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domingo, 6 de novembro de 2011

Pluralidade nas Palavras de Deus

Versos Áureos:
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”. Gênesis 1:26 p.p.
“Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós...”. Gênesis 3:22 p.p.
“Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro”. Gênesis 11:7.
“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós?...” Isaías 6:8. p.p.


Pluralidade na Divindade
Como visto no primeiro texto, está no dito de Jeová[1] duas palavras no plural: o “façamos” uma vez, e duas vezes “nossa”. Acredito que é bem claro a todos que Deus criou-nos a imagem e semelhança dEle; seria absurdo dizer aqui que ele estava falando com os anjos, já que eles não são feitos a imagem de Deus, e sendo alguns feitos até com o propósito de adoração constante (Isaías 6:2-3), a qual “...não têm descanso, nem de dia nem de noite...” (íntegra Apocalipse 4:8-9). Além disso, a palavra “Deus” no original, usada em Gênesis 1:1 e em outras partes, está no plural (Elohim e não Eloá forma singular), mostrando assim o mistério da Trindade. Então se conclui que O Pai, O Filho, O Espírito, estavam presentes assistindo Jesus formar a Terra - não há dúvida quanto a quem dizia as palavras nos seis dias da criação - me baseio no texto de João 1:2 que é dito: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”. O que se entende deste texto é que Jesus foi o Agente ativo na obra da criação, ele que executou os projetos. Também em Hebreus 1:8 começa Deus Pai falar “acerca do Filho” e no verso 10 faz uma grande revelação: “Ainda: No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos”. [2] E não nos esquecemos da unicidade tida entre eles, o relacionamento de Amor, que é há entre eles desde toda eternidade, pois Deus não é só, mas é triuno, o Amor sempre esteve com Deus, por isso é dito que “Deus é Amor”. Mas logo o Amor não existiria se só existisse uma pessoa (se fossemos aceitar isto), e deveríamos aceitar que em algum tempo o Amor não estava com Deus (seria um sério engano pois o próprio caráter e natureza de Deus estão ligados ao Amor); mas se admitirmos que a Entidade Deus, é composta de três seres divinos co-eternos e preexistentes chegamos a conclusão que o Amor sempre esteve com Deus, e que sua própria essência é o Amor.[3]


Espírito Santo na Criação
Já foi demonstrado que Jesus estava na obra da criação, mas será que existe uma prova conclusiva que o Espírito Santo estava na semana da criação? Tudo demonstra a favor. Alem do fato de Ele ser onipresente podendo estar assim no Céu e também andando por aqui na Terra antes de ser posta forma nela, como é dito em Gênesis 1:2 que o Espírito de Deus “se movia sobre a face das águas” nesta terra sem forma; o que demonstra que estava a Trindade empenhada neste novo projeto deste novo mundo, com uma nova experiência, a de criar uma espécie à semelhança dEles. em Jó 33:4 também é dito: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida”. Pode-se usar o argumento que o texto se refere a duas pessoas: ao Espírito Santo e ao Deus Pai (quando se diz Todo-Poderoso); mas se fosse assim, seria obrigatório então entender o texto em Jó 35:13: “Só gritos vazios Deus não ouvirá, nem atentará para eles o Todo-Poderoso” [4] como se referindo a duas pessoas também, entretanto, ninguém entende desta maneira, porque as palavras são do mesmo significado, ou seja, são de certo modo sinônimos. É interessante notar que muitas vezes num mesmo verso do livro de Salmos (ou outro livro de poemas e cânticos), se fala de algo com duas palavras diferentes, o que acaba os tornando sinônimos. Então Nosso Criador é também o Espírito Santo, assim se forma mais uma vez a Divina Trindade, com uma crível unicidade que demonstra em certas passagens, Eles como unidade composta, um Deus triuno, e em outras, separadamente para se demonstrar o mistério da Trindade.


Pluralidade indefinida
Apesar de que no segundo e terceiro textos (dos versos áureos) não se poder restringir apenas a Divindade a palavra “nós”, podendo se incluir, anjos e seres de outros mundos, como “conhecedor do bem e do mal” (Gênesis 3:22), vemos pela anterior demonstração que provavelmente seja uma afirmativa demonstração do plural da Divindade, como é também no texto que fala “desçamos e confundamos” (Gênesis 11:7). Vemos uma possibilidade ainda maior no texto de Isaias (6:8) que é dito: “quem há de ir por nós?”, sendo que no contexto quer dizer quem será profeta (porta-voz) de nós? O qual prontamente Isaías responde: “eis-me aqui, envia-me a mim.” E se torna Mensageiro da Trindade. Em um estudo futuro poderá ser mais explanado o assunto.


Que Deus ilumine os sinceros!
[1] Quando usei o termo “Jeová”, foi uma referência livre, pois, o tetragrama é formado apenas das consoantes: YHVH, podendo com acréscimos de vogais se formar tanto Jeová como também: Javé, Iavé, Jové, etc.
[2] Veja também Colossenses 1:15-17, a qual diz que: “Tudo foi criado por meio dEle”.
[3] Itálicos acrescentados para dar ênfase á um ponto importante.
[4] Para outro exemplo veja também: Jó 34:12.
Via Arauto do Advento

domingo, 30 de outubro de 2011

O Livro da Vida e o Julgamento dos terráqueos que começou há mais de 166 anos!


Inscrito uma só vez e riscado uma só vez! Não encontro um só versinho nas Escrituras que apóie a ideia de que, no curso de sua vida, o pecador possua várias vezes seu nome inserido no Livro, pelo Cordeiro, por ter sido várias vezes riscado. E isso faz sentido quando entendemos que o Juiz é onisciente! “Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (Jo 6:64). Apesar de os assistentes de Seu governo sobre o vasto universo serem criaturas, inclusive humanas (Ap 4); a despeito de o caráter do Deus trino ser honesto e preocupado em explicar Suas ações e decisões divinas para Seus súditos; embora anjos e homens sejam limitados em relação ao Criador e não possuam os atributos distintivos de Deus (vida original, onisciência, onipresença, onipotência, imortalidade, etc.), o Deus Eterno pede a confiança de Suas criaturas. Pela limitação de Seus assistentes Deus poderia trabalhar com a repetição dos verbos “inscrever” e “riscar” no Tribunal (ou Santuário celestial: Dn 7:10, Hb 8:2 e Ap 21:22). Mas, o assunto do destino de uma criatura construída por Suas próprias mãos, “a Sua imagem”, é tão solene para o Juiz que Ele inscreveu uma vez todos no livro da vida através de Sua morte substitutiva (I Jo 2:2) e só riscará uma única e determinante vez o nome dos que escolherem se perder, em Seu julgamento pré-advento. Nesse julgamento, embora o Senhor Jesus tenha recebido a incumbência do juízo, JAVÉ trino está envolvido:


Deus o Pai – “Eu olhava e eis que este chifre fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles, até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino” (Dn 7:21,22); “porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (Jo 4:23).          


Deus o Espírito – “Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir” (Mt 12:31,32); “convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16:7,8).


Os Três, na Terra e no Céu, a começar pela “casa de Deus” (I Pe 4:17), isto é, pelos que professaram seguir ao Cordeiro (Mt 7:21-23), ser santos (separados do mundo, cf. Lc 18:11) e pertencer ao povo de Deus (Ez 9:6, Mt 8:12), “selam” e “riscam” segundo a decisão de cada pessoa. E isto antes de Jesus voltar, pois como traria Ele o galardão “para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap 22:12), como faria “justiça aos santos do Altíssimo” (Dn 7:22) se o Juiz não tivesse concluído os casos perante a nuvem de testemunhas e assistentes presentes no Santuário celestial (Ap 4 e 5)? Certamente Deus julgará também antes da segunda vinda de Jesus os que, aparentemente, não eram religiosos e não professaram seguir nenhuma denominação religiosa. Primeiro porque existirão salvos entre eles (Mt 8:10,11 e 21:31,32); depois porque, como Ele salvaria alguns (após julgá-los) e mesmo sem julgar condenaria outros? “Afinal de contas eu não tenho o direito de julgar os que não são cristãos. Deus os julgará” (I Co 5:13, NTLH). “Pois estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça” (At 17:31; cf Ap 11:18).


