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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Marcos 4:10-12. Jesus queria frustrar algumas pessoas com o objetivo de que não se salvassem?


Vamos ler Marcos 4:10 a 12: “Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os doze o interrogaram a respeito das parábolas. Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas,  para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles”.
 Este é um verso Bíblico que precisa de reflexão para ser entendido. A pergunta que muitos fazem, inclusive nosso ouvinte, é: “Será que Jesus usou parábolas para propositadamente frustrar certa classe de pessoas que desejavam se converter?”.
Apocalipse 22:17 torna claro que quem “quiser” pode vir e ser aceito no reino de Deus. II Pedro 3:9, nos diz que o Senhor “é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, se não que todos cheguem ao arrependimento”. Portanto, obviamente não há intenção de Jesus em esconder qualquer verdade que possa levar uma pessoa ao arrependimento e à conversão.
O significado dessas palavras é completamente esclarecido quando lemos o relato paralelo do evangelho de Mateus. Ele dá a razão pela qual as pessoas “não ouvem” e “não vêem”. “Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados” (Mateus 13:15).
De acordo, portanto, com Mateus 13:15, o ato arbitrário de as pessoas não verem não é da parte de Deus, mas delas próprias. Zacarias declara: “verdadeiramente, eles tornaram seus corações como diamante a fim de que não escutem a lei…” (Zacarias 7:12).
Todos nós poderemos confirmar em nossa própria experiência que as muitas vezes que temos nos afastado de Deus não é devido a uma falta dEle, mas por causa de nossa dureza de coração. Reconheçamos essa nossa fraqueza e peçamos a Deus que tire nosso coração de pedra e nos dê um coração de carne. 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Plano da Redenção para os anjos!




Imagino Jesus, o Miguel, fazendo assim com um
 anjo contaminado por Lúcifer,
 mas arrependido pelo Espírito Santo!

Por que Jesus morreu pelos humanos caídos e não pelos anjos caídos? Por que estes não tiveram uma segunda chance? Ou eles tiveram até a cruz? Lúcifer conheceu o plano da Redenção antes da fundação do mundo? (Jammily Oliveira, Maceió-AL)


“Portanto, por meio do Filho, Deus resolveu trazer o Universo de volta para si mesmo. Ele trouxe a paz por meio da morte do seu Filho na cruz e assim trouxe de volta para si mesmo todas as coisas, tanto na terra como no céu.” (Cl 1:20, NTLH).


“E que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus” (ARA).


“Foi por meio do seu Filho que Deus reconciliou consigo todas as coisas, no céu e na terra, pois a morte de Cristo na cruz trouxe para todos a paz com Deus através de seu sangue” (NBV).


Esse texto paulino talvez sugira que Jesus morreu também para solucionar problemas celestiais, não somente terrenos, como a queda de anjos, por exemplo! Por outro lado, Paulo pode querer se referir aos pecados humanos registrados no Santuário celestial, como ele escreveu aos Hebreus (Hb 9:23).


No entanto, Paulo não foi o único a escrever sobre “problemas celestiais”. Judas, possível irmão do Homem Jesus, por parte do esposo de Sua mãe Maria (cf. Mt 13:55, Gl 1:19 e Jd 1), menciona em sua carta sobre anjos “que não guardaram o seu estado original” (verso 6)! Seria o caso de, alguns dentre esses, terem se arrependido e recebido o perdão de Deus sem haver a necessidade de serem expulsos do Céu com Lúcifer? João escreveu: “o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (I Jo 38). Poderíamos visualizar este princípio no contexto da sedição de Lúcifer no Céu? Claro que sim, pois “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13:8)! Vamos organizar cronologicamente, então, as ideias e os eventos pré-históricos (e históricos) para encontrarmos respostas:
  a)  Criação de Lúcifer. “No dia em que foste criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus” (Ez 28:13,14).
  b)  Origem do pecado e do mal, ou seja, da transgressão da Lei de Deus (I Jo 3:4). “Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você” (Ez 28:15, NVI).
  c)  O Filho de Deus Se manifesta para destruir as obras do diabo (I Jo 3:8). “Onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5:20, ARC). Afirmar que isto só vale para pecadores humanos contradiz a imparcialidade e a imutabilidade do caráter de Deus!
  d)   Disseminação das ideias de Lúcifer no Céu e contaminação de outros anjos. “Pela abundância do teu tráfico, encheram de violência o teu interior, e pecaste” (Ez 28:16, Tradução Brasileira). “Anjos... pecaram” (II Pe 2:4). “Com a cauda ele [o dragão Satanás, cf. Ap 12:9] arrastou do céu a terça parte [talvez um número não literal devido o contexto simbólico] das estrelas [ou seja, dos anjos de Deus, cf. Jd 13 e Ap 1:20]” (Ap 12:4, NTLH).
  e)  O Senhor Jesus consegue destruir as obras do diabo na vida de alguns dos anjos contaminados. Evidências bíblicas:
i)                           Apenas os anjos que “não ficaram dentro dos limites da autoridade concedida a eles” (Jd 6, NBV) e “pecaram” (II Pe 2:4, ARC) que Deus não perdoou! Fazendo uma comparação com os pecadores humanos: “Tornou Moisés a JAVÉ e disse: Ora, o povo cometeu grande pecado, fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste. Então, disse JAVÉ a Moisés: Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim” (Êx 32:31-33). Certamente JAVÉ agiu assim também para com os pecadores angélicos, para com aqueles que pecaram contra o Senhor Espírito Santo (cf. Mc 3:29).
ii)                         “Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos?” (I Co 6:3). Ora, se os justos julgarão os próprios salvos e os perdidos, durante o milênio (I Co 6:2, Ap 20:4 e Mt 19:28), não é invenção dizer que os anjos a serem julgados pelos mesmos justos durante os mil anos, são os anjos salvos e os anjos perdidos! Afinal, os anjos que não precisaram da redenção de Jesus, necessitam do julgamento?!
iii)                       Paulo chama os anjos de “eleitos” (I Tm 5:21) ou “escolhidos” (TB). O mesmo ele faz com pecadores humanos que aceitaram o convite da graça e foram justificados por Jesus! “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (Rm 8:33). A mesma palavra εκλεκτός aparece em Mt 22:14, “muitos são chamados, mas, poucos, escolhidos”. O sentido de muitos é todos os pecadores humanos, pois Jesus afirmou que veio salvar os perdidos (Lc 19:10); e Sua morte foi por “todos” (I Tm 2:6). Todos são muitas pessoas, obviamente, de modo que, os “escolhidos” são aqueles que foram chamados dentre todos e aceitaram o chamado! Aplique isto ao tráfico de informações mentirosas sobre o caráter de Jesus que Lúcifer espalhou no Céu, a consequente contaminação sobre uma quantidade de anjos não mencionada nas Escrituras, o trabalho de Jesus para destruir as obras do diabo na mente dos anjos, Seu êxito em alguns dos afetados e infectados, ou seja, Seu “chamado” a todos os anjos contaminados pelo veneno da serpente e a aceitação deste convite da graça por parte dos anjos “escolhidos”! Infelizmente, o autor do mal preferiu se tornar a serpente, em vez de aceitar o perdão divino.
  f) Pecado eterno por parte dos anjos rebeldes que não aceitaram o “chamado” de Deus e a eterna expulsão deles do Céu! “Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás,” (Ap 12:7-9). “Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno [tártaro no grego], os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo” (II Pe 2:4, ARC).
   g)   Diálogo semiaberto entre os anjos não caídos e os caídos.
por (Hendrickson Rogers)

domingo, 20 de maio de 2012

A Pergunta Mais Importante da Vida


1 – Há uma pergunta que paira na mente de milhares de pessoas: uma pergunta feita por pessoas de todas as classes sociais e intelectuais. É uma pergunta simples, mas, ao mesmo tempo, profunda. Uma pergunta importante e indispensável em nossa vida. Uma pergunta que cada ser humano terá de formular, e buscar a resposta certa, se quiser ser feliz neste mundo e no mundo porvir.

