domingo, 20 de novembro de 2011

“Não Me Julgue!” O Evangelho da Tolerância versus Disciplina Eclesiástica

 O evangelho da tolerância é uma tentativa do mundo para ganhar almas e mantê-las na igreja. Aqueles que acreditam neste evangelho criado sob medida afirmam que mais pessoas se unirão à igreja e permanecerão nela se, ao invés de “julgarmos as pessoas,” simplesmente “as aceitemos do jeito que são.” Este evangelho é pregado ainda mais alto quando um membro rebelde é levado a enfrentar a disciplina da igreja.

A base bíblica para este novo evangelho é a afirmação de Cristo em Seu Sermão da Montanha “Não julgueis, para que não sejais julgados”, (Mateus 7:1). Aqueles que abraçaram o evangelho da tolerância insistem que é errado que a igreja exerça disciplina sobre qualquer pessoa. Uma vez que somente um Deus infalível (ou o Espírito Santo) pode realmente julgar alguém, os defensores do novo evangelho afirmam que aqueles que insistem em disciplinar um irmão são hipócritas ou “fariseus”, pois também são pecadores, assim como aqueles que eles estão julgando.
Os adventistas do sétimo dia que acham atraente este evangelho da tolerância o sustentam com as palavras de Ellen G. White. Eles encontram apoio no comentário da Sra. White sobre o Sermão da Montanha: “Cristo não dá aqui permissão, para qualquer homem julgar a outros. No sermão do monte, proíbe fazê-lo. É a prerrogativa de Deus.” (Obreiros Evangélicos, 502). Também citam a declaração de Ellen White a respeito da parábola de Cristo do trigo e do joio (Mateus 13): “Na parábola de Cristo não nos é ensinado que julguemos e condenemos a outros, antes sejamos humildes e desconfiemos do eu.” (Parábolas de Jesus, 74).
Esse artigo analisa brevemente o evangelho da tolerância, argumentando que este evangelho é incoerente, autorrefutável e antibíblico. Além disso, o artigo lança um olhar mais atento sobre Mateus 7:1 e sobre as declarações de Ellen White que são freqüentemente citadas em apoio desta doutrina questionável.
O Evangelho da Tolerância
O evangelho da tolerância argumenta que muitas pessoas pararam de vir à igreja, principalmente porque os membros são muito críticos. Para ser redentora, a igreja deve ser tolerante. Tolerância é equiparada com mente aberta, e quem defende o ensino e práticas bíblicas é visto como um intolerante. Assim, mesmo se uma pessoa está no caminho errado, devemos deixá-la em paz. A igreja não deve discipliná-la.
Há, de fato, alguma verdade na observação que os membros da igreja são muitas vezes hipócritas e muito apressados em julgar seus irmãos e irmãs, quando pecam. Mas os defensores deste ponto de vista erram seriamente quando sustentam que é errado julgar as pessoas que estão em falta. Aqueles que propagam e acreditam neste evangelho da tolerância fazem-no por duas razões principais. Primeiro, eles o confundem (seu evangelho da tolerância), com civilidade, respeito e cortesia. Segundo, muito poucos entendem o que é a verdadeira tolerância.
1. Confundindo Tolerância com Respeito
Meu dicionário define a tolerância como uma “atitude justa e permissiva para com aqueles cuja raça, religião, nacionalidade, etc., diferem da nossa própria.” Tolerância genuína exige que permitamos que a pessoa que abraça crenças que consideramos erradas tenha o direito de fazê-lo. Assim, uma pessoa tolerante é aquela que é cortês e compreensiva. Ele não tem preconceitos contra outras pessoas ou os seus credos e crenças. Nem se intromete ou impõe suas opiniões aos outros. Tolerância, nesse contexto, significa liberdade do fanatismo e de um ponto de vista dogmático.
Esse significado de tolerância (conhecida como “tolerância cívica”) pode ser equiparado a respeito. É uma das virtudes consagradas nas leis e constituições de sociedades civilizadas e democráticas. Respeitamos as pessoas que têm crenças diferentes das nossas. Nós as tratamos de forma cortês e lhes permitimos expressar seus pontos de vista no discurso público, ainda que possamos discordar veementemente deles e lutarmos vigorosamente contra as suas ideias em praça pública.
Mas, embora as pessoas tenham o direito de ter e expressar seus pontos de vista, respeito ou civilidade não deve se confundido com o evangelho da tolerância. Há uma diferença enorme. Enquanto que a tolerância cívica sustenta que todas as pessoas devem ser respeitadas e que suas opiniões devem obter uma atenção cortês, o evangelho da tolerância vai mais longe ao defender que todas as visões e práticas têm igual valor, mérito ou verdade. Tolerar ou respeitar as pessoas (tolerância cívica) é confundido com a tolerar as suas ideias e práticas (o evangelho da tolerância). Segundo este evangelho, nenhuma idéia ou comportamento pode ser contrariado, independentemente de quão educadamente, sem levantar a acusação de ser “crítico”, ”intolerante”, “desrespeitoso”, “intolerante”, “extremista” ou alguma outra acusação dura.
Em outras palavras, o que hoje é pregado pelo evangelho da tolerância não é tolerância de forma alguma, mas uma ideologia de pluralismo nos sistemas de crenças, relativismo (vale tudo) na ética e permissividade no comportamento. Muitas pessoas não percebem que a noção de que todos os pontos de vista e práticas têm igual valor não é apenas falso, mas é, francamente, um absurdo.
O senso comum nos diz que algumas visões são patentemente falsas e algumas práticas são claramente erradas. Nenhuma sociedade civil – por mais mente aberta que afirme ser – pode tolerar todo tipo de idéias e comportamentos. Se assim fosse, não haveria necessidade de tribunais e da polícia para arbitrar entre reivindicações rivais. Existem, em cada sociedade, algumas crenças e valores que são inegociáveis. A anarquia é o resultado, quando a sociedade não pode fazer julgamentos sobre o certo e o errado.
O que é verdade com relação à sociedade também se aplica à igreja. Nenhuma igreja cristã pode legitimamente permitir a permissividade no comportamento de seus membros ou o pluralismo em suas crenças. Embora a igreja deva mostrar respeito a todas as pessoas, também deve declarar que existem alguns pontos de vista que estão errados e algumas práticas que não são moralmente aceitáveis. A disciplina eclesiástica é o meio que a igreja emprega para garantir que os seus membros não acreditem em qualquer coisa ou façam qualquer coisa que desejam. Caso contrário, qual seria a necessidade de uma igreja?
O evangelho da tolerância é, portanto, equivocado, se não herético, quando prega um evangelho que confunde o respeito pelas pessoas com tolerância para com suas idéias e comportamento.
2. Confundindo o Significado de Tolerância
A segunda razão principal pela qual o evangelho da tolerância é muito popular é que poucos compreendem a verdadeira natureza da tolerância. Hoje, se pensarmos que as crenças ou o comportamento de alguém está errado, somos considerados intolerantes, fanáticos, ou de mente estreita. As opiniões morais contrárias são rotuladas como “impor suas opiniões sobre os outros.” O problema é que muitos dos que lançam uma acusação de intolerância sobre os outros não compreendem completamente algumas idéias importantes que são inerentes ao conceito de tolerância.
De acordo com o Dicionário Webster do Novo Mundo (2ª edição), tolerância significa permitir ou autorizar, reconhecer e respeitar as crenças e práticas dos outros, sem compartilhá-las, apoiar ou unir-se a alguém ou algo que não necessariamente gostamos. Observe as seguintes idéias que estão implícitas no significado da tolerância.
