domingo, 13 de maio de 2012

10 Perguntas para Reflexão dos Anti-Sabatistas


Não precisam nem ser respondidas. Podem servir só para reflexão mesmo…


1 - Sendo que Isaías 56:2-8 e Marcos 2:27 mostram que o sábado não é instituição só para os filhos literais de Israel, abrangendo os estrangeiros e “todo homem”, como podem negar ser um preceito moral, universal, derivado da criação do mundo?


Obs.: Aliás, as duas únicas instituições que ainda persistem no mundo desde antes do ingresso do pecado são o sábado e o matrimônio, ambos igualmente estabelecidos para o homem (ver Mar. 2:27 e Mat. 19:5).


São ambos igualmente objeto de tremendos ataques de Satanás, no primeiro caso através das falsas teologias desenvolvidas (promovendo o antigo dies solis, transformado no domingo, ou a filosofia ambígua do “diaqualquerismo/dianenhumismo/tododiaísmo”), e, no segundo caso, com a crescente onda de separações, divórcios, infidelidade conjugal e, mais recentemente, os casamentos gay.


2 - Sendo que as confissões de fé históricas da cristandade protestante (e católica) admitem tranqüilamente que o sábado é mandamento MORAL, derivado do Éden, sabem dizer de quando se originaram essas interpretações negando isso?


Obs.: Uma dica seria informarem-se sobre um tal C. I. Scofield, pelo início do século XX.


3 - Sendo que os que encontraram descanso para suas almas diretamente seguindo a Cristo, quando Ele habitava entre os homens, e nem por isso dispensaram o sábado (Lucas 23:56), por que deveríamos agir diferentemente hoje, sendo que Cristo veio salvar o Seu povo DOS seus pecados, e não COM os seus pecados (Mat. 1:21)?


Obs.: A definição bíblica de “pecado” a temos em 1 João 3:4: “Pecado é a transgressão da lei”.


4 - Sendo que Paulo em toda epístola aos Colossenses jamais utiliza a palavra “lei”, não fica claro que ele não está ensinando nada no capítulo 2 do fim de leis, e sim falando de outra coisa relacionada com o fim da atribuição de culpa a pecadores perdoados?


Obs.: O “escrito de dívidas” (cheirographon, no grego–Col. 2:16) que era contra nós, não é a “lei cerimonial”, como se pensa, mas o documento que atribuía a culpa a um condenado num tribunal.


5 - Sendo que Paulo, como um Apóstolo, jamais poderia ter autoridade para abolir lei divina que fosse, não está claro que em Col. 2:16 ele não está cumprindo tal papel de legislador que se põe a alterar os termos da lei de Deus?


Obs.: O paralelismo de linguagem dos vs. 16 e 18 torna claro o motivo da advertência paulina. “Ninguém vos julgue. . .”, “Ninguém se faça de árbitro sobre vós. . .”


6 - Sendo que mesmo considerando o sábado semanal uma sombra, mas tendo um caráter amplo que não significa o seu fim (já que prosseguirá na Nova Terra: Isa. 66:22, 23), não está claro que o preceito do sábado difere contextual e conceitualmente das ordenanças cerimoniais abolidas na cruz (ver Efé. 2:15)?


Obs.: Sem falar no fato de que Deus o proferiu juntamente com todas as normas morais, solenemente aos ouvidos do povo, e o escreveu nas tábuas de pedra, fato que jamais se referiria a qualquer preceito cerimonial.


7 - Sendo que Deus declarou que o sábado é sinal estabelecido entre Ele e o Seu povo (Êxo. 31:17; Eze. 20:12, 20) e sendo que jamais é dito que Deus substituiu tal sinal por outro, que justificativa têm os anti-sabatistas para negligenciarem esse sinal divino, enquanto pretendendo pertencer ao povo de Deus?


Obs.: Citar Efé. 1:13 como “prova” de haver agora novo “sinal” não tem fundamento porque o texto não diz que o Espírito Santo passou a ser “sinal”, e nem ocorre o substantivo “sinal” em tal texto. O que é dito no mesmo é que o Espírito Santo sela os verdadeiros crentes, mas o selo do Espírito se reflete na escrita da lei divina nos corações e mentes dos que aceitam o Novo Concerto entre Deus e os Seus filhos (Heb. 8:6-10).


8 - Sendo que os católicos alegam que quem não quiser utilizar imagens de esculturas em seus atos de culto não são obrigados a isso, enquanto reclamam da “marcação” dos evangélicos quanto a seu uso de imagens, os que dizem que não são contra quem guarda o sábado, apenas não os aborreçam lembrando-lhes sobre tal mandamento, não estão agindo igualzinho?


Obs.: Condenar os católicos pelo uso de imagens citando um preceito do mesmo código que contém o negligenciado mandamento do sábado não é só incoerente, como um exercício em hipocrisia.


9 - Sendo que Jesus debateu muitas vezes com a liderança judaica, não para desprestigiar o sábado, mas para indicar a forma como este devia ser observado, e assegurou ser o “Senhor do sábado”, não para desprestigiá-lo, e sim para mostrar que tinha autoridade quanto a corrigir os líderes religiosos que corrompiam o sentido dos mandamentos divinos, não devemos nós aprender o que Cristo quis nos ensinar quanto à forma de observar corretamente o “dia do Senhor”?


Obs.: Os líderes judaicos corrompiam também o 5o. mandamento (Marcos 7:9ss) e o princípio do dizimar (Mat. 23:23). Sobre eles Jesus declarou em Mateus 15:6: “. . . por causa da vossa tradição invalidastes a palavra de Deus”.


10 - Sendo que na passagem do Velho para o Novo Concerto, quando Deus escreve o que é chamado de “Minhas leis” nos corações e mentes dos que aceitam os termos desse Novo Concerto [Novo Testamento] (Hebreus 8:6-10) nada consta de que Deus deixa de fora o mandamento do dia de repouso, ou transfere a santidade do sétimo para o primeiro dia da semana, por que iríamos resistir a essa divina escrita de tal mandamento em nossas mentes e corações, se alegarmos cumprir a vontade de Deus, como disse o salmista Davi no Salmo 40:8?


Obs.: O texto referido diz, “Agrada-me fazer a Tua vontade, ó Deus meu; dentro em meu coração está a Tua lei”.


Prof. Azenilto Brito.

Aprender a orar


Senhor, ensina-nos a orar. Lucas 11:1.


O Senhor não deu esta oração [a Oração do Senhor, Lucas 11:24], para os homens repetirem como uma forma. Deu-a como ilustração do que devem ser nossas orações — simples, sinceras e compreensivas.


Muitas orações são feitas sem fé. Emprega-se determinada forma de palavras, mas não há real insistência. Essas orações são duvidosas, hesitantes; não trazem alívio aos que as fazem, nem conforto ou esperança aos outros. Emprega-se a forma da oração, mas falta o espírito, mostrando que o suplicante não sente sua necessidade.


Aprendei a orar breve e direto ao ponto, pedindo justo aquilo que necessitais. Aprendei a orar em voz alta onde apenas Deus vos pode ouvir. Não façais orações insinceras, mas sentidas, fervorosas, que exprimam a fome da alma, quanto ao Pão da Vida. Se orássemos mais em particular, seríamos capazes de orar mais inteligentemente em público. Essas orações duvidosas, hesitantes, haviam de cessar. E quando nos empenhássemos com nossos irmãos em culto público, poderíamos aumentar o interesse da reunião; pois levaríamos conosco alguma coisa da atmosfera do Céu, e nosso culto seria uma realidade, e não mera forma. … Se a alma não se dilata em oração em seu aposento particular e enquanto está ocupada nos serviços diários, isto se manifesta na reunião de oração.


A vida da alma depende da comunhão habitual com Deus. Dão-se a conhecer suas necessidades, e o coração se abre para receber novas bênçãos. A gratidão procede de lábios não fingidos; e o refrigério recebido de Jesus manifesta-se em palavras, em atos de ativa beneficência e em devoção pública. Há amor no coração para Jesus; e onde existe o amor, não será reprimido, mas achará expressão. A oração particular mantém essa vida interior. O coração que ama a Deus desejará comungar com Ele, e nEle descansará em santa confiança.


