quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Jesus Cantou



por: Pr. Jael Enéas
Silêncio na sala. Jesus havia acabado de cear com Seus discípulos. Em poucas horas, Ele seria apresentado como oferta pelo pecado da humanidade. Por isso, cenas da traição, dor, desprezo, humilhação, corriam rapidamente pela mente de Cristo. Contudo, Seu semblante estava sereno.
Todos olham para Jesus. Ele se levanta e canta. Mesmo diante da expectativa de morte, Sua voz não era de lamento, mas, de júbilo. Timidamente, os discípulos foram se unindo a Cristo, e, todos passam a entoar o Salmo 117:

“Louvai ao Senhor, todas as nações,
Louvai-O todos os povos.
Porque a Sua benignidade é grande para conosco,
Louvai ao Senhor”.

A música tem poder. No deserto, o povo de Israel cantava para suavizar o estresse da jornada. Assim, ao se preparar para o Calvário, Jesus também cantou, aliás, um hábito formado desde criança. No livro A Ciência do Bom Viver, Ellen White escreve que Cristo “saudava a luz da manhã com cânticos e hinos de gratidão. Isto alegrava Suas horas de atividade” (p. 261). A saída para o Monte das Oliveiras só aconteceu depois de Jesus ter cantado um hino com os discípulos (Mateus 26:30; Marcos 14:26).

Efeitos
O homem é uma unidade indissolúvel, por isso, a música impacta todo o ser. Ao citar o médico fisiologista Albrecht von Haller (1708 -1777), a pesquisadora Maria de Lourdes Sekeff afirma em seu livro “Da Música: seus usos e recursos” que o “sangue jorra mais vivamente de um vaso aberto, em pessoas predispostas, em razão da hipertensão arterial, provocada por rufar de tambores” (p. 118).
Também registra pesquisas do compositor francês André Modeste Grétry (1741-1813), que quando “cantamos mentalmente um trecho de música, o ritmo cardíaco tende a se conformar com o ritmo do canto mental”, de acordo com Carvalhal Ribas, no livro “Medicina e Música“, de 1957.
Assim, ao atingir o cérebro, os efeitos da música se estendem por todo o corpo. O psiquiatra Orlando Benenzon, demonstrou no livro “Musicoterapia Y Educación” de 1971, que a “música é um recurso contra o medo e a ansiedade, além de ser uma defesa natural contra a melancolia e a depressão” revelam pesquisas feitas no Hospital Neuropsiquiátrico de Buenos Aires.
Para Ellen White, a música tem um santo propósito, “erguer os pensamentos àquilo que é puro, nobre, edificante e despertar na pessoa devoção e gratidão para com Deus” (p. 19), escreve em “Música: sua influência na vida do cristão“. E, conclui, a “música faz parte do culto a Deus nas cortes celestiais, e devemos esforçar-nos, em nossos cânticos de louvor, por nos aproximar tanto quanto possível da harmonia dos coros celestiais” (p. 20).

Dica
Estimule sua igreja a cantar. Para isto, capacite líderes de música e organize “ministérios de louvor”. A seguir, critérios sugestivos:
1. Quanto à escolha, a música deve:
Dirigir o público a Cristo, como “o caminho, a verdade e a vida”.
Preparar a atmosfera para a apresentação da mensagem bíblica, mantendo seu apelo e suscitando uma reação positiva parte dos ouvintes.
Ser executada e cantada por pessoas cuja vida seja coerente com a mensagem que cantam e tocam.
Ser veículo de profunda impressão da verdade bíblica, que enseje resposta de transformação pelo poder do Espírito Santo.
Ser apresentada de maneira cuidadosa, planejada e ordenada.
Ser dirigida de maneira simples e apresentada sem o realce de exibição pessoal.
Dar primazia à pregação da palavra, tanto no vigor da apresentação quanto na distribuição do tempo destinado ao cântico.
Manter um apelo equilibrado à natureza emocional e intelectual, e não apenas encantar os sentidos.
Ser compreensível, sugestiva e significativa, no conteúdo e no estilo, para maior parte do auditório.
2. Quanto à condução do louvor, lembrar de:
Dirigir o cântico congregacional, sempre de forma Cristocêntrica, com profundo significado bíblico;
Ser um exemplo de cristão, não somente enquanto conduz o louvor, mas, sobretudo, na vida cotidiana.
Ser um exemplo, também, na postura, gestos, equilíbrio de voz e preparo. Lembrar que cantar é uma forma de oração.
Ser empático, gentil e educado com o público, evitando-se frases que constranjam e atitudes discriminatórias.
Conduzir a congregação de forma “proativa” e estimulante, reforçando a autoestima coletiva e motivação para o aprendizado.
Preparar a congregação para cantar, ajudando-a na respiração, ataque e atmosfera musical pertinente ao texto e a música.
Respeitar os níveis de “decibéis”. A congregação precisa sentir prazer em participar do louvor. Playbacks “altos demais e estridentes”, desmotivam o louvor.
Preparar um estimulante “roteiro de louvor”, isto é, passagens bíblicas, testemunhos e textos que liguem um hino ao outro, construindo lógica e significado ao cantar.

Fonte: Noticias Adventistas

Como era a vida íntima de Adão e Eva antes do pecado?


De acordo com a autora do livro “Aquela sexta-feira no Éden”, Alberta Mazat, o relacionamento de Adão e Eva era o mais perfeito possível, afinal eles haviam acabado de ser criados por Deus e não tinham pecado. “Pense nisto; depois, naqueles dois seres humanos perfeitos, recém-saídos das mãos do Criador, com corpos vibrantes em que cada célula nervosa se comunicava em perfeita sintonia, cada músculo belamente trabalhado, movia-se em perfeita coordenação; o intelecto era puro, livre de qualquer contaminação social ou cultural, e os sentimentos adoravam ao Senhor e admiravam-se mutuamente”. Deus foi quem criou o prazer e o colocou nos seres humanos desde o primeiro casal. “Deus vai ao ponto de usar esta experiência para simbolizar Seu amor pela igreja. Um amor tão profundo, tão carinhoso, tão completo que a melhor forma pela qual Ele procura retratá-lo é a beleza do relacionamento que existe entre esposos. Quanto mais, portanto, usufruirmos desta experiência sexual – quanto mais beleza detectarmos nela e mais buscarmos confirmá-la – tanto mais compreenderemos Seu amor por nós”.
Podemos ver em Gênesis 1:28 que o sexo foi criado por Deus mesmo antes do pecado, quando criou Adão e Eva: “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra”. Deus não criou o sexo somente para a procriação, mas também para que o casal tivesse prazer um com o outro. Veja o que a Bíblia diz em Prov. 5:18, 19: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias”. No livro de Cantares também encontramos poemas de amor. Cantares 4:11 diz: “Os teus lábios, noiva minha, destilam mel. Mel e leite se acham debaixo da tua língua, e a fragrância dos teus vestidos é como a do Líbano”. Todos estes textos revelam a beleza e a santidade do sexo entre um casal.
 “Deus fez o homem e a mulher para terem o desejo e a habilidade de ser sexualmente ativos mesmo após ter cessado o período reprodutivo da mulher; e isto, para grande satisfação de ambos”. Portanto, podemos imaginar que Adão e Eva relacionavam-se sexualmente como forma de demonstração do amor que tinham um pelo outro mesmo antes do pecado. Algumas pessoas tendem a pensar que o sexo iniciou-se depois do pecado, como se ele fosse derivado do pecado. Mas antes do homem e da mulher pecarem, Deus aconselhou o homem a se multiplicar; isto diz respeito a relações sexuais. Alguns ainda pensam que antes do pecado o sexo era somente para a procriação e somente depois do pecado que o homem o faz para obtenção do prazer. Mas é interessante notar que somente a espécie humana experimenta o orgasmo! Isto mostra que o sexo criado por Deus é mais do que um ato procriativo.
O amor e o interesse de Adão e Eva eram mútuos e isto fazia com que a sua união fosse ideal. Se hoje, com o pecado instaurado em nós, nos sentimos bem quando amamos, quanto mais o casal do Éden sentia possuindo um amor perfeito!
Adão e Eva mantinham um relacionamento de igualdade; nenhum era superior nem inferior ao outro. “Eva foi feita de uma costela tirada do lado de Adão, significando que ela não o deveria dominar, como a cabeça, nem ser pisada sob seus pés como se fosse inferior, mas estar a seu lado como sua igual, e ser amada e protegida por ele. Como parte do homem, osso de seus ossos, e carne de sua carne, era ela o seu segundo eu, mostrando isto a íntima união e apego afetivo que deveria existir nesta relação. "Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta." Efés. 5:29. "Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne." Gên. 2:24”. Patriarcas e Profetas, pág. 46. Da mesma forma hoje, Deus deseja que nossos relacionamentos sejam desenvolvidos com equilíbrio e humildade.