1. Tolerância não é pluralismo. O evangelho da tolerância toma o fato claramente observável de que há na sociedade uma pluralidade de visões, valores e práticas, e chega à conclusão ilegítima de que todos os pontos de vista têm a mesma importância ou que não existe qualquer maneira justificável de escolher entre eles. Em outras palavras, ele distorce a lógica quando argumenta a partir daquilo que existe ou daquilo que é (pluralidade de pontos de vista) para aquilo que deveria ser (o pluralismo das crenças e da ética). Nesta visão equivocada, alguém que tenta demonstrar que existe uma maneira certa e uma maneira errada é considerado “dogmático” ou “intolerante”.
Mas, embora a tolerância genuína admita que existem muitos pontos de vista concorrentes acerca de crenças e estilo de vida, ninguém tolera tudo. (Observe a reação dos pregadores do evangelho da tolerância quando alguém rouba seus objetos mais valiosos!) Todos nós fazemos juízos de valor com relação à correção ou incorreção de certas idéias e comportamentos – quer se trate de roubar, matar (guerra, aborto, pena de morte), racismo, homossexualidade, divórcio e novo casamento, pornografia. Uma vez que todos afirmam que algumas coisas devem ou não devem ser tolerados, a verdadeira questão não é se uma pessoa é tolerante, mas sim o que está incluído na lista [de práticas toleráveis] desta pessoa e por que.
2. Tolerância implica em desacordo. Hoje, tudo o que temos que fazer para sermos considerados intolerantes é discordar de alguém, especialmente em determinadas questões polêmicas. Quando isso acontece, o evangelho da tolerância rotula a expressão de opiniões contrárias como “impor seus pontos de vista sobre os outros.” Aqueles que discordam de certos aspectos são considerados fanáticos e de mente estreita.
A verdade, porém, é que não podemos tolerar os outros, a menos que discordemos deles. Nós não “toleramos” as pessoas que partilham os nossos pontos de vista. Não toleramos algo que aceitamos ou ao qual somos indiferentes, porque isso não exige nada de nós. Em vez disso, a tolerância é reservada para aqueles que acreditamos estarem errados.
Infelizmente, esse elemento essencial da tolerância – o desacordo – é muitas vezes perdido no debate atual sobre tolerância. Por exemplo, a maioria dos pregadores do evangelho da tolerância “não me julgue” não podem legitimamente ser considerados tolerantes em relação ao comportamento homossexual, uma vez que não têm qualquer objeção a ele. Por definição, a tolerância implica em você não concordar com o que não gosta.
3. Tolerância implica em intolerância. Um paradoxo frequentemente negligenciado no conceito de tolerância é que no cerne da tolerância há um tipo de intolerância. Uma vez que a tolerância exige um desacordo e uma objeção inicial, segue-se que a pessoa menos tolerante é a pessoa que aceita tudo, porque essa pessoa não necessita superar suas objeções internas.
Por conseguinte, não devemos ser intimidados pelo rótulo de “intolerante”. A pessoa mais intolerante é aquela que não tem, ou tem muito poucas convicções sobre qualquer coisa. Em outras palavras, o cristão que crê na Bíblia (aquele que se apega a crenças “dogmáticas”) pode, ironicamente, ser muito mais tolerante do que seu colega do lado oposto, porque existem muito coisas às quais ele se opõe.
4. Tolerância não é impotência ou coerção. Mas, embora a tolerância implique em um certo tipo de intolerância, ela não significa falta ou abuso de poder. Deixe-me explicar brevemente.
Por um lado, se gostaríamos de parar algo, caso pudéssemos, mas não temos forças para fazê-lo, não somos tolerantes, mas apenas impotentes. Muito do que atualmente se disfarça como tolerância não é tolerância genuína, mas na verdade, covardia – o medo de ser impopular nos olhos da nossa cultura relativista.
No contexto da disciplina eclesiástica, muitas das chamadas igrejas tolerantes, que não disciplinam os membros que erram deixam transparecer sua impotência ou falta de fibra moral. A tolerância genuína implica sempre em uma restrição no exercício criterioso do poder legítimo. Pois Deus investiu a igreja com o poder de disciplina (Mateus 18:15-18). “À igreja foi conferido o poder de agir em lugar de Cristo. Ela é o instrumento de Deus para a conservação da ordem e da disciplina entre o Seu povo. A ela o Senhor delegou poderes para resolver todas as questões concernentes à sua prosperidade, pureza e ordem. Sobre ela impôs a responsabilidade de excluir de sua comunhão aos que são indignos dela, que pela sua conduta anticristã acarretam desonra à causa da verdade. Tudo quanto a igreja fizer de acordo com as orientações dadas na Palavra de Deus será sancionado no Céu.” (Obreiros Evangélicos, pp. 501,502).
Portanto, uma igreja genuinamente tolerante não pode deixar de exercer sua autoridade divinamente investida para disciplinar os membros que erram. Esse exercício pode ter uma cura ou impacto redentor na vida dos membros. “O Senhor deseja que Seus seguidores exerçam grande cuidado ao lidar uns com os outros Devem eles levantar, restaurar, curar. Mas não deve haver na igreja negligência da adequada disciplina.” (Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 264).
Mas, embora a tolerância não seja impotência – a falta de exercício criterioso do poder legítimo – também não é abuso de poder. Se exercermos o nosso poder impondo nossos pontos de vista (estejam certos ou errados) sobre os outros, isto não é apenas intolerância, mas coerção.
Ironicamente, igrejas impotentes – aquelas que toleram todos os tipos de crenças e práticas questionáveis – também tendem a serem as mais intolerantes para com os membros fiéis que procuram defender os ensinamentos e estilos de vida bíblicos. Embora estas igrejas se apresentem como sendo de mente aberta, nem sempre recebem bem os pontos de vista bíblicos que são opostos.
A tolerância genuína, em contraste com o evangelho da tolerância, não é nem impotente nem coercitiva. Ela sempre implica uma limitação no exercício criterioso do poder legítimo. Na igreja, a tolerância genuína se manifesta quando ela tolera todas as pessoas em todas as circunstâncias, atribuindo-lhes respeito e cortesia. Mas ela tolera (permite) apenas crenças e comportamentos que sejam biblicamente aceitáveis.
5. Tolerância não é indiferença ou passividade. Devemos fazer uma distinção entre tolerância genuína e a passividade ou a indiferença moral que é inerente ao evangelho da tolerância. Muito do que ocorre em nome da tolerância não é resultado de um julgamento de princípios, é simplesmente indiferença moral. Simplesmente não nos importamos com os outros – com o que eles acreditam e como eles se comportam.
Mas é preciso salientar que qualquer sociedade ou grupo que seja indiferente à verdade está moralmente falido, pois não está disposto a, é ou incapaz de, discernir o certo do errado. Qualquer igreja que se inclina para este nível de indiferença inevitavelmente atrai os juízos de Deus sobre seus membros: “Deus responsabiliza o Seu povo, como um corpo, pelos pecados existentes nos indivíduos entre eles. Se os líderes da igreja negligenciam buscar diligentemente os pecados que trazem o desagrado de Deus sobre o corpo, tornam-se responsáveis por esses pecados.” (Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 269).
