terça-feira, 23 de outubro de 2012

Um remédio milagroso chamado perdão



Não há qualquer dúvida. Perdão é o assunto chave quando se trata de relacionamento na Bíblia. É essencial para o nosso relacionamento com Deus, com os outros, e até mesmo em nosso interior. O perdão é essencial para o crescimento emocional e espiritual.

As Escrituras ensinam que a graça e a salvação são incondicionais. Isto é absolutamente verdadeiro no sentido de que não há uma maneira de ganhar a graça ou o amor de Deus; não há nada que possamos fazer para consegui-los; não há nenhuma condição de mérito que devamos satisfazer para recebê-los. Nossa salvação nos é dada gratuitamente, como uma dádiva do amor de Deus. Mas, quando lemos atentamente as Escrituras, descobrimos que antes de nos perdoar, Deus espera que perdoemos os outros. É como se Deus nos tivesse feito psicologicamente de uma maneira que não conseguiremos receber seu perdão a menos que perdoemos primeiro.

Em Lucas 6:37, Jesus afirma este princípio: “Perdoai e sereis perdoados”. Ou ainda como em algumas versões: “Soltai, e soltar-vos-ão”. Ele enfatiza isso mais de uma vez. Naquela que chamamos de oração do Senhor, Ele disse: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores (Mateus 6:12). Alguns versículos adiante, Ele explica: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (versos 14 e 15).

… Mais de uma vez ouvimos a mensagem de que Jesus espera que estejamos dispostos a perdoar os outros, assim como Ele está disposto a nos perdoar. Isso… aponta para um princípio bíblico básico, emocional, psicológico e espiritual – se quisermos receber o perdão, estaremos pedindo que Deus infrinja Sua própria natureza moral. Estaremos pedindo que Ele infrinja princípios que Ele construiu em nós.

Se você achar difícil acreditar que o perdão é uma necessidade que Deus colocou em nós, olhe para o oposto do perdão – o ressentimento. Quando nos ressentimos de alguém, destruímos nosso relacionamento com essa pessoa, naturalmente. E também destruímos nossa saúde física. Qualquer médico lhe contará sobre doenças e problemas físicos que estão intimamente relacionados com o ressentimento. Ele literalmente abre buraco em nós, e é uma metáfora viva do que ele causa aos nossos relacionamentos.

As leis de Deus são uma parte fixa da existência. Elas estão nos nossos músculos, cérebros, personalidades e interações sociais. Sua lei maior, o amor, é o que trouxe ao mundo à existência, e o amor é alimentado pelo perdão. O oposto do amor é o ódio, e o ódio é alimento pelo ressentimento.

Assim, se estamos procurando o bem estar emocional, espiritual e físico, perdão é fator essencial. (David Seamands)
Via Amilton Menezes

Homenagem da Igreja Adventista aos Pastores

A Igreja Adventista do Sétimo Dia comemora o dia do pastor no quarto sábado de outubro. O objetivo desta data é dar aos membros da igreja a oportunidade de homenagear e de manifestar amizade e reconhecimento para a pessoa aceitou dedicar a vida ao trabalho de liderar e servir a igreja.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Arena do Futuro - A volta de Jesus





Planeta coberto de diamante é duas vezes maior do que a Terra



O exoplaneta “55 Cancri e” gira em torno de uma estrela, assim como a Terra gira ao redor do sol. Mas, ao invés de água, o planeta é coberto por carbono, na forma de diamante e grafite.
Um diamante nada modesto, por sinal: o raio de 55 Cancri e é o dobro da Terra, e sua massa é oito vezes maior que o nosso planeta. Pelo menos um terço da massa do planeta é feito de diamante.
Essa foi a primeira vez em que astrônomos identificaram um planeta feito de diamantes que está em torno de uma estrela semelhante ao sol (esse não é o único planeta coberto por diamantes conhecido).
A rotação do planeta brilhante é fundamentalmente diferente do nosso, entretanto. Ele completa a volta ao redor de sua estrela em 18 dias, em contraste com os 365 dias da Terra.
Esse exoplaneta fica a 40,3 anos-luz de distância da Terra e orbita a estrela 55 Cancri, que é visível a olho nu, na constelação de Câncer.
Nem se pudéssemos chegar perto desse planeta poderíamos encostar no diamante, pois a temperatura média no local é de 5100 °C. Pesquisadores acreditam que 55 Cancri e não tem nada de água, e parece ser composto de ferro, carboneto de silício e silicatos, além do carbono. 
Via[DailyMail/MSN/Reuters]

Por que Jesus é chamado de “cordeiro de Deus”?



Vamos então ver a origem da aplicação do título “Cordeiro de Deus” para Jesus.
Quando Adão e Eva pecaram, uma das primeiras providências de Deus foi os vestir com peles de cordeiro (Gênesis 3:21). Isto indica que um cordeiro foi sacrificado para que isto acontecesse. O cordeiro, “antes da fundação do mundo” ( I Pedro 1:18-20) foi usado por Deus para simbolizar a Jesus Cristo, “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Por que? Para representar o caráter imaculado de Jesus ao morrer pelo ser humano. Assim como um cordeirinho inocente pagava pelos pecados do povo no antigo Israel o imaculado “cordeiro de Deus”, o inocente Jesus Cristo, pagaria a pena pelos pecados da humanidade (Êxodo 12:1-28).

Quando nossos primeiros pais vestiram as peles do cordeiro, estavam aceitando a vestimenta de Deus para os salvar; aceitaram o sacrifício do cordeiro . Assim, cremos que Adão e Eva serão salvos, pois teologicamente falando, aceitaram a justiça imputada por Cristo.
O nome “cordeiro” aparece aproximadamente 102 vezes na Bíblia, indicando que o sacrifico de Cristo em nosso favor é o centro de tudo o que Deus faz por nós; a maior prova de Seu amor pelo ser humano. Quero deixar pra você alguns textos que indicam ser Jesus o cordeiro de Deus, e que os escritores bíblicos tinham uma compreensão acerca deste simbolismo: “No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29). “sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós” (1 Pedro 1:18-20). “e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”. (Apocalipse 13:8). “Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento.
Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade”. (1 Coríntios 5:7-8)
Resumindo, podemos dizer que Jesus é chamado de “cordeiro de Deus” porque Seu sacrifício é o “meio providenciado por Deus para salvar o ser humano”; os cordeirinhos sacrificados no passado simbolizavam a Jesus, que viria morrer por nós no futuro. Ao sacrificar este animalzinho, a pessoa demonstrava crer na salvação pela graça de Deus. Os sacrifícios eram uma maneira de Deus ensinar ao povo que a fim de serem salvos, deveria haver o derramamento de sangue, pois sem este não há remissão (Hebreus 9:22). Podemos dizer que este ritual (juntamente com o ritual do santuário) era o “evangelho em símbolos”.

Via Rádio NT

sábado, 20 de outubro de 2012

Criação em sete dias ou milhões de anos?


Considero-me criacionista porque creio que Deus criou tudo o que existe. Mas que diferença faz se Ele criou a Terra em sete dias de 24 horas ou ao longo de milhões de anos? Em ambos os casos, Deus é o Criador.

Atualmente, muitos cristãos acham que não é necessário acreditar que a Criação ocorreu em seis dias de 24 horas há menos de 10 mil anos. Segundo eles, essa crença não faz qualquer diferença nas doutrinas bíblicas, em nossa salvação ou na vida prática. Tenho a convicção de que nossa crença sobre as origens é fundamental para as doutrinas bíblicas e nossa vida prática. E aí está incluída principalmente nossa salvação. Vejamos algumas razões para essa convicção:

1. O caráter de Deus. Em primeiro lugar, essa questão tem a ver com o caráter do Deus que adoramos. Algum tempo atrás, uma amiga me disse que pensava que “severo” e “carrancudo” são características de Deus. Eu lhe respondi: “Eu nunca adorei um Deus assim. Apesar de ser um Deus de justiça e misericórdia, Ele nunca é severo ou carrancudo.” E poderia ter acrescentado: “Ele nunca é cruel.” Que tipo de Deus teria criado a vida por meio da morte e extinções ao longo de milhões de anos? Certamente, não o Deus que percebe quando uma ave cai no chão! 

