sábado, 24 de outubro de 2015

Diretrizes sobre a Observância do Sábado




Propósito e Perspectiva


O principal objetivo deste documento sobre a observância do sábado é oferecer conselhos ou diretrizes aos membros da Igreja que desejam uma experiência mais rica e significativa de observância do sábado.  Espera-se que se produza um estímulo para uma genuína reforma quanto à guarda do sábado em âmbito mundial.

Conhecendo-se o fato de que a comunidade mundial de adoradores encontra numerosos problemas quanto à observância do sábado, originários de determinados contextos culturais e ideológicos, tentou-se tomar essas dificuldades em consideração.  Não pretende este documento abranger todas as questões relativas à guarda do sábado, mas apresentar princípios bíblicos e diretrizes do Espírito de Profecia que ajudem os membros da Igreja em seu esforço por seguir a orientação do Senhor.

Espera-se que os conselhos dados neste documento sejam úteis.  Em última análise, entretanto, as decisões feitas sob circunstâncias críticas devem ser motivadas pela fé e confiança pessoal no Senhor Jesus Cristo.

Sábado – Salvaguarda de Nosso Relacionamento com Deus

O sábado engloba toda nossa relação com Deus.  É uma indicação dos atos de Deus em nosso favor no passado, presente e futuro.  O sábado protege a amizade do homem com Deus e proporciona o tempo essencial para o desenvolvimento dessa relação.  O sábado esclarece a relação entre Deus e a família humana, pois aponta a Deus como criador numa época em que os seres humanos gostariam de usurpar a posição de Deus no universo.

Nesta era de materialismo, o sábado conduz homens e mulheres àquilo que é espiritual e pessoal.  São sérias as consequências de esquecer o dia do sábado para o santificar.  Esse esquecimento produzirá uma distorção e final destruição do relacionamento de uma pessoa com Deus.

Quando é guardado o sábado, ele torna-se testemunha do repouso que advém de confiar apenas em Deus como sustentador, como base de nossa salvação e como o fundamento de nossa esperança no futuro.  Como tal, o sábado é um deleite porque entramos no descanso de Deus e aceitamos o convite para comungar com Ele.

Quando Deus pede que nos lembremos do dia do sábado, Ele o faz porque deseja que nos lembremos dEle.

Princípios e Teologia da Observância do Sábado

1) Natureza e Propósito do Sábado.  A origem do sábado encontra-se na criação, quando Deus descansou de Sua obra no sétimo dia (Gên. 1-3).  O sábado tem importância como sinal perpétuo do concerto eterno entre Deus e Seu povo, a fim de que soubessem quem os criou (Êx. 31:17) e os santifica (Êx. 31:13; Ezeq. 20:12), e para que O reconhecessem como o Senhor seu Deus (Ezeq. 20:20).

2) O Caráter Singular do Sábado.  O sábado é uma ocasião especial para a adoração de Deus como Criador e Redentor, e como o Senhor da vida, com quem toda a família humana se reunirá por ocasião do segundo advento.  O mandamento do sábado forma o centro da lei moral, como o selo da autoridade de Deus.  Sendo que constitui um símbolo do relacionamento de amor de Deus com seus filhos terrestres, os seres humanos são obrigados a respeitar este dom no sentido de que farão o possível para promover e envolver-se em atividades que ajudem a estabelecer e reforçar um relacionamento duradouro com Deus.  Assim Seu povo se envolverá apenas em atividades voltadas para Deus e seus semelhantes, e não naquelas que se inclinam para a gratificação do próprio eu e dos próprios interesses.

3)  A Universalidade do Sábado.  A universalidade tem sua raiz na criação.  Dessa maneira seus privilégios e obrigações são vigentes para todas as nações, classes ou setores. (Êx. 20:11; 23:12; Deut. 5:13; Isa. 56:1-8).  A observância do sábado diz respeito a todos os membros da casa, incluindo as crianças, e estende-se até mesmo “ao estrangeiro que está dentro das tuas portas” (Êx. 20:10).

4) Os Limites do Tempo do Sábado.  Dados bíblicos: o sábado começa no final do sexto dia da semana e dura um dia, de anoitecer a anoitecer (Gên. 1; Mar. 1:32).  Esse tempo coincide com o tempo do ocaso do sol.  Nos lugares onde for difícil determinar exatamente a hora do pôr-do-sol, o guardador do sábado começará o sábado no final do dia, marcado pela diminuição da luz.

5) Princípios que Orientam a Observância do Sábado.  Embora a Bíblia não trate diretamente de muitas questões específicas que possamos ter atualmente quanto à observância do sábado, ela nos apresenta princípios gerais aplicáveis hoje (ver Êx. 16:29; 20:8-11; 34:21; Isa. 58:13; Nee. 13:15-22).

“A lei proíbe trabalho secular no dia de repouso do Senhor; o labor que constitui o ganha-pão, deve cessar; nenhum trabalho que vise prazer ou proveito mundano é lícito nesse dia; mas como Deus cessou Seu labor de criar e repousou no sábado, e o abençoou, assim o homem deve deixar as ocupações da vida diária, e devotar essas sagradas horas a um saudável repouso, ao culto e a boas obras.” (O Desejado de Todas a Nações, p. 186).

Esse conceito, entretanto, não apóia a inatividade total. O Antigo e o Novo testamentos nos convidam a cuidar das necessidades e aliviar o sofrimento dos outros, pois o sábado é um bom dia para todos, particularmente para os humildes e oprimidos (Êxodo 23:12; Mat. 12:10-13; Mar. 2:27; Luc. 13:11-17; João 9:1-21).

Contudo, nem mesmo as boas obras devem obscurecer a principal característica da observância do sábado, a saber, o repouso (Gên. 2:1-3).  Isso inclui tanto o repouso físico (Êxodo 23:12) como o espiritual em Deus (Mat. 11:28).  O último leva o observador do sábado a procurar a presença de Deus e à comunhão com Ele no culto (Isa. 48:13), tanto na meditação silenciosa (Mat. 12:1-8) como na adoração pública (Jer. 23:32; II Reis 4;23; 11:4-12; I Crônicas 23:30; Isa. 56:1-8).  Seu objetivo é reconhecer a Deus como Criador e Redentor (Gên. 2:1-3; Deut. 5:12-15), e é compartilhado pela família isoladamente e pela comunidade maior (Isa. 56:1-8).

6)  O Sábado e a Autoridade da Palavra de Deus.  Ellen White assinala que o mandamento do sábado é único, pois contém o selo da Lei de Deus.  Unicamente ele “apresenta não só o nome mas o título do Legislador.  Declara ser Ele o Criador dos céus e da Terra e mostra, assim, o Seu direito à reverência e culto, acima de todos.  Afora esse preceito, nada há no decálogo para mostrar por que autoridade a lei é dada” (O Grande Conflito, pp. 451-452).

O sábado, com sinal do Criador, aponta para Sua autoridade e direito de propriedade.  Uma significativa observância do sábado, portanto, indica a aceitação de Deus como Criador e Possuidor, e reconhece Sua autoridade sobre toda a criação, inclusive o próprio ser.  A observância do sábado baseia-se sobre a autoridade da Palavra de Deus.  Não há para ela outra razão lógica.

Os seres humanos têm a liberdade de entrar em relacionamento com o Criador do universo como um amigo pessoal.

Os guardadores do sábado podem ter de enfrentar resistências por vezes devido ao seu compromisso com Deus no sentido de santificar o sábado.  Para aqueles que não reconhecem a Deus como seu Criador, parece arbitrário ou inexplicável que alguém deixe seu trabalho no dia de sábado meramente por  motivos religiosos.  A observância significativa do sábado testifica do fato de que escolhemos obedecer ao mandamento de Deus.  Assim reconhecemos que nossa vida é agora vivida em obediência à Palavra de Deus.  O sábado constituirá uma prova especial no tempo do fim.  O crente terá de fazer uma escolha entre submeter-se à Palavra de Deus ou à autoridade humana (Apoc. 14:7,12).

A Vida no Lar e na Família e sua Relação com o Sábado

1) Introdução.  A vida doméstica é a pedra angular da apropriada observância do sábado.  Somente quando as pessoas observam o sábado conscienciosamente no lar e assumem suas correspondentes responsabilidades como membros da família, a Igreja como um todo revelará ao mundo as alegrias e privilégios do santo dia de Deus.

2) Diferentes Tipos de Lares.  No século XXI há vários tipos de lares; por exemplo, o lar onde há marido, esposa e filhos; o lar onde há marido e esposa sem filhos; o lar onde há apenas um pai (ou mãe) com filhos (onde, devido ao falecimento ou ao divórcio, o pai ou a mãe precisam atuar como pai e mãe ao mesmo tempo); o lar em que uma pessoa tenha se casado ou em que a morte ou o divórcio tenha deixado alguém sozinho, sem filhos; ou o lar em que apenas o pai ou a mãe seja membro da Igreja.  Ao levar em conta as necessidades e os problemas dessas categorias, deve-se entender que alguns dos princípios e sugestões enunciados se aplicarão a todos os grupos, e alguns serão mais especializados.

3) Duas Instituições Sagradas – O Lar e o Sábado.  “No princípio” Deus colocou um homem e uma mulher no Jardim do Éden, seu lar.  Também “no princípio” Deus deu o sábado aos seres humanos.  Essas duas instituições, o lar e o sábado, andam juntas.  Ambas são dons de Deus.  Portanto, ambas são sagradas, sendo que a última fortalece e enriquece de maneira única os laços da primeira.

O companheirismo íntimo é um elemento importante do lar. O companheirismo íntimo com outros seres humanos é um elemento importante do sábado. Ele aproxima as famílias a Deus e os indivíduos uns aos outros.  Vista a partir dessa perspectiva, a importância do sábado para o lar não pode ser subestimada.

4) Responsabilidades dos Adultos como Mestres.  Ao escolher Abraão como pai do povo escolhido, Deus disse: “Eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele.” (Gên. 18:19).  Parece claro, então, que foi dada aos adultos uma enorme responsabilidade no lar com vistas ao bem-estar espiritual dos filhos.  Tanto por preceito como por exemplo, devem eles proporcionar o tipo de estrutura e atmosfera que torne o sábado um deleite e uma parte tão vital da vida cristã que, mesmo muito tempo depois de deixar o lar, os filhos continuem os costumes que lhes foram ensinados na infância.

Em harmonia com a injunção “tu as inculcarás (as palavras e mandamentos de Deus) a teus filhos” (conforme Deut. 6:4-9), os membros adultos da família devem ensinar os filhos amarem a Deus e guardarem seus mandamentos.  Devem ensiná-los a ser leais a Deus e a seguir sua direção.

Desde a mais tenra infância, as crianças devem ser ensinadas a participar do culto familiar, a fim de que o culto na casa de Deus se torne uma extensão do costume da família.  Também desde a infância, as crianças devem ser ensinadas sobre a importância da assistência à igreja, aprendendo que a verdadeira observância do sábado envolve ir à casa de Deus para o culto e o estudo da Bíblia.  Os adultos da família devem dar o exemplo, assistindo aos cultos de sábado, formando um padrão que será visto como importante quando os filhos tomarem decisão sobre aquilo que tem valor na vida.  Através de discussões, enquanto as crianças crescem e se tornam mais maduras, e através do estudo da Bíblia, deve-se-lhes ensinar o significado do sábado, sua relação com o viver cristão e sua natureza permanente.

