quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Considerações sobre o uso de brincos e outros adereços


            Primeiramente quero apresentar alguns textos da Palavra de Deus que nos farão pensar um pouco sobre os significados pessoal (e por isso intencional) e o não intencional do uso de enfeites em homens e mulheres:
Êxodo 21:6 “Então, o seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta ou à ombreira, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre”.
Levítico 19:28 “Pelos mortos não ferireis a vossa carne; nem fareis marca nenhuma sobre vós. Eu sou JAVÉ”.
I Timóteo 2:9 e 10 “Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas)”.
I Pedro 3:3 “Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário”.


Significados Pessoais
            Por certo que em nossa cultura ocidental os brincos, pulseiras e outros enfeites indicam um desejo de beleza estética, vaidade ou imitação de outra pessoa. Também é possível que se use esses objetos como amuletos (como crucifixos, colares, etc.), ou por consideração para com entes queridos, quando recebidos como presentes ou como lembrança de pessoas especiais.
            Além desses, existem anéis, por exemplo, que explicitam uma graduação alcançada! Também há os emblemas militares que indicam méritos e status. Jóias funcionais, digamos assim, aparecem na vida de um cristão, como por exemplo, alianças de casamento, broches, abotoaduras.
            Pode haver outras intenções não mencionadas acima, na mente de um usuário de jóias, mas, em geral, essas são as mais conhecidas.


Significados Não Intencionais
            Vou comentar somente aqueles apontados pela Bíblia (já que é possível que a mente de alguém que costuma se adereçar não perceba uma baixa auto-estima por de trás de suas jóias, insatisfação com alguma parte do corpo ou outra causa).
            O texto de Moisés (no Êxodo) apresenta um costume antigo onde o escravo tinha a orelha furada como demonstração de certa “servidão voluntária” para com o seu senhor! Com isso em mente chamo a sua atenção para a possibilidade de se estar submetendo ao senhorio de alguém (um senhor, uma pessoa influente), aquele(a) que fura sua orelha. Mesmo sem ser esse o seu propósito, tal costume pode ser um reflexo de uma vida sob a servidão do pecado ou do mundo! Como eu disse é uma possibilidade e, por isso, deve ser analisada por alguém que decide se entregar a Jesus e permitir que Ele, e somente Ele, seja o Senhor soberano de sua vida. Uma pessoa que não sente a necessidade de amar a Deus e se comprometer com Sua Palavra não tem a responsabilidade de fazer essa análise em sua vida, já que ela, até esse momento, não tem em mente nem planeja “negar seu eu, tomar sua cruz e seguir o Mestre” (veja Mt 16:24 e Lc 14:26-33).
            Outra idéia bíblica que deve ser ponderada se encontra em Levítico. Javé deu ordens claras ao Seu povo (quer israelita do Antigo ou do Novo Testamento!) sobre o ferir a própria carne ou o fazer marcas nela. Nem por alguém muito estimado que infelizmente venha a falecer, um filho de Deus tem o direito de se flagelar, mutilar e marcar o corpo! Os pagãos (quero dizer, aqueles que não tinham luz nem compromisso com o Senhor) faziam e fazem coisas assim para revelar a dor da perda, a saudade e até o “amor” pelo falecido. Mas não devia nem deve ser assim com os que crêem que a Bíblia é a Palavra de Deus, a Sua vontade esclarecida a Seus filhos! Ora, quanto mais ferir a carne ou marcá-la simplesmente por pensar que assim se alcança uma beleza superior ou simplesmente por se ter esse costume desde a infância... Deve-se escolher entre a ordem da moda e a de Javé, entre a tendência do costume e a da Bíblia quando se conhece essas coisas, você não acha?
            Paulo acrescenta luz a esse tema quando pede: “se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso”! Veja bem a imparcialidade das Escrituras – vestes caras, jóias e retoques* no cabelo são colocados lado a lado como se possuindo o mesmo peso. (*Retoques mundanos, já que a “cabeleira frisada” era uma tendência da época para as mulheres não cristãs). A Bíblia não diz: “não se ataviem” e sim “se ataviem com modéstia e bom senso”. Deus é uma Pessoa equilibradíssima! Ele sabe das criatividades e necessidades de beleza que Seus filhinhos possuem (herdadas por Ele mesmo, diga-se de passagem!). Por outro lado, Ele conhece nossa natureza carnal e o mundo em que habitamos, e nos pede, então, modéstia e bom senso como reflexos de um caráter semelhante ao dEle. Se somos simples como as pombas interiormente (Mt 10:16), certamente nosso exterior não esconderá isto!
            Como os ensinamentos de Jesus que percorriam toda a Bíblia de Sua época (Lc 24:27), bem assim é com este tema (e qualquer outro) – “um pouco aqui, um pouco ali” (Is 28:10). Indo até a carta de Pedro “aos eleitos que são forasteiros da Dispersão” (I Pe 1:1), vemos a instrução paulina confirmada. “Não seja o adorno da esposa o que é exterior”. A preocupação com a construção do caráter de Cristo em nós deve ser nossa prioridade, em vez do que é exterior. Claro, o exterior reflete o que temos dentro de nós e somente nesse sentido é que ele é importante! O apóstolo também comenta o uso da economia, como fez Paulo, em nossas compras para cobrir o corpo.
Conclusões
a)      Os adereços representam uma sujeição, ainda que não intencional, ao mundo ocidental (e, portanto, ao seu “deus” II Co 4:4) e uma dominação deste sobre aqueles que os usam.
b)      Nem Moisés, nem Paulo ou Pedro dão motivos para julgarmos como perdidos aqueles cristãos que desconsideram o conselho bíblico e preferem continuar com enfeites no rosto e em outras partes da cabeça e do corpo. Antes, eles instam com os obedientes a ensinarem com seu exemplo de modéstia, equilíbrio e economia.
c)      A cultura cristã bíblica deve prevalecer sobre as demais culturas, no sentido de sermos luzes onde quer que estejamos (I Pe 1:1).
d)      É curioso perceber que a noiva que representa a Igreja de Cristo no Antigo Testamento aparece com jóias (Is 61:10, 3:18-23, Êx 33:4, Ez 23:26, Gn 24:53), talvez como uma manifestação da graça de Deus que cobre o que não conseguimos enxergar, talvez seja o desejo do Noivo de receber Sua noiva mesmo débil, contaminada pela cultura oriental... Entretanto, no Apocalipse a Noiva de Jesus é representada por “uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça” (12:1). Ela estava enfeitada com “linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos” (19:7 e 8). É assim que ficamos após noivarmos com Jesus! Nosso exterior reflete a pura beleza de um interior separado do mundo, mesmo ainda vivendo no mundo! (Hendrickson Rogers)

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