Romanos 5:12 afirma que a morte entrou no mundo por causa do pecado. A entrada do pecado no planeta Terra é descrita em Gênesis 3, quando Adão e Eva desobedeceram a Deus e sofreram a consequência: a morte. Mas, em vez de aceitar o claro ensino bíblico de que a morte é um resultado do pecado, alguns cristãos apresentam a morte como o próprio meio que Deus usou para criar! Com isso, parece que Satanás, cujo maior objetivo é distorcer o caráter de Deus, conseguiu levar pessoas a crer em dois enganos: (1) Deus cria por meio de sofrimento, violência, catástrofe e morte; e (2) a morte não é o resultado do pecado, mas o meio para que ocorra o progresso das criaturas. 

Pensemos sobre o caráter de Deus em termos de “evolução criativa”. Suponha que Deus realmente tenha criado ao longo de milhões de anos. Em que momento do processo surgiu a consciência moral? Quando a humanidade se tornou moralmente responsável? Em que ocasião na história primitiva Deus mostrou aos seres humanos que Ele é um Deus que cuida e em quem se pode confiar? Mesmo se pudéssemos estabelecer um momento na história em que Deus comunicou Seu amor a mentes que poderiam raciocinar, por que demorou tanto tempo? O caráter de Deus é severamente atacado por teorias de que Ele usou milhões de anos para criar. 

2. A salvação. Se a humanidade tem evoluído durante milhões de anos e está sempre evoluindo, por que precisamos de um Salvador? Não haveria qualquer necessidade de uma morte em nosso lugar, ensino apresentado em Gênesis 3:15, desenvolvido ao longo do Antigo Testamento e se cumprindo na morte de Cristo na cruz. Se não é o pecado que traz a morte (Rm 6:23), então não precisamos de um Salvador que remova a morte que recebemos como consequência do pecado. 

Se rejeitarmos o ensino bíblico sobre a origem da vida e do pecado, então a morte de Jesus seria apenas uma influência moral, um exemplo de amor (nem mesmo uma revelação do amor de Deus), em vez de ser “o salário do pecado” (Rm 6:23). A morte de Cristo é uma transação divina; ou seja, é uma reconciliação realizada por Alguém fora da história humana que nos salva, e não apenas a influência daquela morte. 

3. O sábado. A próxima razão é a santidade do sábado (Gn 2:2, 3; Êx 20:8-11; Mc 2:27). Se o sábado não foi o sétimo dia de uma semana literal da Criação, qual é a razão para nos lembrarmos do aniversário da Criação? Se a semana da Criação não foi literal, o dia específico que guardamos como tempo sagrado se torna totalmente irrelevante.

4. A presença e atuação de Deus. Outro aspecto é a maneira como Deus atua em nosso mundo. Se Deus não pode falar e, imediatamente, tudo ocorrer (Sl 33:9), por que eu deveria crer em qualquer outra coisa que Ele afirma ter feito ou que fará? Posso crer no ensino bíblico sobre o juízo final? Se o processo de criação realizado por Deus é descartado, apesar de ser confirmado por João e Paulo (Jo 1:1-3, 10; 1Tm 2:13), existe razão para questionar também o nascimento virginal de Cristo, Sua morte na cruz e a ressurreição literal.

5. A volta de Jesus. Na Bíblia, os eventos históricos da criação, do dilúvio global e da segunda vinda de Jesus estão intimamente ligados (Mt 24:37-39; 2Pe 3:3-5). No modelo evolucionista, tudo está em processo de desenvolvimento. Segundo alguns modelos evolucionistas, Deus está dentro de todos os seres vivos e precisamos apenas encontrar o deus que vive em nós. 

Que necessidade existe de se preparar para o retorno de alguém que não é distinto das criaturas? Além disso, se a vida está se desenvolvendo, por que não simplesmente aguardar esse processo? Por que antecipar o Céu? (De fato, muitos cristãos já abandonaram a ideia de que Deus intervirá na história humana e preocupam-se apenas com esforços humanísticos para melhorar a sociedade.)

6. O casamento. Casamento! Se Deus não criou o primeiro homem e a primeira mulher, se Ele não os abençoou como cônjuges e pais (Gn 1:28), quem pode dizer o que é o matrimônio? O casamento se tornaria qualquer coisa que for declarada pela sociedade atual. Ele não teria sido originado por Deus nem fora estabelecido como modelo de relacionamentos (Mt 19:4, 5).

7. A mensagem de Deus para o tempo do fim. Outro motivo está relacionado com a mensagem de Deus para o tempo do fim (Ap 14:6-12). Apocalipse 14:7 apresenta a razão para adorarmos a Deus: Ele é o Criador dos Céus e da Terra, do mar e das fontes das águas. Observe os paralelos entre a linguagem do texto e a linguagem do quarto mandamento da lei de Deus (Êx 20:11). Em uma época em que o mundo rejeita a Deus como Criador, Apocalipse 14 mostra que a mensagem do juízo, a criação e o sábado estão profundamente ligados e são ensinos fundamentais para o tempo do fim.

8. A Palavra de Deus. Penso que a grande questão seja esta: a Bíblia é a Palavra de Deus e possui autoridade, ou é apenas um poema mítico e metafórico? Gênesis capítulos 1 e 2; Êxodo 20:8-11; Salmo 19:1-6; 33:6, 9; 104; Mateus 19:4 e 5; Hebreus 11:3 e muitos outros textos devem ser considerados relatos confiáveis e verdadeiros da obra de criação realizada por Deus? Ou devemos distorcer a Palavra de Deus apenas por que não somos capazes de explicar tudo que existe no Universo?

Conclusão. Voltemos à pergunta inicial: Que diferença existe se cremos que Deus criou a Terra da maneira como descrita na Bíblia (principalmente Gn 1-2) ou se Ele a criou ao longo de milhões de anos?

Estou convicta de que isso faz toda a diferença. Escolhi ter um relacionamento com o Deus que me criou e que deseja ter comunhão comigo (Ef 3:9), que é digno de meu amor e adoração (Ap 4:11) e à imagem de quem fui criada (Gn 1:27). Esse Deus está comigo a cada momento da vida. Pela fé, sei que Ele está sempre presente ao meu lado. Como poderia amar ou me relacionar com um Deus que deu origem à vida através da morte e sofrimento que duraram milhões de anos?

O ensino bíblico sobre a criação e sobre os últimos eventos da história é o que fornece o alicerce para o centro da Bíblia: Jesus Cristo. Se esse alicerce é destruído, a grande mensagem da Bíblia – a salvação – é destruída completamente.

(Cindy Tutsch, D.Min., é líder de jovens e diretora associada do Patrimônio Literário de Ellen G. White. Traduzido e adaptado por Matheus Cardoso. Usado com permissão.)

O que o verso de Gênesis 1:2 tem a dizer sobre a doutrina da Trindade?


Como seres humanos, somos limitados na compreensão de alguns assuntos bíblicos. Um desses assuntos é, sem dúvida, a doutrina da Trindade. Sempre existiram pessoas que não concordaram com esse ensinamento e, nos últimos anos, essa crença tem sido desafiada por diversos cristãos, inclusive adventistas. Para esses indivíduos, o Espírito Santo é mera energia e não possui nada que possa caracterizá-Lo como divino. Vários periódicos adventistas (Revista Adventista, Ministério, etc.) publicaram, recentemente, diversos artigos sobre o Espírito Santo no Antigo e no Novo Testamento.[1] O presente artigo explorará um texto não muito utilizado na abordagem desse tema. Trata-se de Gênesis 1:2. Nosso foco, nessa passagem, estará na última parte do verso: “...e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.” 

Nosso estudo está dividido em duas partes: (1) Seria o Espírito de Deus o próprio Deus? (2) Seria o Espírito de Deus uma pessoa? Logo após essas duas sessões, faremos algumas considerações finais. 

Seria o Espírito de Deus o próprio Deus?