Os Julgamentos A Bíblia apresenta quatro momentos de julgamento divino ou retribuição divina (Ap 22:11) definidores e imutáveis. O primeiro já começou há mais de um século e os outros três dependem deste e ocorrerão logo após.


O Juízo Pré-Advento “Porque, naquele dia, se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados, perante JAVÉ” (Lv 16:30). “Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (Dn 8:14), isto é, 2300 anos para que faça sentido a visão profética do capítulo dois! “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém” (Dn 9:25). Se contarmos 2300 anos a partir da “ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”, que ocorreu em 457 a.C. (Ed 7:11-28), precisamente no dia 22 de outubro daquele ano (segundo o nosso calendário), chegaremos ao dia 22 de outubro de 1844 a.D.! Essa “expiação” que ocorria anualmente no Santuário dos israelitas, representava algum evento, alguma ação divina que purificaria os salvos “de todos os... pecados, perante JAVÉ”. Daniel, Paulo e outros escritores bíblicos afirmam que esse evento é o julgamento no Santuário celestial, mais precisamente no lugar santíssimo, que ocorreria imediatamente antes do retorno de Cristo a Terra “sem pecado” (Hb 10:28), ou seja, sem a função de “Cordeiro que tira o pecado” (Jo 1:29)! Logo, a função de substituto do pecador penitente assumida pela segunda Pessoa divina terminará antes de Seu retorno a Terra! “Então o seu povo vai conseguir o perdão dos seus pecados, e a justiça eterna de Deus será feita. A visão e a profecia serão cumpridas, e o santo Templo será inaugurado de novo” (Dn 9:24, NTLH). “Ele mesmo edificará o templo de JAVÉ e será revestido de glória; assentar-se-á no seu trono, e dominará, e será sacerdote no seu trono; e reinará perfeita união entre ambos os ofícios” (Zc 6:13). “Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção”. “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus; nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santuário com sangue alheio. Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação” (Hb 9:11,12, 24-28, ARC). “E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra” (Ap 11:18, Almeida Corrigida e Revisada Fiel). “Enquanto eu olhava, tronos foram postos no lugar, e um ancião se assentou. Sua veste era branca como a neve; o cabelo era branco como a lã. Seu trono ardia em fogo, e as rodas do trono estavam todas incandescentes. E saía um rio de fogo, de diante dele. Milhares de milhares o serviam; milhões e milhões estavam diante dele. O tribunal iniciou o julgamento, e os livros foram abertos” (Dn 7:9 e 10, NVI). Somente após o término desse tremendo julgamento fazem sentido as palavras divinas: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se” (Ap 22:11). O “Espírito da graça” (Hb 10:29) será retirado do pecador não arrependido, pois “feito está” (Ap 16:17), o Santuário celestial, o Tribunal de Cristo (II Co 5:10) terá encerrado suas atividades para todo o sempre! “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído” (Dn 7:13 e 14). “E eis que venho sem demora”, o Rei Jesus afirmará em seguida, “e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap 22:12). É o fim do julgamento dos habitantes humanos do planeta Terra. O Senhor Jesus retorna ao planeta para executar parcialmente o veredito de Seu juízo no Céu. Começa, então, a segunda etapa do julgamento de Deus. (Hendrickson Rogers)

sábado, 29 de outubro de 2011

Quantas vezes Jesus inscreve e risca o nome de alguém no Livro da Vida?

A questão incerta para as criaturas Quem vencerá ao lado de Jesus Cristo? Quem são os “salvos”? Na Bíblia encontro motivos para achar essas perguntas fáceis e difíceis, simultaneamente, de serem respondidas! É fácil no sentido de que os salvos existirão aconteça o que acontecer. O difícil é como entender a Ciência da graça de Deus, a Ciência da “Salvação”! Longe de mim dizer com isto que Deus é complicado ou obscuro em Seu julgamento. Não. Nós é que complicamos tudo, até o assunto “salvação”! Afirmar que a salvação pode ser perdida, bem como afirmar que alguém já está salvo são coisas semelhantemente simples e complexas, segundo a Bíblia, pelo seguinte:


A Salvação de Sansão Este cidadão israelita é um exemplo perfeito dos contrastes que existem dentro do assunto que estamos estudando. JAVÉ abençoou Sansão desde o seu nascimento (Jz 13:24), mas não esqueça do que vimos antes. Há um motivo divino honesto para isto descrito parcialmente na Bíblia. A outra parte certamente Deus explicará aos salvos durante os mil anos de julgamento (ou de revisão do julgamento) no Céu, entre a primeira ressurreição e a segunda morte (Ap 20:4-6). O fato é que Sansão viveu, aos olhos divinos e humanos, como perdido (é só ler sua biografia resumida no livro de Juízes!). Mas, segundo Paulo, além e apesar de caminhar na direção da perdição eterna, Sansão, “por meio da fé”, praticou “a justiça” (Hb 11:32,33) e aguarda a ressurreição dos salvos (:39,40)! Ou seja, existe algo sobre ele que não está na Bíblia ou está e não enxergamos. Além disso, embora eu tenha escrito acima “aos olhos divinos” pelo fato de a Lei de Deus nos informar o que Ele espera daqueles que nEle esperam a salvação, “JAVÉ não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém JAVÉ, o coração” (I Sm 16:7) e este princípio faz uma enorme diferença, embora ele não seja o único critério divino para dar o veredito a respeito do destino do pecador. As obras do pecador refletem (não garantem, mas refletem) seu destino (Tg 2:14-26)! Certamente em vários momentos da vida de Sansão, seu nome não estava na lista dos salvos. Será? A propósito, existe tal lista nas Escrituras? E caso exista, como ter o nome inscrito ali ou riscado desse importante registro? Esse registro é determinante?


O Livro da Vida do Cordeiro “E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” (Ap 20:15); “adorá-la-ão [a besta] todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (13:8). “Nela [na Cidade Santa], nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro” (21:27). Portanto, existe sim uma lista com os nomes dos salvos e não ter o nome ali significa perdição eterna. Para ter o nome inscrito nesse Livro deve-se seguir o “Cordeiro”, Jesus Cristo, o “Descendente da mulher”, o Salvador, Aquele que é o Dono da lista! E devido essa comunhão entre pecador e Salvador há transformação de caráter e de estilo de vida: “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz JAVÉ: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31:33). E mesmo o povo de Israel falhando em ser o disseminador da redenção divina e a aliança sendo substituída por outra (Mt 21:43), a aliança entre o próprio Cristo e o pecador arrependido e perdoado (Mt 26:28), o resultado permanece o mesmo da aliança anterior: “Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei, acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades, para sempre” (Hb 10:16,17). E assim como Jesus inscreve o pecador em Seu Livro, da mesma forma Ele o risca! “Que o nome deles seja riscado do livro da vida e que não seja colocado na lista dos que te obedecem!” (Sl 69:28, NTLH). “Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste. Então, disse JAVÉ a Moisés: Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim” (Êx 32:33). Contudo, como vimos na história típica (verídica e representativa) de Sansão, resta-nos saber se JAVÉ ou o Cordeiro ficará “inscrevendo” e “riscando” o nome de um ser humano várias e várias vezes no decorrer de sua vida! Pois, se descobrirmos isto, saberemos responder completamente as perguntas-motivos desta pesquisa.  


“Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim” (Êx 32:33) Aqui chegamos num outro momento imprescindível deste estudo: a maneira como Deus julga o pecador! JAVÉ se fez carne na maravilhosa pessoa de Jesus Cristo também para aumentar ainda mais a credibilidade de Seu julgamento. E é o Senhor Jesus, dos Três, quem dará a sentença final sobre cada ser humano (Jo 5:22 e At 17:31). Ele viveu 33,5 anos como ser humano na Terra e de lá pra cá quase 2000 anos como ser humano no Céu! Além disso, Jesus é “Deus Eterno” e nunca deixou de existir (Gn 21:33). Logo, Ele tem credibilidade aumentada para dar Seu veredito! No entanto leia o que Ele mesmo disse a respeito de como exerceria Sua função de Juiz: “Quem me rejeita e não aceita a minha mensagem já tem quem vai julgá-lo. As palavras que eu tenho dito serão o juiz dessa pessoa no último dia” (Jo 12:48, NTLH), o que está em completa harmonia com o que Ele já havia dito ao povo israelita (no AT): “Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras” (Jr 17:10, NVI. Leia também Jo 5:45). Em outras palavras isso quer dizer que, não é Jesus quem escolhe ou determina quem será salvo e, consequentemente, quem se perderá! Ele apenas separará uns dos outros em Sua vinda (Mt 13:41-43 e 25:31-33) dando-lhes o que escolheram e determinaram para si, conscientemente, enquanto viviam aqui no mundo! O “riscar” de Deus corresponde, portanto, a uma escolha por parte do individuo.


A predestinação bíblica e o Espírito Santo Todos os descendentes da mulher, no caso de Eva, receberiam do próprio Deus a capacidade (vamos chamar assim) de nascer inimigos de Satanás (Gn 3:15). Por meio do Cordeiro, todos, antes e depois dEle ter morrido sobre o altar da cruz, teriam a oportunidade da “salvação”; isto é, “em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade” (Ef 1:5, NVI). Independente da escolha humana, a “salvação” seria sempre uma opção divina real desde “antes da fundação do mundo” (:4) para um individuo, até que ela seja verificada em seu estilo de vida ou até que ele cometa o pecado contra o Espírito Santo (Mt 12:31,32) e perca eternamente essa opção da Graça (Ef 2:8,9). A Pessoa divina Espírito Santo garante esta opção na vida de todos os que nascem e é um equivoco pensar que só os cristãos possuem o Ajudador. “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador [ou Ajudador], a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14:16,17). Ora, mesmo antes de pedir ao Pai que enviasse o Deus Espírito, Jesus afirmou que Ele já habitava nos discípulos e olha que, pelo menos Pedro, dentre aqueles homens, não era convertido (Lc 22:32) ainda!  Ou seja, mesmo os não cristãos e até os ateus são agraciados com a presença do Senhor Espírito no santuário de seus corpos, como garantia de que eles ainda têm a opção da salvação! “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (I Co 6:19,20). Ele impede Satanás de tomar conta da alma humana desde o ventre materno, de modo que a criança já nasce inimiga de Satanás pela presença de Deus em seu corpinho! Desse modo, enquanto o pecado contra o Espírito Santo não for cometido pelo individuo, há a esperança da salvação, pois o nome daquele pecador permanece no “Livro da Vida do Cordeiro”, de lá não foi riscado. Assim, como o Cordeiro morreu por “todos os homens” (I Tm 2:4, I Jo 2:2 e II Pe 3:9), Ele mesmo inscreveu “todos os homens” em Seu Livro! Se não atrapalharmos Seu trabalho em nosso favor e a transformação que o Espírito busca efetuar em nosso caráter, não teremos nossos nomes riscados e seremos salvos (Ap 3:5). Foi o que aconteceu com Sansão!


Inscrito uma só vez e riscado uma só vez! Não encontro um só versinho nas Escrituras que apóie a ideia de que, no curso de sua vida, o pecador possua várias vezes seu nome inserido no Livro, pelo Cordeiro, por ter sido várias vezes riscado. E isso faz sentido quando entendemos que o Juiz é onisciente! “Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (Jo 6:64). Apesar de os assistentes de Seu governo sobre o vasto universo serem criaturas, inclusive humanas (Ap 4); a despeito de o caráter do Deus trino ser honesto e preocupado em explicar Suas ações e decisões divinas para Seus súditos; embora anjos e homens sejam limitados em relação ao Criador e não possuam os atributos distintivos de Deus (vida original, onisciência, onipresença, onipotência, imortalidade, etc.), o Deus Eterno pede a confiança de Suas criaturas. Pela limitação de Seus assistentes Deus poderia trabalhar com a repetição dos verbos “inscrever” e “riscar” no Tribunal (ou Santuário celestial: Dn 7:10, Hb 8:2 e Ap 21:22). Mas, o assunto do destino de uma criatura construída por Suas próprias mãos, “a Sua imagem”, é tão solene para o Juiz que Ele inscreveu uma vez todos no livro da vida através de Sua morte substitutiva (I Jo 2:2) e só riscará uma única e determinante vez o nome dos que escolherem se perder, em Seu julgamento pré-advento. Nesse julgamento, embora o Senhor Jesus tenha recebido a incumbência do juízo, JAVÉ trino está envolvido: 


   a)  Deus o Pai – “Eu olhava e eis que este chifre fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles, até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino” (Dn 7:21,22); “porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (Jo 4:23; cf. Jo 8:16).
   b)  Deus o Espírito – “Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir” (Mt 12:31,32); “convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16:7,8).


Os Três, na Terra e no Céu, a começar pela “casa de Deus” (I Pe 4:17), isto é, pelos que professaram seguir ao Cordeiro (Mt 7:21-23), ser santos (separados do mundo, cf. Lc 18:11) e pertencer ao povo de Deus (Ez 9:6, Mt 8:12), “selam” e “riscam” segundo a decisão de cada pessoa. E isto antes de Jesus voltar, pois como traria Ele o galardão “para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap 22:12), como faria “justiça aos santos do Altíssimo” (Dn 7:22) se o Juiz não tivesse concluído os casos perante a nuvem de testemunhas e assistentes presentes no Santuário celestial (Ap 4 e 5)? Certamente Deus julgará também antes da segunda vinda de Jesus os que, aparentemente, não eram religiosos e não professaram seguir nenhuma denominação religiosa. Primeiro porque existirão salvos entre eles (Mt 8:10,11 e 21:31,32); depois porque, como Ele salvaria alguns (após julgá-los) e mesmo sem julgar condenaria outros? “Afinal de contas eu não tenho o direito de julgar os que não são cristãos. Deus os julgará” (I Co 5:13, NTLH). “Pois estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça” (At 17:31; cf Ap 11:18).


Os Julgamentos A Bíblia apresenta quatro momentos de julgamento divino ou retribuição divina (Ap 22:11) definidores e imutáveis. O primeiro já começou há mais de um século e os outros três dependem deste e ocorrerão logo após. Por (Hendrickson Rogers)

domingo, 23 de outubro de 2011

Em contraste a verdadeira e a falsa definição da Trindade


Por Ellen White
Fui instruída a dizer: Os sentimentos dos que andam em busca de avançadas idéias científicas, não são para confiar. Fazem-se definições como essas: "O Pai é como a luz invisível; o Filho é como a luz corporificada; o Espírito é a luz derramada." "O Pai é como o orvalho, vapor invisível; o Filho é como o orvalho condensado em uma bela forma; o Espírito é como o orvalho caído sobre a sede da vida." Outra apresentação: "O Pai é como o vapor invisível; o Filho como a nuvem plúmbea; o Espírito é chuva caída e operando em poder refrigerante."
Todas essas definições espiritualistas são simplesmente nada. São imperfeitas, inverídicas. Enfraquecem e diminuem a Majestade a que não pode ser comparada nenhuma semelhança terrena. Deus não pode ser comparado a coisas feitas por Suas mãos. Estas são meras coisas terrenas, sofrendo sob a maldição de Deus por causa dos pecados do homem.
O Pai não pode ser definido por coisas da Terra. O Pai é toda a plenitude da Divindade corporalmente, e invisível aos olhos mortais.
O Filho é toda a plenitude da Divindade manifestada. A Palavra de Deus declara que Ele é "a expressa imagem da Sua pessoa". Heb. 1:3. "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha vida eterna." João 3:16. Aí se manifesta a personalidade do Pai.
O Consolador que Cristo prometeu enviar depois de ascender ao Céu, é o Espírito em toda a plenitude da Divindade, tornando manifesto o poder da graça divina a todos quantos recebem e crêem em Cristo como um Salvador pessoal. Há três pessoas vivas pertencentes ao Trio Celestial; em nome destes três grandes poderes - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - os que recebem a Cristo por fé viva são batizados, e esses poderes cooperarão com os súditos obedientes do Céu em seus esforços para viver a nova vida em Cristo.
Extraído de Special Testimonies, Série B, Nº 7, págs. 62 e 63. Em Evangelismo págs. 614-615.

sábado, 22 de outubro de 2011

A Trindade: por que é importante?