É por isso que a Igreja Adventista do Sétimo Dia deve levar a disciplina eclesiástica muito a sério. Infelizmente, aqueles que abraçaram o evangelho da tolerância não acreditam na disciplina eclesiástica, nem nas razões para ela.
Razões Para a Disciplina Eclesiástica
Deixem-me citar o nosso Manual da Igreja:
“Entre os pecados graves pelos quais os membros serão sujeitos à disciplina da igreja, acham-se os seguintes:
  1. Negação da fé nos fundamentos do evangelho e nas doutrinas básicas da Igreja, ou ensino de doutrinas contrárias aos mesmos.
  2. Violação da lei de Deus, como a adoração de ídolos, homicídio, roubo, profanação, jogos de azar, transgressão do Sábado e falsidade voluntária e habitual.
  3. Violação do sétimo mandamento da lei de Deus no que se refere à instituição matrimonial, ao lar cristão, e às normas bíblicas de conduta moral.
  4. Violações tais como fornicação, promiscuidade, incesto, prática homossexual, abuso sexual de crianças e de adultos vulneráveis e outras graves perversões sexuais, e o novo casamento de uma pessoa divorciada, exceto do cônjuge que permaneceu fiel ao voto matrimonial num divórcio por adultério ou por perversões sexuais.
  5. Violência física, inclusive violência na família.
  6. Fraude ou deliberada falsidade nos negócios.
  7. Comportamento desordenado que acarrete opróbrio sobre a causa.
  8. Adesão ou participação num movimento ou organização separatista ou desleal (ver pp. 242, 243).
  9. Persistente recusa do reconhecimento da autoridade da Igreja devidamente constituída, ou de submissão à ordem e à disciplina da Igreja.
  10. O uso, manufatura ou venda de bebidas alcoólicas.
  11. O uso, manufatura ou venda de tabaco em qualquer das suas formas para consumo humano.
  12. O uso indevido ou tráfico de narcóticos ou outras drogas.
“A Igreja Adventista do Sétimo Dia reconhece a necessidade de exercer grande cuidado para proteger os mais elevados interesses espirituais dos seus membros, assegurar um tratamento imparcial e salvaguardar o bom nome da Igreja."
“Nalguns casos de transgressão dos mandamentos de Deus, em que o pecador manifesta profundo arrependimento e faz confissão espontânea e completa, dando mostras de se ter operado uma conversão genuína, pode a Igreja administrar a disciplina pondo o transgressor sob censura por um período de tempo determinado."
“No entanto, em caso de flagrante violação da lei de Deus, que haja trazido opróbrio público sobre a causa, pode a Igreja considerar necessário, mesmo quando tenha havido uma confissão sincera, que o membro seja excluído da Igreja para proteger o bom nome desta e as suas normas cristãs. Mais tarde, quando seja evidente que a vida dessa pessoa é coerente com as normas da Igreja, poderá o transgressor ser novamente recebido no redil após rebatismo. A Igreja não pode permitir-se tratar levianamente este tipo de pecados, nem permitir que considerações pessoais lhe afetem as resoluções. Deve assinalar a sua decisiva e veemente desaprovação dos pecados de fornicação, adultério, todos os atos de imprudência moral e outros pecados graves, ao mesmo tempo que deve fazer tudo quanto lhe seja possível para conseguir a recuperação dos que se desgarraram. Enquanto o mundo se torna cada vez mais condescendente em matéria de moral, a Igreja não pode baixar as normas estabelecidas por Deus.” (Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 17ª edição, pp. 248, 249).
Infelizmente, sempre que o assunto da disciplina eclesiástica surge, os crentes do evangelho da tolerância aparecem com sua doutrina “não me julgue”. Como tentaremos mostrar, se o evangelho da tolerância está seriamente errado, a doutrina “não me julgue”, sobre a qual ele se baseia, é igualmente questionável.
A Doutrina “Não Me Julgue”
A declaração de Cristo em Mateus 7:1: “Não julgueis, para que não sejais julgados,” é, talvez, o segundo verso mais popular da Bíblia (sobrepujado apenas pelo mandamento de Cristo “amai-vos uns aos outros”). Todos nós já ouvimos esta citação “não julgueis” ou “não me julgue” em um momento ou outro. Mesmo aqueles que não vão à igreja já memorizaram este verso, empregando-o em seu benefício quando querem confrontar os cristãos.
Este texto que embasa a doutrina “não me julgue” é tão poderoso que, mesmo quando somos obrigados a falar palavras de repreensão ou crítica, iniciamos nossos comentários dizendo: “Bem, eu sei que não devemos julgar, mas ... “. E quando insistimos em julgar as opiniões e o comportamento dos outros, somos confrontados com o comentário: “Quem é você para julgar?”
Poucas pessoas, no entanto, estão cientes de que comentários como “Não me julgue”, ou “Quem é você para julgar?” estão enraizados em um sistema conhecido como relativismo ético. O relativismo não acredita em absolutos morais objetivos e universais – não há padrões de certo e errado. Segundo este sistema, a moralidade é subjetiva, ela muda de pessoa para pessoa, de um lugar para outro, de momento para outro. Uma vez que não existem padrões morais, todos devem ter liberdade para viver como bem entenderem. Na expressão popular de hoje, temos de “viver e deixar viver.” Devemos estar abertos a outras crenças, outras convicções morais e estilos de vida diferentes.
Uma vez que o relativismo ensina que não existem absolutos morais, alega que não podemos justificadamente fazer julgamentos morais ou avaliar as ações e crenças como moralmente certas ou erradas. Nessa visão, qualquer pessoa que tente mostrar que há um caminho certo e um caminho errado é considerada “dogmática” ou “intolerante”. No entanto, essa doutrina relativista de “não me julgue” é incoerente, autorrefutável, e antibíblica. Ela só faz sentido se existirem alguns absolutos morais objetivos.
1. Inconsistente e Autorrefutável
Deixe-me ilustrar a incoerência e o absurdo da filosofia “não me julgue” através de uma conversa que tive com uma amiga a quem vou chamar de Maria. Maria orgulhava-se de ser uma acadêmica Adventista progressista e tolerante até que começamos a discutir a questão da homossexualidade.
“Não tenho nenhum problema com relação a você quando expressa e defende a sua opinião sobre a homossexualidade”, disse ela. “Mas é muito errado julgar.”
“O que há de errado com isso?” Fiz essa pergunta instigante a fim de demonstrar a natureza autorrefutável de sua ética relativista.
“Não é correto julgar as outras pessoas, só Deus pode fazer isso”, disse ela.
E eu disse: “Se é errado julgar as pessoas, Maria, porque você está me julgando? Você é Deus?”
A pergunta a apanhou totalmente de surpresa. Isto expôs a incoerência da filosofia “não me julgue”. Por um lado, nega todos os absolutos morais; por outro lado, quer proclamar seus próprios absolutos e forçá-los sobre mim.
A afirmação “Não é correto julgar as outras pessoas” é, em si mesma, um julgamento moral – o mesmo tipo de julgamento que minha amiga estava negando a mim. Minha resposta fez com que ela parasse por um momento. Quando recuperou a compostura, ela tentou outra abordagem.
“Talvez eu não tenha me expressado bem o bastante”, disse ela. “É correto julgar as pessoas – contanto que você não tente forçar a sua moralidade sobre elas.”
“É essa a sua moralidade, Maria?”
“Sim”.
“Então por que você está forçando s sua moralidade sobre mim?”, eu respondi.