2 – Sabe qual é a pergunta mais importante nesta vida? Vamos conhecê-la emAtos 16:25-34:

“25: Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam.
26: De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos.
27: O carcereiro despertou do sono e, vendo abertas as portas do cárcere, puxando da espada, ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido.
28: Mas Paulo bradou em alta voz: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos!
29: Então, o carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas.
30: Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo?
31: Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.
32: E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa.
33: Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus. 
34: Então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa; e, com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus.”

Paulo e Silas se encontravam presos num cárcere de Filipos, cidade grega. Eles cantavam hinos de louvor, enquanto os outros presos os escutavam atentos. Mas, enquanto oravam e cantavam, à meia-noite, sobreveio um grande terremoto que sacudiu os alicerces da prisão. Os presos foram libertos das correntes e as portas da prisão se abriram.

Então, o carcereiro que era o responsável pelos presos, que se fugissem ele pagaria com a vida, imaginando que tivessem todos escapado, puxou a sua espada e ia suicidar-se, quando ouviu a voz de Paulo: “Não te faças nenhum mal, porque todos estamos aqui!” Então, o carcereiro trêmulo, nervoso e angustiado, perguntou a Paulo e Silas: “Senhores, que devo fazer para ser salvo?”

3 – Você já fez esta pergunta? Já obteve a resposta certa? Ou ainda está em confusão? QUE DEVO FAZER PARA QUE SEJA SALVO?” Esta pergunta sugere 5 DEVERES que temos de colocar em prática, se queremos um dia nos salvar. Esses deveres se cumpriram na experiência do carcereiro de Filipos, e são as coisas que cada pessoa deve fazer para se salvar. Quais são esses deveres?

Hoje queremos estudar nesse texto: A PERGUNTA e O RESULTADO. Uma pergunta sobre a salvação e o seu resultado correspondente.

A) A PERGUNTAEsta é a pergunta mais importante que um mortal jamais fez: “O que devo fazer para que seja salvo?” É uma pergunta inspirada pelo Espírito Santo e pela necessidade inerente a todos os habitantes desse planeta de pecadores. E esta pergunta nos indica 4 deveres:

I - DEVEMOS RECONHECER QUE ESTAMOS PERDIDOS

Se nós perguntamos: 'O que devo fazer para me salvar?', isso requer que já nos consideramos fora dos termos da salvação.

1 – O carcereiro reconheceu-se perdido. Ao ver as portas abertas da prisão, temeu por sua vida física e espiritual, porque ele era responsável pelos presos e responderia com a sua vida, e então se sentiu despreparado para enfrentar o juízo divino. Como estava perdido mesmo, tentou o suicídio, dando um fim rápido em sua vida, porque desse modo poderia evitar os tormentos que haveria de sofrer na mão dos verdugos. E então, fez a mais importante pergunta de sua vida: 'Que devo fazer para me salvar?'

2 – Jamais será salvo aquele que não se reconhecer perdido. Deus enviou a Jesus para buscar os perdidos. E então, Ele disse: 'Não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento.' Ou seja: - não vim chamar os que se consideram justos, e não reconhecem que são pecadores. Assim como nunca será curado o enfermo que não reconhece a sua doença, assim também jamais será salvo o pecador que não reconhece o seu pecado.

3 – Como pode um homem se sentir pecador? Como pode um homem se sentir perdido? De, fato a pergunta é justa porque os homens e mulheres não gostam de reconhecer esse fato. O próprio salmista Davi já dizia: 'Quem há que possa discernir as próprias faltas?' (Salmo 19:12). É impossível que o homem reconheça os próprios defeitos e pecados por si mesmo. Entretanto, através da obra do Espírito Santo, o homem tem uma visão da santidade de Deus e então sim, pode ver a sua própria situação de pecador perdido.

Isaías que ao ver o trono do Céu, ao ouvir os anjos cantando : 'Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos!' exclamou: 'Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!' 

O apóstolo Paulo contemplou o 3o Céu, ouviu palavras indizíveis, viu a santidade de Deus, e então sim pôde dizer: 'Fiel é a palavra e digna de inteira aceitação que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.' (1 Tim 1:15). Pedro também teve a sua oportunidade de ver a santidade de Jesus e o Seu poder divino; e então falou: “Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador!' (Lc 5:8).

4 – A Bíblia nos revela que todos são pecadores perdidos. "Porque todos pecaram e carecem da glória de Deus', disse Paulo [Rom 3:23] Mas notem o que disse o profeta Isaías: 'Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapos da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento nos arrebatam” (Isaías 64:6). Leia, também, o que disse o profeta Jeremias: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9).

5 – Conta-se que Lady Hamilton muitas vezes visitava as prisões a fim de animar e ajudar os reclusos. Um dia ela encontrou um homem que estava completamente arrasado, cheio de pessimismo e sinistros pensamentos. Ela procurou consolá-lo, mas ele respondeu:
–Sou um grande pecador.
–Louvado seja Deus – a Lady respondeu.
Então o prisioneiro acrescentou:
–Sou o mais ímpio de todos os pecadores.
–Louvado seja o Senhor – disse outra vez Lady Hamilton.
Não compreendendo o que ela queria dizer, o prisioneiro disse:
–Por que diz a senhora assim, visto que professa ser cristã?
Então ela tomou a Bíblia e calmamente leu para ele: I Timóteo 1:15: “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.” Então, o prisioneiro entendeu e aceitou a mensagem, e foi salvo. Devemos saber e reconhecer que estamos perdidos.

 II – DEVEMOS TER SINCERIDADE DE PROPÓSITO

1 – O carcereiro era sincero no seu propósito. Ele queria realmente se salvar. Sua pergunta foi sincera: 'Que devo fazer para me salvar?'

2 – Muitos não se salvarão porque não querem realmente. Eles amam muito o seu pecado; eles acariciam muito o seu pecado. Ao invés de amar o pecado, eles deveriam odiá-lo. A única maneira para largar o pecado é odiar sinceramente o pecado.

Certa vez, um ministro foi visitar um membro de sua igreja, e o encontrou no campo em seu trabalho na lavoura. Quando o homem viu o pastor, já era tarde para esconder o cachimbo que ele fumava às escondidas da igreja. Então, tentando se justificar, ele disse: '- Pois é, pastor, eu odeio esse maldito cachimbo e, mesmo assim, ainda continuo fumando!'

O pastor respondeu: '- Você odeia a ponto de deixá-lo?' O irmão disse prontamente: 'Agora, o senhor me pegou; eu não sei por que isso acontece: odiar o fumo e ao mesmo tempo continuar fumando! Pois de agora em diante, eu não fumarei mais! Ora por mim, pastor!' Ambos se ajoelharam e ali mesmo o pastor orou por aquele homem e ele nunca mais fumou. É preciso ser sincero. É preciso odiar sinceramente o pecado para poder abandoná-lo. Odiar o pecado para não pecar mais. Sinceramente.

