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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Propensão Humana para o Pecado e as Tentações de Cristo

 
Teriam sido as tentações de Cristo mais suaves do que as nossas? Se o Salvador não tinha propensão para o pecado, como todos os descendentes de Adão, como poderia Ele ter tido as mesmas provas que nós e ser nosso exemplo? Poderia ter sido gerado em pecado como nós e, ao mesmo tempo, ser sem pecado e ainda nosso Salvador?
Diante das perguntas acima pretendemos fazer uma abordagem, fundamentada basicamente na Bíblia e nos escritos de Ellen G. White, sobre a situação póslapsariana da humanidade e em que sua situação se assemelha à de Cristo e em que se diferencia. Procuraremos analisar em que base se sustenta a propensão no homem caído e onde está o ponto de tensão, que teria sido igual ou superior em Cristo, apesar da diferença de naturezas entre o pecador e o Salvador. Finalmente, desejamos destacar pontos que demonstrem que Jesus foi mais provado do que nós e teria experimentado mais tensões espirituais, embora sem pecado, seja como ato ou tendência.
A Condição do Homem Após o Pecado
A condição pecaminosa é universal: Segundo as Escrituras todo ser humano herdou a condição pecaminosa de Adão após a queda e “destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23). Essa situação de pecado é comprovada incontestavelmente pela morte “por isso que todos pecaram” (Rm 5:12).
Não há exceção: A declaração enfática de que “todos estão debaixo do pecado” (Rm 3:9) leva à conclusão óbvia de que “não há um só justo” (Rm 3:10) e “ninguém que faça o bem” (Rm 3:12).
Inimizade natural contra Deus e Sua lei: O ser humano, na explanação do apóstolo é “carnal” em oposição à lei que é espiritual (Rm 7:14). Essa condição carnal leva-nos à inclinação contra a lei de Deus e para a morte, desagradando a Deus (Rm 8:6-8).
A inimizade vem desde o nascimento: Assim a própria natureza humana é corrompida em si mesma desde mesmo o nascimento (Sl 51:5), havendo no indivíduo não convertido um “enganoso coração mais do que todas as coisas e perverso” (Jr 17:9) daí uma inimizade gratuita contra Deus o que o torna “por natureza filho da ira” e morto “em ofensas e pecados” (Ef 2:3-5). Não há ser humano que viva e não peque (Pv 20:9; Sl 14:3; 143:2).
A condição pecaminosa impede todo ser humano de entender as coisas espirituais po si mesmo: O entendimento humano carnal “não pode compreender as coisas do Espírito de Deus pois lhe parecem loucura; e não pode entende-las, porque elas se discernem espiritualmente” (I Co. 2:14). Sua boas obras não servem para a Salvação (Rm 3:20) e são trapos de imundície (Is 64:6).
O ser humano não pode escapar dessa situação sozinho: Finalmente, como poderia alguém fazer o bem, ou se o fizesse, ser um bem legítimo se nele “não habita bem algum” e mesmo quando quer realizar o bem não consegue (Rm 7:18) “pois o mal está comigo” (v. 21)? Essa impotência total justifica a declaração de Jesus de que “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5).
Nos apelos naturais para pecar, resultado do nascimento e condição de pecado, é que o ser humano vivencia a posse da “tendência para o pecado”, situação anômala e contrária ao plano original de Deus quando criou o homem numa situação em que “tudo era bom” (Gn 1:31). A natureza do ser humano, pois, na presente realidade que vivemos, é estruturada (ou poderíamos dizer “desestruturada) para pecar. Ela deseja pecar como parte de si mesma. Como alguma coisa essencial à sua satisfação e realização. O pecado é seu ambiente, o único que conhece e entende, de onde por si próprio não pode e nem quer sair.[1]
Seria difícil aceitar as declarações acima como referindo-se a Jesus considerando as descrições bíblicas e da igreja acerca de sua especial natureza e impecabilidade[2]. Ao buscar a solidariedade de Cristo conosco impingido-lhe uma natureza “em pecado” (tendência e condição de pecado) só encontraremos uma tensão contraditória[3]. Essa solidariedade deve ser procurada na semelhança humana e na vulnerabilidade às mesmas dores que nós, no “habitar” conosco e superar tensões e provas iguais e superiores às nossas, mesmo sem a tendência pecaminosa, e no entanto, vencer como o segundo Adão conferindo Sua vitória e poder restaurador a todos os que o seguem[4]. É possível ver nas descrições bíblicas que as provas de Jesus foram superiores não somente às de Adão mas também superiores mesmo às da humanidade caída (Hb 2:14-18; 4:15), conforme trataremos na última parte deste trabalho.
A Operação da Tendência para o Pecado Comparada com as Provas de Cristo
A tendência para pecar se tornou após a queda de Adão tão poderosa na vida humana como se fosse essencial à própria vida, sua natureza, então integrou-se às mais fortes necessidades do ser humano como o alimento material, necessidades fisiológicas, segurança, reprodução e realização pessoal. O apóstolo Paulo (Rm 7) demonstra a força do pecado no ser humano operando “nos seus membros” provocando desejos contrários à vontade espiritual da lei. Os desejos são do pecado e para o pecado. Procedem de dentro.
Nas tentações de Cristo não há desejos para pecar ou intensões impuras. Em Jesus há o conflito de renunciar a desejos naturais[5] e inocentes porque estes, se satisfeitos naquele contexto, estariam em confronto com a vontade do Pai. Assim o desejar beber e comer, descansar ou sobreviver não deveria ser satisfeito sem a completa dependência de Deus. Jesus não deveria salvar-se a si mesmo ainda que podendo faze-lo Deveria abrir mão da vida e auto-preservação. Deveria renunciar aos desejos naturais e lícitos de sua natureza sem pecado e ao faze-lo estaria numa luta tão intensa contra si mesmo ao renunciar: uma renúncia tão ou mais intensa como a de qualquer outro ser humano que renuncia a si mesmo e à força de sua própria natureza pecaminosa. Precisou exercer “autodomínio mais forte do que a fome e a morte”; precisou avançar quando sua “natureza” desejava recuar[6]. Jesus renunciou a si mesmo sob pressão das necessidades físicas e emocionais de um ser humano sem pecado. Suportou numa natureza não caída e corpo de capacidade reduzida a pressão que Adão não esteve disposto a resistir num corpo e mente superior.
O homem após a queda, quando auxiliado pela graça de Deus, em dependência do poder do Espírito Santo, pode renunciar a uma natureza caída com seus desejos. A base do conflito é renúncia e dependência de Deus. Jesus deveria “sozinho” e “sem haver ninguém que o ajudasse”[7] renunciar e depender na condição de segundo Adão, levando a natureza sem pecado, mas ao mesmo tempo e no mesmo corpo a fraqueza física e psicológica conseqüente do enfraquecimento da raça.
A “revanche do deserto” onde Cristo como o segundo Adão entrou e recuperou a batalha perdida pelos primeiros pais “no lugar” na “mesma prova” de Adão[8] foi uma vitória tão grande como o fracasso do primeiro par[9]. Nas tentações do deserto Jesus recupera o reino espiritual (e material) vencendo pela superação de necessidades materiais e em situação extrema, e sem ajuda[10] (Is 63:1-5) os mais fortes apelos que a natureza humana pode suportar e, até superando os apelos naturais da própria existência ao ponto de ao fim do conflito ser necessária a assistência dos anjos, diante do eventual risco de vida, tal a severidade da prova (Mt 4:11).[11]
A equivalência da prova de renúncia das necessidades materiais, especialmente considerando o escopo especial do combate no deserto, demonstra, sem dúvida, que a vitória espiritual de Jesus está biblicamente sustentada na superação da condescendência com apetites do corpo e da mente. Assim, os apelos do corpo e da mente, veículos para provocar a queda de Adão, mantém relação direta e necessária com o episódio da queda e da redenção.[12]
É a ausência do domínio dos desejos e necessidades do corpo a base da fraqueza humana hoje, e que somente pode ser recuperado pelo poder do Espírito (Gl 5:22) que opera nos que receberam a justiça de Cristo. É a atribuição ao pecador do caráter perfeito dAquele que colocou o Pai em primeiro lugar e acima mesmo de Suas mais vitais e naturais necessidades.
A Pressão da Renúncia do Eu no Cristão e em Jesus