Não me lembro de ter ouvido um sermão sobre a Trindade em minha infância ou adolescência. Na verdade, eu nunca tive nenhuma discussão prolongada sobre essa doutrina, senão em meu último ano da faculdade de teologia. Num seminário sobre a Doutrina de Deus, o professor nos levou a uma discussão detalhada da história dessa doutrina e suas bases bíblicas. Mas, devo confessar que tudo me pareceu um pouco enigmático e impraticável. Minha trajetória teológica, porém, iria pouco a pouco se transformar numa preocupação que agora se tornou paixão. Minha indiferença transformou-se na convicção definida de que a doutrina da Trindade é a declaração teológica central do pensamento e prática cristãos. Na verdade, longe de ser um mistério irrelevante, ela expressa a essência daquilo que os cristãos desejam confessar acerca da natureza de Deus e Seu propósito para a felicidade humana.

Pensar em teologia envolve dois passos básicos: Primeiro, o “quê” da doutrina. A fase “quê” envolve duas facetas importantes: (1) afirmar claramente a doutrina; e (2) avaliar a base bíblica para o seu ensino. Segundo, as reflexões sobre o “e então?” Essa fase procura clarificar pontos tais como as implicações teológicas e práticas da doutrina – especialmente sua coerência com outros ensinos cristãos, e a questão da salvação pessoal ou reconciliação com Deus.



O “quê” da Trindade

A crença fundamental adventista do sétimo dia de número dois define a doutrina da seguinte forma: “Há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas”.1 No que tange a essa declaração, tanto a igreja cristã primitiva quanto o movimento adventista do sétimo dia tiveram que lidar com vários desafios. A questão de Deus o Pai nunca foi controversa, em virtude da longa tradição do ensino cristão ortodoxo. Enquanto a vasta maioria dos cristãos afirma a eterna divindade do Pai, sempre existiram controvérsias em torno das questões acerca da completa e eterna divindade do Filho, a personalidade do Espírito Santo e a profunda unidade do Trio. O espaço não nos permite uma discussão pormenorizada da evidência bíblica em prol da unidade triúna de Deus, mas se pudermos estabelecer a plena divindade do Filho e do Espírito, parece lógico que haverá uma profunda unidade com o Pai. Assim, os cristãos têm confessado que há um Deus (monoteísmo) que Se manifesta em amor como uma unidade tri-pessoal (não três Deuses, ou triteísmo).



A plena divindade do Filho

Basicamente há três tipos fundamentais de evidências bíblicas que mostram que Jesus era inerentemente divino, tendo a mesma natureza e substância do Pai.2

1. Jesus é expressamente chamado de Deus no Novo Testamento. Hebreus 1 compara Jesus com os anjos. Nos versos 7 e 8, o autor diz que enquanto Deus fez os anjos como “ventos, e a Seus ministros como labaredas de fogo” (verso 7, ARA), acerca do Filho diz: “O Teu trono, ó Deus, é para todo o sempre” (vs. 8, ARA). O versículo 8 é uma das sete vezes em que a palavra grega theos (“Deus”) é diretamente usada com relação a Jesus no Novo Testamento (as outras seis são João 1:1, 18; 20:28; Romanos 9:5; Tito 2:13; e II Pedro 1:1).

Sejamos bem claros quanto ao que os escritores do Novo Testamento, especialmente o autor de Hebreus, estão dizendo nesses versos. Eles estão se referindo a Jesus como “Deus”, e em Hebreus, o escritor está interpretando o Antigo Testamento mediante a aplicação do Salmo 45:6 a Jesus que originalmente se referia a Deus, o Pai.

2. Jesus aplica a Si mesmo títulos e atribuições divinos. O exemplo mais singular é encontrado em João 8:58: “Respondeu Jesus: Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!” (NVI). Muito simples: o que Jesus estava dizendo é que Ele não era outro senão o Deus do Êxodo, e fez isso aplicando a passagem de Êxodo 3:14 a Si mesmo: “Disse Deus a Moisés: Eu Sou o que Sou” (NVI).

Além disso, esse “Deus” que fala em Êxodo 3:14 prossegue e esclarece Sua identidade: “O Senhor, o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó” (verso 15, NVI). Em outras palavras, Jesus não apenas reivindicou ser o Deus do Êxodo, mas também o “Senhor” (Yahweh) dos patriarcas. Não nos surpreende que os fariseus “apanharam pedras para apedrejá-Lo” (João 8:59, NVI) – a punição prevista no Antigo Testamento para blasfêmia (veja João 5:17, onde Jesus diz a mesma coisa).

3. A aplicação dos nomes divinos a Jesus pelos escritores do Novo Testamento. Em Hebreus 1:10-12, a Inspiração atribui o supremo título do Deus do Antigo Testamento (JHWH ou Yahweh) a Jesus. O autor de Hebreus faz isso ao aplicar o Salmo 102:25-27 a Cristo. Isso não é incomum entre os escritores do Novo Testamento, mas o que chama a atenção nessa aplicação é que esse Salmo originalmente se refere ao “Senhor” (Yahweh) do Antigo Testamento. Assim, o autor do Novo Testamento se sente muito à vontade ao aplicar a Jesus passagens que originalmente se referiam ao auto-existente Deus de Israel. A clara implicação é que Jesus é o “Senhor” Jehovah (JHWH) do Antigo Testamento. Apocalipse 1:17 descreve o uso semelhante de um título do Antigo Testamento – “o Primeiro e o Último.”


A plena divindade do Espírito Santo

As Escrituras fornecem inúmeras linhas de evidência que testificam da natureza divina do Espírito. A mais significativa vem do livro de Atos, na trágica história de Ananias e Safira. Esse casal, às escondidas, voltou atrás nos votos sagrados que havia feito a Deus. Quando eles vieram publicamente depositar a oferta parcial aos pés dos apóstolos, eles caíram mortos repentinamente. Pedro explicou de forma bem objetiva o que haviam feito: Vocês mentiram ao Espírito Santo. A isso se seguiu a impressionante revelação de que eles não haviam mentido aos homens, “mas a Deus” (Atos 5:3-4). A implicação óbvia é que o Espírito Santo é um ser divino.

A próxima linha de evidência é encontrada nas muitas passagens que descrevem a obra do Espírito em termos daquilo que é exclusivo de Deus. O mais claro exemplo está em I Coríntios 2:9-11. Paulo declara que seus leitores podem ter algum conhecimento daquilo “que Deus preparou para aqueles que O amam” (vs. 9, NVI). E como tal conhecimento é possível? “Deus o revelou a nós por meio do Espírito” (vs. 10). E como é que o Espírito está a par desse conhecimento? “O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus. Pois quem conhece os pensamento do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (vss. 10-11, NVI).

O que essa passagem sugere é o seguinte: Se alguém deseja saber “o que é verdadeiramente humano”, deve conseguir tal informação de um ser humano. Aquilo, porém, que é verdade no nível humano, muito mais o é no divino: “Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (vs. 10). Apenas um Ser divino pode verdadeiramente conhecer o que se passa na mente e no coração de outro Ser divino.


O “e então?” da Trindade

Qual é o significado do “e então?” da plena divindade do Filho e do Espírito? Antes de abordar essa importante questão, precisamos lidar com um ponto que incomoda a muitos: a aparente falta de lógica na confissão de que três são iguais a um. Esse ponto incomoda especialmente a mente racionalista de muitos estudantes universitários no Ocidente e nossos amigos muçulmanos fortemente monoteístas.

