quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Deus não tem culpa de o Diabo ser Diabo

 
Imagine a cena: Jesus volta em glória e majestade (Ap 1:7) para executar o juízo final sobre o Diabo (Mt 25:41). Antes de Satanás ser jogado no lago de fogo, eles mantêm o seguinte diálogo para “colocar todas as cartas na mesa”:


Demônio: – Por que serei condenado e jogado no lago de fogo se você, em Sua Onisciência, predestinou-me para ser assim?


Jesus Cristo: – Predestinei-o para ser Satanás por causa da minha Soberania.


Demônio: – Mas, se o Senhor é Soberano, por que não determinou, em Sua Soberania, que eu fosse Lúcifer, um anjo de luz, durante a vida toda? Assim, o universo viveria em harmonia por toda a eternidade e muita dor teria sido evitada.


Jesus Cristo: – Já lhe disse: é a minha Soberania quem define isso.


Demônio: – Mas por que tem que ser assim?


Jesus Cristo: – Por que eu sou Soberano e pronto. Mesmo eu sendo amor e tendo estabelecido princípios morais desde a eternidade, em minha Soberania decidi criar seres que me desobedecessem. O que você tem com isso?


Demônio: – Mas eu não poderia ter escolhido ser bom?


Jesus Cristo: – Não! Eu amo o bem e em mim não há treva alguma (1Jo 1:5); escrevi os Dez Mandamentos (Ex 31:18), porém, eu decidi persuadi-lo, desde a eternidade, a ser mau mesmo. Sou Soberano e faço o que eu quiser. Sou livre para predestinar pessoas a desobedecerem aos mandamentos morais que eu mesmo estabeleci (Ex 20; Dt 5).


Demônio: – Tudo bem, Deus. Já que você decidiu em Sua Soberania que eu me tornaria Diabo, vai em frente. Mas que eu ainda não entendi o porquê de haver me criado assim, não entendi. E, nunca entenderei. Afinal, o Senhor deve ter me predestinado para ser ignorante.


[Fim do diálogo]


Esse é mais ou menos o tipo de “diálogo” que os deterministas rígidos (há um tipo de determinismo mais suave) querem que aceitemos. Não foi à toa que o teólogo Clark Pinnock, ex-calvinista, declarou:


“O Calvinismo envolve a pessoa em dificuldades agonizantes de primeira grandeza [ele afirma isso por experiência própria]. Faz com que Deus se transforme num tipo de terrorista que vai por aí distribuindo tortura e desastre [afinal, Deus “determinou” que Hitler mataria 6 milhões de judeus], e até mesmo exigindo que as pessoas façam coisas que a Bíblia diz que Deus aborrece [...]. Não há maneira de limpar a reputação de Deus, num caso assim. Não é preciso a pessoa pensar muito para responder por que muita gente torna-se descrente, ou ateu, ao defrontar-se com tal teologia. Um Deus assim teria muita coisa por que responder”. (Predestinação e Livre-Arbítrio [Mundo Cristão, 2010], p. 78).


Se o Diabo fosse designado por Deus para ser “homicida desde o princípio” (Jo 8:44), o inimigo teria razão em questionar o poder da Soberania de Deus. Afinal, se Deus é Soberano ao ponto de negar a criaturas racionais o direito de escolha, por que não escolheu por elas, para que elas fossem boas por toda a eternidade, assim como Ele é Bondoso?


Separar a soberania de Deus do amor dEle pela moral, tornando-O responsável por aquilo que Ele mesmo odeia, é um sacrilégio. É uma aberração teológica de primeira “grandeza”.


LÚCIFER É QUEM QUIS SER DIABO


Deus não predestinou Lúcifer para se transformar no “capeta”, e muito menos decidiu “programar” criaturas para O amarem, enquanto “programa” outras para O odiarem. O Criador da razão criou Lúcifer perfeito (Ez 28:15) e dotou a humanidade com livre-arbítrio (Gn 2:16, 17; 3:15) para que todos possam amá-Lo livremente e serem moralmente responsáveis pelas próprias atitudes (Gn 4:7; Js 24:15; Tg 1:14). Apenas assim a doutrina do juízo possui sentido (Ec 12:13-14; Rm 14:12; 2Co 5:10).


Os calvinistas rígidos confundem presciência com a predestinação, sendo que Paulo, de modo claro, diferenciou as duas coisas em Romanos 8:29. Se predestinação e presciência não são a mesma coisa, isso significa que Deus não predestina tudo o que Ele prevê.


É claro que presciência e predestinação trabalham juntas; porém, a presciência de Deus não O faz determinar a perdição de grande parte da população. Se assim o fosse, então a presciência de Deus é tão incompetente que O fez “predestinar” a maioria para a perdição (Ap 20:8, 9), ao invés de fazê-Lo predestinar a maioria para o céu (Mt 7:13, 14).


Além disso, os deterministas supervalorizam a Soberania Divina em detrimento do Seu Amor, Onipotência, etc. E, pior: não têm a compreensão correta do conceito bíblico de Soberania Divina.*


Ao invés de crerem que Deus é tão Soberano ao ponto de fazer criaturas livres e moralmente responsáveis (Is 66:4 – preste atenção nesse texto), mesmo após o pecado (interpretemos Romanos 3 à luz de Gênesis 3:15), creem que Ele é Soberano no sentido de programar a mente de cada um para aceitá-Lo ou rejeitá-Lo, sendo que Ele mesmo fica decepcionado quando o ser humano o rejeita! Veja como a Bíblia ignora tal compreensão determinista:


“Como seria bom se eles sempre pensassem assim, e me respeitassem, e sempre obedecessem a todos os meus mandamentos! Assim tudo daria certo para eles e para os seus descendentes para sempre.” (Dt 5:29, NTLH).


Já pensou Deus ficar chateado por Ele mesmo ter predestinado as pessoas para serem desobedientes e pecadoras? Isso é um absurdo sem tamanho. Imaginou o Criador, em Deuteronômio 5:29, lamentar aquilo que Ele mesmo determinou que as pessoas fossem, ou seja, desobedientes? Se lermos o texto com os olhos calvinistas, poderíamos “reinterpretá-lo” da seguinte maneira:


“Como seria bom se eu tivesse predestinado os Israelitas para obedecerem aos meus mandamentos! Pena que não fiz isso em minha Soberania…”


Graças a Deus que, na Bíblia, não há lugar para o “Deus esquizofrênico” criado pelos calvinistas rígidos.


PARADOXO = DESCULPA ESFARRAPADA


Quando questionados sobre como um ser humano pode ser moralmente responsável pelos próprios pecados, se foi Deus quem decretou que o ser humano pecaria, alguns calvinistas respondem que isso é um “paradoxo”.


Na verdade, o termo “paradoxo”, como usado por eles, é mais uma palavra para justificar o injustificado. É uma maneira de a pessoa “sair de fininho” sem se comprometer ainda mais em dar uma explicação racional para determinado fato contraditório.


Em minha opinião, essa palavra, quando empregada pelos deterministas, é um eufemismo para desculpa esfarrapada.


Nossos irmãos calvinistas deveriam aceitar o que a Bíblia ensina em Lucas 7:30: que o pecador rejeita a Cristo por decisão própria e não por decreto Divino:


“Mas os fariseus e os mestres da Lei não quiseram ser batizados por João e assim rejeitaram o plano de Deus para eles.” (Lc 7:30, NTLH).


Veja que Deus é tão Soberano que permitiu aos fariseus rejeitarem o plano dEle para eles! Deveríamos ler a Bíblia e aceitá-la como ela é. Assim, não precisamos criar termos para justificar aquilo que é absurdamente contra a razão e o bom senso.


Assim como o plano do Salvador para os fariseus não era a perdição, o plano da Divindade para você, amigo leitor, não é o lago de fogo. “Deus idealizou e resolveu a estrutura do plano de salvar a humanidade” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, [Casa Publicadora Brasileira, 2011] p. 132), segundo Efésios 1:9, e não idealizou que alguns O rejeitassem.


Desse modo, use corretamente o livre-arbítrio que Ele devolveu ao ser humano (Gn 3:15). Aproveite que Ele colocou em seu coração uma “inimizade” contra a “serpente” (Satanás – Ap 12:9) e decida-se por Jesus Cristo e as Verdades dEle. Aceite o plano de salvação disponibilizado a “todo o mundo” (Mc 16:15) e faça parte do povo de Deus que desfrutará de vida e felicidade eternas ao lado da Divindade:


“[...] Aquele que tem sede venha. E quem quiser receba de graça da água da vida.” (Ap 22:17)


E aí, caro leitor? Você crê que Deus criou Lúcifer para ele se transformar em Diabo e Satanás, trazendo assim dor e sofrimento ao universo? Caso não, parabéns! Você não é (ou está deixado de ser) um calvinista rígido e, portanto, compreenderá melhor o plano de salvação e o amor infinito que Deus sente por todas as criaturas dEle.