No caso do homem caído, além das necessidades naturais e lícitas para a existência e realização, uma outra lei natural entra em vigor: a lei do pecado que opera nos seus membros (Rm 7), como o faz todos os imperativos lícitos e naturais para a vida. O agravante é que a “lei do pecado”, esse domínio tirânico e naturalmente irresistível que nos leva a pecar submete todos os imperativos inocentes da vida como a alimentação, segurança, realização e outros. Todas as necessidades naturais estão submetidas pela tendência para pecar, o desejo de pecar, a concupiscência, onde todo pecado e corrupção tem início, seja tal pecado praticado dentro ou fora da igreja (Tg 1:13, 14; 4:1-3; II Pd 1:4). Assim, a resistência à necessidade de pecar é tão severa como a renúncia da própria vida pois renuncia a tudo que a tendência caída domina. Não é à toa que é chamada de “morte”. Estar sem o poder libertador de Cristo é estar morto (Ef 2:1). Libertar-se pelo poder de Cristo é morrer para o pecado e nascer de novo (Rm 6). É, pois, bem apropriada a linguagem da Bíblia que descreve uma situação dramática e real: a conversão é morrer renunciando todo o eu pecador e mesmo às necessidades naturais por ele dominadas. Dessa forma, para Jesus recuperar a falha de Adão e as nossas significou, não a luta contra uma natureza caída que Ele não tinha e nem podia ter, entendendo o pecado essencial que essa tendência implica conforme demonstramos (seria difícil imaginar Jesus admitir que nele “não havia bem algum” ou que “o mal” estava com Ele, ou que ao nascer era “destituído da glória de Deus” como todos os demais homens). Mas Jesus, não tendo a natureza tendente ao pecado para ser dominado por ela, poderia ser, como foi Adão (também sem tendência para o pecado) no Éden, dominado pelas próprias necessidades naturais na tentativa de leva-lo a, como fez com Adão[13], desconfiar de Deus, cobiçar o fruto e o conhecimento vedados e finalmente pecar. Deveria, portanto, “mostrar, no conflito com Satanás, que o homem, tal como Deus o criou, unido ao Pai e ao Filho, poderia obedecer a todo reclamo divino.”[14]
Limitações Decorrentes de Sua Missão Levaram-no a Renúncias Equivalentes às Nossas[15]
Assim que, Jesus tendo sido tentado “como nós” e “mais do que nós”, não pôde defender a e nem requerer para si mesmo o que naturalmente lhe era de direito como homem e Deus mas renunciou a todas as coisas e “esvaziou-se” (Ef 2:1-8) para que pudesse ser o Redentor da humanidade. Uma vez que a tendência para o pecado é “natural” no ser humano caído, é nesse plano da inclinação pecaminosa que Satanás opera seu cativeiro na humanidade.
O Adversário, não tendo em Cristo um cativo vítima da propensão ou concupiscência do eu para o pecado, deveria buscar outro módulo de ação no qual ou através do qual, se possível[16], pudesse ter acesso àquele que declarou acerca de Satanás: “nada tem em mim” (Jo 14:30). Satanás deveria buscar que Jesus decidisse desobedecer a Deus não através de compulsão interior para o mal como ocorre conosco mas através do exercício de Seus direitos naturais que lhe estavam vetados, a exemplo de usar a divindade transformando pedra em pães para saciar a fome, coisa muito natural para Jesus embora sobrenatural para nós! Natural tornar pedra em pães e natural saciar a fome! Mais do que um direito, uma necessidade! Natural para alguém extremamente fragilizado buscar segurança e escapar da dor, humilhação e morte. Natural e necessário para o corpo e a mente em agonia receber e aceitar a proposta de ter o reino de volta sem a morte. Natural recuar diante de um conflito maior do que a Sua humanidade – conflito em favor de toda a raça humana – a morte eterna em lugar de todos, e retornar para as delícias junto ao Pai. Muito natural soprar e varrer do planeta a impiedade dos homens e anjos maus que o desonravam e contra Ele blasfemavam, mas o tempo para esse tipo de juízo ainda não havia chegado.
Certamente a renúncia de Jesus abrangia também todas as satisfações da vida humana e direito de fazer uso de poder divino para si. [17] Para viver restou-lhe apenas uma “comida e bebida”: “fazer a vontade do meu Pai” (Jo 4:34). A situação, portanto, poderia ser colocada assim: a angústia física e mental de um corpo humano fragilizado (pela renúncia de Suas naturais necessidades e até do exercício do poder divino) era o caminho para que Satanás tentasse induzir Jesus a desobedecer a Deus (situações como em Mt 4, descer da cruz entre outras)[18].
Conosco o plano de investida do inimigo, mesmo em pessoas convertidas é explorar os apelos naturais do homem caído (Tg 1:14; 4:1, 2) aos quais nos cabe renunciar em favor da vontade de Deus. Em nós renuncia-se a natureza de pecado e seus apelos contrários à santidade de Deus, mas, em Cristo, renuncia-se às necessidades de um corpo fragilizado embora possuindo natureza sem pecado e também o uso de Seu natural poder divino, uma vez que qualquer dessas alternativas seriam pecado ainda que “por um pensamento”, mesmo em face da morte. [19] Em resumo:
a) Os pontos de investida eram diferentes (tendência para pecar em nós x desejo para satisfazer necessidades naturais e inocentes em Jesus).
b) A base de resistência era a mesma (renúncia total do eu[20] em favor da vontade de Deus e entrega total aos seus cuidados).
c) A força da tentação era a mesma (os apelos da natureza: em nós interiormente para pecar x em Cristo os apelos exteriores parar satisfazer necessidades naturais e inocentes – comida, alívio da dor – e isto, muitas vezes, em condições extremas!).
Assim, Jesus sofreu, por outro caminho e conheceu por outro modo, as mesmas pressões que nós que temos compulsão pecaminosa. Ele, porém, sem tal propensão para o pecado!
Comparação das Tentações de Cristo Com as Nossas Tentações
Consideremos, agora, a superioridade das provas e tentações de Jesus sobre nós em quatro aspectos, considerando-o como ser humano que precisava enfrentar em nossa condição enfraquecida o teste da renúncia do eu para fazer a vontade do Pai.
As intensidades de nossas tentações e as de Jesus são apresentadas na Bíblia como diferentes (I Co 10:13). Nessa passagem a tentação pela qual passamos, como pecadores, é apenas “humana” sugerindo que existe uma tentação maior do que a que experimentamos. A declaração é que cada pessoa será tentada de acordo com suas forças para que possa vencer, nunca será tentada mais do que pode resistir: “não vos deixará tentar acima do que podeis”. Além disso, garante a Bíblia, Deus proverá o “escape”. Por outro lado, se alguém depois de todo esse amparo divino ceder antes de alcançar a tensão máxima, conforme a capacidade de resistência que lhe foi dada, receberá a assistência especial do Advogado (I Jo 2:1). Jesus não teve sua prova aliviada e nem poderia pecar, sob pena de não ter uma segunda chance. Sua prova vai além dos cem por cento da capacidade humana porque Ele sofreu o que está além do ser humano suportar.[21] Sua tentação era “tanto maior quanto Seu caráter era superior ao nosso”. [22]
A magnitude da Sua Missão e responsabilidade era um peso adicional que nós não carregamos. Jesus deveria levar os pecados “do mundo” e tomar nossas “dores e enfermidades” (Is 53). Sua preocupação não se restringia a uma vitória calcada em razões pessoais para um escopo pessoal. Sua luta era representativa de Adão e neste de toda humanidade. E mais do que a humanidade Ele deveria representar o caráter perfeito de Deus perante todo o universo inteligente. Nosso fracasso é individual e pode afetar outros mas sempre será um fracasso pessoal pois ele não é determinante, em termos absolutos, dos destinos dos outros. A raça humana ou o caráter de Deus não dependem exclusivamente do meu testemunho. A vida de Jesus era o único fator determinante para a redenção da humanidade e para a vindicação do caráter do Pai. Com um conflito de implicações e significados tão vastos não é difícil perceber que Sua prova possuía uma magnitude maior do que a nossa.
O Salvador sofria qualitativamente mais que nós. Jesus era constituído de uma natureza pura e consequentemente refratária ao pecado. Sua natureza aspirava santidade e verdade. Estava, no entanto, num mundo de pecado e mentira. Ninguém jamais “odiou” o pecado como Ele. Ninguém jamais vivenciou um contraste tão contundente contra o pecado como Jesus[23]. “Ó geração incrédula e perversa. Até quando estarei eu convosco e até quando vos sofrerei?” (Mt 17:17). Permanecer num mundo de pecado era um fardo adicional para Sua natureza sem pecado não apenas pela contínua agressão que isso significava mas também pelo motivo a mais que tal circunstância oferecia para sugerir o desvio de Sua Missão redentora até o fim. Além do mais Ele estava exposto a todas a “forças da confederação do mal”.[24] Talvez a nossa adaptação ao pecado não nos permita sentir o desconforto de viver neste mundo mas para Jesus este lugar lhe era uma contínua agressão pela generalização da iniquidade.
Também sofreu quantitativamente mais do que todos. Algumas tentações Jesus tinha e nós não as temos: em várias ocasiões foi tentado a usar sua divindade para conseguir alimento, deixar de beber o cálice do sacrifício, livrar-se dos seus algozes, descer da cruz. Apelos que nada significam para nós que não temos poder divino. Ele era tentado a desistir de redimir o homem e voltar para as cortes celestiais. Esse tipo de tentação nós também não temos.
Conclusão
Concluímos esta abordagem entendendo que todo o homem nasce pecador e sob o domínio do pecado, não porém Jesus, que tendo nascido de forma sobrenatural nasceu santo, sem pecado e “separado dos pecadores”. Isso era necessário para que Ele mesmo não estivesse na condição de perdido e precisasse de Redentor. No entanto, Sua natureza sem pecado não lhe ofereceu vantagem sobre nós devido às limitações decorrentes de Sua Missão. Ele precisou renunciar às necessidades e desejos lícitos, inocentes e fundamentais de Sua humanidade perfeita num corpo fragilizado, sentindo a dor da renúncia, dor esta que todos nós pecadores precisamos experimentar ao renunciarmos nossa natureza caída e seus condenáveis desejos.
Tendo passado por tudo que passamos o Salvador possuía tentações que não temos, sensibilidade que desconhecemos tornando Seu sofrimento mais agudo, pressões mais intensas e sem limite além de pesar-lhe a vida do mundo e a resposta esperada pelo universo.