Mais uma vez, minha amiga se viu lutando com a inconsistência da sua doutrina relativista. Em um último esforço, ela disse exasperada: “Escute, Sam, eu não consigo me expressar muito bem, mas tenho certeza que você sabe o que eu quero dizer.”
“Não, Maria, eu não sei o que você quer dizer. Você não consegue se expressar bem, porque a sua ética relativista não faz sentido. É autocontraditória e autodestrutiva. Você contestou a legitimidade de eu fazer um juízo moral sobre a homossexualidade, mas a sua tentativa em si implica um juízo moral – a própria ação contra a qual você está lutando. A verdade é que existem morais absolutos – princípios universais acerca do certo e o errado – pelos quais podemos estabelecer juízos. Mas você é uma relativista, então você não pode nem mesmo dizer que os meus juízos estão errados.”
Cito este diálogo para mostrar que a doutrina “não me julgue” e a filosofia relativista na qual ela é baseada, não tem qualquer sentido lógico. Quando as pessoas dizem, “Não me julgue”, pergunte a eles: “Por que não?” Você vai descobrir que eles não conseguem dar uma razão significativa, porque a doutrina é inconsistente e autorrefutável. Também é antibíblica.
2. Uma Doutrina Biblicamente Questionável
Embora a declaração de Jesus em Mateus 7: 1 seja o texto fundamental para o evangelho da tolerância “não me julgue”, a passagem não ensina que é errado julgar.
Em primeiro lugar, quando Jesus disse: “Não julgueis para que não sejais julgados”, a palavra original que é traduzida aqui como “julgar” é krino. A palavra é usada em uma variedade de sentidos no Novo Testamento. A palavra pode significar:
(i) Pesar cuidadosamente e formar uma opinião ou consideração – como em “Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo.” (I Coríntios 10:15.), e em “julgai entre vós mesmos: é conveniente que uma mulher com a cabeça descoberta ore a Deus?” (I Coríntios 11:13).
(ii) Inferir ou tirar uma conclusão, como em “Julgaste bem.” (Lucas 7:43), referindo-se a Simão, a quem Cristo havia perguntado: “Qual deles, pois, o amará mais?” (verso 42).
(iii) Considerar ou levar em conta de uma certa maneira; por exemplo: “Se haveis julgado que eu sou fiel ao Senhor...” (Atos 16:15), isto é, “Se me considera ou acredita que sou assim.”
(iv) Levar a julgamento perante um tribunal – como em “Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei.” (João 18:31).
(v) Condenar – como, por exemplo, “A nossa lei, porventura, julga um homem sem primeiro ouvi-lo...?” (João 7:51).
(vi) Desprezar (cf. Romanos 14:3, “Quem come não despreze a quem não come; e quem não come não julgue a quem come”).
Os exemplos acima mostram que o significado básico de krino é fazer juízo de valor. É, no entanto, o contexto do uso da palavra que determina o seu significado exato e se está certo ou errado julgar. Por exemplo, quando Jesus disse em João 7: 24 “Não julgueis pela aparência mas julgai segundo o reto juízo”, o contexto nos diz como julgar – ou seja, não segundo a aparência, mas com justiça.
Também a declaração de Paulo em Romanos 14:3-4 (“Quem come não despreze a quem não come; e quem não come não julgue a quem come; pois Deus o acolheu.” “Quem és tu, que julgas o servo alheio?”) sugere que ele estava condenando um tipo presunçoso de julgamento – o juízo de valor sobre as motivações do outro, que são abertas apenas a Deus.
Assim, para determinar o que Jesus quis dizer quando afirmou em Mateus 7:1: “Não julgueis, para que não sejais julgados,” é importante olhar o contexto em que a passagem é encontrada. Neste caso, são os cinco versos seguintes [de Mateus 7]:
1 “Não julgueis, para que não sejais julgados.”
2 “Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.”
3 “E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?”
4 “Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?”
5 “Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.”
Observe que o verso 1 é inseparavelmente ligado aos próximos quatro versos. Em primeiro lugar, a palavra que inicia o verso 2 (“porque”) indica que o conteúdo do verso 2 é uma continuação do tema do julgamento, iniciado no verso 1, enquanto o “e”, no início do verso 3, e o “ou” no início do verso 4 indicam a mesma coisa. O verso 5 é a aplicação que o Senhor faz do todo. Outro ponto de ligação entre os cinco versos é a tripla menção de “teu irmão” nos versículos 3, 4 e 5. Aqui o Senhor descreve a condição de “teu irmão” e o estado de quem está tentando julgá-lo (“tu”).
Mateus 7:1-5 revela os seguintes fatos relativos ao significado da declaração de Cristo “não julgueis”:
1. Jesus não está colocando um fim ao ato de exercer julgamento; Ele está falando contra a julgar os outros de maneira hipócrita. A imagem verbal hiperbólica, mas muito bem humorada, de uma pessoa com uma viga em seu olho tentando remover um cisco do olho de outra pessoa, pretende ilustrar este ponto. Nosso Senhor está ensinando que quando temos problemas graves em nossas próprias vidas, não temos nada que ficar arrogantemente criticando aqueles cujos problemas são muito menos graves.
2. Jesus não está dizendo que nunca devemos julgar as pessoas; ao contrário, devemos julgá-los – depois de haver examinado a nós mesmos. Observe o versículo 5: “Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.” Em outras palavras, depois que tivermos cuidado da viga que está no nossos próprios olhos, então – e só então – podemos tratar da serragem no olho de alguém. Essa cautela se destina diminuir a nossa pressa em julgar. Os acusadores da mulher apanhada em adultério são uma ilustração deste ponto (João 8:1-11).
3. Jesus não está dizendo que devemos deixar definitivamente de julgar, porque somos pecadores; mas que devemos fazê-lo, especialmente quando a condição dos outros é mais grave do que a nossa. Observe que Cristo não diz que se tivermos serragem em nossos olhos não podemos ajudar a pessoa com uma viga em seu olho. Se o nosso problema é só serragem, devemos ajudar por todos os meios aqueles que julgamos ter problemas maiores!
3. O Verdadeiro Significado de “Não Julgueis”
Como se vê, Mateus 7:1, o texto fundamental para o evangelho da tolerância “não me julgue”, não diz que todo julgamento deve cessar. Não está dizendo que não deveria haver julgamentos dentro da igreja quando surgem questões de disciplina eclesiástica. Devemos julgar, e o fazemos, quando um irmão ou irmã erra ao abraçar crenças e padrões de vida que são incompatíveis com o reino de Deus. O ponto da passagem de Mateus 7:1 é que, quando fazemos esses julgamentos, devemos ser muito cuidadosos na maneira como o fazemos.
Em outras palavras, Jesus indica que devemos julgar. Se o problema é uma viga ou um pouco de serragem, devemos ajudar os nossos irmãos e irmãs em dificuldades. Mas devemos fazê-lo de maneira apropriada. Nosso Senhor está advertindo contra a nossa hipocrisia em apontar rapidamente falhas de menor importância, enquanto não nos preocupamos com os nossos próprios pecados graves. Cristo está dizendo que, se julgamos aos outros desta maneira hipócrita, seremos julgados por um Deus que vê o que fazemos em segredo.
Paulo defendeu o mesmo ponto, quando escreveu: “Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.” (Romanos 2:1). Aquele que acusa aos outros naquilo que permite em si mesmo, é imperdoável e condena a si mesmo. Natã trouxe a mesma mensagem a Davi em II Samuel 12:1-11.