O livro de Gênesis foi originalmente escrito em hebraico, e traduzir uma língua assim nem sempre é tão simples. A expressão de Gênesis 1:2, ruach ‘Elohim, que na maioria das Bíblias aparece como “Espírito de Deus”, foi traduzida em outras versões como “um forte vento” ou “um vento da parte de Deus espalhava-se por sobre as águas”. Essas duas versões, como se pode notar, tendem a considerar o “Espírito” como uma força inanimada ou um sopro de Deus e não uma pessoa da Divindade, conforme propõe a doutrina da Trindade. Estaria isso correto?

De fato, a palavra ruach, se estiver sozinha, pode significar tanto vento quanto espírito. Nesse caso, é o contexto que definirá a melhor tradução. Mas lembre-se de que aqui ela não está sozinha, e sim acompanhada de ‘Elohim que quer dizer Deus. Ora, das 24 ocorrências de ruach ‘Elohim na Bíblia Sagrada, nenhuma é traduzida por “vento forte” ou “vento da parte de Deus”. Por que essa seria? Como se vê, o texto de Gênesis está falando de algo mais profundo do que simplesmente um vento descontrolado. Trata-se do Espírito Santo de Deus![2]

Mas qual é o significado da expressão “Espírito de Deus”? A leitura isolada do texto de Gênesis não nos esclarece muito. No entanto, quando comparada com outras partes da Bíblia que falam a respeito da Criação, nossa compreensão é ampliada. Para encontrarmos a resposta a essa pergunta, veremos outras duas passagens: Salmo 104 e Jó 33.

Todo o salmo 104 é um hino de louvor a Deus baseado no relato da Criação de Gênesis 1. No verso 30, lemos: “Envias o Teu Espírito, eles são criados.” Ao que parece, a criação só foi possível a partir da atuação do Espírito. Esse texto não é o único que apresenta o poder criador do Espírito Santo. O mesmo ocorre com Jó 33. Vejamos:

Eliú, um dos amigos de Jó, disse: “O Espírito de Deus me fez; e o Sopro do Todo-Poderoso me dá vida” (Jó 33:4). O uso do verbo “fazer” (‘asah) nesse texto nos leva diretamente para o momento em que Deus “formou” (‘asah) o homem do pó da terra (Gn 2:7). Para aqueles que sugerem a inexistência do Espírito Santo na Criação, esses textos revelam claramente que Ele teve participação ativa nesse evento. 

O ensinamento de Gênesis 1:2 não é outro senão o Fôlego vindo de Deus como o começo da vida. Ele é um instrumento da criação e também é divino, já que é capaz de criar.

Seria o Espírito de Deus uma pessoa?

A evidência bíblica para a personalidade do Espírito de Deus está no uso do verbo hebraico rahap (pairar, plainar, voar). Esse é um verbo raro nas páginas do Antigo Testamento. Além do texto de Gênesis, rahap também foi utilizado em Deuteronômio 32:11, onde o autor bíblico ilustra o cuidado de Deus com Seu povo no deserto como o de uma águia que paira (rahap) sobre seu ninho, dando assim a ideia de proteção.

Para nos aprofundarmos no conhecimento desse verbo, faremos o uso de um antigo idioma que apresenta muitas semelhanças com o idioma do Antigo Testamento. Trata-se do ugarítico, conhecido a partir de 1929, com o início das escavações na antiga cidade de Ugarite, atual norte da Síria. 

Até o momento da descoberta da língua ugarítica, diversas palavras e expressões hebraicas eram difíceis de ser compreendidas. A partir das traduções dos textos ugaríticos, muitas das dificuldades bíblicas foram solucionadas.

A relevância disso para nosso estudo é que em todos os textos ugaríticos disponíveis até o momento rahap sempre está relacionado com pássaros, mais especificamente águias. A importância disso é que esse verbo descreve a atitude de um ser vivo e não uma força ou energia.[3] Esses documentos arqueológicos com mais de três mil anos sugerem uma profunda descoberta bíblica: a ação do Espírito de Deus em Gênesis 1:2 é uma atividade executada por um Ser vivo que “paira” como um pássaro sobre a Terra criada.[4]

Indo além e observando rahap em outras línguas antigas, podemos apreciar melhor a beleza dessa passagem bíblica. Em siríaco, por exemplo, rahep significa “geração”. Já no árabe antigo a ideia é de estar suspenso e abrir de asas, transmitindo assim um sentido de proteção e cuidado de um pássaro com seu ninho.[5] 

Quem sabe seja por esse motivo que o Espírito Santo escolheu uma ave (pomba) para Se manifestar por ocasião do batismo de Jesus Cristo (cf. Lc 3:22).

Podemos resumir todas essas informações provindas desses idiomas em uma única frase: um Ser vivo gerando vida e protegendo Sua criação! Este é o sentido do verbo “pairar” em Gênesis 1:2: uma atividade criadora e, ao mesmo tempo, protetora. 

Considerações finais

Para aqueles que questionam a aparente ausência do Espírito Santo na criação do mundo, Gênesis 1:2 apresenta uma poderosa resposta. Podemos encontrar nesse texto, de forma embrionária, elementos sobre a divindade e personalidade desse Ser que foram ampliados no Novo Testamento. 

Tão importante quanto as informações acima é exatamente o que elas significam para o cristão no século 21. Assim como a Terra “sem forma e vazia” foi transformada graças à atuação do Espírito de Deus, o mesmo pode ocorrer com pessoas marcadas por um vazio existencial. Para modificar esse quadro, por que não experimentar hoje o pairar do Espírito de Deus em nossa vida? 

(Luiz Gustavo de Souza Assis é pastor em Caxias do Sul, RS)

Referências:

1. José Carlos Ramos, “Uma Pessoa maravilhosa chamada Espírito Santo”, Revista Adventista, agosto de 2001, p. 8-10; Ozeas Caldas Moura, “A Divindade e Personalidade do Espírito Santo”, Revista Adventista, novembro de 2002, p. 16, 17; Gerhard Pfandl, “A Trindade na Bíblia”, Ministério, março-abril de 2005, p. 15-22.

2. Se Moisés estivesse falando a respeito de um vento “tempestuoso”, ele provavelmente usaria as expressões ruach se’arah (cf. Sl 107:25; 148:8) ou ruach qadim (cf. Jr 18:7; Sl 48:7). Jonas 1:4 também é um texto esclarecedor. Ao falar sobre o forte vento, o autor bíblico utilizou a expressão ruach gedolah e não ruach ‘Elohim, como em Gênesis 1:2. Sabatino Moscati, “The Wind in Biblical and Phoenician Cosmogony”, JBL, nº 66 (1947), p. 307. 

3. H. Neil Richardson, “An Ugaritic Letter of a King to His Mother”, JBL, nº 66 (1947), p. 322.

4. Roberto Ouro, “The Earth of Genesis 1:2: Abiotic or Chaotic?”, Part III, AUSS, nº 38 (1998), p.64.

5. Moscati, p. 307.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Informativo Mundial das Missões – 20/10/12


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Via Daniel Gonçalves

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Por que nas Bíblias antigas aparecia o nome Jeová com mais freqüência que nas versões Bíblicas de hoje?


O nome Jeová significa O Eterno – aquele que existe por si mesmo.
Nas Bíblias atuais este nome foi traduzido por eterno, Deus, etc… Chamar ao Senhor de Deus, Jeová, Eterno dá no mesmo (inclusive por outras designações).
O Senhor é chamado por vários nomes no hebraico; isto porque na cultura hebraica, um nome especifica características , qualidades ou atributos de alguém. Os nomes de Deus mostram acerca de Seu caráter.
Para o Criador não importa com qual de Seus nomes o chamemos, mas sim que o reverenciemos e o amemos como nosso Pai. Como dizem as Escrituras: Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão. (Êxodo 20:7).

O Crescimento da Igreja pelo mundo

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Arena do Futuro - Sinais dos tempos

Você acredita que o mundo vai acabar um dia? Tem uma data para o fim do mundo? O que Deus fala a nós sobre isso através da sua palavra.





