Hoje o nosso tema é: "A pergunta Que Deus não pode responder."
Este é um título estranho, porque Deus é Todo-Poderoso; Ele pode responder a todas as perguntas; Deus é cheio de sabedoria; Ele conhece a resposta a todas as perguntas. Ninguém conseguirá deixá-Lo sem resposta.
Podemos nós formular uma pergunta que Ele não responda? Pode o ser finito fazer uma pergunta que o Ser infinito não encontre resposta? Mas há uma pergunta que Deus não pode responder. Mas o mais impressionante é que a pergunta que Deus não pode responder foi inspirada por Ele mesmo.
Vamos encontrar essa pergunta em Heb. 2: 3: "Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram." Esta é a pergunta que Deus não pode responder: "Como escaparemos nós se negligenciarmos tão grande Salvação?"
E por que Ele não pode responder? Simplesmente porque ela não tem resposta; Ele não pode achar um outro modo. Ou seja: Se nós negligenciarmos esta Salvação, esta tão grande Salvação, nós não escaparemos; não haverá outro meio de nos salvarmos; este Evangelho é o único meio.
Esta é uma solene advertência. Como o lavrador perderá sua colheita por simples negligência; como o comerciante irá à falência por simples negligência; como o operário perderá o seu emprego por simples negligência; assim virá a ruína da alma por simples negligência da Salvação. Se nós descuidarmos da Salvação, nem mesmo Deus poderá fazer qualquer coisa por nós. Estaremos irremediavelmente perdidos.
Não haverá escape, se negligenciarmos tão grande salvação:
- Não há escape, porque não há outra Salvação;
- Não há escape, porque não há outro Salvador;
- Não há escape, porque não há outro Deus.
Mas notemos 3 PONTOS SALIENTES que se destacam do nosso texto, 3 questões importantes.
I – A SALVAÇÃO PROVIDA É UMA GRANDE SALVAÇÃO
1- Foi anunciada por Jesus Cristo, pessoalmente. Ele veio a este mundo, deixando a glória do Céu, a companhia dos anjos, a adoração dos mundos que não caíram em pecado, e veio para nos anunciar a Salvação. De que modo Ele veio? Ele precisou assumir a natureza humana, se tornar um Homem, a fim de cumprir este propósito tão importante. Ele precisou Se submeter às tentações de Satanás, ser maltratado entre os homens, e finalmente ser crucificado entre dois ladrões, assumindo os pecados de todos e receber a ira de Deus morrendo para que os pecadores pudessem ter a vida eterna.
2- Foi testemunhada por Deus, com sinais e milagres. Alguns nos perguntam: Por que Deus não realiza por nós aqueles milagres que Ele realizava nos tempos de Cristo? Aqui está a resposta: O objetivo daquela demonstração de poder em sinais e milagres e prodígios era para testificar desta tão grande Salvação.
Hoje a Salvação já tem o próprio testemunho do poder de Deus, que Se houve maravilhosamente, ratificando o poder salvador de Cristo através das maravilhas do Seu poder, dando vista aos cegos, levantando paralíticos, purificando leprosos, ressuscitando mortos, andando sobre o mar e deixando os homens admirados, dizendo: "Hoje vimos prodígios extraordinários!" e "Deus visitou o Seu povo."
3- Foi selada pelo Espírito Santo, com os dons espirituais. Quando a Salvação se manifestou em Cristo, o Espírito Santo estava lá, selando com os dons espirituais, a fim de que os homens pudessem não só sentir a convicção do pecado, mas adquirir poder para receber a Salvação.
No momento da pregação de Jesus, Ele estava lá despertando as consciências, dando dons aos homens. Quando Cristo morreu, Ele despertou a muitas pessoas. Quando Jesus ressuscitou e foi assunto ao Céu, Ele deu dons aos homens. No Pentecostes, novamente e de modo extraordinário, o Espírito Santo Se manifestou com Suas distribuições, de tal modo que os apóstolos em pouco tempo iluminaram o mundo todo com a glória do conhecimento de Deus e de Sua Salvação.
Esta, com efeito, é uma grande salvação. Você não estaria negligenciando uma Salvação provida por seus amigos, nem por seus parentes, o que já seria grande. Por exemplo: Noutro dia saiu a notícia na Televisão, dos pais de um menino que deram parte dos seus pulmões para o seu filho poder respirar direito e assim se salvar, evitando a morte certa. Foi um ação nobre daqueles pais que comoveu o País inteiro: três operações realizadas por médicos experientes numa tentativa de os pais salvarem o seu filho. Isso foi uma grande e comovente salvação.