3 – Entretanto, temos que ter mais do que sinceridade em saber as respostas, mais do que mera curiosidade. O jovem rico tinha sinceridade quando perguntou o que era necessário para alcançar a vida eterna. Mas não tinha real sinceridade de propósito para se salvar e alcançar a vida eterna. Então, saiu triste porque era rico. Tinha satisfeito a sua curiosidade, mas amava mais as riquezas do que a Deus, e se perdeu, nesta vida e na vida porvir, porque na destruição de Jerusalém ele perdeu todas as propriedades e morreu pobre.

Pilatos era sincero na sua pergunta: 'Que é a verdade?', mas não teve sinceridade de propósito para ouvir a resposta de Jesus, e se perdeu. Já conheci muitas pessoas que estudaram a Bíblia só para satisfazer a curiosidade. Mas quando a verdade penetra em sua consciência para abandonar o pecado, eles se afastam e desistem de tudo. Não tinham real sinceridade para serem salvos. Amavam mais o pecado do que a Deus.

III – DEVEMOS CRER EM JESUS COMO NOSSO SALVADOR

Paulo e Silas disseram: 'Crê no Senhor Jesus e serás salvo' (v. 31). O que significa crer em Jesus? Crer em Jesus significa confiar nEle como nosso Salvador pessoal. Isso implica em 4 coisas nas quais devemos confiar:

1- Devemos confiar em Seu amor: Satanás diz que Ele não nos ama. Mas Ele nos amou de tal maneira que deu a Sua vida para morrer em nosso lugar. Ele derramou o Seu precioso sangue a fim de nos redimir de nossos pecados. Ele nunca nos rejeita. Seu amor é infinito, precioso, abrangente, e nunca deixa a nossa alma aflita buscando sem achar o Seu perdão. Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro com Seu amor exorbitado e imenso.

2- Devemos confiar em Sua graça: 'Pela graça sois salvos' (Ef 2:8), disse o apóstolo Paulo. A salvação é gratuita; você não tem que pagar nada para se salvar. Mas você deve confiar que esta é a grande verdade e confiar nela: a graça de Deus é a única virtude salvadora. Ela se “manifestou salvadora para todos os homens” (Tt 2:11); ela se revelou eficaz para nós, os que cremos; ela se manifestará na sua grande riqueza, em bondade para conosco através dos séculos infindos da eternidade por vir (Ef 2:7).

3- Devemos confiar em Seu poder: Ele teve poder para criar e mostra o Seu poder de preservar diariamente a nossa vida, e, portanto, tem poder para salvar. O mesmo poder que Ele usou para criar-nos e preservar-nos, vai usar para nos salvar. É preciso confiar mais plenamente nesse poder que Ele tem de salvar do pecado, ontem, hoje e amanhã. É preciso confiar no seu poder de salvar da pena, do poder, do prazer e da presença do pecado em nossa vida.

4- Devemos confiar na Sua Palavra: Foi pela Sua palavra que Jesus Cristo mandou e tudo se fez; ordenou e tudo veio a existir do nada (Sl 33:6,9). Pela Sua palavra, Ele governa o universo. Mas também nos deu a Sua Palavra escrita, a fim de que nós soubéssemos o que Ele nos ordena hoje. Ele disse ao paralítico: - 'Vai e não peques mais!' Ele disse à mulher adúltera: 'Vai e não peques mais!' Ele diz a você hoje em Sua Palavra: 'Vai e não peques mais!' Se você confiar nessa palavra, você será salvo e deixará o pecado, estimulado pela ordem divina.

Por isso devemos crer em Jesus como nosso Salvador pessoal. Ele tem todos os recursos para salvar ao maior pecador. É nosso dever e privilégio confiar em Seu amor, em Sua graça, em Seu poder e na Sua palavra. É isso o que significa confiar na pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. É disso o que tanto necessitamos para sermos salvos a cada momento do pecado.

IV – DEVEMOS SER OUVINTES ATENTOS

1 – O carcereiro era um ouvinte atento (v. 32). Era necessário receber a instrução do Evangelho. Ele não possuía aquele conhecimento que salva. Estava em uma profunda angústia, a ponto de tentar o suicídio, e, portanto, precisava aproveitar aqueles momentos preciosos. Eis que a esperança nasce em seu coração, e se lança em profundo interesse, como se não houvesse outra oportunidade. Então, vai para casa levando os pregadores, reúne a sua família e coloca-os para ouvir atentamente a mensagem salvadora. E todos ouvem atentamente o que tinham a dizer aqueles homens de Deus, extasiados e profundamente interessados.

2 – Deus procura ouvintes atentos. O Salvador Jesus Cristo disse: 'Ide e pregai o evangelho!' Quando o evangelho está sendo pregado, nós devemos ser ouvintes atentos, interessados na Palavra de Deus que se dirige a nós. Todo o Céu está interessado em ouvintes atentos. Muitas pessoas em nosso mundo e mesmo dentro das igrejas estão carentes de salvação e necessitam demonstrar mais interesse na pregação que está sendo exposta. Deus quer ouvintes atentos na Sua igreja, tão atentos como se não houvesse mais oportunidade para ouvir outra vez a mensagem. Tão atentos a ponto de serem capazes de aprender e transmitir as coisas que ouviram para os outros que estão nas trevas do pecado, buscando a salvação, sem uma luz sequer a brilhar em sua alma entenebrecida.

3 – Você deve ser um ouvinte atento. Alguns não são ouvintes atentos à exposição da Palavra de Deus; vem à igreja para conversar, mascar chicletes, chupar balas, namorar, ou ver os amigos. Muitos já perderam a a capacidade de se impressionar com a mensagem poderosa da Palavra de Deus. Muitos estão passeando pelos corredores, conversando sobre futilidades, lendo o seu hinário ou fazendo o ano bíblico em hora e lugar errados, observando as roupas dos outros, ou dormindo, enquanto um grande pregador está apresentando as maiores novidades da luz do Céu! Você deve vir à igreja com sua Bíblia na mão e ser um ouvinte atento, como foi o carcereiro, diante dos pregadores da Palavra de Deus. Eles têm uma mensagem de esperança para a sua alma, faminta de Deus e de Sua salvação.

V - DEVEMOS SER BATIZADOS

1 – O carcereiro foi batizado (v. 33); e Jesus Cristo disse: 'Quem crer e for batizado, será salvo; quem porém não crer, será condenado!' (Mar. 16:16). Paulo explicou essa verdade, e ele prontamente aceitou o ensino, sendo batizado imediatamente, junto aos seus queridos. Não apresentou nenhuma objeção, não argumentou negativamente, não respondeu com desculpas, mas confiou na palavra que lhe foi pregada, respondendo de imediato.

2 – Algumas pessoas já deram os passos anteriores: Eles se reconhecem perdidos, revelaram sinceridade de propósito, receberam a Jesus crendo nEle como Salvador pessoal, são ouvintes atentos na Palavra de Deus. Mas ainda não deram o passo final do batismo. Alguns têm receio do que vão dizer os seus parentes; outros têm receio de cair, não podendo observar fielmente a todos os preceitos que essa decisão envolve; outros ainda se apegam a algum pecado. Mas a todos estes Cristo diz: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e Eu vos aliviarei!” (Mt 11:28).