De fato, no Sermão do Monte Cristo ensina a humildade e a paciência no nosso relacionamento para com todos os que erram. Ele ensinou a mesma lição na parábola do joio e do trigo.
Paciência, Não o Evangelho da Tolerância
Contrariamente às alegações do evangelho da tolerância, a parábola de Cristo em Mateus 13:24-30 não pode ser usada para justificar a doutrina relativista do “não me julgue.” Sua declaração no versículo 30: “Deixai crescer ambos [o trigo e o joio] juntos até à ceifa” não serve de sustentação para a alegação de que a Igreja não tem direito de julgar ninguém, nem de condenar suas crenças erradas e má conduta. Em vez disso, a parábola apela para que seja exercido extremo cuidado sempre que tentarmos disciplinar pessoas – para evitar que em nossa pressa cometamos erros graves.
1. Não Julgue os Motivos. Devemos ter cuidado para não julgar o caráter e ao motivos das pessoas. Fazemos bem em não arrogar para nós mesmos o que só Deus pode fazer – ler o coração e os motivos das pessoas. Em Parábolas de Jesus, Ellen White adverte:
“Dói aos servos de Cristo ver misturados na congregação crentes falsos e verdadeiros. Anseiam fazer alguma coisa para purificar a igreja. Como os servos do pai de família, estão dispostos a arrancar o joio. Mas Cristo lhes diz: ‘Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa.’ Mateus 13:29 e 30.”
“Cristo ensinou claramente que aqueles que perseveram em pecado declarado devem ser desligados da igreja; mas não nos confiou a tarefa de ajuizar sobre caracteres e motivos. Conhece demasiado bem nossa natureza para que nos delegasse esta obra. Se tentássemos desarraigar da igreja os que supomos serem falsos cristãos, certamente cometeríamos erro. Muitas vezes consideramos casos perdidos justamente aqueles que Cristo está atraindo a Si. Se devêssemos proceder com essas pessoas segundo nosso parecer imperfeito, extinguir-se-ia talvez sua última esperança. Muitos que se julgam cristãos serão finalmente achados em falta. Haverá muitos no Céu, os quais seus vizinhos supunham que lá não entrariam. O homem julga segundo a aparência; mas Deus vê o coração. O joio e o trigo devem crescer juntos até à ceifa; e a colheita é o fim do tempo da graça.” (Parábolas de Jesus, pp. 71-72).
Observe que, segundo a Sra. White, “Cristo ensinou claramente que aqueles que perseveram em pecado declarado devem ser desligados da igreja.” Para poder fazer isso, precisamos saber como tomar decisões corretas, com discernimento espiritual. As Escrituras repetidamente nos advertem a discernir entre o bem e o mal (Hebreus 5:14). Malaquias 3:18 exorta-nos a discernir entre o justo e o ímpio, entre aquele que serve a Deus e os que não o fazem. Ezequiel 44:23 nos diz que devemos ensinar às pessoas a diferença entre o santo e o profano, levando-os a discernir entre o impuro e o puro. O apóstolo João nos convida a discernir entre o espírito da verdade e o espírito do erro (l João 4:6). E Paulo nos ordena a defender a verdade e a rejeitar a mentira (Romanos 1:25), pois nenhuma mentira provém da verdade “(I João 2:21).
Mas, ao contrário do testemunho irrefutável da Escritura, o evangelho da tolerância “não me julgue” nos ensina a não estabelecer limites entre idéias e práticas certas e erradas. Ele nos convida a não discriminar ou tentar pesar o valor de diferentes crenças e estilos de vida. Porém, como podemos ser salvos se não discernirmos entre o bem e o mal, o certo e o errado? A falha em exercer este poder de julgamento pode ser não apenas espiritualmente fatal, mas podemos levar outros a se perderem também. É por isso que a Escritura nos diz para examinarmos tudo cuidadosamente e retermos o que é bom, abstendo-nos de toda forma de mal (I Tessalonicenses 5:21-22).
Assim como a declaração de Jesus em Mateus 7:1 no Sermão da Montanha, esta parábola sobre o trigo e o joio não está dizendo que não devemos julgar de maneira alguma, mas sim que devemos ter muito cuidado sempre que tentarmos disciplinar pessoas. A parábola nos adverte a conhecermos os limites de nossas capacidades humanas de discernimento. Não podemos conhecer o coração e os motivos dos outros. Estes se inserem na competência de Deus. Só Deus pode julgar o caráter e os motivos. Temos de ser cuidadosos.
2. Seja Paciente. [O livro] Parábolas de Jesus traz outra lição importante nesta parábola, a lição da longanimidade ou paciência ao lidar com os que erram: “Há nas palavras do Salvador ainda outra lição, uma lição de maravilhosa longanimidade e terno amor. Como o joio tem as raízes entrelaçadas com as do bom trigo, assim falsos irmãos podem estar na igreja, intimamente ligados com os discípulos verdadeiros. O verdadeiro caráter desses pretensos crentes não é plenamente manifesto. Caso fossem desligados da congregação, outros poderiam ser induzidos a tropeçar, os quais, se não fosse isto, permaneceriam firmes.” (Parábolas de Jesus, p. 72).
É somente neste contexto de longanimidade que a Sra. White nos exorta a não condenar ou julgar os outros. “O Redentor não quer perder uma única pessoa. Sua experiência com Judas é relatada para mostrar Sua longanimidade com a corrompida natureza humana; e nos ordena sermos pacientes como Ele o foi. Disse que até ao fim do tempo haveria falsos irmãos na igreja. Apesar da advertência de Cristo, têm os homens procurado arrancar o joio. ... Na parábola de Cristo não nos é ensinado que julguemos e condenemos a outros, antes sejamos humildes e desconfiemos do eu.” (Ibid., pp. 73-74).
Conclusão
Não podemos afirmar saber os verdadeiros motivos e motivações daqueles que abraçaram o evangelho da tolerância e sua doutrina relativista do “não me julgue”. Mas uma coisa é certa: Tanto a Bíblia quanto Ellen White deixam abundantemente claro que a Igreja tem o dever de julgar crenças e práticas errôneas. A questão não é não julgar qualquer pessoa. Trata-se do extremo cuidado que devemos exercitar quando julgamos ou disciplinamos aqueles que erram. A declaração a seguir captura qual deve ser a nossa atitude quando somos chamados a exercer esta obrigação divina:
“Ao lidar com os que erram, não devemos recorrer a medidas severas; meios mais suaves terão um efeito muito maior. Utilize meios mais suaves com maior perseverança, e mesmo se não tiverem êxito, espere pacientemente; nunca apresse a questão de exclusão de um membro da igreja. Ore por ele, e veja se Deus não atuará no coração do pecador. A disciplina tem sido largamente pervertida. Aqueles que possuem eles mesmos caracteres muito deficientes têm sido muito apressados em disciplinar a outros e assim toda a disciplina tem se tornado motivo de desdém. Paixão, preconceito e parcialidade, lamento dizer, obtiveram abundante espaço para exibição, e a disciplina adequada tem sido estranhamente negligenciada. Se aqueles que lidam com os que erram tivessem o coração cheio do leite da bondade humana, que espírito diferente prevaleceria em nossas igrejas. Que o Senhor possa abrir os olhos e abrandar os corações daqueles que têm um espírito severo, não perdoador e implacável para com os que pensam de maneira errada. Tais homens desonram seu cargo e desonram a Deus. Eles entristecem os corações de Seus filhos, e obriga-os a clamar diante de Deus em sua aflição. O Senhor certamente ouvirá o seu clamor, e os julgará por essas coisas.” (Review and Herald, 14 de maio de 1895).