5) Preparação para o Sábado.  Se o sábado deve ser observado devidamente, a semana inteira deve ser programada de tal maneira que todos os membros estejam prontos para receber o santo dia quando ele chegar.  Isso significa que os membros adultos da família farão planos para que as tarefas domésticas – a compra e o preparo de alimentos, o preparo das roupas e todas as outras necessidades da vida diária – sejam completadas antes do pôr-do-sol de sexta-feira.  O dia de repouso deve tornar-se o eixo em torno do qual gira a roda da semana inteira.  Quando se aproximar o pôr-do-sol e o anoitecer de sexta-feira, adultos e crianças poderão saudar o sábado com tranquilidade de consciência, tendo concluído todos os preparativos e com a casa pronta para passar as seguintes 24 horas com Deus e uns com os outros.  As crianças podem ajudar nesse sentido, assumindo responsabilidades de preparo para o sábado de acordo com seu grau de maturidade.  A maneira como a família se aproxima do início do sábado, ao pôr-do-sol de sexta-feira, e a maneira como é passada a noite de sexta-feira, constituirão o cenário para o recebimento das bênçãos que o Senhor tem em reserva para todo o dia que se segue.

6) Vestuário Apropriado para o Sábado. Onde há crianças no lar, ao vestir-se a família no sábado de manhã para ir à igreja, os adultos podem por preceito e exemplo ensinar os filhos que uma forma de honrar a Deus é ir à Sua casa com roupas limpas, que representem apropriadamente a cultura em que vivem.

7) A Importância da Hora do Estudo da Bíblia.  Nos lugares onde as crianças não têm a vantagem de frequentar escolas adventistas, a Escola Sabatina torna-se o mais importante meio de instrução religiosa fora do lar.  Não se pode subestimar o valor desta hora de estudo da Bíblia.  Os pais, portanto, devem assistir aos cultos do sábado de manhã e fazer todo o possível para levar os filhos consigo.

8) Atividades da Família no Sábado.  Na maioria das culturas, a reunião de sábado ao meio dia, quando a família se reúne em torno da mesa para o almoço no lar, é um ponto alto da semana.  O espírito de sagrada alegria e companheirismo, iniciado na hora de levantar e continuado durante a programação da manhã na igreja, intensifica-se.  Sem as distrações de uma atmosfera secular, a família pode conversar sobre temas de interesse mútuo e manter a disposição espiritual do dia.      

Quando é compreendida a natureza sagrada do sábado e existe um relacionamento de amor entre pais e filhos, todos procurarão evitar a intromissão, nas horas sagradas, de música secular, rádio, jornais, livros, revistas e programa de televisão e vídeo.

As tardes de sábado, tanto quanto possível, serão empregadas em atividades de família – explorar a natureza, fazer visitas missionárias a doentes ou pessoas de resguardo ou a outras que necessitem de encorajamento, e assistir às reuniões da igreja.  À medida que as crianças crescem, as atividades se ampliarão para atingir outros membros de sua faixa etária na igreja, sempre com a pergunta em mente: “Esta atividade me leva a compreender melhor a verdadeira e sagrada natureza do sábado?”  Assim, a devida observância do sábado no lar exercerá uma influência duradoura para o tempo e a eternidade.

A Observância do Sábado e as Atividades Recreativas

1) Introdução. A observância do sábado inclui o culto e a comunhão. O convite para desfrutar ambos é amplo e generoso. O culto sabático dirigido a Deus geralmente ocorre numa comunidade de crentes.  A mesma comunidade provê comunhão. Tanto o culto como a comunhão oferecem um potencial ilimitado de louvor a Deus que enriquecem a vida dos cristãos.  Quando o culto sabático ou a comunhão são distorcidos ou abusados, o louvor a Deus e o enriquecimento pessoal ficam ameaçados.  Como o dom de Si mesmo que Deus nos faz, o sábado traz genuíno gozo no Senhor.  É uma oportunidade para que os crentes reconheçam e atinjam o potencial que receberam de Deus.  Assim, para o crente, o sábado é um deleite.

2) Fatores Alheios à Observância. O sábado pode ser facilmente invadido por elementos alheios ao seu espírito.  Na experiência do culto e da comunhão, o crente deve estar sempre alerta em relação a fatores que prejudiquem a sua percepção da natureza sagrada do sábado.  O senso da santidade do sábado é ameaçado particularmente por tipos errados de comunhão e atividades.  Por contraste, a santidade do sábado é exaltada quando o Criador permanece como centro desse dia santo.

3) Fenômenos Culturalmente Condicionados na Observância do Sábado. É importante compreender que os cristãos prestam obediência a Deus e, dessa maneira, observam o sábado no lugar histórico e cultural onde vivem.  É possível que tanto a história quanto a cultura nos condicionem de maneira falsa e produzam a distorção de nossos valores.  Ao apelar para a cultura podemos ser culpados de dar-nos a desculpa ou licença de condescender com esportes e atividades recreativas incompatíveis com a santidade do sábado.  Por exemplo, o exercício físico intenso e várias formas de turismo não se harmonizam  com a verdadeira observância do sábado.

Qualquer tentativa de regulamentar a observância do sábado além dos princípios bíblicos, preparando listas de proibições para o dia do sábado, serão contraprodutivas para uma experiência espiritual sólida.  O cristão submeterá a sua experiência sabática ao teste do princípio.  Ele sabe que o principal objetivo do sábado é fortalecer o elo de união entre si mesmo e Deus.  Dessa forma, são aceitáveis as atividades guiadas por princípios bíblicos e as que contribuem para esse fortalecimento.

Visto que ninguém pode avaliar corretamente os motivos pessoais dos outros, o cristão deve ser muito cuidadoso para não criticar seus irmãos que vivem em contextos culturais diferentes de seu próprio.

Em viagem, os turistas adventistas devem fazer todo esforço no sentido de observar o sábado juntamente com seus irmãos daquela região.  Por respeito à santidade do sétimo dia, recomenda-se que os adventistas evitem usá-lo como dia livre para passeios turísticos e atividades seculares.

Igrejas e Instituições da Igreja

Ao estabelecer diretrizes e praxes específicas para a Igreja como um todo e para as instituições da Igreja, a organização está apresentando um exemplo da guarda do sábado para os membros em geral.  É responsabilidade dos membros a aplicação dos princípios da verdadeira observância do sábado à sua própria vida.  A Igreja pode ajudar, apresentando princípios sobre a guarda do sábado encontrados na Bíblia e no Espírito de Profecia, mas não pode ser consciência para os membros.

1) Igrejas – O Papel da Igreja  e da Família nas Atividades de Sábado à Tarde.  O pastor e os líderes da igreja local têm a responsabilidade de oferecer atividades sabáticas cuidadosamente planejadas para crianças, jovens, adultos e idosos, bem como para famílias e pessoas que vivem sozinhas, enfatizando a importância de tornar o sábado um dia de alegria, adoração e repouso.  As atividades da igreja devem complementar e não substituir as atividades da família e do lar.

2) Igrejas – Música de Sábado.  A música produz um impacto poderoso sobre a disposição de espírito e as emoções da pessoa.  Os líderes da igreja selecionarão a música e os músicos que realçarão a atmosfera reverente do repouso sabático e o relacionamento do adorador com Deus.  Os ensaios do coral no sábado devem ser evitados durante os horários de reuniões sabáticas regularmente programadas.

3) Igrejas – Penetração na Comunidade.  Embora os cristãos possam participar de certos tipos de obra social em favor dos estudantes, jovens e pobres nos subúrbios e favelas, devem tomar o cuidado de exercer uma influência exemplar de guarda coerente do sábado.  Quando envolvidos num curso de extensão ou especial para crianças e jovens, devem escolher assuntos e aulas que sejam diferentes das matérias seculares normais ou aulas da semana, e incluir atividades que contribuam para a cultura espiritual.  Passeios pela vizinhança ou junto à natureza podem substituir os recreios; caminhadas ou excursões junto à natureza que exijam apenas esforço mínimo podem substituir matérias ou aulas seculares.

4) Igreja – Recolta.  O procedimento geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia é realizar a recolta em dia que não seja o sábado.  Nos lugares onde for costume recoltar no sábado, a atividade deve ser executada de modo a trazer benefícios espirituais a todos os participantes.

5) Igreja – Arrecadação de Fundos no Sábado.  A doutrina da mordomia cristã encontra-se em todas as Escrituras.  O ato de dar tem lugar definido nos cultos de adoração.  Quando se fazem apelos para ofertas, devem ser feitos de tal maneira que preservem a santidade do culto e do sábado.

6) Igrejas – Casamentos aos Sábados.  A cerimônia matrimonial é sagrada e, em si mesma, não estaria em desacordo com a guarda do sábado.  Contudo, a maioria dos casamentos envolve um considerável trabalho e quase inevitavelmente se cria uma atmosfera secular durante os preparativos e a recepção.  A fim de que não se perca o espírito do sábado, deve-se desaconselhar a realização de casamentos aos sábados.

7) Igrejas – Funerais aos Sábados.  Em geral, os adventistas devem tentar evitar os funerais aos sábados.  Em alguns climas e sob certas condições, entretanto, pode ser necessário realizar os funerais sem demora, apesar do dia de sábado.  Nesses casos, devem ser feitos arranjos antecipados com agentes funerários e funcionários do cemitério, para que realizem suas tarefas de rotina antes do dia de sábado, reduzindo assim o trabalho.  Em alguns casos a cerimônia fúnebre pode ser realizada, deixando-se o sepultamento propriamente dito para mais tarde.

8) Instituições Médicas Adventistas.  As instituições médicas adventistas constituem o único contato que muitas pessoas têm com a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Os hospitais adventistas devem ser mais do que meramente sistemas de atendimento médico.  Têm eles a oportunidade única de dar um testemunho cristão 24 horas por dia junto às comunidades que servem.  Além disso, têm o privilégio de apresentar a mensagem do sábado pelo exemplo, cada semana.  Na cura dos enfermos e na libertação dos portadores de debilidades  físicas, mesmo no sábado, Cristo deixou um exemplo que consideramos a base para o estabelecimento e funcionamento das instituições médicas adventistas.  Portanto, uma instituição que ofereça atendimento médico ao público deve estar preparada para ministrar às necessidades dos enfermos e sofredores independentemente de horas ou dias.

Esse fato coloca uma grande responsabilidade sobre as instituições, no sentido de elaborarem e executarem regulamentos que reflitam o exemplo de Cristo e apliquem os princípios da observância do sábado encontrados nas escrituras e ensinados pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.  Os administradores têm a responsabilidade especial de cuidar para que todos os departamentos mantenham o verdadeiro espírito da guarda do sábado, instituindo procedimentos apropriados e evitando a frouxidão na observância do sétimo dia.

Recomenda-se as seguintes aplicações dos princípios de observância do sábado:

a.   Oferecer atendimento médico de emergência sempre que necessário, com boa disposição, ânimo e alto nível de profissionalismo.  Entretanto, nem as instituições nem os médicos e dentistas adventistas devem oferecer os mesmos serviços de clínica ou consultório que oferecem nos outros dias da semana.

b.   Suspender todas as atividades rotineiras que podem ser adiadas.  Geralmente isso significa fechar completamente os departamentos e instalações que não tenham relação direta com o atendimento aos pacientes e manter um número mínimo de pessoas qualificadas em outros departamentos para tratar das emergências.

c.    Adiar serviços eletivos de diagnósticos e terapia.  O médico de plantão deve decidir o que é necessário ou casos de emergência.  Se ele abusar desse direito, os casos devem ser tratados pela administração do hospital.  Os funcionários da instituição que não trabalham na administração não devem envolver-se nas decisões, nem ser obrigados a enfrentar o(s) médico(s) de plantão.  Podem-se evitar mal-entendidos deixando claro em estatutos para a equipe médica que somente serão realizados procedimentos cirúrgicos, terapêuticos ou de diagnóstico que não possam ser adiados devido à condição do paciente.  Um entendimento claro com todos os que são designados para a equipe, no momento da admissão, fará muito para evitar mal-entendidos e abusos.