3 – O batismo é necessário para entrar no Reino de Deus. Disse Jesus: 'Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino do Céu!' (Jo 3:5). O que é o batismo? Vemos a definição pela sua necessidade: o batismo é a evidência de que fomos nascidos do Espírito Santo. - É a porta de entrada à igreja, o Corpo de Cristo. - É a manifestação pública de que você aceita e pertence à família de Deus. - É a lavagem dos pecados. Ananias disse para Saulo, antes de seu batismo: 'E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dEle.' (At 22:16). O batismo é a maneira pela qual somos unidos a Jesus Cristo e revestidos de Sua justiça. 'Porque', disse o apóstolo Paulo: 'todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes.' (Gl 3:27).

B) O RESULTADO DA SALVAÇÃO

Versos 33-34: “33 Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus. 34  Então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa; e, com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus.”

1 – Amor para com os irmãos. O carcereiro lavou as feridas dos apóstolos. Foi uma transformação extraordinária. E depois de cuidar assim deles, ainda hospedou-os em sua própria casa e serviu a sua comida para eles. Amor é o resultado da salvação. “A fé opera por amor” (Gl 5:6). O cristão é um homem que foi transformado pela graça divina que revelará um amor que se amplia cada vez mais em benefício do próximo. Não é possível ser um cristão seguidor de Cristo e não possuir um amor genuíno em favor do semelhante vendo as necessidades dos outros. As igrejas são a prova desse fato: estão cheias de pessoas que sabem amar aos outros, como também estão ainda mais cheias de pessoas que pretendem ser cristãs, mas as suas obras negam a sua pretensão.

2 – Alegria na alma. Disse o texto que o carcereiro manifestou com todos os queridos grande alegria por tudo aquilo: por terem conhecido o evangelho, por terem crido em Jesus, por terem sido batizados, por terem visto a salvação. De fato, alegria é um fruto do Espírito Santo que é revelado na vida de uma pessoa que foi salva. Não podemos senão esperar alegria na vida de pessoas que estão como seu coração cheio da certeza de salvação. Já estamos fartos de legalismo e dureza para com os outros que pensam diferente de nós. Alegria é um característico dos que se preparam para o Céu, e jubilosos cantos de gratidão ecoam de sua alma.

Seguramente estes são os resultados que seguirão aqueles que crerem em Jesus e forem batizados para a salvação.

CONCLUSÃO

Portanto, aqui temos a pergunta mais importante da vida: “Que devo fazer para que seja salvo?” Como é com você? Já fez a pergunta mais importante da sua vida? Tem real interesse pela sua salvação? Como você encara esse assunto tão essencial? Ou está deixando para depois, quando tiver acabado aquele negócio, ou quando chegar a aposentadoria?

Certa vez, um obreiro bíblico jovem estava trabalhando em Manaus, no Amazonas, e visitava algumas casas próximas do salão em que o pastor Joel Sarli realizava conferências evangélicas da igreja adventista. E ele se dirigiu a um jovem daquela vizinhança, e o convidou para assistir à conferência da noite. O jovem respondeu: “Ah, isso é coisa para velhos; eu tenho a vida toda pela frente! Eu quero agora é gozar a vida!” O obreiro tentou convencer o jovem dizendo: “Mas jovem, você não pode saber quanto tempo ainda tem de vida, e amanhã pode ser tarde demais!” O jovem desconversou e disse que era muito cedo e que isso era “coisa de velho!”

Mas, o obreiro saiu pensativo, continuou as suas visitas e chegou à casa onde um senhor idoso o atendeu. O obreiro o convidou para as conferências, e a resposta do velho foi: “Olha, moço, isso é coisa assim para você que é jovem. Eu já passei da idade para me preocupar agora com religião! Isso é coisa para jovem!” O obreiro decepcionado com essa resposta desabafou e lhe respondeu: “Amigo, o que se pode fazer? Acabo de visitar um jovem que me disse que isso é coisa para velhos, e agora eu falo com um velho que me diz que religião é coisa para jovens!”

Muitas pessoas estão brincando com a sua alma, e adiando o dia de sua salvação! Mas amanhã pode realmente ser tarde demais. O amanhã pode nunca chegar. O amanhã é desconhecido. Disse Paulo: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração!” (Hb 4:7).

Você já encontrou a resposta para a pergunta mais importante da sua vida?  “Que devo fazer para que seja salvo?” A resposta é única: “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo!” Se você fizer isso, será salvo e, como um resultado certo e infalível, será feliz e terá grande alegria e paz neste mundo e, por fim, a garantia da vida eterna. Não deixe a sua decisão para depois! Aceite a Jesus Cristo agora mesmo!

Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia

sábado, 12 de maio de 2012

O Homem que Deus não pode salvar


O título de nosso assunto de hoje é: O Homem que Deus Não Pode Salvar. Parece estranho esse pensamento! Não é Deus Onipotente? Não é Ele Todo-Poderoso? Não diz a Bíblia que para Ele tudo é possível? Como, então, imaginar que Ele não poder salvar a alguém?

Há três teorias sobre o assunto:
Os calvinistas afirmam que Deus pode salvar a todos, mas destinou muitos para a salvação e muitos para a perdição, independente de qualquer poder ou influência.

Os universalistas afirmam que não só Deus pode salvar, como de fato salvará a todos os homens e mulheres, no fim de todas as coisas.

Os agnósticos, entretanto, afirmam que Deus não pode salvar a ninguém, porque Ele Se encontra muito longe de nós.

O que a Bíblia diz sobre isso? De fato, a Bíblia sustenta que Deus é Onipotente. Para Deus todas as coisas são possíveis. 

Ele tudo pode:
– Ele criou todo o Universo.
– Ele mantém todo o Universo.
– Ele já salvou a muitos dos piores criminosos deste mundo.
Portanto, para Deus, tudo é possível.


I – MAS HÁ UM HOMEM QUE DEUS NÃO PODE SALVAR 

Você sabe qual é esse homem? O homem que Deus não pode salvar é o homem satisfeito consigo mesmo.

E temos aqui na Bíblia a prova dessa afirmação:
Luc. 18:9-12 – "Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. "

O fariseu estava satisfeito com a sua vida. Compareceu diante de Deus para mencionar os seus méritos, para gabar-se de quão bom ele era.

"Não sou como os demais homens." Quantos hoje nos seus dias pensam como este fariseu: "Não sou um homem mau, não mato, não roubo, não faço mal ao próximo." Como o fariseu de outrora, cantam um hino de louvor a si mesmos. Nada pedem a Deus, eles já são bons, Deus tem o dever de aceitá-los.

Há outras declarações do fariseu, que podemos ouvir hoje dentro da própria igreja cristã: Verso 12 – "Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho."

Em linguagem moderna: "Fui batizado, pertenço à igreja, freqüento os cultos, tomo parte nas atividades da igreja, contribuo para a causa do evangelho. Faço tudo isso. Graças a Deus que eu não sou como os outros tão negligentes nessas coisas tão importantes da vida cristã."

É possível fazer estas coisas, boas sim, necessárias, próprias de um cristão sincero – é possível fazê-las por mera formalidade e apresentá-las a Deus como prova de bondade e merecimento.

Perto do fariseu estava o publicano. Os publicanos homens desprezados pelos judeus porque eram coletores de impostos para os romanos. Esse homem não via nada de bom em si mesmo. Se fazia boas obras, não ousou mencioná-las a Deus; que eram as suas boas obras para comprar os bens do Céu?

O publicano viu que suas obras não podiam comprar o favor do Céu. O publicano sentiu sua pobreza, o seu pauperismo espiritual. Sentia nada ter para o recomendar a Deus. Se alguma coisa pudesse ganhar, seria imerecido, seria tudo baseado na misericórdia divina.

