sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ellen White era contra a Bateria?


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"Haverá gritos com tambores, música e dança…”. Esta frase faz parte da citação mais usada nos comentários feitos pelos internautas que leram artigo de Michael Tomlinson: “Música Contemporânea Cristã é Música CRISTÔ. Foi escrita por Ellen White. E do jeito que está sendo colocada, faz surgir questionamentos assim: “Se a igreja usa instrumentos de percussão, ela está de acordo com a Bíblia? Caso a resposta seja ‘sim’, então Ellen White teria ido contra as Escrituras, com sua citação sobre tambores no texto de Mensagens Escolhidas, volume 2, página 36?”. É sobre isto que você vai ler aqui.

Começando do Começo
Foi Deus, o Criador da música, quem criou, também, os tambores. Ezequiel 28:13 (Almeida, Revista e Corrigida), comentando sobre a criação e o ministério celestial pré-queda de Lúcifer, diz: “Estavas no Éden, jardim de Deus; toda pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro; a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado, foram preparados.” Segundo Siegried J. Schwantes, em seu livro “Comentário Sobre o livro de Ezequiel” comentaristas cristãos, desde o início, viram nesta descrição do rei de Tiro uma descrição velada de Lúcifer. O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia (nas próximas vezes sempre citado como SDABC), apoiando-se no Espírito de Profecia, menciona que uma vez que aqui está falando de instrumentos musicais, “isto relaciona-se a Lúcifer, que foi o diretor dos corais no Céu”. E dentro do próprio texto de Ezequiel contra Tiro é possível identificar que ele está realmente reportando-se, também, a itens musicais (Ezequiel 26:13).
Para a palavra “tambores” que aparece em Ezequiel 28:13, no original hebraico a palavra é “toph”, que significa literalmente “pandeiro” ou “tamborim”. O SDABC explica que trata-se de um tamborzinho portátil. É a mesma palavra usada para designar o instrumento que Miriam usou no canto de louvor ao Senhor após a travessia do Mar Vermelho (Êxodo 15:20), os instrumentos usados pelos profetas de Deus por ocasião da unção e do batismo do Espírito Santo recebidos pelo primeiro rei de Israel (1Samuel 10:15), o instrumento que Davi usou perante o Senhor sem receber dEle reprovação nenhuma (2Samuel 6:5), o instrumento que os filhos de Asafe recomendam usar no louvor ao Senhor (Salmo 81:2) e também o que o salmista recomenda usar no louvor que acontece “na assembléia dos fiéis (Salmo 149:3 e 2)”.
Diante disso, como poderia Ellen White ter uma posição radical e condenatória em relação ao tambor, se esse instrumento musical foi criado num contexto sem pecado?
Responderemos aos questionamentos a respeito do texto do livro “Mensagens Escolhidas” analisando, primeiramente, alguns princípios importantes sobre a música. Assim o texto poderá ser mais bem compreendido, em seu contexto.
Alguns Conceitos de Ellen White sobre Música
1) Para ela, a música sempre teve um propósito santo: “Fazia-se com que a música servisse a um santo propósito, a fim de erguer os pensamentos àquilo que é puro, nobre e edificante, e despertar na alma devoção e gratidão para com Deus”. Patriarcas e Profetas, pág. 594.
2) Ellen White considerava a música tão importante quanto a oração: “Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração. De fato, muitos hinos são orações…” Educação, pág. 168.
3) Tal autora gostava de qualidade: “… A música deve ter beleza, emoção e poder…” Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 457.
4) Segundo White afirma, o louvor só é aceito por Deus se a vida de quem canta é consagrada: “A música só é aceitável a Deus quando o coração é consagrado, e enternecido e santificado por sua docilidade. Muitos, porém, que se deleitam na música não sabem coisa alguma sobre produzir melodia ao Senhor, em seu coração. Estes foram ‘após seus ídolos (Ezequiel 6:9)’.” Carta 198, 1899. Ela também nos conta que a música fazia parte da vida de Jesus: “Jesus entretinha em cântico comunhão com o Céu”. O Desejado de Todas as Nações, pág. 73. A Bíblia confirma que Cristo gostava de cantar: “E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.” Mateus 26:30.
5) A Sra. White era a favor do uso de instrumentos, sem classificá-los seletivamente: “Seja introduzido na obra o talento do canto. O emprego de instrumentos de música não é de modo algum objetável. Os mesmos eram usados nos cultos nos tempos antigos. Os adoradores louvavam a Deus com harpa e com címbalos, e a música deve ter seu lugar em nossos cultos. Isto acrescentará o interesse nos mesmos.” Evangelismo, pág. 150.
6) Ela dizia que os instrumentos não devem ser tocados de qualquer jeito: “Nas reuniões realizadas, escolha-se um grupo de pessoas para tomar parte no serviço de canto. E seja este acompanhado por instrumentos de música habilmente tocados.” Testimonies, vol. 9, págs. 143, 144; Citado no Manual da Igreja, ano 2000, pág. 72. Entretanto, a melodia da voz é mais valiosa que todos os instrumentos: “A voz humana que entoa a música de Deus vinda de um coração cheio de reconhecimento e ações de graças, é incomparavelmente mais aprazível a Ele do que a melodia de todos os instrumentos de música já inventados pelas mãos humanas”. Carta 2C, 1892.
7) A irmã White afirmou que há músicas que desagradam a Deus e profetizou que, nos últimos dias, a música será usada de maneira errada para nos afastar do Criador: “Exibição não é religião nem santificação. Coisa alguma há, mais ofensiva aos olhos de Deus, do que uma exibição de música instrumental, quando os que nela tomam parte não são consagrados, não estão fazendo em seu coração melodia para o Senhor. A mais aprazível oferta aos olhos de Deus, é um coração humilhado pela abnegação, pelo tomar a cruz e seguir a Jesus. Não temos tempo agora para gastar em buscar as coisas que agradam unicamente aos sentidos. É preciso íntimo esquadrinhar do coração. Necessitamos, com lágrimas e confissão partida de um coração quebrantado, aproximar-nos mais de Deus; e Ele Se aproximará de nós.” Review and Herald, 14 de novembro de 1899.
“As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo.
“O Espírito Santo nunca Se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruído. Isso é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo. É melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi-me apresentado em janeiro último, seria introduzida em nossas reuniões campais. A verdade para este tempo não necessita nada dessa espécie em sua obra de converter almas. Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção. As forças das instrumentalidades satânicas misturam-se com o alarido e barulho, para ter um carnaval, e isto é chamado de operação do Espírito Santo… Satanás opera entre a algazarra e a confusão de tal música, a qual, devidamente dirigida, seria um louvor e glória para Deus. Ele torna seu efeito qual venenoso aguilhão da serpente.” Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 36, 37.
E é da leitura da frase “Haverá gritos com TAMBORES, música e dança…”, no primeiro parágrafo deste último texto, que surge o questionamento sobre o uso de instrumentos de percussão.
Esse Texto foi Redigido Para Condenar a Bateria?
No texto supracitado (onde destacamos os tambores) ela estaria atacando a bateria, como pensam alguns? Se o estiver, está atacando os gritos, a bateria, a dança e A PRÓPRIA MÚSICA também, pois as quatro coisas estão no mesmo contexto!
Logo, chegamos a outra pergunta: Foi somente o uso do instrumento de percussão que Ellen White condenou sobre a adoração em Indiana, no final do século 19? A resposta é óbvia: Ela não estava fazendo um documento sobre um instrumento musical em si, nem mesmo sobre a música somente. Estava analisando o todo de um contexto de adoração, e nesta análise, na mesma frase, ela não condenou somente os tambores, mas também os gritos, as danças e a música. Portanto, para sermos coerentes, se fôssemos eliminar os tambores baseados somente nesta frase, deveríamos eliminar também até a própria música, pois “música” é um dos quatro itens da frase. Isso é um próprio argumento dela, no mesmo texto, quando escreveu: “é melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi apresentado em janeiro último…” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 36).
É importante ressaltar que ela está preocupada com a soma de todas essas coisas. Logo, se quando a bateria estiver sendo usada na sua igreja, estiverem também ocorrendo danças e gritos, tal adoração musical estará chegando perto da preocupação de Ellen White. Mas o problema é que a soma não era apenas desses quatro itens. Tem mais.
Olhando o texto como um todo, temos que ser honestos em admitir que Ellen está sendo contra os cultos BARULHENTOS com qualquer tipo de instrumento e danças (que não são relacionadas àquelas danças praticadas pelos hebreus). Precisamos ter cuidado para não fazermos Ellen White dizer o que queremos, e muito menos achar que a música é uma questão de pouca importância, pois o Diabo se aproveitará dela para levar muitos à perdição eterna!
O que White condenou foi um contexto litúrgico que, por sua ideologia, levava à maneira errada como a música foi usada. “Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma benção” (Idem). Veja como aquele culto era diferente do que têm sido os nossos cultos: “Satanás opera entre a algazarra e a confusão de tal música…” (pág. 37). A preocupação deste texto vai ao sentido de que (antes de nos preocuparmos em julgar determinada música ou instrumento) a primeira análise é observar se está havendo algazarra e confusão na execução de tal adoração musical. Veja a continuação da mesma frase citada acima: “…tal música, a qual, se devidamente dirigida, seria um louvor e glória para Deus” (Idem). Logo, o problema não era a música, mas o modo de conduzir, não somente ela, mas todo o contexto de adoração. “Satanás fará da música um laço, pela maneira que é dirigida” (pág. 38), e não por que é acompanhada por instrumento de percussão.