Esse amor Ele evidencia também ao dar a cada ser a oportunidade de escolher amá-Lo ou não. Se não fosse assim, o próprio Deus não seria “portador” do amor altruísta de 1 Coríntios 13.





www.leandroquadros.com.br


@namiradaverdade


@lsquadros


 * Nota: Nenhum de nós pode compreender a Onisciência Divina. Afinal, não somos deuses. Como afirmou Davi, no Salmo 139:6: “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir.” Porém, podemos no mínimo nos aproximarmos da Verdade a respeito do assunto, como revelada na Bíblia (de que a Onisciência Divina não fez o Diabo ser Diabo – Ez 28:15). Basta deixarmos as Escrituras falarem por si mesmas e submetermos nossa lógica pecadora à lógica Divina (Is 55:8, 9).

Maria mãe de Jesus está no céu?

Espaçonave Terra - SEMANA 45 - REFERÊNCIAS PARA OBSERVAÇÕES; O VERDADEIRO MOVIMENTO DA LUA

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Falsos Profetas - "Unção da capa e sopro do espírito"

A bíblia faz menção ao purgatório?

Alface, salada rica em nutrientes!

A alface é sinônimo de saladas, é um dos vegetais mais consumidos em todo o mundo. A maioria das variedades de alface exalam pequenas quantidades de um líquido branco leitoso quando suas folhas são quebradas. Este "leite" de alface dá o seu sabor ligeiramente amargo e seu nome científico, Lactuca sativa (Asteraceae) derivado da palavra em latim para o leite. 


As vitaminas, minerais, fitonutrientes e fibras encontrados na alface são eficientes para a prevenção ou atenuação de muitos problemas de saúde comum.


Devido ao seu conteúdo de baixa caloria e elevado volume de água, a alface, embora muitas vezes esquecida no mundo da nutrição é realmente um alimento muito nutritivo. Com base na sua riqueza de nutrientes é uma excelente fonte de vitamina A (pró-vitamina A, carotenóides é beta-caroteno), vitamina K, ácido fólico, vitamina C, manganês e cromo. Alface é uma boa fonte de fibra alimentar e 6 vitaminas e minerais.


Composição média da alface.

Via Cura pelas Plantas

Deus Se revela de várias maneiras


“Muitas vezes e de modos diversos falou Deus” (Hb 1:1, BJ)


Jesus enalteceu a fé dos que não precisam ver para crer, mas não recriminou aqueles que, como Tomé, precisam de algo mais.


À medida que o tempo avança para seu fim e as pessoas transitam confusas entre o relativismo pós-moderno e o pensamento secular, vai se cumprindo a profecia de que a fé (genuína) seria artigo raro (cf. Lc 18:8). Neste mundo carente de referenciais seguros, duvidoso quanto à existência da verdade absoluta (para muitos, só existe uma verdade absoluta: a de que não existem verdades absolutas!), Deus tem sido misericordioso e, como fez com Tomé, está revelando evidências mais que suficientes de que Ele continua conosco e de que Suas promessas são certas.


Deus Se revela. É isso que Ele nos garante em Sua Palavra: “Há coisas que não sabemos, e elas pertencem ao Senhor, nosso Deus; mas o que Ele revelou…, é para nós e para os nossos descendentes” (Dt 29:29, NTLH). É verdade que Deus é infinito, todo-poderoso e, por isso mesmo, difícil de ser compreendido plenamente pelos seres humanos caídos. Por isso, Ele tem que falar de “muitas maneiras” (Hb 1:1). Veremos quatro delas a seguir; três presentes e uma futura.


1. Revelação natural


“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder, como também a Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens [incrédulos] são, por isso, indesculpáveis” (Rm 1:20).


Em 9 de outubro de 2009, a matéria de capa da revista Science destacou a incrível arquitetura do genoma e a capacidade que o DNA tem de armazenar quantidade formidável de informações que supera em muito os maiores computadores conhecidos.


“Nós sabemos há muito tempo que o DNA, em pequena escala, tem o formato de espiral dupla”, disse o pesquisador Erez Lieberman-Aiden. “Mas se a espiral dupla não se dobrasse, o genoma de cada célula teria dois metros de comprimento. Os cientistas de fato não entendiam como a espiral dupla se dobra para caber no núcleo de uma célula humana, que tem cerca de um centésimo de milímetro de diâmetro.”


O genoma adota uma organização muito incomum, conhecida como fractal. A arquitetura específica que os cientistas encontraram, chamada “glóbulo fractal”, permite que a célula empacote o DNA em um formato incrivelmente denso – a densidade de informações alcançada é trilhões de vezes mais alta do que a encontrada na memória de um computador!


E isso sem permitir que o genoma se embarace ou dê nós, o que inviabilizaria o acesso da célula ao seu próprio genoma. Além disso, o DNA pode facilmente ser desdobrado e novamente dobrado durante os processos de ativação genética, repressão genética e replicação celular.


No livro Signature in the Cell (Assinatura na Célula), o Dr. Stephen Meyer mostra que o código digital embutido no DNA aponta poderosamente para o design inteligente e ajuda a desemaranhar o mistério que Darwin não conseguiu: Como a primeira forma de vida surgiu? As pesquisas do Dr. Meyer mostram que as novas descobertas científicas estão apontando para o design inteligente como a melhor explicação para a complexidade da vida e do Universo.


Origem do sexo e o milagre chamado homeobox – Em seu livro Crer Para Ver (Editora Textus), Ken Taylor aponta uma das grandes dificuldades para o modelo darwinista: a explicação para a origem dos sexos: “Parece ser muito mais fácil acreditar em um Deus que criou homem e mulher do que em uma mutação simultânea que produziu um macho e uma fêmea humanos da mesma geração, em um mesmo local.” Como explicar que mutações aleatórias tivessem dado origem aos complexos órgãos sexuais que, apesar de totalmente diferentes, são perfeitamente compatíveis, capazes de gerar um novo ser? Mas, quando o assunto é genética, a coisa fica ainda pior para os que sustentam o pensamento darwinista-naturalista…


Na matéria “Genética não é destino”, a revista Veja de 22 de abril de 2009 aponta outra maravilha relacionada à reprodução: “Embora bastante investigados, os mecanismos que levam à concepção de um ser humano ainda guardam mistérios para a ciência. Durante os nove meses de gestação, o zigoto – célula única que resulta da fecundação do óvulo pelo espermatozoide – se divide paulatinamente até se transformar nos 100 trilhões de células que formam os 220 tipos de tecido do corpo humano. O que ainda intriga os cientistas é como essa divisão se dá de modo tão organizado que o resultado é um bebê com dois olhos, dois ouvidos, dois braços, duas pernas – tudo sempre no mesmo lugar e distribuído de forma simétrica. O que impede que um zigoto produza aleatoriamente um ser com pés nos ombros e nariz no umbigo? Essa é uma das questões centrais da embriologia, ramo científico que estuda o desenvolvimento fetal.”


Uma das descobertas recentes relacionadas a esse assunto foi a do gene controlador homeobox, que age acionando outros genes e garantindo seu correto funcionamento, produzindo órgãos diferenciados a partir das células iniciais iguais. O texto diz que “esses genes mantiveram-se praticamente intactos durante a evolução” e que “são eles que ensinam aos outros genes o caminho a seguir para dar continuidade às espécies e não deixam a receita da vida perder o caminho”.


A pergunta é: Como o homeobox surgiu? E até que isso acontecesse, não deveria ter ficado um rastro de anomalias no registro fóssil? Em vez disso, o que se percebe é a simetria, de alto a baixo da coluna geológica…


Complexidade do cérebro – No livro Como o Cérebro Funciona (Publifolha), John McCrone afirma que o cérebro humano “é o objeto mais complexo que o homem conhece. Dentro dessa massa aparentemente grosseira e disforme há o maior projeto de design já visto”.


McCrone prossegue: “Um cérebro humano tem aproximadamente 100 bilhões de neurônios, células nervosas cerebrais. Cada um desses neurônios pode fazer entre mil e várias centenas de milhares de sinapses. Uma sinapse é a junção entre dois neurônios. Logo, seu cérebro é capaz de produzir cerca de 1.000 trilhões de conexões. [...] Estamos apenas começando a decifrar o cérebro, um órgão extremamente complexo. [...] Se a substância branca de um único cérebro humano fosse desenrolada, formaria um cordão longo o suficiente para dar duas voltas ao redor do globo terrestre. Então, imagine só… Tudo isso, os neurônios e as suas conexões, as células de apoio, o cabeamento, fica emaranhado dentro de seu crânio.”


Davi não conhecia todos os detalhes de complexidade biológica revelados pela ciência moderna, mas foi capaz de dizer a Deus: “Graças Te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as Tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (S1 139:14).


