segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Salmo 6 - Salvação Pela Graça


Há muitas coisas que podem acontecer com um homem de Deus. Davi era um homem singular: ele era um rei, era um profeta, e, portanto, era um líder espiritual e o povo esperava muito dele. Sua responsabilidade era grande, e ele sabia disso. No entanto, as coisas não estavam indo muito bem com ele, pelo que se pode ver nos seus próprios escritos. Mas, as coisas podiam mudar; assim cria o grande poeta e cantor de Israel.

Muitas vezes não podemos senão ver sombras em nossa vida; as trevas se avizinham, e não temos nenhuma perspectiva de como ver uma luz no final do túnel. Muitas vezes sentimos que as coisas podem piorar, e entramos em pânico. Mas, aqui neste Salmo 6, vemos 4 coisas que aconteceram com Davi, e 4 coisas que podem acontecer com você, 4 coisas que podem acontecer com um cristão sincero.

I – MEDO (v. 1-3)

Davi tinha medo da ira divina. Ele orou: “Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.” No salmo 3:6, ele dissera: “Não tenho medo de milhares do povo que tomam posição contra mim de todos os lados!” Mas agora, ele tinha medo da ira de Deus. E isso pode acontecer com qualquer cristão, que tenha um pouco de sensibilidade espiritual.

De onde vem o medo da ira de Deus? O medo vem por causa do pecado. Adão e Eva estavam felizes no Jardim do Éden. Então, eles cometeram o pecado. Mas Deus não tinha abandonado os Seus filhos e foi procurá-los pela viração do dia, como de costume, mas eles estavam escondidos. E Deus chamou ao homem e lhe perguntou: “Adão, onde estás?” A resposta veio com muitos receios: “Ouvi a Tua voz no Jardim e tive medo e me escondi!” (Gn 3:10).

E agora vemos a Davi, um homem “segundo o coração de Deus”, que estava com medo de Deus! Não é incrível? Um homem que possuía muita luz do conhecimento do seu Benfeitor, agora estava temendo ser repreendido e castigado pela ira de um Deus vingador! Mas como podia acontecer isso com Davi? A razão era a mesma de Adão. Ele havia pecado contra Deus e sabia da gravidade do seu pecado. Ele sentia uma profunda convicção de pecado e temia que Deus o castigasse. Ele sabia que a ira de Deus é despertada pelo pecado. Ele sabia que a ira de Deus era a manifestação da Sua justiça contra o seu pecado.

Ele sentia o peso da culpa, e ele temia a repreensão e o castigo de Deus. Ele foi repreendido por Natã, ele foi repreendido por sua esposa Mical, ele foi repreendido por Joabe, o comandante do seu exército. A repreensão humana, ele podia suportar. Mas tinha medo e grande pavor de ser repreendido e castigado por um Deus irado por causa dos seus pecados. Portanto, ele tinha muitos motivos para orar desse modo: “Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor”.

A grande pergunta é esta: Será que Deus castiga? Ele nos pune por causa de nossos pecados? Há muitas pessoas nesse mundo que tem medo de Deus. Elas foram ensinadas desde a infância a temer um Deus que fica muito irado quando erramos. E muitos pregadores, para contrapor-se a este sentimento, para consolar os que são assim atribulados, adquirem a fama de populares pregando que Deus não castiga a ninguém, porque é um Deus de amor e um pai de amor não castiga os seus filhos pelos erros que cometem.

Mas qual é a verdade? O que a Bíblia diz sobre esse assunto? A Bíblia diz que Adão foi punido pelo seu pecado, e a ira de Deus se manifestou, quando eles foram expulsos do Paraíso. Deus castigou o mundo antediluviano, e destruiu a todos os pecadores. Deus castigou a Sodoma e Gomorra, e Sua ira se manifestou com fogo e enxofre. Deus castigou ao povo de Israel, mandando-os para o exílio assírio e babilônico por causa de seus muitos pecados e transgressões.

E isso não se limita ao Antigo Testamento, porque logo na Igreja primitiva, vemos Ananias e Safira sendo mortos por causa de sua hipocrisia, mentira e roubo. Vemos Herodes sendo morto, por causa de sua blasfêmia e orgulho. E podemos ainda adicionar a ira de Deus se manifestando nas 7 últimas pragas contra o mundo inteiro por causa de seus pecados.

Davi conhecia a Deus e teve de ser castigado algumas vezes por seus erros, porque ele era um rei teocrático, e tinha de ser exemplo de justiça para o povo, além de ter uma grande luz acerca do caráter divino. E a Bíblia ensina que, quanto mais luz tivermos, maior será a repreensão e o castigo (Lc 12: 47-48). E agora, vamos pregar que Deus não castiga, enganando o povo com falsas insinuações? A resposta não é esta. O consolo é outro. A esperança se encontra na Cruz de Cristo, porque lá “o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas feridas fomos sarados” (Is 53:5). Jesus Cristo foi castigado por causa dos nossos pecados, e, portanto, não precisamos mais ser castigados.

Entretanto, Paulo ainda nos adverte: “Se vivermos deliberadamente [voluntariamente]em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários... Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10: 26-27,31). Se continuarmos em pecado conhecido, estaremos calcando aos pés o Filho de Deus e ultrajando o Espírito Santo da graça e só podemos esperar um castigo severo (v. 29).

Entretanto, a grande resposta para as nossas almas aflitas é o próprio exemplo de Davi. Ele sabia de tudo: ele reconhecia o seu pecado, sabia do castigo que merecia, conhecia o caráter justo de Deus, sabia que Ele não faz acepção de pessoas.  Mas ele também sabia como Deus age diante de alguém que lhe suplica a misericórdia, e se humilha, reconhecendo o seu pecado e se arrependendo sinceramente. Sabia por experiência que Deus Se inclina para ouvir e atender aos que tem fé suficiente para crer no Seu amor extraordinário, e que está sempre nos dizendo: “Com amor eterno Eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.” (Jr 31:3). Davi é um exemplo de um pecador tremente diante da ira de Deus, mas que vence o seu temor por uma fé inquebrantável na misericórdia de Deus.

Muitas vezes, por causa de nossos erros, o Senhor nos repreende em Sua justiça, mas mistura Sua repreensão com a misericórdia e nos fala por Seus agentes. Pode ser através da esposa, dos amigos, do pregador, ou até por nossos filhos, ou pela simples leitura da Bíblia. Ninguém gosta de ser repreendido. Mas muitas vezes a repreensão de humanos é uma obra de Deus, misturada com Sua compaixão, a fim de velar a Sua ira e nos fazer voltar aos caminhos da justiça.

O que faz o medo da ira divina? Temos que nos livrar desse temor que conspira contra a nossa alma.

1- O medo da ira de Deus enfraquece todo o sistemaV. 2: “Tem compaixão de mim, Senhor, porque eu me sinto debilitado.” Davi suplica pela compaixão divina, porque se sentia enfraquecido, abatido. A compaixão de Deus pode desviar a Sua ira, de tal modo que nos sentimos fortalecidos. O medo da Sua ira pode abater a nossa força física, como um resultado geral de todas as coisas ruins que podem advir desse temor.

2- O medo da ira de Deus debilita a saúde dos ossos. V. 2: “Sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão abalados.” O medo infligido pelo pecado causa a doença do corpo e chega a atingir os ossos. Davi estava com esse grande problema, doente e com dor nos ossos.