Thais Seidel de Souza
Conselheira e Instrutora Bíblica

A ilusão da pornografia

A ex-atriz pornô Shelley Lubben, em seu livro Truth Behind the Fantasy of Porn (A Verdade por Trás da Fantasia da Pornografia), afirma que a pornografia é “a maior ilusão do mundo”. Segundo ela, muitas mulheres desse universo bebem e usam drogas para poder fingir que gostam do que fazem. Embora a indústria do sexo tente pintar outra realidade, Shelley revela que “as mulheres estão com uma dor indizível por ser espancadas, cuspidas e xingadas. [...] Pornografia é nada mais do que sexo falso, contusões e mentiras em vídeo. Confie em mim, eu sei”. No livro, Shelley traz testemunhos de outras ex-atrizes, como o de Michelle Avanti, que em sua primeira cena tentou voltar atrás: “Um ator disse que eu não poderia voltar atrás porque havia assinado um contrato”, disse Michelle. “Fui ameaçada de que se não fizesse a cena seria processada em uma enorme quantia em dinheiro. Acabei tomando doses de vodca para fazer a cena. Como eu fazia mais e mais cenas, abusei da prescrição de pílulas que me eram dadas a qualquer momento por diversos médicos em San Fernando Valley.”

Shelley diz que muitas mulheres acabam nesse mundo por culpa da extrema erotização da sociedade. “Onde mais poderia uma criança que foi hipersexualizada ter tanta atenção? Os olheiros da pornografia ficam à espreita pesquisando online por anos os perfis e predando as desavisadas fêmeas sexualizadas. Fingindo ser adolescentes ou admiradores do sexo masculino, postam palavras lisonjeiras [...] e as adolescentes emocionalmente carentes rapidamente caem na armadilha.” 

Jennifer Case é outra atriz que deixou a indústria do sexo, segundo ela, “pela graça de Deus”. Hoje ela também milita contra a pornografia e diz aos homens: “Há uma pessoa real do outro lado das imagens que você está vendo, e você está destruindo a vida dela e a vida dos filhos dela.” Numa entrevista para o site The Porn Effect, Case testemunha de sua própria experiência sobre os malefícios que a indústria pornográfica provoca nas mulheres envolvidas. Ela diz que ficou traumatizada, oprimida e se sentindo abusada. Assim como outras atrizes desse segmento, ela também se tornou viciada em drogas e precisava do dinheiro da pornografia para continuar alimentando o vício. Além disso, ela teve que lidar com doenças sexualmente transmissíveis. “Tive muitas infecções diferentes o tempo inteiro. Deixei Hollywood porque fiquei muito doente por causa da clamídia. Meu abdome doía tanto que tive que voltar para casa”, disse ela.

Aliás, falando em doença... o Departamento de Saúde Pública de Los Angeles, em setembro de 2009, publicou relatórios surpreendentes de 2.396 casos de clamídia, 1.389 casos de gonorreia e cinco casos de sífilis entre artistas pornôs. Entre 2004 e 2008, repetidas infecções foram relatadas por 25,5% dos indivíduos. Também foi relatado que a prevalência de clamídia e gonorreia em artistas pornô é dez vezes maior em Los Angeles.

Mercado que só cresce

A despeito dos riscos relacionados com a pornografia (para quem faz e para quem vê), segundo matéria publicada no site LifeSiteNews, a produção e a venda de conteúdos pornográficos atualmente representam a sétima maior indústria dos Estados Unidos. “Novos vídeos e páginas de internet são produzidos a cada semana, com a revolução digital trazendo um grande número de novos sistemas de distribuição. Toda nova plataforma digital se torna uma oportunidade de marketing para a indústria pornográfica.”

Os rendimentos anuais da indústria pornográfica chegam perto dos 15 bilhões de dólares, nos Estados Unidos, e quase 100 bilhões ao redor do mundo. Essa indústria é maior do que Microsoft, Google, Amazon, eBay, Yahoo!, Apple, Netflix e EarthLink juntas. Perto de 50 milhões de norte-americanos adultos visitam regularmente sites de sexo virtual. De acordo com o National Council on Sexual Addiction and Compulsivity (Conselho Nacional sobre o Vício e a Compulsividade Sexuais), existem mais de 20 milhões de viciados em sexo nos Estados Unidos, 70% dos quais afirmam ter problemas de comportamento sexual virtual.

De acordo com pesquisas do Barna Group, quase 40% dos adultos acreditam não haver qualquer imoralidade em ver material de sexo explícito. Além disso, aproximadamente um a cada quatro acredita que não deveria haver restrições quanto à pornografia ou ao seu acesso. “Infelizmente, 28% dos cristãos acreditam que, mesmo com o que está escrito em Mateus 5:28, não há nada de errado em ver pornografia”, diz Regis Nicholl, colunista do site BreakPoint. “O mais triste é descobrir que por volta de 50% dos cristãos e 40% de seus pastores admitem ter problemas com a pornografia”, revela.

E o problema começa cada vez mais cedo. As palavras “sexo” e “pornô” estão entre as dez mais procuradas por crianças na internet. O ranking foi feito pela empresa de segurança Symantec, que identificou as cem principais buscas feitas durante quatro meses, por meio de seu serviço de segurança familiar OnlineFamily.Norton, que supervisiona o que as crianças e os adolescentes fazem na internet. A palavra “sexo” aparece em quarto lugar e “pornô” em sexto.

Por esse e outros motivos, é preciso orientar as crianças com respeito ao uso da internet. Gregory Smith, vice-presidente e diretor executivo de informação do Departamento de TI da World Wildlife Fund, em Washington, DC, escreveu o livro Como Proteger Seus Filhos na Internet (Editora Novo Conceito). Para ele, deixar a criança diante de um computador com acesso à internet, sem qualquer tipo de monitoração, é a mesma coisa que colocá-la numa esquina e não ficar vendo o que acontece. Em seu livro, ele apresenta os riscos da internet, inclui detalhes de tragédias recentes do mundo real (inclusive um diálogo explícito mantido entre um predador sexual e uma adolescente, o que torna a leitura não recomendável para crianças) e revela alguns segredos das atividades online.

Efeitos

Um grande número de jovens consumidores de pornografia na internet está sofrendo de ejaculação precoce, ereções poucos consistentes e dificuldades de sentir desejo com parceiras reais, é o que afirma reportagem publicada na revista Psychology Today. Pesquisa feita pela Universidade de Pádua, na Itália, indicou que 70% dos homens jovens que procuravam neurologistas por ter um desempenho sexual ruim admitiam o consumo frequente de pornografia na internet.

Outros estudos de comportamento sugerem que a perda da libido acontece porque esses grandes consumidores de pornografia estão abafando a reposta natural do cérebro ao prazer. Anos substituindo os limites naturais da libido por uma intensa estimulação acabariam prejudicando a resposta desses homens à dopamina. Esse neurotransmissor está por trás do desejo, da motivação – e dos vícios. Ele rege a busca por recompensas. Uma vez que o prazer está fortemente ligado à pornografia, o sexo real parece não oferecer recompensa. Então essa seria a causa da falta de desejo em muitos homens.

Em seu site, Nicholl publicou o testemunho de um homem que escreveu: “Desde que coloquei internet de alta velocidade em casa, comecei a ver muito mais pornografia e meu desejo e desempenho sexuais diminuíram lentamente. Agora está se tornando um problema real. Eu simplesmente não fico tão excitado quanto ao sexo como de costume e parece que perco o interesse depois de alguns minutos.”


William Struthers, da Faculdade Wheaton, explica que “os homens parecem ter sido feitos de tal maneira que a pornografia sequestra o funcionamento adequado de seu cérebro e tem efeito de longo prazo em seus pensamentos e vida”. Struthers é psicólogo com formação em neurociência e especialidade de ensino nas bases biológicas da conduta humana. No livro Wired for Intimacy: How Pornography Hijacks the Male Brain (Programado Para a Intimidade: Como a pornografia sequestra o cérebro masculino), ele se vale da neurociência para explicar por que a pornografia é uma grande tentação para a mente masculina. “A explicação mais simples da razão por que os homens veem pornografia (ou procuram prostitutas) é que eles são levados a procurar intimidade”, explica ele. O impulso para obter intimidade sexual foi dado por Deus e é essencial para os homens, reconhece ele, mas é facilmente mal direcionado. Os homens são tentados a buscar “um atalho para o prazer sexual por meio da pornografia” e acham que dá para se acessar esse atalho com facilidade.