Ele, o publicano desprezado, olhou para si mesmo, vendo a sua profunda necessidade, e apresentou-se diante de Deus com apenas um argumento – o argumento da sua própria necessidade: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador." (Luc. 18:13).

Como Jesus terminou a Sua história? Ele disse que o fariseu voltou vazio, enquanto que este publicano foi justificado.

Realmente, o fariseu representa o homem que Deus não pode salvar porque ele está satisfeito consigo mesmo, cheio de justiça própria, não sente a sua necessidade.


II – QUAIS OS CARACTERÍSTICOS?


Quais são os característicos do homem satisfeito consigo mesmo, o qual Deus não pode salvar?

1) O homem satisfeito consigo mesmo é o homem que não se arrepende.


Lemos estas palavras de Jesus em Luc. 5:31-32 – "Respondeu-lhes Jesus: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento."

Levi Mateus dera um grande banquete em sua casa, e convidou a Jesus e aos seus amigos que também eram publicanos como ele era, e havia sido distinguido por Jesus.

Entretanto, os fariseus começaram a murmurar e acusar os discípulos de Jesus, dizendo que comiam e bebiam com os publicanos e pecadores.

Foi aí que Jesus, não podendo deixar passar essa oportunidade para lhes dar mais uma lição, defendendo os publicanos, justificando sua atitude para com eles, e ao mesmo tempo ensinando e advertindo por que muitos jamais se salvarão.

"Os sãos não precisam de médico", ou seja, os que se consideram sãos, os que a si mesmos se julgam bons, justos – estes não precisam de Sua ajuda, ou melhor: é impossível ajudá-los. Apenas os doentes, os que reconhecem, os que reconhecem a sua enfermidade é que precisam do Médico dos médicos.

E Ele acrescenta: "Não vim chamar justos, e sim, pecadores ao arrependimento", porque os justos não precisam de arrependimento, os que se julgam justos, eles não se arrependem; na realidade, eles não podem se arrepender enquanto estão nessa condição de justiça própria.

O 1º característico – falta de arrependimento – porque não há reconhecimento do pecado.

E Cristo contou noutra passagem a necessidade de arrependimento: Luc. 13:4, 5 – "Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis."

Os judeus diziam que aqueles homens que foram acidentados pela torre de Siloé eram grandes pecadores e culpados diante de Deus e que era por isso que eles foram castigados. Mas Jesus corrigiu esse conceito e ensinou que não há salvação sem arrependimento: "Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis."

E não basta apenas confessar o pecado, externamente, sem reconhecê-lo. Há no Antigo Testamento dois exemplos marcantes que ilustram esta verdade: 1) Lemos em 1Sam. 15:24, que Saul proferiu estas palavras: "Pequei, pois transgredi o mandamento do Senhor!" 2) e também lemos acerca de Davi que ele disse em 2Sam. 12:13: "Pequei contra o Senhor!" 
Ambos confessaram as mesmas palavras. Saul pecou porque não matou. Davi pecou porque matou. Um foi aceito, o outro foi rejeitado. Um foi destronado e se perdeu; o outro, Davi, continuou no trono e se salvou.

Por quê? A diferença está no fato de que Davi se arrependeu, Saul não. Saul era um homem satisfeito consigo mesmo: achava que não necessitava de arrependimento. Davi, porém, experimentou um profundo arrependimento.


2) 2º característico: O homem satisfeito consigo mesmo não crê em Jesus.


Gên. 4:3-5 nos apresenta a triste história de Caim e Abel. De acordo com o plano divino, os dois irmãos deveriam trazer ofertas de animais. Devia haver derramamento de sangue. Isso representava o sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus.

Abel mostrou sua fé no vindouro Messias, quando apresentou sua oferta de animal, imolando o cordeiro, derramando o sangue, e crendo que Deus haveria de prover o sangue que purifica de todo pecado.

Caim, porém, ao trazer os seus frutos, revelou em sua oferta, que não possuía fé para crer em Jesus, o Messias vindouro. Ele estava satisfeito consigo mesmo e com suas realizações.

E não basta, aparentar ser um seguidor de Cristo. É preciso crer nEle de fato.

No Novo Testamento, temos outros dois exemplos: Pedro, que negou a Jesus. (Luc. 22:62) e Judas, que O traiu. (Mat. 27:35). Judas representa o homem que Deus não pode salvar: ele não crê em Jesus Cristo.

Judas não se submeteu a Cristo, porque não acreditava nEle como seu Salvador pessoal. Ele O seguia como um dos Doze discípulos, a fim de conseguir vantagens temporais. Nunca quis se arrepender; nunca aceitou a Jesus, não cria nÊle. Também estava satisfeito consigo mesmo: para que deveria ele crer em Jesus?

Entretanto, Pedro representa ao homem que Deus pode salvar completamente, embora tenha cometido graves e hediondos pecados, em muitas vezes e de muitas maneiras. Pedro nunca estava satisfeito, ele sempre ansiava por Jesus e cria nÊle como o seu Salvador.

Ele disse, apesar de errar muitas vezes: "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus." (João 6:68-69). 
Aqui está o segredo: Não importa a nossa vida passada, não importa quão pecadores nós fomos um dia, não importa se nos tornamos grandes pecadores. O que importa é a nossa fé para crer que Jesus Cristo é o nosso poderoso Redentor, que derramou o Seu sangue para nos purificar, e que Ele nos libertará dos nossos pecados, aqui e agora, se tão somente nós o aceitarmos como o nosso suficiente Salvador.

3) 3º característico: O homem satisfeito consigo mesmo não tem amor pela verdade.

O apóstolo Paulo fala desta classe de pessoas desse modo, em 2Tess. 2:10 – "e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos." Por que perecem? Porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos.

Os ímpios não só rejeitam a verdade, como também não acolhem o amor pela verdade para serem salvos. Eles não podem ser salvos enquanto não amarem a verdade. Mas se estão satisfeitos consigo mesmos, eles não crerão na verdade, eles não amarão a verdade e não serão salvos, Deus não pode salvá-los por isso.

Tal atitude não se relaciona à verdade no sentido geral, mas se refere à verdade salvadora do Evangelho, que eles não amam tanto a ponto de buscarem a salvação com todo o seu empenho e serem beneficiados.
O cristão nunca está satisfeito consigo mesmo. Por isso, ele crê em Deus e na Sua verdade, e ele a aprecia mais e mais, a ponto de sempre buscar a verdade, conhecer a verdade e praticá-la em sua vida. Ele vê que a verdade do Evangelho é poderosa para salvá-lo, e ele a ama.

Os ímpios estão satisfeitos consigo mesmos. Portanto, não acolheram o amor da verdade para serem salvos. 
– Eles poderiam ser salvos pela verdade do Evangelho, porque o Evangelho tem poder para salvar.
– Eles poderiam se regozijar pela verdade, e pelos excelentes resultados do Evangelho em sua vida.
– Eles poderiam crer na verdade, porque essa possibilidade existe para todos os seres humanos.

No entanto, os ímpios têm outra atitude:
– Eles crêem na mentira.
– Eles amam a apreciam o erro.
– Eles se regozijam na injustiça.
– Eles se permitem iludir pelos enganos de Satanás.
– Eles não têm nenhum amor pela verdade salvadora do Evangelho, porque estão satisfeitos consigo mesmos e desse modo não podem ser salvos, a menos que mudem sua atitude.

III – COMO PODE O HOMEM DESPERTAR?

