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terça-feira, 26 de setembro de 2017

O Tribunal Celestial

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Durante às suas explicações sobre o período das "70 semanas"(a), o anjo Gabriel citou indiretamente a inauguração do ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial.

O santuário terrestre, réplica do santuário celestial (Êxodo 25:8-9; Hebreus 8:1-5; Hebreus 9:11, 24), foi consagrado para o ministério sacerdotal levítico ao ser ungido com óleo santo (Levítico 8:10-11; Números 1:49-50). E o santuário celestial também deveria ser consagrado, mas para o ministério sacerdotal de Jesus (Hebreus 4:14-15), por isso o anjo Gabriel disse: "para ungir o santo dos santos" ou "ungir o santíssimo" (Daniel 9:24). Tanto a parte física do santuário terrestre quanto às suas atividades, representavam a parte física e as atividades do santuário celestial, que hoje são realizadas por Jesus (Hebreus capítulo 9).

Santuário, a serviço do pecador

domingo, 18 de outubro de 2015

O Juízo investigativo nos Escritos de Ellen G. White


por Robert W. Olson

Um pilar da fé Adventista

Foi em Fevereiro de 1845, em sua primeira viagem para o Leste, que a preciosa luz em relação ao santuário celestial foi manifestada a Ellen G. White (Carta 2, 1874). Em 15 de Fevereiro de 1846, ela escreveu para Enoch Jocobs:

Deus mostrou-me o seguinte, um ano atrás, neste mesmo mês: — Eu vi um trono e, sobre ele, assentado o Pai e Seu Filho Jesus Cristo… Vi o Pai erguer-se do trono e em uma carruagem de fogo entrar no Santíssimo dentro do véu, assentar-Se… E vi um carro de nuvens, com rodas como chamas de fogo. Anjos estavam ao redor        de toda a carruagem ao ela vir onde Jesus estava. Ele entrou no carro e foi conduzido para o Santíssimo onde o Pai estava sentado. — The Day-Star, 14 de março de 1846, pág. 7. (Ver também Primeiros Escritos, pág. 55).

Em suas primeiras narrações do grande conflito entre Cristo e Satanás, publicado em 1858, ela explicou porque Cristo havia entrado no Santíssimo no santuário celestial:

Como os sacerdotes no santuário terrestre entravam no santíssimo uma vez por ano para purificar o santuário, Jesus entrou no santíssimo do céu, no final dos 2.300 dias de Daniel 8, em 1844, para fazer uma  expiação  final  para  todos que pudessem ser beneficiados por Sua mediação, e para purificar o santuário…

Vi que cada caso foi então decidido para vida ou morte. Jesus tinha apagado o os pecados de Seu povo… Enquanto Jesus estivera no santuário, o julgamento tinha estado em andamento para os justos mortos e depois para os justos vivos. — 1 Spriritual Gifts, pg. 162-8.

Ellen White mais tarde adotou a frase “juízo Investigativo” para este aspecto particular do ministério de Cristo (4 Spirit of  Prophecy, 266, etc.), embora pareça que outros usaram o termo antes dela (por exemplo, ver Tiago White, RH 29-01-1857, pág. 100). Com o passar dos anos, ela deixou sobejamente claro que a doutrina do juízo Investigativo era uma das principais doutrinas da Escritura e era de importância vital para os Adventistas do Sétimo Dia. Ela cria que através do Espírito Santo., ela e outros Adventistas tinham sido divinamente guiados na compreensão correta do assunto. Quando A. F. Ballenger começou a ensinar que Cristo entrou em Seu ministério no Santíssimo por ocasião de Sua ascensão em vez de em 1844, Ellen White escreveu:

Em linguagem clara e franca que dizer àqueles que compareceram a esta conferência (Conferência Geral de 1905) que o Irmão Ballenger tem permitido que sua mente receba erros peculiares e creia neles. Deus não ditou a mensagem que ele sustenta. Esta mensagem, se aceita, minaria os pilares de nossa fé. — Manuscrito 62, 1905, pp. 1e 2.