Premido pela impossibilidade de uma segunda chance o Senhor não teria um advogado caso pecasse. Daí concluímos que a natureza sem propensão para o pecado, embora um qualificativo indispensável para que fosse o novo representante da raça humana, para ser o segundo Adão, o faz passar por uma renúncia muito maior do que a nossa que somos convidados a renunciar o pecado, dor e morte, mesmo considerando seus efêmeros prazeres mas tendo o recurso do arrependimento, enquanto Jesus, como o segundo Adão, não podia cometer qualquer erro.
Se nós sabemos o que é desejar o proibido por causa de nossas vis propensões e não tê-lo pois seria pecado, Ele também sabe o que é ser vedado ter o que desejava (ainda que não desejasse o errado) pois isso seria comprometer a nossa salvação e a vontade do Pai. Ele sabe o que é renunciar a si mesmo, e o muito que tinha, para nos salvar, assim como nós sabemos o que é renunciar o pouco que temos e o que somos em nossas tendências más, para nossa própria salvação (e isso pela Graça).
Finalmente, sendo tentado em tudo como nós e mais do que nós, mas sem pecado, se tornou o nosso Modelo Divino, em lugar do primeiro Adão, do que Deus esperava que o homem fosse “física e espiritualmente” quando em harmonia com a lei de Deus.[25]
Referências
[1] Ellen G. White, Patriarcas e Profetas (PP) (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1979), 45, 312 e Desejado de Todas as Naçoes (DTN) (Santo André, SP: Casa publicadora Brasileira, 1979), 108
[2] Esse pensamento pode ser encontrado em várias passagens da literatura da igreja primitiva assegurando a Sua natureza sem propensão para o pecado: 1) “…em Jesus Cristo recuperamos o que foi perdido em Adão, ou seja, o sermos a imagem e semelhança de Deus… Irineu. Adv. Haer. Henry Bettenson, editor, Documentos da Igreja Cristã (DIC), 3ª ed. (SP: ASTE – Sociedade Religiosa Edições Simpósio, 1998), 69. 2) “Habitando entre nós comunicou-nos a genuína incorruptibilidade…” Ibid., 71. 3) …”o Senhor…recapitula (resume) em si o homem original…” Ibid., 70. 4) Nasceu da virgem que não conheceu concupiscência por um novo e portentoso modo, tomando dela a natureza mas não a culpa. Ibid., 100. 5) Já Bettenson, comentando no Credo Niceno (de Cesaréia) aperfeiçoado pelo Concílio de Nicéia em 325, o termo “alterável”, declara que refere-se a Jesus não ser moralmente alterável o que seria anátema (atréptôs), esclarece ainda o termo “enanthôpêsanta – tomando sobre si tudo aquilo que faz homem ao homem, alargando sarkhôthénta, fez-se carne, ou, talvez, viveu como homem entre os homens…” Sendo assim Jesus herdou as características humanas necessárias para ser identificado como tal, uma natureza que não foi alterada moralmente em momento algum, segundo o Credo de Nicéia. Ibid., 69. 6) O Tomo de Leão ou Definição de Calcedônia, declara que Cristo não tinha em sua natureza humana as propriedades produzidas pela queda (herdadas) e adquiridas. Sua natureza era “perfeita” de homem verdadeiro. Tinha fraquezas mas não culpa, nem mácula, nada tinha “das propriedades que trouxe para dentro de nós o sedutor” (Ibid., 97). Atanásio (296 a 373) em sua obra De Incarnatione, 328 AD, diz que Ele tomou corpo mortal, entretando ïncorruptível” para que a corrupção cessasse revestindo-se de sua incorrupção (apesar de, no texto, aparentemente alegar a divindade para tal incorrupção). Ibid., 75. 8) Nos debates contra o semipelagianismo aparece a idéia de que a liberdade humana teria se tornado tão depravada pelo pecado que sem a graça ninguém amaria, creria ou faria o que é reto para o que se dá várias passagens bíblicas. Se Jesus herdasse a natureza caída do homem, certamente estaria sob o domínio do pecado e não poderia se livrar por si mesmo, carecendo ele mesmo de um Salvador. Ibid., 116.
[3] Sua superioridade ética e espiritual é descrita, como uma condição mais do que desempenho, de forma contundente no escritos de Ellen White e nas Escrituras que declaram que ao nascer, em vez de em pecado (Sl 51:5), nasceria um “santo” (Lc 1:35 ); que “nele não há pecado” (I Jo 3:5) e que “o príncipe deste mundo ‘nada’ tem em Mim” (Jo 14:30). Nele havia “perfeita ausência de pecado”, “caráter sem pecado” conf. Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. I (1ME) (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1966) 256, 264. Não participou do pecado nem por “um pensamento” e não recebeu “nenhuma contaminação” ao se tornar homem. Seu corpo foi “preparado” por Deus: DTN, 109, 244, 264, (Mt 1:20-23)). Foi tentado em tudo “mas sem pecado” (Hb 4:15), feito sacerdote “segundo a virtude da vida incorruptível” (Hb 7:16), “inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus”, que não necessitou oferecer sacrifícios por seus próprios pecados, que, em oposição a “homens fracos” era “Filho perfeito para sempre” (Hb 7:26,27). Que se ofereceu “imaculado” a Deus (Hb 9:14). Seu sangue e corpo tem poder santificador (Hb 10:10; 12:12). Seu sangue, diferente de pessoas justificadas, fala melhor do que a do “justo” Abel (Hb 12:24; 11:4).
[4] I Co 15:45-49 declara que o primeiro Adão legou-nos (após o pecado) a imagem terrena e carnal, ao contrário do segundo Adão (Jesus) que legou-nos sua imagem espiritual. O primeiro era da Terra mas o segundo era do Céu. Agora temos a imagem do terreno mas depois (na ressurreição, que é o contexto deste capítulo) receberemos a imagem do celestial (sem pecado, redimida) isto é, a de Jesus. Veja também Rm 5:12-19.
“Venceu Satanás com a mesma natureza sobe a qual Satanás havia obtido a vitória no Éden.” The youth’s Instructor, 25 de abril de 1901.
[5] “ambicionava” alimento, DTN, 104.
[6] DTN, 103.
[7] 1ME, 272.
[8] Ibid., 267, 272.
[9] Ibid., 288; DTN, 114.
[10] 1ME, 279. “…Cristo sabia que Adão, no Éden, com sua superiores vantagens, poderia ter resistido às tentações de Satanás, vencendo-o. Sabia também que não era possível ao homem, fora do Éden, separado, desde a queda, da luz e do amor de Deus resistir em suas próprias forças às tentações de Satanás.” Da mesma forma que Adão no Éden Cristo batalhou sozinho. Sua natureza permaneceu diferente da nossa após a queda: sem pecado. Se sua natureza fosse a mesma após a queda Ele não poderia vencer “sozinho”. Podemos vencer como ele venceu mas pela “Sua graça”. Uma vez que Ele venceu, aqueles que nEle crêem recebem sua vitória e o poder que santifica. 1ME, 226. Veio para redimir “a falha de Adão” e assim toda a sua descendência. DTN, 102.
[11] DTN, 115.
[12] 1ME, 271, 272.
[13]DTN, 104.
[14] 1ME, 253
[15] Deus lhe vedou o caminho suave: “é necessário que o Filho do homem padeça…” Era o “Homem de dores” (Is 53:3). Apesar de ser parte de Sua pessoa, Jesus não deveria usar a divindade para benefício próprio pois o homem não poderia faze-lo, além disso o Seu caminho deveria ser de renúncia daquilo que todos os homens neste mundo têm como natural para a própria vida: não possuía projetos pessoais para este mundo. Deveria renunciar ao conforto e privilégios, até mesmo à comida e à vida e até mesmo ao exercício de Sua Eterna Divindade para cumprir sua Missão. A Redenção impedia-o de pensar no “bem-estar” do Filho do homem. Sua vida deveria ser de “tristeza, dificuldades e conflitos” e Satanás faria sua vida o “mais amarga possível”. 1ME, 286. Sua prova foi “mais cerrada e mais severa do que as que jamais seriam impostas ao homem.” Ibid., 289.
[16] A possibilidade de pecado em Cristo era tão real como o foi em Adão. DTN, 41, 103, 115, 660.
[17] 1ME, 276
[18] DTN, 106
[19] 1ME, 211, 220
[20] “Meu Pai: se possível, passe de mim este cálice! Todavia não seja como eu quero, e, sim, como tu queres ” (Mt 26:39). Se alguém quer vir após mim a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Mt 16:24-26).
[21] Roy Adams. The Nature of Christ. (USA: Reviw and Herald Publishing Association, 1994), 73-85. Discute acerca da suposta vantagem de Cristo sobre nós. Sua posição é que Jesus sofreu a força total da tentação enquanto nós recebemos apenas uma parte. Usando o que ele chama de “Escala Richter de Tentação”, adaptando a que é usada para terremotos, Adams, representa graficamente a declaração de I Co 10:13. Concordamos com a ilustração considerando que não foi a cruz que matou a Cristo afinal, mas a tensão da prova que lhe rompeu o coração (DTN, 741). Assim, não foi a tensão total (conteúdo) que um homem suportaria, foi maior, a ponto de romper o continente. Quebrou-se a escala. O abalo foi mais forte do que o suportável. A dor estava além da capacidade humana. Nesse caso a intensidade não veio sob medida, não pode ser avaliada. Foi “infinita” (Ibid., 743).
[22] DTN, 102.
[23] 1ME, 254.
[24] DTN, 101.
[25] Se nosso alvo é a estatura de Cristo (Ef 4:13), nosso Modelo (1ME, 338), como poderíamos vê-lo como alguém com as mesmas tendências mórbidas para o pecado que nós? Ã parte dos momentos de conflito em que sua aparência foi desfigurada (Is 53; DTN, 103) e dos efeitos redutores de sua capacidade física devido aos fatores hereditários, Jesus era sem defeito “físico ou espiritual” (DTN, 42).
* Demóstenes Neves da Silva é mestre em Teologia e professor do SALT/IAENE.