Cirurgias simples e opcionais devem ser desencorajadas ou limitadas às sextas-feiras.  Procedimentos assim planejados permitem ao paciente ficar no hospital durante o final de semana e assim perder menos dias de trabalho.  Entretanto, isso coloca o primeiro dia pós-operatório, normalmente o que necessita cuidado hospitalar mais intenso, no sábado.

d.   Fechar os escritórios administrativos para atendimento de rotina.  Embora possa ser necessário admitir ou dar alta a pacientes no sábado, recomenda-se que seja evitada a apresentação de contas e o recebimento de dinheiro.  Jamais deve a guarda do sábado ser motivo de irritação para aqueles que procuram servir e salvar, mas sim constituir o sinete dos “filhos da luz” (Efé. 5:8; Atos dos Apóstolos, p. 260).

e.    Fazer do sábado um dia deleitoso para os pacientes, provendo uma lembrança do testemunho cristão que jamais será esquecida.  A guarda significativa do sábado será conseguida muito mais facilmente em uma instituição que empregue uma equipe predominantemente adventista.  A apresentação do sábado sob um prisma favorável pode ser conseguida pelos obreiros encarregados do atendimento aos pacientes e pode constituir uma influência convincente na vida dos que não pertencem à nossa fé.

f.    O atendimento aos enfermos é uma atividade dos sete dias da semana.  A doença não conhece calendário.  Entretanto, ao escalar os funcionários, as instituições médicas devem tomar em consideração as crenças, observâncias e práticas sinceras dos empregados ou futuros empregados.  A instituição deve dar margem razoável a essas crenças religiosas, a menos que se demonstre que essa acomodação dificultará o funcionamento da instituição.  Também se reconhece que a consciência das pessoas varia em relação com a conveniência do trabalho aos sábados.  Nem a Igreja nem suas instituições podem atuar como consciência para seus empregados.  Em vez disso, deve-se dar margem razoável para a consciência individual.

g.   Resistência às pressões para afrouxar as normas adventistas.  Algumas instituições têm sido pressionadas por comunidades, equipes médicas e/ou empregados (quando a maioria se compõe de não-adventistas) no sentido de  abandonar ou enfraquecer os princípios quanto à guarda do sábado e suas práticas, de modo que o sábado seja tratado como qualquer outro dia.  Em alguns casos, tem-se feito pressão para manter os serviços no sábado, reduzindo-os então no domingo.  Essa atitude deve ser vigorosamente combatida.  A aquiescência levaria a um sério reexame do relacionamento dessa instituição com a Igreja.

h.    Instruir os empregados que não são adventistas quanto aos princípios de guarda do sábado praticados pela instituição.  Todos os não-adventistas, no momento da admissão em uma instituição médica adventista, devem tomar conhecimento dos princípios adventistas do sétimo dia, especialmente praxes institucionais relativas à observância do sábado.  Embora os não-adventistas possam não crer como nós, eles devem saber desde o início como se espera que se encaixem no programa da instituição para ajudá-la a atingir seus objetivos.

i.     Estimular uma atitude de contínuo testemunho cristão entre os empregados adventistas.  O único contato que muitos funcionários não-adventistas poderão ter com os adventistas do sétimo dia, será na instituição que os emprega.  Todos os relacionamentos devem ser cordiais, bondosos e representativos do amor exemplificado na vida e obra do Grande Médico.  A compaixão para com os enfermos, a abnegada consideração para com os semelhantes, a solícita disposição para servir e uma irrestrita lealdade para com Deus e a Igreja podem bem constituir um cheiro de vida para a vida.  A guarda do sábado é privilégio e honra, bem como dever.  Jamais deve tornar-se pesada ou tediosa para os que a observam ou para os que nos rodeiam.

9) O Trabalho aos Sábados em Hospitais Não-Adventistas.  Embora seja essencial nas instituições médicas que se realize constantemente um mínimo de trabalho para manter o bem-estar e conforto dos pacientes, os empregados adventistas em instituições não-adventistas onde as horas do sábado não trazem diminuição dos deveres rotineiros, encontram-se sob a obrigação de recordar os princípios que regem as atividades sabáticas.  Para evitar situações em que os membros da Igreja enfrentem problemas com a guarda do sábado em instituições não-adventistas, recomenda-se que:       

a. Quando os adventistas aceitam emprego num hospital não-adventista, tornem conhecidos seus princípios de guarda do sábado e solicitem um horário de trabalho que os isente dos deveres do dia de sábado.

b. Nos lugares onde os horários de trabalho ou outros fatores não permitam esse arranjo, os adventistas devem identificar claramente as tarefas, se houver alguma, que poderão realizar conscienciosamente no sábado, bem como sua frequência.

c. Nos casos em que não for possível acomodar-se aos arranjos acima, os membros devem tornar supremas as exigências de lealdade a Deus e abster-se de tarefas rotineiras.

10) Instituições Educacionais Adventistas.  As escolas adventistas de ensino médio com internato desempenham um papel importante na formação de hábitos de observância do sábado das futuras gerações de membros da Igreja, e os colégios e universidades adventistas fazem muito para moldar o pensamento do ministério e da classe profissional na Igreja.  É importante, portanto, que a teoria e a prática sobre como maximizar as deleitosas bênçãos do sábado se aproximem o máximo do ideal nessas instituições.

A aplicação desse princípio deve incluir:

a. Preparo adequado para o sábado.

b. Demarcação do início e final das horas sabáticas.

c. Atividades apropriadas para o lar e a escola: culto, grupos de oração, trabalho missionário, etc.

d.  Deveres necessários reduzidos ao mínimo.  De preferência, devem ser confiados a pessoas que os realizam como serviço voluntário e não as que recebem pagamento pelo mesmo trabalho durante a semana.

e.  Cultos inspiradores, de preferência seguindo com o modelo daquilo que se espera caracterizar os cultos nas igrejas das escolas.

f.   Atividades variadas e apropriadas para as tardes de sábado.

g.  Estruturação do programa semanal, de modo que o sábado represente uma alegria que permanece além do clímax da semana, em vez de ser um prelúdio para atividades contrastantes no sábado à noite.

1. Vendas no Refeitório.  Os refeitórios são destinados a servir os estudantes e os pais que os visitam, bem como os hóspedes autorizados; não devem ser abertos ao público aos sábados.  Para evitar transações desnecessárias durante as horas sagradas, a instituição deve tomar providências para que os pagamentos sejam feitos fora das horas do sábado.

2. Participação do Corpo Docente em Reuniões de Profissionais.  Em alguns países, os adventistas do sétimo dia têm o privilégio de assistir a encontros de profissionais a fim de manter-se a par do progresso em sua área de especialização.  Pode ser tentador justificar a assistência a essa reuniões no sábado.  Recomenda-se, entretanto, que o pessoal acadêmico participe do culto junto com os outros membros da Igreja em vez de unir-se aos colegas profissionais “a trabalho”.

3. Estações de Rádio.  As estações de rádio dos colégios podem ser uma bênção para a comunidade.  Para maximizar essas bênçãos, a programação durante as horas do sábado devem refletir a filosofia da Igreja.  Se durante os sábados forem feitos apelos quanto à arrecadação de fundos, eles devem ser feitos de tal maneira que exaltem a santidade do dia.

4. Viagens Promocionais. A fim de manter a natureza de reverência do dia de sábado, as viagens promocionais devem ser planejadas de forma que reduzam ao mínimo as viagens aos sábados, proporcionando o máximo de tempo para o culto com os irmãos.  As horas do sábado não devem ser usadas em viagem com o objetivo de que haja tempo livre para um programa no sábado à noite.

5. A Observância do Sábado na Educação para o Ministério.  Os pastores têm a grande responsabilidade de moldar a vida espiritual da Igreja por exemplo pessoal.  Portanto, as instituições que preparam os pastores e as esposas de pastores precisam ensinar seus alunos a formar uma nova filosofia de observância do sábado.  A devida orientação recebida na escola pode ser um instrumento na experiência de um genuíno reavivamento das alegrias do sábado em sua própria vida, bem como na vida de sua igreja.

6. Exames no Sábado.  Os adventistas do sétimo dia que enfrentam o caso de exames aos sábados em escolas não-adventistas ou que prestam exames para receber autorização por parte dos conselhos profissionais para o exercício da profissão, encontram problemas especiais.  Ao lidarem com essas situações, recomenda-se que façam arranjos com a administração para prestar os exames em horas que não sejam do sábado.  A Igreja deve incentivar os membros quanto à cuidadosa observância do sábado e, sempre que possível, interceder junto às autoridades competentes para que possibilitem a reverência para com o dia de Deus e o acesso aos exames.

Emprego e Comércio Secular Relacionado com o Sábado

1) Declaração de Princípio.  A visão bíblica do sábado inclui uma dimensão divina e humana (Mat. 12:7).  A partir da perspectiva divina, o sábado convida o crente a renovar seu compromisso com Deus, cessando o trabalho diário para adorar a Deus mais plena e livremente (Êxodo 20:8-11; 31:15-16; Isa. 58:13-14).  Na perspectiva humana, o sábado convoca o crente a comemorar o amor criador e redentor de Deus, revelando misericórdia e solicitude para com o próximo (Deut. 5:12-15; Mat. 12:12; Luc. 13:12; João 5:17).  O sábado, assim, abrange a cessação do trabalho secular com o propósito de amar a Deus e a realização de atos de amor e bondade para com os semelhantes.

2) Trabalho Essencial e de Emergência.  A fim de exaltar a santidade do sábado, os adventistas do sétimo dia devem fazer escolhas sábias na questão do emprego, guiados por uma consciência iluminada pelo Espírito Santo.  A experiência tem demonstrado que há riscos na escolha de vocações que não permitam a adoração do Criador no sábado, livre de envolvimento com o trabalho secular.  Isso significa que evitarão emprego que, embora essenciais para o funcionamento de uma sociedade tecnologicamente avançada, possam oferecer problemas quanto à observância do sábado.

As Escrituras e o Espírito de Profecia são explícitos quanto aos nossos deveres como cristãos para com os semelhantes, mesmo no dia de sábado.  No contexto moderno, muitos empregados em ocupações relacionadas com a salvação de vidas e propriedade são chamados a tratar de emergências.  Arranjar trabalho regular de fim de semana que requeira o uso das horas do sábado num emprego lucrativo de atendimento de emergência ou aceitar trabalho nos fins de semana em ocupações de emergência para aumentar a renda familiar, não se harmoniza com os princípios de observância do sábado apresentadas por Cristo.  Atender a situações de emergência que envolvam risco de vida e segurança é diferente de ganhar o sustento por envolver-se rotineiramente nessas ocupações durante o sábado, já que  frequentemente são acompanhadas por atividades comercias, seculares ou rotineiras.  (Ver os comentários de Cristo sobre o resgate de bois ou ovelhas caídos em valetas e sobre a ajuda de pessoa em necessidade.  Mat. 12:11; Luc. 13:16.)  Ausentar-se da casa de Deus e negar-se à comunhão com os outros membros nos sábados, pode exercer um efeito desanimador sobre a vida espiritual.

Muitos empregadores dessas assim chamadas áreas de serviços essenciais estão dispostos a fazer concessões aos guardadores do sábado.  Quando essas não forem feitas, os membros devem rever cuidadosamente os princípios bíblicos sobre a guarda do sábado e, sob essa luz, examinar o tipo de atividades, ambiente, exigências de trabalho e motivos pessoais antes de envolver-se no trabalho aos sábados.  Devem perguntar ao Senhor como o fez Paulo na estrada de Damasco: “Senhor, que queres que eu faça?” Quando prevalece essa atitude de fé, somos persuadidos de que o Senhor levará o crente a discernir Sua vontade e suprirá a força e sabedoria para segui-la.