Um ano mais tarde ela escreveu para W. W. Simpson, um ministro em San Diego, Califórnia:

As verdades dadas a nós após a passagem do tempo de 1844 são justamente tão certas e imutáveis como quando o Senhor as deu a nós em resposta às nossas urgentes orações…

Naquele tempo um erro após o outro tentava se impor sobre nós; ministros e doutores traziam novas doutrinas. Pesquisávamos as Escrituras com muita oração, e o Espírito Santo trazia verdades às nossas mentes. Algumas noites inteiras foram devotadas à pesquisa das Escrituras, e à solicitação fervorosa da guia de Deus. Grupos de homens e mulheres devotos reuniam-se para este propósito. O poder de Deus vinha sobre mim, e eu era habilitada a definir claramente o que era a verdade e o que era o erro.

À medida que os pontos de nossa fé eram assim estabelecidos, nossos pés eram colocados sabre um sólido fundamento. Aceitávamos a verdade ponto por ponto, sob a demonstração do Espírito Santo. Eu era tomada em visão, e explicações eram dadas a mim. Ilustrações das coisas celestiais e do santuário eram-me dadas de forma que éramos colocados onde a luz brilhava sobre nós em raios claros e distintos…

Sei que a questão do santuário ainda permanece em justiça, justamente como a temos mantido por tantos anos. — Carta 50, 1906 (Porções em Obreiros Evangélicos 302, 303).

Poucos meses mais tarde Ellen White reagiu contra vários artigos no jornal do Dr. Kellogg, Médico Missionário, o qual ele sentia que turvava as águas no assunto do santuário. Em um editorial sobre “O Santuário Terrestre”, Pastor George C. Tenney tinha declarado:

O homem é um ser duplo, intelectualmente falando. Ele é criado com uma inteligência  qual é formada de suas propensões e desejos corporais, ou como poderíamos dizer, animais… Este departamento da natureza humana relaciona-se com o primeiro compartimento do Santuário…

Mas o homem é também de sua natureza animal, e infinitamente superior a ela. Isto é chamado “o íntimo do homem” ou “O homem interior”… Quando Cristo vem a nós nos méritos de Seu próprio sangue e como Sumo Sacerdote entra no coração, o lugar santíssimo, Ele transmite vida e poder para as energias dormentes da glória divina, e então, da alma humana a glória brilha visivelmente. — Médico Missionário, Junho de 1904, pp. 169-70.

Em resposta a este e outros editoriais, Ellen White Escreveu para Temmey:

Fiquei surpresa e triste ao ler alguns de seus artigos no “Médico Missionário” e especialmente aqueles sobre o santuário. Estes artigos mostram que você tem-se afastado da fé. Você tem ajudado a confundir a compreensão de nosso povo. A correta compreensão do ministério no santuário celestial constitui o alicerce de nossa fé — Carta 208, 1906 (Porções em Evangelismo, 221).

Claramente, o assunto do ministério de Cristo no santuário celestial era de grande importância para Ellen White. Ela instou seus companheiros Adventistas a não tratarem o assunto indiferentemente, mas a estudas a questão tão completamente que eles fossem capazes de explicá-las para outros. “Nós não devemos descansar”, ela escreveu, “até tornarmo-nos sábios em relação ao assunto do santuário” (LS 278). Além disso, ela declarou:

O assunto do santuário e do juízo investigativo deve ser claramente entendido pelo povo de Deus. Todos precisam de um conhecimento individual na posição e obra de Seu grande Sumo Sacerdote, caso contrário, será impossível para eles exercer a fé que é essencial para este tempo, ou ocupar a posição que Deus espera que eles ocupem…

É de máxima importância que todos que têm recebido a luz, tanto velhos quanto jovens, investiguem inteiramente estes assuntos, e sejam capazes de dar uma resposta a cada um que lhes pergunte a razão da esperança que há neles. — 4 SP 313.

Seguindo seu próprio conselho, ela repetidamente de explicações declaradas do ministério de Cristo no santuário celestial e Sua obra de juízo investigativo. Sua descrição do assunto em 1858 (1 Spiritual Gifts 157-62, 197-201) foi aumentada em 1884 (4 Spirit of Prophecy 307-15) e ainda expandida em 1888 (GC 470-91).

Em adição e estes tratamentos definitivos do assunto Ellen White refere-se frequentemente ao juízo celestial em todos os escritos. ela parece sempre ter o juízo em vista. Sem dúvida valerá a pena rever os pontos altos de seus ensinamentos sobre este pilar do alicerce da fé Adventista.

