegem como músicos, sem nunca ter estudado música, acham-se extremamente qualificados. Acham que são muito bons, melhor que os outros.

Nunca buscam ajuda de ninguém. Fecham-se aos que realmente poderiam ajudá-los a melhorar e a se desenvolver. Jamais aceitam quaisquer críticas construtivas ou sugestões.

3. Preguiça e estagnação

Este é um problema sério: Ficar estagnado. Ficar no seu mundo musical pequeno, restrito e provinciano, ouvindo somente músicas seculares, e imitando os estilos que se identificam claramente com o mundo e raramente elevam o espírito.

Viver uma vida inteira sem conhecer outros estilos e principalmente a música dos grandes compositores da historia é indesculpável. Não ter nem ao menos a curiosidade de procurar ouvir outros estilos de música, para expandir os seus conhecimentos e sua apreciação musical é incompreensível! Nunca frequentar um concerto de música erudita, e o que é pior, criticá-la, sem nem ao menos ter tentado conhecê-la é inexplicável!

O musico cristão deve ter uma mente aberta para aprender, conhecer, fazer pesquisa! Somente assim ele poderá evoluir musicalmente. Qual seria a razão verdadeira de ele não querer progredir? A igreja não tem que “engolir” essa desculpa de que “é pra Deus que eu canto, e Ele vê o meu coração”. Se você canta para agradar a si mesmo ou agradar as pessoas, você nem sempre faz o melhor, mas se é mesmo para Deus que você canta, você tem o dever cristão de oferecer a Ele, além de um coração puro, uma música melhor! E como você vai saber qual é a melhor música sem explorar, conhecer e desenvolver o seu conhecimento nesta arte maravilhosa? Esta é uma grande virtude que o músico cristão precisa desenvolver!

Faça um estudo de música serio! – Aprenda solfejo, instrumento, canto, historia da música. Conheça e estude todos os estilos!
Reconheça que música é arte, e exige muita pratica e aprimoramento – o melhor para Deus.
Conheça a Historia da igreja, a hinologia, os grandes hinos que mudaram a historia, a Bíblia, teologia
Ensaie e pratique o suficiente tecnicamente e habitue-se a estar preparado espiritualmente antes dos cultos!
4 – Buscar aplauso, reconhecimento, popularidade

O ser humano adora o sucesso, o aplauso, o holofote. Quem diz que não gosta de ser apreciado está mentindo. Quem não gosta de ser reconhecido pelo que faz?

Todos nós queremos um dia ouvir a voz de Jesus nos dizer: “Bem está, servo bom e fiel. Foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei.” (Mateus 25:21). Mas quando a busca pelo sucesso é maior do que a nossa fidelidade a Deus, há algo muito errado que precisa ser corrigido!

É uma grande maravilha que Deus possa ser adorado e louvado e seu evangelho anunciado em estilos musicais diferentes – Tanto o popular quanto o erudito.

Há princípios bíblicos que nos indicam claramente que Deus realmente se agrada sempre daquilo que é o melhor para Si. Esses princípios são muito claros e aplicam-se a muitas coisas, inclusive música! Não podemos ignorá-los!

Aprendemos na Bíblia que vamos ser julgados pelo que fazemos com os talentos que recebemos. Quem tem muito talento musical tem maior responsabilidade diante de Deus para desenvolvê-los!

A música erudita é custosa, trabalhosa, leva muitos anos para dominá-la, é necessário muito estudo. A música popular, por outro lado, é mais acessível, mais fácil de ser dominada, mas fácil de ser assimilada e absorvida pelo povo em geral. É perfeitamente compreensível porque tão poucos poucos se interessam em aprender a ler partituras com notas musicais, e não apenas acordes. Poucos se dispõem a aprender as regras de harmonia e composição. Preferem criar aleatoriamente sem a noção de forma ou norma, como se tivessem nascido já sabendo tudo. Muitos acham dificultoso fazer um curso para aprender a tocar piano ou órgão por música. Preferem aprender um teclado que exige apenas o domínio de algumas cifras de acorde. Também, pela mesma razão, acabam sem ter base para apreciar a música erudita. Ela é, para muitos, como o caminho estreito, e poucos andam por ele.