Certa vez enquanto um pastor adventista estava fazendo uma conferência numa grande cidade, um homem coxo, de meia idade, e que sofria intensamente, foi levado à plataforma após a conferência. Disse ele para o pregador adventista que todo aquele dia estivera pensando seriamente no suicídio como fim para as suas misérias. Mas, agora, um de seus filhos lhe levara um convite para a conferência que estava sendo pronunciada naquela noite.

Disse ele: “O título de sua conferência me atraiu, e decidi ouvi-lo antes de meter uma bala na cabeça. Talvez o senhor tenha uma feliz solução para a minha vida angustiosa. Nos últimos catorze anos venho sofrendo de reumatismo agudo. Às vezes fico na cama três meses seguidos. Não há remédio que possa curar-me ou aliviar-me.”

Marcaram um encontro para o dia seguinte, e ele contou ao conferencista a sua triste história. Vinte anos antes estivera no caminho da prosperidade. Casara com uma linda jovem e possuía sua casa própria. Então seu pai, um rico homem de negócios, confiou ao filho alguns encargos comerciais. Este tirou vantagem da situação e, mediante processo estritamente legal, privou o pai de grande quantidade de títulos, apropriando-se deles.

Desesperado, afinal, o pai levou o próprio filho diante dos tribunais, sem nenhum resultado. Oprimido pela dor, o pai morreu alguns meses depois. O filho sentiu que havia sido a causa da morte do pai. Depois disto, graças à má administração, e como uma condenação a suas más obras, perdeu tudo, até mesmo o que havia ganho licitamente antes de arruinar o pai. Assim privara a mãe e as irmãs de uma boa herança.

Agora tinha uma grande família. Nos últimos catorze anos, vinha sofrendo de reumatismo que lhe inutilizara os dedos e causava tanta dor que muitas vezes ficava meses sem poder sair da cama. Sua culpa o perseguia e atormentava cada minuto de sua vida.

Acrescentou ele que sua mãe e uma irmã casada estavam vivendo na mesma cidade, de maneira que o conferencista mandou chamá-las no dia seguinte. Depois de haver-lhes falado sobre o assunto, conseguiu que o pobre enfermo fosse recebido. Ali, humildemente pediu perdão à sua mãe e a Deus. Depois de ouvir as palavras de perdão da mãe, um sorriso aflorou-lhe nos lábios, e ele disse: "Este é o meu primeiro momento feliz em vinte anos”.

Como resultado, dois dias mais tarde ele pôde andar com o auxílio de uma bengala e, pouco depois, se locomovia como um jovem! Nunca mais sofreu de reumatismo. Normalizando a situação de sua consciência, ele conseguiu ver melhorada sua saúde e começou a encontrar alegria na vida. O que os médicos e os remédios não puderam fazer, a confissão da culpa logrou alcançar. Agora, ele leva uma vida contente e próspera. Não tem mais ansiedade ou medo de si mesmo, dos outros e de Deus.

3- O medo da ira de Deus aflige a alma: V. 3: “Também a minha alma está profundamente perturbada.” Davi tinha um problema psicológico, que afetava o seu ser completo. A sua alma estava “profundamente perturbada”, com remorso, angústia e dor. E, como nós somos unidades indivisíveis, há uma estreita relação entre a mente e o corpo: “A relação existente entre a mente e o corpo é muito íntima. Quando um é afetado, o outro se ressente”. (E.G.White, Mente, Caráter e Personalidade, vol. I, pág. 60). Quando a alma está em profunda angústia, o corpo sofre e adoece. Assim se encontrava Davi. A culpa do seu pecado trouxe a doença, o remorso, e o medo de Deus.

Então, ele suplica angustiado: “Tem compaixão de mim, Senhor!” (v. 2). Precisamos de restauração do corpo, da alma e do espírito. Precisamos de mais saúde e isso depende da compaixão divina. Muitas vezes, nós perdemos a saúde por causa de nossos erros e extravagâncias. Necessitamos da compaixão divina, a fim de sermos sarados de nossas loucuras. Mas, também, não devemos abusar da Sua misericórdia.

Ellen White, certa vez foi convidada a orar por um homem casado que apesar das relações conjugais com a esposa, ainda vivia se masturbando, e danificando o seu sistema nervoso e debilitando a sua energia vital. Agora que se encontrava fraco e doente, alguns membros da sua igreja pediram que ela orasse por esse homem vítima de suas paixões baixas, embora ninguém soubesse do que estava acontecendo. Ela, no entanto, foi avisada por Deus que não orasse por esse homem, porque não seria atendida; porque se ele fosse curado, apenas continuaria no pecado, e usaria a saúde para continuar no vício. Seguramente, não devemos abusar da graciosa misericórdia divina que nos mantém vivos para sermos reflexos da Sua glória.

O desespero de Davi estava esmagando a sua alma, e ele faz uma pergunta inquietante: “Senhor, até quando?” (v. 3), diz o salmista. “Até quando?” é o indicador de que as forças do justo estão se exaurindo, se esgotando. “Até quando?” significa o desespero da alma que não agüenta esperar mais. “Até quando?” é o clamor do justo que já suplicou muitas vezes, mas não encontrou a resposta para as suas angústias.

II – SALVAÇÃO (v. 4-5)

A outra coisa que pode acontecer a um cristão em angústia por seu pecado e pelo seu medo é salvação.

1- Davi queria salvação da ira de Deus. Ele sabia por experiência própria o que significava ser castigado por Deus, e ele agora pedia salvação da ira e do furor de Deus contra ele por causa de seu pecado. Então, Davi faz um veemente apelo: v. 4: “Volta-Te, Senhor”. Ele estava com receio e medo da ira de Deus e agora pede que Ele volte da ira para a misericórdia. Que Ele faça o caminho de volta, desviando-Se do Seu furor para a compaixão de que tanto ele precisava.

De fato, salvação é da ira divina. Deus nos salva de Sua própria ira. O apóstolo Paulo disse: “Sendo justificados pelo Seu sangue, seremos por Ele salvos da ira!” (Rm 5:9). Quando chegar o grande Dia do Juízo, quando a ira divina se manifestar nas 7 últimas pragas sobre esse mundo ímpio, nós seremos salvos dessa ira. Mas esta é uma promessa que se aplica também para o tempo presente (Rm 3:26). Somos salvos de Sua ira agora mesmo, porque Deus pode contemplar a Cruz de Jesus Cristo e ver o Seu sangue derramado, fazendo propiciação por nós, que clamamos pela Sua salvação.

2- Davi queria livramento do pecado. Davi disse, no v. 4: “Livra a minha alma”. O pecado aprisiona a alma, o medo encerra o pecador em remorsos. O pecado escraviza o homem e daí ele se encontra sem poder, fraco, abatido, “sem ar, sem luz, sem razão”. “Todo o que comete pecado é escravo do pecado”, disse Cristo. Mas Ele também disse: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (Jo 8:34,36). Podemos crer na libertação do pecado pelo Filho de Deus. Ele nos liberta do pecado completamente, e agora Se encontra no Céu e intercede por nós.