3) Decisões Morais Relativas à Observância do Sábado.  Os privilégios sabáticos são algumas vezes negados ou restringidos por organizações militares, educacionais, políticas ou outras.  Para evitar e/ou reduzir essas  situações lamentáveis, devem-se considerar as seguintes sugestões:

Um administrador competente da Igreja, de preferência o diretor do Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa, deve ser designado para manter-se informado quanto a circunstâncias que poderiam minar a liberdade de culto aos sábados.  Quando necessário, esse oficial procurará as autoridades responsáveis para interceder no caso da possibilidade de um pacto adverso sobre os adventistas do sétimo dia com consequência de alguma legislação ou medida em perspectiva.  Essa linha de ação pode evitar a promulgação de leis que restrinjam ou neguem os privilégios sabáticos.

Os membros adventistas devem ser encorajados a defender pela fé o princípio da guarda do sábado independentemente das circunstâncias, descansando na certeza de que Deus honrará a lealdade para com ele.

Os membros da Igreja devem oferecer ajuda espiritual, moral e, se necessário, material, para outros que estejam passando por problemas  por causa do sábado.  Esse apoio servirá para fortalecer a dedicação ao Senhor, não só da pessoa que está enfrentando os problemas relativos ao sábado, mas da Igreja como um todo.

4) Compra de Bens e Serviços no Sábado.

a.  O sábado foi designado para prover liberdades e gozo espiritual para todas as pessoas (Êxodo 20:8-11). Como cristãos, devemos apoiar esse direito humano básico que o Criador concedeu a todos.  Como regra geral, comprar produtos, comer em restaurantes e pagar por serviços a serem prestados por terceiros são coisas que devem ser evitadas por estarem em desarmonia com o princípio e a prática da guarda do sábado.

b.  Além disso, as atividades comerciais mencionadas acima desviarão a mente da santidade do sábado.  (Ver Nee. 10:31; 13:15.)  Com o devido planejamento, pode-se tomar com antecedência medidas apropriadas referentes às necessidades previsíveis do sábado.

5) Viagens aos Sábado.  Embora possa ser necessária uma viagem no sábado em conexão com as atividades sabáticas, não se deve permitir que as viagens aos sábados se tornem um evento secular; portanto, os preparativos devem ser feitos com antecedência:  o combustível do veículo e outros elementos necessários devem ser providenciados antes do início do sábado.  Devem ser evitadas viagens em transportes comerciais para atender assuntos particulares ou de trabalho.

6) Como Tratar um Problema Específico de Trabalho.  Quando um membro da Igreja acha necessário renunciar a um trabalho ou perde seu emprego por causa de problemas de guarda do sábado e é admitido pela denominação numa atividade semelhante,  e quando o novo trabalho, por sua natureza, requer que o membro trabalhe no sábado, recomendam-se as seguintes sugestões:

a.  Dar-se-á ao membro uma cuidadosa explanação sobre a natureza essencial do trabalho.

b.  A organização deve fazer todos os esforços no sentido de certificar-se de que somente os aspectos essenciais do novo trabalho sejam executados no sábado.  Os administradores também devem explicar ao novo empregado os propósitos religiosos e objetivos básicos da organização empregadora.

c. Adotar-se-á um programa de rodízio para que o membro que conscienciosamente aceita esse trabalho aos sábados possa com frequência participar de uma comemoração mais completa do dia de sábado.

7) Trabalho em Turno.  Quando um adventista do sétimo dia trabalha onde existe um sistema de turnos, o empregador poderá solicitar-lhe que trabalhe no sábado ou em parte do sábado.  Nessas circunstâncias, encoraja-se o membro envolvido a considerar o seguinte:

a.   O membro deve esforçar-se por ser o melhor funcionário que puder, um empregado de valor a quem o empregador não se dê ao luxo de perder.

b.   Se surge um problema, o membro deve procurar resolvê-lo através de um entendimento direto com o empregador, solicitando-lhe um arranjo baseado em boa vontade e justiça.

c.   O membro deve ajudar o empregador sugerindo-lhe arranjos como:

1.   Trabalhar com horário flexível;

2.   Aceitar um turno indesejável;

3.   Trocar de turno com outro empregado;

4.   Trabalhar nos feriados.

d.  Se o empregador resiste à ideia de um arranjo, o membro deve imediatamente procurar a ajuda do pastor e do Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa nos países onde houver envolvimento nessas atividades.

A Comissão Executiva da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia na sessão da Conferência Geral em Indianápolis, Indiana, em 9 de julho de 1990, votou a aceitação do documento acima sobre a observância do sábado.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Eclesiastes 12:7- Que espírito volta a Deus?

O que ocorre quando uma pessoa morre? Que "espírito" sai do corpo no momento da morte? Entenda de forma rápida e simples! Para ter acesso a outros vídeos e entender melhor mais declarações bíblicas.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Porque Jesus não curou imediatamente os 10 leprosos?

Faculdades devem respeitar sábado de alunos adventistas




O juiz David de Oliveira Gomes Filho, da Segunda Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, decidiu que seja respeitada a liberdade religiosa dos alunos da Faculdade Mato Grosso do Sul (FACSUL) e da Faculdade Campo Grande (FCG) que, em razão de crença, não podem frequentar aulas no sábado e alegavam ser prejudicados com faltas e nas avaliações. A Ação Civil Pública foi ajuizada pela seccional da OAB/MS em 2012, assinada pelo então presidente Leonardo Avelino Duarte. Os alunos procuraram a OAB para buscar a garantia de seus direitos. De acordo com Avelino Duarte, se buscou a garantia da realização de obrigações acadêmicas de maneira alternativa, sendo aplicadas nos outros dias da semana tendo como base a Lei Estadual nº 2.104/00, que assegura ao aluno requerer à instituição de ensino, públicas ou privadas, que lhe sejam aplicadas provas ou trabalhos acadêmicos em dias não coincidentes com o período de guarda religiosa.

As instituições de ensino alegam que não poderiam mudar a grade curricular e cronograma de atividades em razão da fé dos acadêmicos, pois ao ingressarem na faculdade estariam de acordo com o regimento da instituição superior de ensino. No entanto, um parecer do Ministério Público Estadual recomenda que a FACSUL e a FCG têm obrigação constitucional de respeitar a liberdade de crença “dos seus acadêmicos, em especial aqueles que guardam o pôr do sol de sexta até o pôr do sol de sábado por serem adeptos da religião Adventista do Sétimo Dia”.

Com a decisão, os alunos sabatistas terão abono das faltas e a universidade deverá oferecer atividades em datas alternativas para os acadêmicos que justificarem a transferência da data por razão de crença religiosa. Não foi concedida a aplicação de nenhuma multa para as duas faculdades.

(Correio do Estado)

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Rio registra primeira união estável entre três mulheres




Há pouco mais de uma semana, o Brasil registrou sua primeira união estável entre três mulheres. O local escolhido para a formalização foi o 15º Ofício de Notas do Rio, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste. De acordo com o Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), este é o segundo trio que declara oficialmente uma relação. O primeiro caso aconteceu em Tupã, no interior de São Paulo, em 2012. Na ocasião, um homem e duas mulheres procuraram um cartório para registrar a relação. Com medo de serem hostilizadas, as três mulheres preferiram não dar entrevista. De acordo com a tabeliã Fernanda de Freitas Leitão, que celebrou a união, o fundamento jurídico para a formalização desse tipo de união é o mesmo estabelecido na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2011, ao reconhecer legalmente os casais homossexuais. “Não existe uma lei específica para esse trio, tampouco existe para o casal homoafetivo. Isso foi uma construção a partir da decisão do STF, que discriminou todo o fundamento e os princípios que reconheceram a união homoafetiva como digna de proteção jurídica. E qual foi essa base? O princípio da dignidade humana e de que o conceito de família é plural e aberto. Além disso, no civil, o que não está vedado, está permitido”, explicou a tabeliã.

O presidente do IBDFAM, Rodrigo Pereira, declarou que a relação entre três pessoas é reconhecida quando for caracterizada como núcleo familiar único. “Essas três mulheres constituíram uma família. É diferente do que chamamos de família simultânea (casais homo ou heterossexuais). Há milhares de pessoas no Brasil que são casadas, mas têm outras famílias. Esses são núcleos familiares distintos. Essas uniões de três ou mais pessoas vivendo sob o mesmo teto nós estamos chamando de famílias poliafetivas”, afirmou Pereira.

Por lei, uma mesma pessoa não pode se casar com outras duas [por enquanto...]. Mas o caso do trio é diferente por ser visto como uma união única.

Além da união estável em si, as três mulheres fizeram testamentos patrimoniais e vitais. O próximo passo delas é gerar um filho por meio de inseminação artificial. Por isso, a declaração da relação foi acompanhada dos testamentos, que estabelecem a divisão de bens e entregam para as parceiras a decisão sobre questões médicas das três cônjuges. [...]

Pereira explica que todos os direitos concedidos aos casais com união estável devem ser garantidos ao trio de mulheres. “A proteção legal deve ser a mesma. Ainda não tem jurisprudência, porque isso está começando. Isso é novo para o Direito, mas não tem uma verdade única. A família é um elemento da cultura, sofre variações”, completou. [...]

(JusBrasil)

Nota: Não, a família não é um “elemento da cultura”. O conceito de família e de casamento – a união monogâmica entre um homem e uma mulher – vem do relato da criação, em Gênesis. Quando esse relato passou a ser visto paulatinamente como um mito, uma alegoria (mesmo por pessoas e igrejas que dizem seguir a Bíblia), estava preparado o caminho para a dissolução do conceito bíblico de casamento. Uma vez que o “casamento” de pessoas do mesmo sexo foi aprovado, não mais haverá impedimentos morais (e logo, logo legais) para situações que envolverem poligamia, incesto (duvida?) e, por que não, até zoofilia. Abriram a porta, agora não tem como segurar o que passar por ela. Ao abandonar a visão criacionista das origens, a humanidade destruiu os fundamentos morais e teológicos sobre os quais deveria estar fundada. Além do casamento, o sábado, memorial da criação, também tem sido relido à luz da teologia liberal e do paganismo. Tivesse sempre sido guardado por todos os cristãos, quem sabe essa situação toda fosse diferente hoje. [MB]

A Sintonia Fina do Universo


Reasonable Faith apresenta o trabalho do filósofo e teólogo Dr. William Lane Craig e visa fornecer, nos lugares públicos, uma perspectiva cristã inteligente, articulada e inflexível, sem deixar de ser graciosa sobre as questões mais importantes a respeito da verdade da fé cristã, tais como:

- a existência de Deus
- o significado da vida
- a objetividade da verdade
- o fundamento dos valores morais
- a criação do universo
- design inteligente
- a fiabilidade dos Evangelhos
- a singularidade de Jesus
- a historicidade da ressurreição de Jesus
- o desafio do pluralismo religioso

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Primeiro presidente adventista


novo presidente das ilhas fiji e adventista
General adventista já exercia o cargo de ministro de Emprego, Produtividade e Relações Industriais. Créditos da imagem: acervo do governo de Fiji

O novo presidente das ilhas Fiji, no Pacífico Sul, é um adventista do sétimo dia. Com 31 votos a favor e 14 contra, o general-de-divisão Jioji Konrote foi eleito pelo parlamento no dia 12 de outubro para um mandato de três anos. É a primeira vez que um membro da igreja assume a presidência da nação.
A cerimônia de posse de Konrote, que exerce a função de ministro de Emprego, Produtividade e Relações Industriais, está prevista para ocorrer no início do mês de novembro.

Em um anúncio oficial sobre a nomeação, conforme informou a agência internacional de notícias da Igreja Adventista (ANN), o primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama, disse que o general adventista é “um modelo de lealdade, coragem e devoção como comandante militar, de honestidade e dedicação como ministro, e de tato e perseverança como um diplomata”.

Konrote tem um longo currículo como militar e diplomata. Ele é o único fijiano a ser nomeado comandante da Força Interina das Nações Unidas no Líbano e secretário-geral adjunto das Nações Unidas. Ele tem servido como o Alto Comissariado da ONU para a Austrália e Fiji, além de embaixador plenipotenciário para Cingapura. Em 2006, ele foi eleito membro do parlamento de Fiji e, desde então, tem servido como ministro.