Davi tem toda razão: as obras criadas apontam para o Criador. O design inteligente aponta para o Designer superinteligente.


2. Revelação escrita


Como vimos, a criação revela o design inteligente que aponta para o Designer. Mostra as digitais do Criador, mas não diz muito a respeito do caráter, dos sentimentos e propósitos desse Criador. Por isso, Ele resolveu tornar esses aspectos mais claros e permanentes na forma de um livro divino-humano, escrito por pessoas escolhidas, mas inspirado pelo Espírito Santo.


O conceituado escritor Moacyr Scliar, em artigo publicado na revista Biblioteca Entre Livros (Editora Duetto), em maio de 2008, se admira: “O que dizer de um livro que está traduzido em 2.167 idiomas e dialetos, que, no último século, teve edições totalizando mais de 2 bilhões de exemplares, está ao alcance de 85% da humanidade e é lido há cerca de 3 mil anos? Que tal coisa não existe, responderia um editor incrédulo (sobretudo em editor brasileiro, acostumado a pequenas tiragens). Mas existe, sim. Esse livro é a Bíblia, que merece, com justiça, o título de maior best-seller de todos os tempos. [...] Como se explica que um livro que começou a ser escrito há quase três mil anos, ainda tenha tantos, e às vezes tão importantes, leitores? Essa pergunta é mais significativa quando se considera que os textos envelhecem. Mas a Bíblia é uma exceção. Trata-se de um livro eminentemente legível, mesmo em tradução, e mesmo nos dias atuais, uma fonte de sabedoria e ensinamento até para pessoas não religiosas.”


Uma área de estudos que tem demonstrado a veracidade das Escrituras é a Arqueologia. Apenas um exemplo entre inúmeros:


O livro do profeta Daniel, no capítulo 5, menciona que o rei de Babilônia em 539 a.C. era Belsazar. Mas a história oficial afirmava que esse homem nem sequer havia existido. “Para vexação de tais críticos, W. Fox Talbot publicou em 1861 a tradução de uma oração – escrita em caracteres cuneiformes – proferida pelo rei Nabonidus, na qual ele pede aos deuses que abençoem seu filho Belsazar!” (II. Fox Talbot, “Translation of Some Assyrian Inscriptions”, Journal of the Royal Asiatic Society 18 [18611:195 – citado por C. Mervyn Maxwell, no livro Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel, p. 91).


Os críticos, então, aceitaram a existência de Belsazar, mas em sua resistência contra a Palavra de Deus, alguns deles continuaram insistindo em declarar que Belsazar jamais fora identificado como rei, fora da Bíblia. Até que, em 1924, foi traduzido e publicado o Poema de Nabonidus (Tablete n° 38.299 do Museu Britânico) por Sidney Smith. Esse documento histórico oficial atesta que Nabonidus deixou Babilônia e se dirigiu a Tema, e no trono deixou quem? Belsazar!


Para vergonha dos críticos, uma vez mais o relato bíblico foi confirmado. Daniel vivia na corte de Babilônia e estava familiarizado com esse costume de o filho assumir o cargo do pai quando este saía em excursões militares. Portanto, “em instância após instância quando se destacava a inexatidão histórica como sendo prova da autoria tardia e espúria dos documentos bíblicos, o relatório dos hebreus tem sido vindicado pelos resultados das escavações recentes, e comprovou-se que os juízos zombeteiros dos documentaristas carecem de fundamento” (Gleason L. Archer Jr., Merece Confiança o Antigo Testamento, p. 183, 184).


Por isso (e muito mais), podemos crer na Bíblia, que diz de si mesma: “Toda a Escritura é inspirada por Deus” (2Tm 3:16).


3. Revelação pessoal


Jesus Cristo é “a imagem do Deus invisível” (Cl 1:15). Ele assumiu a forma humana para transpor a barreira entre o divino e o humano e Se relacionar de perto com Suas criaturas. Por isso, Jesus é Emanuel, “Deus conosco” (Mt 1:23).


Deus caminhou entre nós! Sentiu fome e sede. Experimentou perseguição e abandono. E, finalmente, sem pecado, morreu como malfeitor a fim de que pudesse oferecer vida eterna aos que mereciam a morte eterna. Mas não para aí. Ele ressuscitou e está vivo! Mas Jesus ressuscitou mesmo?


Em seu livro O Jesus Que Eu Nunca Conheci (Editora Vida), o jornalista Philip Yancey apresenta algumas razões que nos fazem crer nesse evento espetacular. Destaco duas:


Mulheres foram as primeiras testemunhas da ressurreição, fato que nenhum conspirador do primeiro século teria inventado. Os tribunais judeus nem mesmo aceitavam o testemunho de mulheres. Uma cobertura deliberada teria destacado Pedro ou João, ou, melhor ainda, Nicodemos. Considerando que os evangelhos foram escritos décadas após os acontecimentos, os autores tiveram tempo para corrigir tal anomalia – a não ser, naturalmente, que não estivessem criando uma lenda, mas registrando os fatos como eram.


Uma conspiração também teria ajeitado as histórias das primeiras testemunhas. Havia duas figuras vestidas de branco ou apenas uma? Por que Maria Madalena confundiu Jesus com um jardineiro? Ela estava sozinha ou com Salomé e a outra Maria? Conspiradores poderiam ter feito um trabalho mais ordeiro que descrevesse o que mais tarde proclamariam ser o acontecimento mais
importante da história.


E mais: “Naturalmente, havia uma verdadeira conspiração posta em movimento não pelos discípulos de Jesus, mas pelas autoridades que tiveram que lidar com o embaraçoso fato da sepultura vazia. Elas poderiam ter dado um basta a todos os loucos rumores acerca de uma ressurreição simplesmente apontando para uma sepultura selada ou apresentando um corpo. Mas o selo fora quebrado e o corpo havia desaparecido; por isso, houve a necessidade de uma conspiração oficial. [...] Certamente, os discípulos não dariam a vida por amor a uma teoria de conspiração remendada. Seria mais fácil e mais natural honrar um Jesus morto como um dos mártires-profetas cujas sepulturas eram tão veneradas pelos judeus.”


Jesus disse de Si mesmo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim” (Jo 14:6). E João registrou: “No princípio era o Verbo [Logos], e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dEle. [...] E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como do Unigênito do Pai” (Jo 1:1-3, 14).


“O brilho do ‘conhecimento da glória de Deus’ vê-se ‘na face de Jesus Cristo’. Desde os dias da eternidade o Senhor Jesus Cristo era um com o Pai; era a ‘imagem de Deus’, a imagem de Sua grandeza e majestade, ‘o resplendor de Sua glória’. Foi para manifestar essa glória que Ele veio ao mundo. Veio à Terra entenebrecida pelo pecado, para revelar a luz do amor de Deus, para ser ‘Deus conosco’. [...] Desde que Cristo veio habitar entre nós, sabemos que Deus está relacionado com as nossas provações, e Se compadece de nossas dores. Todo filho e filha de Adão pode compreender que nosso Criador é o amigo dos pecadores. Pois em toda doutrina de graça, toda promessa de alegria, todo ato de amor, toda atração divina apresentada na vida do Salvador na Terra, vemos ‘Deus conosco’ (Mt 1:23)” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 19, 24).


4. Revelação plena


Jesus Cristo é vida e todos os que O recebem têm a promessa da vida eterna. Quando formos para o Céu, “todos os tesouros do Universo estarão abertos ao estudo dos remidos de Deus. Com indizível deleite os filhos da Terra entram de posse da alegria e sabedoria dos seres não caídos. Participam dos tesouros do saber e entendimento adquiridos durante séculos e séculos, na contemplação da obra de Deus. E ao transcorrerem os anos da eternidade, trarão mais e mais abundantes e gloriosas revelações de Deus e de Cristo” (Ellen G. White, Educação, p. 307).


E o mais importante e maravilhoso: “Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povo de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (Ap 21:3).


Habitando a Terra recriada e libertos das maiores limitações humanas – o pecado e a mortalidade – seremos capazes de contemplar o Criador face a face e vislumbrar dimensões até então inimagináveis. Poderemos obter respostas às nossas mais profundas inquietações – com o próprio Criador do Universo que utilizou diversas maneiras para Se revelar, simplesmente porque nos ama e antecipava com grande alegria esse momento do reencontro!


O que você vai fazer com isso? – Uma coisa é certa: ou toda essa história (a revelação de Deus) é o maior embuste de todos os tempos – afinal, Jesus dizia ser Deus e os autores bíblicos dizem falar em nome dEle – ou tudo isso é a pura verdade. Meio termo aqui é impossível. Jesus não pode ser encarado como simplesmente um mestre, filósofo ou sábio. Não! Um homem sábio jamais se faria igual a Deus nem diria ser ele o caminho, a verdade e a vida. Se não fosse Deus, seria um louco e deveria ser desprezado. Ou aceitamos Jesus como Deus, ou O abandonamos!