Aquilo que poderia ser usado para o bem, passou a ser usado para o mal. O instrumento de percussão, que por si mesmo não tem nada de mal, só teve a infelicidade de estar fazendo parte do mesmo contexto onde se fazia presente uma lista enorme de coisas erradas. Leia o texto de forma mais ampla, no volume dois do “Mensagens Escolhidas”, páginas 31 a 39. Você verá que no problema da condenação também estavam as doutrinas falsas, o fanatismo, o espiritismo, a excitação (estase), o perfeccionismo (doutrina dos hereges pós-lapsarianos), a heresia doutrinária conhecida como “carne santa”, os pulos, os tumultos, as mentes desequilibradas, as loucuras, os falsos movimentos, etc. Nota: o pós-lapsariano crê que a natureza de Jesus era igual à de Adão após a queda. Logo, de acordo com tal crença distorcida, se Ele, um homem de natureza caída, viveu sem pecado, nós temos que viver absolutamente sem pecado também. Isto é contrário ao que a Bíblia ensina sobre santificação e salvação. E por incrível que pareça, os hereges pós-lapsarianos carregam consigo, até hoje, uma forte ênfase na preocupação com os assuntos musicais na adoração. E adoração misturada com heresia é um caso sério.
Na página 37, a autora diz que “nenhuma animação deve ser dada a tal espécie de culto”. E aqui cabe uma pergunta: Será que ela queria também eliminar os cultos da igreja? É aí que percebemos que um mesmo instrumento pode ser benéfico ou maléfico. Seria então justo aplicar tal condenação textual para o nosso contexto atual de cultos? Os nossos cultos são uma soma de gritos com tambores, dança, música, heresias doutrinárias, fanatismo, espiritismo, excitação, pulos, tumultos, presença de mentes desequilibradas, loucuras e falsos movimentos? Se sim, não devemos tirar só os tambores de tais cultos, mas sim sair correndo dos cultos, com tambores e tudo!
Alguém poderia dizer: “Bem, ainda não chegamos lá, mas o tambor é o primeiro item nesta direção, por isso devemos evitá-lo.” Se este argumento for válido, a coerência exige, então, que também digamos: “Ainda não chegamos lá, mas a música é o primeiro item nesta direção, por isso devemos evitá-la.”
Então, o que Este Texto Quer nos Dizer?
Precisamos dar o sonido certo à interpretação desse texto para não corrermos o risco de colocar Ellen White contra a própria Bíblia. Nesse verso, a preocupação da Sra. White é com a doutrina da “carne santa”. O movimento fanático chamado “carne santa” afirmava ser possível viver nesse mundo de pecado e nunca mais pecar. Sabemos que essa era a condenação do texto que Ellen White escreveu, pois se perguntássemos a ela: “Sra. White, é possível viver nesse mundo de pecado e nunca mais pecar?”, ela nos responderia que o ensino dado com relação ao que é denominado “carne santa” é um erro. Segundo ela, se esse aspecto de doutrina fosse levado um pouco mais longe, conduziria à pretensão de que seus defensores não podem pecar; de que uma vez que tenham a “carne santa”, suas ações são todas santas. Ainda segundo a autora, todos podem obter agora corações puros, mas não é correto pretender, nesta vida, possuir a carne santa. Ainda no livro Mensagens Escolhidas, neste mesmo capítulo, ela menciona que nossa confiança não está no que o homem pode fazer, mas sim, naquilo que Deus pode realizar pelo homem, por meio de Cristo. E comentando sobre o mesmo assunto, nos Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 114, ela deixa claro que a santificação não é obra de um momento, uma hora ou um dia. É um contínuo crescimento na graça. E enquanto Satanás reinar (até a volta de Jesus), precisaremos subjugar o próprio eu, teremos assaltos malignos a vencer e não haverá lugar de parada – nenhum ponto a que possamos chegar e dizer que atingimos plenitude (Filipenses 3:13-16).
E, quando nos desarmamos dos nossos pressupostos para receber a pura mensagem do sentido hermenêutico correto da interpretação deste texto de Ellen White, que está no livro Mensagens Escolhidas (onde ela cita os tambores), olhando para o texto como um todo, temos que admitir que ela não está discutindo música, e sim a doutrina da salvação e o espírito de adoração. Por isso, é lamentável ver como algumas pessoas que querem defender opiniões pessoais tiram um pedaço do texto do seu contexto e colocam na boca do profeta aquilo que ele não tinha em mente, de modo a expor a igreja como se ela estivesse numa grande confusão. Como diz o ditado: “um texto fora do contexto é um pretexto”.
Observação Etimológica
Muitos que tentam relacionar este texto de Ellen White com o moderno instrumento de percussão chamado “bateria”, recorrem ao uso da palavra inglesa “drum”. Pois, se para o que aparece como “tambores” no texto original em inglês é a mesma palavra inglesa – “drum” – para designar o instrumento que em português seria “bateria”, então Ellen White estaria falando especificamente do instrumento.
Acontece que, no contexto deste texto de Ellen White, “drum” jamais pode ser traduzido por “bateria”. Por quê? É simples: A coleção de instrumentos musicais de percussão agrupados para um só instrumentista (percussionista, baterista) executar, que hoje é conhecida como “bateria” (“drum” em inglês), demorou mais de duas décadas para ser inventada, depois que Ellen White escreveu seu texto. Sim, a invenção da bateria aconteceu após 1910.
Mas duas décadas antes, a palavra “drum” já existia, significando outra coisa. O “drum” daquela época é o que conhecemos hoje por “bumbo”. Esse tambor grande, usado em fanfarras militares, escolares, de desbravadores, escoteiros, etc. Era ao mau uso deste tambor grande que Ellen White estava se referindo, justamente pelo fato de ele sozinho e mal tocado produzir um som retumbante, que logicamente atrapalhava o bom andamento das reuniões em Indiana.
Discrição e Moderação
Percebemos que uma boa recomendação, no nosso contexto de igreja até o momento, é a de que, se desejada e necessária, a bateria seja usada, de forma adequada (sem tirar a atenção da letra, sem um volume excessivo que agrida os ouvidos, sem deixar que os sons da marcação rítmica sobressaltem-se à melodia ou à harmonia, sem despertar sentimentos exibicionistas, etc.), inclusive em playbacks. A Bíblia tanto aconselha, também, o uso de instrumentos de percussão (Salmo 150:3-5) quanto cita exemplos de que os mesmos eram usados no serviço de adoração da casa de Deus (1Crônicas 25; 2Crônicas 29:25). Cada uma das palavras “címbalos”, “liras” e “harpas” que aparecem em 2Crônicas 29:25 não se referem exatamente a um (ou, no caso da soma, três) instrumento, mas sim, a uma ordem, classe, de instrumentos. Portanto, uma boa tradução deste verso ficaria assim: “O rei posicionou os levitas no templo do Senhor com instrumentos de percussão, instrumentos de sopro e instrumentos de cordas… conforme ordenado pelo Senhor, por meio dos seus profetas”. Ellen White também diz que “não devemos opor ao uso de instrumentos musicais em nossa obra (Testimonies, vol. 9, págs. 143 e 144; citado no Manual da Igreja, edição revisada em 2000, pág. 72)”. Bateria é um instrumento musical.
É importante sermos conscientes que pode acontecer de, em determinados contextos sociais, a presença física e visível desse instrumento dentro da igreja ser negativa, na visão de alguns. Pode ser que a bateria esteja com sua imagem muito deturpada na mente de determinados crentes. Neste caso, talvez eles possam fazer uma associação mental com os shows mundanos, ao ponto de ter sua adoração atrapalhada. Se for assim, talvez seja melhor evitar a presença física de tal instrumento dentro do templo, apenas para que não haja um ruído de comunicação causado pelo visual. Isso ajudaria, didaticamente, a alguns destes irmãos mais fracos firmarem-se no sentimento de que preservamos nossa identidade e de que não desejamos causar escândalo entre a membresia. Esse princípio de evitar o escândalo está em Romanos 14:21, 22 e os filhos de Deus irão segui-lo: “É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar [ou se ofender ou se enfraquecer]. A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova.”
Também devemos considerar que sons percussivos (marcação do tempo da música) indefinidos (que não dão a marcação no tempo certo) podem não ser tão eficientes no que queremos comunicar numa adoração a Deus. Por isso, é bom que como igreja não tenhamos a intenção de usar instrumentos de percussão com “sons percussivos indefinidos”. O som da bateria precisa ser usado corretamente, pois os sons percussivos marcados no tempo correto, do jeito certo, não atrapalham em nada a adoração. Em todo e qualquer instrumento pode haver percussão! Aliás, todo e qualquer som é percussivo, mas “até no caso de coisas inanimadas que produzem sons, tais como a flauta ou a cítara, como alguém reconhecerá o que está sendo tocado, se os sons não forem distintos? (1Coríntios 14:7)”.
Amigo, se um dia Deus quiser que a presença física do instrumento faça parte da coleção de utensílios usados dentro da igreja que você frequenta, Ele o revelará. Enquanto isso, vale a prudência em respeitarmos a opinião de todos (sem escandalizar os demais – 1Coríntios 10:32, 33) tendo a consciência de que qualquer instrumento (bateria, violão, piano ou guitarra) pode ser uma bênção ou maldição. Dependerá do uso que faremos de tais instrumentos na adoração.
Avalie a música especialmente pelo que ela produz em você (em nível de sentimentos) e veja se os pensamentos que ela irá despertar em você são os de Filipenses 4:8: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”
Pastor Valdeci Junior e Jornalista Leandro Quadros 