Num mundo de pecado, a pornografia se torna mais do que uma distração e uma distorção da intenção de Deus para a sexualidade humana. Torna-se um veneno viciante. Struthers explica: “Ver pornografia não é uma experiência emocional ou fisiologicamente neutra. É fundamentalmente diferente de olhar para fotos em preto e branco do Memorial Lincoln ou olhar um mapa colorido das províncias do Canadá. Os homens são reflexivamente atraídos para o conteúdo de material pornográfico. Como tal, a pornografia tem efeitos de grande repercussão para estimular um homem à intimidade. Não é um estímulo natural. Atrai-nos para dentro. A pornografia é indireta e voyeurística em sua essência, mas é também algo mais. A pornografia é uma promessa sussurrada. Promete mais sexo, melhor sexo, infinito sexo, sexo conforme os desejos, orgasmos mais intensos, experiências de transcendência. [...] [A pornografia] atua como uma combinação de múltiplas drogas.”

Segundo Struthers, quando o homem vê imagens pornográficas, essa experiência cria novos padrões na programação do cérebro, e experiências repetidas formalizam a programação. “Se eu tomo a mesma dose de uma droga repetidas vezes e meu corpo começa a tolerá-la, precisarei tomar uma dose mais elevada da droga a fim de que tenha o mesmo efeito que tinha com uma dose mais baixa, na primeira vez”, explica o psicólogo. 

Mas o problema não se restringe aos homens. Pesquisadores da Universidade da Califórnia e do Tennessee, nos Estados Unidos, recrutaram 308 universitárias heterossexuais, entre 18 e 29 anos, para completarem um questionário online. Elas responderam questões sobre a qualidade do namoro, satisfação sexual e autoestima. Segundo matéria publicada no site da revista Superinteressante, “o resultado mostrou uma relação entre felicidade, autoestima e filmes pornôs. Quanto mais pornografia os namorados ou maridos viam, maior era a chance de ter um relacionamento infeliz. Quem reclamou sobre o vício exagerado do namorado em assistir a vídeos pornôs mostrou autoestima mais baixa e insatisfação com o namoro e com a vida sexual. De tanto se compararem (ou serem comparadas) às moças dos filmes, elas ficam mais inseguras com o desempenho na cama ou com o próprio corpo”.


A verdade é que a pornografia traz um estresse enorme para o relacionamento, principalmente no casamento. “É comum que a esposa do usuário expresse sentimentos de traição, desconfiança e perda de autoestima. Com frequência, tais sentimentos levam à depressão clínica com feridas psicológicas e emocionais duradouras. Com o surgimento da desconfiança e da ferida, muitas mulheres decidem pelo divórcio”, diz Nicholl.

Para ter uma dimensão do problema em números: dois terços dos advogados presentes na reunião de 2003 da Academia Americana de Advogados Matrimoniais disseram que a pornografia virtual estava envolvida na metade dos casos que representaram. “Considerando as consequências negativas do divórcio, sentido principalmente pelas mulheres e crianças, a pornografia, contrariando o movimento do livre arbítrio, é uma doença social grave”, compara Nicholl.

Pornografia e violência

A socióloga americana Gail Dines é uma das fundadoras do movimento Stop Porn Culture, dá aulas de sociologia e gênero na Faculdade Wheelock, em Boston, e é uma grande crítica da indústria pornográfica. Em seu livro Pornland (Terra do Pornô), ela levanta uma hipótese perturbadora: os filmes pornográficos, acessados pela internet por qualquer adolescente, seriam os responsáveis pelo aumento de casos de violência sexual contra a mulher e contra crianças. “Os estudos mostram que entre 40% e 80% dos homens que fazem download de pornografia infantil acabarão se envolvendo em algum tipo de abuso contra menores”, disse Gail ao site Mulher 7×7.

“As imagens têm um impacto profundo sobre nós. Isso não significa que um cara que se masturba vendo pornografia irá estuprar uma mulher. Mas os estudos mostram que no caso de homens inclinados a praticar violência sexual, quanto mais pornografia eles assistirem, maior é a chance de eles cometerem crimes”, diz Gail na entrevista. “Já entrevistei muitos desses agressores e tenho certeza absoluta de que o crescimento da divulgação de materiais pornográficos usando crianças – ou explorando o universo infantil – está aumentando a violência sexual contra crianças. Algumas pesquisas mostram que entre 40% e 80% dos homens que baixam da internet pornografia infantil acabarão se envolvendo em algum tipo de abuso contra menores. Os estudos definitivamente sugerem que há uma ligação”, completa ela.

De acordo com a professora, a pornografia relaciona sexualidade ao menosprezo pelas mulheres. “É uma combinação muito ruim, especialmente quando pensamos que os meninos veem pornografia pela primeira vez por volta dos 13 anos. O que significa para um menino que ainda está desenvolvendo sua sexualidade ver esse tipo de pornografia? Quanto mais erotizamos essas imagens, mais dizemos aos homens que é dessa maneira que eles devem tratar as mulheres, que eles devem achar isso excitante. E os garotos vão construir sua identidade sexual em torno dessas imagens.”

Em seu site, o ex-candidato à presidência dos Estados Unidos, Rick Santorum, afirmou que a pornografia naquele país é uma “pandemia”. “Ela contribui para a misoginia e a violência contra as mulheres. É um fator que contribui para a prostituição e o tráfico sexual”, escreveu.

E tem mais: número significativo de pessoas envolvidas com a indústria da pornografia no cinema e na internet é vítima de tráfico internacional de humanos. O Departamento Estadual Americano registra que há mais de 12 milhões de escravos modernos, aproximadamente 1,5 milhão dos quais são forçados para o mercado do sexo. 

Apelo de quem sabe o que diz


Jennifer Case
A ex-atriz Jennifer Case admite que os consumidores de pornografia têm parte da culpa pelas mazelas sofridas pelos envolvidos com esse mundo, mas ela diz que compreende que só com a ajuda de Deus os homens conseguem sair do vício, assim como foi com a ajuda de Deus que ela deixou essa indústria. “Homens, Deus ama vocês! Eu amo vocês também e sempre orarei por todos vocês, para que as cadeias sejam quebradas”, diz ela. “Você é escravo da pornografia tanto quanto qualquer atriz pornô. Se você está vendo pornografia ou está viciado em pornografia, você está tentando encher um vazio dentro de você que só Deus pode preencher. Toda vez que você vê pornografia, você está aumentando o vazio, e você destruirá sua vida.”

Ela diz ainda que a pornografia é “maligna” e “é uma droga, veneno e mentira”. “Se você pensa que poderá guardá-la no escuro, Deus a tirará para fora, para a luz, para deter você e curar você.”

Num apelo muito franco, Case diz que “essas mulheres [do mundo pornográfico] são preciosas e merecem ser amadas exatamente como vocês [homens] merecem. Há uma pessoa real do outro lado das imagens que você está vendo, e você está destruindo a vida dela e a vida dos filhos dela. Em toda pornografia existe a filha de alguém. E se fosse a sua filhinha? Você pode realmente estar ajudando na morte de alguém! Atores e atrizes pornôs morrem o tempo todo de aids, overdose de drogas, suicídio, etc. Por favor, parem de olhar pornografia.”

Impressionam os apelos sinceros de mulheres como Shelley Lubben e Jennifer Case. Elas sabem que, como qualquer vício, o da pornografia geralmente começa com o descuido e a curiosidade e vai se aprofundando, até que a pessoa se dá conta de estar escravizada pelo hábito destrutivo. O alcoólico deve ficar longe do álcool. O toxicômano deve passar longe das drogas. E o viciado em pornografia também deve tomar medidas preventivas. Se o problema é a internet, deve-se acessá-la sempre acompanhado de outras pessoas, limitar o tempo de navegação, ser muito focado e específico no uso (evitando navegar a esmo por aí) e colocar filtros no computador.

Finalmente, e mais importante: como disse Jennifer, só com a ajuda de Deus se pode conseguir a libertação do vício. Portanto, se você vive esse drama, intensifique sua comunhão com Deus por meio da oração sincera, do estudo devocional diário da Bíblia, das boas companhias e da frequência regular à igreja. Quando Jesus controla nossa mente, os pensamentos e desejos se tornam puros e corretos.