Com a Bíblia ocorre o mesmo: ou ela é a Palavra de Deus, como de fato afirma ser, ou é uma grande coleção de “lorotas”. Mais: ou seus autores estavam sinceramente enganados, pensando ter ouvido a voz de Deus, ou planejaram tudo para enganar as pessoas. Ou, então, ela é verdadeiramente a Palavra de Deus. Não tem como ficar em cima do muro, considerando a Bíblia um livro de sabedoria ou de histórias.


Deus Se revelou. O que você fará com essa revelação?


Texto de autoria de Michelson Borges, editor associado de livros na Casa Publicadora Brasileira. Publicado na RA de Set/2011.

Por que Jesus não condenou a mulher adúltera?

Os anjos antes e depois do dilúvio


O plano da salvação é explicado mais amplamente


Anjos mantiveram comunicação com Adão após a queda, informando-o acerca do plano da salvação, e que a raça humana não se encontrava para além da possibilidade de redenção. — Spiritual Gifts 3:52.


Anjos informaram a Adão que, assim como a sua transgressão tinha produzido morte e infelicidade, vida e imortalidade seriam produzidas mediante o sacrifício de Jesus Cristo. — The Spirit of Prophecy 1:51.


O jardim do Éden permaneceu sobre a Terra muito tempo depois que o homem fora expulso de suas deleitáveis veredas. Gênesis 4:16. Foi permitido à raça decaída por muito tempo contemplar o lar da inocência, estando a sua entrada vedada apenas pelos anjos vigilantes. — Patriarcas e Profetas, 62.


Adoração junto à porta guardada pelos querubins


À porta do Paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se a glória de Deus, e para ali vinham os primeiros adoradores. … Foi ali que Caim e Abel trouxeram seus sacrifícios, e Deus condescendeu em comunicar-Se com eles.


O ceticismo não podia negar a existência do Éden enquanto este permanecesse precisamente à vista, com sua entrada vedada pelos anjos vigilantes. A ordem na criação, o objetivo do jardim, a história de suas duas árvores tão intimamente unidas com o destino do homem, eram fatos indiscutíveis. E a existência e suprema autoridade de Deus, a obrigação imposta por Sua lei, eram verdades que os homens foram tardios em pôr em dúvida enquanto Adão esteve entre eles. — Patriarcas e Profetas, 83, 84.


[Caim e Abel] tinham sido instruídos com respeito à provisão feita para a salvação da raça humana. Deles era requerido que praticassem um sistema de humilde obediência, mostrando sua reverência a Deus e sua fé no Redentor prometido, dependendo dEle, mediante a morte dos primogênitos do rebanho e a solene apresentação do sangue como uma oferta queimada a Deus. …


[Caim] não estava disposto a seguir estritamente o plano de obediência e procurar um cordeiro e oferecê-lo com os frutos da terra. Meramente tomou do fruto da terra e desrespeitou as exigências de Deus. … Abel aconselhou seu irmão que não viesse diante do Senhor sem o sangue do sacrifício. Caim, sendo o mais velho, não quis ouvir a seu irmão. …


Abel trouxe dos primogênitos de seu rebanho e do melhor, como Deus havia ordenado; e cheio de fé no Messias por vir, e com humilde reverência, apresentou sua oferta. Deus a aceitou. Uma luz brilhou do Céu e consumiu a oferta de Abel. Caim não observou manifestação de que sua oferta houvesse sido aceita. Irou-se com o Senhor e com seu irmão. Deus condescendeu em enviar um anjo para conversar com ele.


O anjo inquiriu quanto à razão de sua ira, e informou-o de que se ele fizesse o bem e seguisse as orientações dadas por Deus, Ele o aceitaria e estimaria sua oferta. Mas se ele não se submetesse humildemente aos planos divinos, crendo e obedecendo, Deus não poderia aceitar a oferta. O anjo declarou a Caim que isto não era injustiça da parte de Deus, ou parcialidade mostrada para com Abel, mas que era em virtude de seu pecado e desobediência à expressa ordem de Deus, que Ele não aceitaria a oferta — e se ele agisse corretamente, seria aceito por Deus. … Mas mesmo depois de ser assim fielmente instruído, Caim não se arrependeu. … Em sua inveja e orgulho, contendeu com Abel e o reprovou. … Enquanto Abel justificava o plano de Deus, Caim tornou-se enraivecido, e sua ira cresceu e ardeu contra Abel, até levá-lo a matar o irmão. — Spiritual Gifts 3:47-49.


Adão e os anjos instruíram os antediluvianos


As vantagens dos homens daquela época [antes do dilúvio] para adquirirem conhecimento de Deus mediante Suas obras, nunca foram desde então igualadas. E, assim, longe de ser uma era de trevas religiosas, foi ela de grande luz. Todo o mundo teve oportunidade de receber instrução de Adão, e os que temiam ao Senhor tinham também a Cristo e os anjos como seus instrutores. — Patriarcas e Profetas, 83.


Os homens naqueles dias [antes do dilúvio] viviam quase mil anos, e anjos visitavam-nos com instruções provindas diretamente de Cristo. — Mensagens Escolhidas 1:230.


Enoque


Enoque escutou dos lábios de Adão a dolorosa história da queda e a preciosa promessa da condescendente graça de Deus em oferecer o dom de Seu Filho como Redentor do mundo. Creu nela e sobre ela repousou. Enoque era um santo homem. Servia a Deus com singeleza de coração. Compreendeu a corrupção da família humana e separou-se dos descendentes de Caim, reprovando-os por sua grande maldade. … Sua alma se agitava ao testemunhar diariamente como pisavam a autoridade de Deus. … Decidiu separar-se deles e gastar muito de seu tempo em solidão, devotando-se à reflexão e oração. Esperava diante de Deus e orava para conhecer mais perfeitamente a Sua vontade, a fim de poder realizá-la. Deus comunicava-se com Enoque por intermédio de Seus anjos, dando-lhe instrução divina. Fez-lhe saber que não suportaria para sempre a rebelião do homem — que Seu propósito era destruir a raça pecadora pelo derramamento de um dilúvio de água sobre a Terra.


O Senhor abriu mais amplamente para Enoque o plano da salvação, e pelo espírito de profecia transportou-o através de gerações que viveriam depois do dilúvio, e mostrou-lhe os grandes eventos relacionados com o segundo advento de Cristo e o fim do mundo.


Enoque sentira-se perturbado com respeito aos mortos. Parecia-lhe que os justos e os ímpios iriam para o pó juntamente, e que este seria o fim de ambos. Não podia ver claramente a vida do justo além da sepultura. Em visão profética foi instruído com relação ao Filho de Deus, que devia morrer como sacrifício pelo homem, e foi-lhe mostrada a vinda de Cristo nas nuvens do Céu, acompanhado da multidão de anjos, a fim de dar vida aos justos mortos e resgatá-los da sepultura. …


Enoque fielmente transmitiu ao povo tudo o que Deus lhe havia revelado pelo espírito de profecia. Alguns creram em suas palavras e volveram de sua maldade para o temor e adoração a Deus. — The Signs of the Times, 20 de Fevereiro de 1879.


[Enoque] escolhia certos períodos para retiro, não desejando que as pessoas o encontrassem, pois elas interrompiam sua santa meditação e comunhão com Deus. Não se excluía permanentemente do convívio social com os que o amavam e ouviam suas palavras de sabedoria; tampouco se apartava completamente dos corruptos. Encontrava-se com os bons e os infiéis a determinados intervalos, labutando para fazer volver os ímpios de seus maus caminhos. — Spiritual Gifts 3:56.


Enoque continuou a crescer celestialmente enquanto se comunicava com Deus. … O Senhor amava Enoque porque Ele firmemente O seguia, aborrecendo a iniqüidade, e fervorosamente buscava conhecimento celestial, para fazer com perfeição a Sua vontade. Anelava unir-se ainda mais estreitamente a Deus, a quem temia, reverenciava e adorava. O Senhor não permitiria que Enoque morresse como os demais homens. Enviou anjos para levá-lo ao Céu sem provar a morte. Na presença de justos e ímpios, foi Enoque removido deles. Aqueles que o amavam pensaram que Deus pudesse havê-lo deixado em algum de seus lugares de retiro; entretanto, depois de o procurarem diligentemente, não sendo capazes de encontrá-lo, entenderam que ele não mais seria achado, pois Deus o levara. — The Signs of the Times, 20 de Fevereiro de 1879.


As flamejantes carruagens de Deus foram enviadas para recolher este santo homem, e ele foi conduzido ao Céu. — The Review and Herald, 19 de Abril de 1870.