Ore para encontrar, não encontre para orar



Um dos grandes erros que os jovens têm cometido na vida sentimental é iniciar uma busca por um(a) companheiro(a) e quando encontram alguém que os agrada, começam a orar por esta pessoa.
O problema deste método de escolha é que a busca pela “pessoa certa”  talvez seja feita carnalmente. Quantas vezes depois de termos escolhido com os olhos deste mundo, pedimos “ajuda do céu” para que o relacionamento de certo?
O método que Deus nos propõe é: ore e depois escolha. 
Quando estamos em um processo de oração, em favor de nossa vida sentimental, Deus faz com que as pessoas certas para nós se destaquem aos nossos olhos e as pessoas erradas passem despercebidas.
Em Genesis 24, Abraão pediu para seu servo ir até a cidade onde os parentes dele viviam a fim de escolher uma esposa para seu filho. O servo pegou 10 camelos, encheu-os de presentes e saiu em busca da “pessoa certa” para Isaque. Veja o método de escolha que este sábio homem usou:
V.11-  Quando o empregado chegou, fez os camelos se ajoelharem perto do poço, fora da cidade. Era de tardinha, a hora em que as mulheres vinham buscar água. V12. Aí ele orou assim: — Ó Senhor, Deus do meu patrão Abraão, faze com que tudo dê certo e sê bondoso para o meu patrão.
Gênesis 24:11-12.
Ele parou diante do lugar onde as moças passavam, eantes de escolher, orou. E a Bíblia diz no verso 15 que ele nem havia terminado a oração e Rebeca apareceu para pegar água.
É no meio de nossa vida de oração, é durante o nosso clamor, que Deus vai atrair os nossos olhos a aquele(a) que Ele sonhou para nós.
A oração não apenas nos ajuda a fazer a vontade de Deus, mas também a negar a nossa própria. Ela cega nossos olhos carnais, que querem nos atrair a caminhos de morte, e abre nossos olhos espirituais que nos levam a vida abundante que Ele tem preparado a nós.
A Palavra de Deus é muito clara em Jeremias 17:9 ao dizer que o nosso coração é enganoso, por isso, não espere que seu coração se envolva com alguém para você começar a buscar a Deus, mas comece a buscar a Deus e deixe que Ele encontre para você alguém segundo o coração dEle.
Por que você não tenta, ORAR para ENCONTRAR, e não ENCONTRAR para ORAR?
Fonte: JesusCopy.

domingo, 14 de outubro de 2012

O Culto que Não Cultua a Deus


por: Pr. José Santana Dória
Por vezes pensamos que não há nenhuma dificuldade ou problema com respeito à liturgia utilizada nos cultos dos nossos dias, pois achamos que tudo aquilo que se está oferecendo a Deus, Ele aceitará, desde que seja feito com sinceridade e zelo. Este falso entendimento mostra que somos uma geração ignorante quanto a forma bíblica de cultuar a Deus. Não nos ocorre que Deus estabeleceu para o culto coisas que lhe agradam, e explicitou outras que não lhe agradam. Portanto, se quisermos que nosso culto seja aceitável precisamos submetê-lo a revelação divina. Se a Palavra de Deus aprovar, podemos ficar tranqüilos e perseverar em nossa atitude. No entanto, se ela desaprovar, humildemente devemos reconhecer diante de Deus o nosso erro e retornar ao princípio bíblico que Deus estabeleceu. Ele espera isso de todos nós.
Não podemos esquecer, que mesmo quando o verdadeiro Deus é adorado, podem existir problemas que tornam está adoração desagradável e mesmo inaceitável para Ele. Isto é o que podemos chamar de “cultuar de forma errada o Deus verdadeiro ou praticar o culto que não cultua a Deus”. Existem formas de culto que em vez de agradar a Deus o entristece: “as vossas solenidades, a minha alma aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer” (Isaías 1:14).
De acordo com Isaías 1:10-17, a maior queixa contra o povo é que este desobedecia continua e abertamente ao Senhor, mas continuava a lhe oferecer sacrifícios e ofertas, cultuando como se nada tivesse acontecido, como se fosse o povo mais santo da terra. Deus diz que aquilo era abominável (v.13), porque ele não podia “suportar a iniqüidade associada ao ajuntamento solene”. O povo vinha até a presença de Deus, cultuava mas não mudava de vida. Apresentava-se diante de Deus coberto de pecados e sem arrependimento, pensando, talvez, que bastava cumprir os rituais e tudo estaria resolvido. Esse povo aparentemente participava com animação de todos os trabalhos religiosos, fossem festas, convocações, solenidades etc. E ainda era um povo muito dado à oração. Uma oração altamente emotiva, pois eles “estendiam as mãos” e “multiplicavam as orações” (v.15). Mas Deus disse que em hipótese alguma ouviria, pois eram mãos contaminadas e , certamente, orações vazias. Eram hipócritas.
O culto hipócrita que foi denunciado era causado pelo apego a mera formalidade, aos ritos, sem correspondência interior. Por fora tudo estava correto, mas interiormente essas ações litúrgicas não eram expressões de um coração agradecido. Era por essa razão que aquele culto se tornava uma coisa abominável ao Senhor. Assim o Senhor condenou o povo de Israel pela boca do profeta Isaías, dizendo: “este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu…” (Isaías 29:13). Ou seja, o que está nos lábios é correto, mas as motivações do coração são erradas. No fundo, todas essas expressões hipócritas não passam de atos mecânicos. São invenções humanas que não se importam com a vontade de Deus. O resultado final, é que o formalismo, associado à corrupção doutrinária, produzira um tremendo desvio do Senhor e um afastamento do verdadeiro culto que devemos a Deus.
Infelizmente, esse é o tipo de culto que temos atualmente em grande parte das igrejas cristãs, um culto mecânico que desonra Deus, pois, não demonstra amá-Lo de todo coração, de toda alma, com todas as forças e com todo entendimento (Lucas 10:27). Com propriedade, podemos dizer que esse é um culto que não cultua a Deus. Jamais podemos nos esquecer que qualquer tipo de adoração não serve para Deus. Há maneiras corretas e outras erradas de se adorar a Deus. Convém aprender a maneira correta. Um culto oferecido a Deus de forma hipócrita, sem honrar a palavra, que perverte o uso dos elementos de culto, que é feito de forma mecânica, que não oferece o melhor ou que não vem acompanhado de uma vida santa, não pode agradar a Deus, NEM PODE SER CHAMADO DE UM CULTO QUE CULTUA A DEUS.
Deus não se agrada de tudo o que fazemos supostamente em seu nome, por isso devemos ser obedientes a Ele e descobrir o que realmente lhe agrada. Precisamos evitar procedimentos e costumes que inventamos, por melhores, mais atrativos e práticos que pareçam. Mas a questão final é: onde podemos descobrir a forma de culto que realmente agrada a Deus? A resposta é que esta forma de culto que cultua a Deus, está na Sua Palavra. A Bíblia é nossa regra de fé e prática, somente nela podemos encontrar o ensino confiável para entendermos o que agrada a Deus. Se a desprezarmos e confiarmos em nossas técnicas modernas, certamente não estaremos honrando aquele que a inspirou e nos entregou para que fosse o meio pelo qual teríamos conhecimento dele.
Portanto, podemos concluir afirmando, sem medo de errar, que todas as práticas absurdas encontradas nos cultos dos nossos dias (…) se originaram de pessoas que não se deixaram guiar pela Bíblia, mas antes foram atrás de seus próprios raciocínios e de sua própria vontade (praticam o culto da vontade, onde a adoração é uma questão de gosto e conveniência). Se quisermos agradar a Deus nunca podemos negligenciar a Bíblia. A Palavra de Deus é a verdade (João 17:17) e obedecê-la é o melhor culto que poderíamos oferecer ao Senhor.
Fonte: http://www.monergismo.com/

O que aconteceu com os dinossauros- por Michelson Borges

Dias da Criação: horas literais


A Bíblia de Jerusalém diz que podemos pensar os dias do Gênese não como “dias humanos”, mas como “dias para Deus”, e eles podem ter horas ou anos ou bilhões de anos do homem. O que me diz disso? – A.