Isso seria uma grande salvação se fosse provida por anjos que viessem lá do Céu a fim de nos dar um meio de escape.
Mas nada pode ser comparada à esta Salvação em grandeza, porque ela foi providenciada pela própria Trindade. E, portanto, negligenciar a Salvação provida pela Divindade, é certamente uma grande negligência, que por sua vez levará à uma grande perda, da qual não há escape.
II – POR QUE AS PESSOAS NEGLIGENCIAM A SALVAÇÃO
Se a Salvação é tão grande e tão especial, e se não há escape fora dela, por que as pessoas a negligenciam? Seria por que não amam a vida? mas eles gostam de viver. Seria por que lhes falta conhecimento? mas a maioria possui abundante conhecimento e ainda estão em negligência de sua própria Salvação. Então, por que eles tem sido culpados desta negligência?
1- Demasiada preocupação pelas coisas do mundo.
Vamos ler uma advertência de Jesus: Lucas 17:26-30: "Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar."
Qual foi o pecado especial dos antediluvianos? Disse Jesus Cristo que eles comiam e bebiam, plantavam e edificavam, compravam e vendiam, casavam e davam-se em casamento. Alguém, interpretando esta passagem, disse que o pecado não estava em casar-se, mas em dar-se em casamento. Mas se enganou; este não era o problema. O maior pecado dos homens que pereceram no Dilúvio foi o de fazer das coisas comuns da vida tudo o que faziam. O seu maior pecado foi o de negligenciar a Salvação, preocupados apenas com as coisas desta vida, e nada mais. Eles faziam tudo; menos a coisa mais importante que é buscar a própria Salvação.
Esse também foi o pecado de Sodoma e Gomorra. Eles estavam tão envolvidos com as suas coisas materiais que não tinham tempo para se preocupar com as coisas espirituais. E finalmente o pecado da negligência os apanhou numa esmagadora surpresa.
Hoje a História se repete: os homens negligenciam a salvação porque estão preocupados demais com as coisas do mundo. Mas o apóstolo João também adverte: 1 Jo. 2:15-17: "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente."
São as corridas de cavalos, os espetáculos de futebol, os ídolos da TV, os vídeos, os filmes e as novelas; são as diversões do mundo em geral que roubam o tempo de graça de milhões de pessoas.
Mesmo entre os cristãos encontramos pessoas tão apegadas às coisas do mundo, tão iludidas, tão impressionadas com os encantos das luzes vermelhas do pecado! Mas "que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Mc. 8:36) Que nos aproveita partilhar das coisas do mundo e negligenciar a própria Salvação, se desse modo podemos nos perder?
A Bíblia fala de Demas, que abandonando o apóstolo Paulo, amou o presente século, apegou-se às coisas do mundo, deixando um péssimo exemplo na caminhada cristã.
Mas Cristo completa, dizendo: "Assim também será na Vinda do Filho do Homem." Portanto "acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que os vossos corações fiquem sobrecarregados com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço" (Luc. 21:34), apanhando-nos numa esmagadora surpresa.
2- Falta de visão espiritual. É outra razão para a negligência.
Caim não tinha esta visão espiritual indispensável para mover as pessoas que desejam se salvar. Ele não enxergava os seus próprios pecados, não via o significado do sangue de um cordeiro que não tinha nada com o seu pecado, e portanto foi ao campo e trouxe algumas frutas, julgando que seria aceito assim tão cegamente. Não tinha a visão do Salvador que haveria de morrer em seu lugar.
A mulher de Ló também não tinha visão espiritual. Disse Jesus: "Lembrai-vos da mulher de Ló." Por que? Onde estava a sua visão? Em Sodoma, nas jóias que deixara lá, no dinheiro que estava perdendo, nas suas propriedades e na sua bela casa. Não viu que poderia se perder na desobediência de uma ordem explícita de Deus. Tinha tudo para se salvar, mas em poucos segundos foi transformada em uma estátua de sal, porque olhou para trás, e deixou de olhar para a frente onde estava a Salvação. "Escapa-te por tua vida!" disseram os anjos. Mas ela negligenciou aquela grande salvação, e não pôde escapar. Perdeu-se, e confirmou-se a verdade da pergunta que nem Deus pode responder: "Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande Salvação?"