O Senhor me proporcionou uma vista de outros mundos. Foram-me dadas asas, e um anjo me acompanhou da cidade a um lugar fulgurante e glorioso. … Então fui levada a um mundo que tinha sete luas. Vi ali o bom e velho Enoque, que tinha sido trasladado. Em sua destra tinha uma palma resplendente, e em cada folha estava escrito: “Vitória.” Pendia-lhe da cabeça uma grinalda branca, deslumbrante, com folhas, e no meio de cada folha estava escrito: “Pureza”, e em redor da grinalda havia pedras de várias cores que resplandeciam mais do que as estrelas, e lançavam um reflexo sobre as letras, realçando-as. Na parte posterior da cabeça havia um arco em que rematava a grinalda, e nele estava escrito: “Santidade.” Sobre a grinalda havia uma linda coroa que brilhava mais do que o Sol. Perguntei-lhe se este era o lugar para onde fora transportado da Terra. Ele disse: “Não é; minha morada é na cidade, e eu vim visitar este lugar.” — Primeiros Escritos, 39, 40.


Enoque representa os que ficarão sobre a Terra e serão trasladados sem experimentarem a morte. Representa o grupo que deverá viver entre os perigos dos últimos dias, aqueles que serão rodeados de toda corrupção, vileza, pecado e iniqüidade, mas ainda assim se manterão imaculados. Podemos proceder como Enoque. Foi tomada provisão em nosso favor. … Anjos de Deus, excelentes em poder, são enviados para ministrar aos herdeiros da salvação. Estes anjos, ao perceberem que estamos fazendo o último esforço possível para sermos vencedores, realizarão a sua parte, e sua luz brilhará em torno de nós, dissipando a influência dos anjos maus que nos rodeiam. Criarão uma fortificação semelhante a muros de fogo à nossa volta. — The Review and Herald, 19 de Abril de 1870.


Noé


Aqueles que viveram nos dias de Noé e Abraão, eram mais semelhantes aos anjos na forma, graça e força. Desde então, cada geração vem se tornando mais fraca. — Spiritual Gifts 1:69. {VA 69.1}
Mais de cem anos antes do dilúvio o Senhor mandou um anjo ao fiel Noé para fazê-lo saber que Ele não mais teria misericórdia da raça corrupta. Mas não queria que ignorassem Seu desígnio. Instruiria a Noé e faria dele um fiel pregador para advertir o mundo da breve destruição, de modo que os habitantes da Terra ficassem sem escusas.


Anjos foram enviados a recolher das florestas e campos os animais que Deus havia criado. — The Spirit of Prophecy 1:69, 72.


Os anjos buscaram esses animais e eles os seguiram, de dois em dois, macho e fêmea, sendo que os animais limpos foram de sete em sete. — Spiritual Gifts 3:67.


Tudo estava pronto para o fechamento da arca, o que não podia ser feito pelo lado de dentro, por Noé. Um anjo foi visto pela multidão escarnecedora, descendo do Céu e revestido de luz deslumbrante, parecida com um relâmpago. Ele fechou a maciça porta, e então tomou outra vez seu caminho em direção ao Céu. — The Spirit of Prophecy 1:72.


Chega o dilúvio


A despeito da solene demonstração do poder de Deus que haviam contemplado, da inusitada presença dos animais que provinham dos bosques e campos em direção à arca, do anjo de Deus que desceu do Céu revestido de terrível majestade e fechou a porta da arca, os antediluvianos endureceram o coração e prosseguiram divertindo-se e zombando das manifestações do poder divino. Entretanto, no oitavo dia os céus se enegreceram. … A chuva jorrou das nuvens situadas acima deles. Era algo que jamais haviam testemunhado. … O temporal aumentou em violência até que as águas pareciam jorrar do Céu em cataratas. … Jatos de água surgiam da terra com indescritível força, lançando maciças rochas a centenas de metros de altura, para em seguida caírem e serem sepultadas nas profundezas da terra.


A violência da tempestade aumentou, e por entre a fúria dos elementos escutavam-se os lamentos das pessoas que haviam desprezado a autoridade de Deus. Árvores, construções, rochas e terra eram arremessados em todas as direções. O terror de homens e animais ultrapassava qualquer descrição. Até mesmo Satanás, obrigado a permanecer em meio aos elementos em fúria, temeu por sua vida.


Anjos excelentes em poder guiaram a arca e a preservaram do perigo. A cada momento, durante o tenebroso temporal de quarenta dias e quarenta noites, a preservação da arca representou um milagre do Todo-poderoso. — The Spirit of Prophecy 1:73, 75.


Após o dilúvio


Noé e sua família esperaram ansiosamente o rebaixamento das águas. Ele desejava retornar à terra. Enviou um corvo para voar ao exterior, e outra vez de volta à arca. Não obteve a informação desejada, de modo que enviou uma pomba. Esta, não encontrando lugar para pousar, retornou à arca. Depois de sete dias a pomba foi novamente solta, e quando se viu em seu bico uma folha de oliveira, houve grande regozijo por parte daquela família de oito pessoas, que por tanto tempo haviam estado fechados na arca. Novamente um anjo desceu e abriu a porta da arca. Noé podia remover a cobertura do barco, mas não era capaz de abrir a porta que Deus fechara. Deus falou a Noé por intermédio do anjo que abriu a porta, e ordenou àquela família que saísse da arca, levando consigo todos os seres vivos que ali haviam permanecido.


Depois de sair da arca, olhou Noé aos fortes animais ferozes que com ele saíram; olhou também para sua família de apenas oito pessoas, e sentiu grande temor de que as feras fossem destruí-los. Mas o Senhor enviou um anjo a Seu servo com esta mensagem: “E será o vosso temor e o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar na vossa mão são entregues. Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado, como a erva verde.” Gênesis 9:2, 3. — The Spirit of Prophecy 1:76, 78, 79.


Os construtores da torre de Babel


Alguns dos descendentes de Noé logo começaram a apostatar. … Alguns descriam da existência de Deus. … Outros criam que Deus existia. … Aqueles que eram inimigos de Deus se sentiam diariamente reprovados pela justa conversação e piedosa vida daqueles que amavam, obedeciam e exaltavam a Deus. Os descrentes consultaram entre si e decidiram separar-se dos fiéis. … Viajaram a uma certa distância daqueles, escolhendo uma vasta planície para habitar. Construíram então uma cidade, e conceberam a idéia da edificação de uma grande torre que alcançasse as nuvens, para que pudessem… não mais ser dispersados. … Construiriam sua torre a uma altura muito maior do que as águas haviam alcançado durante o dilúvio… e assim seriam como deuses e governadores do povo. …


Exaltaram-se contra Deus. Ele, porém, não lhes permitiria completar seu trabalho. Tinham construído a torre até grande altura quando o Senhor mandou dois anjos para confundi-los em seu trabalho. … Os anjos confundiram sua linguagem. … Depois disso não houve mais harmonia em seu trabalho. Irados uns com os outros, e sem saber a que atribuir os mal-entendidos e estranhas palavras entre eles, abandonaram a empreitada, separaram-se uns dos outros e se espalharam sobre a Terra. Até aquele tempo os homens haviam falado uma única língua. Raios do céu, como um sinal da ira de Deus, quebraram a porção superior da torre, lançando-a por terra. — The Spirit of Prophecy 1:91-93.


Ellen G.White, A Verdade sobre os Anjos, Capítulo 6.Via Sétimo Dia

Guerra no Céu

Cristo Se ocupara nas cortes celestiais em convencer a Satanás de seu terrível erro, até que finalmente o maligno e seus simpatizantes se encontraram em rebelião aberta contra o próprio Deus. — Este Dia com Deus, 254.


Cristo, como Comandante do Céu, foi indicado para acabar com a rebelião. — The Review and Herald, 30 de Maio de 1899.


Houve então batalha no Céu. O Filho de Deus, o Príncipe dos Céus, junto com Seus anjos leais, empenhou-se em conflito com o arqui-rebelde e os que a este se uniram. O Filho de Deus e os anjos sinceros e leais prevaleceram, ao passo que Satanás e seus simpatizantes foram expulsos do Céu. — The Spirit of Prophecy 1:23.


Anjos se empenharam em batalha; Satanás desejava derrotar o Filho de Deus e os que estavam submissos a Sua vontade. Mas os anjos bons e leais prevaleceram, e Satanás, com seus seguidores, foi expulso do Céu. — Primeiros Escritos, 146.


Efeitos da rebelião


Satanás ficou perplexo diante de sua nova condição. Fora-se a sua felicidade. Contemplou os anjos que, como ele, uma vez haviam sido tão felizes, mas agora achavam-se fora do Céu. … Tudo parecia modificado. Semblantes que haviam refletido a imagem de seu Criador, agora demonstravam melancolia e desespero. Contendas, discórdias e amargas recriminações revelavam-se entre eles. … Satanás observa agora os terríveis resultados de sua rebelião. Estremeceu, temendo enfrentar o futuro e contemplar o fim de todas essas coisas.