3- Davi queria salvação de graça. As suas palavras textuais são estas: V. 4: “Salva-me por tua graça.” Davi ora por salvação pela graça. Davi conhecia o Evangelho. Não é admirável? Muitos teólogos populares poderiam se surpreender com uma oração rogando salvação pela graça registrada no Antigo Testamento. Dizem muitos teólogos modernos que há duas dispensações, a Dispensação da Lei, que era a dispensação do Antigo Testamento, quando todos os homens se salvaram pela observância dos mandamentos de Deus; e a Dispensação da Graça, que é a nossa dispensação, do Novo Testamento, quando todos os cristãos podem se salvar pela livre graça de Deus.

Mas isso é uma falsa doutrina. Essa teoria cria a necessidade da existência de duas classes de pessoas redimidas. A 1ª classe formada de pessoas que se jactam de suas realizações; a outra, seria formada de pessoas humildes. Entretanto, jamais teremos no Céu duas classes de salvos, uns que se salvaram pelas obras, e poderiam dizer: “Nós fomos salvos graças aos nossos esforços, porque praticamos as obras da Lei”, e outra classe de cristãos humildes que teriam de confessar: “Nós, pelo contrário, nada temos de mérito em nossa salvação, porque estamos aqui por causa da graça de Deus através de Jesus Cristo, que morreu para nos salvar!”
De fato, tanto o Novo quanto o Antigo Testamento testificam que todos os homens serão salvos pela graça. O apóstolo Paulo disse: “A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2:11). Portanto, não pode haver duas dispensações, não pode haver divisões no que se refere ao meio de salvação; todos se salvarão do mesmo jeito como está planejado por Deus, “porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3: 22-24).

O salmista temia a ira de Deus e agora, ele pede que Deus o salve pela Sua graça. Assim é o Evangelho. A salvação nos é dada gratuitamente. “Pela graça sois salvos, mediante a fé.” (Ef 2:8), disse o apóstolo Paulo. Como você se sente quando eu falo da graça? Será que as cordas de sua alma vibram de emoção pela graça maravilhosa de Deus? Você sente o coração cheio de esperança?

Então, Davi argumenta com DeusV. 5: Ele dá uma razão por que deveria ser salvo: “Pois, na morte, não há recordação de ti; no sepulcro, quem te dará louvor?” Davi dirige uma pergunta poderosa para Deus: “Senhor, se eu morrer, como poderei continuar a Te louvar, como poderei me lembrar dos Teus poderosos feitos?” Aqui temos um dos segredos da oração eficaz. Quando você orar e pedir salvação, argumente com Deus nos Seus termos e diga: “Senhor, salva-me por Tua graça, porque se eu morrer, não poderei continuar Te louvando!”, e Deus atenderá à sua oração, pois esse é um argumento muito forte, que fere a sensibilidade do próprio Deus. Se quiser ser atendido, use os argumentos que Deus inspirou.

“Na morte não há recordação de Ti”. Muitos hoje ensinam a consciência após a morte, dizendo que a morte é o momento em que a alma sai de sua prisão corpórea, a fim de estar sempre se lembrando de Deus no Céu, para nunca mais esquecê-lO. Mas se isso fosse verdade, a morte seria uma bênção, procurada pelos filhos de Deus como um meio de recordar a Deus por toda a eternidade. Mas o salmista diz exatamente o contrário: “Na morte, não há recordação de Ti!” Na morte não há consciência de Deus. Portanto, ele quer ser livrado da morte!

Davi não cria na imortalidade da alma. Se ele cresse na teoria de que os mortos justos vão para o Céu após a morte, a fim de louvar a Deus, ele jamais teria dito: “No sepulcro, quem te dará louvor?” Estas palavras não fortalecem o ensino da imortalidade incondicional. Se ele cresse assim, ele teria dito: “No sepulcro, teremos o início de um louvor eterno. Senhor, se eu morrer, haverei de me lembrar de Ti todos os dias da eternidade; se eu descer ao sepulcro, não haverá nenhum problema, porque eu tenho uma alma imortal, e O louvarei para todo o sempre!”

Mas Davi não escreveu isso. Ele declarou que na morte não há consciência, não há sabedoria, não há nenhum conhecimento, nem do que se passa na terra, como também do que se passa no Céu. Ele falou que ao morrer, o homem perde a sua capacidade espiritual de louvar a Deus.

Se aquela teoria popular fosse verdade, a morte seria muito bem-vinda. Mas a morte não é a libertação da alma que se desprende do corpo para festejar a sua liberdade, a fim de subir ao Céu, e dar ao crente a oportunidade de louvar a Deus no Paraíso eternamente. A morte é uma maldição que o pecado trouxe da qual somos salvos por graça de Deus.

Davi não ensina a imortalidade da alma. A única coisa neste salmo que ele ensina sobre a natureza do homem é que a sua alma está “profundamente perturbada”, que o seu espírito está debilitado e que os seus ossos estão abalados fisicamente. Ele sentia a aproximação da morte, mas não pôde dizer que logo iria louvar a Deus no Céu, eternamente, porque não cria nisso, e nem podia crer, por não ser verdade. Portanto, ele ensina muito mais a fragilidade da alma do que a sua imortalidade.

III – O CANSAÇO (6-7)

1- Davi estava cansado de tanto gemer. Davi sentia a sua alma cansada dos resultados fatais do pecado, que incluem o gemido da alma. Isso também pode acontecer com você. O cristão também está cansado de tanto gemer. Disse o apóstolo Paulo: “Também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (Rm 8:23).

Os cristãos sentem os impulsos da natureza pecaminosa, as insinuações da carne e, muitas vezes, cometem pecado e gemem; isso, mesmo possuindo as “primícias do Espírito Santo”, os Seus primeiros frutos da salvação. Portanto, aguardamos o dia em que teremos o nosso corpo redimido, transformado. Estamos cansados de tanto gemer pelos nossos pecados e pelos de outros irmãos e pelos do mundo? Mas logo virá o Dia de Cristo.  

2- Davi estava cansado das noites indormidasV. 6: “Todas as noites faço nadar o meu leito, de minhas lágrimas o alago.” Ele tinha insônia, e muitas vezes era surpreendido com muitas lágrimas. Davi usa uma figura de linguagem, chamada hipérbole, que ocorre no texto quando o autor fala com exagero, figuradamente. Como disse Olavo Bilac, certa vez: "Rios te correrão dos olhos, se chorares!"  

“Todas as noites”, disse o salmista. Um famoso artista grego, artista do balé, festejado em todo o mundo como um dos maiores artistas do balé internacional, em palavras dramáticas traduziu a angústia de seu espírito, quando ele disse o seguinte: "Todas as noites me inquieto e não durmo! Jamais tenho me encontrado sozinho sem que as minhas mãos tremam, sem que os meus olhos se encham de lágrimas, sem que o meu coração se angustie." E completava: "Não tenho paz."

3- Davi estava cansado de tantas mágoas. Os relacionamentos de Davi eram muito complicados, porque ele era rei, profeta, pai e esposo. Ele era um líder espiritual do povo de Deus. Ele certamente, ocupando essa posição, ele tinha muitos adversários e inimigos. Ele transparecia em seus olhos as mágoas produzidas por tantos adversários. Ele se sentia amortecido e velho, desprezado e infeliz, vitimado pela mágoa da ingratidão.