Aprendamos a orar inteligentemente, exprimindo nossas petições com clareza e precisão. Oremos como querendo fazê-lo. “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tiago 5:16.


Ellen G. White, Nossa Alta Vocação, pág. 125.

As 7 Portas da Bíblia


1. Você já pensou o que seria de nós se não houvesse aquele recurso tão útil? É uma coisa usada constantemente; nós sempre estamos usando isso. É conhecido universalmente; ninguém o desconhece.

2. Certa vez alguém perguntou: - Como vamos entrar na sala? E a outra pessoa respondeu: - Há um invento que o homem criou que nos permite atravessar paredes, disse. - Sim, e qual é? Será que nos torna invisíveis, imateriais? - Não, o invento se chama de "porta".

Isso não é uma piada; é verdade mesmo!

3. Portas são muito importantes: portas são tão importantes, que até a palavra im"porta"nte tem porta no meio. O que seria de nós, se não existissem portas? Nós simplesmente estaríamos fora: no frio, sem abrigo, desprotegidos Ou encerrados e presos em 4 paredes, sem alimento, sem sol e sem vida.

4. Todos conhecem a mensagem das portas - até os animais. Alguém outra vez perguntou: - Sabe por que o cachorro entrou na igreja? - Não! Por quê? - É porque ele encontrou a porta aberta!

Hoje queremos falar sobre as 7 PORTAS DA BÍBLIA. A Bíblia nos fala que existem 7 portas muito importantes que, hoje, queremos considerar.

1ª porta: A PORTA DO CÉU. Gên. 28:17

1. Jacó se encontrava em Harã, fugitivo, amedrontado, porque se escondia do seu irmão Esaú, que queria matá-lo.

2. Desanimado, cansado, quando as sombras da noite já se adensavam, Jacó tomou uma pedra para servir de travesseiro, e adormeceu, num profundo sono. E dormindo, teve um sonho. Ele viu uma grande escada fulgurante cuja base estava na terra e o topo alcançava o Céu. Além disso, anjos de Deus subiam e desciam pela escada.

3. E quando ele acordou, sobressaltado, disse: "Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus." v.17.

4. Ellen G. White disse: "Deus é Altíssimo e santo; e... a Sua casa na terra, o lugar onde o Seu povo se reúne para adorá-lO, é a porta do Céu". (MJ 265). E continua: "A reverência é grandemente necessária... Estou alarmada ao ver crianças e jovens, filhos de pais religiosos, tão descuidados da ordem e decência que devem ser observadas na casa de Deus. Enquanto os servos de Deus apresentam ao povo as palavras de vida, alguns estão lendo, outros estão cochichando e rindo."

5. A irreverência tem sido uma grande tentação para muitos que têm em pouca conta as coisas sagradas; mas esse defeito de caráter deve ser vencido por todos os cristãos, que estão se preparando para a adoração junto aos anjos que cobrem o seu rosto na presença de Deus.

6. Com efeito, disse Jacó: "Este lugar é a porta do Céu, e eu não sabia". Mas nós outros já sabemos. Como estamos em relação a esse assunto? Estamos nós esquecidos de que no Seu Templo se manifesta a própria presença de Deus? Somos nós reverentes na Casa de Deus?

7. Temos que nos lembrar que a igreja, o templo de Deus é o lugar onde temos a porta do Céu se abrindo diante de nós, para que os encantos do Evangelho possam se desdobrar a nós pecadores que desejamos ascender um dia aos Céus, e aqui temos a primeira porta para esse grande propósito: a porta do Céu.


2ª porta: A PORTA DO INFERNO. Mt. 16: 18

1. Em Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou aos discípulos: "- Quem diz o povo ser o Filho do Homem?" Disseram: "- João Batista, Elias, Jeremias, ou algum dos profetas." E Cristo perguntou ainda: "- Mas vós, quem dizeis que eu sou?"

2. Então Pedro, matéria explosiva, homem sempre disposto a falar, falou pelos Doze discípulos, dizendo: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo." Então, Jesus disse: "Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela."

3. Isso não significa que a Igreja estaria edificada sobre Pedro. O v. 23 indicaria o contrário, onde vemos as portas do Inferno prevalecendo sobre Pedro. Jesus usou apenas um jogo de palavras, que também coincide no Português, sobre Pedro, uma pequena pedra, um seixo, e Cristo, a Rocha eterna, inamovível.

4. Mas o que significam as "portas do Inferno?" A palavra "inferno" aqui é a tradução de "hades" do grego, e significa sepultura. (Dicionário Grego de Strong, em Mat. 16:18).

5. E com efeito, Jesus Cristo quebrou poderosamente os grilhões da morte, Ele rompeu as portas da sepultura, e a Sua Igreja não ficará presa. Disse Ele: "Eu sou a Ressurreição e a Vida".

6. Quando Moisés foi sepultado, logo depois o Filho de Deus o chamou, para que saísse do túmulo. Então Satanás se apresentou para impedi-lO. Mas Cristo, o Arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, disse apenas: "O Senhor te repreenda, Satanás", porque as portas do inferno não prevaleceriam sobre a igreja de Deus. E Moisés pôde ser ressuscitado e assunto ao Céu.

7. Aguardamos o dia de fulgurante glória, quando virá o Salvador em Sua 2a vinda, para ressuscitar o Seu povo, numa poderosa demonstração de que as portas do inferno, as portas da sepultura, não prevalecerão sobre a Sua Igreja.

3ª porta: PORTA DE JUSTIÇA. Sl. 118:19.

1. Diz o salmista: "Abri-me as portas da justiça; entrarei por elas e renderei graças ao SENHOR."

2. Muitos entram pelas portas da injustiça. Mas aqui temos a prece de alguém que estava querendo entrar pelas portas da justiça e pede que se abram.

3. De quem é esta porta? O v. 20: "Esta é a porta do Senhor". Não poderia ser do homem, pois não há justiça nele. Não há nenhum justo, nenhum sequer, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus. A Bíblia diz que o homem não é justo, a experiência nos ensina que o homem não é justo, e toda a nossa natureza diz que o homem não é justo.

4. Então, quem entrará pelas portas da justiça? "Por ela entrarão os justos". (v. 20). Mas se todos são pecadores, tem que haver um segredo. Como podem entrar lá? As portas de justiça estarão abertas somente para aqueles que têm a chave: a fé é a chave que tem poder de abrir as portas da justiça.

5. Em 1o lugar, somos justificados pela fé em Jesus Cristo, que esteve aqui na terra para andar em justiça, para nos garantir a entrada pelas portas da Sua justiça.

6. Depois que somos justificados mediante a fé, Deus nos considera justos, como se nunca antes tivéssemos cometido um só pecado; então começa um processo de santificação, pelo qual somos introduzidos às portas de justiça.

7. Você já entrou pelas portas da justiça de Jesus Cristo? É somente Ele que nos pode dar justiça, e é mediante a fé na Sua obra e no Seu poder que Ele tem de nos salvar. Se você crê em Jesus, pode entrar pelas portas de justiça e ser salvo.

8. E então, à semelhança do salmista, você entrará por elas e renderá graças ao Senhor, porque quando você compreender o grande significado desta Salvação, você terá uma profunda gratidão para expressar a Jesus que é chamado "o Senhor, Justiça Nossa". (Jer. 23:6).

4ª porta: A PORTA DOS LÁBIOS. Sl. 141:3

1. O salmista Davi orou, numa fervente prece, invocando o nome de Jeová, dizendo: "Põe guarda, SENHOR, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios." E ele era o grande rei de Israel, que pela lógica podia falar o que quisesse, sem interferência de ninguém. Como precisamos orar e cuidar da porta de nossos lábios, nós que não somos reis aqui nesse mundo. Mas não esqueçamos que de fato somos reis no reino da graça de nosso Senhor Jesus Cristo (Apo. 1:6).

2. Muitas pessoas falam precipitadamente, e então, para se justificar, dizem: "Ah, falei sem pensar!" Como seria diferente se essas pessoas pensassem antes de falar! Como seria diferente, se elas se lembrassem de que Deus nos deu dois ouvidos e uma língua, para que nos ocupássemos mais em ouvir do que em falar.