Anjos bons e maus durante o ministério de Cristo

Possessão demoníaca nos dias de Cristo


O período do ministério pessoal de Cristo entre os homens foi o tempo de maior atividade das forças do reino das trevas. Durante séculos, Satanás e seus anjos haviam estado procurando controlar o corpo e a alma dos homens, para trazer sobre eles pecados e sofrimentos. — O Desejado de Todas as Nações, 257.


O engano do pecado atingira seu apogeu [na época em que Cristo começou Seu ministério]. Todos os meios para depravar a alma dos homens haviam sido postos em operação. … Agentes satânicos estavam incorporados com os homens. O corpo de criaturas humanas, feito para habitação de Deus, tornara-se morada de demônios. Os sentidos, os nervos, as paixões, os órgãos dos homens eram por agentes sobrenaturais levados a condescender com a concupiscência mais vil. O próprio selo dos demônios se achava impresso na fisionomia dos homens. Esta refletia a expressão das legiões do mal de que se achavam possessos. …


Satanás rejubilava por haver conseguido rebaixar a imagem de Deus na humanidade. Então veio Cristo, a fim de restaurar no homem a imagem de seu Criador. … Veio para expelir os demônios que haviam dominado a vontade. Veio para nos erguer do pó, reformar o caráter manchado, segundo o modelo de Seu divino caráter, embelezando-o com Sua própria glória. — O Desejado de Todas as Nações, 36-38.


O Novo Testamento declara enfaticamente que os homens eram possuídos por demônios. As pessoas assim afetadas não eram meramente portadoras de doenças provenientes de causas naturais. Cristo possuía perfeita compreensão dos fatos com os quais estava lidando, e assim reconheceu a direta presença e operação dos espíritos maus. — The Spirit of Prophecy 4:332.


Satanás e seus anjos estiveram muito ocupados durante o ministério de Cristo, inspirando os homens com descrença, ódio e desprezo. — Spiritual Gifts 1:36.


Rejeição em Nazaré


Durante a infância e a juventude, Jesus adorara entre Seus irmãos, na sinagoga de Nazaré. Desde o início de Seu ministério, estivera ausente deles, mas não ignoravam o que Lhe acontecia. Ao aparecer novamente em seu meio, o interesse e expectação deles subiu ao mais alto grau. …


Quando um rabi se achava presente na sinagoga, esperava-se que dirigisse o sermão, e qualquer israelita podia fazer a leitura dos profetas. Nesse sábado, Jesus foi convidado a tomar parte no serviço. “Levantou-Se para ler. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías.” Lucas 4:16, 17. …


Jesus Se colocou diante do povo como vivo expositor das profecias concernentes a Si próprio. Explicando as palavras que lera, falou do Messias, como de um libertador dos oprimidos e dos cativos, médico dos aflitos, restaurador de vista aos cegos e revelador da luz da verdade ao mundo. … Sendo seu coração movido pelo Espírito Santo, respondiam com fervorosos améns e louvores ao Senhor. — O Desejado de Todas as Nações, 236, 237.


Diante das palavras de Cristo, o Espírito operou tão poderosamente que o coração de todos na sinagoga respondeu às palavras graciosamente proferidas por Seus lábios. Produziu-se uma mudança naquele grupo. Enquanto a divindade de Cristo irradiou através da humanidade, o discernimento espiritual dos ouvintes foi reavivado. Nova capacidade de compreensão lhes sobreveio, assim como a quase irresistível convicção de que Jesus era o Filho de Deus. Entretanto, Satanás estava ali para despertar dúvidas, descrença e orgulho. — The Signs of the Times, 14 de Setembro de 1882.


Quando Jesus anunciou: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lucas 4:21), foram de repente levados a pensar em si mesmos, e nas declarações dAquele que lhes dirigia a Palavra. — O Desejado de Todas as Nações, 237.


Quem é esse Jesus? indagaram. Aquele que invocara para Si a glória do Messias, era o filho de um carpinteiro e trabalhara no ofício com José, Seu pai. … Conquanto Sua vida houvesse sido sem mancha, não queriam crer que fosse o Prometido. …


Ao abrirem a porta à dúvida, o coração endureceu-se-lhes tanto mais quanto se havia por momentos abrandado. Satanás decidira que os olhos cegos não se abririam naquele dia, nem almas cativas seriam postas em liberdade. Com intensa energia, operou para os confirmar na incredulidade. …


As palavras de Jesus a Seus ouvintes na sinagoga foram um golpe na raiz de sua justiça própria, impressionando-os com a atroz verdade de que se haviam separado de Deus, e perdido o direito de ser Seu povo. … Zombavam agora da fé que, a princípio, Jesus lhes inspirara. Não admitiriam que Aquele que surgira da pobreza e da humildade fosse mais que um homem comum. — O Desejado de Todas as Nações, 237-239.


Anjos de luz achavam-se naquela assembléia, observando com intenso interesse a decisão que tomariam. Anjos de Satanás igualmente estavam no local para sugerir dúvidas e despertar preconceitos. …


Da incredulidade procedeu a malícia. Que um homem de baixa estirpe e nascido em pobreza viesse agora reprová-los, foi algo que encheu o coração dos nazarenos de um ódio que beirava a loucura. A assembléia irrompeu em confusão. As pessoas lançaram mão de Jesus, empurrando-O para fora da sinagoga e da cidade. — The Signs of the Times, 16 de Junho de 1887.


Todos pareciam prontos a destruí-Lo. Levaram-nO até à beira de um precipício, intentando lançá-Lo dali para baixo. Gritos de maldição enchiam o ar. Alguns Lhe atiravam pedras e pó. Repentinamente, porém, Ele desapareceu do meio deles, sem que soubessem como, ou quando. Anjos de Deus assistiram a Jesus em meio à enfurecida multidão e Lhe preservaram a vida. Os mensageiros celestiais haviam estado a Seu lado na sinagoga, enquanto Ele falava, e O acompanharam enquanto era empurrado e maltratado pelos descrentes e enfurecidos judeus. Esses anjos cegaram os olhos da turba enlouquecida e conduziram Jesus a um lugar seguro. — The Spirit of Prophecy 2:114, 115.


O endemoninhado na sinagoga de Cafarnaum


Falava Jesus na sinagoga acerca do reino que viera estabelecer, e de Sua missão de libertar os cativos de Satanás. Foi interrompido por um agudo grito de terror. Um louco precipitou-se dentre o povo para a frente, exclamando: “Ah! que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste a destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.” Lucas 4:34.


Tudo era agora confusão e alarme. A atenção do povo se desviou de Cristo, e Suas palavras não foram escutadas. Tal era o desígnio de Satanás em levar a vítima à sinagoga. Mas Jesus repreendeu o demônio, dizendo: “Cala-te e sai dele. E o demônio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele, sem lhe fazer mal.” Lucas 4:35.


O espírito desse mísero sofredor fora entenebrecido por Satanás, mas, em presença do Salvador, um raio de luz lhe penetrara as trevas. Foi despertado, e ansiou a libertação do domínio do maligno; mas o demônio resistia ao poder de Cristo. Quando o homem tentou apelar para Cristo em busca de auxílio, o espírito mau pôs-lhe nos lábios as palavras, e ele gritou em angústia de temor. O possesso compreendia em parte achar-se em presença de Alguém que o podia libertar; mas, ao tentar chegar ao alcance daquela poderosa mão, outra vontade o segurou; outras palavras encontraram expressão por meio dele. Terrível era o conflito entre o poder de Satanás e seu desejo de libertação. — O Desejado de Todas as Nações, 255.