Como podemos ver nossa condição espiritual? Como podemos sentir nossa necessidade de Deus?

Ninguém por si reconhece os seus erros e pecados. "Enganoso é o coração ...", diz a Bíblia.

Como é que fala uma pessoa satisfeita consigo mesma? Apoc. 3:17 – "Dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu." O diagnóstico divino é: "Nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu."

Como pode ser mudada essa atitude de justiça própria e auto-satisfação? Apoc. 3:18-19 – "Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. "

Jesus Cristo dá esse conselho. Necessitamos de:
1. Ouro refinado – a fé que opera por amor.
2. Vestiduras brancas – a justiça de Cristo.
3. Colírio – a graça do Espírito Santo.

E no verso 19 temos a certeza do amor de JC, e o apelo ao arrependimento. O verso 20 apresenta o quadro de JC à porta do nosso coração esperando que Lhe demos entrada.
Como reconhecer nossa necessidade? Necessitamos do colírio do Espírito Santo e: 
– Ele nos revelará a verdade. 
– Ele nos convencerá do pecado, da justiça e do juízo.
– Ele nos mostrará a Jesus.
– 
"O desconhecimento dEle é que dá aos homens uma tão alta idéia de sua própria justiça. Ao contemplarmos Sua pureza e excelência, veremos nossa pobreza e defeitos, como realmente são.." – Parábolas de Jesus, página 159.

"Quanto mais nos achegarmos a Jesus e mais claramente discernirmos a pureza de Seu caráter, tanto mais claramente discerniremos a extraordinária malignidade do pecado, e tanto menos teremos a tendência de nos exaltar." – Parábolas de Jesus, página 160.

Paulo disse em 1Tim. 1:15 – "Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal."

Conta-se que Lady Hamilton muitas vezes visitava as prisões a fim de animar e ajudar os reclusos. Um dia ela encontrou um homem que estava completamente arrasado, cheio de pessimismo e sinistros pensamentos.

Ela procurou consolá-lo, mas ele respondeu:
– Sou um grande pecador.
– Louvado seja Deus – a Lady respondeu.
Então o prisioneiro acrescentou:
– Sou o mais ímpio de todos os pecadores.
– Louvado seja o Senhor – disse outra vez Lady Hamilton.

Não compreendendo o que ela queria dizer, o prisioneiro perguntou:
– Por que diz a senhora assim, visto que professa ser cristã?

Então ela tomou a Bíblia e calmamente leu para ele este verso: "Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal." 

Entreguemo-nos inteiramente a Jesus, contemplemos o Seu maravilhoso caráter, toda a Sua perfeição. Só, então, teremos um vislumbre de nossa necessidade.

"Fiel é a palavra" de que realmente Jesus Cristo veio salvar pessoas tão pecadoras como nós somos. "Se, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo." (Apo. 3:19-20).

Se você não está satisfeito consigo mesmo, se pelo Espírito Santo você sente o seu pecado, você pode ser completamente salvo. Entregue-se agora mesmo a Jesus, que disse: "O que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora" (João 6:37). Portanto, vamos a Ele.


Pr. Roberto Biagini
Mestrado em teologia
prbiagini@gmail.com

Questões Conflitantes Entre Lei e Graça


COMO ENTENDER AS CONFLITANTES DECLARAÇÕES DE PAULO E TIAGO SOBRE LEI E GRAÇA, FÉ E OBRAS, JUSTIFICAÇÃO E SANTIFICAÇÃO?


Nesta seqüência de 10 itens a proposta é de um estudo racional e objetivo da questão da lei divina em face da mensagem da salvação pela graça, um tema muitas vezes mal compreendido pelos cristãos em geral.


O apóstolo Paulo claramente diz que a salvação é tão-só pela fé, sem qualquer mérito humano (Efés. 2: 8 e 9). O profeta Isaías já dissera que até nossas obras de justiça são meros “trapos de imundície” (Isa. 64:6). Nenhuma obra realizada pelo homem é aceitável a Deus—cuja lei é “perfeita” (Sal. 19:7)—em termos de obter méritos para a salvação. Até nossas orações, um ato tão santo de fervor religioso, só conseguem ser ouvidas pela intercessão do Espírito Santo (Rom. 8:26).


Mas após falar da salvação em nada dever-se às obras em Efésios 2:8 e 9, Paulo acrescenta no verso 10: “Somos feituras dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”. Tiago lembra que “a fé, se não tiver obras, é morta” (2:17) e Jesus também declarou: “Se me amais, guardareis os Meus mandamentos” (João 14:15).


Assim, temos uma clara tensão entre o salvar-se pela fé, independentemente das obras da lei, mas a necessidade de demonstrar essa fé pela fiel obediência à lei. Como entender isso?


Introdução


O tema da lei divina em confronto com o da graça não poderia deixar de surgir em matérias teológicas, páginas de ministérios de “apologia cristã” e confronto de idéias em fóruns evangélicos. Todavia, já que prometemos tratar do assunto, temos que primeiramente levantar esta indagação pertinente e abrangente do que será tratado neste estudo:


• As leis do Velho Testamento são, de fato, caducas e não mais aplicáveis aos cristãos sob o novo concerto?


1) A resposta é—sim e não. Há leis que caducaram por cumprirem sua função prefigurativa, como as regras sobre ofertas de cordeiros e manjares, os sacrifícios e normas várias para sacerdotes e povo. Quando João Batista apontou a Cristo como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29) lembrava aos ouvintes o sentido dos muitos cordeiros sacrificados pelos israelitas como expiação dos pecados. Eram o antitipo do grande Tipo, Jesus Cristo.


Contudo, se há leis de caráter temporário, também as há de caráter perene, que se caducassem trariam somente o caos a nível público e privado: “Honra o teu pai e a tua mãe”, “não matarás”, “não furtarás”, “não adulterarás”. . .


Esses preceitos são lembrados pelos vários autores neotestamentários como normativos aos cristãos (ver Efés. 6:1 e 2; Tia. 2:8-10). Paulo deixa isso claro ao mostrar a validade de algumas regras e nulidade de outras para os cristãos, como veremos mais adiante.


As leis bíblicas dividem-se em categorias claras quanto a seus objetivos e vigência. Ao longo dos séculos documentos e autores cristãos têm definido essas leis como sendo moral (expressa nos Dez Mandamentos), cerimoniais, civis, higiênicas, etc.


As mais representativas Confissões de Fé da cristandade, tanto protestante quanto católica, sempre ensinaram essa “divisão” das leis nesse sentido, como é claramente apresentada na Confissão de Fé de Westminster e nos 39 Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra.
Há quem alegue que a Bíblia trata sobre “lei” indicando um só “pacote” uno, indivisível, mas a “divisão” das leis é óbvia pelo próprio fato de que Deus proclamou com Sua própria voz, sobre o Sinai, aos ouvidos do povo reunido, somente os Dez Mandamentos, depois os transcrevendo nas tábuas de pedra, e “nada acrescentou” (Deu. 5:22). Todas as demais regras cerimoniais, civis, higiênicas, etc., foram ditadas para Moisés transcrevê-las nos rolos da lei.


Conclusão: Há mandamentos que eram importantes, mas não devem mais ser cumpridos, e mandamentos que importa obedecer, como o apóstolo Paulo mostra numa clara “divisão” da leis bíblicas ao dizer em 1 Cor. 7:19: “A circuncisão nada é, e também a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de Deus”.