Não é Necessário Estudar a Bíblia!



A gente ouve e lê cada coisa!

Recebi um e-mail com a seguinte declaração:

"a biblia nao se estuda, nao se interpreta. se recebe como revelação no teu espirito como vida. as palavras da biblia sao Espirito e vida. as palavras da biblia se discernem espiritualmente" (sic).

Segundo esta pessoa, o estudo sistemático e profundo da Bíblia é uma perda de tempo, pois apenas através de uma "revelação especial" do Espírito Santo é que poderemos compreender o Texto Sagrado. Na verdade, esta não é uma ideologia nova. O movimento pentecostal, de um modo geral, tem esta tendência de valorizar mais as experiências emocionais e "espirituais" do que a clara e límpida leitura e análise das Escrituras.

Naquele livro do prof. Vanderlei Dorneles que eu recomendei aqui outro dia ("Cristãos em Busca do Êxtase") há a seguinte informação:

"Teoricamente os pentecostais defendem a autoridade das Escrituras como os Reformadores [do séc. XVI]. Na prática, porém, predomina um subjetivismo imposto pela noção de verdade relativa derivada da centralidade da experiência individual e da operação dos dons espirituais por meio das experiências místicas" (pág. 98).

E mais...

"A forte tendência nos meios pentecostais e carismáticos [católicos] é abandonar o cânon por uma mais recente e particular revelação do Espírito Santo diretamente ao indivíduo... Embora a autoridade bíblica seja verbalmente defendida pelos pentecostais, ela é inquestionavelmente golpeada pela ênfase na 'palavra viva vinda por meio dos dons espirituais'" (pág. 101).

Resumindo, os pentecostais dizem que aceitam a Bíblia como sendo sua regra de fé, mas, no fundo, tendem a colocar as Escrituras de lado quando acreditam terem "recebido" alguma revelação especial do Espírito Santo. Ou seja, para eles é mais importante o que se "sente" do que o que se "lê".

Eis a principal razão de existirem tantas igrejas, seitas e movimentos pentecostais e neo-pentecostais hoje em dia!

Mas, o que os escritores bíblicos dizem sobre a importância de se estudar a Bíblia? Será que os pentecostais estão certos em deixarem o estudo de lado e se dedicarem ao relativismo hermenêutico (interpretativo)?

Vejamos...

"Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus" (Mat. 22:29).

"Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram" (Mat. 26:56).

"Respondeu-lhes Jesus: Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?" (Marcos 12:24).

"E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras" (Lucas 24:27).

Jesus conhecia muito bem a Bíblia, e incentivava os discípulos a estudá-la para não serem enganados pelo inimigo, que também a conhece muito bem (cf. Mat. 4:1-11).

"Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio" (Atos 17:2-3).

"Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim" (Atos 17:11).

Qual o motivo de Paulo ter elogiado os bereanos? Era porque eles se dedicavam ao estudo aprofundado da Bíblia, ou porque eles chegavam em casa e colocavam um copo de água na janela para que Deus lhes mostrasse onde estava a verdade?!

"Nesse meio tempo, chegou a Éfeso um judeu, natural de Alexandria, chamado Apolo, homem eloqüente e poderoso nas Escrituras. (...) porque, com grande poder, convencia publicamente os judeus, provando, por meio das Escrituras, que o Cristo é Jesus" (Atos 18:24-28).

Que exemplo fantástico de um homem de Deus que não confiava no seu próprio "espírito", mas que se dedicava ao estudo e à pregação "poderosa" das Escrituras!

Acho que já deu para perceber como os crentes da Igreja Primitiva viam a questão do estudo da Bíblia. Naquela época, todos eram motivados a estudarem por si mesmos a Palavra de Deus, comparando-a com os ensinos pagãos, para comprovarem a força e veracidade do que os apóstolos e demais discípulos pregavam.

Hoje em dia, devido à grande influência do movimento pentecostal e neo-pentecostal, dedicado fortemente ao misticismo e relativismo teológico, as pessoas não são mais orientadas a buscarem o estudo da Bíblia. Para tais "cristãos", não importa o que a Bíblia diga, pois eles sempre vão ficar do lado do emocional, místico e "espiritual". É por isso que, frequentemente, encontramos pessoas às quais expomos detalhadamente as doutrinas bíblicas (como o sábado, a lei moral, a alimentação, o sono da morte, etc.), mas elas preferem não ficarem do lado da Bíblia, mas se firmarem em suas próprias concepções. Encontrei um que me disse certa vez: "Estou vendo que a Bíblia manda guardar o sábado, mas no dia em que Deus me revelar isso pessoalmente, eu passarei a guardá-lo".

Graças a Deus que os Adventistas do 7º Dia são os "bereanos" modernos, pois não se limitam a ouvir a Palavra, mas a esquadrinham com afinco, zelo e sinceridade.

"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2Tim. 3:16-17).

A Abominação da Desolação

Por Gary Gibbs



“Quando pois virdes que a abominação da desolação, predita pelo profeta Daniel, está no lugar santo (aquele que lê, entenda:) Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes…Porque haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá” (Mateus 24: 15, 16, 21).


Qual o significado dessa profecia, isso realmente afeta os cristãos no mundo de hoje?


Uma das profecias mais interessantes da Bíblia diz respeito a abominação da desolação. O elemento que faz esta profecia especialmente intrigante é que Jesus a identifica como um sinal específico de que o fim está próximo.


Foi em resposta à pergunta dos discípulos: “Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua vinda e do fim do mundo?” que Jesus falou da abominação da desolação. Ele disse: “Quando pois virdes que a abominação da desolação, predita pelo profeta Daniel, está no lugar santo (aquele que lê, entenda:) Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes…Porque haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá” (Mateus 24:3,15-21).


Cristãos de muitos quadrantes reconhecem este texto como um sinal definitivo e peculiar referente aos últimos dias. No entanto, embora a maioria deles concorde que a abominação da desolação seja um sinal importante, eles parecem não conseguir chegar a um acordo sobre a sua natureza específica. Mesmo pregadores são lançados num pântano de confusão – procurando por algo que ninguém está muito certo a respeito.


Naturalmente, alguns acreditam que sabem a identidade da abominação da desolação. Alguns ensinam que esta profecia foi cumprida quando Antíoco Epifânio interrompeu o serviço de sacrifícios do santuário entre 168 e 165 aC. A abominação eles apontam para o porco que Antíoco tinha oferecido sobre o altar no templo. Outros acreditam que a abominação da desolação se refere a um tempo futuro quando um anticristo ateu irá subverter o templo de Jerusalém e usá-lo como seu trono. Depois há aqueles que acreditam que a abominação da desolação eram as normas romanas que foram adoradas em Jerusalém em 70 dC, no tempo de sua destruição por Tito.


Então o que é exatamente a abominação da desolação? É qualquer uma dessas alternativas? Trata-se de todas elas ao mesmo tempo? Ou seria possível que nem todas essas interpretações estejam corretas? A resposta a estas questões são de vital importância. Jesus indica claramente que a nossa vida poderia estar em jogo nesta matéria.


Jesus nos diz que o nosso estudo sobre a abominação da desolação deve centrar-se no livro de Daniel (Mateus 24:15). Quando fazemos um estudo mais cuidadoso deste livro, descobrimos que a abominação da desolação pode ser dividida em três partes. Essas partes são: a abominação da desolação nos dias de Daniel (que envolvem o primeiro templo), a abominação da desolação no tempo de Jesus (que envolvem o segundo templo) e, finalmente, a abominação da desolação no tempo do fim (envolvendo toda a igreja cristã). As questões que entram em jogo na abominação da desolação como tratado no livro de Daniel permanecem consistentes em cada uma das três fases. Portanto, elas são tipos, ou exemplos, umas das outras.


A Primeira Abominação


A chave que destrava o mistério desse evento profético é encontrada nos dois primeiros versos de Daniel. “No terceiro ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou. O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa de Deus; a estes, levou-os para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e os pôs na casa do tesouro do seu deus” (Daniel 1:1-2). Nestas duas curtas sentenças Daniel fornece um quadro histórico conciso para o restante do livro que se segue.


Um estudo adicional do prólogo de Daniel revela a abominação da desolação sendo existente em seu tempo e levada para o cativeiro de Jerusalém. O Cronista revela a razão dos reis judeus cairem perante a Babilônia. “Tinha Jeoaquim vinte e cinco anos quando começou a reinar … e ele fez o que era mau aos olhos do Senhor seu Deus”. Foi por causa da vida iníqua de Jeoaquim que Deus permitiu que ele fosse levado cativo.


A característica importante desta situação é que as más ações de Jeoaquim são descritas da seguinte maneira: “Ora, o restante dos atos de Jeoaquim, e as abominações que praticou, e o que se achou contra ele, eis que estão escritos no livro dos reis de Israel e de Judá. E Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar” (2 Crônicas 36:5-8). Foram precisamente as abominações de Jeoaquim, que levaram a ele e sua cidade perderem a proteção de Deus e, portanto, cairem perante Nabucodonosor.


Infelizmente Joaquim, seu filho, não fez muito melhor. A Escritura nos diz que ele também fez “o que era mau aos olhos do Senhor”. Por conseguinte, ele também foi levado cativo para a Babilônia, e “Zedequias, seu irmão” foi colocado como rei sobre Judá e Jerusalém (v. 9-11).


A Bíblia continua a registar que não só Zedequias veio a ser tão mal como seus dois antecessores, mas, “Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam mais e mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa que o SENHOR tinha santificado em Jerusalém” (v . 12-14). Líderes políticos e religiosos de Deus, assim como o povo, adotaram cultos pagãos como seus. Eles fizeram isso em detrimento da verdade revelada por Deus. Observe onde estas abominações foram cometidas: “e o povo aumentavam mais e mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa que o SENHOR tinha santificado em Jerusalém” (v. 14). Estas abominações estavam no lugar consagrado a Deus como santo, a “casa do Senhor”. Os líderes religiosos da época tinham propositadamente levado as pessoas a adotarem práticas de culto pagão e as incorporarem na adoração prestada a Deus. E ao substituirem os mandamentos de Deus pelos vãos conceitos dos homens, os líderes da herança de Deus provocaram Sua ira. O povo rejeitou os apelos de Deus ao arrependimento e à reforma e foram deixados a colherem as conseqüências. “Por isso, o SENHOR fez subir contra ele o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário…” (v. 17).


Este julgamento foi sentido não apenas no derramamento de sangue, mas na destruição completa da cidade e do santuário (v. 19). Isso tudo foi feito “para se cumprir a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, até haver a terra gozado dos seus sábados; pois por todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram” (v. 21). O resultado do povo de Deus praticar as abominações religiosas dos gentios foi a desolação de sua terra, da cidade e do santuário.


A Quebra do Sábado Trouxe Desolação


O que eram estas abominações que resultaram em tal desolação? Uma vez que tudo isso foi feito “para cumprir a palavra do Senhor pela boca de Jeremias”, então Jeremias deve ser capaz de nos dizer que substituições no culto tinham sido feitas. Em Jeremias 17, é dito ao profeta para ficar na porta das pessoas e profetizar. Debaixo de um mandato divino, Jeremias disse ao povo que se honrassem o sábado do sétimo dia de Deus a sua cidade pemaneceria para sempre, e que esta obediência fiel os conduziria em tal relacionamento com Ele, que seriam usados para converter as nações pagãs ao redor (Jeremias 17:19-26).