Judas também tinha os olhos no dinheiro. Era ladrão, interesseiro, e se tornou traidor do próprio Cristo por amor ao dinheiro. Tudo por falta de visão espiritual; ele era cego para as coisas de Deus e negligenciou a sua salvação estando tão perto do Salvador. E hoje, semelhantemente, quantos traem a Cristo por amor ao dinheiro!
Note o que nos disse o apóstolo Pedro, em 2 Ped. 1:9: "Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora." As pessoas que negligenciam a salvação, elas são cegas espiritualmente:
Eles não vêem a sua necessidade. O fariseu orava: "Graças Te dou, Senhor, porque não sou como os demais, homens pecadores, roubadores e adúlteros; nem como esse publicano ali." Cantava um hino de louvor a si mesmo, porque não sentia a sua própria necessidade de Salvação, julgando-se melhor que os outros, não reconhecendo a pecaminosidade que é tão própria a todos. Não sentiu a necessidade de um Deus Salvador, e voltou vazio para a casa sem a bênção.
Visitei uma senhora com quem estudei a Bíblia por algum tempo, indicando as mensagens de Deus. Ela ia às vezes à Igreja. Mas nunca se decidiu pela sua Salvação. Finalmente, fui fazer um último apelo de minha parte. Ela disse: "Eu não sinto necessidade de me batizar." O esposo é Adventista, ela conhecia bem a Verdade, já passara por um ataque cardíaco, era idosa, a morte se aproximava, porém ela negligenciava a Salvação, porque não sentia necessidade disso.
Os cegos espirituais
- não vêem a sua necessidade,
- não vêem os sinais dos tempos, não podem perceber que o tempo está se esgotando para todo o mundo,
- não vêem a glória de tão grande Salvação, provida pelo maravilhoso Salvador Jesus Cristo, junto ao Pai e o Seu Espírito,
- Eles não percebem o perigo, falta visão espiritual para pressentir o perigo e a gravidade do que significa negligenciar tão grande e extraordinária Salvação, oferecida gratuitamente.
Mas outras pessoas sentem tudo isso, percebem toda essa maravilha e anseiam se salvar. O publicano dizia: "Senhor, tem compaixão de mim, pecador", e batia no peito, dizendo: "Minha culpa, minha culpa! Sê propício para comigo, Senhor!" E nem ainda levantava a cabeça para o alto. E disse Jesus que este saiu justificado, e não o outro.
Disse Jesus: "Bem-aventurado os que tem fome e sede de justiça, porque serão fartos." Se você não sente fome e sede da Salvação, então não perca mais tempo: Vai a Jesus, entregue-Lhe o seu coração e a vida, e busca a Salvação, antes que seja tarde demais. Não deixe para depois, acerte logo o seu caso com Deus. Abandone aquele pecado, converte-se inteiramente a Jesus Cristo.
Não fique numa falsa segurança. Não há nenhuma segurança em procrastinar, em adiar a Salvação. Não é seguro deixar o preparo da alma negligentemente para depois. Não é seguro adiar, pensando que Deus terá misericórdia de você, enquanto outros estão se perdendo, mas você não vai se perder negligenciando tão grande Salvação. É presunção achar-se seguro, quando somos culpados de negligenciar a própria Salvação.
Outra razão por que as pessoas negligenciam a Salvação:
3-Desejo de agradar às pessoas erradas.
Muitos estão negligenciando a Salvação, porque querem agradar a certas pessoas que eles estimam, que pode lhes garantir uma boa reputação, e essas pessoas gostam de ser louvadas e glorificadas. Eles se esforçam por agradar os amigos: - não podem decepcioná-los, não podem desfazer-se aquele círculo social. "O que dirão os meus amigos?" Realmente, eles perderiam os seus melhores amigos, se estivessem envolvidos com as coisas desses crentes.
Saul apreciava tanto a popularidade, os aplausos humanos, que ele ficou arruinado quando o coral cantou: "Saul feriu os seus milhares; porém Davi os seus dez milhares." O medo de perder a popularidade, o receio de perder a reputação entre conhecidos, parentes e amigos é realmente um grande obstáculo à Salvação.
Pilatos estava diante da própria Salvação em pessoa. Diante de Cristo, perguntou: " "O que é a Verdade?" O que é a verdade de Deus, da Vida e da Salvação?" Estava ali com sua oportunidade áurea para saber o que é a Verdade e se salvar, mas não esperou para ouvir a resposta de Jesus. A multidão lá fora exigia uma resposta pronta, e ele tinha receio de desagradar ao povo, e negligenciou à própria Salvação por querer agradar às pessoas erradas, e se perdeu.