Na verdade, a Bíblia de Jerusalém não “diz” isso. Quem “diz” é a nota de rodapé incluída nessa versão (que por sinal é uma boa versão). A nota é que está interpretando o texto bíblico que nada diz sobre “dias de homens” ou “dias de Deus”. O assunto não pode ser assim tão simplificado e devemos levar em conta o hebraico.

Segundo Gerhard F. Hasel, ex-professor de Teologia Bíblica e Antigo Testamento na Andrews University (EUA), a semântica (estudo lingüístico dos significados de palavras, frases, cláusulas, etc.) chama atenção para a questão crucial do significado exato da palavra hebraica yom. Poderia a designação “dia” (yon) em Gênesis 1 ter um significado figurativo? Ou deve ela ser entendida, com base nas normas da semântica, como um dia literal de 24 horas? Algumas pessoas, numa tentativa de evitar maiores problemas com o evolucionismo, aplicam a teoria dos dias-eras ao relato de Gênesis 1 (como faz a nota da BJ). Para elas, os seis dias da Criação são, na verdade, longos períodos de tempo. Será que isso é possível? Antes de mais nada, é preciso deixar claro que o termo yon em Gênesis 1 não se liga a qualquer preposição; não é usado em uma relação construtiva; e não tem nenhum indicador sintático que seria de esperar para um uso extensivo não literal.

Nas Escrituras, a palavra yon invariavelmente significa um período literal de 24 horas, quando precedida por um numeral, o que ocorre 150 vezes no Antigo Testamento. Obviamente, no relato da Criação existe sempre um numeral precedendo aquela palavra – primeiro, segundo, terceiro... sétimo dia; e essa regra para a tradução de yon como um dia literal aplica-se neste caso. O que parece ser significativo, também, é a ênfase dada à seqüência dos numerais 1 a 7, sem qualquer hiato ou interrupção temporal. Esse esquema de sete dias (seis dias de trabalho seguidos por um sétimo dia de repouso) interliga os dias da Criação como dias normais em uma seqüência consecutiva e ininterrupta. O relato da Criação em Gênesis 1 não somente liga cada dia a um numeral seqüencial, como também estabelece as fronteiras do tempo mediante a expressão “tarde e manhã” (versos 5, 8, 13, 19, 31). A frase rítmica “e houve tarde e manhã” provê uma definição para o “dia” da Criação; e se o “dia” da Criação constitui-se de tarde e manhã, é, portanto, literal. O termo hebraico para “tarde” – ‘ereb – abrange toda a parte escura do dia (ver dia/noite em Gên. 1:14). O termo correspondente, “manhã” (em hebraico bqer) representa a parte clara do dia. “Tarde e manhã” é, portanto, uma expressão temporal que define cada dia da Criação como literal. Não pode significar nada mais.

Outra espécie de evidência interna no Antigo Testamento para o significado dos dias resulta de duas passagens sobre o sábado no Pentateuco, que se referem aos dias da Criação. Elas informam ao leitor quanto a como os dias da criação foram compreendidos por Deus. A primeira passagem faz parte do quarto mandamento do Decálogo, e está registrada em Êxodo 20:9-11: “Seis dias trabalharás ... mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus ... porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra ... e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.” Estas palavras foram proferidas por Deus (verso 1). A ligação com a Criação transparece no vocabulário (“sétimo dia”, “céus e terra”, “descansou”, “abençoou”, “santificou”) e no esquema “seis mais um”.

Evidentemente as palavras usadas nos Dez Mandamentos deixam claro que o “dia” da Criação é literal, composto por 24 horas, e demonstram que o ciclo semanal é uma ordenança temporal da Criação. Aliás, como explicar a origem do ciclo semanal, se não pela criação em seis dias literais seguidos do repouso do sétimo dia? A semana não está vinculada a nenhum movimento ou fenômeno astronômico, como os dias (rotação da Terra), os anos (translação) e os meses. A palavra divina, que promulga a santidade do sábado, toma os seis dias da Criação como seqüenciais, cronológicos e literais. Dizer o contrário, portanto, é ir contra o contexto literário de Gênesis e contra o Criador.

Por fim, uma última consideração: a criação da vegetação ocorreu no terceiro dia (ver Gên. 1:11 e 12). Grande parte dessa vegetação parece ter necessitado de insetos para a polinização. Mas os insetos só foram criados no quinto dia (verso 20). Se a sobrevivência desses tipos de plantas, que necessitam de insetos e outros animais para a polinização, dependesse deles para a reprodução, então haveria um sério problema se o “dia” da Criação significasse “era”. Ainda mais: a teoria dos dias-eras exigiria um longo período de iluminação e outro de escuridão para cada uma das supostas épocas. Isto, é claro, seria fatal tanto para as plantas quanto para os animais. Os dias da Criação devem ser entendidos como literais e não como representando longos períodos de tempo. Argumentar em contrário, é forçar o texto bíblico a dizer o que não diz.
Via Criacionismo

Moisés relatou sua morte?


Se Moisés é considerado o autor do livro de Deuteronômio, como ele mesmo poderia ter narrado a sua morte? – F. 

A inspiração não revelou quem foi o autor dos últimos versículos de Deuteronômio. Alguns comentaristas têm opinado que Moisés escreveu essa porção do livro antes de morrer; outros crêem que Josué, ou algum outro autor anônimo, o acrescentou posteriormente, como epílogo do Pentateuco. Qualquer das posições está em plena harmonia com a maneira como o Espirito Santo tem procedido em outras ocasiões. No entanto, certas expressões usadas nos versos 6-12 parecem ser melhor entendidas se se considerar que Josué foi o autor:

1. As palavras “ninguém conhece o lugar de sua [de Moisés] sepultura ate hoje” (vs. 6) refletem o interesse por parte dos que viveram depois da morte de Moisés em conhecer o lugar do sepulcro. É mais razoável pensar que esta declaração foi escrita por outra pessoa depois da morte de Moisés – uma pessoa inspirada, certamente – que crer que fora escrita por Moisés mesmo, antes desse acontecimento.

2. As palavras do verso 9, que dão testemunho da autoridade de Josué e de sua habilidade como dirigente, parecem ser mais um simples registro histórico da transição da liderança que uma predição a respeito desse fato. Na descrição feita por Moisés das vicissitudes futuras das doze tribos (cap. 33), ele fala em linguagem claramente profética (vs. 10, 12, 19, etc.); nesta passagem, a linguagem é de um relato histórico.

3. As palavras “e nunca mais se levantou profeta em Israel como Moisés” (vs. 10) parecem mais apropriadas como um elogio feito por Josué ou alguma outra pessoa que por Moisés mesmo.

Assim como aconteceu com o livro de Romanos, de autoria de Paulo, mas redigido por Tércio, o Espirito Santo pode ter guiado Josué na redação dos últimos versículos de Deuteronômio, assim como havia dirigido Moisés na escritura da porção anterior do livro, ou como mais tarde dirigiu Josué para escrever o livro que leva seu nome. (Extraído do Comentário Bíblico Adventista em espanhol, vol. 1, pág. 1091)

Michelson Borges (www.michelsonborges.blogspot.com).