Davi continua a sua queixa, e desabafa, no v. 7: “Meus olhos, de mágoa, se acham amortecidos, envelhecem por causa de todos os meus adversários.” Os olhos são um reflexo do corpo inteiro; se o corpo está abatido e fraco, certamente, isso será visto nos olhos. Davi estava envelhecendo prematuramente, mais rápido do que ele esperava. Seus olhos não enxergavam mais com a lucidez da juventude; sua cabeça se enchia de cabelos brancos; seus braços não tinham mais a força digna de heróis. Ele se sentia fraco, abatido e velho.

Por que isso? “Por causa dos meus adversários”, diz ele. As suas ameaças, suas perseguições, as suas calúnias, as suas traições – tudo isso conspirava contra a saúde de Davi. Mas quantos eram os seus adversários? Ele fala de “todos”. No Salmo 3:1, ele faz essa declaração: “Senhor, como tem crescido o número dos meus adversários! São numerosos os que se levantam contra mim.” Como não envelheceria Davi com tantos inimigos?

Nós também temos uma multidão de inimigos. Lutero enfrentou milhares de demônios em sua grande obra de Reforma, conspirando contra ele e seu trabalho. E ele sentiu a presença desses demônios, que procuravam matá-lo. A 6 de março de 1521, Lutero foi intimado a comparecer perante a Dieta Imperial em Worms, sendo-lhe assegurado salvo-conduto. Então, quando ele ia chegando àquela cidade, ele disse: “Ainda que houvesse em Worms tantos demônios como há telhas sobre as casas, contudo lá entrarei.” Nós sabemos que muitos deles estão prontos para nos desanimar e nos derrotar e até nos fazer envelhecer prematuramente.

IV – CERTEZA (8-10)

A 4ª coisa que aconteceu a Davi e pode acontecer com você foi a certeza.

1- Certeza de boas companhias. Davi sabe o que são boas companhias e toma providências para que as más companhias não se acheguem a ele. Davi queria ter certeza de que os seus amigos eram sinceros primeiramente com Deus. Então, se dirige aos seus adversários em tons de reprovação, como se estivesse diante deles. V. 8: “Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniqüidade.”

Este é o segredo para você ter boas companhias: Escolher os que são amigos de Deus e “quando os pecadores quiserem seduzir-te” pode dizer para eles com determinação, sem nenhum receio: “Apartai-vos de mim os que praticais a iniquidade!” Estas palavras servem para que saibamos escolher as nossas amizades. O perigo das más companhias é sempre muito grande especialmente para a juventude, mas também para todos. 

2- Certeza do Juízo divino. Davi profeticamente antecipou as palavras que serão pronunciadas no futuro. Cristo as usou no Seu famoso sermão do monte, ao se referir aos perdidos no Dia do Juízo, que pretensamente faziam a obra de Deus, mas a realizavam hipocritamente. Disse Cristo que muitos naquele dia hão de procurar se justificar. “Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” (Mt 7:22-23). De fato, os ímpios dentre o povo de Deus não prevalecerão no Juízo. Não podemos pertencer ao mundo e ao reino de Cristo. Todos quantos não querem abandonar o pecado, todos que se apegam ao pecado ouvirão um dia as palavras da eterna reprovação divina: “Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade!”

Estas palavras foram muito próprias para os inimigos de Davi, em seu tempo. Muitos deles reconheceram que estavam em um caminho perigoso, ao se colocarem contra o rei de Israel, e se arrependeram de suas rebeliões. Outros continuaram em sua teimosia e foram mortos, no início do reino de Salomão.

Estas palavras tem uma força muito grande para produzir um verdadeiro arrependimento. Quando uma pessoa está vivendo em pecado, quando um cristão está acariciando um pecado predileto e ouve estas palavras, e pensa na triste possibilidade de ficar fora da companhia de Cristo eternamente, ele ainda tem a oportunidade de voltar atrás e se arrepender para deixar o pecado e praticar a justiça. “Apartai-vos de Mim todos os que praticais a iniquidade”, serão as palavras de Cristo, o grande Juiz naquele dia memorável.

3- Certeza de salvação. O salmista termina o salmo com esta certeza: “O Senhor ouviu a voz do meu lamento; o Senhor ouviu a minha súplica; o Senhor acolhe a minha oração.” (v. 8-9). Davi tinha orado: “Senhor, salva-me por Tua graça!” Agora, ele declara a certeza de sua salvação: “O Senhor me ouviu.” No início do salmo 5 (5:1), o salmista pede por 3 vezes que a sua oração seja atendida. No final do salmo 6, ele afirma que Deus atendeu a sua oração e isso ele repetiu num paralelismo tríplice.

Davi poderia dizer com certeza que Deus atendia as suas orações. Ana podia dizer: “O Senhor ouviu a minha súplica” e eu tive o meu filho Samuel; Daniel podia dizer: “O Senhor ouviu a minha súplica” e nos revelou o sonho de Nabucodonozor e nos livrou da morte; Pedro podia dizer: “O Senhor ouviu a minha súplica” e me salvou da fúria da tempestade.

Nós também podemos dizer: “O Senhor ouviu a minha súplica” e agora estamos salvos do pecado e da morte, e temos a esperança da salvação e a certeza da vida eterna. Porque a oração que Deus atende mais prontamente é a súplica por salvação pela graça e misericórdia. Você também possui esta certeza? Deus ouve as suas orações? Se isso não acontece, você pode saber por quê? Há alguma coisa que você pode mudar, a fim de conseguir as respostas para as suas orações?

Você tem esta certeza? Você já passou pelo medo, pela salvação, pelo cansaço, e pela certeza? Você está baseado na graça de Jesus Cristo para a sua salvação? Tem o sangue de Cristo para libertá-lo? Se não, por que não dizer: “Senhor, tem compaixão de mim!”, e “Salva-me por Tua graça!”? 

Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia
prbiagini@gmail.com

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Por que ir à igreja?



O paralítico do tanque de Betesda acabara de ser curado e olhou em volta dele para agradecer a quem fizera este milagre em sua vida, mas a Bíblia diz que “Jesus não estava mais ali, retirara-Se porque havia muita gente”.

Assim eram as coisas com Jesus. Sua missão era levar a atenção dos homens a Seu Pai. Fazia o que tinha que fazer e desaparecia sem esperar aplausos, nem homenagens, nem comemorações porque Ele sabia que nós, seres humanos, gostamos de fazer ídolos de barro. Esquecemos o Salvador e idolatramos o instrumento humano. Jesus deixou aqui uma lição de vida para todos.

João 5:14 diz que “depois Jesus foi ao Templo e encontrou ali o que fora curado”. Aqui há um pensamento profundo que precisamos entender. O paralítico não foi ao templo para ser curado. Ele fora curado por Jesus. Igreja nenhuma tem o poder de salvar. Nenhum ser humano pode pertencer a uma igreja pensando que esse é o meio de salvação. O paralítico foi ao templo para louvar o nome de Deus por ter sido curado. Foi lá que ele se encontrou com Jesus e pôde dizer: “Obrigado, Senhor, eu louvo Teu Nome porque me salvaste”.