Por outro lado, se não guardassem o dia santo, Deus permitiria sua cidade ser desolada. “Mas, se não me ouvirdes, e, por isso, não santificardes o dia de sábado, e carregardes alguma carga, quando entrardes pelas portas de Jerusalém no dia de sábado, então, acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá os palácios de Jerusalém e não se apagará” (Jeremias 17:27).


Infelizmente, os judeus preferiram continuar quebrando o sábado de Deus e, portanto, inauguraram sua própria destruição e cativeiro. A abominação que os levou à desolação foi a quebra do sábado. Assim, vemos a importância de 2 Crônicas 36:21: “para se cumprir a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, até haver a terra gozado dos seus sábados; pois por todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram”.


Ezequiel, que viveu durante o mesmo tempo, também nos diz sobre as abominações que o povo de Deus estava praticando no lugar santo. Em Ezequiel 8, o profeta foi levado pela visão para o portão do pátio interno. Deus passou a mostrar a seu servo os cada vez maiores ultrajes que Seu povo estava cometendo. Nos versículos 5 e 6 Ele fala de uma imagem que lhe provocava ciúmes “Filho do homem, olhe para o norte”. Olhei para o lado norte, e vi, junto à porta do altar, o ídolo que provoca o ciúme de Deus”. Em uma escalada de indignação, animais impuros tinham sido levados para a casa de Deus, as mulheres choravam por Tamuz e a maior abominação de todas foram os 25 homens que “de costas para o templo do SENHOR e com o rosto para o oriente; adoravam o sol, virados para o oriente” (Ezequuiel 08:16).


Deus tinha instruído os judeus para construírem o templo de uma forma que desencorajaria a imitação de seus vizinhos pagãos no culto ao sol. A arca da aliança, o ponto focal do culto dos judeus, foi colocada na extremidade ocidental do tabernáculo. Assim, os filhos de Israel deviam voltar-se para o oeste, de costas para o sol nascente, quando adoravam o verdadeiro Deus. No entanto, a entrada do paganismo entre o povo de Deus tinha crescido a tais proporções que os homens principais de Judá estavam realmente virando as costas para o templo de Deus. Este foi um ato significativo de apostasia.


Tanto Ezequiel como Jeremias listam as práticas pagãs que foram sendo incorporadas ao culto de Deus. A quebra do segundo mandamento pela adoração aos ídolos, a adoração de animais impuros, a adoração à Tamuz, o deus mitológico dos pagãos, ou a quebra do santo sábado de Deus para adorar o sol no dia consagrado a ele, todas essas práticas foram classificadas por Deus como abominações. Foi porque os judeus persistiram em justificar o seu próprio rumo e continuaram com estes costumes pagãos que Deus permitiu a desolação de sua cidade.


Daniel concorda que foram os pecados cometidos pelo povo de Deus que causaram a sua desolação. “Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte,… por causa dos nossos pecados e por causa das iniqüidades de nossos pai….sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto….abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação…” (Daniel 9:16-18). É importante notar que as abominações foram feitas pelo povo apóstata de Deus. Isto, por sua vez, resultou na perda de sua proteção divina trazendo seus juízos e castigos na sua desolação. Este cenário da abominação da desolação nos dias de Daniel, envolvendo o período do Primeiro Templo judaico, prefigura as duas outras abominações da desolação profetizadas em Daniel. A próxima que iremos analisar é a que diz respeito ao período do Segundo Templo judaico.


O Segundo Templo Desolado


Após sua libertação do cativeiro babilônico e reconstrução da cidade e do templo, os líderes judeus construíram um monte de regras e regulamentos concebidos para protegê-los de repetirem os pecados que levaram à sua escravidão. O sábado do sétimo dia, o quarto mandamento, tornou-se um objeto especial de reforma. Os judeus fundamentavam, que uma vez que foi a transgressão do sábado que os levaram ao cativeiro, seria necessário definirem em pormenor a forma como o sábado deveria ser observado.


Mais de 500 regras relativas à guarda do sábado acabaram surgindo. Algumas dessas leis sabáticas eram tão ridículas quanto esta: não se pode deixar um ovo no sol no sábado, porque o sol pode cozinhar o ovo, e cozinhar no sábado é uma violação do quarto mandamento. Claro, isso só resultou em um sistema de puro legalismo. No passado as pessoas começaram a acreditar que a graça diante de Deus dependia de quão bem elas obedeciam as tradições de seus antepassados.


Finalmente, o povo foi levado mais uma vez a desobediência. Jesus dizia que, apesar de sua aparente religiosidade ainda estavam quebrando a lei de Deus, da mesma forma que seus antepassados durante os dias de Isaías e Daniel. “Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim; em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens… Bem sabeis rejeitar o mandamento de Deus, para guardardes a vossa tradição…invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição que vós transmitistes” ( Marcos 7:6-13). Mais uma vez as pessoas se viram imersas em adoração vã e rebelde.


Apesar de sua apostasia manifestar-se em legalismo, em vez de relaxamento, ela ainda era baseada no mesmo princípio sobre o qual todas as religiões pagãs são baseadas – que o homem pode se salvar por suas próprias obras. Jesus, como Jeremias, repreendeu o sistema religioso vigente e chamou-lhe de abominação. “Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação” (Lucas 16:15).


Jesus expressou seu descontentamento para com essas abominações em numerosas ocasiões. A mais notável foram as duas vezes em que Ele purificou o templo. Nessas vezes Ele expressou sua raiva contra a profanação de seu santo lugar. A controvérsia entre Jesus e os judeus girava sobre a religião. Os líderes religiosos odiavam Jesus, porque Ele não se parecia com o Messias, Ele não respeitava as suas tradições e principalmente Ele não guardava o sábado, da forma que eles pensavam que deveria ser guardado. Esta última questão enfureceu os judeus e os levou a procurar a morte de Jesus (cf. João 5:10-16, Mateus 12:1-4, Marcos 3:1-6).


Apesar da resistência dos líderes religiosos, Jesus procurou novamente trazê-los ao arrependimento e reforma. Muitas vezes Ele os repreendeu por seus caminhos errados apontando-lhes o caminho para a verdadeira religião imaculada que é de grande valor aos olhos de Deus. No entanto, endureceram seus corações e não aceitaram as ondas da misericórdia de Deus.


Assim Jesus entrou em Jerusalém pela última vez, seu olhar profético viu as conseqüências da rebeldia constante do povo. Com o coração aflito e lágrimas rolando pelo rosto, ele profetizou o castigo que viria a cidade: “dias virão sobre ti em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te apertarão de todos os lados, e te derribarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem; e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo da tua visitação” (Lucas 19:41-44).


Depois de ensinar no templo durante vários dias, Jesus deixou o recinto pela última vez. Novamente ele foi estrangulado com uma angústia por ver o resultado final da apostasia do Seu povo. Ele exclamou: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados!, Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a casa de vocês ficará deserta” (Mateus 23:37,38).


Em ambas as ocasiões, Jesus colocou a culpa sobre o povo, ao afirmar, “não conheceram o tempo da sua visitação” e “vós não o quisestes”. Como resultado de não responderem ao chamado de Deus para abandonarem suas abominações, o templo seria desolado. Esta profecia foi cumprida em 70 dC, quando os exércitos romanos de Tito queimaram o templo e o colocaram ao chão. Esta segunda desolação do templo é perfeitamente paralela a sua primeira destruição. Em ambas as ocasiões as abominações foram causadas pelo povo apóstata de Deus e a desolação foram atos de julgamento realizados por um exército pagão.


Esta desolação de Jerusalém foi profetizada por Daniel, sendo o resultado de as pessoas rejeitarem o Messias, o príncipe. Um estudo cuidadoso de Daniel 9:25-27 mostra que seja este o caso. No versículo 25 o Messias é prometido a Israel e o restabelecimento da cidade também é previsto. Mas então, ameaçadoramente, a condenação é profetizada novamente. O versículo 26 fala do Messias sendo morto por seu próprio povo e de como este ato causaria a devastação da sua cidade e do santuário novamente.


Como Daniel ouviu Gabriel retransmitir esta profecia, isto foi para sua mente uma repetição do que tinha visto acontecer a Jerusalém da época. A profecia indica que a história iria se repetir, e foi exatamente isso que aconteceu. As abominações que o povo de Deus cometeram resultou, em 586 aC e 70 dC, na destruição do seu santuário e da cidade – primeiramente por Nabucodonosor, em seguida, por Tito.


Porque Israel rejeitou o Messias, perdeu seu lugar como o povo favorecido de Deus. Jesus previu que isso aconteceria, dizendo: “o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos” (Mateus 21:43). Israel perdeu sua franquia do evangelho por seu próprio pecado obstinado.


Quem seria a nova nação a receber o reino de Deus e produzir os seus frutos? A Bíblia dá uma resposta clara e concisa na carta do apóstolo Pedro para os conversos gentios, que “antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus”. Dos convertidos ao cristianismo, o novo povo de Deus, ele ainda diz: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9-10).


Na nova dispensação Deus concede aos cristãos convertidos todos os privilégios e as promessas que foram feitas para a semente literal de Abraão (cf. Gálatas 3:26-29). Agora os cristãos convertidos assumem o papel de Israel e a igreja cristã absorve o status do templo ou santuário de Deus. As Escrituras deixam isso bem claro em textos como Romanos 2, 28,29 2:05, Efésios 2:11-13, 19-22 e 1 Pedro.


A Desolação Final


É a partir deste princípio do Novo Testamento do Israel espiritual, que Daniel fala da abominação da desolação no terceiro e último tempo. Essas referências podem ser encontrados em Daniel 8:13, 11:31 e 12:11. Perspicazes estudantes de história profética percebem que estes versos previam a formação e ascensão do poder papal. É um fato incontestável da história que o papado trouxe para dentro da igreja cristã, a mesma prática do paganismo antigo pela qual Jerusalém foi destruída. Basta um pequeno estudo para vermos como o culto à imagens, o culto à Tamuz, e o culto ao sol foram introduzidos ao cristianismo durante a Idade das Trevas. Muitas destas abominações ainda estão entre nós sob a forma de estátuas, velas para os santos, rosário, serviços do amanhecer da Páscoa e culto de domingo.