Você está negligenciando a Salvação? A quem realmente você quer agradar? A Satanás? Aos amigos do mundo? Ou a si mesmo? Mas se você quiser agradar sinceramente às pessoas certas, então você jamais negligenciará a Salvação, porque você estará agradando a Deus, a Jesus Cristo e ao Espírito Santo, os Autores desta gloriosa Salvação, e também estará agradando a outras pessoas certas como os anjos que são "espíritos ministradores enviados a favor dos que hão de herdar a Salvação", e também estará agradando aos sinceros cristãos que já estão empenhados nesta tão grande Salvação. Realmente, você estará agradando às pessoas absolutamente certas. E finalmente, você agradará a si mesmo, com os resultados seguintes: - você terá prazer e alegria nesta Salvação maravilhosa.
III – COMO PROMOVER A SALVAÇÃO
O que disse o apóstolo Paulo na epístola aos Hebreus? (2:1): "Importa que nos apeguemos..." Enquanto que muitos negligenciam, nós devemos promover esta salvação. E como o faremos? "Apegando-nos mais firmemente..." A que estamos nós apegados? Muitos estão apegados às coisas deste mundo e desta vida, esquecendo-se do que é mais importante.
Ao que devemos nos apegar? "Às verdades ouvidas." Alguns estão procurando novidades, "como que sentindo coceira nos ouvidos", insatisfeitos com as verdades que ouviram da Palavra de Deus.
Noutro dia fui visitar um pastor de outra denominação, que já estava guardando o Sábado e no entender dos irmãos ele seria um futuro Adventista. Aliás, não se pode dizer que era de outra denominação, porque disseram depois que eles estão fundando uma igreja sem denominação e sem placa. Então, eu disse que isso era difícil de dar certo, porque qualquer coisa diferente que fizessem haveria de caracterizá-los, e então isso exigiria uma placa. E ademais sabemos que a igreja deles já existe e se chama "Igreja Interdenominacional" ou a "Igreja sem Nome." Mas isso já é uma placa. E logo o pastor começou a criticar a nossa igreja, dizendo que não é só a guarda do Sábado, e entrou noutros assuntos.
Mas o que mais me impressionou foi o fato de que um irmão recentemente batizado estava se unindo com eles pensando que estava descobrindo uma nova verdade não revelada. Ele havia feito um curso completo do Apocalipse, e ao invés de se apegar às verdades ouvidas, ele já estava se perdendo com um povo que não tem segurança, embalado por qualquer vento de doutrina.
De que jeito nós devemos nos apegar? Com mais firmeza, para não deixar isso escapar de nós. Disse Jesus Cristo à Igreja de Filadélfia: "Venho sem demora; conserva o que tens para que ninguém tome a tua coroa." [Apo. 3:11]
1- Devemos estudar a Bíblia, para promover a Salvação (2 Tim. 3:15).
2- Devemos guardar os mandamentos de Deus (Sal. 119:166)
3- Devemos orar sem cessar, numa contínua comunhão com Deus.
4- Devemos assistir aos cultos da igreja, "não deixando de congregar-nos, como é costume de alguns." (Heb. 10:25)
5- Devemos ler as mensagens do Espírito de Profecia (Apo. 19:10; 22:6-7), que nos foram dadas por Deus para que nós promovêssemos a Salvação, jamais negligenciando tão preciosa Dádiva.
Desse modo, estaremos promovendo e desenvolvendo a nossa Salvação, "olhando firmemente para Jesus, o Autor e Consumador de nossa fé." (Heb. 12:1)
CONCLUSÃO
Vamos cuidar para não negligenciarmos a Salvação, que nos é oferecida gratuitamente, mas que custou um preço infinito a Jesus que morreu para nos garantir tão grande e preciosa Redenção.
Vamos promover a Salvação, vindo à igreja, estudando a Bíblia, fazendo o nosso culto familiar, e a nossa devoção, apegando-nos às verdades ouvidas da Palavra de Deus, olhando firmemente para Jesus, o Autor de nossa fé.
Vamos louvar a Deus por esta maravilhosa Salvação, engrandecendo a Jesus Cristo que não mediu esforços para que nós fôssemos salvos com abundante provisão por toda a eternidade.
Pr. Roberto Biagini
Mestrado em teologia
prbiagini@gmail.com
Como se explica Hebreus 6:4-6?
Parece dizer que quem abandona a verdade jamais será salvo. Será assim?