Fonte: Sétimo Dia

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Os nossos pecados ainda estão registrados no céu?


A Bíblia ensina que Deus tem nos céu registros da vida dos seres humanos: o livro da vida (Apocalipse 3:5); o livro das Memórias (Malaquias 3:6) e os livros de registro (Apocalipse 20:12). Os pecados dos seres humanos estão registrados em livros; as boas ações também.
Por que chegamos a esta conclusão? Ao estudar o sistema pelo qual era feita a expiação dos pecados na época do antigo Israel pelo Sacerdote no Santuário Terrestre, poderemos entender o que Jesus está fazendo por nós no Santuário Celestial.
“O serviço realizado na terra simbolizava o verdadeiro serviço no céu. O santuário terrestre era uma cópia e uma “sombra das coisas celestes”. Hebreus 8:5. O animal morto simbolizava a Jesus, “o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. João 1:29. Para onde Ele leva nossos pecados? Sabemos que Jesus carregou nossos pecados “em seu corpo”. I Pedro 2:24. Depois Ele foi até o céu, onde ministra como nosso Sumo Sacerdote. E, assim como a intercessão em favor de Israel envolvia a retirada dos pecados deles, levando-os ao santuário, a intercessão de Jesus em nosso favor, no Céu, está fazendo a mesma coisa. “Possuímos tal Sumo Sacerdote, que Se assentou à destra do trono da Majestade nos Céus, como ministro do santuário de do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem”. Hebreus 8:1 e 2.
Quando confessamos nossos pecados, os mesmos são perdoados, retirados de nossa vida e marcados no santuário celeste como tendo sido perdoados – assim como eram simbolicamente colocados no santuário terrestre, onde também eram perdoados. E, como o terrestre, o santuário no céu também será purificado dos pecados que um dia recairão sobre aquele que é responsável por eles – satanás – simbolizado pelo bode emissário. “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs, e o santuário será purificado”. Daniel 8:14. “Era necessário, portanto, que as figuras das coisas celestiais que se acham nos Céus [santuário terrestre] se purificassem com tais sacrifícios [animais], mas as próprias cosas celestiais, com sacrifícios a eles superiores [Jesus]”. Hebreus 9:23”.
Isto não quer dizer que o sacrifício de Cristo não tenha nos purificado de todo o pecado; na cruz do calvário Jesus proporcionou a oportunidade de total purificação à todo aquele que o aceita como Salvador pessoal. Mas se os pecados estão registrados, como então podem estar perdoados? Isto porque ao aceitarmos a Cristo como nosso salvador e nos arrepender dos pecados, temos o perdão acrescentado em nosso nome. Não somos mais culpados. Em seguida, nosso nome é escrito no livro da vida.

