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domingo, 8 de julho de 2012

A Lei de Deus e a Graça



A grande maioria dos cristãos de hoje  acreditam que a Lei de Deus dos Dez Mandamentos foi abolida com a morte de Cristo e que foi substituída pela Graça; e dizem: não estamos debaixo da Lei; estamos no tempo da Graça.  Muitos usam o termo "Lei" definindo todas as leis da Bíblia, considerando tudo como lei de Moisés. Mas a Bíblia refere-se a diversas leis: Lei Moral dos Dez Mandamentos ( Ex. 20:1-17 ); Lei Cerimonial ( Lev. 23 ); leis sanitárias, de higiene, saúde e dietética ( Lev. 11 ), lei civil, que regia os judeus, leis de casamento e divórcio, leis de guerra e de circuncisão, etc. ( Lev. 13,14,15; Num. 6, 15: 37-41, 26: 52-65, 27: 1-11, 30; Deut. 20 e 24 ). Posteriormente veremos a principal diferença entre elas.

1 - Primeiramente, vejamos a definição Bíblica de pecado. O que é PECADO ?

Pecado é a transgressão da Lei de Deus - I João 3: 4, Amós 2: 4, Sal. 119: 10,11, Gên. 39: 7-9

2- Mas, qual é a Lei de Deus ?  Ver  Ex. 20

Ora, se a Bíblia diz que Adão pecou  ( Rom. 5: 12 ), logicamente ele transgrediu a Lei; e se ele transgrediu a Lei, é porque ela já existia desde a fundação do mundo, como norma do Reino de Deus e não só passou a existir quando foi dada em tábuas a Moisés, como muitos pensam. A Lei era passada oralmente, de pai para filho. ( Deut. 6: 6-7 ). No Egito o povo de Israel se corrompeu e esqueceu-se de Deus; Ele já não era mais conhecido entre os povos da Terra e houve a necessidade da Lei ser relembrada  ( Ex. 5: 2, Deut. 5: 29, Sal. 105: 43-45; Gal. 3: 19 e Hebr. 8: 8-10 ). Foi então escrita em pedras, pelo próprio dedo de  Deus. Quando revelou Sua Lei no Sinai, Deus veio com toda Sua majestade, revelando-se como o Redentor de toda a humanidade - o EU SOU  ( Ex. 20, Ex. 3: 14 e João 8: 58,  Deut. 33: 2-3 ) . Cristo é o EU SOU. A Lei é perpétua; já existia antes mesmo de Adão. A Bíblia afirma que os anjos pecaram; transgrediram a Lei ( II Ped. 2: 4 ). Abraão   ( antes de Moisés ) guardava a Lei. ( Gên. 26: 4-5 ). Moisés, antes do Sinai ensinava a não colher maná no Sábado Santo para não transgredir a Lei ( Ex. 16 ) e julgava o povo de acordo com a Lei de Deus ( Ex. 18: 16 ). Concluímos então, que a Lei é ETERNA. Sal.111: 7-9, Sal. 119: 152, Sal. 119: 160 II Ped. 2: 4, Gên. 26: 4-5, Ex. 16: 28, Ex. 18: 16; I João 2: 7.

3 - O que Paulo diz sobre a Lei e o pecado ?

Logicamente, concordamos com Paulo quando diz: Onde não há Lei, não há pecado e não há transgressão, já que definição de pecado é a transgressão da Lei. ( Rom. 3: 19-20, Rom. 4: 15, Rom. 5: 12-13, Rom. 7: 7-8 ). Pela Lei vem o conhecimento do pecado. O pecado não é imputado não havendo Lei. Sabemos que todo homem peca. Então, se o homem é pecador é porque ele transgrediu uma lei. Se não há Lei ( se não precisamos guardar a Lei, porque não estamos debaixo dela ), como muitos dizem, não há pecado; isto é, ninguém peca. Ora, se todos são justos diante de Deus, sem pecado, para que SALVAÇÃO ??? Não necessitamos de Cristo; podemos logicamente deduzir. Nos versículos anteriores vimos que pela Lei vem o conhecimento do pecado. Paulo afirma que não teria conhecido o pecado, se a Lei não dissesse: NÃO MATARÁS! Como que se pode saber que matar é pecado? É porque a Lei diz. Ela aponta para o pecado.
  
4 - O que é Graça e para que serve?

A Lei diz: aquele que transgredir morrerá, porque o salário do pecado é a morte ( Gen.2: 17, Rom. 6: 23, Ezeq. 18: 20 ). Cristo morreu na cruz para cumprir a exigência da Lei sobre o transgressor, jogando sobre Si, todos os nossos pecados ( João 3: 16, I Cor. 15: 3 ). Ora, estaríamos todos mortos ( morte eterna ), pois todos pecamos. ( Rom. 5: 12-13 ). Aí,  vem a Graça de Cristo para apagar nossas transgressões. Graça significa  favor não merecido. Eu não mereço nenhum favor de Cristo, porque sou pecador; não tenho nenhum mérito, mas Ele morreu por isso, para salvar o pecador que estava sujeito a morrer eternamente. A morte expiatória de Cristo na cruz foi substitutiva. Ele morreu por todos os pecadores do mundo inteiro, de todas as gerações, pois TODOS cometeram e cometerão pecados. Se acreditamos que Abraão, Moisés, Isaac e Jacó foram salvos, só poderia ter sido pela Graça e não pela Lei. A Lei não salva. Abraão vai ressuscitar pela Graça de Cristo. Ele guardou a Lei como prova de fidelidade e amor a Deus. ( II Tim. 1: 9-10, João 8: 56, Heb. 11: 13 ). Muitos alegam que a Lei foi abolida e foi substituída pela Graça, ao ler : João 1: 17 e Rom. 6: 15 - ... a Lei foi dada por Moisés e a Graça por Cristo... e não estamos debaixo da Lei, mas debaixo da Graça. Na realidade, não estamos debaixo da CONDENAÇÃO da Lei, uma vez que, temos a Graça. Não existe tempo da Lei e tempo da Graça. As duas sempre existiram; são unidas e inseparáveis. A salvação sempre foi por meio da Graça, em todas as eras.    ( Efés. 2: 8 ). Nem os patriarcas foram salvos pelas obras da Lei. No céu não vai  haver duas classes de salvos: salvos pela Lei e salvos pela Graça. Todos são salvos pela Graça. A Lei revela o pecado e a Graça é um dom gratuito de Deus.
Isto não quer dizer que  estamos livres para   transgredir   a  Lei. Como agradecimento, obedecemos a Lei por amor e fidelidade a Deus. A obediência é o fruto da fé. ( Rom. 16: 25,   Tim. 1: 9, Tiago 2: 10-12, Apoc. 13: 8, Isa 8: 20, Jó 19: 25, Rom. 13: 10 ).
Somos salvos pela Graça, mas seremos julgados pela Lei ( Tiago 2: 12-13, Tito 3: 5, Rom. 3: 20, Efés. 2: 8 ). Veja que, quando Deus ordenou à Moisés que Lhe fizesse um Santuário, este deveria ser exatamente, como o modelo fiel do verdadeiro, que existe no céu. Nele havia as tábuas da Lei dos Dez Mandamentos, pelos quais o homem era julgado. Do mesmo modo ocorre no céu      ( Ex. 25: 8-9, Ex. 26: 30, Ex. 27: 8, Heb. 9: 24, Apoc. 11:19, Apoc. 15: 5 ).

5- Os Dez Mandamentos foram abolidos na cruz ?

Se a Lei do Dez Mandamentos foi abolida na cruz, como muitos dizem, por que o apóstolo Paulo disse: Honra teu pai e tua mãe ... ( Efés. 6: 2 ). É o quinto mandamento da Lei. Ué!?!? O mandamento não foi abolido na cruz? Como Paulo manda guardar? Paulo estava louco? Não!!! Ele simplesmente não daria este conselho se tivesse sido abolido. Mais uma pergunta: Matar e roubar são pecados? Aí você responde: SIM!!! Porque está escrito na Lei, e se você mata, estará transgredindo e consequentemente cometendo pecado. Muitas denominações dizem que a Lei foi abolida, simplesmente para negar o Sábado ( quarto mandamento ), como DIA DO SENHOR, mas quando você fala para um irmão matar ou roubar, ele logo diz: Não, irmão! Isso é PECADO! Não são incoerentes estas afirmações? A Lei é uma só; quer dizer que matar é pecado, porque transgride a Lei; mas profanar o Sábado não é pecado? A Lei que diz: NÃO MATARÁS é a MESMA que diz: LEMBRA-TE DO DIA DE SÁBADO... Transgressão é transgressão,  pecado é pecado, seja qual for o mandamento quebrado. Em Tiago 2: 10-11 diz que se tropeçarmos em um só ponto da Lei, tornamos culpados de todos. Se transgredirmos um só mandamento, pecamos por todos. Na matemática divina 10 -1= ZERO. Muitos erram por desconhecerem as Escrituras; Jesus já dizia isso ( Mat. 22: 29 ).