Diz a passagem: “É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados e provaram o dom celestial e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que de novo estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus, e expondo-O à ignomínia”.
O texto refere-se, sem dúvida, à pessoa que tenha apostatado da fé cristã. Poderá ela ser restabelecida na fé? De uma leitura superficial tem-se a impressão de que todos os que se afastam de Cristo estão irremediavelmente perdidos. Tal conclusão, porém, não se justifica à luz dos ensinamentos de Cristo. Não se pode fixar uma posição doutrinária com base somente num texto. Cumpre comparar os demais textos e narrativas bíblicas sobre o mesmo assunto.
Nas parábolas da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho pródigo, Jesus ensina claramente que o apóstata pode ser recuperado (Ler S. Lucas 15). A ovelha havia-se desgarrado, mas o filho pródigo escolheu deliberadamente deixar a casa paterna. Entretanto, também ele encontra o perdão quando, arrependido, torna ao lar.
Considerando-se as declarações de Cristo, a passagem de Hebreus 6:4-6 pode ser entendida de dois modos:
1. O apóstolo, autor da carta aos Hebreus, está falando do pecado imperdoável, que Cristo definiu como sendo “blasfêmia contra o Espírito Santo” S. Mateus 12:31 e 32. É obra do Espírito Santo convencer do pecado, conduzir o homem à verdade e a Cristo, e transformar a vida. 8. João 16:7-13; 15:26; 3:5-8. Sendo o arrependimento um dom de Deus, concedido por obra do Espírito, só se pode, pois, arrepender-se pelo incitamento do Espírito. Atos 5:31; Romanos 2:4; Atos 2:37 e 38.
A “blasfêmia” contra o Espírito Santo não é tanto um ato único, mas, sim, um comportamento de contínua resistência à intercessão do Espírito. Com o tempo, a consciência endurece, insensibiliza-se e não pode mais ser despertada. Não reage aos apelos do Espírito.
A pessoa que tenha chegado a este triste estado não pode mais provar o arrependimento porque sua consciência foi completamente sufocada e ficou cauterizada. Ou, para exemplificar, os fios do telefone espiritual foram cortados, e a voz do Espírito não pôde mais ser ouvida. E o pecador, inerte, petrificado espiritualmente, é dessa forma deixado sem perdão, e em seus pecados.
Deve-se ficar otimista quando o apóstata sente angústia pelo pecado e deseja sinceramente fazer o bem. Mesmo deslizando aqui e ali, continua lutando. Isto prova que o Espírito de Deus também está lutando com ele. Prova que seu estado não chegou ao ponto de anular a possibilidade de ser de novo alcançado pela graça. Ainda há esperança para ele. Poderá firmar-se, com o poder de Deus.
2. Outra explicação é que o apóstolo está falando do pecador que peca continuamente. A palavra traduzida “crucificando”, no grego, está no particípio presente. Do ponto de vista gramatical, esta construção permite traduzir desta forma o pensamento: “Em princípio, é impossível um arrependimento enquanto continuam crucificando o Filho de Deus”.
Assim traduzido, o versículo diz ,que o pecador, que despreza sua experiência anterior como cristão, não pode ser perdoado enquanto persistir na senda do pecado (ver Ezequiel 18:24). É a rebelião deliberada e persistente que conduz finalmente ao pecado imperdoável.
O Céu, porém, espera que os filhos pródigos caiam em si antes que ultrapassem o ponto donde não haja mais retorno. Enquanto vige o tempo da graça, o penitente pode encontrar misericórdia e abundante perdão no Senhor (Isaías 55:6-7).
Cristo veio à Terra como Redentor e, agora, continua desenvolvendo no Céu Sua obra de mediação em favor do homem pecador, movido pelo amor, intenso e profundo gozo de “salvar totalmente” (Hebreus 7:25).
- Extraído e adaptado de “Consultoria Doutrinária”.
O homem põe vários obstáculos para conquistar aquilo que Cristo oferece de graça.
MITO Número 1: Antes de ir a Jesus devo primeiro me arrepender.
Não pense que você só pode ir a Cristo após o arrependimento, e que o arrependimento prepara você para o perdão dos pecados.
É verdade que o arrependimento antecede o perdão. Contudo, somente o coração quebrantado e contrito sente necessidade de um Salvador. Mas será que é preciso esperar por isso, para depois ir a Cristo?
Não. A Bíblia não ensina assim. Ela simplesmente diz: “Vinde a Mim” (Mateus 11: 28). Cristo dá o poder que leva ao arrependimento. É tão impossível se arrepender sem Cristo como é impossível ser perdoado sem Ele. É a bondade de Deus que cria o desejo de mudar.