sábado, 13 de outubro de 2012

Efeitos da Música Sobre as Plantas


Uma série de experiências interessantes e eventualmente muito controversas sobre os efeitos da música sobre as plantas começou em 1968 quando Dorothy Retallack, uma organista profissional e mezzo-soprano, que deu concertos no Beacon Club de Denver, entre 1947 e 1952, sentiu-se deslocada quando seus oito filhos foram para a faculdade. Para não ser o único membro da família sem um diploma, a Sra. Retallack surpreendeu sua própria família com a sua própria inscrição para o curso de música na Faculdade Temple Buel. Sendo solicitada a produzir uma experiência de laboratório na área de biologia, a Sra. Retallack lembrou-se vagamente de haver lido um artigo sobre Goerg Smith haver tocado discos em campos de milho.
Seguindo o exemplo do Sr. Smith ela juntou-se a um colega de estudos, cuja família providenciou um quarto vazio em sua casa e criou dois grupos [de plantas], os quais incluíam filodendros, milho, rabanetes, gerânios e violetas africanas. Os cientistas novatos suspenderam luzes Grolux sobre um grupo e tocaram gravações das notas musicais Si e Ré, tocadas ao piano a cada segundo, alternando com cinco minutos de silêncio. A gravação era tocada continuamente por doze horas por dia. Durante a primeira semana, as violetas africanas, que haviam murchado no início da experiência, reviveram e começaram a florescer. Por dez dias todas as plantas pareciam estar se desenvolvendo bem; mas no final da terceira semana todas as plantas, como se atingidas por um vento forte, morreram, com a notável exceção das violetas africanas, as quais permaneceram de alguma forma sem serem afetadas exteriormente. O grupo de controle, que foi deixado crescer em paz, floresceu.
Quando ela relatou estes resultados ao seu professor de biologia, e perguntou se poderia realizar uma experiência com um controle mais elaborado para o crédito no curso, ele concordou relutantemente. “A idéia me fez resmungar um pouco,” disse mais tarde o Prof.Browan, “mas era uma novidade e decidi aceitá-la, embora a maioria dos outros estudantes tenha rido alto.” Browan disponibilizou para a Sra. Retallack três Câmaras Ambientais Bitronic Mark3, de quinze metros de comprimento, compradas recentemente pelo seu departamento, semelhantes em formato a aquários caseiros, mas muito maiores, as quais permitiam um controle preciso da luz, temperatura e umidade.
Separando um grupo como controle, Retallack usou as mesmas plantas que na primeira experiência, com exceção das violetas. Tentando encontrar a nota musical mais apropriada à sobrevivência [das plantas], a cada dia ela tentou uma nota Fá, tocada continuamente por oito horas em uma câmara e três horas intermitentemente em outra. Na primeira câmara suas plantas estavam completamente mortas dentro de duas semanas. Na segunda câmara as plantas estavam muito mais saudáveis do que as [da câmara de controle] que foram deixadas em silêncio. 
A Sra. Retallack e o Prof.Browan ficaram confusos com estes resultados, pois não tinham idéia do que poderia estar causando as reações divergentes e não ajudaria em nada ficar se perguntando se as plantas haviam sucumbido a fadiga, ou tédio ou se tinham simplesmente “ficado malucas”. As experiências precisas levantaram uma onde de controvérsia no departamento, pois tanto estudantes quanto professores ou rejeitavam todo este esforço como sendo espúrio, ou ficavam intrigados pelos resultados inexplicáveis. Dois estudantes fizeram uma experiência de oito semanas com abóboras de verão, tocando música de duas estações de rádio de Denver nas suas câmaras, uma rádio especializada em música rock fortemente acentuada e outra em música clássica.
As trepadeiras não ficaram indiferentes às duas formas musicais: aquelas que foram expostas a Hadyn, Beethoven, Brahms, Schubert e outros mestres europeus dos séculos dezoito e dezenove cresceram na direção do rádio transistorizado, uma delas até mesmo enroscando-se gentilmente em volta dele. As outras abóboras cresceram afastando-se da transmissão do rock e até tentaram subir mas paredes escorregadias de sua caixa de vidro.
Impressionada pelo sucesso de seus amigos, a Sra. Retallack executou uma série de experimentos similares no início de 1969 com milho, abóboras, petúnias, zínias e malmequeres; ela notou o mesmo efeito. A música rock ou fazia com que as plantas a princípio crescessem de muito, de forma anormal e com muito poucas folhas ou permanecessem mirradas. Dentro de duas semanas todos os malmequeres haviam morrido, mas a apenas dois metros de distância malmequeres idênticos. Desfrutando dos sons clássicos, estavam florescendo. Ainda mais interessante, a Sra. Retallack descobriu que mesmo durante a primeira semana, as plantas estimuladas pelo rock estavam usando muito mais água do que a vegetação que era entretida pela música clássica, mas aparentemente tirava menos proveito disso, uma vez que o exame das raízes no décimo oitavo dia revelou que o seu crescimento no solo era pequeno no primeiro grupo, medindo apenas cerva de uma polegada, enquanto que no segundo grupo elas eram grossas, curvadas e cerca de quatro vezes mais longas.
Neste ponto, vários críticos sugeriram que as experiências eram inválidas, por causa de variáveis tais como o zumbido dos sessenta ciclos, o “ruído branco” ouvido de um rádio sintonizado em uma freqüência não ocupada por uma estação radio transmissora, ou as vozes dos apresentadores de propagandas, emitidas pelos aparelhos de rádio, não haviam sido levadas em conta. Para satisfazer a estas críticas, Retallack gravou música rock a partir de discos. Ela selecionou as execuções de rock extremamente percussivo de Led Zepplin, Vanilla Fudge and Jimi Hendrix. Quando as plantas se afastaram desta cacofonia, Retallack girou todos os vasos em 180 graus, apenas para ver as plantas inclinarem-se na direção oposta. Isto convenceu a maior parte dos críticos de que as plantas estavam definitivamente reagindo aos sons da música rock.
Tentando determinar o que havia na música rock que perturbava tanto as plantas, Retallack supôs que poderia ser o componente percussivo da música e começou ainda uma outra experiência no outono. Selecionando a conhecida música espanhola “La Paloma”, ela tocou uma versão desta música executada em tambores de aço em uma câmara e outra versão desta música tocada com cordas na segunda. A percussão causou nas plantas de Retallack uma inclinação de dez graus com relação à vertical, mas nada comparável ao rock. As plantas que ouviam as cordas inclinaram-se quinze graus em direção à fonte da música.
Bibliografia:
Peter Tompkins and Christopher Bird, The Secret Life of Plants, Harpers and Row. 
Trechos extraídos do capítulo 10 “A Vida Harmônica das Plantas”
Traduzido por Levi de Paula Tavares em Dezembro/2004

Seria o Deus do Antigo Testamento carrasco e sedento por sangue?



“Ouviste o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque Ele faz nascer o Seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt 5:43, 44).

“Quando o Senhor, teu Deus, te introduzir na terra a qual passas a possuir, e tiver lançado muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderesosas do que tu; e o Senhor, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas aliança, nem terás piedade delas” (Dt 7:1-3).

Amor e destruição. Duas palavras que sumarizam os textos acima. O mais intrigante é que essas duas passagens descrevem o mesmo Deus. Alguns cristãos, no passado e atualmente, numa tentativa quase desesperada para solucionar essa gritante contradição, sugeriram que o Deus do Antigo Testamento é diferente dAquele que encontramos nas páginas do Novo Testamento. Enquanto o primeiro é caracterizado como violento, sanguinário e mau, o segundo é apresentado como amoroso, perdoador e bondoso.

Mas não são apenas determinados cristãos que veem o Deus de Israel como um Deus mau. Em anos mais recentes, alguns ateus têm se valido de certas partes das Escrituras hebraicas para reprovar o caráter de Deus, como é apresentado ali. Veja, por exemplo, o que o acadêmico de Oxford, Richard Dawkins, escreveu a respeito de Yahweh:

“O Deus do Velho Testamento é provavelmente o mais desagradável dos seres em toda a ficção. O ciúme e o orgulho do mesmo o leva a um mimado e imperdoável controle dos mais fracos com evidente sede de sangue e desejo de limpeza racial. Um machista, homofóbico, infanticida, genocida, filicida, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista, caprichoso e malevolente fanfarrão.”[1]

Deus é tudo isso? Para Dawkins, sim! Ele seria capaz de adicionar uma passagem bíblica em cada uma dessas descrições. A pergunta que surge não é outra senão: Como entender essas passagens do Antigo Testamento que dão margem para interpretações como a do cientista de Oxford? Abaixo, veremos dois exemplos de passagens relacionadas com a escravidão no território de Israel e a destruição dos cananeus.[2]

Leitura equivocada

Um erro grave cometido por Dawkins – e também por muitos cristãos atuais – é ler o Antigo Testamento como se ele tivesse sido escrito no século 21 e para nós, ocidentais. Ao lermos o texto bíblico, precisamos nos lembrar de que ele foi escrito no Oriente Médio, no 2º e 1º milênios antes de Cristo. Acredite, isso resolve muitos problemas! Em lugar de comparar leis e práticas de Levítico, Números e Deuteronômio com leis atuais, compare com os códigos de leis dos povos daquela região e época.