O Santuário Celestial

A base da doutrina do juízo investigativo é a existência — seja de que forma for — de um santuário no céu, onde Cristo está presentemente ocupado em Seu trabalho mediatório em favor da espécie humana. Ellen White insiste em que há de fato tal santuário e que a compreensão do celestial pode ser obtida por um estudo do terrestre. Ela declara:

Deus nos livre que o estardalhaço de palavras vindas de lábios humanos debilitem a crença de nosso povo na verdade de que existe um santuário no Céu, e que um  modelo deste santuário foi uma vez construído no Terra. Deus deseja que Seu povo se familiarize com este modelo, tendo sempre em sua mente o santuário celestial, onde Deus é em todos. — Carta 233, 1904, citado em Cristo em Seu Santuário, pp. 15.

Ellen White além disso, lembra os seus leitores que, desde que os serviços terrestres eram um “exemplo e sombra” do celestial, consequentemente “o que se fazia tipicamente no ministério do santuário terrestre é feito na realidade no ministério do santuário celestial” (GB 419).

Começa o Juízo no Céu

Para Ellen White uma superabundância de referências escriturísticas apontam para o início da grade sessão de julgamento no céu — o juízo investigativo.  Após citar Daniel 7: 9, 10, ela escreve:

Assim foi apresentado à visão do profeta o grande e solene dia em que o caráter e vida dos homens passariam em revista perante o Juiz de todo a Terra… Assistido por anjos celestiais, nosso grande Sumo Sacerdote entra no lugar santíssimo, e ali comparece a presença de Deus a fim de se entregar aos últimos atos de Seu ministério em prol de homem, — para realizar a obra do juízo de investigação, e fazer expiação por todos os que se verificarem com direito aos benefícios da mesma. — O Grande Conflito 479, 480.

Outras passagens nos livros de Daniel e Apocalipse especificamente aplicadas ao começo do julgamento são Daniel 8: 14; 7: 13, Apocalipse 14: 7, e 11: 19 (GC 425, 432). A vinda do Senhor para Seu templo como predita em Malaquias 3: 1 e, na parábola das dez virgens, a vinda do noivo para o casamento (Mateus 25: 10), foram também ambas entendidas como descrições do esmo evento.

Não somente o ano — 1844 — mas mesmo o próprio dia — 22 de Outubro — quando o julgamento no céu começou, foi predito nas profecias. Ellen White apoiou totalmente o cálculo Milerita, o qual estabeleceu 22 de Outubro como sendo a data do término do período dos 2.300 anos. Ela declara:

Vi que eles estavam certos na sua interpretação dos períodos proféticos. O tempo profético terminou em 1844, e Jesus entrou no lugar santíssimo para purificar o santuário no fim dos dias. — Primeiros Escritos, pág. 243.

No décimo dia do sétimo mês, o grande Dia da Expiação, o tempo da purificação do santuário, que no ano 1844 caía no dia vinte e dois de Outubro, foi considerado como o tempo da vinda do Senhor. Isto estava de acordo com as provas já apresentadas. de que os 2.300 dias terminariam no outono…

O cômputo dos períodos proféticos nos quais se baseava aquela mensagem, localizando o final dos 2.300 dias no outono de 1844, paira acima de qualquer contestação. — GC. 398, 457.

A Purificação do Santuário

“Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (Daniel 8: 14). O santuário que devia ser purificado em 1844 somente podia ser o santuário celestial, uma vez que o templo terrestre não tinha mais função após a ruptura do véu na morte de Cristo. Mas há alguma coisa no céu que precisa ser purificada? Para aqueles que rejeitaram tal pensamento, Ellen White observou que a purificação do “santuário terrestre, bem como do celestial” foi “plenamente ensinada” em Hebreus 9: 22, 23 (GC 416). Explicando o celestial pelo terrestre, ela escreveu:

Como antigamente eram os pecados do povo colocados, ela fé, sobre a oferta pelo pecado, e, mediante o sangue desta, transferidos simbolicamente para o santuário terrestre, assim em o novo concerto, os pecados dos que se arrependeram são, pela fé, colocados sobre cristo e transferidos de fato, para o santuário celeste. E como a purificação típica do santuário terrestre se efetuava mediante a remoção dos pecados pelos quais se poluíra, igualmente a purificação real do santuário celeste deve efetuar-se pela remoção, ou apagamento, dos pecados que ali estão registrados. Mas antes que isso se possa cumprir, deve haver um exame dos livros de registro para determinar quem, pelo arrependimento dos pecados e fé em Cristo, tem direito aos benefícios de Sua expiação. A purificação do santuário, portanto, envolve uma investigação — um julgamento. — GC 420.