Segundo informou a ANN, Jioji Konrote é um membro respeitado de uma congregação adventista na capital, Suva, a cidade mais populosa e principal centro cultural e turístico das ilhas Fiji.

Com uma população de aproximadamente 900 mil habitantes, Fiji viveu situações políticas delicadas nos últimos anos. Foram três golpes de Estado e uma tentativa de sublevação desde que conquistou sua independência, em 1970. Curiosamente, hoje a república parlamentarista é governada pelo mesmo militar que promoveu o golpe de 2006. Frank Bainimarama assumiu como primeiro-ministro em 2014, após ganhar as eleições que consumaram o retorno à democracia.
 [Equipe RA, da redação / Com informações da ANN e do UOL]

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Comentários de Ellen G. White Sobre o Uso dos Recursos do Dízimo


Robert W. Olson

A. Introdução

Por ocasião da Organização da Igreja Adventista do Sétimo Dia, não tínhamos um sistema dizimal plenamente desenvolvido, nem dispúnhamos de alguma instrução de Ellen G. White a respeito do emprego do dízimo. Os mais antigos comentários da Sra. White sobre como deviam ser gastos os recursos provenientes do dízimo eram de natureza bem geral. Perto do fim de 1879, ela escreveu:

“Importa que se apóiem as instituições que são instrumentos de Deus no promover Sua obra na Terra. Devem-se erigir igrejas, estabelecer escolas, e aparelhar as casas editoras com os meios necessários à realização de uma grande obra na publicação da verdade a ser propagada por todas as partes do mundo. Essas instituições são ordenadas por Deus, e devem ser mantidas com dízimos e ofertas liberais. À medida que a obra se dilata, necessitar-se-ão de meios para que ela avance em todos os seus ramos.” – 4T, 464 (1TS, 543).

Três anos mais tarde, ela fez um comentário um tanto semelhante: “O dízimo de todas as nossas rendas é do Senhor. Reservou-o para Si, para ser empregado em fins religiosos.” – CM, 67.

No entanto, por volta da década de 1890, Ellen White tornara-se muito mais explícita nos seus conselhos. À medida que a Igreja crescia e novos problemas e desafios tinham de ser enfrentados, o Senhor lhe deu mais luz de Sua vontade nessa questão.

Em 16 de março de 1897, ela escreveu para A. G. Daniells:

“Esta manhã enviei-lhe uma carta escrita para a América, e enviada ontem de manhã para lá, que lhe mostrará como eu considero o dinheiro do dízimo que está sendo usado para outras finalidades. [Ver Special Testimonies, Série A. No 10, págs. 16-25.] Este é o fundo de renda especial do Senhor, para um fim especial. Eu nunca compreendi tão plenamente este assunto como o compreendo agora. Como me foram enviadas perguntas, para que eu as respondesse, recebi instruções especiais do Senhor, de que o dízimo é para um fim especial, consagrado a Deus para sustentar os que ministram na obra sagrada, como os escolhidos do Senhor para realizar o seu trabalho, não somente pregando sermões, mas ministrando. Eles devem compreender tudo o que isso abrange.” – Carta 40, 1897; 1MR, 187.

A própria Sra. White nos ajuda a compreender “tudo o que isso abrange”, pois ela aprovou especificamente certos usos do dízimo, ao passo que desaprovou outros de maneira não menos específica.

B. Uso Apropriado do Dízimo

De acordo com Ellen White, os recursos do dízimo podem ser usados devidamente para o sustento das seguintes categorias de obreiros ou projetos:

1. Ministros do Evangelho 

“Examine cada qual suas rendas com regularidade, pois são todas uma bênção de Deus, e ponha de parte o dízimo como fundo separado, para ser sagradamente do Senhor. Em caso algum deve ser esse fundo dedicado a qualquer outro uso; deve ser unicamente dedicado ao sustento do ministério do evangelho.” – R&H, 9 de maio de 1893; CM, 81.

“O dízimo deve ser usado para uma só finalidade — sustentar os ministros a quem o Senhor designou para fazerem Sua obra. Ele deve ser usado para sustentar os que proferem as palavras de vida para as pessoas e têm sobre si o encargo do rebanho de Deus. … Quando um homem ingressa no ministério, ele deve ser pago com o dízimo e receber o suficiente para sustentar sua família. Não deve sentir-se como se fosse um mendigo.” – Ms 82, 1904.

2. Instrutores Bíblicos 

“O dízimo deve ser para os que trabalham na palavra e na doutrina, sejam eles homens ou mulheres.” – Ev, 492.

“Há esposas de pastores – Irmãs Starr, Haskell, Wilson e Robinson – que têm sido obreiras dedicadas, diligentes e sinceras, dando estudos bíblicos e orando com famílias, ajudando em tudo com seus esforços pessoais, de maneira tão bem-sucedida como seus maridos. Essas mulheres dão todo o seu tempo, e lhes é declarado que não recebem nada por seus trabalhos porque seus maridos recebem salário. Recomendo que prossigam, e todas essas decisões serão revistas. A Palavra declara: ‘Digno é o trabalhador do seu salário.’ Quando for tomada alguma decisão como essa, eu irei protestar em nome do Senhor. Acharei ser meu dever criar um fundo com o dinheiro do meu dízimo para pagar essas mulheres que estão realizando uma obra tão essencial como os pastores.” – Carta 137, 1898; MR, 959.

3. Professores de Bíblia

“Algumas mulheres estão agora ensinando moças a trabalharem com êxito fazendo visitas e dando estudos bíblicos. … Não deveria esse trabalho  ser considerado tão farto em resultados como a obra dos pastores ordenados? Não deveria isto determinar o pagamento das pessoas que trabalham? Essas obreiras não seriam defraudadas se não fossem pagas? …

“Em muitos aspectos, uma mulher pode comunicar a suas irmãs conhecimento que não é possível a um homem comunicar. A obra sofreria grande prejuízo sem essa espécie de labor. Repetidas vezes o Senhor me tem mostrado que as instrutoras são tão grandemente necessárias à obra a que Ele as designou, como os homens.” – Ms 43a, 1898; MR, 330.

“Os que tiverem mais vocação para o ministério deviam ser empregados para dirigir o ensino de Bíblia em nossas escolas. As pessoas escolhidas para essa obra precisam ser acurados estudantes da Bíblia; homens que tenham profunda experiência cristã; e seu ordenado deve ser pago do dízimo.” – CPPE, 431 (1913).

“Tem sido comunicada positiva luz para que os que ministram em nossas escolas, ensinando a Palavra de Deus, explicando as Escrituras, educando os alunos nas coisas divinas, sejam sustentados com o dinheiro do dízimo. Estas instruções foram dadas há muito tempo, e mais recentemente têm sido aqui e ali repetidas.” – 6T, 215 (1900); CM, 103.

Em 4 de dezembro de 1904, W. C. White escreveu para William Covert, presidente da Associação Wisconsin:

“Na resolução desse problema nas escolas com as quais Mamãe estava estreitamente ligada, o dízimo só era usado para o pastor ligado à escola, que tinha a principal responsabilidade pelo ensino da Bíblia e cujo trabalho especial era o preparo de jovens para a obra evangélica.”

4. Campos Missionários Necessitados, Tanto na América Como Além-Mar

“Em algumas das maiores associações, o dízimo poderá ser mais do que suficiente para sustentar os obreiros que agora estão no campo. Isso, porém, não sanciona o seu uso para alguma outra finalidade. Se as associações estivessem fazendo a obra que Deus deseja que elas façam, haveria muito mais obreiros no campo, e a necessidade de recursos aumentaria grandemente. Há missões a serem mantidas em campos onde não há igrejas nem dízimos, e também onde os crentes são novos e o dízimo é limitado. Se tendes recursos que não sejam necessários depois de acertardes as contas com os vossos ministros de maneira liberal, enviai o dinheiro do Senhor para esses lugares desprovidos.” – Ms 139, 1898; 1MR, 182, 184.

“Precisamos compreender cada vez mais que os recursos que chegam à associação, nos dízimos e dádivas de nosso povo, devem ser usados para o sustento da obra não somente nas cidades americanas, mas também nos campos estrangeiros. Que os meios tão zelosamente arrecadados sejam distribuídos altruistamente. Os que compreendem as necessidades dos campos missionários não serão tentados a usar o dízimo para o que não é necessário.” – Ms 11, 1908; 1MR, 192.

5. Diretores do Departamento de Publicações

W. C. White escreveu para W. S. Lowry em 10 de maio de 1912:

“Em muitas associações, em anos passados, surgiu a pergunta se era lícito e apropriado pagar o agente estadual de colportagem com o dízimo. Esta questão tem sido debatida em concílios de Uniões e da Associação Geral, e nossos irmãos têm a convicção de que é certo sustentar esse agente com o dízimo porque os livros são pregadores muito eficazes. Sempre que esta questão é apresentada a Mamãe, ela tem dado sua aprovação ao plano que geralmente é adotado por nosso povo.”

6. Médicos Missionários (Pastores Médicos) 

“Alguns, que não vêem a vantagem de educar os jovens para que sejam médicos tanto da mente como do corpo, dizem que o dízimo não deve ser usado para sustentar médicos missionários, que dedicam o seu tempo ao tratamento de doentes. Em resposta a tais afirmações, sou instruída a dizer que a mente não deve tornar-se tão estreita que não possa apreender a verdade da situação. Um ministro do evangelho que seja também médico missionário, que pode curar também enfermidades físicas, é um obreiro muito mais eficiente do que aquele que não o pode fazer. Sua obra como ministro do evangelho é muito mais completa.” – Medicina e Salvação, pág. 245.

7. Benefícios de Aposentadoria Para Pastores e Suas Famílias

“Muitos obreiros foram para a sepultura com o coração quebrantado, por terem envelhecido e perceberem que eram considerados um fardo. Mas se houvessem sido retidos na obra, e obtido uma colocação tranqüila, com todo o seu salário, ou parte dele, poderiam ter realizado grande bem. Durante o seu tempo de serviço esses homens efetuaram trabalho dobrado. Sentiam tanta responsabilidade pelas almas que não desejavam ver-se livres do excesso de trabalho. Os pesados encargos suportados abreviaram-lhes a vida. As viúvas desses ministros não podem ser olvidadas; mas, se for necessário, devem ser pagas com o dízimo.” – Ms 82, 1904; 1MR, 189.

Em 24 de fevereiro de 1911, E. R. Palmer escreveu para Ellen White descrevendo os pormenores do recém-adotado plano de aposentadoria. Ele declarou: “Cada uma de nossas associações contribui com cinco por cento de seus dízimos para o Fundo de Aposentadoria.”

Ellen White respondeu:

“Fiquei contente por receber uma carta sua, como alguém que foi designado para  desempenhar uma parte na distribuição do fundo de aposentadoria. … É correto que sejam elaborados planos seguros para o sustento de nossos obreiros idosos ou de obreiros mais novos que estejam sofrendo por causa de trabalho excessivo.” – Carta 10, 1911; MR, 193.

8. Salário Parcial Para Alguns Colportores Evangelistas

De acordo com W. C. White, foi provido um salário parcial para alguns colportores na Austrália enquanto a Irmã White esteve ali. Em 11 de junho de 1902, ele escreveu para o diretor de Publicações da União-Associação do Lago:

“Não vejo luz alguma num movimento indiscriminado para colocar os colportores na folha de pagamento e tomar suas comissões. Estudei a proposta muitas vezes e nada vejo nela senão ruína financeira para a associação e desmoralização para os colportores.

“Há muitos lugares, porém, em que nossos colportores deveriam estar, mas onde é muito difícil de trabalhar; e creio que seria uma grande vantagem para nossa obra se homens e mulheres fiéis fossem escolhidos para ir a nossas cidades e outros campos que são especialmente difíceis, com a promessa de dois ou três dólares por semana, para ajudá-los a se manterem durante os períodos em sua obra nos quais suas comissões não lhes dão amplo sustento. Tenho visto este plano ser adotado com excelentes resultados, e creio sinceramente nele.