Ilustraremos isso com o caso da escravidão. Essa foi a primeira lei que Deus deu aos israelitas, quando eles saíram do Egito (cf. Êx 21:1-11). Na lei mosaica, sequestrar alguém para ser vendido como escravo era um crime punido com pena capital (Êx 21:16). Um escravo hebreu deveria trabalhar apenas seis anos para pagar sua dívida, sendo liberto no sétimo ano sem pagar nada (Êx 21:2). Além disso, ele deveria receber de seu proprietário alguns animais e alimentos para começar a vida novamente (Dt 15:13, 14).[3] Durante seu período de serviço, o(a) escravo(a) teria um dia de folga semanal, o sábado (Êx 20:10).

Notou alguma diferença entre a escravidão bíblica e aquela mantida em nosso país, há alguns séculos? A diferença também é significativa quando comparamos essas passagens bíblicas com o famoso Código de Hamurabi, rei de Babilônia, no 18º século a.C. Se algum escravo fugisse, ele deveria ser morto; enquanto que, em Israel, esse escravo deveria ser protegido (Dt 23:15, 16). Proteger um escravo fugitivo, em Babilônia, era uma grande ofensa, também punida com morte, como evidenciado nas leis 15-20 do referido código.[4]

Alguém pode questionar o motivo pelo qual Deus não aboliu a escravidão entre os israelitas. Lembre-se de que eles estavam inseridos numa cultura impregnada dessa prática. Mesmo que Deus a abolisse, isso não mudaria a forma como eles pensavam. A título de ilustração, imagine o árduo processo cultural para tornar a Arábia Saudita em uma democracia! Mesmo que essa mudança fosse feita, ainda levaria um bom tempo até que a mentalidade da nação fosse mudada. No entanto, a legislação israelita oferecia um tratamento muito mais humano para os escravos, colocando escravo e senhor em pé de igualdade (cf. Jó 31:13-15).    

Sedento por sangue?

Foi somente no século passado que a palavra “genocídio” foi criada pelo polonês Raphael Lemkin. Não existia uma palavra capaz de descrever o que Pol Pot fez no Camboja; Mao Tse-tung, na China; e Adolf Hitler, na Europa. Milhões de vidas foram exterminadas nesses e em outros genocídios.[5] Quando lemos textos como aquele de Deuteronômio, citado no início deste artigo, deveríamos colocar Deus nesse hall da fama sanguinário? Não. Há uma gigantesca diferença entre o que vemos no Antigo Testamento e aquilo que aconteceu no século 20.

Que motivos levaram Deus a punir as nações de Canaã? Abaixo veremos pelo menos quatro:

Sacrifícios humanos. A adoração entre os povos de Canaã não era tão inocente como alguns podem pensar. O culto ao deus Moloque, por exemplo, envolvia sacrifícios de crianças. Vestígios arqueológicos desse tipo de prática foram encontrados em Hazor, bem no centro de Canaã.[6] Alguns textos bíblicos sugerem que Salomão e Manassés podem ter participado desse tipo de prática (cf. 1Rs 11:7; 2Cr 33:5, 6). Em Levítico 20:1-3, Deus deixou clara Sua reação diante desse tipo de prática: pena de morte.

Homossexualidade. Aparentemente, a prática do homossexualismo não era condenada entre os povos do antigo Oriente Médio. Não dispomos de informações diretas da prática entre os cananeus, mas, no entanto, passagens como Levítico 18:3, 24-30, com sua condenação generalizada das práticas sexuais dos cananeus e dos egípcios, podem implicar que os habitantes de Canaã toleravam a prática do homossexualismo. Uma ideia mais clara pode ser obtida da história de Sodoma, em Gênesis 19.[7]

Incesto. Nos contos religiosos dos cananeus, Ba’al, uma divindade bem conhecida nas páginas do Antigo Testamento, mantinha relações sexuais com sua mãe, Asherah, sua irmã, Anat, e sua filha, Pidray, que também era sua esposa![8] Como uma doença degenerativa que se alastra aos poucos pelo corpo, o mesmo se dava com a prática do incesto naquela época. No Egito, por volta do 14º século a.C., se alguém tivesse um sonho incestuoso com sua mãe ou irmã, era sinal de bom presságio.[9]  

Bestialismo ou Zoofilia. Note a lei 199 de um código Hitita, povo que residia ao norte de Canaã, na atual região da Turquia: “Se um homem tem intercurso sexual com um porco ou cachorro, ele deverá ser morto. Se tiver intercurso com um cavalo ou mula, não há punição.”[10] Mas ainda existia espaço para mais bestialismo em Canaã. No texto “O ciclo de Ba’al”, essa divindade mantinha relações sexuais com uma vaca, e ela deu à luz um filho fruto dessa relação.[11] 

Por que Deus mandou que os israelitas destruíssem os cananeus?  Porque Ele odeia o pecado! Tal palavra soa estranha aos nossos ouvidos. Nossa visão quase romântica de Deus deixou espaço apenas para o amor e se esqueceu quase completamente de Sua justiça e santidade. Um leitor atual pode achar Elias severo demais matando 450 profetas de Ba’al (cf. 1Rs 18:40), ou Deus agindo com muita violência enviando pragas contra o Egito (cf. Êx 7-12). A verdade é que um Deus santo não pode suportar a maldade por muito tempo. De acordo com o profeta Habacuque, Ele não é capaz de olhar para o mal (cf. Hc 1:13).  Quem sabe nós consideremos essas e outras passagens agressivas demais porque ainda não descobrimos quão cruel e horrível é o mal.

Mas é necessário um equilibrio aqui. Apresentar somente a justiça e a santidade de Deus pode nos levar para uma compreensão quase tirana de Sua pessoa. É necessário vermos também os esforços dEle em favor dos cananeus. Deus enviou José para o Egito com o objetivo de salvar toda aquela região da fome que durou sete anos (cf. Gn 45:4-8). Além disso, os israelitas permaneceram no Egito por 400 anos com o objetivo de dar oportunidade para os cananeus se arrependerem de suas iniquidades (heb. ‘awon) (cf. Gn 15:16). Após saírem do país dos faráos e passarem 40 anos no deserto, até mesmo uma prostituta, Raabe, sabia o que Deus havia feito e o que Ele faria em Jericó e em todo o território de Canaã (cf. Js 2:9-13). Os cananeus sabiam que o juízo de Deus estava às portas. Note que Raabe foi poupada dessa destruição. Ela estava disposta a ser regenerada dessa cultura, assim como Deus estava disposto a salvar aqueles que demonstrassem profunda tristeza e mudança diante dos seus maus atos.

É possível ver aqui um traço do caráter de Deus revelado mais explicitamente no Novo Testamento. Em 2 Pedro 3:9, o apóstolo nos lembra de que o Senhor “não retarda a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, Ele é longânimo para convosco não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”. Assim como ocorreu com os cananitas, as oportunidades de arrependimento e salvação para um mundo cada vez mais contrário aos preceitos divinos estão chegando ao fim. Deus é amor, mas também precisa ser justo com Seus filhos. Amor e destruição? Não. Amor e justiça.

Quão bom é Deus? Ele mesmo respondeu, dizendo: “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até a terceira e quarta geração” (Êx 34:6, 7).