Isso não quer dizer que a apostasia papal exonera o protestantismo. A maioria das igrejas protestantes aderiram à apostasia, continuando com a prática de abominações que têm suas raízes firmadas nas religiões pagãs antigas, que foram criadas para destruir a verdade de Deus. Tanto o catolicismo como o protestantismo têm estimulado abominações no lugar santo de Deus, Sua igreja. A igreja cristã é o espelhamento do Israel literal. Nós estamos repetindo muitos dos mesmos pecados e conseqüentemente colheremos a mesma punição de desolação, a menos que estejamos dispostos a ler a escrita na parede e fugirmos da Babilônia.


É claro que as três ocasiões da abominação da desolação encontradas em Daniel resultaram da apostasia por parte do povo de Deus, mas qual é o sinal que nos diz quando a desolação está proxima?


Em Lucas 21:20 Jesus disse aos Seus discípulos qual seria o último sinal da iminente destruição de Jerusalém. Ele Disse: “quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação”. Este texto não indica que os exércitos sejam a abominação, mas sim que os exércitos foram o instrumento para causar desolação. Através dos exércitos romanos Deus executou “o dia da vingança” contra as abominações de Israel.


Quando os exércitos romanos cercaram Jerusalém, isto foi um sinal de que a maioria dos líderes da cidade e seus habitantes tinham ultrapassado os limites da graça e enchido sua taça de iniqüidade. Para os cristãos que viviam na cidade, isso seria um sinal de que Jerusalém logo sofreria o julgamento de Deus. Tão logo a primeira oportunidade surgiu, os cristãos ”fujiram para os montes” (v. 21). Em 66 dC, quando Cestius, o general romano, cercou a cidade, os cristãos sabiam que o sinal prometido havia chegado e tinha chegado a hora de fugirem. Na sua primeira oportunidade para fugir eles fizeram isso, e nenhum cristão morreu na destruição horrível de Jerusalém em 70 dC.


Assim como Deus deu aos primeiros cristãos um sinal de quando deveriam fugir de Jerusalém, Ele também nos têm dado um sinal. Ele têm feito o possível para que cada cristão saiba quando a hora do estágio deste mundo estiver chegando ao fim.


Em Apocalipse 13 e 14, João relata uma lista de presságios que nos dirá o quão perto estamos do fim. O sinal que irá mostrar que as nações encheram sua taça de iniqüidade será quando fizerem uma imagem para o papado, unindo a igreja e o estado. Quanto mais nitidamente isto poderá ser feito pela aprovação de uma lei nacional dominical que ordenará a todos a adoração de um dia de adoração pagão? Esse evento será um cumprimento direto de Apocalipse 13:15-17, e garantirá que o fim dos tempos desta Terra se aproxima.


Um autor descreve os próximos eventos desta maneira: “Como a aproximação do exército romano foi um sinal para os discípulos da iminente destruição de Jerusalém, assim pode esta apostasia ser um sinal para nós que o limite da paciência de Deus é atingido, que a medida de iniqüidade de nossas nações está cheia, e que o anjo da misericórdia está prestes a alçar seu vôo”. Quando as igrejas terem se apostatado em suas abominações, a tal ponto de ser decretada uma lei religiosa, que desloca o santo sábado de Deus para um feriado pagão, podemos deixar nossas cidades, sabendo que um tempo de angústia se aproxima.


A abominação da desolação é um assunto importante nestes últimos dias. Se estudarmos esta profecia com cuidado, veremos que cada um dos seus três cumprimentos se refere a uma apostasia nacional do povo de Deus, que termina com sua trágica destruição. Estamos agora vivendo no tempo da apostasia final da igreja cristã, que torna sem efeito os mandamentos da Lei de Deus. Precisamos ver que estamos no meio da profecia e manter os olhos abertos para a culminação de todas as coisas.


Nossa única proteção contra a abominação da desolação é dar as nossas vidas sem reservas a Jesus, amar os outros como Ele os ama e adora-Lo no caminho que a Sua palavra ensina. O maior mandamento é simplesmente amar a Deus com todo nosso coração, alma e força. Se temos esse amor, será natural que façamos tudo para agradá-Lo e honrá-Lo. Em troca, ele vai nos manter em segurança através da desolação que vai fechar a história desta terra antes que ele volte.


Artigo de Gary Gibbs, escrito para o site Amazing Facts. Traduzido pelo blog www.setimodia.wordpress.com, do original “The Abomination of Desolation

O que é essa coisa chamada amor?


 
Apaixonar-se é uma das experiências mais emocionantes da vida. Todos querem encontrar o verdadeiro amor e, quando isso acontece, a vida adquire novo significado. Um aumento repentino de energia flui no organismo do apaixonado. Um entusiasmo renovado torna atrativo o mais tedioso trabalho. Uma química especial entra em funcionamento.
No estágio inicial do amor, o tempo desfrutado pelo casal está repleto de experiências emocionantes e ternos momentos. Cada olhar e toque, cada conversa e beijo adquirem um significado especial. Tudo parece tão certo, tão bom e perfeito. De repente surge a questão: “Como saber se é amor verdadeiro?”
O amor é tão emocionante que algumas pessoas deliberadamente cerram seus olhos para qualquer coisa que possa arruinar a ilusão. Falar sobre as diferenças entre o verdadeiro amor e a paixão passageira é complicado, mas não impossível. Aplicar o “teste do tempo” – dois anos completos de namoro antes do casamento – pode ajudar.

O amor verdadeiro supera tudo?

Muitos relacionamentos fracassam antes mesmo de realmente começarem, porque os casais adotam a teoria de que o amor supera tudo: “Não importa qual seja o problema, podemos vencê-lo. Nós nos amamos tanto que tudo se resolverá. Nenhum problema é maior do que o nosso amor.”
Aquele que adota essa teoria não está encarando a realidade. Se os casais enfrentam um ou vários dos problemas mencionados a seguir e insistem que são irrelevantes, estão vivendo na perigosa zona do “amor supera tudo”:
 grande diferença de idade
• diferenças raciais ou culturais
• diferenças religiosas
• falta de estudo
• falta de recursos financeiros
• um casamento prévio
• reprovação dos pais
• desacordo sobre ter ou não filhos
• hábitos de beber, jogar, drogar-se ou outros usos compulsivos.
Tina e André namoraram durante um ano. Tina foi educada num lar religioso, enquanto André cresceu sem religião. Antes de conhecer Tina, ele nunca havia estado numa igreja. Enquanto namoravam, discutiam superficialmente suas diferenças religiosas. André ia à igreja com Tina para fazê-la feliz, mas nunca assumiu um compromisso com Deus e a fé cristã. Visto freqüentar ele a igreja com certa assiduidade, Tina pensou que André estava aceitando suas crenças, ainda que ele nunca houvesse confirmado isso. Eles se entendiam tão bem em outros assuntos, que ambos evitaram abordar a questão religiosa na esperança de tudo dar certo. Nenhum deles queria provocar distúrbios no relacionamento. No íntimo, Tina sabia que nunca abandonaria suas crenças religiosas, e André acreditava que nunca seria religioso como Tina. Ambos pensavam que o amor que sentiam um pelo outro poderia superar todos os obstáculos.
Tina e André se casaram, mas não compartilhavam a mesma opinião sobre fé, igreja e espiritualidade. Ao evitar a questão das diferenças religiosas antes do casamento, eles estavam, na realidade, dizendo: “Se nos amarmos o suficiente, podemos superar o problema. O verdadeiro amor pode sobrepujar nossas diferenças religiosas.” Após o casamento, a situação não se mostrou tão favorável assim. André não tentava mais ir à igreja para agradar Tina. Ela, ainda assim, tentou continuar amando-o, mas não tinha nele o líder espiritual que tanto desejava no lar. Ela queria um esposo que orasse com ela sobre os problemas, que provesse orientação espiritual e que fosse um modelo cristão para seus filhos.
Por mais apaixonado que você esteja agora, por mais que prometa que nenhum dos problemas apontados irá separá-los, tratar dessas questões no futuro desgastará o amor e o afeto que sentem um pelo outro.