2) Eruditos evangélicos modernos e antigos, bem como confissões de fé históricas (inclusive alguns dentre os principais Reformadores) têm o Decálogo na conta de norma válida de conduta cristã.


Em suas confissões de fé eles jamais alegam que a lei divina foi abolida, substituída por uma “lei de Cristo” (supostamente menos rigorosa) nem levantam a tese de que observar esses mandamentos seria estar apegando-se à “letra da lei” em lugar de inspirar-se apenas em seu “espírito”. Antes, definem as leis divinas como tendo preceitos cerimoniais, civis e morais, estes últimos sintetizados nos Dez Mandamentos.


Entre as declarações eruditas e credos da cristandade com essas claras posições citamos o popular Dicionário da Bíblia de John Davis, a Segunda Confissão Helvética da Igreja Reformada, de 1566; os 39 Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra (de 1571) em seu Artigo VII; os Artigos de Religião Irlandeses (1615); a Confissão de Fé de Westminster (1647); a Declaração de Savóia das Igrejas Congregacionais (1658); a Confissão Batista de 1688 (Filadélfia) com base na confissão de 1677 de Londres; os Artigos Metodistas de Religião (1784); o Pequeno Catecismo presbiteriano, etc. e autores tais como Spurgeon, Wesley, e mais modernamente Billy Graham, Orlando S. Boyer, Harold Brokke, Antônio Neves Mesquita, Pr. Myer Pearlman , Pr. Nilson do Amaral Fanini e vários outros de diferentes denominações evangélicas.


Em hinários de batistas, presbiterianos, congregacionais, metodistas, etc., como o Salmos e Hinos, Cantor Cristão, Harpa Cristã, acham-se hinos de louvor a Deus falando da lei de Deus como norma vigente para todos. Um desses hinos chega a dizer: “Salvação por homens dada, paz fingida, paz comprada, lei de Deus falsificada, tudo rejeitai! Lei de Deus não muda, o Senhor ajuda a quem cumprir sem desistir. . .”


Conclusão: Grandes eruditos cristãos e credos da cristandade sempre reconheceram os diferentes tipos e objetivos das leis divinas segundo seus aspectos civis, cerimoniais, higiênicos. São códigos diversos regidos pela lei moral básica, tal como a Constituição é a “Carta Magna”, base de toda a legislação civil com seus muitos códigos (Código Criminal, Código Comercial, Código Trabalhista, etc.). Os códigos podem ser abolidos e mudados, o que não interferirá na Constituição, enquanto se esta for alterada, afetará tudo o mais.


3) Faz-se necessário que os cristãos entendam melhor os conceitos de justificação e santificação. A justificação é inteiramente pela fé e por ela é que se estabelece “paz com Deus” (Rom. 5:1). Significa a obra de Deus por nós para a salvação, centralizada na cruz de Cristo. Em conseqüência da aceitação desse fato, dá-se a regeneração, ou novo nascimento, iniciando-se daí o processo de santificação, que representa a obra de Deus em nós por conceder-nos o Seu Espírito e derramar o Seu amor em nossos corações (Rom. 5:5). Trata-se de uma obra vitalícia de crescimento gradual e contínuo na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Ped. 3:18)—conseqüência, não base, da experiência de salvação.


Conclusão: A obediência aos mandamentos da lei de Deus situa-se no campo da santificação, e não da justificação. Significa a aceitação de Cristo como Senhor após tê-Lo aceito como Salvador.


4) O princípio da genuína obediência, que resume o teor de todos dos mandamentos divinos, é o amor. Assim Jesus resumiu (não substituiu) os mandamentos em a) amar a Deus sobre todas as coisas e b) amar ao próximo como a nós mesmos. Ele está citando declarações do Velho Testamento (Mat. 22: 34-36, cf. Deu. 6:5; Lev. 19:18). O mesmo princípio básico de amor é também o do Seu “novo” mandamento: João 13:24.


Conclusão: Sobre esse princípio moral do amor é que se constroem os concertos, tanto o novo quanto o velho (ver também Rom. 13:8-10). As leis divinas sempre, em todos os tempos, se basearam no amor.


5) Certos expositores bíblicos fazem grande confusão em púlpitos, prelos e processadores de texto quanto ao tema da lei nas epístolas paulinas. Essa incompreensão é perigosa, à luz de II Ped. 3: 15 e 16, pois os que assim agem são chamados de “ignorantes”, “instáveis” e “insubordinados”.


Não percebem o sentido das palavras do apóstolo Paulo quando fala negativamente sobre a lei em alguns textos, tratando, porém, dela noutros lugares em termos positivos e citando seus mandamentos como válidos. Isso se deve entender à luz dos conceitos de justificação pela fé e santificação. Vejamos estes paradoxos bíblicos:


a) Textos em que Paulo trata “negativamente” da lei: Rom. 3:20-24; 5:20; 6:14, 15; 7:6; 8:3; Gál. 2:16-19; 3:10-13; 5:4; Efé. 2:7, 8; 15.


b) Textos em que Paulo confirma a validade da lei como norma de conduta para os cristãos e a exalta, dizendo que tem “prazer” na mesma: Rom. 3:31; 7: 7, 14, 22; 8: 4; 13:9-10; 7:19; Gál. 5:14; Efé. 6:1, 2.


Como entender isso? A explicação é simples—aqueles que têm a lei como fonte ou meio de salvação, colocando sua obediência na área da justificação, só podem estar sob a sua maldição pois “pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rom. 7:7). Estes podem até vir a perder a salvação se antes estivessem firmados na graça: “De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na lei, da graça decaístes” (Gál. 5:4). Deixando de confiar nos méritos de Cristo por incluir suas obras como meio de salvação, negam sua experiência de genuína fé na obra completa, perfeita e meritória de Cristo para a salvação de todo aquele que crê.


6) Dois episódios ilustram a harmonia entre a lei e a graça tanto no Velho quanto no Novo Testamento:


a) No Velho Testamento: Ao proclamar solenemente a lei dos Dez Mandamentos no Sinai Deus declarou, antes mesmo de pronunciar o primeiro mandamento: “Eu sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egito” (Êxo. 20:2). Esta é uma revelação de Sua graça. Segue-se a enunciação da lei nos vs. 3 a 17.


b) No Novo Testamento: Ante a mulher pecadora Cristo primeiro apresentou-lhe Sua graça perdoadora—“Nem eu tão pouco te condeno”. A seguir, apresenta-lhe a lei: “vai e não peques mais” (João 8:10, 11).


Assim, a obediência aos mandamentos de Deus (obras) não contraria o princípio de justificação pela fé somente, antes é sua conseqüência, situando-se no campo da santificação. Daí a declaração do apóstolo Tiago: “A fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tia. 2:17, cf. Efé. 2:10).


Conclusão: Como dois trilhos de uma ferrovia correm paralelamente e dão o equilíbrio necessário para o avanço da composição, assim se dá com a graça e a lei, a fé e as obras, a ação de Deus e a resposta do homem no processo de justificação, santificação até a glorificação final.


7) Um fator de incompreensão do tema das leis bíblicas é o que Paulo diz em 2 Coríntios 3 sobre o “o ministério da morte, gravado com letras em pedras” em contraste com o “ministério da justiça”, pelo qual os cristãos se apresentam como cartas escritas “não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração” (vs. 9 e 3).