MITO Número 2: Estou bem do jeito que sou.
Muitas vezes, bajulamos a nós mesmos com o pensamento de que realmente estamos muito bem, levamos uma boa vida moral e somos decentes. Não nos vemos como impuros e cheios de pecado, e assim não vemos a real necessidade de uma humilde renovação.
Errado.
Mesmo o profeta Daniel, a pessoa mais honesta, pura e fiel pelos padrões humanos, disse de si mesmo a Deus: “Temos pecado e cometido iniqüidade” (Daniel 9:5). Ele se sentia oprimido pelo senso de sua própria fraqueza e imperfeição.
Sem esquecer nosso valor perante Cristo que morreu por nós, quando nos aproximamos dEle, vemos como realmente somos: cheios de pensamentos, palavras e ações corrompidas.
Com respeito aos atos exteriores perante a lei de Deus, Paulo se considerava “irrepreensível” (Filipenses 3:6), mas, com relação ao caráter espiritual da lei, ele via a si mesmo como um pecador igual a qualquer um de nós.
MITO Número 3: Há pecados piores do que outros — e os meus não são tão ruins.
A avaliação de Deus é diferente. Ele não considera todos os pecados de igual magnitude. Ele vê diferentes graus de culpa (embora nenhum pecado seja pequeno a Seus olhos).
Nós olhamos para o bêbado na sarjeta ou para o viciado em drogas, por exemplo, e dizemos: “Coitado, com isso que está fazendo nunca conseguirá chegar ao Céu.”
Cuidado: Deus julga as pessoas de forma diferente. A maneira como Cristo tratou os líderes religiosos de Seus dias, que eram aparentemente justos e moralistas, demonstra essa diferença.
Pecados como o orgulho, egoísmo e ganância, que geralmente não são vistos e, portanto, nunca censurados, são os que Deus realmente odeia. Por isso, Cristo não hesitou em chamar os fariseus e saduceus de hipócritas. Eles aparentavam uma vida de santidade, mas eram completamente cheios de justiça própria.
Mas isso gera um problema. Pelo fato de alguns pecados serem auto-evidentes, a pessoa sentirá vergonha e necessidade de graça. Mas o orgulhoso – pela própria natureza do seu pecado – não sente nenhuma necessidade e por isso não busca o perdão.
A história do publicano e do fariseu (ver Lucas 18:13) ilustra isso. “Deus, tem misericórdia de mim, pecador”, disse o publicano, que considerava a si mesmo como um homem mau e grande pecador. Mas ele sentia uma necessidade, e foi buscar o perdão de Deus.
Por outro lado, o aparentemente justo, mas orgulhoso fariseu, com uma oração carregada da justiça própria, mostrou que seu coração estava fechado ao poder do Espírito Santo. Ele não sentia necessidade. Ele não esperava e não recebia nada.
MITO Número 4: Eu tenho que me purificar primeiro, antes de Deus me aceitar.
Se você se considera um pecador, não espere se tornar melhor antes de ir a Cristo. Isso nunca acontecerá.
Os leopardos não podem mudar suas manchas. A única ajuda que você pode ter vem de Deus. Você não pode fazer nada por si mesmo.
Você tem que ir a Cristo do jeito que está. Não fique esperando por fortes apelos, um momento mais conveniente, ou mesmo um estado mental mais “santo”.
MITO Número 5: Deus, em Seu Infinito amor, vai salvar até os que rejeitarem Sua graça.
Se você pensa assim, olhe para a morte de Cristo na cruz. Isso mostra como Deus considera o pecado. A verdadeira natureza do pecado pode ser vista na intensidade do sofrimento de Cristo. Cada pecado conduz à morte.
O amor e o sofrimento de Cristo ao agonizar por nossos pecados revelam que qualquer ato pecaminoso se opõe à salvação. É essencial aceitar a graça de Deus.
MITO Número 6: Em comparação com os outros, estou muito bem.
Uma pessoa que pensa assim diz: “Olhe para outros que são chamados de cristãos, sou tão bom quanto eles.”
Às vezes, as pessoas apresentam essa justificativa como uma desculpa para o próprio comportamento. Mas isso não faz o menor sentido. Os pecados e defeitos dos outros não são uma desculpa para os nossos. Cristo é nosso único exemplo.
