
A palavra  “’mal” (hebraico ra‘) aparece no verso 7 em direto contraste com o termo  “paz” (hebraico shalom), e refere-se, aqui, não à natureza moral  interior de uma pessoa, e sim a calamidades exteriores. Deus  jamais poderia “criar” o pecado sem com isso comprometer Seu caráter  justo e santo. Mas Ele pode permitir que calamidades exteriores  sobrevenham a uma pessoa ou nação para discipliná-las com propósitos  redentivos (ver Ap 3:19) ou mesmo punitivos (ver Ap 21:8).
No Antigo Testamento encontramos várias  ocasiões em que Deus permitiu que nações pagãs, como Assíria e  Babilônia, punissem a apostasia de Seu próprio povo (ver Dt 11:8-32;  28:1-68). Valendo-se de um idiomatismo característico da mentalidade  semítica, os profetas bíblicos retrataram muitas vezes a Deus como  causando as calamidades que Ele apenas permitia que ocorressem. Esse  idiomatismo é usado também em Isaías 45:7, onde é enfatizado que Deus  controla “todos os acontecimentos, os bons e os maus” (A Bíblia Viva),  criando o bem e permitindo que desgraças sobrevenham ao Seu povo, quando  outros recursos não forem suficientes para afastá-los dos maus  caminhos.
0 comentários:
Postar um comentário