Chegara a hora dos alegres e felizes cânticos de louvor a Deus e a Seu amado Filho. Satanás havia dirigido o coral celestial. Sempre entoara a primeira nota, e então toda a multidão angélica se unira a ele, fazendo com que gloriosos acordes musicais ressoassem pelos Céus em honra a Deus e Seu querido Filho. Agora, porém, em lugar de doces acordes musicais, palavras de discórdia e ira caíam nos ouvidos do grande líder rebelde. … Aproximava-se a hora da adoração, quando resplendentes e santos anjos se ajoelhavam diante do Pai. Não mais se uniria ele ao cântico celestial. Nunca mais se ajoelharia em reverente e santo temor diante da presença do Deus eterno. …


Satanás tremeu ao contemplar sua obra. Achava-se sozinho a meditar sobre o passado, o presente e seus planos futuros. Sua poderosa estrutura vacila como que atingida por uma tempestade. Um anjo do Céu está passando. Ele o chama e solicita uma entrevista com Cristo. Esta lhe foi concedida. Relatou ele então ao Filho de Deus que se arrependera de sua rebelião, e desejava readquirir o favor de Deus. Estava disposto a assumir o lugar que Deus previamente lhe designara, submetendo-se a Seu sábio comando. Cristo chorou diante da desgraça de Satanás, mas fez-lhe ver, comunicando a decisão divina, que ele jamais poderia ser readmitido ao Céu. … As sementes da rebelião ainda se achavam dentro dele [Satanás]. …


Quando Satanás se tornou plenamente convencido de que não havia possibilidade de ser reintegrado ao favor de Deus, manifestou sua malícia com aumentado ódio e fervente veemência. …


Como já não podia ser admitido no interior dos portais celestes, aguardaria junto à entrada para escarnecer dos anjos e procurar contender com eles enquanto entravam e saíam. — The Spirit of Prophecy 1:28 a 30.


A criação da terra e da humanidade


Os anjos leais lamentaram a sorte daqueles que haviam sido seus companheiros de felicidade e bênçãos. Sua falta foi sentida no Céu. O Pai consultou a Jesus quanto à possibilidade de executar imediatamente o propósito de fazer o homem para habitar a Terra. — The Signs of the Times, 9 de Janeiro de 1879.


As mais brilhantes e exaltadas estrelas da alva louvaram… a glória [de Cristo] na criação, e anunciaram Seu nascimento com cânticos de alegria. — The Signs of the Times, 4 de Janeiro de 1883.


Quando Deus formou a Terra, havia montanhas, colinas e planícies, e serpenteando entre estas existiam rios e fontes de água. A Terra não era constituída de uma extensa planície, mas a monotonia do cenário foi quebrada por outeiros e montanhas, não elevadas e ásperas como são agora, mas regulares e belas em sua forma. … Os anjos contemplavam e se regozijavam diante das maravilhosas e belas obras de Deus. — Spiritual Gifts 3:33.


Todo o Céu tomou profundo e alegre interesse na criação do mundo e do homem. Os seres humanos constituíam uma nova e distinta ordem. — The Review and Herald, 11 de Fevereiro de 1902.


Depois dos seres angélicos, a família humana, formada à imagem de Deus, constitui a mais nobre de Suas obras criadas. — The Review and Herald, 3 de Dezembro de 1908.


O Senhor… havia dotado Adão com poderes mentais superiores a qualquer outra criatura vivente que houvesse feito. Suas faculdades mentais eram apenas um pouco menor do que as dos anjos. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874.


Tão logo Deus, através de Jesus Cristo, criou nosso mundo e colocou Adão e Eva no jardim do Éden, Satanás anunciou seu propósito de conformar à sua própria natureza o pai e a mãe da humanidade. — The Review and Herald, 14 de Abril de 1896.


Quando o Senhor apresentou Eva a Adão, anjos de Deus testemunharam a cerimônia. — Nos Lugares Celestiais, 203.


Este casal imaculado não usava roupas artificiais. Achavam-se vestidos com uma cobertura de luz e glória, tais como os anjos. — The Signs of the Times, 9 de Janeiro de 1879.


Deus criou o homem para Sua própria glória, para que depois de testada e provada, a família humana pudesse tornar-se uma com a família celestial. Era o propósito de Deus repovoar o Céu com a família humana. — The S.D.A. Bible Commentary 1:1082.


Os lugares vagos surgidos no Céu pela queda de Satanás e seus anjos, serão preenchidos pelos redimidos do Senhor. — The Review and Herald, 29 de Maio de 1900.


Adão e Eva no Éden


Embora tudo o que Deus houvesse criado se encontrasse na perfeição da beleza, e nada parecesse faltar sobre a Terra que Ele criara para tornar Adão e Eva felizes, ainda assim manifestou Seu grande amor por eles ao preparar-lhes um jardim especial. Uma parte do tempo deles deveria ser gasto na prazenteira tarefa de cuidar do jardim, outra parte recebendo a visita dos anjos, ouvindo suas instruções, e estando em feliz meditação. Suas atividades não eram cansativas, antes agradáveis e revigorantes. — The Signs of the Times, 9 de Janeiro de 1879.


Santos anjos… deram instruções a Adão e Eva no tocante a suas atividades, e também lhes falaram acerca da rebelião e queda de Satanás. — Spiritual Gifts 1:20.


Adão estava diante de Deus na força da perfeita varonilidade, tendo todos os órgãos e faculdades de seu ser plenamente desenvolvidos e harmoniosamente equilibrados. Achava-se ele circundado de coisas belas e conversava diariamente com os santos anjos. — The Spirit of Prophecy 2:88.


A lei de Deus existia antes que o homem fosse criado. Foi adaptada à condição de seres santos. Mesmo os anjos eram governados por ela. — The Signs of the Times, 15 de Abril de 1886.


O homem devia ser testado e provado; se suportasse a prova divina e permanecesse leal e fiel depois desta primeira prova, não deveria ser afligido por contínua tentação, antes seria exaltado a uma posição igual à dos anjos, revestido da imortalidade. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874.


Satanás planeja provocar a queda do homem


[Satanás] informou [seus anjos] de seus planos para separar de Deus o nobre Adão e sua companheira Eva. Se fosse possível, de algum modo, induzi-los à desobediência, Deus faria provisões por meio das quais o ser humano seria perdoado, e assim o próprio Satanás e seus anjos teriam melhores chances de compartilhar da misericórdia de Deus. Se isto falhasse, poderiam unir-se a Adão e Eva, já que estes, uma vez chegando a transgredir a lei de Deus, estariam também sujeitos à ira divina, como os anjos caídos. Se transgredissem, estariam igualmente num estado de rebelião; os anjos rebeldes poderiam unir-se a eles, tomar posse do jardim do Éden e transformá-lo em seu lar. Se conseguissem acesso à árvore da vida que se encontrava no meio do jardim, sua força seria — pensavam eles — igual à dos anjos leais, e nem mesmo Deus seria capaz de expulsá-los dali.


Satanás manteve consulta com seus anjos maus. Nem todos se dispuseram prontamente a unir-se a ele nessa obra arriscada e terrível. Ele lhes contou que não confiaria a nenhum deles tal trabalho; pensava que somente ele mesmo possuía sabedoria suficiente para levar avante um tão importante empreendimento. Gostaria que eles refletissem sobre o assunto enquanto ele próprio se retiraria a fim de amadurecer os planos. …


Satanás ficou só a fim de aperfeiçoar os planos que seguramente resultariam na queda de Adão e Eva. Estremeceu ao pensar que submergiria o santo e feliz par na miséria e remorso que ele mesmo estava agora suportando. Pareceu indeciso; em alguns momentos firme e determinado, noutros hesitante e vacilante. Seus anjos o procuraram para informá-lo da decisão que haviam tomado. Sim, unir-se-iam a ele e compartilhariam com ele da responsabilidade e das conseqüências.


Satanás lançou para longe seus sentimentos de desespero e fraqueza e, como líder, fortaleceu-se para enfrentar a situação e empreender tudo que estivesse a seu alcance para desafiar a autoridade de Deus e de Seu Filho. — The Spirit of Prophecy 1:31-33.


Satanás declarou que demonstraria ante os mundos criados por Deus e perante as inteligências celestiais, que é impossível guardar a lei de Deus. — The Review and Herald, 3 de Setembro de 1901.


Deus reuniu a multidão angélica para tomar medidas e impedir o perigo ameaçador. Ficou decidido no concílio celestial que anjos deviam visitar o Éden e advertir Adão e Eva de que o jardim estava em perigo pela presença de um adversário. Assim, dois anjos apressaram-se em visitar nossos primeiros pais. — The Signs of the Times, 16 de Janeiro de 1879.