Paulo aí contrasta os que vivem sob o regime da “condenação”, por não terem experimentado a salvação em Cristo, com os que aceitaram os termos do novo concerto, portanto tendo a lei divina, não meramente como letra gravada em pedras, mas escrita em seus corações e mentes pelo Espírito de Deus, segundo a promessa desse novo concerto (Heb. 8:6-10). O salmista fala de tal experiência (Sal. 40:8).


Os que viviam ainda sob o “velho concerto” eram aqueles mesmos que Cristo tanto criticou, por se preocuparem mais com a letra “que mata” do que com o espírito da lei. Foi o caso de Suas críticas à prática do dizimar (Mat. 23:23).


Cristo não os condenava por dizimarem, mas por se preocuparem tanto com as tecnicalidades do ato, no dividir o endro, a hortelã e o cominho, que perdiam de vista os aspectos espirituais da ordenança.


Paulo não viveu em época tão posterior à de Cristo, e ele mesmo havia sido fariseu, portanto conhecedor da mentalidade de seus ex-companheiros de fé. Confundir a lei, que ele considerava “santa, justa, boa, prazenteira, digna de se ter em mente” (Rom. 7:12, 14, 22, 25) com um “ministério da condenação” não faz sentido, sobretudo quando ele confirma que “a lei é boa se alguém dela usar legitimamente” (1 Tim. 1:8). Iria Deus mandar reunir Seu povo para o solene evento da entrega da lei, e oferecer-lhe uma lei de morte?!


Ademais o problema desse “ministério de morte” não estava na lei, que é perfeita (Sal. 19:7), e sim no povo, que não percebia o caráter mais profundo e espiritual da mesma.


Conclusão: Por não entenderem a diferença entre “lei”, “concerto” e “ministério do Espírito” e “ministério da condenação” muitos deixam de perceber que Paulo não está diminuindo a importância da lei moral como norma de conduta cristã, em II Coríntios 3, e sim contrastando atitudes quanto à lei.


Ele contrasta o que significa viver sob o regime do velho concerto, mais preocupados com a letra, com a vida dos cristãos que compara com cartas escritas com o Espírito divino, tendo a lei, não como letras nas frias tábuas de pedra, mas registrada em seus corações aquecidos pela divina graça (ver Rom. 8:3 e 4 e Sal. 40:8).


8) Longe de ensinar que o Novo Testamento representa um novo concerto sem a lei moral divina básica expressa nos Dez Mandamentos, o autor de Hebreus mostra que aos que aceitarem os termos do Novo Concerto (ou Novo Testamento) o próprio Deus escreveria a Sua lei em seus corações e a imprimiria em suas mentes (Heb. 8:6-10; 10:16).


Já vimos como Paulo compara o cristão sob o novo concerto com uma “carta, escrita em nossos corações, conhecida por todos os homens . . . escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações” (2 Cor. 3:1-11).


No novo concerto, firmado sobre “superiores promessas”, Deus escreve a Sua lei nos corações dos que aceitarem os seus termos, tirando-a das frias tábuas de pedra para gravá-la nos corações aquecidos pela graça divina (ver Heb. 8:6).


Note-se que essa “lei de Deus” é a mesma que constava da promessa original dirigida aos filhos de Israel em Jeremias 31:31-33 e não outra. O ônus da prova fica com quem negue este fato, claramente estabelecido nestes textos. Heb. 10:16 confirma: Deus escreve a Sua lei nos corações de Seus filhos sob a nova aliança.


Os leitores hebreus-cristãos da epístola entenderiam isto perfeitamente. E a promessa de assistência divina para obediência a essa lei acha-se também em Eze. 36:26, 27.


Conclusão: O contexto destes versos (capítulos 8 e 10 de Hebreus) claramente define que se aplicam ao novo “Israel” de Deus, aqueles da dispensação cristã. Afinal, o novo concerto é agora disponível a todos, judeus e gentios, pois o muro de separação foi desfeito com a abolição da “lei cerimonial”—não da “lei moral” (Efé. 2:11 a 22).


Portanto, o tema da lei divina não é coisa do Velho Testamento. Pelo contrário, é componente fundamental do próprio Novo Testamento, por certo em seus aspectos morais, não cerimoniais.


9) Há quem ensine que a “lei de Cristo”, ou Seus mandamentos (como em João 14:15), nada tem a ver com o Decálogo sendo tal “lei de Cristo” a nova norma para os cristãos que traz somente nove dos 10 mandamentos da lei “antiga”, “caduca”, etc. (como se Cristo tivesse rompido com o Pai estabelecendo lei diferente). Embora fale repetidamente da “lei de Cristo”, Paulo também fala da “lei de Deus” com igual força de validade (comparar Rom. 7:22, 25; 13:8-10; com Gál. 6:2 e 1 Cor. 9:21).


Tiago fala da lei como baseada no amor, e a chama de “lei da liberdade” (Tia. 2:8-12). João fala da lei de Deus e de Cristo como se fossem uma só e a mesma, sem distinção, ao longo de suas epístolas, 1 e 2 João (ver, por exemplo, 1 João 2:7; 3:2-4; 21-24; 4: 7-11, 19-21; 5:1-3 e 2 João vs. 5 e 6).


No Apocalipse, o povo remanescente de Deus é caracterizado como os que “guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus” (Apo. 12:17 e 14:12). João descreve uma visão que teve do Templo de Deus, dentro do qual contemplou “a arca da aliança” (Apo. 11:19). Aqueles que conhecem sua Bíblia sabem que nessa arca foram guardados os Dez Mandamentos (Deut. 10:1-5). Por que a João foi mostrada essa “arca da aliança” num contexto claramente escatológico? É que ela representa o trono de Deus que se assenta sobre a justiça (a lei) e a misericórdia (o propiciatório).


Conclusão: A lei de Cristo e a lei de Deus são uma só e a mesma. Jesus declarou: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). Ele acentuou o princípio do amor a Deus e amor ao próximo como base de Seus mandamentos segundo os mesmos princípios básicos da lei de Deus desde o princípio (Deut. 6:5; Lev. 19:18, cf. Mat. 22:37-40). Para Paulo, estar “sob a lei de Cristo” é comparável a estar em harmonia com a lei de Deus (1 Cor. 9:21).


10) Ocorre às vezes um claro equívoco quanto ao teor dos debates de Cristo com os líderes judaicos sobre a validade de suas curas no sábado. Jesus SE DEFENDE da acusação de fariseus e saduceus (e certos religiosos contemporâneos da cristandade) de que violava o sábado esclarecendo ser LÍCITO (em harmonia com a lei) curar no sábado (Mat. 12:12).


O que Cristo condenava não era a prática do sábado por eles, pois Ele próprio era um observador desse mandamento (Luc. 4:16), mas o espírito errado em que o praticavam. Por isso disse que “o sábado foi feito por causa do homem [não só do judeu] e não o homem por causa do sábado” (Mar. 2:27), além de declarar-Se “Senhor do sábado” (Mat. 12:8).


Conclusão: Os líderes judaicos não pervertiam só o sentido do mandamento do sábado, mas também do 5º. mandamento, por exemplo (Mar. 7:8-10), como a prática do dizimar (Mat. 23:23), como visto acima. Cristo, porém, disse ao povo de Seu tempo que era para praticar o que eles diziam, embora sem seguir o mau exemplo deles de “faça o que eu digo, mas não o que faço” (ver Mat. 23:2 e 3). Entre as coisas certas que eles diziam estava a insistência na fiel observância do sábado (Luc. 13:14).


Autor: Prof. Azenilto G. Brito – Ministério Sola Scriptura
Bessemer, Ala., EUA

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