3. Quão preciosa é a vigilância à porta dos lábios, guardando-os, acautelando-nos, para deles saiam apenas palavras próprias, comunicando graça, conforto e ânimo aos que nos ouvem.

4. Quantas vezes temos falado palavras que saem pela porta dos nossos lábios, palavras rudes, apressadas, injustas; outras vezes, são piadas vulgares, indecentes; outras ocasiões, são palavras acusadoras.

5. Quão diferentes seriam os resultados, se nossas palavras fossem sempre:
- palavras agradáveis: que podem agradar aos outros, para que se sintam bem ao nos ouvir falar, e não que fiquem furiosos, irados.
- palavras nobres: que são usadas pela "nobreza cristã", por pessoas educadas, refinadas, palavras que ajudam a enobrecer aos outros.
- palavras escolhidas: você pode escolher as palavras e calcular o seu respectivo efeito. Se eu disser àquela pessoa tal e tal coisa, de tal e tal modo, como é que ela vai se sentir? Quais serão os resultados e qual será a minha influência? Para o bem ou para o mal?

6. O que teremos de fazer para alcançarmos esse ideal cristão? Mais oração. Temos de orar mais fervorosamente, para que Deus opere em nós e guarde a nossa boca, e vigie a porta dos nossos lábios. Se há necessidade de muita oração e vigilância, então é exatamente nesse ponto que devemos buscar mais a Deus.

5ª porta: A PORTA DA GRAÇA. Luc. 13:24

1. Alguém perguntou: "Senhor, são poucos os que se salvam?" Jesus não respondeu diretamente. Ele fez um veemente apelo, deixando claro que nosso interesse primário deveria ser, não quantos se salvarão, mas se nós mesmos estaremos salvos. Disse Ele: "Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão. Quando o dono da casa se tiver levantado e fechado a porta, e vós, do lado de fora, começardes a bater, dizendo: Senhor, abre-nos a porta, ele vos responderá: Não sei donde sois. Então, direis: Comíamos e bebíamos na tua presença, e ensinavas em nossas ruas. Mas ele vos dirá: Não sei donde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais iniqüidades." (Luc. 13:24-27).

2. Alguns pensam que a porta da graça jamais se fechará. Mas a própria expressão "porta" já indica que haverá um limite. Uma porta indica limitação, especialmente quando está fechada, e quando está aberta, a possibilidade é que pode se fechar. A graça, sim, terá limite: ela pode acabar. Então, não haverá mais possibilidade de salvação para mais ninguém.

3. A porta da graça é estreita, apertada. Alguns afirmam que tudo é muito fácil. Antes do Dilúvio, os homens também pensavam assim. As 5 virgens insensatas também pensavam assim. E hoje, os homens que amam as coisas do mundo, também pensam da mesma forma, que "Deus finalmente salvará a todos, que não há o de que se preocupar!"

4. Mas o que disse Jesus? "Esforçai-vos!" A palavra em grego indica o sentido de "agonizai-vos!" É preciso exercitar-nos na prática de nossa vida cristã, empenhar-nos em buscar a graça de Deus, sem desistirmos jamais, aconteça o que acontecer.

5. Vamos preparar-nos dia a dia para enfrentar as nossas lutas, provas e tentações, a fim de que nos purifiquemos e nos fortaleçamos cada vez mais para o reino de Deus. Vamos valorizar o tempo que temos nesta vida, que é um tempo de graça, enquanto a porta está graciosamente aberta. Porque um dia se fechará a porta da graça, e como nos dias de Noé, muitos procurarão entrar e não poderão.

6. Haverá um tempo nos últimos dias em que os homens famintos, mas não de pão, e sedentos, mas não de água, procurarão a Palavra de Deus, mas não a acharão. Viajarão por todos os continentes, com o objetivo de alcançar um lenitivo, uma palavra de consolação, de esperança, de salvação, para lhes acalmar os temores, mas será inútil (Amós 8:11-12). Então, poderão dizer: "Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos" (Jer. 8:20).

7. O grande pregador Dwight Moody estava pregando num salão, e ele notou que um jovem estava sob a convicção do Espírito Santo, e o jovem ficando depois da pregação foi falar com o pastor Moody, disse: "Pastor, eu quero seguir a Jesus." Moody disse: "Jovem, aceite a Jesus hoje. Hoje é o dia." "Não, pastor, hoje não, eu tenho alguns negócios lá na cidade, eu vou terminar esses negócios, e depois de terminar esses negócios sim, eu vou aceitar a Jesus." O pastor disse: "Não, jovem, você deve aceitar agora, deve aceitar nesse momento." Ele disse: "Pastor, eu preciso terminar esses negócios, mas eu prometo que depois de terminá-los, eu vou aceitar a Jesus Cristo.
O jovem saiu daquele lugar, ele foi fazer os seus negócios. E um dia, muito depois, o pastor se encontrou com ele na rua e disse: "Como é, jovem, ainda não fez a sua decisão?" Ele disse: "Ainda não, pastor, ainda não, mas logo mais eu vou fazer, agora eu estou muito ocupado, tenho muito a fazer."
Pouco tempo depois veio um aviso ao pastor de que esse jovem estava no hospital, doente. O pastor foi lá, o pastor foi falar com ele, disse: "Jovem, como é? Já fez a sua decisão?" Ele disse: "Não, mas eu estou muito doente, o médico não me deu muita esperança, eu posso morrer, e se eu tomar uma decisão agora, o povo vai dizer que eu tomei essa decisão com medo de morrer. Eu não quero tomar a decisão pressionado ou com medo. Espere um pouco mais; se eu melhorar, se Deus me der saúde, então eu vou seguir a Jesus; mas agora não." O pastor saiu muito triste, mas o jovem melhorou, foi curado e saiu do hospital.
E o pastor foi visitá-lo, e disse: "Jovem, agora, vamos fazer essa decisão?" Ele disse: "Agora não, agora eu estou muito ocupado! Um pouco mais tarde!"
O tempo passou e mais uma vez o jovem adoeceu, e o pastor foi visitá-lo no seu leito de dor, já muito fraco pela enfermidade, e o pastor disse: "Como é, jovem? Vai fazer a sua decisão agora?" O jovem falou alguma coisa que o pastor não podia entender, mas notou que os seus lábios estavam se mexendo e ele colocou o ouvido bem perto para ouvir o que este jovem estava dizendo, ele estava citando um texto bíblico, as palavras que achamos em Jer. 8:20: "Passou a sega, findou o verão e não estou salvo."
O pastor disse: "Jovem, ainda há tempo, você ainda tem vida, aceita agora a mensagem de Deus." Ele mais fraco ainda, quase não deu para ouvir, disse: "Passou a sega ... findou ... o verão ... e não estou salvo." O pastor fez mais um apelo ainda, disse: "Jovem, Deus ainda o ama, você ainda pode aceitá-Lo, aceita agora." Mais uma vez ele repetiu as palavras. Agora as suas forças o estavam deixando, estava ficando cada vez mais fraco. Ele disse: "Passou a sega ... findou ... o verão ... e eu não estou salvo."

8. E você? Vai deixar a porta da graça se fechar? Ou vai aproveitar a oportunidade de salvação que Deus lhe dá hoje, agora mesmo?

6ª porta: A PORTA DO CORAÇÃO. Apo. 3:20.

O apóstolo João apresenta-nos a Cristo, dizendo-nos: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo."

1. Este é um quadro comovente: o Senhor da glória, o próprio Criador do homem, batendo à porta do seu coração, pedindo entrada.

2. Mas Ele não força a porta.
Um artista, certa vez, pintou esse quadro. Alguém contemplando-o, apreciou muito o quadro, mas fez uma observação, e disse ao pintor: "O quadro está quase perfeito; só falta um detalhe". "O que é?", perguntou o pintor. "Você esqueceu a maçaneta!" "Não!", respondeu o pintor. "A porta do coração não tem maçaneta do lado de fora, só por dentro!"