De fato, parece lógico pensar que aqueles que reclamam do comportamento dos outros possuem um senso de moralidade e decência mais elevado, e têm maior obrigação de viver uma vida melhor. Mas, se eles possuem um conceito tão alto do que constitui uma vida nobre, então cada erro deles não teria também uma dimensão muito maior?
MITO Número 7: Sempre há uma nova chance.
Em todos os aspectos da vida, cuidado com a procrastinação. Nunca se acomode em uma vida pecaminosa, deixando de buscar a graça e o perdão de Jesus. A vida é curta e incerta.
Mas há outro perigo a que todo mundo está sujeito: se você abafa a voz da consciência, e escolhe conviver com uma vida de pecado, você está se arriscando a ser dominado pelo pecado.
Cada vez que você satisfaz a si mesmo e acalma a consciência com o pensamento de que pode mudar amanhã, você corre o risco de neutralizar o poder do evangelho para operar em sua vida. A vontade de mudar vai diminuindo com o tempo. “Agora é o dia da salvação” (II Coríntios 6:2).
MITO Número 8: Se eu conheço e acredito, estou salvo.
Uma religião Intelectual, sem que haja mudança de coração, é apenas uma formalidade sem substância. Alguns crêem em Cristo (e até os demônios crêem), e concordam mentalmente com os aspectos técnicos e legais do evangelho, mas falta um desejo sincero d’participar desse evangelho.
Essas pessoas precisam pronunciar a oração de Davi: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro…” (Salmo 51: 10). Aplique isso com sinceridade a você mesmo.
MITO Número 9: A salvação é muito difícil.
Ao olhar para você mesmo e ver a verdadeira natureza de sua vida cheia de pecado, você pode sentir-se tentado a entrar em desespero. Não faça isso. Cristo veio salvar você. E para Ele, isso é muito fácil. Afinal de contas, não somos nós que temos que reconciliar Deus conosco, mas Deus é quem nos reconcilia com Ele (II Coríntios 5:19).
Deus chama a Si mesmo de nosso Pai. Nem mesmo o melhor dos pais terrestres poderia ser tão paciente com os erros e culpas dos filhos como Deus o faz com Suas criaturas, isto é, conosco a quem Ele deseja salvar.
E se você pensa que sua vida é tão má que a salvação está muito além do seu alcance (exatamente como Satanás deseja que você acredite), pense na história de Maria Madalena, a ex-prostituta (ver Lucas 7). Simão, referindo-se ao passado dela, questionou sua aceitação por parte de Cristo.
Por isso, Cristo contou uma história a Simão, o acusador. “Havia dois devedores” (pecadores), começou Cristo. Um deles devia uma pequena quantia e o outro devia uma enorme e incalculável fortuna. Mas os dois foram absolvidos, e a dívida foi cancelada pelo credor. “Quem você acha que ficou mais agradecido?”, Cristo perguntou. A resposta é óbvia.
O que Cristo oferece a você é o mesmo que ofereceu a Maria e oferece a qualquer pessoa que se sente acusada: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). — Adaptado de ElIen White, Caminho a Cristo.
Fonte: Sinais dos Tempos, Dez. Via Sétimo Dia
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Não faz muito tempo, ouvi um comentário intrigante, para não dizer teologicamente revolucionário. Deus teria um lugar reservado para Hitler no Céu. Qualquer um, em sã consciência, diria que uma afirmação semelhante é um grande absurdo, uma afronta à própria humanidade. Até certo ponto não posso discordar. Esse homem cometeu tantas atrocidades que, ao menos do ponto de vista humano, seria no mínimo extravagante a ideia de encontrá-lo no Céu.
Na classe da Escola Sabatina que frequento, meus colegas dizem que gosto de colocar sempre um pouquinho de pimenta no tempero das discussões. Parece que estou tentando fazer o mesmo com os leitores agora.
O que você responderia a alguém que fizesse uma afirmação dessa natureza?
Espere um pouco. Não seja tão rápido no gatilho! Pense bem, analise com calma todos os aspectos que envolvem a salvação de uma pessoa, a graça e a justiça de Deus...
Estou certo de que para um cristão sincero não seria fácil responder a essa pergunta.
É fácil explicar a razão. Primeiramente, nenhum de nós foi convidado por Deus para fazer parte do Seu júri, ao menos por enquanto. Não temos a atribuição de determinar quem será salvo e quem se perderá.
Mas alguém poderá justificar: há casos de iniquidade tão extrema que mesmo um ser humano com pouco conhecimento teológico não teria dificuldade em concluir que para determinados indivíduos a salvação seria impensável.