domingo, 27 de novembro de 2011

Quando “paquerar” é pecado


Se em sua região a palavra “paquera” é pejorativa ou não é muito bem vista, perdoe-nos e aceite esta explicação: usaremos a palavra “paquera”, como é entendida na maior parte do Brasil. (o ato de observar alguém “interessante”, visando uma possibilidade de namoro).
Um sentimento especial
Homem e mulher sentem-se atraídos um pelo outro, algo diferente ocorre, uma certa sensação de conquista, que tem um aspecto interessante: O OLHAR !
Olhos se cruzam, um certo charme “paira no ar”, e aquele sorriso discreto, traz um clima de expectativa e surpresa. Tudo acontece muito intensamente.
Paquera “saudável”
A paquera saudável é aquela onde tudo acontece naturalmente. Você está com um grupo de amigos conversando e de repente, alguém interessante aparece! Você começa a dar uma atenção especial à pessoa. Papo vai, papo vem… e como você está “solteiríssimo(a)” acaba gostando da história.
É o momento para conversar, conhecer o outro, encontrar afinidades, saber seus sonhos e alvos. Mas sempre de uma forma discreta, pura e sem malícia.
Este primeiro momento é decisivo, para continuar ou não com a ideia. Algumas vezes, acontece do outro nem perceber que foi alvo de suas intenções. Numa pequena conversa você já percebe que não daria certo, um namoro entre vocês.
Por outro lado, você também pode se surpreender. A cada momento que o papo se prolonga, o entusiasmo toma conta. Você dá a entender que gostaria de conversar novamente e convida para no próximo Sábado, ir à reunião de jovens da sua Igreja.

A “prejudicial”
Pode um momento tão emocionante como este, ser prejudicial? Deus faz um comentário “preocupante”, sobre o coração do homem, quando fala ao profeta Jeremias:
Jr 17:9-10 : “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá ? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os pensamentos; e isto para dar a um segundo o seu proceder, segundo o fruto de suas ações.”
O coração do homem é enganoso. Uma coisa simples pode transformar-se em algo negativo, que pode magoar e deixar marcas. Analisando a paquera, à luz de alguns textos e princípios bíblicos, podemos dizer que ela é prejudicial, nestas situações:
1) quando não tem um ideal : desperta expectativas no outro e na hora “H”, pula fora sem assumir o que fez e ainda diz: “Foi uma brincadeira, você é que entendeu mal, você leva tudo a sério…”.
Pv 26:18-19 : “Como louco que lança fogo, flecha e morte. Assim é o homem que engana o seu próximo e diz : fiz isso por brincadeira”.
2) quando há uma intenção impura : quando a pessoa começa a paquera, com o principal pensamento na atração e sedução física, no desejo sexual e na malícia.
Mt 5:27-28 : “Ouvistes o que foi dito: Não adulterarás. Eu porém vos digo : qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela.”
3) quando envolve defraudação : cria-se uma ilusão, desperta-se um desejo físico no outro, que você sabe que não poderá ir adiante, por não ser namorado da pessoa. Isso é o que a Bíblia condena e chama dedefraudação.
1Ts 4:6-7 : “e que nesta matéria, ninguém ofenda, nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus, não nos chamou para a impureza e sim para a santificação.”
Todo o cuidado é pouco
Já dizia o poeta : “a maior covardia de um homem, é despertar o amor de uma mulher, sem a intenção de amá-la.” Esta frase diz respeito aos homens, mas também é valida para as mulheres. Portanto, todo cuidado é pouco.
A sensatez é uma das grandes virtudes. Usar a paquera para enganar, afirmar-se e sentir-se seguro, é covardia e egoísmo. Não condiz com a integridade de alguém que quer levar Deus a sério.
O importante nos contatos e relacionamentos é desenvolver uma amizade sadia. Buscar conhecer o outro sem malícia e “segundas intenções”. Aí sim, valerá a pena !
Pv 15:3 : “O Deus eterno vê o que acontece em toda a parte; ele está observando todos, tanto os bons, como os maus.”(BLH)
Percebeu a responsabilidade? Não adianta querer trapacear. Deus conhece o seu coração e está observando suas atitudes.
Fonte: BibliaWorldNet.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Todos os pecados são iguais para Deus?

Para entendermos o problema do pecado é fundamental sabermos distinguir entre pecado (condição) epecados (atos pecaminosos). O pecado é uma condição humana de alienação de Deus e um princípio interior propulsor para o mal (Isaías 59:2; Efésios 2:1-3 e 5). Esse princípio se manifesta exteriormente através de atos pecaminosos. Cristo declara que “de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios” (Marcos 7:21).
Embora a essência de todos os pecados seja sempre a mesma (alienação de Deus), existem algumas realidades que nos impedem de aceitar a teoria de que todos os pecados são iguais aos olhos de Deus. Uma delas é o processo pelo qual a tentação se transforma em pecado. Esse processo é geralmente composto pelos seguintes estágios: atenção, consideração, desejo, decisão, planejamento e ação. Uma vez que o grau de envolvimento nesse processo pode variar de intensidade, não podemos afirmar que o pecado de alguém que teve apenas um desejo pecaminoso momentâneo, seja tão ofensivo a Deus como o pecado premeditado de Davi, com Bate-Seba (2o Samuel, capítulo 11).
Que Deus não considera todos os pecados iguais é evidente também no fato de o próprio Deus haver prescrito diferentes sacrifícios no Antigo Testamento para a expiação dos diferentes pecados (Levítico 1 a 7). Além disso, se todos os pecados fossem iguais, como querem alguns, por que deveriam os ímpios ser punidos no juízo final, “segundo as suas obras” (Apocalipse 20:11-13)? Por que alguns haveriam de ser castigados, naquele juízo, “com muitos açoites” e outros com “poucos açoites” (Lucas 12:47 e 48)? Se os pecados fossem iguais, não receberiam todos o mesmo castigo?
Porém, é importante lembrar que por mais insignificante que determinado pecado possa parecer, ele é suficientemente ofensivo para excluir o pecador do reino de Deus.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