(Michelson Borges é jornalista e mestre em teologia)

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

“Eu Sou Yahweh”


por: Víctor M. Armenteros
Lembro-me de que se tratava de uma frase especial; raramente usada, mas, quando isso acontecia, era revestida de solenidade total. Hoje, quase não é utilizada, mas era comum em minha infância: “Palavra de honra!” Se alguém pretendia estabelecer um compromisso estável, quer fosse no intercâmbio de algum objeto, ou com o objetivo de fortalecer um relacionamento, perguntava: “Palavra de honra?” A resposta era dada com suprema transcendência: “Palavra de honra!” É que existem frases que são perfeitas para concluir uma ideia, um diálogo ou exposição. Quem nunca ficou em profundo silêncio quando um dos pais terminava a reprimenda dizendo: “Não se fala mais nisso!”? Quem nunca sentiu admiração quando um brilhante acadêmico terminou sua exposição com um rotundo: “Tenho dito!”? Quem nunca vibra, até a medula, quando um pregador cheio do Espírito Santo termina o sermão, dizendo: “Amém!”?
Há muitas expressões semelhantes que nos vêm à mente; porém, estou certo de que há uma que a todas supera. Inicialmente, quero explicar como a descobri e o que ela implica. Não faz muito tempo, estávamos com alunos do doutorado em Antigo Testamento, na aula de Crítica Textual. Eu havia pedido a eles que preparassem uma análise das notas massoréticas das perícopes que iam servir de base para as respectivas teses. Um deles trabalhava com Levítico 20, e outro com Ezequiel 20. Para minha surpresa, uma mesma informação massorética aparece nos dois capítulos (Levítico 20:7; Ezequiel 20:5, 20): “Esta expressão aparece 24 vezes no fim de versículos”, dizia a nota. Uma pergunta surgiu em minha mente: Por que era importante para o escriba que essa frase aparecesse ou não no fim de um versículo? Se ele havia contado as ocasiões em que ela estava registrada ou não, certamente não deve ter sido por mero impulso estatístico. Que mensagem ele queria transmitir para nós?
Esta é a frase: “Eu sou o Senhor (Yahweh), o Deus de vocês.” Aparece 34 vezes em 33 versos do Antigo Testamento. E, como dizia a nota massorética, 24 vezes no fim do verso. No início, aparece em Levítico 11:44; 25:38; 26:13; Números 15:41; Juízes 6:10; Ezequiel 20:19; Joel 3:17. No meio do verso, em Êxodo 6:7; Levítico 19:36; 20:24. No fim, em Êxodo 16:12; Levítico 18:2, 4, 30; 19:2-4;, 10, 25, 31, 34; 20:7; 23:22, 43; 24:22; 25:17, 55; 26:1; Números 10:10; 15:41; Deuteronômio 29:5; Ezequiel 20:5, 7, 20.

Frase especial
Diferentemente de outros idiomas, na língua hebraica existem orações sem verbo explícito. São as chamadas orações nominais. No original, a frase que estamos considerando diz algo como: “Eu, Yahweh, seu Deus”. As orações nominais têm várias funções, entre as quais estão as seguintes: 1) identificar e 2) mostrar as qualidades de alguém. Observe a referida frase. Primeiramente, ela mostra a identificação: “Eu sou Yahweh”; depois, algo que O qualifica: “Sou o seu Deus.”
Yahweh é Deus com nome próprio. E que nome! A raiz da qual é derivado está relacionada com “ser”, “existir” ou “estar”. Ou seja, Deus é. Representa a essência do Universo. Tudo gira ao redor de Sua natureza, que é amor. Cada pequeno detalhe na rota dos astros, no desabrochar de uma flor, no voo da mariposa, nos fala de Sua essência. Deus existe. É um Deus vivo!
Há muitos deuses sem vida. As figuras de pedra ou madeira que representavam os panteões da antiguidade eram simplesmente pedra ou madeira, nada mais que isso. Os deuses da atualidade, de níquel ou plástico que parecem ter plenitude continuam sendo, à semelhança daqueles, níquel e plástico. Então, adorar a Moloque-Baal podia implicar a morte do primogênito. Hoje, adorar a Mamom pode implicar morte existencial da família. Porém, com Yahweh é diferente. A confiança nEle produz alegria, vida, segurança, plenitude. Somente recebemos e, em troca, não sacrificamos ninguém.
Deus está. Os deuses do Mediterrâneo viviam além das nuvens, afastados da companhia humana. Em contraste, Yahweh aprecia estar ao nosso lado. A História comprova: Ele abriu as águas do Mar Vermelho, em uma nuvem guiou Seu povo durante o dia, no deserto, e numa coluna de fogo, durante a noite fria. Venceu inimigos, realizou maravilhas. Deus está e estará. Digo “estará” porque a maneira pela qual o nome Yahweh é escrito implica que essa natureza não cessou, mas continua e continuará. Yahweh estará sempre conosco e, por isso, temos identidade, temos vida. Ele jamais faltará.
Analisemos a qualidade que O torna vivencial: “Sou o seu Deus”. Caso não houvesse dito “seu”, que diferença faria? É indubitável que é Deus, transcendente. Porém, ao dizer “seu Deus”, Ele nos torna possuidores dEle. Podemos possuir Deus? Evidentemente, não no sentido de tê-Lo sob controle. Contudo, podemos ter com Ele uma relação “nossa”. Ele aprecia relacionamentos. No Antigo Testamento, em 117 ocasiões é mencionada a expressão “o seu Deus” e, 267 vezes, a expressão “teu Deus”. É simples explicar: Deus Se alegra de que tenhamos relacionamento com Ele. Por essa razão, talvez, a metáfora que mais aproxima o vínculo de Yahweh com Seu povo seja o casamento. Além disso, é também um relacionamento individual – “teu Deus” – que gera relacionamento coletivo – “o Deus de vocês”.
“Eu sou Yahweh, o seu Deus” é uma frase estupenda que fala de grandeza e proximidade, de poder e carinho, de identidade e fraternidade. Devemos ter isso em mente porque, como cristãos, às vezes, temos crises individuais e coletivas.

Na História
Viver no deserto tem suas dificuldades. Os israelitas perceberam isso em sua trajetória pela península do Sinai e, por isso, murmuraram. Eles desejaram as panelas egípcias com carne e pão. Êxodo 16 registra esse momento de maneira sintética, mas bem descritiva. Em meio ao fragor das queixas, Deus lhes prometeu que teriam o alimento que desejavam. Assim, cumpria Seu compromisso implícito na frase: “Eu sou Yahweh, o seu Deus”. No dia seguinte, o povo teve codornizes para comer, algo incomum, mas não extraordinário; e uma substância fina, algo impensado e sumamente extraordinário. O maná acompanhou o povo durante 40 anos (Levítico 16:35). Yahweh Se encarregou de realizar um milagre cada dia da semana, durante décadas, porque era seu Deus, não um Deus alheio nem ausente em relação às necessidades do Seu povo.
Yahweh participa da história deste mundo. Sua transcendência não está em conflito com a proximidade. Ele não desvia de nós o olhar nem nos abandona ao léu da própria sorte. Está presente na trajetória da vida, como a bússola que nos guia à meta da redenção, como a força que nos impulsiona a cada instante, apesar dos perigos deste mundo cheio de adversidades. O êxodo se transformou em um marco para os filhos de Israel e não deixa de ser um símbolo da humanidade. Andamos errantes, até mesmo queixosos, porém não andamos sozinhos, porque Yahweh é nosso Deus. Muitas vezes perguntaremos: “O que é isto [maná]“? Ele nos responderá: “Prove-o.” Então, compreenderemos que Ele aprecia compensar, com dulçor, a amargura deste mundo caído, que nos presenteia coisas preciosas, apesar das nossas imperfeições.

Nas festas
Os capítulos 18-20 de Levítico são espetaculares. Eles falam de santificação e selam cada bloco com a frase: “Eu sou Yahweh, o seu Deus”. Levítico foge da sacralidade, do mágico e totêmico, e ensina santidade, o vivencial e relacional. Não pretende que apenas os levitas fossem santos, mas cada um dos integrantes desse povo. Esse processo de fazer com que todos formem um povo escolhido, com uma missão de glória, mescla princípios e normas, liturgia e cotidianidade. Para Yahweh, o atemporal e universal (princípios) convive com o temporal e contextualizado (normas). Todo momento da vida deve ser santo. Não é muito fácil entender por que nossa mentalidade helênica costuma separar tempos e espaços. Porém, temos que compreender que não há momentos religiosos e momentos profanos. Cada piscada de olhos, a respiração, o pensamento e a ação perfazem um todo. Não devem existir dissonâncias.
Nesses capítulos, as cadeias de mandatos e promessas terminam com muitos: “Eu sou Yahweh, o seu Deus.” O povo era espiritualmente analfabeto e precisava com frequência ser lembrado de que o segredo está no relacionamento com Deus, que superava até mesmo os relacionamentos mais íntimos da vida humana. Frequentemente os textos relembram que o povo devia ser santo, porque Deus é santo. O relacionamento dEle com Seu povo não estanca, mas existe em transferência; ou seja, somos veículos de comunicação. Somos especiais porque nosso Deus é especial.
Se unirmos esse conceito a Números 10:10: “Também em seus dias festivos, nas festas fixas e no primeiro dia de cada mês, vocês deverão tocar as cornetas por ocasião dos seus holocaustos e das suas ofertas de comunhão, e elas serão um memorial em favor de vocês perante o seu Deus. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês”, concluiremos que Deus deseja esse relacionamento na intensidade dos momentos excepcionais e coletivos, assim como na calma das ocasiões rotineiras e individuais. Há festas para ser santificadas. Trilhar o caminho da plenitude deve ser uma verdadeira festa.
O pós-modernismo nos dá uma oportunidade: relacionamentos. O mundo globalizou-se e cada dia existem maiores conexões. As pessoas desejam relacionamentos verdadeiros, relacionamentos pessoais que preencham seu vazio. Hoje, Yahweh novamente repete que é nosso Deus, que deseja nos tornar especiais, que Sua ligação não é interrompida; está sempre em sintonia. Devemos voltar a compreender que o chamado à santidade não é apenas para alguns (levitas ou profissionais da religião), mas para todos e cada um dos seres deste mundo. Nós somos agentes dessa mensagem de desejos a ser satisfeitos. Devemos lembrar que Deus assina Seus documentos circulares e pessoais com um afetuoso: “Eu sou Yahweh, o Deus de vocês.”