(Luiz Gustavo Assis é pastor adventista em Porto Alegre, RS)

Referências:

1. Richard Dawkins, Deus, um Delírio (São Paulo: Cia. das Letras, 2007), p. 31. Sam Harris também fez severas críticas ao Antigo Testamento em sua obra Carta a uma Nação Cristã (São Paulo: Cia. Das Letras, 2007).
2. Diversos materiais têm sido publicados sobre esses dois tópicos, entre eles: Paul Copan, Is God a Moral Monster? Making Sense the Old Testament God (Baker, 2011); Clay Jones, Killing the Canaanites: A Response to the New Atheism’ “Divine Genocide” Claims, disponível em http://www.equip.org/articles/killing-the-canaanites (acessado em 9/3/11); Stanley Gundry (ed.), Deus Mandou Matar? Quatro pontos de vista sobre o genocídio cananeu (São Paulo: Vida Nova, 2006); Roy Gane, “Israelite Genocide and Islamic Jihad”, Spectrum 34:3 (2006), p. 61-65.
3. Gary Rendsburg, The Fate of Slaves in Ancient Israel. Disponível em: http://www.forward.com/articles/2888/ (acessado em 9/3/11).
4. Eugene E. Carpenter, Deuteronomy, em Zondervan Illustrated Bible Backgrounds Commentary, ed. John Walton  (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2009), p. 1:496.
5. O matemático judeu David Berlinski cita duas páginas de estatísticas de massacres cometidos no ultimo século, em sua obra The Devil Delusion:Atheism and Its Scientific Pretensions (New York: Basic Books, 2009), p. 22-24.
6. E. E. Carpenter, Human Sacrifice, em The International Bible Encyclopedia, ed. Geoffrey W. Bromley (Grand Rapids: Eerdmans, 1988), p. 4:259. Para mais informações sobre os cultos a Moloque, ver George Heider, Moloch, em The Anchor Bible Dictionary, ed. David Noel Freedman (Doubleday, 1992), p. 4:895-898.
7. Gordon J. Wenham, The Old Testament Attitude to Homosexuality, Expository Times 102 (1991), p. 361.
8. William F. Albright, Yahweh and the Gods of Canaan: A Historical Analysis of Two Contrasting Faiths (Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 1968), p. 126.
9. Lise Manniche, Sexual Life in Ancient Egypt (London: Routledge, 1987), p. 100.
10. Harry A. Hoffner Jr., “Incest, Sodomy and Bestiality in the Ancient Near East”, in Orient and Occident: Essays Presented to Cyrus H. Gordon on the Occasion of His Sixty-fifth Birthday, ed. Harry A. Hoffner, Jr. (Neukirchen Vluyn, Germany: Neukirchener Verlag, 1973), p. 82.
11. Hoffner, Jr., p. 82.

Textos não inspirados na Bíblia?


A Bíblia ensina que toda a Escritura foi inspirada por Deus (2Tm 3:16). Mas em alguns trechos aparentemente é negada a inspiração divina (1Co 7:12, 25). Qual é a solução para essa aparente incoerência? – L. 

Resposta:

Em 1 Coríntios 7:10 a 13, o apóstolo Paulo escreve: “Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher. Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido” (Almeida, Revista e Atualizada).

Alguns cristãos, ao lerem esse texto bíblico, concluem que Paulo faz diferença entre as coisas que ele disse inspirado por Deus e outras que não passam de opinião pessoal. A respeito daquilo que é inspirado, ele diz: “não eu, mas o Senhor”. Sobre sua opinião, ele declara: “eu, não o Senhor”.

A declaração de Paulo em 1 Coríntios 7:10 a 13 parece contradizer vários outros textos escritos pelo apóstolo. No mesmo capítulo, Paulo argumenta que seus ensinos são dignos de confiança porque ele possuía “o Espírito de Deus” (v. 40). Na mesma epístola, ele diz: “Falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito” (1Co 2:13). O apóstolo sabia que seus ensinos eram a Palavra de Deus, pois declara: “Ao receberem de nossa parte a palavra de Deus, vocês a aceitaram, não como palavra de homens, mas conforme ela verdadeiramente é, como palavra de Deus” (1Ts 2:13). Além disso, Paulo diz que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (1Tm 3:16), e isso inclui o que ele mesmo escreveu (2Pe 3:16). 

Como entender essa aparente contradição? Afinal, Paulo emitiu ou não opiniões pessoais que não vieram de Deus?

Os primeiros cristãos usavam as palavras “o Senhor ordena” ou expressões semelhantes para mencionar ensinos dados por Jesus nos evangelhos. Apenas dois capítulos depois de 1 Coríntios 7, Paulo escreve: “Da mesma forma, o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho, que vivam do evangelho” (1Co 9:14). Essa é uma referência ao seguinte ensino de Jesus aos pregadores do evangelho: “Fiquem naquela casa, e comam e bebam o que lhes derem, pois o trabalhador merece o seu salário” (Lc 10:7; também citado por Paulo em 1Tm 5:18). Note que as palavras usadas são as mesmas: “ordeno, não eu, mas o Senhor” (1Co 7:10); “o Senhor ordenou” (1Co 9:14). As palavras são as mesmas também no texto original em grego: parangello (ordenar) e Kyrios (Senhor). É importante observar que, como regra, Paulo usa a palavra “Senhor” para Cristo, e não para Deus, o Pai (veja 1Co 4:5; 5:5; 6:14; 7:22; 8:6; 9:5; 11:20, 26, 27). Veja outro exemplo semelhante em 1 Coríntios 11:23-25. 

Seguindo essa prática, quando Paulo escreve “não eu, mas o Senhor”, ele menciona uma ordem explícita dada pelo Senhor Jesus nos evangelhos. O apóstolo cita os ensinos de Jesus sobre divórcio e novo casamento quase palavra por palavra (veja Mt 5:32; 19:3-9; Mc 10:2-12; Lc 16:18). Por outro lado, Jesus não havia dado nenhuma ordem sobre os cristãos que possuíam um cônjuge que não partilhava da mesma fé. É por isso que Paulo escreve: “digo eu, não o Senhor” (1Co 7:12). 

Devemos nos lembrar da mesma prática para entender 1 Coríntios 7:25, que diz: “Quanto às pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor, mas dou meu parecer como alguém que, pela misericórdia de Deus, é digno de confiança.” A respeito de virgens, Jesus também não havia deixado nenhum ensino. Nesse texto, a versão Almeida Revista e Atualizada usa a palavra “opinião”; mas a melhor maneira de traduzir é “parecer” (Nova Versão Internacional, Reina Valera-1995) ou “julgamento” (New International Version, American Standard Version, New King James Version). Paulo não estava emitindo apenas uma “opinião” pessoal, mas um “parecer” ou “julgamento” “digno de confiança” e inspirado por Deus.

Portanto, 1 Coríntios 7:12 não contradiz os textos que declaram que todos os ensinos de Paulo contidos na Bíblia são inspirados por Deus (1Co 2:13; 1Ts 2:13; 1Tm 3:16). Além disso, esse versículo não apoia a ideia de que alguns textos bíblicos são mera opinião do autor, sem inspiração de Deus.

Os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional, salvo outra indicação.

(Matheus Cardoso é editor associado da revista Conexão JA e editor assistente de livros na Casa Publicadora Brasileira; colabora na seção “Perguntas” do blog www.criacionismo.com.br)

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Retrato de Jesus



Gostaria de saber se o retrato ao lado foi pintado por solicitação de Ellen White após a visão que ela teve de Jesus ou se esse retrato já existia e se aproximava muito do que ela tinha visto durante as visões? Alguns dizem que essa imagem “se aproxima muito” da realidade, outros dizem que é exatamente o Salvador. Esse retrato já existia ou ela mandou alguém fazer? O que está certo afinal? – L.


Prezado irmão L., na legenda de outra cópia dessa foto, também disponível no Centro de Pesquisas Ellen G. White, é dito o seguinte: “Ellen G. White, quando visitava a Sra. Abbie Kellogg Norton, sempre contemplava na parede da sala um quadro de Jesus, de autoria de John Sartain, e comentava: ‘Sim, sim, ele parece o Salvador como me tem sido mostrado em visão – é o mais semelhante do que qualquer outro que tenho visto.’”

Nesse texto, você tem a resposta para suas duas perguntas. Em primeiro lugar, o quadro foi produzido por John Sartain. Ele não era adventista e não realizou a obra por influência de Ellen White. Veja mais sobre a vida dele aqui. Em segundo lugar, Ellen White dizia ser “o mais semelhante” quadro que já tinha visto. Obviamente, quem não viu pessoalmente a Jesus não poderia produzir um retrato exatamente igual a Ele.

(Matheus Cardoso)Via Criacionismo

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