E-Book 35 Motivos Para Não Pecar





1 – Porque um pequeno pecado leva a mais pecados.
Um abismo chama outro abismo (Sl 42:7)
2 – Porque o meu pecado evoca a disciplina de Deus.
[Deus nos Corrige para] nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. (Hb 12:10)
3 – Porque o tempo gasto no pecado é desperdiçado para sempre.
Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus. (1 Pe 4:2)
4 – Porque o meu pecado nunca agrada a Deus; pelo contrário, sempre  O entristece.
E não entristeçais o Espírito Santo de Deus (Ef 4:30)
5 – Porque o meu pecado coloca um fardo imenso sobre os meus líderes espirituais.
Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil. (Hebreus 13:17)
6 – Porque, no devido tempo, o meu pecado produz tristeza em meu coração
Porque eu declararei a minha iniqüidade; afligir-me-ei por causa do meu pecado. (Sl 38:18)
7 – Porque estou fazendo o que não devo fazer.
Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. (1 Jo 2:1)
8 – Porque o meu pecado sempre me torna menor do que eu poderia ser
Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, porque ainda sois carnais (1 Co 3:2,3)
9 – Porque os outros, incluindo a minha família, sofrem conseqüências por causa do meu pecado.
Ninguém busque o proveito próprio; antes cada um o que é de outrem. (1 Co 10:24)
10 – Porque o meu pecado entristece os santos.
Nos lugares altos se ouviu uma voz, pranto e súplicas dos filhos de Israel; porquanto perverteram o seu caminho, e se esqueceram do SENHOR seu Deus. (Jr 3:21)
11 – Porque o meu pecado causa regozijo nos inimigos de Deus.
E agora, que tenho eu que fazer aqui, diz o SENHOR, pois o meu povo foi tomado sem nenhuma razão? Os que dominam sobre ele dão uivos, diz o SENHOR; e o meu nome é blasfemado incessantemente o dia todo. (Is 52:5)
12 – Porque o meu pecado me engana, fazendo-me acreditar que ganhei, quando, na realidade, eu perdi.
Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou. (Rm 7:11)
13 – Porque o pecado pode impedir que eu me qualifique para a liderança espiritual.
Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível… (1 Tm 3:1,2)
14 – Porque os supostos benefícios de meu pecado nunca superam as conseqüências da desobediência.
Assim, o seduziu [..] e ele logo a segue, como o boi que vai para o matadouro (Pv 7:21-23)
15 – Porque o arrepender-me do meu pecado é um processo doloroso, mas eu tenho de arrepender-me.
Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte. (2 Co 7:8-10)
16 – Porque o pecado é um prazer momentâneo em troca de uma perda eterna.
Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus. (Lc 12:20,21)
17 – Porque o meu pecado pode influenciar outros a pecar.
Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor. (1 Tm 5:20)
18 – Porque o meu pecado pode impedir que outros conheçam a Cristo.
Para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador. (Tt 2:10)
19 – Porque o pecado menospreza a cruz, sobre a qual Cristo morreu com o objetivo específico de remover o meu pecado.
Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo. [...] Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados, [...] mas com o precioso sangue de Cristo. (1 Pe 1:16-19)
20 – Porque é impossível pecar e seguir o Espírito Santo, ao mesmo tempo.
Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. (Gl 5:16-17)
21 – Porque Deus escolheu não ouvir as orações daqueles que cedem ao pecado.
O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável. (Pv 28:9)
22 – Porque o pecado rouba a minha reputação e destrói o meu testemunho.
Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho. (Fp 1:27)
23 – Porque outros, mais sinceros do que eu, são prejudicados por causa do meu pecado.
Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor, DEUS dos Exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus de Israel. (Sl 69:6)
24 – Porque todos os habitantes do céu e do inferno testemunharão sobre a tolice deste pecado
A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. (1 Co 3:13)
25 – Porque a culpa e o pecado podem afligir minha mente e causar danos ao meu corpo.
Porque a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de suspiros; a minha força descai por causa da minha iniqüidade, e os meus ossos se consomem. (Sl 31:10)
26 – Porque o pecado misturado com a adoração torna insípidas as coisas de Deus.
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. (Ap 3:15-16)
27 – Porque o sofrer por causa do pecado não tem alegria nem recompensa, ao passo que sofrer por causa da justiça tem ambas as coisas.
Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte. (1 Pe 4:15,16)
28 – Porque o meu pecado constitui adultério com o mundo.
Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. (Tg 4:4)
29 – Porque, embora perdoado, eu contemplarei novamente o pecado no Tribunal do Juízo, onde a perda e o ganho das recompensas eternas serão aplicados
Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal. (2 Co 5:10)
30 – Porque eu nunca sei por antecipação quão severa poderá ser a disciplina para o meu pecado.
Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. (Hb 12:10)
31 – Porque o meu pecado pode indicar que ainda estou na condição de uma pessoa perdida.
Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas. (1 Jo 2:9)
32 – Porque pecar significa não amar a Cristo.
Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou. (1 Jo 2:5-6)
33 – Porque minha indisposição em rejeitar este pecado lhe dá autoridade sobre mim, mais do que estou disposto a acreditar
Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar. (Gn 4:7)
34 – Porque o pecado glorifica a Deus somente quando Ele o julga e o transforma em uma coisa útil; nunca porque o pecado é digno em si mesmo.
Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça. (2 Co 3:9)
35 – Porque eu prometi a Deus que Ele seria o Senhor de minha vida.
Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. (Ec 5:4) 


Link para Download: http://voltemosaoevangelho.com/arquivos/pdf/Jim_Elliff_-_35_Razoes_para_Nao_Pecar.pdf


Fonte: Voltemos ao Evangelho.com

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Porque a pena para alguns pecados era a morte?

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Livre do Pecado

 
Um fato surpreendente: Embora sob a influência de um leve transe hipnótico, um homem que se submeteu a um experimento científico da hipnose, foi ordenado a pegar um copo da mesa. Embora ele fosse um tipo forte, atlético, o homem não pôde mover o vidro de sua posição. Seus esforços mais vigorosos não conseguiam levantar o vidro que era leve o suficiente para qualquer criança removê-lo.
Por que ele não pôde fazer isso? Porque os cientistas, depois de colocá-lo em transe, haviam lhe dito que era impossível pegar o copo. Como sua mente estava convencida de que não poderia fazê-lo, seu corpo era incapaz de executar o comando para levantá-lo. Uma demonstração dramática do fato de que nenhuma pessoa pode realmente obedecer aos mandamentos fará com que ela acredite que é impossível fazê-lo!

Deus exige o impossível?

É provavelmente seguro dizer que a maioria dos cristãos de hoje são completamente convencidos de que Deus não espera que eles cumpram a lei completamente, seja na carne ou no espírito.
O efeito de tal ensino é exatamente o que seria de se esperar, uma multidão de membros da igreja emocionalmente felizes, mas desobedientes, que acham que qualquer preocupação em guardar os Dez Mandamentos é picuinha e legalismo.
Que estratégia enganosa de Satanás! Como o inventor da doutrina, o maligno está simplesmente apoiando a sua antiga acusação de que Deus estava pedindo demais. Ele acusou a Deus de ser injusto ao exigir algo que é impossível.
Pense nisso por um momento, e todo o esquema começa a ter um monte de sentido diabólico. Satanás sabe que o pecado é a única coisa que irá manter alguém fora do céu. Desde que o pecado é a “transgressão da lei” (1 João 3:4), ele teve que aperfeiçoar um plano de fazer as pessoas olharem levemente sobre a violação da lei, fazendo com que isso parecesse irrepreensível.
Infelizmente, é possível reunir textos bíblicos que parecem apoiar a doutrina da imperfeição espiritual. Estamos certos de que todos pecaram (Romanos 3:23), que a mente carnal é inimizade contra Deus (Romanos 8:7), e que todas as nossas justiças são como trapo imundo (Isaías 64:6). Mas todos os versos sobre a falha, pecado e derrota fazem referência a experiência de não regeneração de uma pessoa. Há literalmente dezenas de outros textos que descrevem uma experiência oposta de vitória total e viver sem pecado. Em todos os casos eles estão se referindo à vida cheia do Espírito de um convertido e comprometido filho de Deus.
Esta distinção deve ser sempre reconhecida na leitura das Escrituras. O evangelho de Jesus Cristo é o poder de Deus para a salvação. Sua graça é mais forte do que todas as forças concentradas do mal. Jesus veio para salvar o seu povo dos seus pecados. No sexto capítulo de Romanos, Paulo devasta totalmente a doutrina de que um crente deve continuar a cair em pecado. É verdade que uma provisão é feita para a limpeza em caso do pecado ser cometido, mas o perfeito plano de Deus tornou possível ao homem superar todos os pecados e viver uma vida de perfeita obediência por meio de Cristo. Nenhum significado secreto ou reserva oculta pode ser encontrado na miríade de textos que descrevem a experiência vitoriosa dos nascidos de novo filhos de Deus.