Lembranças do passado
Ezequiel 20:5, 7, 19, 20 retoma a frase, porque é costume dos profetas escritores voltar ao Pentateuco e ver os marcos que assinalam o caminho da religiosidade. A lembrança das lições do passado envolve dimensionalidade (Yahweh participou da História e Se oferece para continuar fazendo isso no futuro), permanência (o relacionamento com Yahweh não é pontual, mas contínuo) e perspectiva (o vínculo com Yahweh é progressivo, não estático).
Nesses textos, assegura-se essa lembrança com a afirmação dos sábados. No dia de encontro, outros encontros são lembrados e são desejados novos encontros, porque Deus Se compraz em Se encontrar com o homem. Desde os passeios pelo Éden, Ele caminha conosco. É suficiente recordarmos as idas e vindas de Abraão, a jornada no deserto, a peregrinação dos profetas, os itinerários de Jesus. Yahweh é um Deus dinâmico e apenas devemos exercitar a memória para perceber isso.
As mensagens do cotidiano e do excepcional se misturam para fortalecer uma ideia: Não há tempo sem Yahweh e tempo com Yahweh. Todo o tempo pertence a Ele. Vivemos em uma época de dissonância entre o “religioso” e o “secular”. Temos dividido os espaços, designando o particular a um e o público a outro; porém essa não é a realidade bíblica. Não existe “às vezes” no “Eu sou Yahweh, o Deus de vocês”. Talvez, necessitemos um dia entre sete para ter consciência disso, para desfrutar Sua presença, de tal maneira que desejemos viver continuamente nesse estado de santidade.

Cordão azul
Uma das mais curiosas normas do Pentateuco é a santidade e está relacionada a uma marca de roupa. Hoje, no fascínio pelo esporte, vê-se multidões vestindo as cores de suas equipes. São as cores dessas multidões, as da tribo que assimilam. Em Números 15:37-41, Deus Se adiantou a qualquer tendência da moda e propôs que Seu povo colocasse borlas e um cordão azul nas extremidades de suas roupas. O objetivo era simbólico, ou seja, o de lembrar quem eram e não se detivessem para olhar ou pensar em nada que os separasse do relacionamento com Yahweh. Não precisamos colocar tal adorno em nossa roupa, mas precisamos de pedacinhos do Céu em nossa vida. Devemos lembrar quem somos e não nos determos a olhar nem pensar sobre o que é inútil, e que nos afasta da existência plena.
O texto termina de maneira magistral: “Eu sou o Senhor, o seu Deus, que os trouxe do Egito para ser o Deus de vocês. Eu sou o Senhor, o seu Deus.” Esse é um cordão púrpura para todo cristão. Deus começa conosco. Participa das histórias de nossa vida, libertando-nos de todo tipo de escravidão porque é nosso Deus. Ele termina conosco. Quem é como Ele? Aonde podemos encontrar tanto interesse, carinho, compromisso, tanta vida? Tenho bem claro o fato de que, se eu tivesse sido um massoreta, teria escrito que cada um desses versos esconde uma fascinante mensagem vivificante, santificadora.
Estou mais do que seguro de que, caso Deus nos estivesse propondo esta reflexão, olharia em nossos olhos e sussurraria com um sorriso: “Eu sou Yahweh, o Deus de vocês.”

Víctor M. Armenteros é vice-reitor acadêmico da Universidade Adventista del Plata, Argentina
Fonte: Revista Ministério, julho/agosto 2013, pp. 12-14


“Não as Impeçam”


por: Graciela de Hein
Talvez se chamasse Maria, ou José; talvez fosse menino ou menina. Na realidade, não sei. Tudo o que quase posso garantir é que, silenciosa e respeitosamente, mantinha os olhinhos fitos em Jesus, observava tudo o que o “Amigo das crianças” fazia e dizia. Não tenho dúvida de que estava feliz, ao se achar tão perto de Jesus, o amado Mestre.
Subitamente, ouviu seu nome ser chamado. Com a face corada e sorridente, correu até Jesus, enquanto todas as demais crianças se aproximavam para ver o que aconteceria. Tomando aquela criança no colo, disse o Mestre a Seus ouvintes: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos Céus” (Mateus 18:3).
Acaso, pode você imaginar como, depois de ouvir essas palavras, os pequeninos ouvintes de Jesus intensificaram seu amor por Ele? Jesus era seu herói! Certa ocasião, contrariando a atitude dos discípulos, que consideravam estorvo a aproximação das crianças, o Mestre afirmou: “Deixem vir a Mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas” (Marcos 10:14). Que palavras maravilhosas e amáveis! Desde então, nada mudou. Ele ainda nos diz: “Não as impeçam.”

Modelo para hoje
O Salvador compreendia os cuidados e os fardos daquelas mães que se esforçavam para educar os filhos de acordo com a Palavra de Deus. Ele havia ouvido as orações delas e as havia atraído à Sua presença. Ao longo de Seu ministério terrestre, Jesus dedicou tempo para ministrar às crianças. Não apenas as observava enquanto brincavam, mas, de alguma forma, envolvia-Se com elas. De acordo com Ellen G. White, “Cristo observava as crianças brincando e, muitas vezes, expressava Sua aprovação quando elas obtinham uma inocente vitória sobre algo que haviam decidido fazer. Cantava para as crianças em palavras suaves e venturosas. Elas sabiam que Ele as amava. Nunca franzia a testa para elas. Participava das alegrias e tristezas infantis. Muitas vezes, Ele colhia flores e, depois de realçar sua beleza para as crianças, deixava-as com elas, como presente. Ele criou as flores, e gostava de realçar-lhes a beleza” (Exaltai-O! [MM, 1992, p. 91).
“Quando Jesus disse aos discípulos que não impedissem as crianças de ir ter com Ele, falava a todos os Seus seguidores em todos os tempos – aos oficiais da igreja, aos pastores, auxiliares e todos os cristãos. Jesus está atraindo as crianças, e nos ordena: ‘Deixem vir a Mim as crianças’, como se quisesse dizer: Elas virão, se vocês não as impedirem” (O Desejado de Todas as Nações, p. 517).
Sim, Jesus estava sempre de braços abertos para receber crianças. Como igreja, devemos imitar Sua atitude e deixar que elas venham até Ele. Uma das maneiras pelas quais podemos possibilitar esse encontro é dedicar para elas um momento especial no culto de adoração.

Voto
Com o objetivo de facilitar a implantação dessa prática e aprimorá-la, a Divisão Sul-Americana tomou um voto cuja lembrança é oportuna. Os termos desse voto são os seguintes:
Que é adoração infantil? Adoração infantil é um momento do culto no qual as crianças têm participação especial e recebem adequado alimento espiritual.
Por que é importante? Pelo fato de fornecer à criança o senso de inclusão no programa do culto. Valoriza e reconhece a criança como participante da adoração. Ajuda para que ela cresça com a ideia de que o culto é uma experiência agradável. Contribui para seu ensinamento, crescimento espiritual, compromisso com a igreja e o desenvolvimento do correto sentido de adoração.
Quem coordena? A execução do programa está sob a responsabilidade dos coordenadores do Ministério da Criança da igreja local, tendo a supervisão do pastor ou do ancião.
Quando ocorre? O momento da adoração infantil está inserido no espaço do culto divino.
Qual é o tempo de duração? Entre cinco e sete minutos. Esse tempo é suficiente. Mais do que isso prejudica o aprendizado, porque o tempo de concentração das crianças é curto.
O que fazer? O momento da adoração infantil não se limita à narração de histórias, bíblicas ou não. Podem ser incluídas outras atividades como testemunho de uma criança, sobre gratidão ou oração respondida. Apresentação musical e dedicação de bebês também podem ser realizadas. É bom lembrar que, no caso de se usar representações, essas devem ser curtas e com narração.
O que não fazer? Uso de contos irreais, lendas, histórias seculares que envolvam fantasia, ficção ou terror, marionetes, ilustrações contrárias à filosofia cristã, coisas que não promovam a reverência e o sentido de adoração.
Importante! É aconselhável ler um texto bíblico para iniciar ou terminar a história, considerando a importância da Bíblia na adoração. Que sejam usadas palavras simples, adequadas à idade. Jamais usar gírias ou jargões seculares, nem saudações barulhentas que comprometam a reverência. O momento infantil deve terminar sempre com apelo (às crianças) e oração.
Quem dirige? Os coordenadores do Ministério da Criança local podem liderar esse momento, ou convidar qualquer pessoa habilitada, que se comunique bem com as crianças para fazê-lo. Pode ser também o pastor ou um ancião.
Como fazer? Caso seja possível, é importante saber com antecedência o tema do sermão, para que a história infantil seja relacionada a ele. Também é indispensável que os participantes da adoração infantil saibam com tempo suficiente qual será a responsabilidade de cada um e os materiais que serão utilizados. Pode ser necessário que outras pessoas ajudem na manutenção da reverência. À semelhança de qualquer outra coisa que seja feita na igreja, tudo deve ser conduzido com ordem e precisão, em concordância com a liderança local.
Finalmente, é maravilhoso saber que “o obreiro cristão pode ser o instrumento de Cristo em atrair as crianças para o Salvador. Com sabedoria e tato, ele pode ligá-las ao próprio coração, dar-lhes ânimo e esperança, e por meio da graça de Cristo transformar-lhes o caráter, para que delas se possa dizer: ‘Dos tais é o reino de Deus’” (Ibid.).