3. Jesus Cristo faz um apelo para que você abra a porta do seu coração para que Ele possa entrar agora mesmo!

4. Ele quer reinar no trono do seu coração. Ele é o próprio Rei do universo. Será um grande privilégio ter tal Pessoa em nosso coração, morando em nós, habitando em nossos pensamentos, fazendo parte de nossos sonhos, nossas esperanças.

5. Ele quer ter comunhão com você: cear com você, falar a você, ouvir a você , andar com você, e ajudá-lo. Ele quer alimentar-nos com o pão que desceu do Céu. Ele quer mitigar a nossa sede espiritual. Atende ao Seu apelo.

7ª porta: A PORTA DA CIDADE DE DEUS. Apo. 22:14

1. "Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas."

2. "Bem-aventurados". Isto significa felicidade celestial; não será como a felicidade efêmera e transitória aqui desta Terra.

3. Quem será bem-aventurado? Aqueles que lavam as vestes do seu caráter. Nossos trapos de imundície precisam ser lavados, purificados, embranquecidos.

4. Mas qual é o meio de purificação? O único meio, o único recurso confiável indicado pelo Céu, é o sangue de Jesus! Ele derramou o Seu preciosíssimo sangue na cruz do Calvário, a fim de que nos pudesse alvejar e purificar-nos completamente. "O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado" (1João 1:7).

5. Qual será a bem-aventurança? O que acontecerá com os que são lavados no sangue de Jesus? Eles entrarão na cidade santa pelas portas! O sangue de Jesus abriu as portas do Paraíso eterno! O sangue de Cristo nos possibilitou entrar pelas portas da cidade de Deus, a cidade dos nossos sonhos, cujas portas uma vez penetradas, selarão a nossa redenção eternamente!

CONCLUSÃO

1. Vamos atentar para as 7 portas da Bíblia, que nos advertem e nos incitam para a Salvação e a vida eterna.
2. Vamos, sobretudo, abrir a porta de nosso coração ao Salvador, a fim de podermos entrar pelas portas do Paraíso eterno.
3. Que nós possamos dizer naquele dia, com toda a certeza de salvação: "Passou a sega, findou o verão e nós estamos realmente salvos, graças a Deus, eternamente redimidos!"

Hinos sugeridos: HA, 188, 184.
Roberto Biagini
Mestrado em teologia
prbiagini@gmail.com

sábado, 12 de maio de 2012

O Homem que Deus não pode salvar


O título de nosso assunto de hoje é: O Homem que Deus Não Pode Salvar. Parece estranho esse pensamento! Não é Deus Onipotente? Não é Ele Todo-Poderoso? Não diz a Bíblia que para Ele tudo é possível? Como, então, imaginar que Ele não poder salvar a alguém?

Há três teorias sobre o assunto:
Os calvinistas afirmam que Deus pode salvar a todos, mas destinou muitos para a salvação e muitos para a perdição, independente de qualquer poder ou influência.

Os universalistas afirmam que não só Deus pode salvar, como de fato salvará a todos os homens e mulheres, no fim de todas as coisas.

Os agnósticos, entretanto, afirmam que Deus não pode salvar a ninguém, porque Ele Se encontra muito longe de nós.

O que a Bíblia diz sobre isso? De fato, a Bíblia sustenta que Deus é Onipotente. Para Deus todas as coisas são possíveis. 

Ele tudo pode:
– Ele criou todo o Universo.
– Ele mantém todo o Universo.
– Ele já salvou a muitos dos piores criminosos deste mundo.
Portanto, para Deus, tudo é possível.


I – MAS HÁ UM HOMEM QUE DEUS NÃO PODE SALVAR 

Você sabe qual é esse homem? O homem que Deus não pode salvar é o homem satisfeito consigo mesmo.

E temos aqui na Bíblia a prova dessa afirmação:
Luc. 18:9-12 – "Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. "

O fariseu estava satisfeito com a sua vida. Compareceu diante de Deus para mencionar os seus méritos, para gabar-se de quão bom ele era.

"Não sou como os demais homens." Quantos hoje nos seus dias pensam como este fariseu: "Não sou um homem mau, não mato, não roubo, não faço mal ao próximo." Como o fariseu de outrora, cantam um hino de louvor a si mesmos. Nada pedem a Deus, eles já são bons, Deus tem o dever de aceitá-los.

Há outras declarações do fariseu, que podemos ouvir hoje dentro da própria igreja cristã: Verso 12 – "Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho."

Em linguagem moderna: "Fui batizado, pertenço à igreja, freqüento os cultos, tomo parte nas atividades da igreja, contribuo para a causa do evangelho. Faço tudo isso. Graças a Deus que eu não sou como os outros tão negligentes nessas coisas tão importantes da vida cristã."

É possível fazer estas coisas, boas sim, necessárias, próprias de um cristão sincero – é possível fazê-las por mera formalidade e apresentá-las a Deus como prova de bondade e merecimento.

Perto do fariseu estava o publicano. Os publicanos homens desprezados pelos judeus porque eram coletores de impostos para os romanos. Esse homem não via nada de bom em si mesmo. Se fazia boas obras, não ousou mencioná-las a Deus; que eram as suas boas obras para comprar os bens do Céu?

O publicano viu que suas obras não podiam comprar o favor do Céu. O publicano sentiu sua pobreza, o seu pauperismo espiritual. Sentia nada ter para o recomendar a Deus. Se alguma coisa pudesse ganhar, seria imerecido, seria tudo baseado na misericórdia divina.

Ele, o publicano desprezado, olhou para si mesmo, vendo a sua profunda necessidade, e apresentou-se diante de Deus com apenas um argumento – o argumento da sua própria necessidade: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador." (Luc. 18:13).

Como Jesus terminou a Sua história? Ele disse que o fariseu voltou vazio, enquanto que este publicano foi justificado.

Realmente, o fariseu representa o homem que Deus não pode salvar porque ele está satisfeito consigo mesmo, cheio de justiça própria, não sente a sua necessidade.


II – QUAIS OS CARACTERÍSTICOS?


Quais são os característicos do homem satisfeito consigo mesmo, o qual Deus não pode salvar?

1) O homem satisfeito consigo mesmo é o homem que não se arrepende.


Lemos estas palavras de Jesus em Luc. 5:31-32 – "Respondeu-lhes Jesus: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento."

Levi Mateus dera um grande banquete em sua casa, e convidou a Jesus e aos seus amigos que também eram publicanos como ele era, e havia sido distinguido por Jesus.

Entretanto, os fariseus começaram a murmurar e acusar os discípulos de Jesus, dizendo que comiam e bebiam com os publicanos e pecadores.

Foi aí que Jesus, não podendo deixar passar essa oportunidade para lhes dar mais uma lição, defendendo os publicanos, justificando sua atitude para com eles, e ao mesmo tempo ensinando e advertindo por que muitos jamais se salvarão.

"Os sãos não precisam de médico", ou seja, os que se consideram sãos, os que a si mesmos se julgam bons, justos – estes não precisam de Sua ajuda, ou melhor: é impossível ajudá-los. Apenas os doentes, os que reconhecem, os que reconhecem a sua enfermidade é que precisam do Médico dos médicos.

E Ele acrescenta: "Não vim chamar justos, e sim, pecadores ao arrependimento", porque os justos não precisam de arrependimento, os que se julgam justos, eles não se arrependem; na realidade, eles não podem se arrepender enquanto estão nessa condição de justiça própria.

O 1º característico – falta de arrependimento – porque não há reconhecimento do pecado.

E Cristo contou noutra passagem a necessidade de arrependimento: Luc. 13:4, 5 – "Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis."

Os judeus diziam que aqueles homens que foram acidentados pela torre de Siloé eram grandes pecadores e culpados diante de Deus e que era por isso que eles foram castigados. Mas Jesus corrigiu esse conceito e ensinou que não há salvação sem arrependimento: "Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis."