“Nas Colônias australianas não dispúnhamos de recursos para sustentar obreiros bíblicos de acordo com o plano antigo; mas conseguimos o maior número de colportores possível para venderem o Bible Echo, o Health Journal e nossos livros menores, nas grandes cidades, e pagamos a cada um desses obreiros de dois a dois e meio dólares por semana do dízimo da associação, para ajudá-los em suas despesas. Penso que será necessário adotar um plano semelhante a esse em muitos campos difíceis.” – W. C. White a J. B. Blosser, 11 de junho de 1902.

Embora não tenhamos uma declaração de Ellen White apoiando esse uso de recursos do dízimo, parece ser razoável deduzir que ela aprovava o plano, pois ele foi posto em prática na Austrália enquanto ela esteve ali. O fato de que W. C. White defendia o plano também parece indicar que Ellen White o aprovava.

C. Usos do Dízimo em Situações Incomuns

1. Casas de Culto, em Casos Excepcionais

“Há casos excepcionais, em que a pobreza é tão profunda que, para conseguir o mais humilde lugar de culto, talvez seja necessário apropriar-se dos dízimos. Esse lugar não é, porém, Battle Creek nem Oakland.” — Ms 24, 1897; 1MR, 191.

 “Todos aqui [Petoskey, Michigan] são pobres, quase não conseguindo manter-se por si mesmos. Assim sendo, o pedido que faço é que a associação compre esta pequena casa de culto. Desejamos que todos vós concordeis com isto, e a associação poderá ficar com a propriedade até que a igreja aqui aumente em número e possa comprá-la.” – Carta 96, 1890, a O. A. Olsen, presidente da Associação Geral.

2. O Secretário e Tesoureiro de Igrejas Grandes

C. F. McVagh, presidente da União-Associação do Sul, escreveu para W. C. White, em 24 de outubro de 1912:

“Os irmãos Nicola, Hart e outros dos irmãos mais idosos dizem-me lembrar-se claramente de que, anos atrás, a Irmã White afirmou que o arrecadador de dízimo e secretário da igreja de Battle Creek devia ser pago do dízimo, e até o tempo da administração Haughey suponho ser verdade que a igreja de Battle Creek pagava o seu secretário e tesoureiro com o dízimo, e então enviava o saldo para a associação.”

Em resposta, W. C. White disse que suas recordações eram as mesmas:

“Minha lembrança do caso está plenamente em harmonia com as declarações dos irmãos Nicola, Hart e outros. No passado, quando a igreja de Battle Creek estava crescendo, verificou-se que se o trabalho de coletar o dízimo não fosse levado avante com regularidade, a quantidade recebida seria muito menor do que se a tarefa fosse realizada de maneira metódica, por um arrecadador que fizesse desse trabalho o seu constante dever. Verificamos também que esse trabalho requeria mais tempo do que seria correto solicitarmos de um, dois ou três diáconos, e a comissão da igreja achou que seria um bom método e um benefício para os dizimistas e também para a associação, escolher e empregar um bom arrecadador, e pagar-lhe uma importância razoável pelo tempo que gastasse fazendo esse trabalho.

“Esse plano, com as razões que lhe serviam de base, foi apresentado a Papai* e a Mamãe, e recebeu sua calorosa aprovação. Não posso mencionar o tempo e o lugar, nem repetir as palavras, mas estou bem certo de que Mamãe deu sua calorosa aprovação a esse plano, e parece-me que a sabedoria do plano pode ser discernida claramente do ponto de vista comercial e que deve ser mantido, embora não encontremos um testemunho escrito que trate do assunto.

“Em anos passados, não foi feito esforço algum para ocultar de outras igrejas o fato de que a igreja de Battle Creek procedia dessa maneira. Nossos irmãos reconheciam amplamente que em igrejas cujas circunstâncias são diferentes precisam ser adotados métodos diferentes. Apraz-me dizer-lhe que a igreja do Sanatório de Santa Helena emprega um fiel arrecadador de dízimos e paga os serviços efetuados por ele com o dízimo. Se esse plano fosse interrompido, penso que a associação perderia de cinco a dez vezes o que é pago ao arrecadador. Mas não achamos que nossas igrejas menores tenham de adotar este plano ou que elas fiquem perplexas porque o plano é adotado em nossas igrejas muito grandes.” – W. C. White, a C. F. McVagh, 31 de outubro de 1912.

* Tiago White faleceu em 1881; portanto, essa era uma prática muito antiga em Battle Creek. O fato de que a igreja do Sanatório de Santa Helena pagava o seu “arrecadador de dízimos”, em 1912, parece indicar que Ellen White continuava aprovando o plano.

3. Obra Médico-Missionária, de Maneira Muito Limitada

Em 4 de maio de 1898, a Comissão da Associação Geral autorizou uma troca de dízimos com o Dr. John Harvey Kellogg, o qual escreveu para Ellen White em 17 de março de 1901, a respeito desse fundo especial:

“O dízimo que é pago pelos obreiros do nosso sanatório é pago na íntegra à tesouraria da associação, do mesmo modo que os outros dízimos. Mas, a nosso pedido, e com a sua aprovação, uma quantia equivalente é apropriada para ser usada em levar avante a obra missionária ligada ao sanatório. Esta é a maneira pela qual a questão sempre tem sido conduzida, e nunca pedi algo diferente.

Ellen White, evidentemente, aprovou o uso, pelo Dr. Kellogg, dos recursos do dízimo para finalidades médico-missionárias, pois três anos antes ela escrevera aos nossos irmãos dirigentes:

“Por que, pergunto-vos, não foram feitos esforços especiais para empregar obreiros médico-missionários em nossas igrejas? O Dr. Kellogg quer tomar algumas medidas que eu ficaria triste se ele fosse compelido a tomar. Ele diz que se não forem concedidos recursos para levar a mensagem às igrejas pelos obreiros médico-missionários, ele separará o dízimo que é pago à associação, para sustentar a obra médico-missionária. Deveis chegar a um acordo e trabalhar harmoniosamente. Que ele separe o dízimo da tesouraria seria uma necessidade que eu receio grandemente. Se esse dinheiro, em dízimos, é pago à tesouraria pelos obreiros, por que, pergunto, não deveria essa quantia ser proporcionada para levar avante a obra médico-missionária?” – Carta 51a, 1898.

“Se não for prestado nenhum auxílio pelos presidentes e pastores de nossas associações aos que estão engajados em nossa obra, o Dr. Kellogg não depositará mais o dízimo dos obreiros do sanatório. Eles irão utilizá-lo para levar avante a obra que está em harmonia com a luz da Palavra de Deus. …

“Quando o Senhor atua nas igrejas, ordenando que efetuem determinado trabalho, e eles recusam efetuá-lo, se alguém consente em dirigir-se às profundezas da desgraça e miséria humanas, a bênção de Deus estará sobre ele.” – Carta 51, 1898.

Ellen White advertiu que esse tipo de trabalho, embora importante, não deveria absorver todas as energias da Igreja. Ela indagou:

“Se todos nós nos empenhássemos no trabalho que o Dr. Kellogg está realizando pelas classes mais baixas do povo, que seria da obra que deve ser efetuada nos lugares em que a mensagem do terceiro anjo, a verdade sobre o sábado e a segunda vinda de nosso Senhor nunca foram proclamadas?” – Carta 18, 1900.

D. Uso Impróprio do Dízimo

“Ellen White também identificou algumas finalidades para as quais o dízimo não devia ser empregado. Estas abrangiam o seguinte:

1. O Cuidado dos Pobres, dos Doentes e dos Idosos

“Devido às circunstâncias, alguns ficarão pobres. Pode ser que eles não foram cautelosos, ou não souberam como conduzir as coisas. Outros, são pobres devido a doenças ou infortúnios. Qualquer que seja a razão, eles estão em necessidade, e ajudá-los é um aspecto importante da obra missionária. Essas pessoas infelizes e necessitadas não devem ser enviadas longe do lar para serem atendidas. Que cada igreja sinta a responsabilidade de ter especial interesse pelos fracos e idosos. Um ou dois, dentre eles, certamente poderão ser tratados. O dízimo não deve ser utilizado para essa obra.” – Ms 43, 1900; MR, 177.

“O dízimo é separado para um uso especial. Não deve ser considerado fundo para os pobres.” – CM, 103.

2. A Educação de Estudantes Necessitados

“Agora, quanto à educação de estudantes em nossas escolas. É uma boa idéia; terá de ser efetuada; mas Deus não permita que em vez de nós mesmos praticarmos abnegação e sacrifício pessoal para realizar essa obra, subtraiamos algo da porção do Senhor, reservada especificamente para sustentar os ministros em atividade no campo. …

“Todas essas coisas devem ser feitas, segundo estais propondo, para ajudar os estudantes a obterem uma educação, mas eu vos pergunto: Não devemos, todos nós, agir altruistamente nesta questão, criando e mantendo um fundo para ser utilizado em tais ocasiões? Quando virdes um rapaz ou uma moça que são pessoas promissoras, adiantai ou emprestai a quantia necessária, com a idéia de que é um empréstimo, não uma dádiva. É melhor que seja assim. Então, quando a quantia for devolvida, poderá ser usada para educar a outros. Esse dinheiro não deverá, porém, ser retirado do dízimo, e sim de um fundo separado, providenciado com essa finalidade.” – Carta 40, 1897; 1MR, 193, 194.

3. Fins Escolares e Sustento de Colportores

Um raciocina que o dízimo pode ser aplicado para fins escolares. Outros argumentam ainda que os colportores devem ser sustentados com o dízimo. Comete-se grande erro quando se retira o dízimo do fim em que deve ser empregado – o sustento dos ministros. … Devem-se estabelecer provisões para esses outros ramos da obra. Eles devem ser mantidos, mas não do dízimo.” – 9T, 248-250 (1909).

4. Despesas de Igrejas

“Foi-me mostrado que é um erro usar o dízimo para atender a despesas ocasionais da igreja. … Estais roubando a Deus cada vez que pondes a mão no tesouro a fim de tirar fundos para atender às despesas correntes da igreja.”* — CM, 103.

“Seu povo de hoje precisa lembrar que a casa de culto é propriedade do Senhor e que deve ser escrupulosamente cuidada. Mas os recursos para essa obra não devem provir do dízimo.” – 9T, 248 (1909).

5. Construções de Igreja ou Institucionais

Uma igreja para 1.500 pessoas sentadas foi erigida em Oakland, Califórnia, na década de 1880. O custo total, incluindo o terreno e os móveis, foi de 36.000 dólares. Uma década mais tarde, o débito da construção fora reduzido para 12.400 dólares; mas, por diversas razões, os membros estavam tendo grande dificuldade para efetuar os pagamentos da hipoteca. Em 1o de fevereiro de 1897, C. H. Jones escreveu para Ellen White:

“Estamos numa situação crítica. Há grande perigo, a menos que a dívida seja liquidada, de que a igreja seja considerada inadimplente, e que se execute a hipoteca. …

“Irmã White, seria errado, nessas circunstâncias, que a igreja de Oakland retivesse parte do seu dízimo, durante algum tempo, a fim de liquidar a dívida – tomando-o simplesmente como um empréstimo a ser devolvido à associação logo que seja possível? Se for errado, não queremos fazê-lo; se for correto, será um grande alívio para a igreja.”

Respondendo de maneira geral, Ellen White declarou:

“Há casos excepcionais, em que a pobreza é tão profunda que, para conseguir o mais humilde lugar de culto, talvez seja necessário apropriar-se dos dízimos. Esse lugar não é, porém, Battle Creek nem Oakland.” — Ms 24, 1897; 1MR, 191.