O amor é estranho

Nos estágios iniciais do amor, você provavelmente experimentará vários tipos de sentimentos e reações, inclusive uma emoção intensa e a idealização de seu companheiro(a), ou seja, pensar que ele ou ela é absolutamente “perfeito” ou “perfeita.” Essa fase romântica chamada paixão, envolve mudanças emocionais e fisiológicas interessantes, que foram testadas em laboratórios e são 100% reais! Por exemplo, a sensação de estar apaixonada faz uma mulher parecer mais bonita. A pesquisa explica que “homens e mulheres apaixonados andam mais eretos e parecem mais altos, porque a coluna vertebral está estirada.” Todas as reações motoras são intensamente ativadas, fazendo com que os apaixonados estejam extremamente atentos e emocionalmente receptivos aos seus companheiros.1
Os olhos parecem mais brilhantes porque a produção de lágrimas aumenta. Isso explica porque os olhos cintilam mais, e também porque você sente que o mundo está mais iluminado, brilhante e mais cheio de felicidade. O coração acelera e faz com que as pessoas sejam ainda mais susceptíveis de se apaixonar.
O nível de energia também aumenta. Estar apaixonado estimula a produção de epinefrina (adrenalina) e produz energia e força para a superação de problemas; daí o sentimento de poder superar tudo.2 Outro estudo com pessoas que acreditavam estar apaixonadas demonstrou que esse aumento de adrenalina deixa o coração mais terno. Os participantes dessa pesquisa receberam uma dose de adrenalina para assemelhar-se ao estado atingido pelos apaixonados. O resultado foi que aqueles que receberam tal dose demonstraram mais afeição do que os participantes que não a tinham recebido. Em outras palavras, o estado de apaixonado aumenta a capacidade de amar.3
Aqueles que estão apaixonados são mais receptivos e aceitam o que a vida tem a lhes oferecer. Estão prontos a desfrutá-la plenamente. Em contraste, aqueles que não estão apaixonados apresentam aos outros uma postura mais negativa ou fechada quando ofendidos ou irados. Suas atitudes e reações implicam em manter a cabeça abaixada, cerrar e enrugar os lábios, dar passos curtos e manter os braços junto ao corpo. Eles se distanciam física e emocionalmente das pessoas com mais facilidade. Como conseqüência, os outros também se afastam deles. O resultado se traduz em pessoas infelizes que pensam que ninguém gosta delas, que nunca recebem o amor e a atenção que desejam e necessitam para ser felizes.
Alguns jovens adultos indagam-se sobre qual a razão de nunca encontrarem uma namorada ou namorado, e se sentirem rejeitados pelas pessoas do sexo oposto. Na realidade, eles transmitem uma atitude ou postura negativa que afasta os outros.4
A memória também melhora quando estamos apaixonados, pelo menos seletivamente. A pessoa apaixonada possui a extraordinária habilidade de lembrar todos os pormenores que dizem respeito ao objeto de sua afeição. O jovem poderá se esquecer da tarefa de matemática ou a moça de ativar o alarme do relógio, mas nenhum deles se esquecerá dos detalhes um do outro.
Os apaixonados desejam ficar fisicamente próximos das pessoas que amam. Se o seu parceiro ou parceira está constantemente procurando estar perto de você, a probabilidade é de que ele (ou ela) esteja apaixonado(a).
O amor afeta a química cerebral. Um estudo indicou que quando o estado emocional é definido como de “amor”, há um aumento de uma substância química chamada feniletilamina, que mantém o nível emocional elevado. É interessante destacar que a feniletilamina é o mesmo componente químico encontrado no chocolate um presente habitual entre os apaixonados.5
O amor afeta também os hábitos alimentares. Muitas pessoas sentem falta de apetite nos estágios iniciais do amor. Outras pessoas sentem como se estivessem andando nas nuvens ou sendo transportadas para outro mundo, onde estão vagamente conscientes do que se passa ao seu redor.
Os apaixonados podem sentir mãos suadas, pupilas dilatadas, nervosismo no estômago etc. Esses efeitos fisiológicos tendem a desaparecer com o tempo.
No início do relacionamento é normal pensar constantemente no amado ou amada. Lana diz, com tom sonhador: “Vou dormir pensando nele, e é a primeira coisa que penso quando acordo pela manhã. E assim começa mais um dia em que ele nunca sai de meus pensamentos.” O enfoque intenso na pessoa amada tende a adicionar um interesse e entusiasmo ainda maior ao relacionamento. Quando longe um do outro, é comum o casal, nesse início romântico, desejar intensamente um telefonema ou esperar ansiosamente pelo momento em que se verão.
Nesse período, as pessoas conversam amplamente sobre o objeto de sua afeição com qualquer indivíduo que as queira ouvir. É possível que alguém apaixonado fique tão imerso nesse relacionamento romântico, que as responsabilidades são ignoradas ou esquecidas. Kurt afirma: “Estou tendo problemas em me concentrar nas aulas, e não consigo fazer meus trabalhos de casa. Eles se acumulam e não consigo realizar as tarefas cujos prazos estão vencendo. Outro dia estava numa reunião da associação estudantil e alguém fez uma pergunta. Não me dei conta de que a questão me havia sido dirigida, até que todos começaram a rir.”

Foco nas particularidades: os homens

Geralmente os homens se apaixonam mais rapidamente que as mulheres. Num estudo envolvendo 250 homens e 429 mulheres, os pesquisadores mediram a “cota romântica” de todos os que estavam apaixonados no momento. Mais de 25% dos homens disseram que se apaixonaram profundamente antes do quarto encontro, enquanto que isso acontecia com apenas 15% das mulheres. De fato, metade das mulheres relatou que não sabia se era amor genuíno, mesmo após 20 encontros! A conclusão foi que as mulheres demoram mais para saber se estão ou não apaixonadas.6
Concluiu-se que os homens se apaixonam mais rapidamente porque são atraídos em primeiro lugar pelas qualidades físicas de uma jovem. Um estudo revelou que os homens precisam apenas de sete segundos para decidir se querem estabelecer um relacionamento com uma mulher. Se ela for atraente, o homem raramente sente a necessidade de avaliá-la durante certo tempo. Se ele gostar do que vê e ela “acender” seus hormônios, então ele sabe que é amor. Considerações sobre as habilidades domésticas dela, ou como ela se relacionará com a família dele, ou ainda que tipo de mãe será, tornam-se secundárias diante de sua beleza.
Em geral, um homem também concluirá que é amor quando a mulher o faz sentir-se bem a respeito de si mesmo. Isso satisfaz sua necessidade de admiração e apreciação. Para encontrar o amor verdadeiro, portanto, o homem deve ter calma e amar a mulher de modo paciente e afetuoso durante um longo período de tempo. Aquele que se apressa seguindo somente seus instintos poderá decepcionar-se no final.

Foco nas particularidades: as mulheres

As mulheres têm outra perspectiva do amor. Geralmente demoram mais para se decidir, e não estão tão dispostas a declarar seu eterno amor antes de conhecer as qualidades interiores de um homem. Elas são mais inclinadas a procurar as características que desejam num homem, como o futuro pai de seus filhos. As mulheres, mais que os homens, possuem a habilidade de visualizar como será um relacionamento com um homem por toda a vida.
Elas demoram mais para se apaixonar, porque estão mais conscientes de seus sentimentos. É-lhes fácil distinguir paixão e todas as suas emoções do amor genuíno, que tende a avançar mais lentamente. As mulheres certamente sentem e gostam das palpitações da paixão, mas estão mais predispostas a permitir que a mente controle o coração, pelo menos inicialmente.
São mais vagarosas do que os homens para rotular seus sentimentos de “amor”, porém são mais persistentes em sua busca do amor verdadeiro. Uma vez que decida que encontrou a pessoa certa, ela tende a ficar mais intensamente romântica e sentimental. O amor, então, torna-se eufórico. A vida adquire um significado especial. As cores são mais brilhantes; a mulher fica mais feliz, mais bonita e radiante como nunca dantes. Ela pode ter dificuldades de se concentrar em qualquer coisa, exceto na pessoa amada e nos sonhos de um futuro juntos.

Amor sem limites

A sociedade nos programa, através da mídia e outros meios, para acreditarmos que o amor solucionará todos os problemas pessoais. Tal conceito conduz as pessoas a um caminho perigoso, porque esperam que um romance ofereça o que somente Jesus pode suprir.
Em vez de colocar todas suas esperanças e sonhos no ser humano, por que não se colocar primeiro a si mesmo nas mãos dAquele que nunca muda? Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre. Ele cumprirá as promessas que fez. Você pode confiar nEle. Seu amor é completamente incondicional. Ele sempre o amará, independentemente de sua aparência, fracassos ou erros. Quando outros decepcionam você, Ele está ao seu lado para amá-lo e cuidá-lo. Ele é o único que o ama em toda a sua plenitude.
Jesus é o único que pode suprir todas as nossas necessidades, satisfazer todos os nossos desejos e atender a todas as nossas expectativas. Apóie-se nEle, em primeiro lugar, e então terá menos chance de ficar desapontado no amor, e com mais possibilidade de encontrar um amor que o satisfaça neste mundo.
Nancy Van Pelt é educadora especializada em vida familiar. Publicou 28 livros que foram traduzidos em mais de 30 idiomas. Este artigo foi adaptado de seu livro Smart Love: Straight Talk to Young Adults About Dating, Love and Sex. Ver www.heartnhome.com

Referências

1. Joyce Brothers, The Brothers System for Liberated Love and Marriage (New York: Peter H. Wyden, 1972), p. 19.
2. Ibidem.
3. Ibidem.
4. Idem, p. 22.
5. John James e Ibis Schlesinger, Are You the One for Me? (Reading, Massachusetts: Addison-Wesley, 1987), p. 198.
6. Nancy L. Van Pelt, Smart Love: A Field Guide for Single Adults (Grand Rapids, Michigan: Fleming H. Revell, 1997), p. 128.
Dialogue Adventist

Conversando sobre namoro e virgindade

As Três Testemunhas de 1 João 5:7-8. (Comma Joanina)