6- O que Paulo diz sobre o binômio Fé e Lei?

Paulo questiona: é a Lei pecado? A própria Lei é um pecado? De modo algum, mas eu não conheceria o pecado se  não fosse pela Lei. Eu sei que cobiçar é pecado, porque a Lei informa, aponta: NÃO COBIÇARÁS! ( Rom. 7: 7 ). A força do pecado é a Lei ( I Cor. 15:56 ), porque ela mostra o pecado. Sem Lei está morto o pecado, mas vindo a Lei, ela lembra do pecado e se eu peco, eu morro, mas a Graça de Cristo me salva dessa morte. A Lei não é para o justo, mas para o injusto ( Rom. 8: 7, I Tim. 1: 9-10 ).
Se você  avançar um sinal vermelho de trânsito, comete uma infração. Por quê?   Porque existe a lei de trânsito que diz: ao sinal vermelho, páre. Se não existisse essa lei, você poderia avançar o sinal vermelho sem ser considerado infrator. A lei de trânsito aponta a infração. Logo, preciso de um advogado. Se a lei não existisse, eu não seria um infrator do trânsito, e consequentemente eu não necessitaria de um advogado, porque não cometi delito algum; o mesmo ocorre com a Lei. Paulo ainda pergunta: Anulamos, pois a Lei pela fé? Não, antes confirmamos a Lei. ( Rom. 3: 31 ). Pedro diz que o que importa é obedecermos a Deus( Atos 5: 29 ). E o Espírito Santo de Deus só é dado aos obedientes ( Atos 5: 32 ). Paulo diz que o que importa é observarmos os Mandamentos de Deus ( I Cor. 7: 19 ).
Por sermos salvos pela fé, não podemos abolir a Lei, que é a norma de conduta do cristão. Deus diz que o homem viverá por cumprir os Seus mandamentos. ( Ezeq. 20: 11 ). Estamos livres da penalidade da Lei quando a guardamos  e não livres dela ( Rom. 7: 6 ).

7 - A Lei foi feita só para os judeus ?

Os que dizem que a Lei foi abolida na cruz, alegam que ela era apenas para os judeus, mas não é o que a Bíblia diz: guardar a Lei é dever deTODO HOMEM e não de todo judeu. Antes de pecarem, Adão e Eva guardavam os Dez Mandamentos e não eram judeus, mas sim pais de toda a humanidade. Este povo só surgiu cerca de 2500 anos após o Éden. A Lei é para todos, estrangeiros, escravos, amigos etc. (Ecles. 12: 13-14, Ex. 12: 49, Lev. 4: 27-28, Lev. 24: 22, Isa 56: 1- 7).

8 - A Lei pode ser mudada?

Alguns tentaram mudar a Lei de Deus, trocando mandamentos, e omitindo outros, mas a Bíblia diz que é IMUTÁVEL ( Deut. 4: 2, e 12: 32, Salm. 89: 34 ). Cristo disse que nem um til e nem jota seria tirado da Lei ( Mat. 5: 17-19, Luc. 16: 17 ). Ora se nem uma letra ou um sinal poderia ser retirado da Lei, como ousa o homem abolir um Mandamento inteiro? Muitos preferem seguir preceitos de homens do que os Mandamentos de Deus ( Mat.15: 3-9, Mar. 7: 6-13, Ezeq. 33: 31-32,   Isa. 29: 13 ). Cristo disse que nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus      ( Mat. 7: 21-23 ). Daniel predisse que tentariam mudar os tempos e a Lei. Um poder político-religioso mudou o tempo que era contado a cada pôr-do-sol, passando a ser a cada zero hora; e mudou completamente os Mandamentos de Deus, dizendo ter autoridade divina para tal.( Dan. 7: 25, Dan. 8: 12, II Tess. 2: 3-4 ).

9 - O que diz a Bíblia sobre o transgressor consciente da Lei?

Quem não cumpre a Lei, até sua oração não é ouvida ( Prov. 28: 9, Zac. 7: 12-13, Isa. 1: 15-17, Isa. 5: 24, Lam. 3: 8, Salm. 66: 18, Salm. 80: 4, Salm.89: 31-32, Salm. 109: 7, Salm. 119: 118 e  155 ).
O povo de Deus perece por falta de conhecimento da Verdade ( Ose. 4: 6, Mat. 22: 29, Isa. 5: 13 ).  A quebra da Lei de Deus, principalmente do Sábado, foi o motivo pelo qual o povo de Israel foi levado para o cativeiro ( Jer. 17: 24-27; Zac. 7: 11, 12 ).O transgressor consciente é abominável  ( Heb. 10: 26-28, João 15: 22 ). Mas os praticantes da Lei hão de ser justificados( Rom. 2: 13 ).

10 - Cristo nos deu um novo mandamento?

Outros irmãos dizem que Cristo deu um " novo" mandamento, baseados em João 13: 34, mas em  I João 2: 7, observamos que o mandamento é o MESMO.


A Bíblia diz que conhecemos Jesus se guardamos os Seus Mandamentos, caso contrário somos mentirosos. I João 2: 3-4 ). É a base para se ter a vida eterna, em obediência. ( Mat. 19: 17-19, Ezeq. 20: 11, Deut. 8: 3, Salm. 19: 8-11 ). Deus nos dá poder para guardá-los e nos fortalece ( Fil. 4: 13, João 15: 5 ). Cristo guardou os Mandamentos ( João 15: 9-10, Salm. 40: 8, Heb. 10: 5-7 ). Ele disse que não veio destruir a Lei, mas cumprí-la ( Mat. 5: 17-19. Ele engrandeceu a Lei ( Isa. 42: 21 ) . Até Suas seguidoras guardaram o Sábado da Lei, após Sua morte, mostrando assim, que o Mandamento não havia sido abolido com a cruz (  Luc. 23: 52 a 24: 1 ).

Em Rom. 10: 4 Paulo afirma que o FIM DA LEI é Cristo. Muitos pegam este versículo para dizer que a Lei findou com Cristo, mas esquecem que o Novo Testamento foi escrito em grego e a palavra FIM, vem do grego TELOS, que significa finalidade, objetivo, e não término ou abolição. Esta mesma palavra " Telos" encontramos em I Ped. 1: 9 : ... alcançando o Fim da vossa fé, a salvação das almas. Ah! neste caso não podem afirmar que a fé acabou,  mas sim que o objetivo da fé é salvar almas. Do mesmo modo vemos em Ecles. 12: 13 . De tudo o que se tem ouvido, o Fim é :  teme a Deus e guarda os Seus mandamentos,   pois este é o dever de todo homem. Ah! neste caso também não podem dizer que acabou o temor a Deus, como pretexto para dizer que a Lei findou. Na Bíblia tudo é coerente, porque Deus é sábio e muito superior às especulações humanas. Não pode haver contradição! Errais não conhecendo as Escrituras! Não devemos ultrapassar o que está escrito ( I Cor. 4: 6 ). Qualquer pensamento que contradiz a Palavra de Deus não tem nenhum valor, pois não passa de especulação humana.

11 - O que mais a Bíblia nos diz sobre a Lei  dos Dez Mandamentos ?

A Lei é BOA - Rom. 7: 16, I Tim. 1: 8

A Lei é ESPIRITUAL - Rom. 7: 14

A Lei é SANTA e o mandamento SANTO, JUSTO E BOM - Rom. 7: 12

Tenho PRAZER na Lei de Deus - Rom. 7: 22

SIRVO à Lei de Deus - Rom. 7: 25

Os mandamentos são PUROS, porque espelham o caráter de Deus - Salm. 19: 7-11

Todos os mandamentos são VERDADE e duram para SEMPRE - Salm. 119: 142, 152 e 154

A Lei é PERFEITA e INESQUECÍVEL - Tiago 1: 25

Os mandamentos são JUSTIÇA - Salm. 119: 172

Os Mandamentos são ETERNOS e IMUTÁVEIS – Salm.89:34, Salm.111:7-9, Salm. 119:152, 160; I João 2: 7.