E não basta apenas confessar o pecado, externamente, sem reconhecê-lo. Há no Antigo Testamento dois exemplos marcantes que ilustram esta verdade: 1) Lemos em 1Sam. 15:24, que Saul proferiu estas palavras: "Pequei, pois transgredi o mandamento do Senhor!" 2) e também lemos acerca de Davi que ele disse em 2Sam. 12:13: "Pequei contra o Senhor!" 
Ambos confessaram as mesmas palavras. Saul pecou porque não matou. Davi pecou porque matou. Um foi aceito, o outro foi rejeitado. Um foi destronado e se perdeu; o outro, Davi, continuou no trono e se salvou.

Por quê? A diferença está no fato de que Davi se arrependeu, Saul não. Saul era um homem satisfeito consigo mesmo: achava que não necessitava de arrependimento. Davi, porém, experimentou um profundo arrependimento.


2) 2º característico: O homem satisfeito consigo mesmo não crê em Jesus.


Gên. 4:3-5 nos apresenta a triste história de Caim e Abel. De acordo com o plano divino, os dois irmãos deveriam trazer ofertas de animais. Devia haver derramamento de sangue. Isso representava o sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus.

Abel mostrou sua fé no vindouro Messias, quando apresentou sua oferta de animal, imolando o cordeiro, derramando o sangue, e crendo que Deus haveria de prover o sangue que purifica de todo pecado.

Caim, porém, ao trazer os seus frutos, revelou em sua oferta, que não possuía fé para crer em Jesus, o Messias vindouro. Ele estava satisfeito consigo mesmo e com suas realizações.

E não basta, aparentar ser um seguidor de Cristo. É preciso crer nEle de fato.

No Novo Testamento, temos outros dois exemplos: Pedro, que negou a Jesus. (Luc. 22:62) e Judas, que O traiu. (Mat. 27:35). Judas representa o homem que Deus não pode salvar: ele não crê em Jesus Cristo.

Judas não se submeteu a Cristo, porque não acreditava nEle como seu Salvador pessoal. Ele O seguia como um dos Doze discípulos, a fim de conseguir vantagens temporais. Nunca quis se arrepender; nunca aceitou a Jesus, não cria nÊle. Também estava satisfeito consigo mesmo: para que deveria ele crer em Jesus?

Entretanto, Pedro representa ao homem que Deus pode salvar completamente, embora tenha cometido graves e hediondos pecados, em muitas vezes e de muitas maneiras. Pedro nunca estava satisfeito, ele sempre ansiava por Jesus e cria nÊle como o seu Salvador.

Ele disse, apesar de errar muitas vezes: "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus." (João 6:68-69). 
Aqui está o segredo: Não importa a nossa vida passada, não importa quão pecadores nós fomos um dia, não importa se nos tornamos grandes pecadores. O que importa é a nossa fé para crer que Jesus Cristo é o nosso poderoso Redentor, que derramou o Seu sangue para nos purificar, e que Ele nos libertará dos nossos pecados, aqui e agora, se tão somente nós o aceitarmos como o nosso suficiente Salvador.

3) 3º característico: O homem satisfeito consigo mesmo não tem amor pela verdade.

O apóstolo Paulo fala desta classe de pessoas desse modo, em 2Tess. 2:10 – "e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos." Por que perecem? Porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos.

Os ímpios não só rejeitam a verdade, como também não acolhem o amor pela verdade para serem salvos. Eles não podem ser salvos enquanto não amarem a verdade. Mas se estão satisfeitos consigo mesmos, eles não crerão na verdade, eles não amarão a verdade e não serão salvos, Deus não pode salvá-los por isso.

Tal atitude não se relaciona à verdade no sentido geral, mas se refere à verdade salvadora do Evangelho, que eles não amam tanto a ponto de buscarem a salvação com todo o seu empenho e serem beneficiados.
O cristão nunca está satisfeito consigo mesmo. Por isso, ele crê em Deus e na Sua verdade, e ele a aprecia mais e mais, a ponto de sempre buscar a verdade, conhecer a verdade e praticá-la em sua vida. Ele vê que a verdade do Evangelho é poderosa para salvá-lo, e ele a ama.

Os ímpios estão satisfeitos consigo mesmos. Portanto, não acolheram o amor da verdade para serem salvos. 
– Eles poderiam ser salvos pela verdade do Evangelho, porque o Evangelho tem poder para salvar.
– Eles poderiam se regozijar pela verdade, e pelos excelentes resultados do Evangelho em sua vida.
– Eles poderiam crer na verdade, porque essa possibilidade existe para todos os seres humanos.

No entanto, os ímpios têm outra atitude:
– Eles crêem na mentira.
– Eles amam a apreciam o erro.
– Eles se regozijam na injustiça.
– Eles se permitem iludir pelos enganos de Satanás.
– Eles não têm nenhum amor pela verdade salvadora do Evangelho, porque estão satisfeitos consigo mesmos e desse modo não podem ser salvos, a menos que mudem sua atitude.

III – COMO PODE O HOMEM DESPERTAR?

Como podemos ver nossa condição espiritual? Como podemos sentir nossa necessidade de Deus?

Ninguém por si reconhece os seus erros e pecados. "Enganoso é o coração ...", diz a Bíblia.

Como é que fala uma pessoa satisfeita consigo mesma? Apoc. 3:17 – "Dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu." O diagnóstico divino é: "Nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu."

Como pode ser mudada essa atitude de justiça própria e auto-satisfação? Apoc. 3:18-19 – "Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. "

Jesus Cristo dá esse conselho. Necessitamos de:
1. Ouro refinado – a fé que opera por amor.
2. Vestiduras brancas – a justiça de Cristo.
3. Colírio – a graça do Espírito Santo.

E no verso 19 temos a certeza do amor de JC, e o apelo ao arrependimento. O verso 20 apresenta o quadro de JC à porta do nosso coração esperando que Lhe demos entrada.
Como reconhecer nossa necessidade? Necessitamos do colírio do Espírito Santo e: 
– Ele nos revelará a verdade. 
– Ele nos convencerá do pecado, da justiça e do juízo.
– Ele nos mostrará a Jesus.
– 
"O desconhecimento dEle é que dá aos homens uma tão alta idéia de sua própria justiça. Ao contemplarmos Sua pureza e excelência, veremos nossa pobreza e defeitos, como realmente são.." – Parábolas de Jesus, página 159.

"Quanto mais nos achegarmos a Jesus e mais claramente discernirmos a pureza de Seu caráter, tanto mais claramente discerniremos a extraordinária malignidade do pecado, e tanto menos teremos a tendência de nos exaltar." – Parábolas de Jesus, página 160.

Paulo disse em 1Tim. 1:15 – "Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal."

Conta-se que Lady Hamilton muitas vezes visitava as prisões a fim de animar e ajudar os reclusos. Um dia ela encontrou um homem que estava completamente arrasado, cheio de pessimismo e sinistros pensamentos.

Ela procurou consolá-lo, mas ele respondeu:
– Sou um grande pecador.
– Louvado seja Deus – a Lady respondeu.
Então o prisioneiro acrescentou:
– Sou o mais ímpio de todos os pecadores.
– Louvado seja o Senhor – disse outra vez Lady Hamilton.

Não compreendendo o que ela queria dizer, o prisioneiro perguntou:
– Por que diz a senhora assim, visto que professa ser cristã?

Então ela tomou a Bíblia e calmamente leu para ele este verso: "Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal." 

Entreguemo-nos inteiramente a Jesus, contemplemos o Seu maravilhoso caráter, toda a Sua perfeição. Só, então, teremos um vislumbre de nossa necessidade.

"Fiel é a palavra" de que realmente Jesus Cristo veio salvar pessoas tão pecadoras como nós somos. "Se, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo." (Apo. 3:19-20).

Se você não está satisfeito consigo mesmo, se pelo Espírito Santo você sente o seu pecado, você pode ser completamente salvo. Entregue-se agora mesmo a Jesus, que disse: "O que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora" (João 6:37). Portanto, vamos a Ele.


Pr. Roberto Biagini
Mestrado em teologia
prbiagini@gmail.com

Ser Mãe: Missão Sagrada

Uma das mais belas homenagens é a que se presta às mães, no segundo domingo de maio. Mãe — quanta tinta já não foi usada para descrever esta palavra!