Graciela de Hein é diretora dos Ministérios da Criança e do Adolescente da Divisão Sul-Americana
Fonte: Revista Ministério, julho/agosto 2013, pp. 8-9

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Nasa descobre nova “mão de Deus” no espaço



Um telescópio da Nasa fotografou uma nova “mão de Deus”, uma nebulosa a 17 mil anos-luz de distância, criada pela morte da estrela PSR B1509. A estrela morta, chamada pulsar, tem apenas 19 quilômetros de diâmetro, mas causa um grande efeito, pois gira sete vezes por segundo, explica a Nasa. “Não sabemos se a forma de mão é uma ilusão ótica”, disse ao site da Nasa Hongjun Na, da Universidade de McGill, em Montreal, no Canadá. “Com o NuSTAR (o telescópio), a mão se parece mais com um punho, o que nos dá algumas pistas”, acrescentou. Em 2009, a Nasa já tinha captado a imagem de uma nebulosa à qual tinha chamado também “mão de Deus” [confira aqui, e note a tremenda semelhança entre as duas nebulosas].
Fonte

Salmo 38 – Doença por causa do pecado?


Vivemos em um mundo de sofrimento e doenças. Apesar do desenvolvimento da ciência médica, continuamos com nossas doenças, que geram muito sofrimento e dor. Muitos de nós sofremos e nos perguntamos: “Por quê?” “Por que eu estou sofrendo desta doença? Que mal eu fiz, qual é o pecado de minha alma, pelo qual sofre o meu corpo?”

Muitas vezes, o sofrimento vem de outras causas que não estão relacionadas com algum pecado particular. Jó é um exemplo clássico desta verdade. Após perder todos os filhos e as propriedades, ele sofria de dores lancinantes e intensas na flor da pele, e os seus amigos o “consolavam” dizendo que ele era culpado de pecado. Mas no final da história da grande provação desse patriarca, ficou provado que o seu sofrimento não era causado pelo pecado de que tanto o acusavam. Ele estava sendo provado por Deus e o expunha como um homem íntegro diante de todo o universo.

No tempo de Cristo, os discípulos viram um cego de nascença, e Lhe perguntaram: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” E Jesus, percebendo logo o erro e o engano em que estavam envolvidos os discípulos, respondeu prontamente: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9:2-3). Portanto, nem sempre a doença é o resultado direto de algum pecado.
Entretanto, isso foi diferente no caso de Davi, como ele mesmo descreve no Salmo 38, onde lemos sobre os seus sofrimentos por causa de doença que foi claramente o resultado do seu pecado.

Este Salmo pode ser dividido em 3 partes, e são 3 palavras que se destacam: DOENÇA, DESAMPARO e DECISÃO.

I – DOENÇA (1-8)

“1Ó Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor. 2 Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e sobre mim a tua mão pesou. 3 Não há parte sã na minha carne, por causa da tua indignação; nem há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado. 4Pois já as minhas iniquidades se elevam acima de minha cabeça; como carga pesada excedem as minhas forças. 5 As minhas chagas se tornam infectas e purulentas, por causa da minha loucura. 6 Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando o dia todo.7 Pois os meus lombos estão cheios de ardor, e não há parte sã na minha carne. 8 Estou aflito e muitoquebrantado; dou gemidos por causa do desassossego do meu coração.”

Davi começa com uma súplica a Deus, a fim de que ele não fosse repreendido, nem castigado pela Sua ira. Muitas pessoas começam negando a ira de Deus, afirmando que Ele não tem ira, que Deus nunca fica irado. Mas não podemos negar a ira divina, que ocorre na Bíblia cerca de 700 vezes. Este não é o caminho, muito menos a explicação. A melhor atitude é orar como Davi, para que Deus desvie a Sua indignação de nós e use de Sua imensa misericórdia.

Neste ponto é bom sabermos que a ira divina, mencionada na Bíblia não é uma ira apaixonada como a ira humana. É por isso que muitos querem negar a ira de Deus. Não podem aceitar que um Deus de amor e cheio de misericórdia tenha acessos de ira. Confundem a ira divina com a ira humana. Mas a ira divina, pelo contrário, é uma indignação motivada e despertada pelo nosso pecado, reclamando a justiça.

Davi usa uma linguagem figurada para descrever a ação da ira de Deus sobre ele. “2 Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e sobre mim a tua mão pesou.” E no verso 3, ele relaciona 3 coisas: a doença, a ira e o pecado: “Não há parte sã na minha carne, por causa da tua indignação; nem há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado.” Aqui está a verdadeira causa da ira divina. O pecado, a iniquidade, a desobediência e a rebelião trazem a ira e a manifestam. E aqui está a verdadeira causa de muitas doenças. Davi sofria de uma doença que desconhecemos, mas como ele mesmo reconhece, era motivada pelo seu pecado.

O pecado traz a indignação, a ira e o furor divino. Paulo tinha em mente a mesma verdade quando escreveu aos Romanos: “Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça.” (Rm1:18). Davi sentia agora em sua própria carne a realidade da ira divina. Mas não deixou de esclarecer que isso era motivado pelo pecado de sua alma: “4 Pois já as minhas iniquidades se elevam acima de minha cabeça; como carga pesada excedem as minhas forças.”Doente, com a saúde debilitada, sem forças, sentindo um fardo pesado, os seus ferimentos estavam infeccionando: “5 As minhas chagas se tornam infectas e purulentas, por causa da minha loucura.” Davi não esconde que o culpado de todo esse sofrimento é ele mesmo.

Muitas pessoas são apressadas em culpar a Deus por seus problemas, doenças e todo o tipo de sofrimentos. “Por que Deus permite que eu sofra tanto assim?” perguntam. Mas, muitas vezes, nós somos os culpados. Quebramos as regras da saúde, desobedecemos a Deus, transgredimos as Suas leis, e ainda inculpamos ao nosso amorável Criador.

Muitos estão sofrendo de câncer do pulmão por causa do vício de fumar. Outros sofrem de cirrose no fígado, pelo vício de beber. Muitos estão sofrendo de obesidade por culpa de sua intemperança no comer. Ainda outros estão sofrendo com o vírus da AIDS, por motivo de sua imoralidade. Outros estão doentes por causa vício das drogas.

Conheci um jovem que era cego, mas reconhecia que ficou assim devido à sua diabete, que por sua vez ocorreu por causa de suas extravagâncias anteriores. Mas conheci outro jovem, ainda, que ficou paralítico por causa de sua bebedeira, que resultou em um grave acidente de moto, e ao visitá-lo, culpava a Deus por sua infelicidade. Conheci um jovem que estava à beira da morte, sofrendo do vírus da AIDS, e mesmo convertido, agora lamentava a devassidão de sua vida passada.

Entretanto, não somos deixados sem esperança. Assim como Davi, seja lá qual for o nosso caso, podemos clamar a Deus e pedir que a Sua ira seja aplacada pela Sua misericórdia, a fim de que afaste de nós o Seu justo castigo de nossos merecidos pecados. Como Habacuque orou: “Na Tua ira, lembra-Te da misericórdia” (Hb 3:2).

II – DESAMPARO (vs. 9-12)

“9Na tua presença, Senhor estão os meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta. 10 Bate-me excitado o coração, faltam-me as forças, e a luz dos meus olhos, essa mesma já não está comigo. 11 Os meus amigos e companheiros afastam-se da minha praga, e os meus parentes ficam de longe. 12 Armam ciladas contra mim os que tramam tirar-me a vida; os que me procuram fazer o mal dizem coisas perniciosas e imaginam engano todo o dia.”