Vitória Total Prometida

O Espírito de Deus parecia antecipar a luta que muitos passariam por aceitarem as garantias bíblicas da vitória total. Por conseguinte, os escritores inspirados foram movidos a usar uma linguagem quase fanática em descrever as possibilidades de vencer o pecado. Em vez de dizer que podemos ser salvos, a Bíblia diz que podemos ser salvos “perfeitamente” (Hebreus 7:25). Em vez de dizer que podemos vencer, assegura que podemos ser “mais que vencedores” (Romanos 8:37). Em vez de ser dito que podemos triunfar, somos informados de que podemos “sempre … triunfar” (2 Coríntios 2:14). Em vez de prometer o que podemos pedir para nos ajudar em nossa batalha espiritual, a Bíblia diz que Ele nos dará “muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos” (Efésios 3:20). E o verso imediatamente anterior àquele claramente garante que podemos “ser cheios de toda a plenitude de Deus” (verso 19).
Na verdade, muitas dessas promessas são muito vastas para a nossa mente humana compreender totalmente, mas certamente se destinam a nos impressionar com a magnitude dos recursos de Deus em nosso favor. Se a linguagem parece exagerada, é apenas porque nós somos muito débeis na fé e muito fracos na carne para crer que tal pureza e santificação possam se cumprir em nós. Nós tendemos a confiar em nossos sentimentos mais rapidamente do que na Palavra de Deus.
É importante acreditar nas promessas exatamente como as lemos? Sim, porque é somente através dessas promessas que a libertação pode ser realizada. “pelas quais ele nos tem dado as suas preciosas e grandíssimas promessas, para que por elas vos torneis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo” (2 Pedro 1:4).
A seqüência de vitória é claramente delineada nesse fantástico texto. Pela fé na promessa, nós nos tornamos participantes da natureza divina, e através do poder dessa nova natureza em nós, somos capazes de escapar da corrupção do pecado. Em outras palavras, tudo depende da entrega e dedicação de si mesmo para o Espírito de Cristo. “Sem mim”, disse Jesus, “nada podeis fazer” (João 15:5).
Igualmente importante é o comentário inspirado de Paulo: “Posso fazer todas as coisas naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). Essa pequena expressão “todas as coisas” é a chave da vitória para cada um de nós. Inclui o poder sobre as drogas, a imoralidade, o apetite, orgulho e todo ato de pecado que nos rouba a vida eterna.

Todas as coisas disponíveis

O grande ponto aqui é que quando você tem a força de Cristo em sua vida, você tem tudo o que você poderia desejar. “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele todas as coisas?” (Romanos 8:32). Note esse termo novamente “todas as coisas.” Você vai encontrá-lo também em 2 Pedro 1:3: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade …”.
Quando você coloca esses textos em conjunto, emerge uma imagem incrível. Ao reivindicar a presença de Cristo em sua vida, você também receberá tudo o que Cristo possui. Paulo descreveu assim: “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1 Coríntios 1:30).
Aqui, “todas as coisas” são discriminadas em experiências muito particulares e individualizadas, e começamos a ver que Pedro estava certo ao afirmar que Deus nos deu todas as coisas que dizem respeito à piedade.
Todo filho de Adão precisa desesperadamente de duas coisas: perdão para o passado, e poder para o futuro. A redenção inclui a ambas. A idéia de que isso inclui a libertação completa da culpa do pecado, mas apenas parcial libertação do poder do pecado, é uma perversão do evangelho. Jesus não veio para nos salvar das conseqüências do pecado somente, mas para nos salvar do pecado em si. Ele não veio apenas para tirar alguma coisa (nossa culpa), mas para nos dar alguma coisa (vitória sobre o pecado).
Depois de ler cuidadosamente o capítulo seis de Romanos, se precisar de mais garantias de que a vitória pode ser sua, leia o seguinte:
1 Coríntios 15:57 – “Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo”.
1 João 5:4 – “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo: e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”.
1 João 3:6 – “Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu”.
Voltemos por um momento para a analogia do homem hipnotizado. Ele não podia fisicamente levantar um copo da mesa porque sua mente estava plenamente convencida de que não poderia fazê-lo. Satanás tem sido capaz de imobilizar a igreja através do poder de sua hipnótica e mentirosa afirmação de que a obediência é impossível? Certamente parece que sim.

Os vencedores

Negar a possibilidade de vitória total sobre o pecado é roubar Jesus da glória da Sua missão. Ele veio, diz a Bíblia, para destruir as obras do diabo. Essas obras são as obras do pecado. Se ninguém reivindicasse o Seu poder para vencer o pecado completamente, a acusação do diabo seria confirmada. As exigências de Deus seriam expostas como muito difíceis de obedecer.
O livro do Apocalipse identifica a característica dos redimidos na coroação como obediência. “qui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Apocalipse 14:12). “E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo” (Apocalipse 12:17). “Bem-aventurados os que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar pelas portas na cidade” (Apocalipse 22:14).
Quem acredita que a obediência não é importante, deve ler novamente a dramática história de Adão e Eva. Um pequeno e físico ato de pecado levou a todos à séria tragédia dos últimos 6000 anos. Aqueles que forem restaurados ao paraíso perdido terão demonstrado que eles podem ser confiáveis com a vida eterna. Através da obediência fiel em face da morte, eles provaram que as acusações de Satanás eram totalmente falsas.
Bem aqui precisamos de uma pausa e considerar uma objeção que está sempre contra aqueles que acreditam na vitória total.
É algo como isto: Se você acredita que é possível viver sem pecar, você é capaz de dizer que sua vida está livre do pecado?
Embora a questão mereça uma resposta, deve ser salientado que a oposição não é relevante para o problema. Se a Bíblia estabelece uma verdade, ela deve ser recebida em razão de sua autoridade inspirada, e não com base na experiência do mensageiro. Se a vitória sobre todo o pecado é possível através de Cristo, isso é verdade tenha o pregador a reclamado ou não para si. Além disso, a obra da santificação é uma experiência progressiva, ao longo da vida e nunca pode ser considerada como terminada em qualquer ponto do tempo. Ainda que alguém possa estar inconsciente de qualquer pecado conhecido, ele nunca poderia se vangloriar de estar sem pecado.
Também pode ser feita a reivindicação de que a doutrina da vitória sobre o pecado é muito idealista e também teologicamente complicada para ser prática. Mas nada poderia estar mais longe da verdade. Até mesmo uma criança pode entender a simples transação de fé de se apropriar das promessas da Bíblia. Não há um hábito ou pecado que o homem conheça, que não pode ser vencido através da fé.
Nos próximos minutos você será capaz de apreciar a beleza do plano da vitória divina. Você vai aprender como parar de fumar, de brigar, de fofocar, ou de cometer qualquer outro pecado. Não deixe que nada te distraia enquanto avança para os próximos parágrafos. Pode ser o ponto de virada da sua vida e significa mais do que todo o dinheiro do mundo.