Aquele que conquistara o arquiinimigo no deserto, arrebatou esse pobre cativo das garras de Satanás. Jesus bem sabia que, embora assumindo outra forma, o demônio era o mesmo espírito mau que antes O havia tentado no deserto. — The Spirit of Prophecy 2:180.


O demônio exercia todo o poder para reter o domínio sobre a vítima. Perder terreno aqui, seria dar a Jesus uma vitória. Dir-se-ia que o torturado homem devesse perder a vida na luta com o inimigo que fora a ruína de seu vigor varonil. Mas o Salvador falou com autoridade, e libertou o cativo. O homem que estivera possesso, ali se achava perante o povo admirado, feliz na liberdade da posse de si mesmo. … Os olhos que havia pouco tanto tinham chispado sob a chama da loucura, brilhavam agora de inteligência, e inundavam-se de lágrimas de gratidão. — O Desejado de Todas as Nações, 256.


A cura do servo do centurião


O centurião viu pelos olhos da fé que os anjos de Deus estavam todos à volta de Jesus, e que Sua palavra poderia comissionar um anjo a aproximar-se do sofredor. Sabia que Sua palavra entraria no quarto e que seu servo seria curado. — The Review and Herald, 11 de Março de 1890.


Os endemoninhados de Gadara


De manhã cedo o Salvador e Seus companheiros chegaram à praia. … De um lugar oculto, entre os sepulcros, dois loucos avançaram sobre eles, como se os quisessem despedaçar. Pendiam-lhes pedaços de cadeias que haviam partido para fugir à prisão. Tinham a carne dilacerada e sangrando nos lugares em que se haviam ferido com pedras agudas. Brilhavam-lhes os olhos por entre os longos e emaranhados cabelos; como que se apagara neles a própria semelhança humana, pela presença dos demônios que os possuíam, parecendo mais feras que criaturas humanas.


Os discípulos e seus companheiros fugiram aterrorizados; notaram, porém, depois, que Jesus não Se achava com eles, e voltaram em Sua procura. Encontrava-Se onde O tinham deixado. Aquele que acalmara a tempestade, que enfrentara anteriormente a Satanás, vencendo-o, não fugiu em presença desses demônios. Quando os homens, rangendo os dentes e espumando, dEle se aproximaram, Jesus ergueu a mão que acenara às ondas impondo silêncio, e os homens não se puderam aproximar mais. Continuaram furiosos, mas impotentes diante dEle.


Ordenou com autoridade aos espíritos imundos que saíssem deles. Suas palavras penetraram no espírito entenebrecido dos desventurados. Percebiam, fracamente, estar ali Alguém capaz de salvá-los dos demônios atormentadores. Caíram aos pés do Salvador para O adorar; mas, ao abrirem-se-lhes os lábios para suplicar-Lhe a misericórdia, os demônios falaram por eles, gritando fortemente: “Que tenho eu contigo Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-Te que não me atormentes.” Lucas 8:28. …


Sobre uma montanha, não muito distante, pastava grande manada de porcos. Os demônios pediram que se lhes permitisse entrar nos mesmos, e Jesus o consentiu. Da manada subitamente se apoderou o pânico. Precipitaram-se loucamente penhasco abaixo e, incapazes de se deter ao chegar à praia, imergiram no mar, ali perecendo.


Enquanto isso, maravilhosa mudança se operara nos possessos. Fizera-se-lhes luz no cérebro. Brilharam-lhes os olhos de inteligência. A fisionomia, por tanto tempo mudada à semelhança de Satanás, tornara-se repentinamente branda, tranqüilas as ensangüentadas mãos, e louvaram alegremente a Deus por sua libertação. … Agora, esses homens achavam-se vestidos e em perfeito juízo, sentados junto de Jesus, ouvindo-Lhe as palavras e glorificando o nome dAquele que os curara. — O Desejado de Todas as Nações, 336-338.


A cura do rapaz endemoninhado


O menino foi levado e, quando os olhos do Salvador pousaram sobre ele, o mau espírito lançou-o por terra em convulsões de agonia. Ali estava no chão a revolver-se e espumar, soltando guinchos que não pareciam humanos.


Novamente se defrontaram, no campo de batalha, o Príncipe da vida e o príncipe dos poderes das trevas. … Anjos de luz e exércitos de anjos maus, invisíveis, comprimiam-se para presenciar o conflito. Por um momento, Jesus permitiu ao mau espírito que ostentasse seu poder para que os espectadores pudessem compreender a libertação prestes a operar-se. …


Jesus volta-Se para o sofredor, e diz: “Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno: sai dele e não entres mais nele.” Marcos 9:25. Ouve-se um grito, há uma angustiosa luta. O demônio, ao sair, parece a ponto de arrebatar a vida a sua vítima. Então o rapaz fica imóvel, e aparentemente sem vida. A multidão murmura: “Está morto.” Marcos 9:26. Mas Jesus o toma pela mão e, erguendo-o, apresenta-o ao pai, perfeitamente são de espírito e de corpo. Pai e filho louvam o nome de seu Libertador. — O Desejado de Todas as Nações, 428, 429.


Jesus é acusado de possessão demoníaca


Jesus declarou-Se como o verdadeiro Pastor pelo fato de dar a vida por Suas ovelhas. … Cristo falou estas palavras diante de grande multidão, e uma impressão profunda foi produzida no coração de muitos que ouviam. Os escribas e fariseus enchiam-se de inveja porque Ele era tratado favoravelmente por muitos. … Ao mesmo tempo em que Ele Se apresentou como o Bom Pastor, os fariseus disseram: “Ele tem demônio, e enlouqueceu; por que O ouvis?” João 10:20. Outros, porém, distinguiram a voz do Bom Pastor, e disseram:


“Estas palavras não são de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos? E em Jerusalém havia a Festa da Dedicação, e era inverno. E Jesus passeava no templo, no alpendre de Salomão. Rodearam-nO, pois, os judeus e disseram-Lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se Tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que Eu faço em nome de Meu Pai, essas testificam de Mim. Eu e o Pai somos um.” João 10:21-25, 30.


Os judeus compreenderam o significado daquilo que Ele afirmara… e agarraram pedras para atirar-Lhe. Jesus olhou-os calma e firmemente, dizendo: “Tenho-vos mostrado muitas boas obras procedentes de Meu Pai; por qual dessas obras Me apedrejais?” João 10:32.


A Majestade do Céu permaneceu calma e tranqüila, como Deus diante de Seus adversários. Seus semblantes carregados e mãos cheias de pedras não O intimidaram. Ele sabia que forças invisíveis, legiões de anjos, estavam à Sua volta, e a uma só palavra de Seus lábios eles poriam por terra a multidão, ousassem aqueles atirar-Lhe uma só pedra. — The Signs of the Times, 27 de Novembro de 1893.


Embora Jesus oferecesse evidências de Seu divino poder, não Lhe foi permitido apresentar Suas lições sem interrupção. Os líderes procuravam sempre colocá-Lo em posição de ridículo diante do povo. Não Lhe permitiam apresentar Suas idéias e doutrinas de modo ordenado; contudo, a despeito das freqüentes interrupções, a luz brilhava na mente de centenas, e quando os dirigentes ouviram as palavras de Jesus, revestidas de poder a ponto de manterem a multidão em suspenso, sentiram-se irados e disseram: “És samaritano e tens demônio?” João 8:48. Jesus enfrentou tais acusações com calma dignidade, destemida e decididamente afirmando que os direitos do concerto se centralizavam nEle, e que não haviam sido recebidos através de Abraão. Declarou: “Antes que Abraão existisse, Eu sou.” João 8:58. A fúria dos judeus não reconheceu limites e eles se prepararam para apedrejá-Lo, mas os anjos de Deus, invisíveis aos homens, O conduziram para fora da assembléia. — The Signs of the Times, 26 de Maio de 1890.