Por quem foi Davi desamparado?

1. Davi não foi desamparado por Deus. “Na Tua presença, Senhor!” (v.10). Ele sente a presença do Senhor. Pode ter alguma esperança uma pessoa que está muito doente porque viveu em vícios e pecados? Será que Deus abandona uma pessoa que de tanto pecar ficou enferma? Somos fracos pecadores, muitas vezes despertamos a indignação de Deus contra nós por causa de nossos pecados, mas Ele nunca nos abandona, nunca nos desampara. Se nos voltarmos a Ele com fé e confiança, Ele voltará para nós com perdão, paz e proteção. Jesus Cristo não abandonou ao paralítico de Cafarnaum, que ficou doente por pecados de extravagante imoralidade. E Deus não abandonou a Davi, que sofria uma doença por causa de seus pecados. 

Então, Davi apresenta uma oração modelo para aqueles que estão aflitos e em pecado: ele apresenta todos os seus desejos e toda a sua ansiedade diante de Deus, não ocultando nada do que se passa em seu coração. Davi apresenta todos os seus motivos diante do Senhor. Assim disse o apóstolo Pedro que devemos fazer: “lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” (1Pe 5:7).

Amigo, quais são os desejos do seu coração? Pode ser que você queira a cura divina, o restabelecimento de uma doença incurável e pede um milagre de Deus. Você pode pedir ao Todo-poderoso que é grande em poder e misericórdia. Pode ser que você muito mais do que um milagre, deseje o Seu perdão, a cura da alma, a vitória sobre um pecado ou um vício oculto. Mas este é o maior milagre que pode ser visto em nossa vida. O que você deseja? Apresente todos os seus desejos diante da presença de Deus, que é rico em graça e abundante em misericórdia.

2. Davi foi desamparado pelos seus “amigos”. “Bate-me excitado ocoração” (v. 10). Ele está com o seu coração tenso, agitado, pulsando descompassadamente. Mas por quê?Qual é o problema que o aflige tanto? Aqui estão os seus problemas: “Os meus amigos e companheiros afastam-se da minha praga, e os meus parentes ficam de longe” (v. 11). Esta era a sua grande tribulação: ele estava doente, quase cego (v. 10), com feridas purulentas, fétido, e as pessoas se afastavam dele. Já aconteceu isso com você? As pessoas se afastaram de você quando você estava doente? Quando você ficou pobre, por acaso os seus amigos ainda permaneceram com você? Quando mais precisamos dos “amigos” parece que eles somem.

Os amigos de Davi se transformaram em inimigos: “Os meus amigos e companheiros afastam-se da minha praga, e os meus parentes ficam de longe” (v. 11). Os amigos e até os seus parentes se afastaram dele, como se ele estivesse leproso. É uma situação muito triste ficar doente e perder os amigos e ver os parentes se afastando e dando desculpas esfarrapadas. Davi se sentiu triste e solitário.

Os amigos de Davi se transformaram em inimigos cruéis: “Armam ciladas contra mim, os que tramam tirar-me a vida.” (v. 12). Havia um perigo de morte contra o rei de Israel. Havia aqueles que desejavam a sua morte, mas se fingiram de “amigos” até que pudessem dar o golpe e ser promovidos. Como em nosso tempo, quando você se sobressai em seu emprego ou negócio ou nos estudos, ou mesmo dentro da igreja você se destaca em um cargo especial, sempre há os invejosos querendo o seu lugar, e tramando derrubar a sua reputação.

De que modo os inimigos de Davi planejavam conseguir os seus maus intentos? “Dizem coisas perniciosas, e imaginam engano todo o dia” (v. 12, úp). Eles não falavam de paz, eles não falavam das grandes obras que o rei havia realizado, nem da segurança do reino que Davi tinhaalcançado. Não falavam das grandes vitórias do grande herói de Israel. Eles falavam de coisas perniciosas, malévolas ou malignas. Falavam de como poderiam enganar os outros contra o rei.

Hoje mais do que nunca precisamos de pessoas que falem de coisas boas, agradáveis e encorajadoras a respeito dos outros. Já estamos cansados de tanto falatório e maledicência contra pessoas íntegras, pessoas na liderança ou fora dela, mas que são um alvo certo das palavras ameaçadoras, palavras malévolas, que estragam a reputação dos melhores homens e mulheres que temos em nossa igreja.

Como é com você, amigo? Você sempre tem palavras sinceras, palavras agradáveis, palavras que constroem a boa reputação dos seus irmãos? Não podemos nem calcular a influência das palavras que refletem para o bem ou para o mal de uma pessoa. Não nos esqueçamos da advertência que nos deixou Cristo em Mateus 12: “36Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo. 37  Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado” (Mt 12).

III – DECISÃO (vs. 13-22)

“13 Mas eu, como um surdo, não ouço; e sou qual um mudo que não abre a boca. 14 Assim eu sou como homem que não ouve, e em cuja boca há com que replicar. 15 Mas por ti, Senhor, espero; tu, Senhor meu Deus, responderás. 16 Rogo, pois: Ouve-me, para que eles não se regozijem sobre mim e não se engrandeçam contra mim quando resvala o meu pé. 17  Pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre comigo.
18Confesso a minha iniquidade; entristeço-me por causa do meu pecado. 19 Mas os meus inimigos são cheios de vida e são fortes, e muitos são os que sem causa me odeiam.20 Os que tornam o mal pelo bem são meus adversários, porque eu sigo o que é bom. 21 Não me desampares, ó Senhor; Deus meu, não te alongues de mim. 22 Apressa-te em meu auxílio, Senhor, minha salvação.”

Qual foi a reação de Davi diante da triste situação que ele estava enfrentando? Ele decidiu fazer quatro coisas.

1. Davi decidiu calar. V. 13: “Mas eu, como um surdo, não ouço; e,qual mudo, não abro a boca. Sou, com efeito, como quem não ouve, e em cujos lábios não há réplica” (v. 13-14). Diante de tantas acusações que lhe chegavam, diante de tantas infâmias, diante de tantas maledicências, Davi resolveu se calar. Ele sabia que há muita sabedoria em se calar em certas circunstâncias. Noutro Salmo, ele orou ao Senhor: “Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (Sl 141:3). Este foi o conselho do profeta Miqueias, no mesmo contexto: “Não creiais no amigo, nem confieis no companheiro. Guarda a porta de tua boca” (Mq 7:5). E Cristo diante das acusações dos Seus inimigos, “guardou silêncio”, “nada respondeu” (Mt 26:63; Mc 15:5), vindo os governantes a se admirar sobremaneira.

Muitas vezes, deveremos seguir o mesmo exemplo de Davi, de Miqueias e de nosso Senhor Jesus Cristo. Sabiamente, Salomão disse que há um “tempo de estar calado e tempo de falar” (Ec 3:7). Quando os nossos inimigos estiverem rugindo suas maledicências contra nós, quando estiverem ofendendo as nossas sensibilidades, machucando injustamente os nossos sentimentos, então é o “tempo de estar calado”.

2. Davi decidiu confiar. Somente Deus poderia ajudá-lo e atendê-lo em sua aflição. “Pois em Ti, SENHOR, espero; Tu me atenderás, Senhor, Deus meu” (v. 15). Há aqui 3 invocações feitas por Davi. Na primeira, ele usa a palavra Jeová, no original, que significa “o Eterno” (Yahweh,Jehovah). Ele resolveu confiar em um Deus Eterno. Na segunda invocação, ele usa a palavra Adonay, que significa Senhor, e, como Senhor do universo, Ele é digno de obediência. Davi, ao usar essa palavra, decide ter uma nova vida de obediência e submissão ao Senhor de sua vida.

Na terceira invocação, Davi usa as palavras messiânicas “Deus meu”, que foram as palavras usadas por Cristo na Cruz, ao dizer: “Deus meu, Deus meu, por que Me desamparaste?” (Mt 27:46). Cristo foi desamparado, a fim de que jamais fôssemos desamparados por Deus. Cristo foi abandonado, a fim de que jamais fôssemos abandonados. Assim como Davi, podemos decidir confiar nesse Deus maravilhoso que fez um imenso sacrifício entregando o Seu amado Filho numa infamante Cruz, a fim de nos salvar. Podemos decidir colocar a nossa suprema esperança e gloriosa confiança em nosso Deus, ainda que todos estejam contra nós, assim como todos estavam contra Davi.