O mandamento é muito AMPLO - Salm. 119: 96

A Lei é PERFEITA e RESTAURA a alma - Salm. 19: 7

A Lei é a minha MEDITAÇÃO e quanto a AMO - Salm. 119: 97,127 e 143

Os mandamentos NÃO SÃO PESADOS - I João 5: 3

A Lei é MORAL - Salm. 119: 172, Rom. 7: 12

A Lei é a BASE do concerto eterno - Ex. 20: 1 a 24: 8, Deut. 9: 9

A Lei é o padrão de JULGAMENTO - Tiago 2: 12, Heb. 10: 26-28, Ecles.12: 13-14

A Lei APONTA o pecado - Rom. 3: 19-20, Rom. 7: 7, Tiago 1 : 23-25, I João 3: 4

A Lei nos indica a necessidade de um SALVADOR, porque é incapaz de nos salvar; somente Cristo - Gal.3: 24, João 3: 16                                                                                                                                            

A Lei nos dá LIBERDADE - Salm. 119: 45, João 8: 34, Tiago 1: 25 e 2: 8

A Lei deve ser guardada no CORAÇÃO - Salm. 37: 31, Salm. 40: 8, Heb. 8: 10

O salmista pede para que seus olhos sejam desvendados para que possa ver as MARAVILHAS da Lei de Deus- Salm. 119: 10-18

12 - Qual a Lei que foi abolida com a morte de Cristo na cruz ?

Paulo condena outra lei - a cerimonial, das ordenanças, que deveriam acabar com a morte de Cristo. Ela não tinha mais sentido existir após  Cristo, já que apontavam para Ele, o Messias que seria morto (  Efés. 2: 15, Col. 2: 14 e 20  ). Os sábados cerimoniais que caíam em qualquer dia da semana deveriam acabar - Lev. 23:  4, 24, 29, 32, Col. 2: 16-17, Ose. 2: 11. Diferentemente do Sábado semanal, da Lei, que é eterno (  Isa. 56: 4-7, Isa. 66: 23 ).Quando Cristo morre na cruz, às 15 horas, o véu do templo rasga-se ao meio, significando o término da lei cerimonial ( Mar. 15: 3 ). Daniel diz que com a morte de Cristo cessariam os sacrifícios e ofertas de manjares (  Dan. 9:27).

13 - Qual a diferença entre as duas leis ?

CONTRASTE ENTRE AS LEIS

A LEI MORAL

É chamada “lei real.” S. Tia.2°8

Foi proferida por Deus. Deut.4:12 e 13.

Foi escrita por Deus em tábuas de pedra. Êxo. 24:12.

Foi escrita “pelo dedo de Deus.”Êxo. 31:18.

Foi posta na arca. Êxo. 40:20;I Reis 8:9; Heb. 9:4.

É “perfeita” Sal. 19:7.

Deverá “permanecer firme para todo o sempre.” Sal. 111:7 e 8.

Não foi destruída por Cristo. S.Mat. 5:17 .

Devia ser engrandecida por Cristo. Isa. 42:21.

Comunica conhecimento do pecado. Rom. 3:20; 7:7.

A LEI CERIMONIAL

É chamada “a lei   que consiste em ordenanças.” Efés.2:15.

Foi ditada por Moisés. Lev. 1:1-3.

Era uma “cédula de ordenanças.” Col. 2:14.

Foi escrita por Moisés num livro. II Crôn. 35:12.

Foi posta ao lado da arca. Deut.31:24-26.

“Nenhuma coisa aperfeiçoou.”Heb. 7:19.

Foi cravada na cruz. Col. 2:14.

Foi ab-rogada por Cristo. Efés.2:15.

Foi tirada por Cristo. Col. 2:14.

Foi instituída em consequência do pecado. Lev. 3-7.

14- Qual a relação entre a Lei e o Seu Autor ?

A LEI ESPELHA O CARÁTER DE DEUS

15 - Paulo fala de duas leis; qual é maldita e qual é boa ?

Devemos ter cuidado ao estudarmos as epístolas do apóstolo Paulo, pois um estudo displicente pode gerar dúvidas. Pedro já havia nos advertido  disto (II. Pd. 3: 16 ): ...que as epístolas de Paulo são difíceis de entender e os indoutos e inconstantes as torcem para sua própria perdição. Por exemplo:Gal.3:10,13, Paulo diz que a lei é maldita e em Efés. 6:2, Rom. 7:12, Rom. 3:31, I Tim. 1:8, o mesmo Paulo diz que a Lei é boa e santa. Ora, se a Lei é boa, ela não pode ser maldita. Paulo entrou em contradição? Não! A lei maldita era a cerimonial e a Lei boa e santa é a moral dos Dez Mandamentos.

16 - Considerações finais:

Resumindo: se a Lei fosse abolida, não haveria necessidade da Graça, uma vez que, ela é oferecida ao homem para justificá-lo do seu pecado, quando este expressa a fé em Jesus e O aceita como Salvador pessoal. Se o homem peca, ele fica sujeito à condenação da Lei. A única solução é a Graça de Cristo. Mas porque vivo sob a Graça eu devo transgredir ou abolir a Lei? De modo nenhum. Esta foi a resposta de Paulo em Rom. 6: 1-2. Permaneceremos no pecado para que a Graça abunde? Não! Mas se eu pecar, tenho um Advogado que é Cristo, que apaga as transgressões do pecador arrependido e confesso.     ( I João 1: 8-9, 2:1, 3:22-24, 4: 20, 5: 1-3  ).

É um sincronismo lógico: se a Lei foi abolida -------- não há pecado -------- logo, todos são justos, todos se salvarão crendo ou não em Cristo ------- para que servirá a Graça ? ------- Deus não pode condenar e nem destruir os que não pecaram, pois não têm nenhum pecado a confessar ------- não precisam de fé; não sentem a necessidade de Cristo ------ nunca sofrerão a morte eterna -------Para que veio então, Jesus à Terra? ------- Morreu em vão? Não é o que a Bíblia diz. É justamente porque pecamos  é que sentimos a necessidade de um Salvador para nos livrar do poder desta morte. Quando cumprimos a Lei não significa que estamos livres para pecar. Ao negar a Lei, os homens destroem por completo o Evangelho.

Guardamos a Lei não para sermos salvos, mas porque fomos salvos por Cristo. A obediência a Deus é por amor. Primeiro Cristo nos salva, depois Ele pede fidelidade. ( Salm. 119: 146; João 14: 15; João 15: 10 )

Sem Lei não podemos ver a Santidade de Deus e nem enxergar nossas próprias culpas e necessidade de arrependimento - Tiago 1: 23-25
No fim dos tempos, Satanás guerreará contra o povo remanescente que guarda os Mandamentos de Deus - Apoc. 12: 17, 14: 12, I João 5: 3.

A  guarda dos Mandamentos é a chave de acesso à Árvore da Vida - Apoc. 22: 14.

À Lei e ao Testemunho! Se não falarem segundo esta palavra, nunca verão a Alva! - Isa. 8: 20. I Cor. 7: 19.

Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará ! - João 8: 32.

Que sejamos humildes para fazer a vontade do Senhor, guardando Seus preceitos e permanecendo inabaláveis na fé em Jesus. Devemos reconhecer que Ele é o Soberano do Universo que salva  e protege aqueles que estão dispostos a obedecê-Lo por amor e fidelidade. Agradecemos por nos oferecer Seu Santo Espírito para nos mostrar essas Verdades maravilhosas a cerca do plano da Redenção. Que possamos estar em pé, firmes, no glorioso dia do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, voltando com todos os anjos, a fim de  nos levar para a Glória do Seu Reino!

Amém

domingo, 1 de julho de 2012

10 Fatos Incontestáveis Sobre os Concertos Bíblicos


Não podemos opor o concerto sinaítico, feito com Moisés, contra o concerto eterno feito com Abraão, ou o novo concerto feito com os discípulos. Todos os concertos prosperam sobre promessa e graça.