Tudo começou com Anne Jarvis. No dia 9 de maio de 1906, essa moça perdera a mãe, a quem muito amava. Ao comemorar o primeiro aniversário da morte de sua genitora, Anne lhe prestou sentida homenagem. Entretanto, achou que todas as mães, vivas ou mortas, deveriam ser homenageadas. Assim, tomou a iniciativa de escrever uma carta ao governador de West Virginia, Estados Unidos, sugerindo que ele organizasse anualmente uma comemoração especial em homenagem às mães. O Sr. William Glasscock gostou da idéia. Deste modo, já em 1910, baixou um decreto, instituindo oficialmente o ”Dia das Mães”, naquele Estado. Como homenagem a Anne, que dera a sugestão, o governador determinou que as comemorações se realizassem no segundo domingo de maio, data mais próxima da morte da mãe de Anne.


Em 1914, a comemoração se havia estendido pelo país todo, levando o então Presidente Woodrow Wilson a baixar um ato, oficializando o “Dia das Mães” em todo o território norte-americano. Em 1918, a comemoração chegou ao Brasil, sendo realizada pela primeira vez em Porto Alegre, numa iniciativa de moças e senhoras, sob o patrocínio da Associação Cristã de Moços da capital gaúcha. Somente em 1932, o Presidente Getúlio Vargas baixou o Decreto – lei nº 21.366, de 5 de maio, determinando a comemoração oficial do “Dia das Mães” em todo o País .
A iniciativa é, portanto, louvável. E a homenagem, justa e merecida, visto que o papel desempenhado pela mãe é importantíssimo no contexto da sociedade humana.


Há, porém, MÃES e mães.


MÃES são aquelas que se preocupam com a transmissão da herança religiosa a seus filhos.


MÃES são aquelas que educam a criança no caminho do Senhor, buscando na Palavra eterna as diretrizes para uma vida plena e útil.


MÃES são aquelas que, de manhã e à noite, alimentam os filhos com o pão do Céu. Para elas, ”o reino de Deus e a Sua justiça” têm primazia.


MÃES são aquelas que, diante dos problemas da vida, dobram os joelhos para buscar a solução do Céu.


MÃES são aquelas que, desprezando muitas vezes as delícias de um passeio ou qualquer outro entretenimento, ficam junto dos filhos para lhes amparar os passos neste mundo mau.


MÃES são aquelas que se preocupam em viver de maneira simples e modesta, procurando dar um exemplo digno de imitação. São aquelas que, rejeitando os artificialismos tão em voga em nossos dias, se contentam com as graças da vida cristã.


Enfim, MÃES são aquelas que, à semelhança de Joquebede e Eunice, preparam os filhos para esta e para a vida vindoura.


Já mães (com letras minúsculas) são aquelas que se relacionam com os filhos tão – somente por elos meramente físicos e materiais, sem nenhuma conotação moral e espiritual.


O mundo está cheio de “mães artificiais”, produto de uma sociedade de consumo, massificadora. O mundo, lá fora, está cansado de mães sem afeto, sem carinho, sem o temor de Deus, sem nada. Mães que preferem uma vida existencialista; mães que preferem o sabor de frutos proibidos.


O arraial de Deus não deve dar lugar a esse tipo de mãe. O que diríamos da mãe ausente? É triste ver como muitas mães se afastam do lar, fugindo aos deveres domésticos e às responsabilidades para com os filhos! Pobres crianças! Todos sabemos que, nos primeiros anos, a criança assimila muito daquilo que lhe vai nortear o caráter através da vida. É nos primeiros anos que se lança a semente de uma personalidade sadia e consequente.


No arraial de Deus não deve haver mães negligentes quanto ao altar da família. Quanta mãe moderninha já não aposentou o estudo da lição e a leitura da Palavra de Deus! Muitas delas estão preocupadas com novelas e contos fantasiosos. “Já é hora de ir para a cama, menino” dizem muitas mães, mais interessadas no enredo da novela do que no diálogo com os filhos.


Hoje em dia, quanta mãe preocupada com o “chá das cinco”! Quanta mãe interessada em conversas frívolas!


No arraial de Deus não há lugar para mães moderninhas, “pra frente”, na “crista da onda”. Não, não há lugar.


A verdade é que muitos filhos estão perdendo o contato com as coisas eternas porque muita mãe por aí relegou a plano secundário sua nobre missão no mundo. Muitos filhos teriam destino diferente, se as mães moderninhas deixassem de preocupar-se apenas com as sobrancelhas, com o esmalte das unhas, com os cosméticos.


A maior herança que a verdadeira mãe em Israel deixa para seus filhos, é a religião prática. A transmissão da herança religiosa está sofrendo solução de continuidade em muitos lares, por causa de mães moderninhas.


Temos, felizmente, muitas mães em Israel ainda. Deus saberá recompensá-las. A Igreja também saberá aquilatar-lhes o trabalho dedicado.


Louvemos ao Senhor neste mês, exaltando a elevada missão das verdadeiras mães em Israel. E nós, filhos, saibamos honrar essas autênticas colunas da Igreja: as MÃES.


Texto Publicado na Revista Adventista de Maio de 1977.


Via Sétimo Dia

Questões Conflitantes Entre Lei e Graça


COMO ENTENDER AS CONFLITANTES DECLARAÇÕES DE PAULO E TIAGO SOBRE LEI E GRAÇA, FÉ E OBRAS, JUSTIFICAÇÃO E SANTIFICAÇÃO?


Nesta seqüência de 10 itens a proposta é de um estudo racional e objetivo da questão da lei divina em face da mensagem da salvação pela graça, um tema muitas vezes mal compreendido pelos cristãos em geral.


O apóstolo Paulo claramente diz que a salvação é tão-só pela fé, sem qualquer mérito humano (Efés. 2: 8 e 9). O profeta Isaías já dissera que até nossas obras de justiça são meros “trapos de imundície” (Isa. 64:6). Nenhuma obra realizada pelo homem é aceitável a Deus—cuja lei é “perfeita” (Sal. 19:7)—em termos de obter méritos para a salvação. Até nossas orações, um ato tão santo de fervor religioso, só conseguem ser ouvidas pela intercessão do Espírito Santo (Rom. 8:26).


Mas após falar da salvação em nada dever-se às obras em Efésios 2:8 e 9, Paulo acrescenta no verso 10: “Somos feituras dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”. Tiago lembra que “a fé, se não tiver obras, é morta” (2:17) e Jesus também declarou: “Se me amais, guardareis os Meus mandamentos” (João 14:15).


Assim, temos uma clara tensão entre o salvar-se pela fé, independentemente das obras da lei, mas a necessidade de demonstrar essa fé pela fiel obediência à lei. Como entender isso?


Introdução


O tema da lei divina em confronto com o da graça não poderia deixar de surgir em matérias teológicas, páginas de ministérios de “apologia cristã” e confronto de idéias em fóruns evangélicos. Todavia, já que prometemos tratar do assunto, temos que primeiramente levantar esta indagação pertinente e abrangente do que será tratado neste estudo:


• As leis do Velho Testamento são, de fato, caducas e não mais aplicáveis aos cristãos sob o novo concerto?


1) A resposta é—sim e não. Há leis que caducaram por cumprirem sua função prefigurativa, como as regras sobre ofertas de cordeiros e manjares, os sacrifícios e normas várias para sacerdotes e povo. Quando João Batista apontou a Cristo como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29) lembrava aos ouvintes o sentido dos muitos cordeiros sacrificados pelos israelitas como expiação dos pecados. Eram o antitipo do grande Tipo, Jesus Cristo.


Contudo, se há leis de caráter temporário, também as há de caráter perene, que se caducassem trariam somente o caos a nível público e privado: “Honra o teu pai e a tua mãe”, “não matarás”, “não furtarás”, “não adulterarás”. . .


Esses preceitos são lembrados pelos vários autores neotestamentários como normativos aos cristãos (ver Efés. 6:1 e 2; Tia. 2:8-10). Paulo deixa isso claro ao mostrar a validade de algumas regras e nulidade de outras para os cristãos, como veremos mais adiante.