Mensageiros celestiais expuseram-lhes [a Adão e Eva] a história da queda de Satanás, e suas tramas para sua destruição, explicando mais completamente a natureza do governo divino, que o príncipe do mal estava procurando transtornar. …


Os anjos os advertiram a que estivessem de sobreaviso contra os ardis de Satanás; pois seus esforços para os enredar seriam incansáveis. Enquanto fossem obedientes a Deus, o maligno não lhes poderia fazer mal; pois sendo necessário, todos os anjos do Céu seriam enviados em seu auxílio. Se com firmeza repelissem suas primeiras insinuações, estariam tão livres de perigo como os mensageiros celestiais. Se, porém, cedessem uma vez à tentação, sua natureza se tornaria tão depravada que não teriam em si poder nem disposição para resistir a Satanás. — Patriarcas e Profetas, 52, 53.


Os anjos preveniram Eva de que não se separasse de seu marido em suas ocupações, pois poderia ser posta em contato com o inimigo caído. Ao separarem-se um do outro, estariam em maior perigo do que se permanecessem juntos. Os anjos insistiram que eles seguissem bem de perto as instruções dadas por Deus no tocante à árvore do conhecimento, pois na obediência perfeita estariam seguros. E o inimigo caído somente poderia ter acesso a eles junto à árvore do conhecimento do bem e do mal.


Adão e Eva asseguraram aos anjos que jamais transgrediriam o expresso mandamento de Deus, pois era seu maior deleite cumprir a vontade dEle. Os anjos uniram-se a Adão e Eva em santos acordes de harmoniosa música, e enquanto seus cânticos ressoavam cheios de alegria pelo Éden, Satanás ouviu o som destas melodias de adoração ao Pai e ao Filho. Ouvindo-as, sua inveja, ódio e malignidade aumentaram, e ele expressou a seus seguidores a ansiedade de incitá-los [Adão e Eva] à desobediência. — The Spirit of Prophecy 1:34, 35.


Satanás fala a Eva através de uma serpente


A fim de realizar a sua obra sem que fosse percebido, Satanás preferiu fazer uso da serpente como médium, disfarce este bem adaptado ao seu propósito de enganar. A serpente era então uma das mais prudentes e belas criaturas da Terra. Tinha asas, e enquanto voava pelos ares apresentava uma aparência de brilho deslumbrante, tendo a cor e o brilho de ouro polido. — Patriarcas e Profetas, 53.


Eva afastou-se do esposo, admirando as belezas da Natureza na criação de Deus, deleitando seus sentidos com as cores e fragrâncias das flores e o encanto das árvores e arbustos. Pensava ela na restrição imposta por Deus no tocante à árvore do conhecimento. Comprazia-se na beleza e abundância providas por Deus para a satisfação de todas as necessidades. Tudo isto, disse ela, Deus forneceu para o nosso deleite. Tudo é nosso, pois Ele disse: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás.” Gênesis 2:16, 17.


Eva aproximou-se da árvore proibida, sentindo-se curiosa por saber como podia a morte esconder-se no fruto de tão formosa árvore. Surpreendeu-se ao escutar suas próprias dúvidas repetidas por uma voz estranha: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” Gênesis 3:1. Eva não se apercebera de que revelara seus pensamentos ao falar em voz audível consigo mesma, pelo que se assombrou grandemente ao ouvir suas dúvidas repetidas por uma serpente. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874.


Com palavras suaves e melodiosas, e com voz musical, [Satanás] dirigiu-se à maravilhada Eva. Ela se sobressaltou ao ouvir uma serpente falar. Esta exaltava a beleza e excessivo encanto [da mulher], o que não desagradou a Eva.


Eva sentiu-se encantada, lisonjeada, bajulada. — The Spirit of Prophecy 1:35, 36.


[Eva] realmente pensou que a serpente possuía conhecimento dos seus pensamentos [da mulher], e que por isso devia ser muito sábia. Sua resposta foi: “Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gênesis 3:2-5.


Aqui o pai da mentira fez sua afirmativa em aberta contradição à expressa palavra de Deus. Satanás assegurou a Eva que ela fora criada imortal, e que não existia a possibilidade de ela morrer. Disse-lhe que Deus sabia que, se comessem do fruto da árvore do conhecimento, seu entendimento seria iluminado, expandido, enobrecido, tornando-os semelhantes ao próprio Deus. … Eva pensou que existia sabedoria nas palavras da serpente. … Contemplou com ardente desejo a árvore carregada de frutos, que pareciam deliciosos. A serpente os estava comendo com aparente deleite.


Eva havia ultrapassado as palavras da ordem divina. Deus dissera a Adão e Eva: “Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis 2:17. Na controvérsia com a serpente, Eva acrescentou: “Nem nele tocareis, para que não morrais.” Gênesis 3:3. Aqui pode ser percebida a sutileza da serpente. Esta declaração de Eva deu a Satanás uma vantagem. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874.


Participando dessa árvore, declarou ele [Satanás], atingiriam uma esfera mais elevada de existência, e entrariam para um campo mais vasto de saber. Ele próprio havia comido do fruto proibido, e como resultado adquirira o dom da fala. E insinuou que o Senhor intencionalmente desejava privá-los do mesmo, para que não acontecesse serem exaltados à igualdade para com Ele. — Patriarcas e Profetas, 54.


A curiosidade de Eva despertou-se. Em vez de escapar do local, ficou ouvindo a serpente falar. Não ocorreu à sua mente que este pudesse ser o inimigo decaído, utilizando a serpente como médium. — The Spirit of Prophecy 1:36.


Com que intenso interesse o Universo inteiro contemplou o conflito que decidiria a situação de Adão e Eva! Quão atentamente os anjos ouviram as palavras de Satanás, o originador do pecado, enquanto ele colocava suas próprias idéias acima dos mandamentos divinos, procurando tornar sem efeito a lei de Deus por meio de seu enganoso raciocínio! Quão ansiosamente aguardaram para ver se o santo par seria enganado pelo tentador, cedendo às suas artimanhas! …


Satanás representou a Deus como um enganador, como alguém que deseja destituir Suas criaturas dos benefícios de Seu mais exaltado dom. Os anjos escutaram com pesar e assombro essa declaração quanto ao caráter de Deus, enquanto Satanás O representava como possuindo os seus próprios miseráveis atributos. Eva, porém, não se horrorizou ao ouvir o santo e supremo Deus sendo assim falsamente acusado. Se ela houvesse… relembrado todas as demonstrações de Seu amor, se houvesse corrido em direção ao esposo, poderia haver-se salvado da tentação sutil do maligno. — The Signs of the Times, 12 de Maio de 1890.


O tentador colheu um fruto e passou-o a Eva. Ela tomou-o nas mãos. Veja, disse o tentador, vocês foram proibidos de até mesmo tocar o fruto, pois morreriam. Ele lhe disse que ela não correria maior perigo comendo-o, do que tocando-o ou manuseando-o. Eva foi encorajada, pois não sentiu de imediato os sinais do desagrado divino. Pensou que as palavras do tentador eram inteiramente sábias e corretas. Comeu, e ficou encantada com o fruto. Este lhe pareceu agradável ao paladar, e ela começou a imaginar como seria sentir em si mesma os maravilhosos efeitos do mesmo. — The Spirit of Prophecy 1:38.


Nada havia de venenoso no fruto da árvore do conhecimento em si, nada que pudesse causar a morte ao ser ele comido. A árvore havia sido colocada no jardim como uma prova da lealdade deles a Deus. — The Signs of the Times, 13 de Fevereiro de 1896.


Eva come o fruto e tenta seu esposo


Eva comeu e imaginou estar experimentando as sensações de uma vida nova e mais exaltada. … Não percebeu nenhum efeito adverso, nada que pudesse ser interpretado como significando morte e sim, conforme assegurara a serpente, uma prazerosa sensação, que ela imaginou ser a mesma experimentada pelos anjos. — Testimonies for the Church 3:72.


Ela tomou então o fruto e o comeu, imaginando sentir o revigorante poder de uma nova e exaltada existência, como resultado da influência estimulante do fruto proibido. Achava-se num estranho e antinatural estado de entusiasmo quando procurou o esposo com as mãos cheias do fruto proibido. Relatou-lhe o sábio discurso da serpente e manifestou o desejo de levá-lo imediatamente para junto da árvore do conhecimento. Contou-lhe que comera do fruto, e que em lugar de experimentar uma sensação de morte, sentia uma influência prazenteira e estimulante. Tão logo desobedeceu, tornou-se Eva um poderoso meio para ocasionar a queda do esposo. — The Spirit of Prophecy 1:38, 39.