I. Definição
Os comentaristas católicos, apreciadores da terminologia latina, denominaram de Comma Johanneum o inciso ou interpolação, que aparece em 1 João 5:7-8, mas que a Crítica Textual, através de notáveis comentaristas e insignes exegetas têm provado que não são de autoria da apóstolo João.
Estas palavras acrescidas ao texto sagrado são também denominadas de – “as três testemunhas celestiais.”
II. O Texto
I João 5:7 e 8 aparece assim no original:
Hoti treis eisin hoi martirountes,
to pneuma kái to hidor kaito haima, kai hoi treis eis heneisin.”
Sua tradução literal seria:
“Porque três são os que testificam: o espírito, a água e o sangue e os três para um são.”
Algumas traduções da Bíblia trazem um acréscimo a este texto, que tem sido denominado – “as três testemunhas celestiais”, por aparecer da seguinte maneira: “no céu: o Pai, a Palavra e Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra.”
Por isso a Almeida antiga rezava assim: “Porque três são os que testificam (no céu o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra) – o espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam num”.
Traduções modernas fiéis ao original não consignam as palavras, que aparecem entre parênteses na citação acima.
“Pois há três que dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.” – Almeida Edição Revista e Atualizada no Brasil.
“Há três testemunhas: o Espírito, a água e o sangue. E os três estão de pleno acordo.” – A Bíblia na Linguagem de Hoje.
A Bíblia de Jerusalém assim traduz:
“Porque três são os que testemunham: o Espírito, a água e o sangue e os três tendem ao mesmo fim.” com as seguintes notas explicativas:
O texto dos vv. 7-8 está acrescido na Vulgata de um inciso ausente nos antigos manuscritos gregos, nas antigas versões e nos melhores manuscritos da Vulgata, e que parece ser uma glosa marginal introduzida posteriormente no texto.
Os três testemunhos convergem. O sangue e a água se unem ao Espírito (I João 2:20, 27; João 3:5; 4:1) para testemunhar (conf. João 3: 11) em favor da missão do Filho que dá a vida (I João 5:11; João 3:15).
 III. O Problema
Embora a passagem tenha suscitado polêmicas e sugerido longas discussões, aqui se encontra o essencial para nossa orientação.
O SDABC (Comentário Bíblico Adventista), Vol. 7, pág. 675 tem o seguinte comentário sobre este problema:
“A evidência textual atesta a omissão da passagem ‘no céu, o Pai, o Verbo, e o Espírito Santo: e estes três são um. E três são os que dão testemunhos na terra. . .’ A passagem tal como aparece na KJV não se encontra em nenhum manuscrito grego anterior aos séculos XV e XVI, As palavras controvertidas acharam seu caminho para a KJV através do texto grego de Erasmo. Diz-se que Erasmo se ofereceu para incluir as palavras duvidosas em seu Testamento Grego se lhe mostrassem um manuscrito que as contivesse. Uma biblioteca em Dublin produziu tal manuscrito (conhecido como 34) e Erasmo incluiu a passagem em seu texto. Crê-se agora que as edições posteriores da Vulgata adquiriram a passagem por erro de um copista, que inseriu um comentário exegético marginal, no texto bíblico que estava copiando. As palavras em questão têm sido amplamente usadas em defesa da doutrina da Trindade, mas em virtude de tal evidência esmagadora contra sua autenticidade, elas não devem ser usadas com este objetivo.”
Bruce Metzger em seu livro – The Text of the New Testament, págs. 101 e102 nos esclarece mais:
“Erasmo ao publicar o Novo Testamento Grego, em 1516, foi criticado pelos defensores do Cardeal Ximenes, por não haver colocado estas palavras no seu trabalho. Erasmo replicou que não tinha achado qualquer manuscrito grego contendo estas palavras, E descuidadamente prometeu que inseriria a Comma Joanina, como era chamada, em futuras edições se um único manuscrito grego pudesse ser achado que a contivesse. Esta cópia lhe foi apresentada. Segundo os estudiosos, parece que este manuscrito grego foi escrito, em 1520, por um frade franciscano chamado Froy, que tirou estas palavras da Vulgata Latina. Erasmo cumpriu a promessa e colocou estas palavras em sua terceira edição (1522), mas em longa nota ao pé da página explicou sua suspeita de que o manuscrito tinha sido preparado para o confundir”.
Como Sabemos Que Estas Palavras Não Foram Escritas por João?
Além dos pensamentos já apresentados pode-se acrescentar:
1º) A passagem não se encontra em nenhum manuscrito grego dos primeiros séculos.
Apenas aparece em 4 manuscritos gregos posteriores e da seguinte maneira:
a) O manuscrito 61, que hoje se encontra na biblioteca de Dublin, o mesmo apresentado a Erasmo e que tem causado tantos dissabores aos estudiosos do Texto Bíblico.
b)  Um manuscrito do século XII, Nº 88, está em Nápoles, com a passagem escrita na margem.
c)  O de número 629, dos séculos XV ou XVI, pertencente à biblioteca do Vaticano.
d)  Um manuscrito do século XI de número 635, cuja passagem se encontra registrada na margem.
A passagem também não aparece em Manuscritos da Vulgata Latina antes do ano 800 A.D.
2º) Ela não foi traduzida para as versões ambas da Bíblia, como nos atestam a siríaca, a armênia, capta, árabe, etíope e outras.
3º) Não foi citada pelos Pais da Igreja.
Esta é uma prova concludente de que não se achava nas Escrituras. Se eles a conhecessem, sem dúvida, a teriam usado profusamente para condenar o arianismo vicejante naqueles idos.
4º) Pelo princípio da Crítica textual, denominado – Probabilidade Intrínseca – conclui-se que foi uma introdução indevida, por quebrar o fluxo do pensamento do apóstolo João.
5º) Consultando o Índex dos escritos de Ellen G, White não encontramos nenhum lugar em que tenha citado esta passagem.
Conclusão
Embora esta declaração sobre as “três testemunhas celestiais” esteja em plena harmonia com a teologia bíblica sobre a Trindade, ela não deve ser usada para prová-la, pelas razões que acabam de ser expostas.
Os comentaristas são unânimes em afirmar que João não escreveu a passagem em apreço, mas que teve sua origem na anotação ou nota marginal que um copista fizera no texto que estava copiando. Um outro copista achando-as inspiradoras e oportunas ele as introduziu num manuscrito posterior.
Nada melhor para condenar e concluir este estudo do que as sintéticos palavras de Vincent ao comentar I João 5:7-8:
“Estas palavras são rejeitadas pelo veredito geral de autoridade da Crítica Textual”.
Nota
O periódico “O Pregador Adventista”, Janeiro-Fevereiro de 1949, pág. 22, trouxe a seguinte informação sobre A Comma Joanina:
“Cipriano – Bispo de Cartago (que morreu em 258) escreveu as palavras na margem do versículo, como simples anotação sua. Mais tarde foram acrescentadas aos manuscritos posteriores da Vulgata de S. Jerônimo”.
Texto de autoria de Pedro Apolinário, extraído da apostila Explicação de Textos Difíceis da Bíblia.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Por quem Jesus orou na cruz?

Você sabe por quem Jesus orou, “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34)? Em quem Ele estava pensando ou se referindo? A quem levava Ele em Seu coração?
Certamente que os soldados que executaram a Cristo na cruz não sabiam o que estavam fazendo. Esta não passava de uma das centenas de crucificações daquele ano. Eles não compreendiam que estavam pregando o corpo do Filho de Deus naquela cruz. Estavam participando do sacrifício universal pelos pecados do mundo todo. Se soubessem quem se encontrava naquela cruz, teriam tremido e fugido apavorados.
Que dizer de Pilatos e dos dirigentes judaicos? Sabiam eles o que estavam fazendo? Pilatos desconfiava… sua mulher parecia saber, e tinha medo. Seria a ignorância uma boa desculpa para os guias de Israel? Se cressem realmente que Jesus era o verdadeiro Filho de Deus, que teriam feito? Ah, aí está a questão. Teriam de renunciar a seu orgulho e segui-Lo.
Estava Jesus orando por seus discípulos e seguidores? Alguns haviam fugido. Judas o traiu; Pedro o negou. Os outros nada podiam fazer por causa do seu grande pesar. Não haviam eles ouvido Jesus falar do propósito de Sua morte? Pensavam eles que o fim havia chegado?
Jesus orou por todas as pessoas. Não temos desculpas. Sabemos quem Ele é e o que fez por nós, e ainda o crucificamos de novo muitas vezes todos os dias. Ele faz essa oração pedindo perdão em todas as circunstâncias, mesmo quando sabemos muito bem o que estamos fazendo.
Quando essa tremenda verdade nos apanha, tem cura a causa do motivo por que fazemos coisas que frustram seu propósito. O conhecimento do perdão, antes mesmo de o pedirmos, liberta-nos da necessidade de executar a coisa mesmo para a qual precisaremos de perdão.  O Senhor nos perdoa mesmo quando sabemos o que estamos fazendo!
Confie no perdão de Deus. Ele perdoa e esquece completamente o seu pecado, o seu passado. Deixe Ele levantar você. Deixe Ele transformar você completamente.
(Da série “Tempo de Refletir)