Davi disse que não ofereceria ao Senhor uma oferta que não lhe custasse algo. (II Samuel 24:24) Como poderemos agradar ao Senhor, buscando sempre a lei do mínimo esforço, e do caminho mais fácil?

Deus dá grande valor à arte, e consequentemente, ao conhecimento. Ele dotou artistas com capacidades extraordinárias, como Bezaleel, arquiteto chefe, cheio do Espírito do Senhor, de sabedoria e habilidades especiais, que trabalhou na construção do tabernáculo. (Êxodo 31:1-11) de instrumentos musicais e da arca da aliança – tudo para ser usado no santuário. Deus lhe deu também a capacidade para ensinar a outros. O aprendizado e o ensino são importantes! Deus sempre nos ensinou a buscar e a dedicar as melhores coisas para Ele: O primogênito, as ovelhas sem defeito, as primícias, os primeiros frutos, etc. Basta ler a respeito da construção do tabernáculo e do grande templo de Salomão no Velho Testamento para se notar em tudo, a estética, e o equilíbrio de formas, de materiais e de cores – justamente o que pouco aparece em nossos cânticos de hoje!….

Não devemos colocar uma barreira onde Deus não a põe. A musica popular geralmente não exige tantos anos de estudo, e em pouco tempo cantores ganham fama e reconhecimento, mesmo sem grande preparo. Muitos conseguem ganhar fama e muito dinheiro. A popularidade existe na igreja também e tem o seu lugar. Com pouco esforço e determinação surgem muitos cantores em toda a parte, da noite para dia. É verdade que os discípulos Pedro e João eram tidos com “iletrados” (Atos 4:13) mas eles não eram analfabetos! Basta ler suas cartas para ver que podiam expressar realidades espirituais profundas! É muito estranho que os que querem hoje se destacar no ministério da música são totalmente analfabetos musicalmente!

Compositores que nunca estudaram composição.
Cantores que nunca estudaram canto.
Poetas que nunca estudaram poesia, métrica, prosódia….. muitas vezes nem português!!!
Onde estudaram teoria, harmonia?
Qual conservatório? Com que mestre?
Que curso fizeram?
Eu já disse e repito. É uma grande maravilha que Deus pode usar tanto um estilo como o outro. Tanto o popular quanto o erudito.

Eu acredito, porem, pelos princípios bíblicos que conheço, que Ele se agrada do melhor. Esses princípios são muito claros! Não podemos ignorá-los!

Aprendemos na Bíblia que vamos ser julgados pelo que fazemos com talentos que recebemos. Quem tem muito talento musical tem maior responsabilidade diante de Deus para desenvolvê-los! Nossa preferência e gosto musical pessoal não deve ser nossa prioridade, mas fazer o que agrada a Deus, sim! A graça de Deus é tão grande que quando O adoramos através da música e do canto, Ele de fato se interessa muito pelo que se passa no nosso coração – independente dos nossos estilos musicais, das nossas qualificações, ou dos estudos que tenhamos. Mas não é por isso que vamos fazer a sua obra relaxadamente deixando de buscar o melhor para Aquele que é digno de todo o louvor, (do melhor louvor), de toda a honra e toda a gloria!!!

Outras tentações do musico na igreja são:

5 – Isolamento

Permitir barreiras que se ergam entre outros irmãos músicos. Deixar de se enriquecer com experiências de outros, por se isolar.

6 – Buscar prosperidade financeira

Exigir cachê, hotel 5 estrelas, gravar e vender CDs, etc ..

7 – Criar conflitos dentro da igreja entre músicos ou pastores e lideres por motivos banais por causa de estilos diferentes, agendas de participação no culto ou outras questões insignificantes.

8 – Descuido da vida espiritual ou deixá-la em segundo plano.

Este cuidado é essencial. Não há desculpa.

9 – Testemunho de vida, na igreja e fora dela

10 – Saber lidar com a fraqueza humana – sua e dos outros.