Os indivíduos não eram salvos por graça nos dias de Abraão, e pela lei nos dias de Moisés. Também não foram salvos pela graça nos dias de Paulo e pela lei nos dias de Moisés, como alguns afirmam. Que os tempos de Moisés também eram tempos de graça, está claro a partir dos seguintes fatos:


1. Deus não escolheu Israel como Sua propriedade exclusiva por causa de algum mérito que a nação tivesse. Ele a escolheu porque a amou e pelo juramento feito aos seus antepassados. Moisés refere-se ao concerto sinaítico como uma aliança fundamentada no amor (Deut. 7:7-9; 4:32-39).


2. O prólogo dos Dez Mandamentos lembra os israelitas de que o único doador da lei é o Deus que os redimiu pelo significado da Páscoa (Êxo. 20). Israel foi salvo pela graça antes que tivesse recebido a lei (Gál. 3:15-18). Até mesmo as condições do concerto eram para Israel uma graciosa lembrança de sua redenção (Deut. 6:20-25).


3. A relação entre a lei e a graça estava representada pelo significado da arca do concerto. Ali, as tábuas da lei estavam colocadas sob a cobertura dourada do propiciatório (Êxo. 31:7).


4. É nada menos que a ceia pascal que Jesus transforma no símbolo do novo concerto (Mat. 26:17-30). A graça expande-se cada vez mais plenamente, enquanto o concerto vai adquirindo maturidade.


5. De acordo com o livro aos hebreus, Israel não entrou no repouso de Deus porque optou pelas obras e recusou viver pela fé (Heb. 4:1-11). Os israelitas eram salvos pela fé, como nós o somos; viveriam pela fé, tal como acontece conosco (Heb. 11; Rom.9:31 e 32; Isa. 45:25).


6. Moisés não é a antítese de Jesus Cristo. As Escrituras dizem que ele foi fiel como um servo “em toda a casa de Deus” e testemunhou “das coisas que haviam de ser anunciadas” (Heb. 3:1-6). O próprio Cristo disse: “Porque, se de fato crêsseis em Moisés, também creríeis em Mim; porquanto ele escreveu a Meu respeito. Se, porém, não credes nos seus escritos, como creríeis nas Minhas palavras?” (João 5:46 e 47).


7. Paulo exaltou a experiência de concerto vivida por Israel como essencial à história da salvação. Foi através de Israel, ele disse, que a encarnação de Jesus ocorreu. O apóstolo encontrou esplendor na história israelita sob o velho concerto. “Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: que tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne. São israelitas. Pertence-lhes a adoção, e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; deles são os patriarcas e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém” (Rom. 9:1-5). A salvação é dos judeus. Eles não apenas nos levam a Cristo (Gál. 3:24), mas nô-Lo deram.


8. A aliança do Sinai não foi de salvação pela lei, ou seja, de legalismo. Deus jamais estabeleceria um concerto fundamentado em salvação pelas obras. O legalismo é sempre como trapos de imundícia. Mas Paulo classifica o antigo concerto como glorioso. Quando Moisés recebeu a lei, sua face brilhou com a glória de Deus (II Cor. 3:7-11; Êxo. 34:29-35). Apenas em comparação à glória de Cristo a glória de Moisés foi menos impressionante; mas ainda assim permanecia impressionante.


9. A vida vitoriosa dos heróis do Antigo Testamento testifica da salvação unicamente pela graça. Podemos nos lembrar de Jacó, Davi, Mefibosete e Gômer, para citar apenas uns poucos. É interessante ler a procissão de fiéis que desfila em Hebreus 11.


10. Igualmente, a vida vitoriosa dos cristãos hoje testifica da salvação unicamente em Cristo, pela graça. Contudo, os que são salvos pela graça ainda têm que obedecer a Deus naquilo que importa. Paulo mostra que havia aspectos da lei, sob o Antigo Concerto, que não mais têm aplicação aos cristãos-as leis cerimoniais judaicas, e mandamentos que “importa” serem obedecidos (ver 1 Cor. 7:19).


Este estudo foi preparado pelo Prof. Azenilto G. Brito, tendo por base um trecho do artigo do Dr. Smuts van Rooyen, “O Concerto Eterno”.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Medidor de Bondade (Dublado)

Uma pequena ilustração de como funciona a GRAÇA maravilhosa de Deus, mostrada através de JESUS.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Jesus e a Graça

sábado, 12 de maio de 2012

Questões Conflitantes Entre Lei e Graça


COMO ENTENDER AS CONFLITANTES DECLARAÇÕES DE PAULO E TIAGO SOBRE LEI E GRAÇA, FÉ E OBRAS, JUSTIFICAÇÃO E SANTIFICAÇÃO?


Nesta seqüência de 10 itens a proposta é de um estudo racional e objetivo da questão da lei divina em face da mensagem da salvação pela graça, um tema muitas vezes mal compreendido pelos cristãos em geral.


O apóstolo Paulo claramente diz que a salvação é tão-só pela fé, sem qualquer mérito humano (Efés. 2: 8 e 9). O profeta Isaías já dissera que até nossas obras de justiça são meros “trapos de imundície” (Isa. 64:6). Nenhuma obra realizada pelo homem é aceitável a Deus—cuja lei é “perfeita” (Sal. 19:7)—em termos de obter méritos para a salvação. Até nossas orações, um ato tão santo de fervor religioso, só conseguem ser ouvidas pela intercessão do Espírito Santo (Rom. 8:26).


Mas após falar da salvação em nada dever-se às obras em Efésios 2:8 e 9, Paulo acrescenta no verso 10: “Somos feituras dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”. Tiago lembra que “a fé, se não tiver obras, é morta” (2:17) e Jesus também declarou: “Se me amais, guardareis os Meus mandamentos” (João 14:15).


Assim, temos uma clara tensão entre o salvar-se pela fé, independentemente das obras da lei, mas a necessidade de demonstrar essa fé pela fiel obediência à lei. Como entender isso?


Introdução


O tema da lei divina em confronto com o da graça não poderia deixar de surgir em matérias teológicas, páginas de ministérios de “apologia cristã” e confronto de idéias em fóruns evangélicos. Todavia, já que prometemos tratar do assunto, temos que primeiramente levantar esta indagação pertinente e abrangente do que será tratado neste estudo:


• As leis do Velho Testamento são, de fato, caducas e não mais aplicáveis aos cristãos sob o novo concerto?


1) A resposta é—sim e não. Há leis que caducaram por cumprirem sua função prefigurativa, como as regras sobre ofertas de cordeiros e manjares, os sacrifícios e normas várias para sacerdotes e povo. Quando João Batista apontou a Cristo como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29) lembrava aos ouvintes o sentido dos muitos cordeiros sacrificados pelos israelitas como expiação dos pecados. Eram o antitipo do grande Tipo, Jesus Cristo.


Contudo, se há leis de caráter temporário, também as há de caráter perene, que se caducassem trariam somente o caos a nível público e privado: “Honra o teu pai e a tua mãe”, “não matarás”, “não furtarás”, “não adulterarás”. . .


Esses preceitos são lembrados pelos vários autores neotestamentários como normativos aos cristãos (ver Efés. 6:1 e 2; Tia. 2:8-10). Paulo deixa isso claro ao mostrar a validade de algumas regras e nulidade de outras para os cristãos, como veremos mais adiante.


As leis bíblicas dividem-se em categorias claras quanto a seus objetivos e vigência. Ao longo dos séculos documentos e autores cristãos têm definido essas leis como sendo moral (expressa nos Dez Mandamentos), cerimoniais, civis, higiênicas, etc.


As mais representativas Confissões de Fé da cristandade, tanto protestante quanto católica, sempre ensinaram essa “divisão” das leis nesse sentido, como é claramente apresentada na Confissão de Fé de Westminster e nos 39 Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra.
Há quem alegue que a Bíblia trata sobre “lei” indicando um só “pacote” uno, indivisível, mas a “divisão” das leis é óbvia pelo próprio fato de que Deus proclamou com Sua própria voz, sobre o Sinai, aos ouvidos do povo reunido, somente os Dez Mandamentos, depois os transcrevendo nas tábuas de pedra, e “nada acrescentou” (Deu. 5:22). Todas as demais regras cerimoniais, civis, higiênicas, etc., foram ditadas para Moisés transcrevê-las nos rolos da lei.


Conclusão: Há mandamentos que eram importantes, mas não devem mais ser cumpridos, e mandamentos que importa obedecer, como o apóstolo Paulo mostra numa clara “divisão” da leis bíblicas ao dizer em 1 Cor. 7:19: “A circuncisão nada é, e também a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de Deus”.