O segredo da vitória

No coração da vitória estão quatro passos simples das escrituras que qualquer crente pode tomar ao afirmar o poder de Deus. Aplique a fórmula para seu próprio problema, e depois siga os quatro passos para a gloriosa vitória.
Primeiro: “Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Corintios 15:57). Deixe sua mente saborear a fantástica mensagem dessas palavras. A vitória é um dom! Nós não a obtemos por nossos esforços ou a merecemos por causa de qualquer suposta bondade. A vitória será dada a nós livremente por Cristo. Ele é o único que já conquistou a vitória sobre Satanás, e se alguma vez possuirmos a vitória, ela deve vir como um dom de Deus.
Grande poder é armazenado dentro da promessa a ser cumprida para todos aquele que reivindicá-la na fé. Tão poucos estão dispostos a acreditar que a bênção prometida torna-se deles no momento em que crêem nisso!
Deus está esperando para honrar a sua fé e “suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Filipenses 4:19). Por que temos sido tão relutantes em aplicar as disposições da graça? Por que é tão difícil de acreditar que Deus quer dizer exatamente o que ele diz? Ele vai manter todas as promessas.
Nosso segundo texto diz: “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?” (Mateus 7:11).
É uma boa coisa pedir a vitória sobre o tabaco, ou qualquer outro vício ou mal moral? Claro que é! Então você não precisa nem perguntar se é a vontade de Deus! Ele já nos disse na Bíblia que é Sua vontade destruir as obras do pecado e do diabo.
Aqui está a próxima pergunta. Como sabemos que temos a vitória depois que a pedimos a Ele? Simplesmente porque Ele nos disse que a teríamos. Sabemos que Deus não mente. Nós podemos acreditar em Suas promessas.

Pela fé

Isso nos leva ao terceiro texto, encontrado em Romanos 6:11: “Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus”. No momento exato em que pedimos, devemos aceitar o fato do cumprimento, agradecer-Lhe pelo dom, e agir com a certeza de será feito. Nenhum tipo de “prova” de sentimento ou sinal deve ser exigido ou esperado. O poder de auto-realização na promessa é liberado em resposta à fé.
Você se lembra como Pedro andou sobre as águas?Ele perguntou a Jesus se ele poderia sair do barco para o mar revolto, e Jesus disse a Pedro para sair. Mas quanto tempo Pedro fez o impossível de caminhar sobre a água? A Bíblia diz: “Quando ele viu o vento, teve medo e, começando a submergir, clamou, dizendo: Senhor, salva-me” (Mateus 14:30).
Apesar da garantia de Cristo de que ele podia caminhar com segurança sobre as águas, Pedro começou a duvidar da palavra do Mestre. Foi quando ele começou a afundar. Enquanto acreditou na promessa de Jesus e atuou na fé, ele estava seguro.Quando ele duvidou, ele afundou.
Como Pedro, a nossa fé pode enfraquecer. Talvez nos seja necessário ser lembrados da nossa total dependência de sua força, mas isso não diminui o maravilhoso plano de Deus para dar poder e vitória por meio das “mui grandes e preciosas promessas” da Bíblia. Sem fé pelo receptor, nem mesmo as promessas de Deus podem ser apropriadas. Os limites são claramente definidos nas palavras de Jesus “Que lhes seja feito segundo a fé que vocês têm!” (Mateus 9:29).
Agora, Qual é a coisa impossível na medida em que você está preocupado? Seja o que for, Cristo diz: “Vinde a mim. Vou dar-lhe a vitória.”Enquanto você acreditar que ela lhe foi entregue, você terá a vitória. É tão simples como isso.
Para algumas pessoas, a libertação é tão dramática que perdem mesmo o apetite para o pecado. Viciados em tabaco têm sido algumas vezes libertos do desejo, mas essa não é a maneira usual de Deus. Normalmente, o desejo continua, mas no momento da tentação, o poder de andar após a tentação brota de dentro. A fé aceita o fato de libertação e constantemente reivindica a vitória, que está na segura posse do crente.
O passo final para a vitória é descrito em nosso quarto texto, Romanos 13:14. “Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne, para satisfazer suas concupiscências.” Tão forte é a confiança no poder de Deus apropriado que nenhuma consideração é dada a cair sob o poder do pecado novamente. Sob o velho plano da “tentativa”, era prevista a falha na maioria dos casos. Os cigarros foram colocados em uma prateleira, e o fumante disse para si mesmo: “Eu vou tentar não fumar novamente, mas se eu não fizer isso, eu sei onde eles estão.” No entanto, no âmbito do plano da “confiança”, não temos razão para temer o fracasso em razão da fraqueza humana. A vitória não depende da nossa força, mas do poder de Deus. Podemos falhar, mas Ele não pode falhar. Os cigarros são jogados fora. Todos os planos que envolvam algum grau de comprometimento com o vício são abandonados.
Aí está, amigo, em toda a sua simplicidade. Funciona! Se você estiver disposto a se entregar, funciona. Nada vai ajudar quem não está disposto a desistir do pecado. Mas se você quiser, Vitória, poder, libertação, estão ao seu alcance, basta apenas ter fé. Deus quer que você seja livre.
Este artigo foi condensado do livro É possível viver sem pecar? escrito por Joe Crews, e publicado no site Amazing Facts. Crédito da tradução: Blog Sétimo Dia http://setimodia.wordpress.com/

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Todos os pecados são iguais aos olhos de Deus?


Por Alberto R. Timm

Fundamental para entendermos o problema do pecado é a distinção entre pecado (condição) e pecados (atos pecaminosos). O pecado é uma condição humana de alienação de Deus e um princípio interior propulsor para o mal (ver Is 59:2; Ef 2:1-3 e 5). Esse princípio se manifesta exteriormente através de atos pecaminosos. Cristo declara que “de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura” (Mc 7:21 e 22).

Embora a essência de todos os pecados seja sempre a mesma (alienação de Deus), existem algumas realidades que nos impedem de aceitar a teoria de que todos os pecados são iguais aos olhos de Deus. Uma delas é o processo pelo qual a tentação se transforma em pecado. Esse processo é geralmente composto pelos seguintes estágios: atenção, consideração, desejo, decisão, planejamento e ação. Uma vez que o grau de envolvimento nesse processo pode variar de intensidade, não podemos afirmar que o pecado de alguém que teve apenas um desejo pecaminoso momentâneo, seja tão ofensivo a Deus como o pecado premeditado de Davi com Bate-Seba (ver 2Sm 11).

Que Deus não considera todos os pecados iguais é evidente também no fato de o próprio Deus haver prescrito diferentes sacrifícios no Antigo Testamento para a expiação dos diferentes pecados (ver Lv 1 a 7). Além disso, se todos os pecados fossem iguais, como querem alguns, por que deveriam os ímpios ser punidos no juízo final, “segundo as suas obras” (Ap 20:11-13)? Por que alguns haveriam de ser castigados, naquele juízo, “com muitos açoites” e outros com “poucos açoites” (Lc 12:47-48)? Se os pecados fossem iguais, não receberiam todos o mesmo castigo?

Mas a despeito dos pecados serem distintos entre si, todos eles refletem a mesma essência maligna da alienação de Deus. Isso significa que, por mais insignificante que determinado pecado possa parecer, ele é suficientemente ofensivo para excluir o pecador do reino de Deus.
Fonte: Sinais dos Tempos, março/abril de 2000. p. 21

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