A objeção lógica. Millard Erickson sugere que a razão humana não pode tolerar a estranha matemática trinitariana na qual “três = um.” Se você for a um supermercado, pegar três pães e tentar persuadir o caixa de que eles são na verdade um e que você não tem que pagar senão apenas o valor de um, o caixa poderá ser tentado a chamar imediatamente os seguranças.3

A primeira resposta à lógica do pensamento trinitariano é admitir que estamos lidando com o mais profundo dos mistérios. Sabemos que em relacionamentos de amor parece desenvolver-se uma profunda unidade social e emocional. Diríamos então que os relacionamentos de amor são totalmente ilógicos e incoerentes? Penso que não. E essa parece ser a melhor maneira de explicar o mistério da Trindade e Sua unidade plural.

Outra vez Erickson sabiamente indica o caminho para uma resposta aceitável: “Nós, portanto, sugerimos pensar na Trindade como uma sociedade de pessoas que, contudo, são um só Ser. Conquanto essa sociedade de pessoas tenha dimensões que não encontramos entre seres humanos quanto ao seu inter-relacionamento, existem alguns paralelos que ajudam a esclarecer o assunto. Amor é o relacionamento aglutinante dentro da Divindade, que une cada uma das pessoas às outras.”4

Erickson, então, naturalmente apela para I João 4:8, 16: “Deus é amor.” Compreendemos realmente as profundezas dessa declaração inspirada que é tão desconcertante em sua simplicidade? Gostaria de sugerir que essas três palavras têm uma profunda contribuição a fazer à nossa compreensão de um Deus que preexistiu eternamente em estado de “unidade” trinitariana. “A declaração ‘Deus é amor’ não é uma definição de Deus, nem sequer a declaração de um atributo entre outros. Ela é uma caracterização bem básica de Deus.”5

Para os cristãos trinitarianos, a pergunta fundamental acerca de Deus está direta e completamente relacionada com a questão do Seu amor. E se Deus não for “amor” no âmago de Seu ser, então qualquer questão acerca de Sua natureza imediatamente se torna irrelevante do ponto de vista bíblico. Nós, contudo, pensamos que o amor é a caracterização mais fundamental de Deus. Se Deus é verdadeiramente, na Sua essência, o Deus de “amor” (João 3:16; I João 4:8), então temos que considerar algumas implicações.

Pode Alguém que existe desde a eternidade e que nos fez à Sua imagem de amor, ser realmente chamado amor se Ele existir tão-somente como um ser solitário ou unitário? Não é o amor, especialmente o amor divino, possível apenas se Aquele que fez nosso Universo for um ser plural que estava exercitando amor dentro de Sua pluralidade divina (trinitária) desde toda a eternidade passada? Não é o amor verdadeiro e altruísta possível apenas se ele proceder de um tipo de Deus que, por natureza, sempre será um Deus de amor como uma Trindade social?

Sinto-me fortemente inclinado a afirmar que Deus é uma Trindade de amor e que Seu amor encontrou a revelação mais profunda na obra criadora, e na encarnação, vida, morte e ressurreição do plenamente divino Filho de Deus. A unidade trinitária de Deus, por fim, não é ilógica. Na verdade, ela é a fonte da única lógica que faz sentido absoluto – um amor que se auto-sacrifica, que é mutuamente submisso e um eterno canal da graça de poder criador e redentor.

Tal amor infinito, porém, deve ser comunicado de forma prática a seres humanos finitos e pecadores. E é aqui que o “e então?” da plena divindade do Filho e do Espírito exerce um papel dramático na criação e na redenção.


Implicações da divindade de Cristo

Primeiro, antes que a Trindade pudesse fazer com que a vida e a morte salvíficas de Cristo de fato gerassem a salvação de pecadores, havia a necessidade urgente de revelar aos seres humanos alienados pelo pecado como Deus realmente é. E o único Ser que poderia oferecer tal surpreendente revelação da natureza divina era Deus mesmo. E essa foi a missão primária de Jesus, o divino Filho de Deus.

Agora, em se tratando realmente da provisão para a salvação, especialmente em Sua morte expiatória, apenas Alguém que é igual a Deus, por meio de Espírito Santo, seria poderoso o bastante para recriar seres humanos deformados pelo pecado à semelhança do caráter divino. Em outras palavras, apenas o divino Filho poderia gerar a conversão ou o novo nascimento, e ocasionar a mudança de caráter que faz com que o homem reflita a semelhança divina. Resumindo: apenas o Filho, que é o amor encarnado, poderia manifestar e produzir tal amor transformador.


A plena divindade do Espírito

Como acontece com a divindade do Filho, as implicações teológicas da divindade do Espírito derivam dos pontos relacionados à intenção de Deus de redimir a humanidade pecadora.

Com toda a certeza, se Aquele que é igual ao Pai em natureza e caráter podia oferecer um sacrifício efetivo pelo pecado, então, da mesma forma, somente Alguém (o Espírito) que é plenamente divino podia comunicar de fato a eficácia desse sacrifício a seres humanos pecadores. Outra vez, é necessário um Espírito completamente divino para revelar ao pecador a obra do Filho completamente divino (I Coríntios 2:7-12).

Somente o Espírito Santo podia trazer à humanidade decaída o convertedor e convencedor poder do grande amor de Deus, poder que gera contrição e conversão. Somente Alguém que tem estado em eterna e estreita ligação com o coração de Deus e do Filho, o coração de um amor que se auto-sacrifica, pode comunicar plenamente tal amor à humanidade perdida.

Somente Alguém que atuou com o Filho na criação poderia estar equipado para operar a recriação nas almas arruinadas pelas forças destrutivas de Satanás e do pecado (Rom 8:10-11).

Somente Alguém que pôde estar em plena sintonia com o coração do ministério encarnado de Jesus, e ainda assim, ao mesmo tempo, ser capaz de estar em todos os lugares (onipresença de Deus), podia representar de maneira hábil a presença pessoal e redentora de Cristo perante todo o mundo. O único Ser que podia fazer tal coisa é o Espírito Santo, um Ser pessoal sempre e todo-presente.


Um apelo

Gostaria de desafiar cada leitor a ponderar com oração e cuidado sobre a Trindade e Suas profundas implicações para a vida e o destino que o Deus da Bíblia oferece à humanidade. Essa doutrina satisfaz às necessidades do moderno anseio por uma reflexão racional sobre o problema divino/humano, e ao mesmo tempo oferece um mistério verdadeiramente cativante para os gostos mais relacionais dos pós-modernistas. Além disso, o pensamento e a vida trinitarianos oferecem uma visão de relacionamentos que vivem em amor, os quais refletem a realidade mais profunda oferecida por Aquele que fez o mundo em amor e está buscando redimi-lo do pecado (que é contrário ao amor – a mais profunda antítese do amor divino).

Além disso, não consigo pensar num melhor ponto da discussão quando se busca abordar as preocupações monoteísticas de nossos amigos muçulmanos. Se o amor de Jesus, o lado humano do amor da Trindade, não convencer, nada será capaz de fazê-lo. Os recursos do amor que flui do Pai, encarna-se em Cristo e é comunicado pela Pessoa plenamente divina do Espírito Santo proporcionam a mais rica visão teológica que se pode imaginar para o destino de um mundo perdido.

Woodrow W. Whidden (Ph.D. pela Universidade Drew) é professor de Religião na Universidade Andrews, Berrien Springs, Michigan, E.U.A. Email: whiddenw@andrews.edu

Referências

1. Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ed. revisada na Assembléia da Associação Geral de 2000 (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004), 9.

2. Para uma discussão detalhada da evidência, veja meus capítulos na Primeira Seção do livro A Trindade: Como entender os mistérios da Pessoa de Deus na Bíblia e na história do cristianismo (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003), 19-135.

3. Millard Erickson, Making Sense of the Trinity: Three Crucial Questions (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 2000), 43-44.

4. Idem., 58.

5. Ibidem.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A plena DIVINDADE de Cristo


Por que Ellen White afirma que Deus o Pai "exaltou" o Seu Filho diante das hostes angélicas por ocasião da criação do mundo, se Este sempre foi plenamente Deus?