Por favor, nunca diga que você foi salvo por Cristo se não está congregando na igreja. Não diga que você teve uma grande experiência salvadora com Jesus se nos dias de culto você está ficando em casa. A igreja é o lugar onde os remidos se encontram com Jesus para louvor Seu nome e agradecer pelas bênçãos recebidas.

É por isso que as igrejas devem cantar muito, porque o cântico é o louvor por excelência. A igreja que não canta pode estar evidenciando a falta de uma experiência salvadora em sua vida.

O inimigo faz muita gente pensar que não precisa congregar na igreja, porque nela existem muitas pessoas cujas vidas são um péssimo testemunho do evangelho, mas biblicamente o motivo que deve levar-nos à igreja não deveria ser cumprimentar amigos que não vimos durante a semana; o motivo que deve levar-nos a congregar no templo deveria ser louvar o nome de Deus, e este ato de louvor é capaz de unir os corações e fazer desaparecer as diferenças que podem existir entre as pessoas. Uma igreja unida pelo louvor e o espírito de gratidão será também uma igreja unida na missão de iluminar o mundo com a luz do Evangelho.

Você já teve uma experiência com Jesus?  Então vá para a igreja e louve o nome de Deus. (Alejandro Bullon)

Jesuitas Falsificam Livros de Ellen Gold White na China

O pastor Coreano DAVID KANG, em seu vídeo de denúncia, mostra a capa de vários livros de Ellen Gold White traduzido para o Chinês. Mas dentro existem textos falsos e insinamentos católicos inseridos pelos jesuítas. Os livros tem autorizações legais e número ISBN do governo. 



Abaixo cito um dos muitos textos adulterados pelos jesuítas nos livros de E.G.W na China:

Texto Original:

"Seis dias foram empregados na obra da criação; no sétimo dia Deus repousou, e então o abençoou e o separou como dia de descanso para o homem." Patriarcas e Profetas, pág. 111

Texto Adulterado:

"Deus completou a criação em seis dias e depois descansou. Então, o domingo sabático, tornou-se um dia de descanso para a humanidade." Patriarcas e Profetas, cap. 3

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Abaixo transcrevo para a reflexão de todos, dois textos inspirados do livro O Grande Conflito, que o Pr. David Kang cita (em seu vídeo) a respeito dos jesuítas e suas práticas. 

"Em toda a cristandade o protestantismo estava ameaçado por temíveis adversários. Passados os primeiros triunfos da Reforma, Roma convocou novas forças, esperando ultimar sua destruição. Nesse tempo fora criada a ordem dos jesuítas - o mais cruel, sem escrúpulos e poderoso de todos os defensores do papado. Separados de laços terrestres e interesses humanos, insensíveis às exigências das afeições naturais, tendo inteiramente silenciadas a razão e a consciência, não conheciam regras nem restrições, além das da própria ordem, e nenhum dever, a não ser o de estender o seu poderio. O evangelho de Cristo havia habilitado seus adeptos a enfrentar o perigo e suportar sem desfalecer o sofrimento, pelo frio, fome, labutas e pobreza, a fim de desfraldar a bandeira da verdade, em face do instrumento de tortura, do calabouço e da fogueira. Para combater estas forças, o jesuitismo inspirou seus seguidores com um fanatismo que os habilitava a suportar semelhantes perigos, e opor ao poder da verdade todas as armas do engano. Não havia para eles crime grande demais para cometer, nenhum engano demasiado vil para praticar, disfarce algum por demais difícil para assumir. Votados à pobreza e humildade perpétuas, era seu estudado objetivo conseguir riqueza e poder para se dedicarem à subversão do protestantismo e restabelecimento da supremacia papal."

"Quando apareciam como membros de sua ordem, ostentavam santidade, visitando prisões e hospitais, cuidando dos doentes e pobres, professando haver renunciado ao mundo, e levando o nome sagrado de Jesus, que andou fazendo o bem. Mas sob esse irrepreensível exterior, ocultavam-se freqüentemente os mais criminosos e mortais propósitos. Era princípio fundamental da ordem que os fins justificam os meios. Por este código, a mentira, o roubo, o perjúrio, o assassínio, não somente eram perdoáveis, mas recomendáveis, quando serviam aos interesses da igreja. Sob vários disfarces, os jesuítas abriam caminho aos cargos do governo, subindo até conselheiros dos reis e moldando a política das nações. Tornavam-se servos para agirem como espias de seus senhores. Estabeleciam colégios para os filhos dos príncipes e nobres, e escolas para o povo comum; e os filhos de pais protestantes eram impelidos à observância dos ritos papais. Toda a pompa e ostentação exterior do culto romano eram levadas a efeito a fim de confundir a mente e deslumbrar e cativar a imaginação; e assim, a liberdade pela qual os pais tinham labutado e derramado seu sangue, era traída pelos filhos. Os jesuítas rapidamente se espalharam pela Europa e, aonde quer que iam, eram seguidos de uma revivificação do papado." O Grande Conflito, pág. 234 e 235

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Deus nos ajude a perceber estas coisas.

Agora entendemos que invadiu e se infiltraram os jesuítas. Os jesuítas infiltraram-se como os nossos bons trabalhadores. E estamos sofrendo.

Amigos, Jesus está chegando. Este é um sinal de que virá em breve.

Precisamos da ajuda de Deus, o Espírito Santo e os anjos de Deus para guiar os nossos livros e nosso ministério na China. Amigos, peço suas orações e apoio para o ministério.

Há milhões de pessoas. Centenas de milhões de cristãos não sei quantos. Uma tremenda quantidade de cristãos que vivem na China.

Eu sei que Ele está nos ajudando, e peço a sua ajuda e suas orações. Que o Senhor abençoe você e sua família neste momento.

Que Deus os abençoe! 

Pr. David Kang

Deus criou o mal? Isaías 45:7



Isaías 45:7, a princípio, parece contradizer 1 João 4:8, 16, Tiago 1:13, etc. Mas, quando entendemos o significado da palavra hebraica para “mal” empregada no texto, o aparente problema fica resolvido. Vou lhe ajudar:

A palavra hebraica para designar mal no verso é ‘ra e significa: “mal moral”, “a natureza perversa” e também “males como inundações, terremotos, tempestades de granizo”. Nesse contexto, ao compararmos com Isaías 47:11, vemos o termo “mal” se refere à “desolação” e às “calamidades” que Deus permitiria vir sobre os babilônicos por não terem se arrependido dos pecados deles! Leiamos Isaías 47:11:

“Pelo que sobre ti virá o mal que por encantamentos não saberás conjurar; tal calamidade cairá sobre ti, da qual por expiação não te poderás livrar; porque sobre ti, de repente, virá tamanha desolação, como não imaginavas.” (Grifo acrescentado)

O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia comenta sobre Isaías 45:7:

“Crio o mal – Deus é o autor da luz e da paz. Ele permite o mal para que os homens e os anjos possam testificar o resultado do afastamento dos eternos princípios da justiça. Na Escritura, Deus muitas vezes é representado como causando aquilo que ele não evita”em> (Grifos acrescentados).

Aqui é exposto um princípio muito importante para análise do texto: o idiomatismo hebraico (forma de os hebreus se expressarem) apresenta Deus fazendo coisas que na verdade Ele não impede de acontecerem. Esse é o caso de 1 Samuel 16:14.