2) Eruditos evangélicos modernos e antigos, bem como confissões de fé históricas (inclusive alguns dentre os principais Reformadores) têm o Decálogo na conta de norma válida de conduta cristã.


Em suas confissões de fé eles jamais alegam que a lei divina foi abolida, substituída por uma “lei de Cristo” (supostamente menos rigorosa) nem levantam a tese de que observar esses mandamentos seria estar apegando-se à “letra da lei” em lugar de inspirar-se apenas em seu “espírito”. Antes, definem as leis divinas como tendo preceitos cerimoniais, civis e morais, estes últimos sintetizados nos Dez Mandamentos.


Entre as declarações eruditas e credos da cristandade com essas claras posições citamos o popular Dicionário da Bíblia de John Davis, a Segunda Confissão Helvética da Igreja Reformada, de 1566; os 39 Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra (de 1571) em seu Artigo VII; os Artigos de Religião Irlandeses (1615); a Confissão de Fé de Westminster (1647); a Declaração de Savóia das Igrejas Congregacionais (1658); a Confissão Batista de 1688 (Filadélfia) com base na confissão de 1677 de Londres; os Artigos Metodistas de Religião (1784); o Pequeno Catecismo presbiteriano, etc. e autores tais como Spurgeon, Wesley, e mais modernamente Billy Graham, Orlando S. Boyer, Harold Brokke, Antônio Neves Mesquita, Pr. Myer Pearlman , Pr. Nilson do Amaral Fanini e vários outros de diferentes denominações evangélicas.


Em hinários de batistas, presbiterianos, congregacionais, metodistas, etc., como o Salmos e Hinos, Cantor Cristão, Harpa Cristã, acham-se hinos de louvor a Deus falando da lei de Deus como norma vigente para todos. Um desses hinos chega a dizer: “Salvação por homens dada, paz fingida, paz comprada, lei de Deus falsificada, tudo rejeitai! Lei de Deus não muda, o Senhor ajuda a quem cumprir sem desistir. . .”


Conclusão: Grandes eruditos cristãos e credos da cristandade sempre reconheceram os diferentes tipos e objetivos das leis divinas segundo seus aspectos civis, cerimoniais, higiênicos. São códigos diversos regidos pela lei moral básica, tal como a Constituição é a “Carta Magna”, base de toda a legislação civil com seus muitos códigos (Código Criminal, Código Comercial, Código Trabalhista, etc.). Os códigos podem ser abolidos e mudados, o que não interferirá na Constituição, enquanto se esta for alterada, afetará tudo o mais.


3) Faz-se necessário que os cristãos entendam melhor os conceitos de justificação e santificação. A justificação é inteiramente pela fé e por ela é que se estabelece “paz com Deus” (Rom. 5:1). Significa a obra de Deus por nós para a salvação, centralizada na cruz de Cristo. Em conseqüência da aceitação desse fato, dá-se a regeneração, ou novo nascimento, iniciando-se daí o processo de santificação, que representa a obra de Deus em nós por conceder-nos o Seu Espírito e derramar o Seu amor em nossos corações (Rom. 5:5). Trata-se de uma obra vitalícia de crescimento gradual e contínuo na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Ped. 3:18)—conseqüência, não base, da experiência de salvação.


Conclusão: A obediência aos mandamentos da lei de Deus situa-se no campo da santificação, e não da justificação. Significa a aceitação de Cristo como Senhor após tê-Lo aceito como Salvador.


4) O princípio da genuína obediência, que resume o teor de todos dos mandamentos divinos, é o amor. Assim Jesus resumiu (não substituiu) os mandamentos em a) amar a Deus sobre todas as coisas e b) amar ao próximo como a nós mesmos. Ele está citando declarações do Velho Testamento (Mat. 22: 34-36, cf. Deu. 6:5; Lev. 19:18). O mesmo princípio básico de amor é também o do Seu “novo” mandamento: João 13:24.


Conclusão: Sobre esse princípio moral do amor é que se constroem os concertos, tanto o novo quanto o velho (ver também Rom. 13:8-10). As leis divinas sempre, em todos os tempos, se basearam no amor.


5) Certos expositores bíblicos fazem grande confusão em púlpitos, prelos e processadores de texto quanto ao tema da lei nas epístolas paulinas. Essa incompreensão é perigosa, à luz de II Ped. 3: 15 e 16, pois os que assim agem são chamados de “ignorantes”, “instáveis” e “insubordinados”.


Não percebem o sentido das palavras do apóstolo Paulo quando fala negativamente sobre a lei em alguns textos, tratando, porém, dela noutros lugares em termos positivos e citando seus mandamentos como válidos. Isso se deve entender à luz dos conceitos de justificação pela fé e santificação. Vejamos estes paradoxos bíblicos:


a) Textos em que Paulo trata “negativamente” da lei: Rom. 3:20-24; 5:20; 6:14, 15; 7:6; 8:3; Gál. 2:16-19; 3:10-13; 5:4; Efé. 2:7, 8; 15.


b) Textos em que Paulo confirma a validade da lei como norma de conduta para os cristãos e a exalta, dizendo que tem “prazer” na mesma: Rom. 3:31; 7: 7, 14, 22; 8: 4; 13:9-10; 7:19; Gál. 5:14; Efé. 6:1, 2.


Como entender isso? A explicação é simples—aqueles que têm a lei como fonte ou meio de salvação, colocando sua obediência na área da justificação, só podem estar sob a sua maldição pois “pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rom. 7:7). Estes podem até vir a perder a salvação se antes estivessem firmados na graça: “De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na lei, da graça decaístes” (Gál. 5:4). Deixando de confiar nos méritos de Cristo por incluir suas obras como meio de salvação, negam sua experiência de genuína fé na obra completa, perfeita e meritória de Cristo para a salvação de todo aquele que crê.


6) Dois episódios ilustram a harmonia entre a lei e a graça tanto no Velho quanto no Novo Testamento:


a) No Velho Testamento: Ao proclamar solenemente a lei dos Dez Mandamentos no Sinai Deus declarou, antes mesmo de pronunciar o primeiro mandamento: “Eu sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egito” (Êxo. 20:2). Esta é uma revelação de Sua graça. Segue-se a enunciação da lei nos vs. 3 a 17.


b) No Novo Testamento: Ante a mulher pecadora Cristo primeiro apresentou-lhe Sua graça perdoadora—“Nem eu tão pouco te condeno”. A seguir, apresenta-lhe a lei: “vai e não peques mais” (João 8:10, 11).


Assim, a obediência aos mandamentos de Deus (obras) não contraria o princípio de justificação pela fé somente, antes é sua conseqüência, situando-se no campo da santificação. Daí a declaração do apóstolo Tiago: “A fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tia. 2:17, cf. Efé. 2:10).


Conclusão: Como dois trilhos de uma ferrovia correm paralelamente e dão o equilíbrio necessário para o avanço da composição, assim se dá com a graça e a lei, a fé e as obras, a ação de Deus e a resposta do homem no processo de justificação, santificação até a glorificação final.


7) Um fator de incompreensão do tema das leis bíblicas é o que Paulo diz em 2 Coríntios 3 sobre o “o ministério da morte, gravado com letras em pedras” em contraste com o “ministério da justiça”, pelo qual os cristãos se apresentam como cartas escritas “não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração” (vs. 9 e 3).


Paulo aí contrasta os que vivem sob o regime da “condenação”, por não terem experimentado a salvação em Cristo, com os que aceitaram os termos do novo concerto, portanto tendo a lei divina, não meramente como letra gravada em pedras, mas escrita em seus corações e mentes pelo Espírito de Deus, segundo a promessa desse novo concerto (Heb. 8:6-10). O salmista fala de tal experiência (Sal. 40:8).


Os que viviam ainda sob o “velho concerto” eram aqueles mesmos que Cristo tanto criticou, por se preocuparem mais com a letra “que mata” do que com o espírito da lei. Foi o caso de Suas críticas à prática do dizimar (Mat. 23:23).


Cristo não os condenava por dizimarem, mas por se preocuparem tanto com as tecnicalidades do ato, no dividir o endro, a hortelã e o cominho, que perdiam de vista os aspectos espirituais da ordenança.