Fonte: Soemus – Sociedade Evangélica de Música Sacra

Como entender os mistérios de Deus? Dr. Rodrigo Silva

domingo, 10 de julho de 2016

Por que Tiago afirmou que uma pessoa é “justificada por obras” e não “por fé” somente? – Tiago 2:24




Com frequência, Tiago 2:14-26 é entendido como uma “correção” à ênfase dada por Paulo à justificação pela fé somente. Hoje, felizmente, a maioria dos estudiosos, assim como eu, não concorda com essa afirmação. Em primeiro lugar, ao procurar entender o argumento de Tiago, precisamos manter em mente o contexto geral e o objetivo de sua carta. Em segundo lugar, devemos compreender que diferentes escritores bíblicos podem, às vezes, usar a mesma terminologia para sentidos diferentes ou para um propósito específico. Pode depender também do contexto. (Leia Tiago 2:14-26 antes de continuar.)

1. Objetivo principal de Tiago: A mensagem de Tiago é muito simples em sua natureza, abordando os sofrimentos e provações da comunidade dos crentes e a opressão da estratificação social. Seu interesse foca o impacto social da fé cristã. Rejeita tratamento preferencial baseado em posses ou status social (Tiago 2:1-7) e condena a exploração social e o abuso dos pobres (Tiago 5:1-6). Para Tiago, a fé cristã não pode ser desconectada da sociedade, uma vez que ele afirma sua relevância. Sua mensagem teológica está embutida na preocupação de que a religião deve ser parte da essência da sociedade. Isso significa que tudo o que Tiago diz no capítulo 2:14-26 deve ser relacionado à sua maior ênfase.

2. Fé e obras: A passagem em consideração deve ser lida em seus próprios termos. Devemos determinar como Tiago usa a palavra “fé”. Contextualmente, isso não é difícil. Ele não a usa na forma salvífica tradicional, mas como conhecimento interior e convicção. Em outras palavras, o que depositamos em Cristo, inicialmente, não é fé, mas uma convicção religiosa que não determina a conduta. Isso se torna claro quando ele escreve: “Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem” (verso 19). Fé é estar persuadido de que nossas convicções estão corretas; os demônios podem ter esse tipo de compreensão. Esse tipo de fé é inútil na vida cristã se ela nos conduz a uma atitude de indiferença em relação às necessidades dos outros (versos 14-16, 20). Tiago argumenta que a fé sem as obras é morta (verso 17).

De fato, alegar que a fé existe na ausência de obras equivale a afirmar que o corpo pode existir independente do espírito. Um não pode existir sem o outro. Fé e obras formam uma unidade indivisível na vida cristã (verso 26); as obras tornam visível a nossa fé (verso 18). São evidências da realidade da fé na vida do crente.

3. Fé e justificação: Sob a influência de Paulo, a justificação geralmente é vista como a absolvição dos pecados de pecadores arrependidos diante do tribunal divino, no início da vida cristã, independente das obras.

Tiago não está negando essa crença, mas também não está se referindo a esse assunto em particular. Ele escreve para membros da igreja, pessoas que já haviam sido justificadas pela fé em Cristo. O problema é que a fé que professavam não estava afetando o modo como deveriam viver a vida cristã. Para eles, Tiago diz: “A pessoa é justificada pelo que faz e não apenas pela fé”.

O elemento mais importante nesse verso é o verbo “justificar”. Uma vez que, no contexto, a presença da fé é comprovada ou demonstrada pelas obras, o verbo justificar provavelmente significa “mostrar ou demonstrar o que é ser justificado”.

O verbo exerce uma função demonstrativa, isto é, o crente mostra/demonstra que foi justificado não apenas por alegar que tem fé, mas especificamente pelo que faz. Essa foi a experiência de Abraão e Raabe, que demonstraram justificação por suas obras (verso 21 e 25). Essas não são as obras da lei pelas quais, segundo Paulo, alguns procuram ser justificados. Tiago está falando sobre o que Paulo chama de “boas obras”. Ambos concordariam que “somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para boas obras” (Efésios 2:10).

A mensagem de Tiago ecoa em Apocalipse 3:15-18 e nos desafia a permitir que nossa fé, pelo poder do Espírito, se expresse numa verdadeira conduta cristã e em profundo interesse pelos pobres e oprimidos. Afinal, “qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras?” (Tiago 2:14).

Angel Manuel Rodríguez, Revista “Adventist World” – outubro de 2008

▲ TOPO DA PÁGINA