Então, numa carta a Jones, sob a data de 27 de maio, ela respondeu mais diretamente à sua pergunta, afirmando:

“Toda pessoa que tem a honra de ser um mordomo de Deus deve proteger cuidadosamente o dinheiro do dízimo. Este é um recurso sagrado. O Senhor não sancionará o empréstimo desse dinheiro para qualquer outra obra. Isso produzirá males que agora não podeis discernir. Ele não deve ser utilizado pela igreja de Oakland, pois há missões a serem mantidas em outros campos, em que não há igrejas nem dízimos.” – Carta 81, 1897; 1MR, 185.

Em 1895-1896, foi construído o Sanatório de Boulder, ao custo de cerca de 80.000 dólares. Dessa quantia, 60.000 dólares foram providos pela Associação Geral, com recursos basicamente oriundos do dízimo. Ellen White se opôs a essa forma de financiar as despesas da construção dessa instituição. Em 19 de junho de 1899, ela escreveu:

“Foi-me perguntado por meio de uma carta: ‘A senhora tem alguma luz para nós a respeito do Sanatório de Boulder?’ … A luz que o Senhor achou por bem conceder-me é que não foi correto construir esse sanatório com recursos providos pela Associação Geral.” – Carta 93, 1899.

* Depois de ler essa mensagem de Ellen White, a igreja de Battle Creek votou, em 16 de janeiro de 1897, “que a igreja abandone a prática de pagar as despesas correntes da igreja e do Tabernáculo com o dízimo”. (Publicado em Special Testimony to Battle Creek Church, pág. 10.) 

E. Considerações e Conclusões

Ellen White declara que o dízimo deve ser usado para “uma só finalidade – sustentar os ministros” e que ele deve ser dedicado “somente para sustentar o ministério do evangelho”. Estas expressões parecem indicar que os recursos do dízimo devem ser reservados exclusivamente para pagar os salários de pastores e evangelistas. É evidente, porém, que Ellen White não interpretou seus próprios escritos de modo tão restrito.

Entre os legítimos recebedores dos recursos do dízimo ela incluiu os  diretores do Departamento de Publicações, pastores médicos, os médicos missionários do Dr. Kellogg, um tesoureiro e secretário de igreja e, evidentemente, colportores evangelistas com designações territoriais especialmente difíceis.

A ampla compreensão de Ellen White da questão do uso do dízimo é ainda mais acentuada por sua prontidão para fazer exceções às regras em determinadas circunstâncias. Conforme foi mencionado, ela admitiu que, em casos de extrema pobreza, os recursos do dízimo poderiam ser usados para adquirir casas de culto. É verdade que isso constituía um uso excepcional – e não regular — do dízimo, mas recebeu a aprovação de Ellen White.

Por outro lado, Ellen White mencionou diversas causas para as quais o dinheiro do dízimo não devia ser utilizado. Ao especificar que o dízimo não devia ser usado para despesas da igreja, cuidado de indigentes, salários de colportores ou fins escolares, ela não estava rotulando essas causas de indignas, mas indicando que se o dízimo fosse usado para esses e outros bons programas similares, não sobraria dinheiro suficiente para sustentar o ministério evangélico.

O fundamento lógico para dar a máxima prioridade ao ministério evangélico no uso dos recursos do dízimo deve ser que os pastores, evangelistas e administradores de associações não dispõem de outra fonte adequada de renda para o seu sustento. Isto é também verdade a respeito de outros que trabalham no escritório das associações, como secretárias, contadores, zeladores, etc. Colportores, professores, obreiros de instituições médicas e empregados de casas publicadoras, todos produzem rendimentos de seus trabalhos. Tal não é, porém, o caso dos pastores ou do pessoal do escritório da associação. Por isso, se o dízimo é desviado para outros empreendimentos, o ministério evangélico será prejudicado e, conseqüentemente, a Igreja, como um todo, também será prejudicada.

Talvez surja a pergunta: Por que Ellen White aprovou o pagamento do “arrecadador de dízimos” (tesoureiro) da igreja de Battle Creek com o dízimo, se ele não era um pastor e não estava empenhado na obra ministerial? A resposta, provavelmente, está no fato de que seu trabalho conduzia a uma receita muito maior de dízimos para a associação, mesmo depois de ser pago o seu salário, do que seria o caso se ele não exercesse essa função.

Talvez também seja feita a pergunta: Por que Ellen White instou com as congregações locais para que pagassem suas despesas operacionais (utilidades, manutenção, materiais, etc.) com ofertas voluntárias, ao passo que não deu o mesmo conselho a respeito das despesas do escritório da associação. Em outras palavras, se é apropriado pagar a conta elétrica do escritório da associação com recursos do dízimo, por que não pagar também a conta elétrica da igreja local com o dízimo?

A resposta a essa pergunta poderá ser que as despesas do escritório da associação ocorrem a fim de prover um centro de atuação e subsistência para os dirigentes da associação. Tais despesas passam a fazer parte da função ministerial. Por outro lado, as mesmas despesas, numa igreja local, provêem um centro de atuação para os membros e não estão exclusivamente ligadas à obra do pastor.

Ainda há um outro assunto que merece atenção. Uma prática ocasionalmente encontrada no decorrer dos anos é a de alguns membros de igreja designarem o seu dízimo a projetos de sua própria escolha. Ellen White se opôs a esse procedimento, declarando:

“Ninguém se sinta na liberdade de reter o dízimo, para empregá-lo segundo seu próprio juízo. Não devem servir-se dele numa emergência, nem usá-lo segundo lhes pareça justo, mesmo no que possam considerar como obra do Senhor. …

“Se nossas igrejas tomarem sua posição baseadas na Palavra do Senhor, e forem fiéis na devolução do dízimo ao Seu tesouro, mais obreiros serão animados a entrar para a obra ministerial. Mais homens se dedicariam ao ministério, não estivessem eles informados da escassez do tesouro.” – 9T, 247, 249.

O “tesouro”, no conceito de Ellen White, era a associação. Agradou-lhe que o Dr. Kellogg estivesse pagando todo o dízimo dos obreiros do sanatório “à associação” (ver pág. 23), e ela demonstrou grande pesar ante o pensamento de que esse plano viesse a ser suspenso. “Isso de ele separar o dízimo do tesouro — ela escreveu – seria uma necessidade que eu receio grandemente” (Carta 51a, 1898).

Na opinião de Ellen White, portanto, as várias associações deviam assumir a responsabilidade de autorizar o dispêndio dos recursos do dízimo. E isso devia ser feito por meio de grupos representativos de dirigentes da Igreja que compõem as comissões de nossas Associações locais, das Uniões e da Associação Geral. Ellen White se opôs energicamente ao “régio poder” exercido por alguns homens que controlavam todos os fundos da Associação Geral durante a década de 1890. Na assembléia da Associação Geral de 1901, ela admoestou os delegados:

“Não é o desígnio de Deus que dois ou três homens planejem por toda a Associação e decidam como o dízimo deve ser usado, como se o dízimo fosse um fundo que lhes pertencesse.” – 1901, GCB, 83.

Se as várias associações têm de decidir como os recursos do dízimo devem ser usados, alguns talvez queiram saber por que Ellen White, às vezes, utilizou o seu dízimo para certas causas de sua própria escolha. A resposta a essa questão é dada por Arthur L. White, em The Early Elmshaven Years, págs. 389-397:

A devida consideração do amplo conjunto de comentários de Ellen White sobre este assunto conduz ao seguinte resumo de princípios a serem aplicados na utilização dos recursos do dízimo:

1. O dízimo é do Senhor e deve ser devolvido à casa do tesouro, a tesouraria da associação, por meio da igreja local dos membros.

2. Os ministros do evangelho e os instrutores bíblicos devem ter a primazia no dízimo e ser remunerados adequadamente (págs. 17 e 18; Seções 1 e 2).

3. A associação deve partilhar o dízimo com a Igreja mundial (pág. 18; Seção 4).

4. Os membros da Igreja devem dar ofertas para as despesas operacionais da igreja local (págs. 20, 21 e 22; Seções 1, 2 e 4).

5. Alguns aspectos do evangelho, embora sejam importantes, não devem ser mantidos com o dízimo, pois dispõem de outras fontes para sua manutenção (pág. 22; Seção 3).

6. As exceções a estes princípios só podem ser efetuadas em casos de extrema pobreza ou em circunstâncias extraordinariamente incomuns (págs. 20 e 21).

 Fonte: 1o de junho de 1986
Revisado em fevereiro de 1990
Centro White

domingo, 18 de outubro de 2015

A PORTA ABERTA E A PORTA FECHADA


Esta é uma expressão derivada de Apoc. 3:7 e 8, onde Cristo é descrito como Aquele que “abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá” (uma alusão a Isa. 22:22), e como Alguém que diz à igreja de Filadélfia: “Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar”. Os adventistas têm aplicado este texto ao encerramento da primeira fase e a abertura da segunda e final fase do ministério de Cristo no Céu, onde Ele tem sido o sumo sacerdote dos cristãos desde Seu sacrifício na cruz (ver Santuário). O duplo ministério de Cristo foi prefigurado pelo serviço do antigo sumo sacerdote, que servia “em figura e sombra das coisas celestes” (Heb. 8:5). No santuário terrestre ele servia diariamente no lugar santo, o primeiro compartimento do santuário, e uma vez por ano no lugar santíssimo, o compartimento interior onde estava a arca de ouro na qual estavam as tábuas dos dez mandamentos e sobre a qual aparecia a glória visível de Deus. Esta entrada no santo dos santos ocorria no Dia da Expiação na cerimônia de purificação do santuário (Lev. 16).

Ao aplicar o tipo a Cristo, Ellen White declarou: “Então Jesus Se levantou e fechou a porta do lugar santo e abriu a porta que dá para o santíssimo, e passou para dentro do segundo véu, onde permanece agora junto da arca e onde agora chega a fé de Israel. Vi que Jesus havia fechado a porta do lugar santo, e que nenhum homem poderia abri-la; e que Ele havia aberto a porta para o santíssimo, e que homem algum podia fechá-la (Apoc. 3:7 e 8); e que uma vez que Jesus abrira a porta para o santíssimo, onde está a arca, os mandamentos têm estado a brilhar para o povo de Deus, e eles estão sendo testados sobre a questão do sábado” (Present Truth 1:21, agosto de 1849; também Primeiros Escritos, pág. 42).

Esta aplicação corrigiu, não imediatamente mas num prazo mais longo, um conceito errôneo sobre a “porta fechada” da parábola das virgens néscias e prudentes – uma concepção errônea que havia sido derivada do movimento milerita de 1844. Os mileritas haviam baseado sua expectativa da volta de Cristo principalmente na profecia de Daniel sobre a purificação do santuário no final dos 2300 dias proféticos (Dan. 8:14). No clímax do movimento, em 1844, eles especificamente relacionaram esta profecia com a cerimônia de purificação do antigo Dia da Expiação, como se tipificasse o fim da mediação de Cristo (embora vissem a purificação do santuário como a purificação da Terra no fogo final). Ao mesmo tempo deram ênfase crescente e específica à parábola profética das virgens prudentes e néscias (Mat. 25).