Paulo não viveu em época tão posterior à de Cristo, e ele mesmo havia sido fariseu, portanto conhecedor da mentalidade de seus ex-companheiros de fé. Confundir a lei, que ele considerava “santa, justa, boa, prazenteira, digna de se ter em mente” (Rom. 7:12, 14, 22, 25) com um “ministério da condenação” não faz sentido, sobretudo quando ele confirma que “a lei é boa se alguém dela usar legitimamente” (1 Tim. 1:8). Iria Deus mandar reunir Seu povo para o solene evento da entrega da lei, e oferecer-lhe uma lei de morte?!


Ademais o problema desse “ministério de morte” não estava na lei, que é perfeita (Sal. 19:7), e sim no povo, que não percebia o caráter mais profundo e espiritual da mesma.


Conclusão: Por não entenderem a diferença entre “lei”, “concerto” e “ministério do Espírito” e “ministério da condenação” muitos deixam de perceber que Paulo não está diminuindo a importância da lei moral como norma de conduta cristã, em II Coríntios 3, e sim contrastando atitudes quanto à lei.


Ele contrasta o que significa viver sob o regime do velho concerto, mais preocupados com a letra, com a vida dos cristãos que compara com cartas escritas com o Espírito divino, tendo a lei, não como letras nas frias tábuas de pedra, mas registrada em seus corações aquecidos pela divina graça (ver Rom. 8:3 e 4 e Sal. 40:8).


8) Longe de ensinar que o Novo Testamento representa um novo concerto sem a lei moral divina básica expressa nos Dez Mandamentos, o autor de Hebreus mostra que aos que aceitarem os termos do Novo Concerto (ou Novo Testamento) o próprio Deus escreveria a Sua lei em seus corações e a imprimiria em suas mentes (Heb. 8:6-10; 10:16).


Já vimos como Paulo compara o cristão sob o novo concerto com uma “carta, escrita em nossos corações, conhecida por todos os homens . . . escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações” (2 Cor. 3:1-11).


No novo concerto, firmado sobre “superiores promessas”, Deus escreve a Sua lei nos corações dos que aceitarem os seus termos, tirando-a das frias tábuas de pedra para gravá-la nos corações aquecidos pela graça divina (ver Heb. 8:6).


Note-se que essa “lei de Deus” é a mesma que constava da promessa original dirigida aos filhos de Israel em Jeremias 31:31-33 e não outra. O ônus da prova fica com quem negue este fato, claramente estabelecido nestes textos. Heb. 10:16 confirma: Deus escreve a Sua lei nos corações de Seus filhos sob a nova aliança.


Os leitores hebreus-cristãos da epístola entenderiam isto perfeitamente. E a promessa de assistência divina para obediência a essa lei acha-se também em Eze. 36:26, 27.


Conclusão: O contexto destes versos (capítulos 8 e 10 de Hebreus) claramente define que se aplicam ao novo “Israel” de Deus, aqueles da dispensação cristã. Afinal, o novo concerto é agora disponível a todos, judeus e gentios, pois o muro de separação foi desfeito com a abolição da “lei cerimonial”—não da “lei moral” (Efé. 2:11 a 22).


Portanto, o tema da lei divina não é coisa do Velho Testamento. Pelo contrário, é componente fundamental do próprio Novo Testamento, por certo em seus aspectos morais, não cerimoniais.


9) Há quem ensine que a “lei de Cristo”, ou Seus mandamentos (como em João 14:15), nada tem a ver com o Decálogo sendo tal “lei de Cristo” a nova norma para os cristãos que traz somente nove dos 10 mandamentos da lei “antiga”, “caduca”, etc. (como se Cristo tivesse rompido com o Pai estabelecendo lei diferente). Embora fale repetidamente da “lei de Cristo”, Paulo também fala da “lei de Deus” com igual força de validade (comparar Rom. 7:22, 25; 13:8-10; com Gál. 6:2 e 1 Cor. 9:21).


Tiago fala da lei como baseada no amor, e a chama de “lei da liberdade” (Tia. 2:8-12). João fala da lei de Deus e de Cristo como se fossem uma só e a mesma, sem distinção, ao longo de suas epístolas, 1 e 2 João (ver, por exemplo, 1 João 2:7; 3:2-4; 21-24; 4: 7-11, 19-21; 5:1-3 e 2 João vs. 5 e 6).


No Apocalipse, o povo remanescente de Deus é caracterizado como os que “guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus” (Apo. 12:17 e 14:12). João descreve uma visão que teve do Templo de Deus, dentro do qual contemplou “a arca da aliança” (Apo. 11:19). Aqueles que conhecem sua Bíblia sabem que nessa arca foram guardados os Dez Mandamentos (Deut. 10:1-5). Por que a João foi mostrada essa “arca da aliança” num contexto claramente escatológico? É que ela representa o trono de Deus que se assenta sobre a justiça (a lei) e a misericórdia (o propiciatório).


Conclusão: A lei de Cristo e a lei de Deus são uma só e a mesma. Jesus declarou: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). Ele acentuou o princípio do amor a Deus e amor ao próximo como base de Seus mandamentos segundo os mesmos princípios básicos da lei de Deus desde o princípio (Deut. 6:5; Lev. 19:18, cf. Mat. 22:37-40). Para Paulo, estar “sob a lei de Cristo” é comparável a estar em harmonia com a lei de Deus (1 Cor. 9:21).


10) Ocorre às vezes um claro equívoco quanto ao teor dos debates de Cristo com os líderes judaicos sobre a validade de suas curas no sábado. Jesus SE DEFENDE da acusação de fariseus e saduceus (e certos religiosos contemporâneos da cristandade) de que violava o sábado esclarecendo ser LÍCITO (em harmonia com a lei) curar no sábado (Mat. 12:12).


O que Cristo condenava não era a prática do sábado por eles, pois Ele próprio era um observador desse mandamento (Luc. 4:16), mas o espírito errado em que o praticavam. Por isso disse que “o sábado foi feito por causa do homem [não só do judeu] e não o homem por causa do sábado” (Mar. 2:27), além de declarar-Se “Senhor do sábado” (Mat. 12:8).


Conclusão: Os líderes judaicos não pervertiam só o sentido do mandamento do sábado, mas também do 5º. mandamento, por exemplo (Mar. 7:8-10), como a prática do dizimar (Mat. 23:23), como visto acima. Cristo, porém, disse ao povo de Seu tempo que era para praticar o que eles diziam, embora sem seguir o mau exemplo deles de “faça o que eu digo, mas não o que faço” (ver Mat. 23:2 e 3). Entre as coisas certas que eles diziam estava a insistência na fiel observância do sábado (Luc. 13:14).


Autor: Prof. Azenilto G. Brito – Ministério Sola Scriptura
Bessemer, Ala., EUA

quinta-feira, 15 de março de 2012

Se somos salvos pela graça, por que então temos que guardar os mandamentos de Deus?



Dois terríveis enganos têm obscurecido o ensino da Palavra de Deus. O primeiro deles é de que o homem pode salvar-se pelo seu próprio esforço em obedecer aos mandamentos da lei de Deus. Aquele que isso faz está tentando o impossível. Por si só jamais o homem alcançará justiça, bondade e perfeição. Aliás aquele que tenta salvar-se pela obediência à lei está rejeitando e desprezando aquilo que Cristo fez por Ele: Salvação!
Outro engano, não menos perigoso é achar que a salvação encontrada em Cristo nos liberta de qualquer compromisso com a lei de Deus. É verdade que alguns ainda tentam salvação com um pouco de Cristo e um pouco de obras – isso também é perigoso engano. Muito pelo contrário, a verdadeira obediência é uma resposta de amor e compromisso para com Cristo Jesus. Ela nunca traz méritos ou vantagens para aquele que a pratica. É apenas uma resposta de amor! Gostaria que você lesse com calma alguns textos bíblicos: João 14:15; João 15 (videira-ramos-fruto) Romanos 3:31; Gálatas 5:16-25; Tito 2:11-15.
As obras, não são um meio para alcançar a salvação (Efésios 2:9), e sim fruto da fé, pois o fruto do Espírito é entre outras coisas amor (Gálatas 5:22). A lei se resume no amor (Gálatas 5:14, Mateus 22:36-40), e é o reflexo do caráter de Deus, pois Deus é amor (I João 4:8). Sendo assim ao obedecermos aos quatro primeiros mandamentos nós demonstramos amor à Deus, e ao obedecermos aos seis últimos demonstramos amor ao próximo.
Vale ressaltar que:
A obediência a lei demonstra amor a Deus (João 14:15); A fé não nos dispensa de guardar os mandamentos (obras), pois a fé sem obras é morta (Romanos 3: 31; Tiago 2:17); Temos a vida eterna através do conhecimento de Deus (João 17:3), ou seja, a prova de que conhecemos a Deus é a obediência aos Seus mandamentos (I João 2:3-5);
Resumindo: quem salva é Cristo; nossa obediência à lei é apenas uma resposta de amor; guardar a lei nem sempre significa que estamos buscando salvação por obras; A salvação não depende das obras de obediência à lei de Deus (Romanos 3:28). Entendemos, portanto que sendo a salvação inteiramente pela graça, as obras são uma conseqüência natural de aceitarmos a graça de Deus em nossa vida, um resultado do novo nascimento.
Via Rádio NT

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Baseados em João 1:17 podemos concluir que a graça não existiu antes dos tempos do Antigo Testamento?