Mas porque era necessária uma investigação? Não eram os pecados, quando confessados, imediatamente perdoados e para sempre esquecidos? Perdoados, sim, Ellen White explicou, mas não ainda esquecidos. Ela observou que, no tipo, “o sangue da oferta pelo pecado removia o pecado do penitente, mas permanecia no santuário até o Dia da Expiação”. Assim, no antítipo, “o sangue de Cristo, enquanto devia libertar o pecador arrependido da condenação da lei, não era para cancelar o pecado; permaneceria registrado no santuário até a expiação final”. “Após a morte são julgados sobre aquelas coisas que foram escritas nos livros”, “então pelo mérito do sangue expiatório de Cristo, os pecados de todos os que verdadeiramente se tenham arrependido serão apagados dos livros do céu. Deste modo o santuário estará livre, ou purificado do pecado”(PP 371). (Ver também GC 420).

Os Registros Celestiais

Ellen White encontra ampla evidência bíblica de livros de registros no céu. Ela cita Apocalipse 20: 12, Filipenses 4: 3, e outros textos, para o livro da vida; Malaquias 3: 16 para o livro memorial; e Eclesiastes 12: 14, Mateus 12: 36, 37, e outras referências para os livros que contêm o registro dos pecados dos homens (GC 480-1). Ela se refere aos nomes destes livros celestiais um tanto vagamente. O livro da vida contém “os nomes de todos os que já entraram para o serviço de Deus” (GC 480), bem como “as boas Obras dos santos” (Primeiros Escritos 52). O livro memorial também inclui “as boas obras” dos filhos de Deus, bem como um registro de más ações. A juventude foi advertida:

Os homens podem esquecer, podem negar seu errôneo modo de agir, mas um registro disto é mantido no livro memorial, e no grande dia do juízo, a menos que os homens se arrependam e andem humildemente diante de Deus, eles enfrentarão este terrível registro justamente como ele se encontra. — YI 4-4-1905.

As “obras más dos ímpios” são registrados no “livro da morte” (PE 52), enquanto no “livro de registros” todo nome é inscrito, e “os atos de todos, seus pecados, e sua obediência, são fielmente escritos” (7 BC 987).

Deus sabe e tem um registro de tudo. Ellen White afirmou, “Toda má palavra, todo ato egoísta, todo dever não cumprido, e todo pecado secreto, juntamente com toda artificiosa hipocrisia” estão escritos nos livros do céu com “terrível exatidão” (GC 481). “Deus tem um exato catálogo de toda avaliação injusta e todo negócio desonesto”.  Somos responsáveis não somente pelo que temos feito, mas “pelo que deixamos de fazer”, por “caracteres não desenvolvidos”, e “oportunidades não aproveitadas”(7 BC 987).

Como os traços da fisionomia são reproduzidos com maravilhosa exatidão na câmera do artista, assim é o caráter fielmente delineado nos livros do céu. — 4 SP 311.

Página após página a história da experiência de nossa vida é escrita, com os motivos que nos impeliram à ação. Tudo aparecerá como uma fotografia da vida real, mostrando quanto de nossa vida foi dada para agradar a nós mesmos, quanto para abençoar a outros, quanto para honrar a Deus, quanto para responder ao propósito de Deus ao nos criar. — RH 1-13-1891, pág. 17.

São especialmente confortantes as declarações de Ellen White de que o bem é registrado tão fielmente quanto o mal. Ela declara:

Toda tentação resistida, todo o mal vencido, toda palavra de terna compaixão que se proferir, acham-se fielmente historiados. E todo ato de sacrifício, todo sofrimento e tristeza, suportado por amor de Cristo, encontra-se registrado. — GC 481.

Deus vê muitas tentações resistidas das quais o mundo, e mesmo amigos próximos, nunca sabem; tentações no lar, no coração; Ele vê a humildade da alma em vista de sua própria franqueza, o sincero arrependimento, até mesmo por um pensamento que é mau; Ele vê a completa devoção do coração para o desenvolvimento da causa de Deus, sem coloração de egoísmo; Ele tem notado aquelas horas de dura batalha com o eu, batalhas que conseguiram a vitória — tudo isto Deus e os anjos sabem. — Carta 18, 1891.