  Ellen White menciona em seus livros  História da Redenção (cap. 1) e Patriarcas e Profetas (cap. 1) que Deus o Pai confirmou a plena autoridade do Seu Filho diante das hostes angélicas na época em que a criação deste mundo estava sendo planejada nos conselhos divinos. Para entendermos essa "exaltação" de Cristo, devemos ter em mente, em primeiro lugar, que ela ocorreu em uma situação de crise, em que a Sua posição estava sendo invejada e desafiada por Lúcifer.
Insatisfeito por não ser convidado para os conselhos divinos dos quais Cristo participava, Lúcifer começou a propagar  seu descontentamento pessoal entre os anjos.
  Em face dessa situação, Deus  confirmou diante das hostes angélicas o poder e a autoridade de Cristo. Mas esse ato do Pai não representou qualquer capacitação adicional de poder que o Filho ainda não possuísse. Ellen White esclarece, no mesmo contexto, que não houve "mudança alguma na posição ou autoridade de Cristo. A inveja e falsa representação de Lúcifer, bem como sua pretensão à igualdade com Cristo, tornaram necessária uma declaração a respeito da verdadeira posição do Filho Deus; mas esta havia sido a mesma desde o princípio." (Patriarcas e Profetas, pág. 38)
  Estudando detidamente as Escrituras, percebe-se que sempre existiu e sempre existirá uma eterna  unidade essencial entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo (João 5:17, 18; 10:30; 1 Cor. 2:10), e que também houve uma planejada subordinação funcional entre Eles no contexto da Criação (Gên. 1:2; Heb. 1:2; Apoc. 3:14) e da Redenção (João 14:26, 28; 16:14). É provável que Lúcifer tenha se valido dessa evidente subordinação funcional por ocasião do planejamento da Criação, para propagar entre as hostes angélicas o sofisma de que Cristo não tinha o direito de reivindicar para Si qualquer unidade essencial com a própria Divindade.
É lamentável que, ainda hoje, muitas pessoas usam o mesmo argumento para negar a plena divindade de Cristo.
  Se Ellen White não cresse que Cristo era co-eterno com o Pai, ela jamais teria afirmado que "em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada" (O Desejado de Todas as Nações, pág. 530); que "desde toda a eternidade esteve Cristo unido ao Pai" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 228); que "nunca houve tempo em que Ele não estivesse em íntima comunhão com o eterno Deus" (Evangelismo, pág. 615); e que devemos proclamar ao mundo "que somos crentes em Cristo, que, cremos na divindade de  Cristo e em Sua preexistência"(Testemunhos para Ministros, pág. 253). Se a vida de Cristo houvesse derivada do Pai, mesmo em algum momento remoto da eternidade, como Cristo poderia ser chamado em Isaías 9:6 de "Deus Forte" e "Pai da Eternidade"?
Luiz Nunes, em sua obra  Crises na Igreja Apostólica e na Igreja Adventista do Sétimo Dia (Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 1999), págs. 24-33, 71-79, compara e contrasta algumas compreensões distorcidas sobre a natureza de Cristo, que apareceram tanto na Era Apostólica como nos primórdios da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Praticamente todas essas distorções se originaram com uma leitura parcial e tendenciosa dos textos bíblicos e, no  caso de alguns adventistas, também dos escritos de Ellen White. Distorções doutrinárias acabam surgindo toda vez que alguém superenfatiza algumas declarações da Bíblia ou da Sra. White, em detrimento de outras igualmente importantes. 3
  As declarações de Ellen White sobre a "exaltação" de Cristo, no contexto da criação do mundo, não devem ser isoladas de outras declarações que se referem a Cristo como sempre havendo possuído a plenitude do poder divino. Uma compreensão correta da natureza de Cristo só pode ser obtida se não enfatizarmos a  subordinação funcional entre Cristo e Deus o Pai em detrimento da  unidade essencial que sempre houve entre Eles. Embora durante a encarnação Cristo tenha Se humilhado, assumindo a forma de servo, nunca houve um tempo em que Ele não fosse plenamente Deus (Filip. 2:5-11). Como cristãos adventistas, cremos
que em Cristo sempre habitou e sempre habitará "toda a plenitude da Divindade" (Col. 2:9).

por Alberto R. Timm (publicado na Revista do Ancião em jan - mar 2003)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

"Ninguém é bom senão um, que é Deus". E o Senhor Jesus não é bom? Ele não é Deus?



O Senhor Jesus disse: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus” (Mc 10:18). Porém, em Lc 6:45 Ele afirmou: “o homem bom do bom tesouro do coração tira o bem”! E Davi também afirmou: “JAVÉ firma os passos do homem bom” (Sl 37:23). Como entender essa contradição? E mais, Jesus não é Deus?! Só há uma Pessoa divina, Deus Pai?

Mateus, João Marcos (At 15:37) e Lucas registraram o diálogo entre o “bom Mestre” e o “homem de posição” (mais conhecido como o jovem rico!). Confira Mt 19:16-23, Mc 10:17-22 e Lc 18:18-23. É curioso notar como Mateus não apresenta a saudação que os outros dois escritores bíblicos afirmam ter ouvido daquele homem (Almeida Atualizada): “Bom Mestre, que farei par herdar a vida eterna?” (Marcos e Lucas) “Mestre, que farei eu de bom para alcançar a vida eterna?” (Mateus) E Marcos é o único em afirmar que o homem se ajoelhou ao saudar Jesus e fazer-Lhe a grande pergunta!

Desejo fazê-lo(a) ver que tais informações não são necessariamente contradições! Você certamente já ouviu da históriados seis indianos cegos que apalparam o mesmo elefante e mencionaram animais diferentes, ao serem perguntados sobre o que eles achavam que estavam tocando. Ao tocar em partes distintas do grande animal, os seis homens pensaram e imaginaram coisas diferentes! Embora os escritores bíblicos em questão não tenham sido deficientes visuais, certamente, por serem humanos, pecadores e únicos, mesmo sob a poderosa influência do Senhor Espírito (II Pe 1:20,21), notaram e registraram aquilo que o conteúdo, a personalidade de cada um ponderou! Lembre-se, Deus não oblitera a identidade de Seus instrumentos, ainda que isso prejudique a qualidade da obra, da missão designada para eles. O Criador é muito educado e respeitador, diferentemente de Seu opositor que, ao possuir um organismo vivo (humano, animal ou vegetal), impõe sua própria identidade e altera as características singulares da vítima. Dê uma olhada na Natureza (crueldade, deformações), na própria Bíblia (a serpente, os espinhos e as culturas que ofereciam sacrifícios humanos e promiscuidade como adoração aos deuses!) e compare o estilo de vida dos anjos não caídos com o dos anjos caídos e veja quão intruso e inconveniente é Satanás em contraste com a beleza do caráter fidedigno dos Governadores do universo, JAVÉ trino.

Segundo o Léxico do Novo Testamento (Grego-Português) de F. Wilbur Gingrich, o bom em questão possui os seguintes significados: [αγαθός, ή, όν] bom, benéfico — 1. Aplicado a pessoas: Deus, perfeito, completo Mc 10.18. Moralmente bom, reto, justo, de Cristo Jo 7.12, de pessoas Mt 12.35; At 11.24. Bom, benevolente, benjeitor At 9.36; 1 Pe 2.18. — 2. aplicado a coisas: fértil Lc 8.8; são Mt 7.17s.; benéfico, íntegro 7.11; útil Ef 4.29; próspero, feliz 1 Pe 3.10; limpo 1 Tm l.5\firmeTt 2.10;confiável 2 Ts 2.16. Melhor Lc 10.42. — 3. neut., usado como subst. em sentido moral, o que é bom, o bem Rm 2.10. Bons atos, boas obras, Jo 5.29. Bem, lucro Rm 8.28. Bens, propriedades Lc 2.18; 16.25.   

Assim sendo, temos o “bom Mestre” (Mc 10:17 e Lc 18:18) significando “Mestre justo, moralmente bom”; o “homem bom” (Lc 6:45 e Sl 37:23) significando “o Senhor firma os passos de um homem, quando a conduta deste o agrada” (Sl 37:23, NVI), que melhor traduz as expressões presentes na LXX. Portanto, não há contradição também no quesito doutrina bíblica entre os textos citados.