O texto diz: “Porque a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.” João certamente não quer dizer que a graça ou a verdade não existiram antes de Cristo vir, mas a ‘plenitude’ da graça foi revelada em Cristo. Em contraste ao sistema da Antiga Aliança refletido na Lei de Moisés, a vida e o ministério de Cristo ofuscou-a completamente. João usa expressões superlativas como essas para descrever a vinda de Cristo ao mundo: ‘Glória’, ‘cheio de graça e de verdade? (verso 14), ‘sua plenitude’, ‘graça sobre graça’ (verso 16). Era como a madrugada estrelada dando lugar à luz dos brilhantes raios do Sol.


Mas observe que a graça já existia no mundo desde o início. Paulo fala da ‘graça’ que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos’. II Timóteo 1:9. Jeremias falou da ‘graça no deserto’. Jeremias 31:2. Noé encontrou graça, e assim muitos outros personagens do Antigo Testamento. Mas a plenitude da graça apareceu na pessoa de Jesus. A lei revelou a vontade de Deus, mas a graça deu o poder para guarda-la. Como diz Romanos 5:20 ‘Onde abundou o pecado, superabundou a graça’. Romanos 5:20
Via Rádio NT

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Haverá oportunidade de salvação para algumas pessoas após o fechamento da porta da graça?


A teoria de que o acesso à salvação continuará disponível para algumas pessoas após o fechamento da porta da graça deriva de uma leitura descontextualizada de uma declaração de Ellen G. White escrita originalmente em 1903. Identificando “as terríveis calamidades” que já ocorriam nos Estados Unidos como manifestações dos “juízos de Deus” na Terra, a Sra. White 
asseverou: “Muitos que conheceram a verdade corromperam seu caminho diante de Deus e afastaram-se da fé. Os lugares vagos nas fileiras serão preenchidos pelos que foram representados por Cristo como tendo chegado na hora undécima. Há muitos com quem o Espírito de Deus está lutando. O tempo dos juízos destruidores da parte de Deus é o tempo de misericórdia para aqueles que [agora] não têm oportunidade de aprender o que é a verdade. O Senhor olhará para eles com ternura. Seu coração compassivo se enternece, e a mão do Senhor ainda está estendida para salvar, enquanto a porta é fechada para os que não querem entrar. Será admitido um grande número de pessoas que nestes últimos dias ouvirem a verdade pela primeira vez.” – Carta 103, de 3 de junho de 1903 (para G. B. Starr e esposa); 
publicada parcialmente em Eventos Finais, pág. 157. 
  Após o Terremoto de São Francisco, ocorrido no dia 18 de abril de 1906, parte da declaração anterior foi publicada em um artigo de Ellen White intitulado “Os Juízos de Deus Sobre Nossas Cidades” (ver Review and Herald, 5 de julho de 1906, pág. 9). O conteúdo básico da mesma citação apareceu também no capítulo “A Obra Atual” de Testimonies for the Church, vol. 9, pág. 97 (republicado em Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 333). 
  Em novembro de 1906, a Sra. White acrescentou: “O tempo de graça não durará muito mais. Deus  está retirando da Terra Sua mão refreadora. Por longo tempo Ele tem falado a homens e mulheres mediante a atuação de Seu Espírito Santo; mas eles não têm atendido ao apelo. Agora está falando a Seu povo e ao mundo por meio de Seus juízos. O tempo desses juízos é um tempo de misericórdia para os que ainda não tiveram a oportunidade de aprender o que é a verdade. O Senhor olhará para eles com ternura. Seu coração compassivo se enternece, e a mão do Senhor ainda está estendida para salvar. No aprisco seguro será admitido um grande número de pessoas que nestes últimos dias ouvirem a verdade pela primeira vez.” – Review and Herald, 22 de novembro de 1906, págs. 19 e 20; republicado em E Recebereis Poder (Meditações Matinais 1999), pág. 159. 
  Tanto o contexto quanto o conteúdo dessas declarações confirmam o fato de que Ellen White estava se referindo a calamidades que ocorriam já no início de século 20 como manifestações presentes dos juízos divinos sobre um mundo prestes a ser destruído. Mesmo antes do fechamento da porta da graça para o mundo como um todo, essa porta já começa a se fechar para aqueles que tiveram a oportunidade de conhecer a verdade, mas que “não 
querem entrar”. O lugar desses é tomado por aqueles que, não tendo conhecimento prévio da verdade, “nestes últimos dias ouvirem a verdade pela primeira vez” e a aceitarem. 
  Essas declarações de Ellen White parecem combinar, em certo sentido, a noção dos convidados para as bodas que se demonstraram indignos (ver Mat. 22:1-14) com a  analogia da aceitação, ainda na hora undécima, de novos trabalhadores para a vinha (ver Mat. 20:1-16). A ênfase da discussão pode ser resumida na advertência de Apocalipse 3:11: 
“Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”. 
  Por contraste, a tentativa de identificar os “juízos” mencionados nessas citações de Ellen White com as sete últimas pragas do Apocalipse (caps. 15 e 16) acaba, não apenas descontextualizando essas declarações, mas também sugerindo a falsa teoria de que pessoas ainda poderão ser salvas após Cristo já haver concluído a Sua obra mediatória no santuário 
celestial (ver Apoc. 15:5-8). 
  É evidente, portanto, que, se alguém ainda terá acesso à salvação durantes os juízos divinos, esses juízos devem se referir a juízos anteriores ao fechamento da porta da graça. Além disso, se durante os mesmos juízos algumas pessoas já terão a sua porta da graça fechada, isso não se refere ao fechamento final dessa porta para o mundo todo, mas apenas em âmbito 
individual para aqueles que, resistindo aos apelos do Espírito Santo, fecham para si mesmo essa porta (ver Mat. 12:31 e 32).

Texto de Alberto R. Timm (publicado na Revista do Ancião 
 em janeiro - março 2005)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Os limites da graça


 A vontade de Deus pode ser frustrada
Quando falamos da graça divina, não estamos falando da bondade humana ou da nobre propensão humanista. Estamos nos referindo ao princípio fundamental de Deus da redenção do pecado. Como pecadores, merecemos a morte; Deus oferece a vida. Estamos separados; Ele oferece reconciliação. Estamos sob julgamento; Ele provê liberdade. Somos pródigos no chiqueiro de porcos; Ele nos traz de volta ao lar. Tudo gratuitamente.


As obras humanas, embora boas e nobres, nada têm que ver com o perdão divino. Para o apóstolo Paulo, no que diz respeito à salvação, a graça e as obras são mutuamente exclusivas. A salvação é pela graça mediante a fé; não há algo como a graça divina mais alguma coisa humana. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.”(Ef 2:8, 9)*


A Bíblia descreve a graça salvadora de Deus como:


O meio pelo qual podemos ser “justificados por graça, [e] nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.” (Tt 3:7)


A dádiva de Deus, “[...] mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, [...].” (Rm 3:24, 25)


Superabundante (2Co 9:14).


“no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência.” (Ef 1:7,8)


O instrumento pelo qual Deus nos salvou da morte para a ressurreição (Ef 2:5).


“que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça.” (2Ts 2:16)


“a abundância da graça”  (Rm 5:17).


O ensino da Bíblia é óbvio, claro e simples. Não há pecado demasiadamente grande para não ser perdoado; não há pessoa que tenha ido longe demais para não ser alcançada pela graça de Deus quando dEle se aproxima em total entrega e fé. “Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei.” (Jo 6:37, NVI) Essa é a promessa e a provisão.