Uma expressão de tristeza sobreveio ao rosto de Adão. Mostrou-se atônito e alarmado. Às palavras de Eva replicou que isto devia ser o adversário contra quem haviam sido advertidos; e pela sentença divina ela deveria morrer. Em resposta insistiu com ele para comer, repetindo as palavras da serpente, de que certamente não morreriam. Ela raciocinava que isto deveria ser verdade, pois que não sentia evidência alguma do desagrado de Deus. …


Adão compreendeu que sua companheira transgredira a ordem de Deus, desrespeitara a única proibição a eles imposta como prova de sua fidelidade e amor. Teve uma terrível luta íntima. Lamentava que houvesse permitido desviar-se Eva de seu lado. Agora, porém, a ação estava praticada; devia separar-se daquela cuja companhia fora sua alegria. Como poderia suportar isto? … Resolveu partilhar sua sorte; se ela devia morrer, com ela morreria ele. Afinal, raciocinou, não poderiam ser verdadeiras as palavras da sábia serpente? Eva estava diante dele, tão bela, e aparentemente tão inocente como antes deste ato de desobediência. Exprimia maior amor para com ele do que antes. Nenhum sinal de morte aparecia nela, e ele se decidiu a afrontar as conseqüências. Tomou o fruto, e o comeu rapidamente.


Depois da sua transgressão, Adão a princípio imaginou-se passando para uma condição mais elevada de existência. Mas logo o pensamento de seu pecado o encheu de terror. O ar que até ali havia sido de uma temperatura amena e uniforme, parecia resfriar o culposo par. Desapareceram o amor e paz que haviam desfrutado, e em seu lugar experimentavam uma intuição de pecado, um terror pelo futuro, uma nudez de alma. — Patriarcas e Profetas, 56, 57.


Satanás exultou com seu êxito. Tinha agora tentado a mulher a descrer do amor de Deus, a questionar Sua sabedoria e a procurar penetrar em Seus oniscientes planos. Por intermédio dela causara também a ruína de Adão, o qual, em conseqüência de seu amor por Eva, desobedeceu ao mandado divino e caiu com ela. — The Spirit of Prophecy 1:42.


Satanás, o anjo caído, havia declarado que ninguém podia guardar a lei de Deus. Apontou agora à desobediência de Adão como prova da veracidade de sua declaração. — The Signs of the Times, 10 de Abril de 1893.


Satanás… gabou-se orgulhosamente de que o mundo criado por Deus era seu domínio. Havendo conquistado Adão, o soberano do mundo, ganhara toda a raça humana como seus súditos. Possuiria o jardim do Éden e o transformaria em seu quartel-general. Ali estabeleceria seu trono para ser o soberano do mundo. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874.


O concílio de paz


As notícias da queda do homem espalharam-se pelo Céu. Todas as harpas emudeceram. Os anjos depuseram, com tristeza, as coroas da cabeça. Todo o Céu estava em agitação. — The Spirit of Prophecy 1:42.


Realizou-se um concílio para decidir o que teria de ser feito com o culposo par. — Spiritual Gifts 3:44.


A ansiedade dos anjos parecia ser intensa enquanto Jesus Se comunicava com Seu Pai. Três vezes foi encerrado pela luz gloriosa que havia em redor do Pai; e na terceira vez Ele veio de Seu Pai, e podia-se ver a Sua pessoa. … Fez então saber à multidão angélica que um meio de livramento fora estabelecido para o homem perdido. Dissera-lhes que estivera a pleitear com Seu Pai, e oferecera-Se para dar Sua vida como resgate, e tomar sobre Si a sentença de morte, a fim de que por meio dEle o homem pudesse encontrar perdão. …


A princípio os anjos não puderam regozijar-se, pois seu Comandante nada escondeu deles, mas desvendou-lhes o plano da salvação. Jesus lhes disse que… deixaria toda a Sua glória no Céu, apareceria na Terra como um homem, humilhar-Se-ia como um homem, … e que, finalmente, depois que Sua missão como ensinador se cumprisse, seria entregue nas mãos dos homens, e suportaria quantas crueldades e sofrimentos Satanás e seus anjos pudessem inspirar ímpios homens a infligir; que Ele morreria a mais cruel das mortes, suspenso entre o céu e a terra, como um pecador criminoso; que sofreria terríveis horas de agonia, a qual nem mesmo os anjos poderiam contemplar, mas esconderiam seu rosto dessa cena. …


Os anjos prostraram-se diante dEle. Ofereceram a vida deles. Jesus lhes disse que pela Sua morte salvaria a muitos; que a vida de um anjo não poderia pagar a dívida. Sua vida unicamente poderia ser aceita por Seu Pai como resgate pelo homem. — Primeiros Escritos, 149, 150.


Os anjos temiam que [Adão e Eva] estendessem a mão, comessem da árvore da vida e imortalizassem assim sua vida pecaminosa. Deus, porém, lhes disse que expulsaria os transgressores do jardim. Imediatamente foram comissionados anjos para guardarem o caminho da árvore da vida. — Spiritual Gifts 1:22.


Os anjos que haviam sido comissionados para guardarem a Adão em seu lar edênico antes da transgressão e expulsão do Paraíso, agora receberam o encargo de guardar as portas deste, protegendo assim o acesso à árvore da vida. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874.


Quando Adão e Eva compreenderam quão exaltada e santa era a lei de Deus, a ponto de a sua transgressão requerer dispendioso sacrifício para salvá-los e à sua posteridade da ruína total, suplicaram sua própria morte, ou que eles e sua posteridade fossem deixados a sofrer a punição de sua transgressão, de preferência a que o amado Filho de Deus fizesse esse grande sacrifício. …


Adão foi informado de que a vida de um anjo não poderia pagar o débito. A lei de Jeová, o fundamento de Seu governo no Céu e na Terra, era tão sagrada como Ele próprio; por esta razão, a vida de um anjo não podia ser aceita por Deus como sacrifício por sua transgressão. … O Pai não podia abolir ou mesmo modificar um único preceito de Sua lei para socorrer o homem em sua condição decaída. Mas o Filho de Deus, que em união com o Pai criara o homem, poderia efetuar uma expiação aceitável a Deus. …


Quando Adão, de acordo com as especiais determinações de Deus, fez uma oferta pelo pecado, foi para ele a mais penosa cerimônia. Sua mão teria de erguer-se para tirar a vida que somente Deus podia dar, e fazer uma oferta pelo pecado. Foi esta a primeira vez em que testemunhou a morte. Enquanto olhava para a vítima ensangüentada, debatendo-se nas agonias da morte, deveria contemplar pela fé o Filho de Deus, a quem a vítima prefigurava. — The Spirit of Prophecy 1:50-53.


Adão e Eva expulsos do Éden


[Adão e Eva] foram informados de que tinham perdido seu lar edênico. … Não era seguro permanecer no jardim do Éden, pois em seu estado pecaminoso poderiam ter acesso à árvore da vida. — The Spirit of Prophecy 1:44.


Encarecidamente rogaram para que pudessem permanecer no lar de sua inocência e alegria. Confessaram que haviam perdido todo o direito àquela feliz morada, mas comprometeram-se para no futuro prestar estrita obediência a Deus. Declarou-se-lhes, porém, que sua natureza ficara depravada pelo pecado; haviam diminuído sua força para resistir ao mal, e aberto o caminho para Satanás ganhar mais fácil acesso a eles. Em sua inocência tinham cedido à tentação; e agora, em estado de culpa consciente, teriam menos poder para manter sua integridade.


Com humildade e indizível tristeza despediram-se de seu belo lar, e saíram para habitar na Terra, onde repousava a maldição do pecado. — Patriarcas e Profetas, 61.


Santos anjos foram enviados para conduzir o desobediente casal para fora do jardim, enquanto outros anjos guardavam o caminho da árvore da vida. Cada um destes poderosos anjos sustentava na mão direita uma espada resplandecente. — Spiritual Gifts 3:45.


Fortes anjos, com raios de luz que pareciam espadas flamejantes movendo-se em todas as direções, foram colocados como sentinelas para proteger o caminho da árvore da vida, para evitar que Satanás ou o culposo par se aproximassem. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874.


Era plano bem estudado de Satanás que Adão e Eva desobedecessem a Deus, recebessem Sua desaprovação e então participassem da árvore da vida, de modo que se perpetuasse uma vida de pecado. Mas santos anjos foram enviados para vigiar o caminho da árvore da vida. Em redor desses anjos brilhavam raios de luz, com a aparência de espadas flamejantes. — The Spirit of Prophecy 1:44.


Depois da queda, Satanás ordenou a seus anjos efetuarem especial esforço para fomentar a crença na imortalidade natural do homem. Depois de serem induzidos a crer neste erro, levou-os a concluir que os pecadores viveriam em eterna miséria. — The Spirit of Prophecy 4:354.


Ellen G.White, A Verdade sobre os Anjos, Capítulo 5.Via Sétimo Dia

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