Quando entendemos o termo no original e a forma como o hebreu se expressa (apresenta Deus a fazer algo, mas, que na verdade Ele não impediu), conseguimos entender tais questões difíceis. E, quando lemos o contexto geral das Escrituras, concluímos que Deus realmente não é o autor do mal moral, mas sim que Ele permite que calamidades e desolações sobrevenham a nações rebeldes (Isaías 45:7 e 47:11):

“Pois tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade, e contigo não subsiste o mal.” Salmo 5:4.

Por Leandro Quadros

Apocalipse (O Fim Revelado) 7 - O Fim do Mal

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Salmo 5 - Deus é Rico em Misericórdia


Por acaso você já fez alguma oração que não foi atendida? Você já clamou a Deus para que a sua oração fosse ouvida? Que a sua voz fosse escutada nos altos Céus? Já foi decepcionado por não ter tido uma resposta pronta e imediata de Deus?

Muitas vezes os filhos de Deus se defrontam com esse tipo de problema. Oramos a Deus e não somos atendidos como esperávamos. Clamamos ao Senhor em busca de respostas, e parece que não somos ouvidos. Os Céus se nos afiguram de bronze e nossas orações são incapazes de penetrá-los. Uma jovem, profundamente angustiada, disse ao seu pastor, num tremendo desabafo: “Pastor, as minhas orações não passam do teto. O que eu devo fazer?”

I – DEUS OUVE AS NOSSAS ORAÇÕES (v. 1-3)

Davi estava em profunda aflição. Este salmo ainda foi escrito no contexto da revolta de Absalão contra o seu pai. Então, Davi faz uma oração singular: “1 Dá ouvidos, Senhor, às minhas palavras e acode ao meu gemido. 2 Escuta, Rei meu e Deus meu, a minha voz que clama, pois a ti é que imploro.”

Ele ora para que Deus ouça a sua oração. Ele já havia orado para que Deus se manifestasse em livramento dos seus inimigos; “Salva-me, Deus meu” (Sl 3:7). Agora, ele pede, ele suplica, ele implora que Deus atenda à sua prece.

Será que Deus ouve as nossas orações? Ele sempre ouve as nossas preces. Seus ouvidos estão sempre, dia e noite, se inclinando para nos ouvir em todo o nosso mais íntimo desejo da alma. Pode ser que nem sempre vai responder exatamente como nós queremos, mas Ele vai nos atender seguramente através dos recursos infinitos da Sua onipotente graça.

Deus atendeu ao clamor do povo de Israel que vivia as maiores angústias em escravidão sob o domínio de Faraó no Egito. Ele atendeu à Ana, que era estéril, dando-lhe um filho que se tornou no profeta Samuel. Ele atendeu à oração mais curta do evangelho, quando Pedro, afundando nas águas revoltas do mar da Galiléia, clamou: “Salva-me, Senhor!” Ele atendeu à igreja primitiva quando orou pela libertação do mesmo apóstolo Pedro que dormia na prisão. E seguramente, há de responder à nossa prece, elevada ao Céu com fé humilde, para que se cumpra a soberana vontade divina.

Davi se dirige a Deus como “Rei meu e Deus meu.” Ele sempre reconheceu o reinado soberano de Deus. Ele sabia que era apenas um representante do Rei celestial, e estava pronto a depor a sua coroa diante do Eterno. A rainha Elizabeth II, quando pela primeira vez ouviu o “Aleluia de Handel”, quebrou o protocolo e, para admiração de todos os seus oficiais, levantou-se em humilde reconhecimento diante de Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

II – DEUS ODEIA AOS ÍMPIOS? (V. 4-6)

Aqui temos a base da oração de Davi para que fosse atendido: “Pois tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade, e contigo não subsiste o mal.” (v.4). Deus é tão puro de olhos que não pode contemplar o mal. E os inimigos de Davi estavam praticando a maldade e, portanto, a sua oração, o seu clamor era justo.

Davi sabia argumentar com Deus e, muitas vezes, nós oramos sem apresentar esses argumentos inspirados. Se a nossa causa é justa e está de acordo com a verdade e a justiça de Deus, então devemos dizer isso mesmo na nossa oração para Aquele que sonda os corações, e estamos certos de que seremos atendidos. Davi dizia: Senhor, ouve-me porque Tu não podes permitir que os meus inimigos continuem na prática de suas perversidades! Isso não está de acordo com os Teus atributos de justiça!

O verso 5 (Sl 5:5) é uma passagem difícil. A palavra “aborreces” é uma tradução de “sâné” que significa “odiar” (Dicionário Heb. de Strong). Deus odeia a todas as formas do mal; mas não é isso o que o salmista está dizendo. Ele disse: “aborreces (odeias) a todos os que praticam a iniquidade.”

Mas como pode Davi afirmar que Deus odeia aos ímpios? Não disse Cristo “Amai os vossos inimigos”? (Mt 5:44). Semelhantemente, como nosso Pai celestial, que ama aos Seus inimigos, fazendo nascer o Seu sol sobre maus e bons, e envia as chuvas sobre justos e injustos (v. 45), assim devemos amá-los. Não parece contradição? Há 3 maneiras para se entender isso:

1- Na Bíblia, odiar significa “amar menos”, independentemente de quem se refere. Lemos as palavras de Cristo: “Se alguém vem a mim e não aborrece (gr. miséô = detestar, odiar) a seu pai, e mãe ... não pode ser meu discípulo.” (Lc 14:26).

Muitas pessoas ficaram perplexas ao ler estas palavras: como pode Cristo nos recomendar que odiemos aos pais, quando a própria Lei nos manda honrá-los? (Êx 20:12). A palavra original do grego (miséô), significa “odiar, detestar, amar menos” (Cf. Dic. Grego de Strong). Mas se lermos a mesma passagem em Mateus, notamos a coerência de tal interpretação:

“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim” (Mt 10:37). No caso do Salmo 5:5, Davi estaria dizendo que Deus ama menos aos ímpios do que aos justos. E todos poderiam justificar a Deus nessa atitude. Mas como funciona isto, julgo que ninguém sabe, senão só Ele. Mas ainda Ele os ama muito, dando-lhes vida, saúde, prazer, felicidade e dias prósperos.

2- O segundo ponto de vista: Davi está personificando o mal que Deus abomina. Deus odeia a iniquidade. Entretanto, quando os ímpios se identificam com a iniquidade, são personificados no próprio mal que praticam. Então, dizer Davi que Deus odeia os malfeitores é o mesmo que dizer que Ele odeia o mal.
E, quando Ele destruir o mal num sentido escatológico, também destruirá a todos os que estão identificados e personificados com o mal. Esse fato apocalíptico e escatológico se pode ver claramente na versão de Almeida Antiga, nas palavras do v. 6: “Destruirás (futuro) aqueles que proferem a mentira; o Senhor aborrecerá o homem sanguinário e fraudulento”.

3- Outro modo de ver como pode Deus odiar aos ímpios, é pelo antropomorfismo: é uma forma de pensamento que atribui características ou aspectos humanos a Deus; é explicar a divindade em linguagem humana. Se não entendermos a Bíblia nos seus termos, jamais conheceremos a verdade. Mas é difícil traduzirmos a Divindade, em nosso idioma, porque não conhecemos a linguagem divina.