Guilherme Miller havia comparado sua mensagem da expectativa do segundo advento ao “clamor da meia-noite” da parábola (“Eis aí o noivo!”), e havia enfatizado o ponto de que as virgens prudentes, que estavam prontas para encontrar o noivo que chegava, entraram com ele para as bodas, e a porta foi fechada, deixando as virgens atrasadas do lado de fora. As virgens ele interpretou como os que foram chamados a encontrar o Senhor que estava voltando; as bodas, como o reino eterno, do qual os despreparados seriam para sempre excluídos. “‘E fechou-se a porta’”, ele disse, “subentende o encerramento do reino mediatório, e o término do período do evangelho” (Guilherme Miller, Evidence … of the Second Coming of Christ [1840], pág. 237). Diferentemente da maioria das outras pessoas que estavam então esperando pelo breve retorno de Cristo (ver Premilenialismo), os mileritas colocavam forte ênfase sobre a doutrina de que na vinda de Cristo todo ser humano ou estaria preparado ou despreparado para encontrá-Lo, e que a oportunidade de salvação então cessaria. Isto em jargão teológico era chamado o encerramento do tempo de graça. Os mileritas ensinavam que “a noção de um tempo de graça após a vinda de Cristo é um chamariz para a destruição, inteiramente contrário à Palavra de Deus, a qual ensina positivamente que quando Cristo vier a porta será fechada, e os que não estiverem prontos nunca poderão entrar” (“Boston Second Advent Conference”, The Signs of the Times 3:69, 1o de junho de 1842; reimpresso em SB, nº 1083). Porque esperavam que Cristo voltasse no fim dos 2300 dias proféticos, haviam enfatizado o encerramento do tempo de graça no final desse período. Portanto, durante um curto tempo após o desapontamento de outubro de 1844, Miller e muitos outros acharam que sua obra pelo mundo estava concluída, que restava apenas um pequeno “tempo de tardança” – talvez alguns dias ou meses – até que Cristo viesse. Em dezembro de 1844 Miller escreveu: “Fizemos nossa obra em advertir os pecadores e em tentar despertar uma igreja formal. Deus em Sua providência fechou a porta. Só podemos nos estimular uns aos outros a ser pacientes e diligentes em confirmar nossa vocação e eleição. Estamos agora vivendo no tempo especificado em Malaquias 8:18 (também Dan. 12:20, Apoc. 22:10-12). Nesta passagem não podemos deixar de ver que um pouco antes de Cristo voltar, haveria uma separação entre os justos e os injustos, entre os justos e os ímpios, entre os que amam a Sua vinda e os que a odeiam. E nunca, desde os dias dos apóstolos, foi traçada tal linha divisória como a que foi traçada em relação ao sétimo mês judaico” (carta de Miller, no Advent Herald, 11 de dezembro de 1844, pág. 142; reimpresso no Western Midnight Cry 4:25, 21 de dezembro de 1844). Outros se expressaram de maneira semelhante a princípio. Mas J. V. Himes, o mais eminente colega de Miller, e outros, sustentavam que, uma vez que Cristo não havia voltado, o período profético dos 2300 dias não devia ter terminado em 1844; que devia se estender a alguma outra data no futuro, e portanto que o cumprimento do “clamor da meia-noite” da parábola das virgens também ainda estava no futuro; e que o movimento de outubro de 1844 (ver Movimento do Sétimo Mês) era um erro, e não o cumprimento da profecia. Na primavera de 1845 o principal grupo milerita, incluindo Miller, tinham tomado esta posição. Este grupo, ainda possuído da idéia de que a “porta” da parábola das virgens não podia ser outra senão a “porta da salvação’, argumentava assim: Uma vez que Cristo não veio, a porta da salvação ainda deve estar aberta; portanto, a parábola das dez virgens ainda não se cumpriu. Concluíram que qualquer pessoa que ensinasse que esta parábola havia se cumprido devia crer que o tempo de graça havia se encerrado, e devia, portanto, ser ipso facto um herege da “não-misericórdia”. A frase “porta fechada” se tornou um epíteto.

Mas uma minoria continuou a defender que o tempo estava correto; que o erro devia ter sido na natureza do cumprimento profético; que em outubro de 1844 os 2300 dias haviam terminado no Dia da Expiação simbólico e que a parábola havia se cumprido (embora não da maneira que eles esperavam); e portanto que a porta da parábola – o que quer que ela significasse – havia se fechado em cumprimento da profecia. Para eles a frase “porta fechada” era equivalente à afirmação da crença de que o “verdadeiro clamor da meia-noite” havia sido o clímax de uma mensagem dada por Deus, e de que o movimento de 1844 havia sido dirigido e permitido por Deus, em Sua providência, como um teste de sua consagração e de sua disposição para estar prontos a encontrar seu Senhor.

Naturalmente estes consideravam a maioria, que havia renunciado ao “tempo”, como tendo voltado as costas à verdade e negado a direção do Senhor no “clamor da meianoite”. Alguns continuaram a defender – como Miller havia ensinado – que a porta era a da salvação, pois ainda esperavam que Cristo viesse muito em breve. À medida que o tempo passava, alguns passaram a sustentar que era a porta O “acesso” para os ouvintes – os indivíduos obstinados e voluntariosos que haviam fechado os ouvidos à mensagem de Deus para aquela época; em qualquer dos dois casos não havia qualquer chance de sua mensagem ser aceita pelo mundo naquele momento. A infeliz controvérsia sobre a “porta fechada” magnificou indevidamente o assunto e prolongou os mal-entendidos. Como era de esperar, os ânimos se acirraram nesta época de desilusão e confusão.

Os extremistas da doutrina da porta fechada declaravam que Cristo havia vindo, não literalmente, mas “espiritualmente” (ver Espiritualismo [1]). Mas o pequeno grupo que formou o núcleo da futura Igreja Adventista do Sétimo Dia se opôs igualmente aos caprichos daqueles que declaravam que Cristo havia vindo espiritualmente e a posição da maioria que “negava sua experiência passada” no movimento de 1844. Eles conservaram sua confiança no cumprimento de 1844, e concluíram que seu erro estava no evento que haviam esperado.

Eles aceitaram a explicação do Desapontamento que foi primeiro proposta por Hiram Edson no dia seguinte ao Desapontamento, a saber, que o ministério de Cristo como nosso sumo sacerdote no santuário celestial não havia terminado com os 2300 dias, mas havia entrado em outra fase, simbolizada (1) pela entrada do sumo sacerdote no santo dos santos, o início da purificação simbólica do santuário, e (2) pela vinda do noivo às bodas (não à Terra); e que o final desta fase, simbolizada pelo ato de o sacerdote sair do santuário e pelo ato de o noivo voltar das bodas (Lucas 12:36), ainda estava no futuro, e seria seguida pelo Segundo Advento.

O fato de conservarem a crença no término dos 2300 dias em 1844 e de separarem o Segundo Advento desse período profético os salvou do erro ao qual a maioria do grupo foi suscetível – o de procurar datas futuras para o fim. Mas os deixou com o dilema de ou aceitar a doutrina da não-misericórdia ou corrigir seu conceito da “porta fechada” da definição inicial que ela possuía no movimento milerita. Eles gradualmente passaram a ver a abertura da fase final do ministério de Cristo como o fechamento da porta do lugar santo e a abertura da porta do santíssimo – a abertura de uma nova mensagem do sábado, e a abertura de um ministério mais amplo em favor do mundo antes do segundo advento. Mas isso levou tempo.

É interessante traçar os passos pelos quais os pequenos grupos que mais tarde se tornaram os Adventistas do Sétimo Dia saíram do dilema da porta fechada e resolveram o duplo problema: (1) A porta está fechada? e (2) O que é a porta? Ellen G. Harmon (mais tarde White) foi acusada de reivindicar revelação divina para a doutrina da não-misericórdia. Isto ela negou. Ela declarou mais tarde: “Com meus irmãos e irmãs, após a passagem do tempo em quarenta e quatro, acreditei que não mais se converteriam pecadores. Nunca, porém, tive uma visão de que não se converteriam mais pecadores. … Foi-me mostrado que havia uma grande obra a ser feita no mundo por aqueles que não haviam tido a luz e rejeitado. Nossos irmãos não podiam compreender isto em face da fé que tínhamos no imediato aparecimento de Cristo” (Carta 2, 1874, em Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 74).

Sua primeira visão (dezembro de 1844) retratou o “povo do Advento” viajando ao longo de um caminho para a Cidade Santa com a luz do “clamor da meia-noite” atrás deles, e entrando na cidade no Segundo Advento. Esta visão, para aqueles que a aceitaram, significava a certeza de que a mensagem e o movimento de 1844 não havia sido uma ilusão; ou, em outras palavras, que os 2300 dias haviam terminado e a parábola, com sua “porta fechada”, havia se cumprido, e que muito em breve eles veriam seu Senhor, que estava retardando Seu aparecimento para testar-lhes a fé.

A visão dela em 1845 estava em harmonia com a explicação de Edson – o fato de Cristo, o sumo sacerdote, ir do lugar santo para o lugar santíssimo, dentro do véu, explicado como sendo Sua vinda para receber o reino, após o que Ele iria “voltar das bodas” para receber os que O aguardavam no Segundo Advento. Em 1847 ela ligou esta entrada no santo dos santos com o fechamento da porta.

Assim, tanto Hiram Edson quanto Ellen Harmon ensinaram que a obra de Cristo nosantuário não havia terminado, mas estava continuando em outra fase. Contudo, elesacharam que esta fase representaria apenas um breve período. Quando em 1848 ela descreveu uma visão retratando as futuras publicações adventistas do sétimo dia como “correntes de luz que circundavam o globo”, o pequeno grupo não conseguiu compreender que havia ou o tempo ou a possibilidade de levarem uma mensagem para o mundo em geral. Em 1849 Ellen White teve uma visão do santuário celestial que ilustrou ainda mais o significado da “porta aberta e fechada” em conexão com a mensagem do sábado e com Apoc. 3:7 e 8 (ver citação no início deste artigo). O fechamento de uma porta significava a abertura de outra.

Em 1850 Tiago White relatou a conversão de um homem que “não havia feito qualquer profissão pública de religião” antes de 1845. No ano seguinte houve uma notável mudança. Em abril, Tiago White declarou que a porta estava fechada para “aqueles que haviam ouvido a mensagem do evangelho eterno e rejeitado-a”, mas afirmou que as seguintes classes de pessoas podem ser convertidas: (1) “irmãos errantes” da igreja laodiceana (a maioria do grupo dos ex-mileritas), (2) crianças que agora estavam chegando à idade da razão, e (3) “almas ocultas”, comparadas aos “sete mil” da Bíblia que “não se dobraram a Baal” (I Reis 19:18), que se converteriam no futuro “em Seu próprio tempo”, quando ouvissem a mensagem; mas na época, ele disse, a mensagem era para os que estavam na igreja laodiceana (nota editorial na Review and Herald 1:64, 7 de abril de 1851).

Em setembro ele relatou alguns conversos desta terceira classe. Em dezembro G. W. Holt, um companheiro de ministério em Nova Iorque, escreveu que “em alguns lugares onde há apenas alguns meses aparentemente não havia sinal de existir um só filho deDeus, eles agora estão surgindo”. Em fevereiro seguinte, Tiago White relatou “muitos”, e Em maio “uma grande porção” daqueles que não tiveram conexão nenhuma com o movimento de 1844. Estas conversões parecem ter mudado o quadro. Tiago White escreveu em fevereiro, apresentando um novo conceito da “porta fechada”: “Ela contudo representa um importante evento ao qual a igreja está ligada, que devia ocorrer antes da volta de nosso Senhor das bodas. Esse evento não exclui nenhum dos sinceros filhos de Deus, nem aqueles que não rejeitaram impiamente a luz da verdade e a influência do Espírito Santo” (nota editorial no 1 na Review and Herald 2:94, 17 de fevereiro de1852). Depois de citar Isa. 22:22 e Apoc. 3:7 e 8 sobre a porta fechada e aberta, ele continuou: “Ensinamos esta Porta Aberta, e convidamos aqueles que têm ouvidos para ouvir, a virem a ela e encontrarem salvação através de Jesus Cristo. Há uma excelente glória no conceito de que Jesus ABRIU A PORTA do santíssimo. … Se for dito que somos da teoria da PORTA ABERTA e do sábado, não objetaremos; pois esta é nossa fé” (ibid. 95).

Fonte: Seventh-day Adventist Encyclopedia (Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia), 2ª edição revisada, Commentary Reference Series vol. 11. Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publishing Association, 1996, págs. 249-252.

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