As leis bíblicas dividem-se em categorias claras quanto a seus objetivos e vigência. Ao longo dos séculos documentos e autores cristãos têm definido essas leis como sendo moral (expressa nos Dez Mandamentos), cerimoniais, civis, higiênicas, etc.


As mais representativas Confissões de Fé da cristandade, tanto protestante quanto católica, sempre ensinaram essa “divisão” das leis nesse sentido, como é claramente apresentada na Confissão de Fé de Westminster e nos 39 Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra.
Há quem alegue que a Bíblia trata sobre “lei” indicando um só “pacote” uno, indivisível, mas a “divisão” das leis é óbvia pelo próprio fato de que Deus proclamou com Sua própria voz, sobre o Sinai, aos ouvidos do povo reunido, somente os Dez Mandamentos, depois os transcrevendo nas tábuas de pedra, e “nada acrescentou” (Deu. 5:22). Todas as demais regras cerimoniais, civis, higiênicas, etc., foram ditadas para Moisés transcrevê-las nos rolos da lei.


Conclusão: Há mandamentos que eram importantes, mas não devem mais ser cumpridos, e mandamentos que importa obedecer, como o apóstolo Paulo mostra numa clara “divisão” da leis bíblicas ao dizer em 1 Cor. 7:19: “A circuncisão nada é, e também a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de Deus”.


2) Eruditos evangélicos modernos e antigos, bem como confissões de fé históricas (inclusive alguns dentre os principais Reformadores) têm o Decálogo na conta de norma válida de conduta cristã.


Em suas confissões de fé eles jamais alegam que a lei divina foi abolida, substituída por uma “lei de Cristo” (supostamente menos rigorosa) nem levantam a tese de que observar esses mandamentos seria estar apegando-se à “letra da lei” em lugar de inspirar-se apenas em seu “espírito”. Antes, definem as leis divinas como tendo preceitos cerimoniais, civis e morais, estes últimos sintetizados nos Dez Mandamentos.


Entre as declarações eruditas e credos da cristandade com essas claras posições citamos o popular Dicionário da Bíblia de John Davis, a Segunda Confissão Helvética da Igreja Reformada, de 1566; os 39 Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra (de 1571) em seu Artigo VII; os Artigos de Religião Irlandeses (1615); a Confissão de Fé de Westminster (1647); a Declaração de Savóia das Igrejas Congregacionais (1658); a Confissão Batista de 1688 (Filadélfia) com base na confissão de 1677 de Londres; os Artigos Metodistas de Religião (1784); o Pequeno Catecismo presbiteriano, etc. e autores tais como Spurgeon, Wesley, e mais modernamente Billy Graham, Orlando S. Boyer, Harold Brokke, Antônio Neves Mesquita, Pr. Myer Pearlman , Pr. Nilson do Amaral Fanini e vários outros de diferentes denominações evangélicas.


Em hinários de batistas, presbiterianos, congregacionais, metodistas, etc., como o Salmos e Hinos, Cantor Cristão, Harpa Cristã, acham-se hinos de louvor a Deus falando da lei de Deus como norma vigente para todos. Um desses hinos chega a dizer: “Salvação por homens dada, paz fingida, paz comprada, lei de Deus falsificada, tudo rejeitai! Lei de Deus não muda, o Senhor ajuda a quem cumprir sem desistir. . .”


Conclusão: Grandes eruditos cristãos e credos da cristandade sempre reconheceram os diferentes tipos e objetivos das leis divinas segundo seus aspectos civis, cerimoniais, higiênicos. São códigos diversos regidos pela lei moral básica, tal como a Constituição é a “Carta Magna”, base de toda a legislação civil com seus muitos códigos (Código Criminal, Código Comercial, Código Trabalhista, etc.). Os códigos podem ser abolidos e mudados, o que não interferirá na Constituição, enquanto se esta for alterada, afetará tudo o mais.


3) Faz-se necessário que os cristãos entendam melhor os conceitos de justificação e santificação. A justificação é inteiramente pela fé e por ela é que se estabelece “paz com Deus” (Rom. 5:1). Significa a obra de Deus por nós para a salvação, centralizada na cruz de Cristo. Em conseqüência da aceitação desse fato, dá-se a regeneração, ou novo nascimento, iniciando-se daí o processo de santificação, que representa a obra de Deus em nós por conceder-nos o Seu Espírito e derramar o Seu amor em nossos corações (Rom. 5:5). Trata-se de uma obra vitalícia de crescimento gradual e contínuo na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Ped. 3:18)—conseqüência, não base, da experiência de salvação.


Conclusão: A obediência aos mandamentos da lei de Deus situa-se no campo da santificação, e não da justificação. Significa a aceitação de Cristo como Senhor após tê-Lo aceito como Salvador.


4) O princípio da genuína obediência, que resume o teor de todos dos mandamentos divinos, é o amor. Assim Jesus resumiu (não substituiu) os mandamentos em a) amar a Deus sobre todas as coisas e b) amar ao próximo como a nós mesmos. Ele está citando declarações do Velho Testamento (Mat. 22: 34-36, cf. Deu. 6:5; Lev. 19:18). O mesmo princípio básico de amor é também o do Seu “novo” mandamento: João 13:24.


Conclusão: Sobre esse princípio moral do amor é que se constroem os concertos, tanto o novo quanto o velho (ver também Rom. 13:8-10). As leis divinas sempre, em todos os tempos, se basearam no amor.


5) Certos expositores bíblicos fazem grande confusão em púlpitos, prelos e processadores de texto quanto ao tema da lei nas epístolas paulinas. Essa incompreensão é perigosa, à luz de II Ped. 3: 15 e 16, pois os que assim agem são chamados de “ignorantes”, “instáveis” e “insubordinados”.


Não percebem o sentido das palavras do apóstolo Paulo quando fala negativamente sobre a lei em alguns textos, tratando, porém, dela noutros lugares em termos positivos e citando seus mandamentos como válidos. Isso se deve entender à luz dos conceitos de justificação pela fé e santificação. Vejamos estes paradoxos bíblicos:


a) Textos em que Paulo trata “negativamente” da lei: Rom. 3:20-24; 5:20; 6:14, 15; 7:6; 8:3; Gál. 2:16-19; 3:10-13; 5:4; Efé. 2:7, 8; 15.


b) Textos em que Paulo confirma a validade da lei como norma de conduta para os cristãos e a exalta, dizendo que tem “prazer” na mesma: Rom. 3:31; 7: 7, 14, 22; 8: 4; 13:9-10; 7:19; Gál. 5:14; Efé. 6:1, 2.


Como entender isso? A explicação é simples—aqueles que têm a lei como fonte ou meio de salvação, colocando sua obediência na área da justificação, só podem estar sob a sua maldição pois “pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rom. 7:7). Estes podem até vir a perder a salvação se antes estivessem firmados na graça: “De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na lei, da graça decaístes” (Gál. 5:4). Deixando de confiar nos méritos de Cristo por incluir suas obras como meio de salvação, negam sua experiência de genuína fé na obra completa, perfeita e meritória de Cristo para a salvação de todo aquele que crê.


6) Dois episódios ilustram a harmonia entre a lei e a graça tanto no Velho quanto no Novo Testamento:


a) No Velho Testamento: Ao proclamar solenemente a lei dos Dez Mandamentos no Sinai Deus declarou, antes mesmo de pronunciar o primeiro mandamento: “Eu sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egito” (Êxo. 20:2). Esta é uma revelação de Sua graça. Segue-se a enunciação da lei nos vs. 3 a 17.


b) No Novo Testamento: Ante a mulher pecadora Cristo primeiro apresentou-lhe Sua graça perdoadora—“Nem eu tão pouco te condeno”. A seguir, apresenta-lhe a lei: “vai e não peques mais” (João 8:10, 11).


Assim, a obediência aos mandamentos de Deus (obras) não contraria o princípio de justificação pela fé somente, antes é sua conseqüência, situando-se no campo da santificação. Daí a declaração do apóstolo Tiago: “A fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tia. 2:17, cf. Efé. 2:10).