3. Davi decidiu confessar. Davi estava em uma grande angústia, padecendo pela sua doença, em um intenso sofrimento, tendo a sua dor continuamente presente: “Pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre perante mim” (v. 17). O que você faria se estivesse doente por causa de seu pecado, se todos os seus amigos estivessem acusando-o e prometendo matá-lo, tendo sido abandonado por seus parentes, e sofrendo ainda a dor de ter magoado o coração de Deus, por causa de seu pecado? Davi decidiu confessar o seu pecado que tanto o atormentava: “Confesso a minha iniquidade; suporto tristeza por causa do meu pecado.” Este é o verdadeiro arrependimento: Confissão, tristeza e abandono do pecado que se confessa e pelo qual se sente tristeza por ter ofendido a Deus.

Conhece a história dos dois irmãos, em que o menino escravizava a irmã? Ambos moravam com seus pais numa fazenda. Num belo dia, a menina brincava como irmão que era mais velho, e jogou uma pedra que acertou no pato, e ele depois de agonizar um pouco, morreu. Disse o irmão: “Vou contar para a mamãe que você matou o pato!” “Não, por favor, não conta. Ela vai brigar muito comigo, porque esse era o seu pato predileto.”

Daí, o menino, querendo se aproveitar do fato, disse: “Então, me puxa no carrinho comigo dentro!” Ela concordou para não sofrer que ele contasse a história do pato para a sua mãe. Mas os dias foram passando e o irmão sempre fazia a mesma chantagem, apelando para a ameaça de contar a história do pato morto para a mamãe, se a irmã não fizesse tudo o que ele queria. Então, veio-lhe uma grande ideia: ela decidiu contar ela mesma para a mamãe e foi confessar o que tinha feito. A mãe a perdoou, e disse que já sabia de tudo e que só esperava que ela contasse, para se livrar da escravidão que o irmão tinha imposto a ela.

Assim, quando todos estavam condenando a Davi por seu pecado, e quando ele já estava doente por causa de tudo isso, então, ele mesmo foi contar ao seu Pai celeste, tudo o que ele tinha feito, e confessou todo o seu pecado e a sua iniquidade diante de Deus. Quando você se sentir abandonado por todos, com a consciência acusando de pecado, siga o exemplo de Davi, confessando o pecado ao nosso amorável Deus que é grande em misericórdia.

4. Davi decidiu comungar. “21 Não me desampares, Senhor; Deus meu, não te ausentes de mim. 22 Apressa-Te em socorrer-me, Senhor, salvação minha!” Comungar significa aproximar-se, comunicar-se, manter comunhão. Davi queria o seu Deus perto dele, em uma feliz comunhão. Então, ele teria a certeza de não ser desamparado. Então, ele teria o socorro que vem de um Deus eterno. Então, ele teria a salvação do Senhor.

CONCLUSÃO

Davi começou procurando livrar-se da repreensão e do castigo de Deus, em Sua ira. Contou de sua doença, do seu abandono de seus amigos, que eram fortes e vigorosos e injustos, pois lhe pagavam o mal pelo bem que receberam, procurando tirar-lhe a própria vida com ódio sem causa no coração (v. 19,20). Mas então, Davi decidiu agir e finalmente se entregou completamente nas mãos de um Deus eterno, alcançando a certeza da salvação em seu Senhor. Siga o seu exemplo, amigo.

Quando se sentir doente, fraco, abatido, vacilante, busque a Deus. Não se desespere, mas confie. Pede ao Senhor que lhe conceda a Sua misericórdia, pede-Lhe a Sua gloriosa graça, apresente-Lhe os argumentos da Cruz do Calvário, em que foi morto o Senhor Jesus Cristo para salvar a sua vida do pecado e do mal, e garantir a sua entrada no Céu.

Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia
prbiagini@gmail.com
12/09/2013

É possível que um nome seja tirado do Livro da Vida?

sábado, 11 de janeiro de 2014

Documentário: Os Adventistas | Igreja Adventista

A tirinha que emocionou o mundo

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Jesus permitiu que os discípulos colhessem espigas no sábado?

Ainda devemos devolver os dízimos?

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Download Livro Missionário 2014 - "A Única Esperança"

Este livro apresenta histórias de pessoas que um dia, em meio a circunstâncias contraditórias, acharam esperança. Uma luz as ajudou a olhar na direção do futuro com a certeza de que existe um amanhã melhor. 

A esperança é a mola propulsora da vida. Ajuda a ver o sol apesar das nuvens densas. Ensina a crer em outro dia mesmo que, do ponto de vista humano, tudo pareça acabado. A esperança do cristão não é apenas o desejo humano de que as coisas melhorem no futuro. É a convicção de que a vitória chegou, apesar da aparente derrota. Essa certeza nasce nos valores absolutos de um Deus absoluto, que revelou a verdade em Sua Palavra. A Bíblia é a fonte da esperança. Ela contém aproximadamente dez mil promessas capazes de revolucionar a vida de quem nelas acredita.


Música Tema do Cd Jovem 2014

Na Mira da Verdade - Realmente um anjo descia ao tanque de Betesda?

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O Sol se deteve em Josué 10:12, 13?


Por Leandro Quadros

Recebi uma pergunta interessantíssima de um internauta sobre o texto de Josué 10:12, 13, que diz o seguinte:

“Então, Josué falou ao SENHOR, no dia em que o SENHOR entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel; e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeão, e tu, lua, no vale de Aijalom. E o sol se deteve, e a lua parou até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no Livro dos Justos? O sol, pois, se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro”.

A pergunta é: “Se o que determina a mudança do dia é a rotação da Terra em torno de seu próprio eixo, como a Bíblia pode dizer que o Sol parou?”

É importante não esquecermos que “a Bíblia faz uso de uma linguagem comum, não técnica”, e que “o uso de uma linguagem não científica não vai de encontro à ciência, pois ela é anterior à ciência” (Norman Geisler e Thomas Howe, Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia [São Paulo: Mundo Cristão, 1999], p.26).

A Bíblia foi escrita dentro dos padrões antigos de linguagem e segundo a compreensão científica que eles tinham naquela época. Julgar os autores bíblicos de “erro” é que é anticientífico, pois, avaliar uma linguagem popular tendo como base as descobertas científicas atuais, é um erro grosseiro e uma forma de preconceito para com aqueles que viveram noutra época diferente da nossa.

Se não esquecermos que a Bíblia é a perfeita palavra de Deus no imperfeito sotaque humano; e que “não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que o foram”, (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 21), não teremos dificuldades em compreender esse texto de Josué 10, bem como Levítico 11:5,6, por exemplo, que afirma serem o arganaz e o coelho animais que “ruminam” (na verdade, eles não fazem isso. Porém, para quem observa, a impressão é que ruminam mesmo, devido à maneira como movem o queixo).

Atualmente, apesar dos avanços da ciência, cristãos, ateus, agnósticos, budistas, hinduístas, islâmicos (etc) se utilizam de descrições tecnicamente erradas mas que, mesmo assim, são adequadas. Por exemplo, ainda hoje dizemos que o Sol “nasce” e se “põe”, mesmo sabendo que esse astro não se move!

Se esse tipo de descrição não técnica é adequada hoje, por que não seria adequada nos tempos bíblicos? Desse modo, que padrão objetivo um ateu ou agnóstico possui para questionar a forma de expressão dos autores bíblicos? Com certeza, nenhum.

Finalizo com algumas citações de Ellen White que apresentam um conceito correto e equilibrado sobre a maneira como Deus inspirou os profetas, para que escrevessem as Verdades divinas na linguagem humana:

“A Bíblia foi escrita por homens inspirados, mas não é a maneira de pensar e exprimir-se de Deus. Esta é da humanidade. Deus, como escritor, não Se acha representado. Os homens dirão muitas vezes que tal expressão não é própria de Deus. Ele, porém, não Se pôs à prova na Bíblia em palavras, em lógica, em retórica. Os escritores da Bíblia foram os instrumentos de Deus, não Sua pena. Olhai os diversos escritores.

“Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que o foram. A inspiração não atua nas palavras do homem ou em suas expressões, mas no próprio homem que, sob a influência do Espírito Santo, é possuído de pensamentos. As palavras, porém, recebem o cunho da mente individual. A mente divina é difusa. A mente divina, bem como Sua vontade, é combinada com a mente e a vontade humanas; assim as declarações do homem são a Palavra de Deus (Manuscrito 24, ano de 1886. Publicado em Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 21).

Isso está em perfeita harmonia com o que diz o apóstolo em 2 Pedro 1:19-21 sobre a dupla autoria da Bíblia (divina e humana):

“Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas, e vocês farão bem se a ela prestarem atenção, como a uma candeia que brilha em lugar escuro [...] Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homensfalaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo”. (Nova Versão Internacional).

Via Na Mira da Verdade

Na Mira da Verdade – A Bíblia condena a comemoração do natal?

Afinal de contas, se Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro, não está errado celebrar o natal?
O natal não é uma festa pagã, como fica isso?

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Design Inteligente nas Pequenas Criaturas

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

EVIDÊNCIAS - Ur dos Caldeus

Bíblia Fácil Daniel - Uma estátua assustadora

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