Vou logo avisando: cuidado para não interpretar incorretamente meus comentários. Não estou afirmando absolutamente que Hitler e outros tiranos semelhantes serão salvos. Também não tenho conhecimento suficiente para dizer que estão perdidos. Mas posso afirmar seguramente que algo foi feito em relação a ele: certamente Hitler foi convidado para ser salvo. O sacrifício de Cristo foi feito em favor de “todo o mundo” (João 3:17). Ele estava incluído nesse “todo”. Se ele teria aceitado o convite é outro capítulo. Não é possível saber. E se ele, antes de morrer tivesse feito o mesmo pedido que o ladrão na cruz? Quem pode ter certeza sobre isso?
Você pode perceber que essa questão de julgar as pessoas em relação a quem vai estar no Céu está completamente fora de nossa jurisdição?
Deixando Hitler de lado, que tal pensar num dos reis mais ímpios e tiranos que governou o antigo Israel? Trata-se de Manassés. A tradição diz que ele mandou serrar o profeta Isaías ao meio. Só em pensar nisso temos arrepios. Mas no finalzinho de sua vida ele se arrependeu e voltou-se para Deus. Imagine a surpresa de Isaías ao se encontrar com ele no Céu!
Pois bem, essa pimentinha que coloquei no tempero de nossa reflexão é apenas para que tenhamos muito cuidado em limitar a graça de Deus. Ela chega a ser “escandalosa”, nas palavras de alguns pregadores. Claro que Deus também é justiça e um dia Sua graça terá um ponto final.
Por isso não devemos jamais abusar de Sua maravilhosa graça continuando a recusá-la, achando que seremos salvos de qualquer jeito. O convite de Deus é estendido gratuitamente a todos, até para qualquer “Hitler” moderno. Aceitar, porém, o lugar que Deus tem reservado no Céu para nós faz parte de nosso livre arbítrio. É pegar ou largar!
texto de Wilson Almeida
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Dois terríveis enganos têm obscurecido o ensino da Palavra de Deus. O primeiro deles é de que o homem pode salvar-se pelo seu próprio esforço em obedecer aos mandamentos da lei de Deus. Aquele que isso faz está tentando o impossível. Por si só jamais o homem alcançará justiça, bondade e perfeição. Aliás aquele que tenta salvar-se pela obediência à lei está rejeitando e desprezando aquilo que Cristo fez por Ele: Salvação!
Outro engano, não menos perigoso é achar que a salvação encontrada em Cristo nos liberta de qualquer compromisso com a lei de Deus. É verdade que alguns ainda tentam salvação com um pouco de Cristo e um pouco de obras – isso também é perigoso engano. Muito pelo contrário, a verdadeira obediência é uma resposta de amor e compromisso para com Cristo Jesus. Ela nunca traz méritos ou vantagens para aquele que a pratica. É apenas uma resposta de amor! Gostaria que você lesse com calma alguns textos bíblicos: João 14:15; João 15 (videira-ramos-fruto) Romanos 3:31; Gálatas 5:16-25; Tito 2:11-15.
As obras, não são um meio para alcançar a salvação (Efésios 2:9), e sim fruto da fé, pois o fruto do Espírito é entre outras coisas amor (Gálatas 5:22). A lei se resume no amor (Gálatas 5:14, Mateus 22:36-40), e é o reflexo do caráter de Deus, pois Deus é amor (I João 4:8). Sendo assim ao obedecermos aos quatro primeiros mandamentos nós demonstramos amor à Deus, e ao obedecermos aos seis últimos demonstramos amor ao próximo.
Vale ressaltar que:
A obediência a lei demonstra amor a Deus (João 14:15); A fé não nos dispensa de guardar os mandamentos (obras), pois a fé sem obras é morta (Romanos 3: 31; Tiago 2:17); Temos a vida eterna através do conhecimento de Deus (João 17:3), ou seja, a prova de que conhecemos a Deus é a obediência aos Seus mandamentos (I João 2:3-5);
Resumindo: quem salva é Cristo; nossa obediência à lei é apenas uma resposta de amor; guardar a lei nem sempre significa que estamos buscando salvação por obras; A salvação não depende das obras de obediência à lei de Deus (Romanos 3:28). Entendemos, portanto que sendo a salvação inteiramente pela graça, as obras são uma conseqüência natural de aceitarmos a graça de Deus em nossa vida, um resultado do novo nascimento.
Via Rádio NT
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