A graça de Deus é maravilhosa, ilimitada, abundante e eternamente asseverada. Não obstante, a leitura de hoje tem o título incomum: “Os Limites da Graça”. A chave para compreender a diferença entre o ilimitado e o limitado na graça de Deus se encontra no processo bíblico da salvação. O limite da graça pode ser visto de quatro formas: (1) O amor de Deus e a liberdade humana; (2) a futilidade da justificação pelas obras; (3) a vida infrutífera; e (4) a possibilidade de rejeitar a graça.


O Amor de Deus e a Liberdade Humana


A redenção tem sua fonte, seus meios, sua conclusão no amor de Deus, conforme manifestado em Jesus Cristo. Esse é o fundamento sobre o qual o evangelho todo foi erigido e proclamado. Aqueles que creem em Jesus são salvos e os que não creem são condenados. “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, [...] visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.” (Rm 1:16, 17)


Porém, exatamente o fato de que a salvação é tecida no amor de Deus mostra que a primeira limitação da graça de Deus é nossa resposta humana a essa graça. “Deus é amor” (1Jo 4:8), e o amor não força a lealdade. Tudo o que Deus faz, Seu plano da criação, providência, redenção, relacionamento, restauração e juízo, procedem do amor. Embora Ele não “rejeite” nenhum pecador que a Ele venha (Jo 6:37, NVI), não pode forçar ninguém a vir a Ele contra a própria vontade.


A liberdade de escolha desempenha um papel essencial na salvação. Se esta for uma lealdade forçada a Deus, não será um ato de um Deus amoroso, mas uma medida desesperada de um grande tirano, algo totalmente diferente do que de fato é o caráter de Deus. Visto que a graça abundante, gratuita e toda poderosa de Deus não pode salvar um pecador que não queira ir a Ele e aceitar, pela fé, a redenção provida por Deus em Jesus. Nossa liberdade de escolha pode, definitivamente, limitar a atuação da graça.


Justificação pela Obras


Outra limitação da graça de Deus ocorre devido ao orgulho humano que diz que pode salvar-se por suas próprias obras. A doutrina da justificação pelas obras é tão antiga quanto o pecado. “O princípio de que o homem se pode salvar por suas próprias obras, e que jaz à base de toda religião pagã [...].”[1]


A história de tentar alcançar a salvação por suas próprias obras se repete ainda hoje. Ela tem assumido muitos contornos e formas: filantropia, ética e estilo de vida, humanismo e honestidade moral, justiça social e evangelhos social, meditação universal e até mesmo obediência aos Dez Mandamentos.


Outra palavra para tal pretensão é legalismo. O apóstolo Paulo acusou os gálatas por rapidamente abandonarem Aquele que os “chamou na graça de Cristo para outro evangelho” (Gl 1:6).


Os gálatas que aceitaram a Cristo e entraram na experiência da salvação pela fé nEle (Gl 3:1, 2) corriam agora em grave perigo de perder essa experiência porque estavam atribuindo a salvação a suas obras. O apóstolo perguntou: “Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (v. 2)


Paulo foi muito firme: “[...] e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.” (Gl 2:16). Ellen White escreveu que o manto da justiça de Cristo “fiado nos teares do Céu não tem um fio de origem humana.”[2]


As pessoas boas e honestas que aceitam a salvação pela fé no Salvador crucificado podem acabar voltando para outro assim chamado evangelho, o “evangelho das obras”. Mas o legalismo nunca pode ser as boas novas da salvação. Certamente é a má notícia de acrescentar um fardo ao que o pecador já carrega.


O antidoto para a heresia dos gálatas é seguir mantendo diante dos cristãos a finalidade da cruz. “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.” (Gl 1:8). Qualquer limitação a esse ato divino limita a graça.


Vida Infrutífera


Uma terceira limitação à graça é dizer que a graça de Deus nos livra da exigência da obediência. A graça nos liberta do pecado, mas não remove de nós a obrigação de obedecer à lei. Paulo perguntou: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? [...] Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.” (Rm 6:1-4)


Somos salvos pela graça mediante a fé e o resultado dessa liberdade não significa que iremos viver como nos agrada, mas viver de acordo com a vontade de Deus, conforme revelado em Sua lei. A salvação é pela fé, mas leva à obediência, a sequência natural da liberação do pecado mediante a graça de Deus.


Considere a afirmação de Jesus e esperança em João 14 e 15. Assim como o relacionamento de Jesus com o Pai precedeu Sua obediência ao Pai, o mesmo relacionamento devem ter os discípulos com Jesus antes de Lhe obedecer. “Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” (Jo 14:15)


Observe a esperança que Jesus tem para Seus discípulos. “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.” (Jo 15:4)


O discipulado cristão não é alcançar um status moral, mas aceitar o chamado de Cristo; não é a perfeição moral, mas a constante habitação dEle em nós. Uma vez que é estabelecida essa habitação pela fé na graça de Deus, os frutos seguirão como algo natural. O princípio é simples: primeiro amar, então dar frutos; primeiro a graça, então a obediência.


O discipulado cristão não dá espaço para a heresia do legalismo ou o luxo da graça barata. Dietrich Bonhoeffer, teólogo alemão, escreveu: “A graça barata é a pregação do perdão sem o devido arrependimento, o batismo sem a disciplina da igreja, a comunhão sem a confissão, a absolvição sem a confissão pessoal. A graça barata é a graça sem o discipulado, a graça sem a cruz, a graça sem Jesus Cristo, vivo e encarnado.”[3]


Ser discípulo é ser seguidor e ser seguidor de Jesus não é um truque fácil. Aos coríntios Paulo escreveu: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.” (1Co 15:10) Paulo não recebeu a graça a fim de levar vida vã e vazia.


A graça de Deus não veio para nos redimir de um tipo de vazio para preenchê-lo com outro. Ela veio à família de Deus, dando frutos do amor de Deus mediante o poder de Sua graça. A graça barata que ignora a obediência e os frutos limitam a graça de Deus.


Rejeitar a Graça


A última limitação à graça de Deus pode ser resumida na falsa crença do “uma vez salvo, salvo para sempre”. Em parte alguma a Bíblia ensina essa falsa pressuposição. Certamente, foi uma manobra astuta de Satanás levar os cristãos a crerem em sua experiência da salvação como algo certo e viver na letargia e na indiferença.


Embora o poder do amor e da graça de Deus seja grande e abundante, não garante que uma vez que a pessoa aceita esse amor e graça não irá pecar. Se assim não fosse, por que a Escritura nos advertiria a vigiarmos? Considerem as seguintes admoestações:


“Sede vigilantes, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos.” (1 Co 16:13)


” Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.” (Gl 5:1)


” Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo” (Ef 6:11, 12).


” Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.” (1Co 10:12)


“Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum.” (2Pe 1:10)


Permanecer Firme


Nosso chamado e eleição na família de Deus se tornaram possíveis mediante a graça de Cristo quando a aceitamos pela fé. Fazendo parte dessa família, damos frutos do amor de Deus mediante o poder de Sua graça. Enquanto abitamos nessa graça, dando frutos, vivendo um relacionamento de amor com Cristo, não precisamos temer qualquer limitação na operação da graça de Deus. Ele é capaz de nos salvar totalmente (Hb 7:25).


Perguntas para Compartilhar:


1. Qual das quatro limitações à graça de Deus você considera especialmente perigosa? Por quê?





2. Como é possível experimentar todos os benefícios da graça pretendidos por Deus? Quais passos práticos podemos dar para permanecermos em “um estado de graça”?





3. Como você poderia abordar alguém que aceitou um dos quatro fatores que limitam a graça de Deus: o legalismo; a vida desregrada; “uma vez salvo, salvo para sempre”, por exemplo?


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John M. Fowler tornou-se adventista na adolescência, em seu país natal, a Índia. Ele serve a igreja por 45 anos como pastor, professor, editor e administrador e, atualmente, é diretor associado do Departamento de Educação da Associação Geral.


* Salvo indicação contrária, todos os textos foram extraídos da Bíblia na Edição Revista de Almeida.


[1] Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 35, 36.


[2] Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 311.


[3] Dietrich Bonhoeffer, The Cost of Discipleship (Nova York: Macmillan Co., 1965), p. 47.
Por Reavivamento e Reforma

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