A próxima questão a ser respondida tem que ver com a divindade do Senhor Jesus. Eu não vou começar a respondê-la ignorando o fato evidente da humildade de Cristo (e até aparente autonegação de Sua divindade!) ao responder à saudação do “homem de posição”: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus” (Mc 10:18 e Lc 18:19). Primeiro quero contextualizar a resposta do grande Emanuel. Depois confirmar Sua forma humana que não somente O diminuiu em relação ao Pai (Jo 14:28) e ao Senhor Espírito (14:12) como também O tornou, até hoje, único (1:18), diferente  dos Outros Dois (Zc 13:6 e Ap 1:18), mas não menos divino que Eles (Rm 9:5 e Ap 5)!

Jesus nunca concordou com a salvação pelas obras “[A pergunta do “homem de posição”] refletia o típico concito farisaico da justificação pelas obras como passaporte para a vida eterna (cf. Mt 19:17). O jovem rico havia cumprido conscienciosamente a todos os requisitos da Lei, pelo menos segundo as aparências! Sem dúvida também havia feito tudo o que ordenavam os rabinos, mas sentia que algo lhe faltava” (Comentário Bíblico Adventista em espanhol, 446). “O jovem que fez essa pergunta era príncipe. Tinha grandes haveres e ocupava posição de responsabilidade. Vira o amor que Cristo manifestara para com as crianças que Lhe foram levadas; viu quão ternamente as recebera e tomara nos braços, e o coração encheu-se-lhes de amor para com o Salvador. Sentiu o desejo de ser Seu discípulo. Tão profundamente movido foi, que, ao seguir Cristo Seu caminho, correu após Ele e, ajoelhando-se-Lhe aos pés, dirigiu com sinceridade e fervor a pergunta tão importante para sua alma e a de toda criatura humana: ‘Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?’. ‘Por que Me chamas bom?’ disse Jesus, ‘ninguém há bom senão um, que é Deus.’ Mar. 10:18. Jesus desejava provar a sinceridade do príncipe, e verificar em que sentido O considerava bom. Compreenderia ele que Aquele a quem falava era o Filho de Deus? Qual o verdadeiro sentimento de seu coração? Esse príncipe tinha em alta conta sua própria justiça. Não pensava, na verdade, que faltasse em qualquer coisa; contudo, não estava de todo satisfeito. Sentia a falta de algo que não possuía. Não poderia Jesus abençoá-lo assim como fizera às criancinhas, e satisfazer-lhe a necessidade da alma?” (DTN, 518) É como se o “bom Mestre” daquele homem fosse uma homenagem a Jesus, mas vinda de um igual a Ele. Sua saudação refletia seu autoconceito. É como se ele pensasse: “Sou tão justo como aquele rabi, mas não consigo ser tão feliz, satisfeito e operante pela salvação dos outros como ele”!

Jesus é a salvação dos pecadores O Deus-Homem levou a atenção daquele pecador para o fato de não existir ser humano algum que alcance o Céu sem a misericórdia de Deus. Não é possível por processos humanos (invenções) melhorar o caráter, vencer a natureza pecaminosa e as tentações sobrenaturais dos anjos caídos sem a intervenção divina. E essa misericórdia e intervenção têm um Nome – Jesus Cristo! Aquele pobre pecador contaminado com a filosofia satânica de vida a parte de Deus (Gn 3:4), disseminada na época pelos próprios líderes da religião judaica através da salvação pelas obras, pela descendência abraâmica, precisava entender que “ninguém [humano] é bom senão um, que é Deus”! Propositalmente Jesus mencionou os mandamentos da Lei menos obedecidos pelos fariseus: o 6°, 7°, 8°, 9° e 5° – nesta ordem – e sintetizou-os com Lv 19:18: “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Guardar o sábado, não orar a imagens de escultura de nada valem se maltratamos o próximo! (Tg 2:10) Ou seja, o “bom Mestre” estava demonstrando que o obedecer a Deus não era um costume do povo escolhido e ainda assim criam em méritos pessoais perante Deus! No entanto o judeuzinho argumentou que fazia tudo certo ao que Jesus contra-argumentou: “prove que você ama ao próximo vendendo tudo e dando o respectivo valor aos pobres. Prove que você ama a Deus Me seguindo!” (Compare com Mt 19:21) Observe que:

a)      Se Jesus não fosse Deus certamente estaria cometendo o pecado da exaltação própria ao ordenar àquele pecador que O seguisse como se segue a Deus – por inteiro!
b)      Ao ordenar o “homem de posição” que O seguisse estava respondendo a pergunta introdutória do diálogo com a resposta: “Eu sou a vida eterna” ou pelo menos “Siga-Me e terás a vida eterna”!
c)      Ao ordenar ao pecador que O seguisse, o “bom Mestre” estava assumindo a posição de não humano, pois, há poucos instantes declarara: “ninguém é bom senão um, que é Deus”; logo, Ele afirmou ser divino, pois era “bom” o suficiente para fazer o pecador “alcançar” ou “herdar a vida eterna”, mas ao mesmo tempo também era humano, pois havia Se incluído na sentença “ninguém é bom senão um, que é Deus”! Cristo afirmou naturalmente que precisava tanto de Deus comoqualquer outro ser humano para ser “bom” e simultaneamente assegurou que podia salvar um pecador, guiando-lhe os passos! (Veja também Jo 14:6 e 11,12)

Conclusão Cristo era (e é) Deus-Homem. Qualquer outra inferência nos leva a contradizer o raciocínio do próprio Cristo! Quando Ele afirmou que Deus somente era “perfeito e completo”, Ele Se incluiu. Veja você mesmo em sua Bíblia. Ele não disse: “só o Pai é bom” ou “só o Espírito Santo é bom”. Ele asseverou: “só Deus é bom”! E o Deus bíblico, o Criador, Mantenedor e Redentor é uma unidade indivisível composta por Três pessoas divinas. Por outro lado, não é errado chamar Deus Pai, Deus Jesus e Deus Espírito, uma vez que os próprios autores das Escrituras o fazem:

I)                   Deus Pai: “Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (Jo 20:17).
II)                Deus Jesus: “deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!” (Rm 9:5). E olha que quem escreveu isso já havia sido um dos piores arianos, antitrinitarianos que já pisaram na terra!
III)             “Então disse Pedro: ... mentisses ao Espírito Santo... . Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5:3,4).        

Afinal, como Deus morreria se não Se tornasse criatura? Contudo, como Deus poderia salvar se deixasse de ser Deus? O “descendente” da mulher (Gn 3:15) humildemente assumiu uma existência inferior a do Deus (trino) para morrer por Seus próprios filhos. Viveu como homem salvo pela graça divina e morreu como homem perdido (Mt 27:46) para que pudéssemos escolher nosso próprio destino! Ele não se envergonhou de nos chamar irmãos (Hb 2:11), nem de chamar Deus de Pai! Certamente Ele não Se sente mau, até hoje, de ser o “Deus singular” (Jo 1:18). Porém, como poderá salvar um pecador que se recuse a segui-Lo? O “Autor da vida” (Nm 27:16 e At 3:15), o Todo-poderoso JAVÉ “EU SOU” (Jo 8:58 e Êx 3:14) – Jesus, o Cristo –  lhe convida a  invocar o único Nome que pode salvar um pecador, o Seu próprio Nome: JAVÉ, Jesus! (At 4:12, 5:41, Rm 10:13 e Jl 2:32)  por Hendrickson Rogers.

sábado, 1 de outubro de 2011

10 Perguntas para os que NÃO Acreditam na Trindade

1a. -  Se Jesus era menor do que Deus, como pode também ser “o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Heb. 13:8)?