Portanto, temos que usar a nossa própria linguagem, embora seja ela muito limitada para esse propósito. Se “Deus é justo” (Sl 7:11), a Sua ira e ódio tem que se manifestar contra o pecado e pecadores; mas se, ao mesmo tempo, e em igual intensidade, “Deus é amor” (1Jo4:8), tem que revelar a misericórdia mesmo àqueles a quem odeia, sem ser contraditório. Por isso, disse Paulo: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?” (Rm 11:33-34).

III – DEUS É RICO EM MISERICÓRDIA (v. 7)

Davi desejava ardentemente se prostrar diante de Deus, em Seu santo templo. Mas isso Ele não considerava apenas um grande privilégio, mas o resultado da riqueza da misericórdia de Deus. Ele estava bem lembrado dos seus hediondos e graves pecados, mas o seu argumento era cheio de fé, exaltando o excelso atributo do caráter de Deus que é a Sua misericórdia. Mas ele não pára aqui; ele conhece por experiência a “riqueza” da misericórdia divina.

Há sempre um “porém” na vida de Davi, pelo que ele diz: “porém eu...”. Os outros me caluniam, me perseguem, me amaldiçoam, me traem; por eles, eu estou perdido. “Porém eu, pela riqueza da Tua misericórdia...”. Os cristãos, semelhantemente, são perseguidos, roubados, caluniados, aprisionados. Mas há sempre um “porém” na vida do cristão. Há sempre um “mas Deus”. É por isso que o apóstolo Paulo dizia aos efésios: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou” (Ef 2:4).

Misericórdia é compaixão despertada pela miséria alheia. Davi se encontrava em miséria: era um rei destronado, pobre, perseguido de morte pelo seu próprio filho Absalão, ainda no contexto do Salmo 3. Ademais disso, ele estava oprimido por suas culpas, além de ouvir seus adversários dizerem que não havia escape para ele. Mas ele tem a esperança de que por essa misericórdia, ele entraria na Casa de Deus e se prostraria diante do Seu santo templo, em temor, ou em reverência. O grande anseio de Davi era poder entrar no templo que ele considerava santo, a fim de adorar ao Senhor na reverência que lhe é devida, no temor que Ele merece, por Sua glória e majestade.

Mas o que vemos em nossos dias? O que fazem os adoradores? Conversam animadamente, comentam negativamente a vida dos outros, observam as pessoas ricas e bem trajadas, menosprezam os pobres e incultos não muito bem vestidos, criticam os líderes e apresentadores, julgam os que erram, sentam e levantam várias vezes, divertem-se com um celular ligado, distraem-se com alguma criança, e a lista vai longe. Parece mais um encontro social. Onde estão os cristãos que chegavam à igreja, cumprimentavam os irmãos sem excessos, procuravam os assentos, se ajoelhavam em oração, tomavam a sua Bíblia para lê-la em silêncio e meditação, procurando um encontro com Deus? 

Mas o que falta a esses adoradores? Falta reconhecer a necessidade que eles têm da misericórdia, falta reconhecer a santidade do templo e a necessidade de reverência. Falta reconhecer o temor de Deus no Seu santo templo. “A verdadeira reverência para com Deus é inspirada por um sentimento de Sua infinita grandeza, e de Sua presença. Com esse sentimento do Invisível, todo coração deve ser profundamente impressionado. A hora e o lugar da oração são sagrados, porque Deus Se encontra ali, e, ao manifestar-se reverência em atitude e maneiras, o sentimento que inspira essa reverência se tornará mais profundo. ‘Santo e tremendo é o Seu nome’ (Sal. 111:9), declara o salmista.” (E.G.White, Mensagens aos Jovens, 251).

IV – DEUS É ÚNICO EM JUSTIÇA (V. 8-10)

Davi faz uma petição coerente após declarar a riqueza da misericórdia divina. “Senhor, guia-me na Tua justiça!” (v. 8). Muitos pedem a misericórdia, se deleitam nela, pregam sobre ela, sonham com ela, e param nisso. O Senhor deseja que o cristão cresça, como disse o apóstolo Pedro: “antes crescei ...” (2Pe. 3:18). Ele deseja que não só reconheçamos a misericórdia divina, mas que tenhamos os nossos olhos voltados para o caminho da justiça, rogando que Deus seja o nosso Guia soberano para a justiça, a fim de que possamos andar no caminho de Deus.

O que significa a justiça de Deus e qual é o Seu “caminho”? Deus é a Fonte da justiça. Só Ele pode ser completamente justo porque só Ele é plenamente sábio e poderoso. É por isso que o salmista recorre a Ele para guiá-lo na justiça. Ele designou o Messias como “Senhor, Justiça Nossa” (Jr 23:6). Ademais, o próprio Davi no Salmo 119, nos declara o que mais é justiça: “A minha língua celebre a Tua lei, pois todos os Teus mandamentos são justiça.” (Sl 119:172). A Lei de Deus e todos os Seus mandamentos são justiça, porque se revelam como uma expressão do caráter de Deus que igualmente é justo.

Mas por quanto tempo? Alguém poderia afirmar que essa Lei é uma questão do Antigo Testamento e que logo seria substituída na nova era messiânica. Então, Davi afirma claramente: “A Tua justiça é justiça eterna, e a Tua lei é a própria verdade.” (Sl 119:142). Alguém poderia ser desviado do caminho da verdade e então, duvidar da eternidade da Lei. Portanto, Davi declarou inspirado por Deus, não só o que é a justiça, como a veracidade e a eternidade da Sua santa Lei.  

Mas por que Davi roga a Deus que o guie na justiça? “por causa dos meus adversários” (v. 8). Davi não pode confiar na sua sabedoria quanto à justiça de seus atos e suplicava para ser guiado e dirigido por Deus, a fim de não se desviar em nada da justiça, por causa dos seus adversários. Ele não podia estar à vontade diante deles. Mas por quê? Como eram os seus adversários?

1- Os adversários eram falsos: “não tem sinceridade nos seus lábios” “e com a língua lisonjeiam” (v. 9). Davi não podia confiar neles, nem quando se aproximavam com muitos elogios, porque sabia que eram falsos, “e proferem mentira” (v. 6). Com efeito, a sinceridade era uma virtude apreciável, no tempo de Davi e em todos os tempos. A hipocrisia, a lisonja, o falso elogio, a mentira e o suborno das palavras sempre foram censuráveis, separando os amigos verdadeiros. Davi se lembrava de alguns de seus oficiais que se diziam fiéis a ele, mas que agora estavam engrossando a fileira dos seus inimigos, zombando e escarnecendo de sua situação aflitiva.

2- Os adversários eram criminosos: “o seu íntimo é todo crimes” (v. 9), eles eram “sanguinários” (v. 6). Eles planejavam nos seus pensamentos mais secretos, e executavam a morte de inocentes. Um exemplo disso foi Joabe, que era comandante do exército de Davi. Ele era um traidor, porque fazia as coisas “sem que Davi o soubesse”, além de ser assassino: ele matou a Abner e a Amasa, grandes oficiais, à traição, com uma espada com a qual os feriu no abdômem, sem que sequer desconfiassem de suas intenções homicidas (2Sm 3:26-27; 20:10).