O que Crêem os Adventistas sobre a Parusia ou Segunda Vinda de Cristo

A suprema esperança de todos os cristãos, através dos séculos, tem sido o cumprimento da promessa de Cristo de regressar a este mundo para por fim ao domínio de Satanás. Esta esperança se encontra alicerçada nas infalíveis promessas encontradas nas Escrituras Sagradas.
“Uma das verdades mais solenes, e não obstante mais gloriosas, reveladas na Escritura Sagrada, é a da segunda vinda de Cristo, para completar a grande obra da redenção”.
“A doutrina do segundo advento é verdadeiramente, a nota tônica das Sagradas Escrituras.”1
Apesar das irrefutáveis provas bíblicas, que apresentam a maneira da sua segunda vinda, interpretações errôneas têm surgido para explicar este evento glorioso.
Uma série de debates tem surgido em torno da palavra grega “parusia“. Diante desta realidade, é necessário estudá-la e compará-la com outras palavras usadas na Bíblia, para designar a “Vinda de cristo” a fim de compreendermos melhor o assunto.
A Bíblia nos apresenta insofismáveis provas de como será o regresso de cristo á Terra. Atos 1:10-11; 3:20-21; Fil. 3:20; Tito 2:13; Heb. 9:27.
Termos usados para o regresso de Cristo.
A Volta de Cristo é chamada com muita propriedade de “Segunda Vinda”, mas nas Escrituras várias palavras são usadas para designar este acontecimento, sendo as principais estas:
1ª) Apocalipsis
É uma transliteração da palavra grega, cuja tradução seria revelação de algo que não se vê.
O Novo Dicionário da Bíblia, referindo-se a esta palavra afirma:
“Sua volta será também um Apocalipsis, um desvendamento ou descoberta, quando o poder e a glória, que agora já Lhe pertencem, em virtude de Sua exaltação e presença celestial (Fil. 2:9; Efés. 1:20-23; Heb. 1:3; 2:9) serão desvendados diante do mundo (I Ped. 1:13).
2ª) Epiphania
Esta palavra designava no grego clássico o aparecimento de uma divindade que se encontrava escondida.
Este vocábulo traduzido em português por aparição ou manifestação, refere-se à vinda de Cristo, como se Ele saísse de um lugar escondido, para nos trazer as ricas bênçãos da salvação. (II Tess. 2:8; I Tim. 6:14; Tito 2:13).
3ª) Faneroo
O excelente dicionário de Arndt and Gingrich traduz este verbo assim:
a) Revelar, fazer conhecido, mostrar: I Cor. 4:5; Tito 1:3.
b) Tornar visível ou conhecido, ser revelado: Mar. 4:22; João 3:21; Rom. 16: 26; Efés. 5:13.
c) Aparecer, revelar-se. Aparece em quatro passagens com referência á segunda vinda de Cristo: Col. 3:4; I Ped. 5:4; 1 João 2 :28; 3:2.
4ª) Parusia
Das quatro apresentadas é a mais conhecida e mais importante para descrever a segunda vinda de Cristo, por isso requer de nós um estudo mais minucioso.
Que é Parusia?
Palavra grega proveniente do verbo grego “pareimi” que significa estar presente. A palavra parusia é usada 24 vezes no Novo Testamento. Catorze vezes nas Epístolas Paulinas, quatro em Mateus, duas em Tiago, três em II Pedro e uma em 1 João.
Todos os comentários e dicionaristas são unânimes em afirmar que o termo grego significa, presença, chegada, vinda, volta e que é usado duas vezes para presença (II Cor. 10:10; Fil. 2:12) e 22 vezes para a vinda de Cristo (Mat. 24: 3, 27, 37; I Cor. 1:8 etc.)
O alentado Dicionário do Novo Testamento de Tayer ao estudar a palavra “parusia” afirma:
“No Novo Testamento acha-se, especialmente, relacionada com o Advento, isto é, a futura volta visível de Jesus, procedente do céu, o Messias, que virá para ressuscitar os mortos, decidir o último julgamento e estabelecer de maneira aparente e gloriosa, o Reino de Deus”.
Apesar desta uniformidade, quanto à sua significação, idéias antibíblicas têm surgido em sua interpretação. Dentre estas as duas mais conhecidas são:
I. A dos Dispensacionalistas ou do Arrebatamento Secreto
Suas idéias sobre a segunda vinda de Cristo são pregadas insistentemente e aceitas por bom número de pessoas.
Crêem numa futura dupla vinda de Cristo separada por um período de sete anos. Afirmam:
“A primeira destas é a parusia ou simplesmente ‘a vinda’ quando se dará o rapto dos santos, também chamado rapto secreto”.3
Esta vinda será secreta e apenas conhecida pelo desaparecimento dos eleitos. Ensinam ainda, que neste evento Cristo não descerá à Terra, mas permanecerá nas alturas sem ser visto pelos homens. Este acontecimento denomina-se a “vinda para seus santos’, 1 Tes. 4:15-16 e será seguido por um intervalo de sete anos. Durante este período sucederão algumas coisas, assim descritas por eles:
“. . . Esta será seguida de um intervalo de sete anos, durante os quais o mundo será evangelizado, Mat. 24: 24; Israel convertido, Rom. 11:26; a grande tribulação ocorrerá, Mat. 24:21-22 e o anticristo ou o homem do pecado será revelado, II Tess. 2:8-10″.4
Esta doutrina não é autorizada pelas Sagradas Escrituras, porque contém uma série de implicações sem apoio bíblico.
Por exemplo: A Bíblia nos afirma que a segunda vinda de Cristo será um só evento. Será visível como nos confirmam Atos 1:11; Heb. 9: 27; Apoc. 1:7.
II. A das “Testemunhas de Jeová”
Defendem com bastante insistência o extravagante ensino de que Cristo já voltou á Terra.
Esta heresia teve origem com Carlos Russell, fundador do movimento. Seu ensino tem sofrido algumas mudanças, vindo harmonizar datas díspares. Carlos Russell dizia que Cristo tinha vindo no ano de 1874. Seus seguidores afirmam hoje que esta vinda de Cristo se deu em 1914, e para contornarem esta discrepância dão a seguinte explicação:
Com a segunda presença de Cristo em 1874 se iniciou a idade evangélica, que durou por um período de 40 anos, isto é, até 1914.
Ensinam as Testemunhas de Jeová que Cristo já está aqui e que sua vinda se processou de forma visível e que só pode ser visto pelos olhos espirituais.
Em que passagens se baseiam para negarem a segunda vinda de nosso Senhor de forma visível e corp6rea e defenderem a presença invisível de Cristo? Evidentemente, em nenhum texto bíblico se encontra esta idéia, que foi arquitetada, em 1871, na mente do fundador da seita – Russell.
Estabeleceram suas conclusões baseadas em premissas falsas, isto é, interpretando mal Mat. 23:39 e S. João 14:19.
Afirmam em Make Sure of All Things, pág. 321: “O retorno de Cristo será invisível, porque Ele testificou que o homem não poderia vê-lo, outra vez, em forma humana”.
As afirmativas de Cristo não servem de fundamento para as suas excêntricas conclusões, porque violaram dois princípios fundamentais da hermenêutica:
1º) Ao fazer a exegese da Bíblia, o intérprete deve ter em vista o contexto.
2º) Esqueceram-se da Regra Áurea da Interpretação, chamada por Orígenes de Analogia da Fé. O texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de passagens isoladas.
O principal problema relacionado com vinda visível ou invisível é uma conseqüência da tradução da palavra grega parusia, que deveria ser traduzida, como já vimos, apenas duas vezes por presença, mas eles sempre a traduzem desta maneira. Para atingirem seus objetivos fizeram sua própria tradução da Bíblia, a chamada Novo Mundo.
Parusia pode, conforme o contexto, ser traduzida por presença, mas na maioria dos casos traduzi-la assim, seria uma violação do sentido – Mat. 24:3, 27, 37, 39; I Cor. 15:23.
O ensino russelita apresenta algumas contradições como as seguintes:
1ª) A Bíblia ensina que com a vinda de Cristo terminariam os males da humanidade. Como explicar que milhões de pessoas morreram, desde esse ano, por meio de guerras, terremotos e pestilências?
2ª) É humanamente impossível harmonizar que Cristo tenha vindo em 1914, com suas próprias palavras em S. Mateus 24:30, 36.
3ª) Se com a presença de Cristo os males aumentaram, as Testemunhas de Jeová precisam confessar que Cristo não é um bom governante. A Bíblia ensina exatamente o contrário.
4ª) Os perversos serão destruídos com a sua vinda. II Tess. 2:8.
Foram eles destruídos em 1874 ou em 1914?
5ª) Cristo ensinou que a Ceia deveria ser comemorada até que Ele voltasse. I Cor. 11:26. Se Ele já voltou, as Testemunhas de Jeová não deveriam mais comemorá-la.
Para uma boa compreensão da segunda vinda de Cristo, é mister saber, o que a Bíblia de maneira clara e precisa nos ensina.
A maioria dos cristãos, inclusive os adventistas, crêem no tocante à Segunda Vinda de Cristo, apenas na veracidade do Testemunho Bíblico. Várias passagens nos esclarecem como será este glorioso acontecimento, base da acalentada esperança cristã.
Henry H. Halley disse:
“É melhor não dogmatizar acerca de certos eventos relacionados com Sua Segunda Vinda. Porém, se a linguagem é um veículo do pensamento, certamente se requer muita explicação e interpretação para retirar das palavras de Jesus algo que não signifique o que Ele conceituava sobre Sua Segunda Vinda, apresentado como um evento histórico, bem definido, no qual, Ele, pessoal e literalmente (embora não em seu corpo de carne, senão em seu corpo glorificado) aparecerá para reunir a si mesmo em eterna glória aqueles que foram redimidos por seu sangue.”5
O ensino da Bíblia, quanto à maneira da vinda de Cristo, poderia ser sintetizado nos seguintes tópicos:
1º) Será um regresso físico.
Que o regresso de Nosso Senhor será físico, deduz-se claramente de passagens bíblicas, tais como: Atos 1:11; Heb. 9:27 e Apoc. 1:7, Jesus voltará à Terra em corpo, não no corpo corrompido pela degradação ocasionada pelo pecado, mas no corpo renovado e glorioso, Jesus estava deixando os discípulos em pessoa e assim mesmo, em pessoa, promete voltar.
2º) Será uma vinda repentina.
A Bíblia nos ensina que esta vinda será repentina, inesperada, tomando a muitos de surpresa, Mat. 24:37 a 44; 25:1-12; Mar. 13:33-37; I Tes. 5:2, 3; Apoc. 3:3; 16:15.
Embora haja muitos sinais estes não nos autorizam a marcar ano, mês ou dia para este evento, Os sinais são advertências para nossa preparação, porque não sabemos o dia nem a hora em que Cristo deve voltar.
3º) Será uma vinda gloriosa
Sua segunda vinda, embora pessoal, física e visível, será bem diferente da primeira. Não virá no corpo de sua humilhação, mas no corpo glorificado e com vestes reais. Virá como Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.
4º) Sua vinda será universalmente visível e até audível. Mat. 24:26-31; Apoc. 1: 7.
Conclusões
Depois de estudar como será a Segunda Vinda de Cristo, conforme a Bíblia, concluímos:
A idéia Dispensacionalista, embora bem arquitetada por seus defensores, baseia-se em argumentos humanos. A autoridade suprema em assuntos religiosos – a Bíblia – não os aprova, portanto não podem ser aceitos. As idéias russelitas partem de várias premissas falsas à luz da Bíblia, começando pela tradução errada da palavra grega parusia. Sendo a Bíblia a norma do pesquisador sincero, conclusões que ela não aprova devem ser colocadas de lado.
Apesar da exuberante luz encontrada nas Escrituras Sagradas há grupos, como os dois já citados, e pessoas isoladas que não aceitam os seus ensinos sobre a maneira da Segunda Vinda de Cristo. Quão terrível será para estes o glorioso aparecimento nos ares de Cristo em Sua glória, na glória de Seu Pai e na glória de miríades de santos anjos, Tétricas são as palavras bíblicas que descrevem a sua angústia. Apoc, 6:15-17.
Dia glorioso e feliz para os remidos justos e para os que morreram com a fé e a esperança postas em Jesus Cristo.
As palavras de Jesus em S. Mateus 24:23 seriam excelente advertência aos que divergem de um “assim diz o Senhor”, para não acreditarem em ensinos não alicerçados nas Escrituras Sagradas.
Demos graças a Deus, prezado leitor, pela segura palavra inspirada, que nos científica de que a Segunda Vinda de Cristo será visível fisicamente e que todos terão a sublime oportunidade de vê-lo em glória e majestade. A Bíblia confirma: “Todo olho o verá.”
Eu almejo vê-lo. Não aspira você a idêntico privilégio?
 Referências:
  1. O Conflito dos Séculos, Ellen G. White, pág. 323.
  2. Novo Dicionário da Bíblia, pág. 512.
  3. Teologia Sistemática, L. Berkhof, pág. 832.
  4. Idem, pág. 833.
  5. Ibidem, pág. 935.
Texto de autoria de Pedro Apolinário, extraído da apostila Explicação de Textos Difíceis da Bíblia.

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