Conclusão: Como dois trilhos de uma ferrovia correm paralelamente e dão o equilíbrio necessário para o avanço da composição, assim se dá com a graça e a lei, a fé e as obras, a ação de Deus e a resposta do homem no processo de justificação, santificação até a glorificação final.


7) Um fator de incompreensão do tema das leis bíblicas é o que Paulo diz em 2 Coríntios 3 sobre o “o ministério da morte, gravado com letras em pedras” em contraste com o “ministério da justiça”, pelo qual os cristãos se apresentam como cartas escritas “não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração” (vs. 9 e 3).


Paulo aí contrasta os que vivem sob o regime da “condenação”, por não terem experimentado a salvação em Cristo, com os que aceitaram os termos do novo concerto, portanto tendo a lei divina, não meramente como letra gravada em pedras, mas escrita em seus corações e mentes pelo Espírito de Deus, segundo a promessa desse novo concerto (Heb. 8:6-10). O salmista fala de tal experiência (Sal. 40:8).


Os que viviam ainda sob o “velho concerto” eram aqueles mesmos que Cristo tanto criticou, por se preocuparem mais com a letra “que mata” do que com o espírito da lei. Foi o caso de Suas críticas à prática do dizimar (Mat. 23:23).


Cristo não os condenava por dizimarem, mas por se preocuparem tanto com as tecnicalidades do ato, no dividir o endro, a hortelã e o cominho, que perdiam de vista os aspectos espirituais da ordenança.


Paulo não viveu em época tão posterior à de Cristo, e ele mesmo havia sido fariseu, portanto conhecedor da mentalidade de seus ex-companheiros de fé. Confundir a lei, que ele considerava “santa, justa, boa, prazenteira, digna de se ter em mente” (Rom. 7:12, 14, 22, 25) com um “ministério da condenação” não faz sentido, sobretudo quando ele confirma que “a lei é boa se alguém dela usar legitimamente” (1 Tim. 1:8). Iria Deus mandar reunir Seu povo para o solene evento da entrega da lei, e oferecer-lhe uma lei de morte?!


Ademais o problema desse “ministério de morte” não estava na lei, que é perfeita (Sal. 19:7), e sim no povo, que não percebia o caráter mais profundo e espiritual da mesma.


Conclusão: Por não entenderem a diferença entre “lei”, “concerto” e “ministério do Espírito” e “ministério da condenação” muitos deixam de perceber que Paulo não está diminuindo a importância da lei moral como norma de conduta cristã, em II Coríntios 3, e sim contrastando atitudes quanto à lei.


Ele contrasta o que significa viver sob o regime do velho concerto, mais preocupados com a letra, com a vida dos cristãos que compara com cartas escritas com o Espírito divino, tendo a lei, não como letras nas frias tábuas de pedra, mas registrada em seus corações aquecidos pela divina graça (ver Rom. 8:3 e 4 e Sal. 40:8).


8) Longe de ensinar que o Novo Testamento representa um novo concerto sem a lei moral divina básica expressa nos Dez Mandamentos, o autor de Hebreus mostra que aos que aceitarem os termos do Novo Concerto (ou Novo Testamento) o próprio Deus escreveria a Sua lei em seus corações e a imprimiria em suas mentes (Heb. 8:6-10; 10:16).


Já vimos como Paulo compara o cristão sob o novo concerto com uma “carta, escrita em nossos corações, conhecida por todos os homens . . . escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações” (2 Cor. 3:1-11).


No novo concerto, firmado sobre “superiores promessas”, Deus escreve a Sua lei nos corações dos que aceitarem os seus termos, tirando-a das frias tábuas de pedra para gravá-la nos corações aquecidos pela graça divina (ver Heb. 8:6).


Note-se que essa “lei de Deus” é a mesma que constava da promessa original dirigida aos filhos de Israel em Jeremias 31:31-33 e não outra. O ônus da prova fica com quem negue este fato, claramente estabelecido nestes textos. Heb. 10:16 confirma: Deus escreve a Sua lei nos corações de Seus filhos sob a nova aliança.


Os leitores hebreus-cristãos da epístola entenderiam isto perfeitamente. E a promessa de assistência divina para obediência a essa lei acha-se também em Eze. 36:26, 27.


Conclusão: O contexto destes versos (capítulos 8 e 10 de Hebreus) claramente define que se aplicam ao novo “Israel” de Deus, aqueles da dispensação cristã. Afinal, o novo concerto é agora disponível a todos, judeus e gentios, pois o muro de separação foi desfeito com a abolição da “lei cerimonial”—não da “lei moral” (Efé. 2:11 a 22).


Portanto, o tema da lei divina não é coisa do Velho Testamento. Pelo contrário, é componente fundamental do próprio Novo Testamento, por certo em seus aspectos morais, não cerimoniais.


9) Há quem ensine que a “lei de Cristo”, ou Seus mandamentos (como em João 14:15), nada tem a ver com o Decálogo sendo tal “lei de Cristo” a nova norma para os cristãos que traz somente nove dos 10 mandamentos da lei “antiga”, “caduca”, etc. (como se Cristo tivesse rompido com o Pai estabelecendo lei diferente). Embora fale repetidamente da “lei de Cristo”, Paulo também fala da “lei de Deus” com igual força de validade (comparar Rom. 7:22, 25; 13:8-10; com Gál. 6:2 e 1 Cor. 9:21).


Tiago fala da lei como baseada no amor, e a chama de “lei da liberdade” (Tia. 2:8-12). João fala da lei de Deus e de Cristo como se fossem uma só e a mesma, sem distinção, ao longo de suas epístolas, 1 e 2 João (ver, por exemplo, 1 João 2:7; 3:2-4; 21-24; 4: 7-11, 19-21; 5:1-3 e 2 João vs. 5 e 6).


No Apocalipse, o povo remanescente de Deus é caracterizado como os que “guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus” (Apo. 12:17 e 14:12). João descreve uma visão que teve do Templo de Deus, dentro do qual contemplou “a arca da aliança” (Apo. 11:19). Aqueles que conhecem sua Bíblia sabem que nessa arca foram guardados os Dez Mandamentos (Deut. 10:1-5). Por que a João foi mostrada essa “arca da aliança” num contexto claramente escatológico? É que ela representa o trono de Deus que se assenta sobre a justiça (a lei) e a misericórdia (o propiciatório).


Conclusão: A lei de Cristo e a lei de Deus são uma só e a mesma. Jesus declarou: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). Ele acentuou o princípio do amor a Deus e amor ao próximo como base de Seus mandamentos segundo os mesmos princípios básicos da lei de Deus desde o princípio (Deut. 6:5; Lev. 19:18, cf. Mat. 22:37-40). Para Paulo, estar “sob a lei de Cristo” é comparável a estar em harmonia com a lei de Deus (1 Cor. 9:21).


10) Ocorre às vezes um claro equívoco quanto ao teor dos debates de Cristo com os líderes judaicos sobre a validade de suas curas no sábado. Jesus SE DEFENDE da acusação de fariseus e saduceus (e certos religiosos contemporâneos da cristandade) de que violava o sábado esclarecendo ser LÍCITO (em harmonia com a lei) curar no sábado (Mat. 12:12).


O que Cristo condenava não era a prática do sábado por eles, pois Ele próprio era um observador desse mandamento (Luc. 4:16), mas o espírito errado em que o praticavam. Por isso disse que “o sábado foi feito por causa do homem [não só do judeu] e não o homem por causa do sábado” (Mar. 2:27), além de declarar-Se “Senhor do sábado” (Mat. 12:8).


Conclusão: Os líderes judaicos não pervertiam só o sentido do mandamento do sábado, mas também do 5º. mandamento, por exemplo (Mar. 7:8-10), como a prática do dizimar (Mat. 23:23), como visto acima. Cristo, porém, disse ao povo de Seu tempo que era para praticar o que eles diziam, embora sem seguir o mau exemplo deles de “faça o que eu digo, mas não o que faço” (ver Mat. 23:2 e 3). Entre as coisas certas que eles diziam estava a insistência na fiel observância do sábado (Luc. 13:14).


Autor: Prof. Azenilto G. Brito – Ministério Sola Scriptura
Bessemer, Ala., EUA

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