Anjos malignos sob forma humana entre os ouvintes de Jesus


Misturando-se com os ouvintes [de Jesus], achavam-se anjos sob a forma de homens, fazendo suas sugestões, criticando, interpretando erroneamente e representando falsamente as palavras do Salvador. — The Review and Herald, 11 de Agosto de 1903.


Ele [Cristo] foi o Instrutor nas assembléias desses anjos antes que caíssem de sua elevada posição. — Mensagens Escolhidas 3:410.


A ressurreição de Lázaro

Cristo podia ter ordenado à pedra que se deslocasse por si mesma, e ela Lhe teria obedecido à voz. Poderia ter mandado aos anjos que se Lhe achavam ao lado, que fizessem isso. Ao Seu mando, mãos invisíveis teriam removido a pedra. Mas ela devia ser retirada por mãos humanas. Assim queria Cristo mostrar que a humanidade tem de cooperar com a divindade. O que o poder humano pode fazer, o divino não é solicitado a realizar. — O Desejado de Todas as Nações, 535.


Jesus perseguido de cidade em cidade durante seu ministério


Jesus foi perseguido de cidade em cidade durante Seu ministério. Sacerdotes e dirigentes estavam em Seu encalço. Interpretavam mal Sua missão e trabalho. Veio para os Seus, e os Seus não O receberam. Anjos vigiavam o conflito a cada passo. Observavam o espírito e obra do inimigo. Olhavam surpresos aos ardis lançados por Satanás contra o divino Filho de Deus. Viram que aquele que fora inferior apenas ao próprio Cristo em poder e glória, caíra a nível tão baixo a ponto de influenciar os homens a perseguirem a Jesus de cidade em cidade. — The Signs of the Times, 25 de Novembro de 1889.


Vez após outra Jesus poderia ter sido morto, não fora a presença dos anjos celestiais a assisti-Lo e a proteger Sua vida até o tempo em que o caso dos judeus como nação fosse decidido. — The Review and Herald, 12 de Outubro de 1897.


Ellen G.White, A Verdade sobre os Anjos, Capítulo 15. Via Sétimo Dia

Gelo do mar Ártico pode desaparecer até 2015

O gelo que se forma sobre o mar do Ártico está diminuindo tão rapidamente que pode desaparecer completamente em menos de quatro anos. Quem deu este alerta foi o professor Peter Wadhams, da Universidade de Cambridge, que afirma que mesmo reaparecendo a cada inverno, sua ausência durante o pico do verão ameaçaria os ursos polares, acabando com seus locais de caça e os ameaçando de extinção.
A massa de gelo entre o Norte da Rússia, Canadá e Groenlândia diminui com as estações do ano, atingindo atualmente um nível mínimo de cerca de quatro milhões de quilômetros quadrados. A maioria dos modelos, incluindo as últimas estimativas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), mostram o declínio da área coberta por gelo nos últimos anos para prever a taxa na qual ele irá se deteriorar.
Porém, o pesquisador Wieslaw Maslowski disse no ano passado que as previsões têm falhado e não conseguiram determinar a rapidez com que as mudanças climáticas provocam a diminuição da espessura do gelo.
Enquanto o IPCC sugere que o gelo resistirá até 2030, o estudo de Maslowski calcula que o gelo vai desaparecer muito mais rapidamente. Seu modelo foi considerado polêmico, assim como a declaração de que o mar Ártico está em uma “espiral da morte”. No entanto, Wadhams, um dos melhores especialistas em regiões polares, disse que os cálculos de Maslowski são convincentes.
“O modelo é o mais extremo, mas também é o melhor”, afirmou o professor Wadhams. “Acho a previsão para 2015 muito grave, e estou muito bem convencido de que isso é que vai acontecer”.
O gelo voltaria no inverno seguinte, mas sua ausência no verão encorajaria ainda mais o transporte e exploração de petróleo no Ártico, ameaçando as espécies nativas. 
por [Telegraph]

Dicas para aliviar a caspa

A dermatite seborréica, mais comumente conhecida como caspa é uma inflamação crônica que se manifesta em partes do corpo em que a oleosidade é produzida em excesso. Quando isto ocorre no couro cabeludo, denominamos de caspa. A caspa também pode ocorrer em função de um fungo de origem natural, o Malassezia, que pode ser encontrado no couro cabeludo da maioria das pessoas.

Esse fungo se alimenta da oleosidade do couro cabeludo, e fabrica ácidos e outras substancias que provocam a irritação do couro cabeludo. A caspa tem aparência de lesões avermelhadas que coçam e descamam, pode ocorrer seca ou oleosa, sendo que a oleosa é conhecida como seborréia. A dermatite seborréica não é contagiosa, mas é a forma mais grave de caspa.

A caspa pode ser classificada de acordo com sua intensidade, como listadas abaixo:

• Leve: Pequenos flocos esbranquiçados, próximos a raiz dos cabelos, so podem ser vistas com raspagem ou escovação.

• Moderada: Flocos soltos entre os fios, visíveis naturalmente, sem raspagem ou escovação.

• Intensa: Descamação acentuada dos flocos, de tamanhos variados, abundantes e visíveis na superfície do cabelo e nos ombros.

As causas da dermatite seborréica ainda são desconhecidas, mas alguns fatores contribuem para o agravamento, como alterações hormonais, estresse, clima seco ou frio, mudanças de temperatura, alimentação de baixo valor nutritivo, falta de proteínas.

Infelizmente não existe um tratamento que possa curar definitivamente a caspa, mas existem meios de controlar os sintomas, são medicamentos que podem ser encontrados em forma de shampoos, condicionadores, ou tônicos capilares, são eles:

• sulfeto de selênio

• piritionato de zinco

• corticóides

• cetoconazol

• ácido alfa-hidróxido (AHA)

A higiene do cabelo também é importante e para quem tem caspa reforçar este hábito faz muita diferença. É necessário lavar periodicamente os cabelos, pois a lavagem contribui para a remoção de agentes poluidores como poeira e elimina a oleosidade excessiva. Embora alguns acreditem que lavar a cabeça todos os dias cause a queda do cabelo, é importante salientar que isto não é comprovado.

A alimentação é também um recurso para pessoas que tem caspa, seguir uma dieta saudável pode contribuir muito no tratamento, adquira hábitos alimentares saudáveis, inclua frutas, legumes e alimentos ricos em proteínas, evite abusar de gorduras e açúcar. A caspa também tem relação com desnutrição e distúrbios digestivos, portanto uma boa alimentação vai ajudar na saúde do corpo e da pele do couro cabeludo.

Faça massagem capilar para ativar a circulação no couro cabeludo, pressione o couro cabeludo com a ponta dos dedos, é simples e cinco minutos por dia é o suficiente, além de relaxar.

Não coce, as unhas podem ferir o couro cabeludo, se isto acontecer use shampoos mais suaves até as feridas cicatrizarem.

Sempre que praticar atividades físicas, tome um banho e lave a cabeça para eliminar o suor, pois ele irrita o couro cabeludo e acelera a descamação das células da pele.