 2a. -  Já que o Senhor não dará a Sua glória a nenhum outro ser (Isaías 42:8; 48:11) como pôde o Senhor Jesus pedir ao Pai: “Glorifica-Me contigo mesmo com a glória que Eu tive junto de Ti, antes que houvesse mundo” (João 17:5). E como pôde Pedro atribuir-lhe glória, que só deveria ser atribuída a Deus (2 Pedro 3:8)?
 3a. - Jeová Se refere a Si mesmo como tendo sido traspassado (Zacarias 12:1 e 10), mas como em Apocalipse 1:7 todos verão a Cristo como Aquele que foi traspassado?
 4a. - Como podem tanto Jesus como Jeová revelar-Se com a mesma designação, “Eu sou” (Êxodo 3:14; João 8:58; 18:5, 6 e 8)?
 5a. -  Jeová é o primeiro e o último (Isaías 41:5; 55:6; 48:12), mas o mesmo qualificativo é atribuído a Jesus: Apocalipse. 1:11-17; 2:8; 22:13. Como pode haver dois primeiros e dois últimos?
 6a. - Como explicam que Isaías 6:1:1-10 apresenta a visão do profeta que claramente se refere a Jeová, sentado no Seu alto e sublime trono, mas João 12:36-41 aplica a passagem a Jesus e Paulo informa que quem disse aquelas palavras a Isaías foi o Espírito Santo (Atos 28:25-27)?
 7a. - Pode Jesus ser adorado não sendo Deus (Mateus 2:2, 8, 11; 14:33; 15:25; 20:20; 28:9, 17; Marcos 5:6; Lucas 24:52; João 9:38) quando Deus mesmo manda os anjos adorá-lo: Hebreus 1:6?
 8a. - Se Jesus Cristo não é Deus, por que não corrigiu Tomé quando este a Ele se referiu dizendo: “Meu Senhor e meu Deus”(João 20:28)?
 9a. - Como explicar que Cristo foi ressuscitado pelo Pai (Atos 10:40; 13:30), por Seu próprio poder (João 10: 17, 18) e pelo Espírito Santo (Romanos 8:11)?
10a. -  Se o Espírito Santo não é uma divina pessoa, por que Se dirige a Si mesmo com um pronome pessoal: Atos 13:2, 4?
por Prof. Azenilto Brito

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Jesus Cristo crê na Trindade!

 
“Mas, por que foi mesmo que Jesus afirmou ‘Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto’ (Mt 4:8)? Foi Ele também quem disse: ‘E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste’ (Jo 17:3). Por que Ele se refere apenas ao Pai como sendo Deus, o único??!” Sem dúvida é uma questão muito forte que possui uma resposta ainda mais poderosa, dada, é claro, unicamente pelas Escrituras! Vamos analisar primeiramente o texto de João. O Senhor afirmou que o “único Deus verdadeiro” é o Pai. Mas, Ele NÃO disse que a única Pessoa divina é o Pai, ou seja, que Deus é formado por uma única Pessoa! Vou deixar a Bíblia se explicar. “Ouve, Israel, JAVÉ, nosso Deus, é o único JAVÉ” (Dt 6:4).  Perceba que Jesus apenas repetiu o que já estava escrito. Esse versículo é um dos mais enfatizados pelos judeus, desde a época de JAVÉ em carne. “Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens; pois alargam os seus filactérios” (Mt 23:5). Esses filactérios “são grandes... trechos das Escrituras Sagradas que eles copiam e amarram na testa e nos braços” (Mt 23:5, NTLH). Entre eles se encontra Dt 6:4. Sabe por que? “Shema Yisraël, Yehowah, Elohainoo, Yehowah aichod” é como a Torá diz. A respeito da palavra Elohim, de onde vem Elohainoo, Simeon Ben Joachi diz: “Venha e veja o mistério da palavra Elohim: há três degraus, e cada degrau está separado, e, mesmo assim, todos são um, unidos em um e não separados um do outro” (Ilumina, Referências Cruzadas de Deuterômio 6:4). Só com isso já temos indícios fortíssimos de que a expressão “JAVÉ, nosso Deus” de fato não se refere a uma Pessoa divina somente! Como se não bastasse, o final desse poderoso texto bíblico nos revela outra linda evidência da existência de mais de uma Pessoa divina em Deus – a expressão aichod (único) aparece na instituição divina do matrimonio entre um homem e uma mulher, também, Gn 2:24: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Uau! Olha a visão dos escritores bíblicos sobre quem é Deus: assim como esposo e esposa, embora sejam pessoas distintas, se tornam uma só carne, JAVÉ é uma unidade de Pessoas divinas distintas, que compõem Deus! Percebe a pluralidade no singular? Homem e mulher – uma só carne. JAVÉ Deus, ou seja, JAVÉ Pai, JAVÉ Cristo e JAVÉ Espírito – um só Deus!!  Portanto, da mesma forma que o vocábulo matrimônio traduz a união de duas pessoas humanas (de sexos diferentes), o vocábulo Deus traduz a união das Pessoas divinas distintas presentes na Bíblia: Pai, Cristo e Espírito Santo. Tire Uma dessas Pessoas da sua adoração e você tira Deus de cena! Deus não existe sem JAVÉ Pai ou JAVÉ Filho ou JAVÉ Espírito! (Tire um cônjuge e enxergue uma viuvez ou uma separação, mas não um casamento!). Enfatizando que o Pai é o “único Deus verdadeiro”, Jesus Cristo estava expressando sua própria fé humana na existência da Trindade. Em seguida, Ele enfatizou Sua fé humana em Sua divindade – “Eu Sou o JAVÉ encarnado que o Pai enviou”. Você percebe como os próprios versos que salientam a divindade de Jesus e a existência das Três Pessoas divinas, são entendidos exatamente pelo oposto de seus significados por algumas crenças? Se é assim que você vê, lembre-se do objetivo nefasto de Lúcifer – colocar-se no lugar de Deus, destronar o Todo-poderoso JAVÉ trino. Bom, é óbvio que ele está numa missão suicida. Deus é invencível! Mas nós seres criados, como ele, somos nada sem Deus! Ele sabe que não pode contra a união da Divindade. É por isso que seus esforços estão centralizados em afastar o homem de Deus, da verdade sobre Deus, do Evangelho de Cristo (Rm 15:19)! Não permita isso. Contemple diariamente a união de Deus. Una-se a Eles Três. Não se perca ao lado do diabo e suas mentiras, sem o Pai, sem o Cristo, sem o Consolador! Da mesma maneira entendemos a resposta dada por Jesus a Lúcifer, “Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto”. Na verdade ganhamos ainda mais com esse contra-argumento de Cristo à tentação. Primeiro, JAVÉ encarnado está confirmando a Lei dos Dez Mandamentos, cujo preceito inicial é “não terás outros deuses diante de Mim” (Êx 20:3). (Digo confirmando toda a Lei, pois os mandamentos não possuem variação de importância ou exigência; além do que os Dez foram reunidos pelo próprio JAVÉ nas duas tábuas, escritos por Seu próprio dedo e entregues a humanidade na pessoa de Moisés, veja Êx 31:18 e Lv 18:5). Segundo, Jesus validou o Antigo Testamento, até porque este era a Sua Bíblia na época! Ele respondeu essa e as demais tentações de Sua vida humana aqui em nosso planeta com textos bíblicos. Nessa tentação em especial, Ele usou Dt 6:13, pode conferir. “Está escrito”, disse o Senhor nos dando o exemplo! (Isto é forte, meu amigo. Quem disse que o Antigo Testamento tem menos importância que o Novo?). Terceiro, ao afirmar “ao... Teu Deus adorarás”, Ele se incluiu (veja os três parágrafos anteriores) [no livro] e não se excluiu como interpretam os que reduzem JAVÉ encarnado a uma criatura. Lembre-se que Ele foi adorado desde quando era um bebê (Mt 2:11) até quando subiu ao Céu (Lc 24:51 e 52), e lá, no Santuário em Seu trono, é adorado por Suas criaturas (Ap 5:14)! Se anjos que nunca pecaram O adoram (bem como ao Pai e ao Espírito que também estão no Céu, Ap 4: 3 e 5), qual é o argumento legítimo que um miserável pecador pode usar para não adorar o Salvador Jesus?! Por favor, responda essa pergunta, ela não é só para você pensar, meu caro (minha cara).

Fonte: Livro JAVÉ, pp. 15 e 16.

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