3- Os adversários de Davi eram corruptos: “a sua garganta é (como) sepulcro aberto”. A sepultura fechada gera a corrupção (Sl 16:10); a sepultura aberta está pronta para receber as suas vítimas e corrompê-las e destruí-las completamente; assim, os adversários estão prontos para receber-nos e levar-nos a perecer na mais sórdida corrupção. Estas palavras, entre outras, foram usadas pelo apóstolo Paulo a fim de ilustrar a depravação universal da humanidade (Rm 3:13).

4- Os adversários de Davi eram ímpios, ou seja, também eram inimigos de Deus. Nem todos os nossos adversários são ímpios; há aqueles que nos perseguem, mas se dizem cristãos. Mas estes eram desprezadores da graça de Deus: eles eram acusados de “muitas transgressões” (v. 10). Isso indica a paciência divina frente à indiferença deles quanto à Sua misericórdia e tolerância. Deus dá muitas oportunidades para os ímpios se converterem de sua posição contrária a toda a justiça. Mas eles respondem com “muitas transgressões”, adicionando pecado a pecado e assim enchendo a sua medida da graça, que um dia se esgotará. 

5- Os adversários eram rebeldes: “pois se rebelaram contra Ti”. Ao se rebelarem contra o rei de Israel estavam se rebelando na realidade contra Deus, porque Davi era um rei teocrático. O grande tema do Salmo 2 da rebelião universal contra o Ungido de Deus ainda pode ser visto nestas palavras. Rebelar-se contra um representante de Deus aqui na Terra, não é rebelar-se contra homens, mas contra o próprio Deus e Seu Ungido, Jesus Cristo. E isso pode ser contra uma autoridade qualquer, seja política, paterna, educacional ou eclesiástica. Muitos estão se rebelando contra políticos ou contra professores, ou contra os administradores ou pastores da obra de Deus. 

Portanto, a oração do salmista é esta: “Declara-os culpados, ó Deus! Caiam por seus próprios planos; rejeita-os... pois se rebelaram contra Ti!” Ele pede que Deus aja como o Juiz de toda a Terra, a fim de aplicar a Sua justiça e dar a cada um conforme as suas merecidas obras. Ele ora para que Ele aplique a Sua sentença judicial, numa declaração legal, e sejam os adversários finalmente condenados e “caiam por seus próprios planos”, que sejam enforcados na forca que eles prepararam para os justos. Que sejam finalmente destruídos.

V – DEUS É A NOSSA PROTEÇÃO (v. 11-12)

Mas o que tem Davi para dizer sobre os justos? 11: “Mas regozijem-se todos os que confiam em ti; folguem de júbilo para sempre, porque Tu os defendes; e em Ti se gloriem os que amam o Teu nome.
12: “Pois Tu, SENHOR, abençoas o justo e, como escudo, o cercas da Tua benevolência.”

Esse texto é tão cheio de riqueza, que é mais claramente percebida ao respondermos a algumas perguntas:

1- O que fazem os justos? (1) Eles confiam em Deus. Aconteça o que acontecer, a sua confiança é o sinal distintivo no meio da multidão de ímpios. (2) Eles amam o nome de Deus. Quando muitos debocham, zombam, ridicularizam, tomam em vão o nome de Deus, os justos amam esse nome e são capazes de dar a própria vida por esse nome que é Maravilhoso (Is 9:6).

2- Como são protegidos os justos? (1) O justo é protegido diretamente por intervenção de Deus. “Tu os defendes”, disse o salmista. Quando Satanás nos acusa, quando os inimigos nos perseguem, quando estamos em tribulação, quando todos estão contra nós, Deus nos defende. Ele é o nosso Advogado, como disse João (1Jo 2:1). (2) O justo é protegido pelas bênçãos de Deus: “Tu, Senhor, abençoas o justo”, e “a bênção do Senhor enriquece” (Pv 10:22), e quando temos riqueza, somos protegidos. (3) Os justos são cercados de bondade: “como escudo, o cercas de Tua benevolência”. Deus é o nosso escudo.

Isso nos lembra de um soldado dos tempos antigos que só se considerava realmente seguro e protegido quando tinha o seu escudo no braço esquerdo, para proteger o corpo inteiro. Assim são protegidos os justos por Deus, que ainda nos cerca de Sua bondade. Como nos cerca a Sua bondade? Qual é a fonte de Sua bondade? Estas são as palavras inspiradas do apóstolo Paulo: “a suprema riqueza da Sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus.” (Ef 2: 7).

3- Como vivem os justos? (1) Eles se regozijam. Eles são alegres, mesmo em tempo de tribulação, como acontecia com Davi. (2) Eles descansam em alegria eterna: Eles folgam de “júbilo para sempre”. “Alegria eterna coroará as suas cabeças” (Is 35: 10). (3) Eles se gloriam em Deus: “Em Ti se gloriem”. Uma coisa é se gloriar nas bênçãos; outra coisa é se gloriar no Benfeitor. O noivo se gloria na noiva; os justos se gloriam em Deus. Eles são realmente muito felizes, porque tem a Deus como supremo Salvador e Senhor.

Certo homem tinha um hábito muito desagradável para a sua família e para outras pessoas de sua igreja. Cada vez que ele ficava animado com um assunto da Bíblia, ele gritava com toda a força dos seus pulmões: "Glória aleluia!" E os outros olhavam e ficavam meio constrangidos; e os filhos pensavam: "Por que é que o papai não fica quieto?"

E não era somente na igreja. Às vezes na rua alguém falava alguma coisa da Palavra de Deus, e ele ficava animado, e de repente ele começava a gritar e dizia: "Glória aleluia!"

E às vezes, dentro do ônibus, ele pegava a Bíblia começava a ler e quando encontrava alguma coisa maravilhosa, de repente, sem se importar com quem estava olhando, sem se importar com quem estava perto, ele dizia: "Glória aleluia!" E todo o mundo ficava rindo. E os seus filhos diziam: "Por que papai não fica quieto? Todo o mundo está olhando, nós estamos envergonhados."

E um dia o seu filho o levou para um consultório médico. E o seu filho foi lá fazer uma consulta. E olhou logo de relance para ver se tinha alguma Bíblia, porque ele disse: "Se tiver alguma Bíblia aqui, o meu pai vai começar a gritar e eu vou ficar envergonhado."  E o deixou ali na sala de espera. E encontrou um livro de Geografia e entregou esse livro para o seu pai. E ele disse: "Ah, o meu pai não vai encontrar nada neste livro para gritar."

Então o seu filho foi fazer a consulta. E ele estava lá dentro com o médico, fazendo a consulta, quando de repente ouviu lá da sala de espera o seu pai gritando: "Glória aleluia!" E então ele saiu correndo e disse: "Papai, o que houve? Por que é que o senhor está gritando agora? O que é que este livro tem que desperte todos esses gritos?"  "Ah – disse o pai – eu li neste livro que há um lugar no Japão em que o mar tem milhares de quilômetros de profundidade. E a Bíblia diz que os nossos pecados estão lançados lá nas profundezas do mar. Veja, meu filho, quanta água em cima dos meus pecados; glória e aleluia!"

Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia

Informativo Mundial das Missões – 04/08/12

Informativo Mundial das Missões – 04/08/12
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Apocalipse (O Fim Revelado) 6 - A Volta de Jesus

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