Ellen White instou com a juventude em particular para que não se esquecessem de que suas vidas estavam sendo observadas bem de perto — mesmo meticulosamente — e que um dia os registros de nossa vida devem ser enfrentados. Para sua audiência de Youth’s Instructor ela escreveu:

Nunca estamos sós. Temos um Companheiro, quer O escolhamos ou não. Lembrem-se, moços e moças, que onde quer que vocês estejam, o que quer que estejam fazendo, Deus lá está. Para toda palavra e ação sua, vocês tem uma testemunha, — o Deus Santo, que odeia o pecado. Nada que é dito ou pensado pode escapar a Seus olhos infinitos. Suas palavras podem ser ouvidas por ouvidos humanos, mas elas são ouvidas pelo Soberano do Universo. Ele lê a cólera interior da lama quando a vontade é contrariada. Ele ouve a expressão de profanidade. Na mais profunda escuridão e solidão Ele lá está.

Dia após dia o registro de suas palavras, suas ações, e sua influência, está sendo feito nos livros do céu. Isto vocês devem enfrentar. — YI 5-26-1898. (Veja também 3 BC 1153).

Era inteiramente evidente o propósito de Ellen White, não tanto de delinear o conteúdo de cada livro celestial ou descrever a que eles se assemelhavam, mas de enfatizar o fato de que os registros de Deus são completos, e de apelar a seus leitores que estivessem preparados para o julgamento. No serviço simbólico “exigia-se de todos que afligissem a alma pelo arrependimento do pecado e pela humilhação, perante o Senhor” no Dia da Expiação. “*/De igual modo, assim hoje devemos nós afligir nossas almas em tristeza pelo pecado e em arrependimento verdadeiro”. “O espírito leviano e frívolo, alimentado por tantos cristãos professos, deve ser deixado”, e há uma luta intensa diante de todos os que desejam subjugar as más tendências que em nossas almas  porfiam pela supremacia. (GC 489-490).

O Julgamento Começa Pela Casa de Deus

Tomando como exemplo o santuário no deserto, Ellen White ensinou que o juízo investigativo trata somente com os nomes daqueles que, em algum tempo em suas vidas, confessaram seus pecados a Deus. Ela declarou:

No cerimonial típico, somente os que tinham cindo perante Deus em confissão, e cujos pecados, por meio do sangue da oferta para o pecado, eram transferidos para o santuário, é que tinham parte na cerimônia do dia da expiação. Assim, no grande dia da expiação final e do juízo de investigação, os únicos casos a serem considerados são os do povo professo de Deus. O julgamento dos ímpios constitui obra distinta e separada, e ocorre em ocasião posterior. — GC 480.

Em outra parte ela se referiu ao “povo professo de Deus” como sendo “todos os que já entraram para o serviço de Deus” (GC 480), “filhos de Deus” (7 BC 987), “todos os que creram em Jesus” (GC 482) e “os que em todos os séculos professaram ser seguidores de Cristo” (GC 427).

O juízo dos mortos começou em 1844 e “quando esta obra se completar, o juízo deve ser pronunciado sobre os vivos”(1 ME 125). Quão logo o juízo sobre os vivos começará? Ellen White responde; “Breve, — ninguém sabe quão breve — passará ela (a obra) aos casos dos vivos” (GC 490). Embora não saibamos quão breve, sabemos que “a grande obra do juízo dos vivos está para começar” (6 T 130). Esta declaração foi escrita no ano de 1900.

Quando o Senhor examina os nomes dos vivos, decide Ele seus destinos um por vez, sendo que o julgamento é completado para alguns dos vivos enquanto não foi ainda começado para outros? Há aqueles que assim pensam, pois Ellen White desse, “Não sabemos quão breve nosso nome pode ser tomado nos lábios de Cristo, e nosso caso ser finalmente decidido”. (1 ME 125).

Por outro lado, existem aqueles que creem que tempo não é um elemento para Deus, que Ele pode ter mesmo agora completado Seu julgamento dos vivos, e que os registros dos vivos são recapitulados, dia após dia, e mesmo hora após hora, pois Ellen White também disse, “Deus julga cada homem de acordo com sua obra. Não somente Ele julga, mas Ele adiciona, dia após dia, e hora após hora, nosso progresso em boas obras” (7 BC 987).

A Base da Decisão de Deus

Muito mais importante que quando Deus decidirá é como Ele decidirá nosso destino. Que padrões Ele usa e como Ele determinará se este padrão foi atingido ou não? Ellen White responde a estas perguntas para nós. A norma, ele diz, é  “a lei de Deus… pela qual o caráter e vida dos homens serão aferidos no juízo” (GC 482). Em apoio a sua posição ela cita Eclesiastes 12: 13, 14, Tiago 2: 12, e Romanos 2: 12-16. Ela também apressa-se a indicar que a fé em Jesus Cristo é essencial a fim dos homens serem capazes de  guardar a lei de Deus e que “sem fé é impossível agradar-Lhe” (GC 435).

Desde que todos os homens são diferentes, e não há duas pessoas que tenham características hereditárias e formação semelhantes, Deus não espera a mesma resposta de um como de outro. Ellen White declara:

Ele tem dado luz e vida a todos, e em harmonia com a medida luz concedida, será cada um julgado. — DTN, pág. 189.

Aqueles que têm oportunidade de ouvir a verdade e ainda não se esforçam para ouvir ou entendê-la, pensando que se eles não ouvirem não serão responsáveis, serão considerados culpados diante de Deus da mesma maneira como se eles tivessem ouvido e rejeitado… Jesus fez expiação por todos os pecados de ignorância, mas não há provisão feita para cegueira voluntária. — 5 BC 1145.

Ninguém será condenado por não observar a luz e o conhecimento que eles nunca tiveram, e que não puderam obter. — 5 BC 1145. (Ver também 2 T 691).

Quando Ellen White fala de luz que é trazida para um indivíduo, ela especifica que não é luz, a menos que ele a entenda. “Não seremos considerados como responsáveis”, ela declara, “por luz que não tem alcançado nossa percepção, mas por aquela à qual temos resistido a que temos recusado” (5 BC 1145). Novamente, ela declara que é “a verdade que alcançou seu entendimento, a luz que brilhou na alma” que condenará os pecadores no juízo (5 BC 1145).

Sobre tal base, há esperança mesmo para aqueles em terras pagãs que nunca tiveram a oportunidade de ouvir o evangelho. Ellen White declara claramente:

Entre os pagãos estão aqueles que adoram a Deus ignorantemente, Aqueles para quem a luz nunca é trazida por instrumentalidade humana, ainda assim eles não perecerão. Embora ignorantes da lei de Deus escrita, eles ouviram Sua voz falando a eles na natureza, e têm feito as coisas que a lei ordena. Suas obras são evidências que o Espírito Santo tem tocado seus corações, e eles são reconhecidos como filhos de Deus.

Quão surpreendidos e jubilosos ficarão os humildes dentre as nações, e dentre os pagãos, de ouvir dos lábios do Salvador: “Quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes”. Quão alegre ficará o coração do Infinito Amor quando Seus seguidores erguerem para Ele e olhar, em surpresa e gozo ante Suas palavras de aprovação. — DTN. p. 614.

Vez após vez, ela enfatiza a importância de nossa atitude em relação aos necessitados e sofredores. Ela declara:

No último dia a decisão final do Juiz de toda a terra dependerá de nosso interesse pelos necessitados, os oprimidos e tentados, e nosso trabalho prático em favor deles. Não podeis passar sempre de largo por eles e ainda achar entrada para vós na cidade de Deus como pecadores redimidos. RH, 30-11-1886. p. 738.

Ele declarou claramente que as decisões do último dia dependerão da questão da benevolência prática. — RH, 11-07-1899, p. 437.

Quando as nações se reunirem diante dEle, não haverá senão duas classes, e seu destino será determinado pelo que houverem feito ou negligenciado fazer por Ele na pessoa dos pobres e sofredores. — DTN. p. 613.

Ellen White nos promete que “O Juiz de toda a terra apresentará uma decisão justa. Ele não será subornado; Ele não pode ser enganado” (RH 360). Nós somos advertidos “de que tenhais ó óleo da graça em vossos corações”, pois “a possessão disto fará toda diferença a vosso respeito no julgamento”. (RH 27-03-1894, pp. 194). Somos lembrados, também, de que é “somente o trabalho acompanhado por muita oração, o qual é santificado pelo mérito de Cristo”, que “resistirá o teste do julgamento” (Serviço Cristão, p. 263).

O Apagamento do Pecado

Aqueles cujos registros da vida são examinados no juízo investigativo têm os seus nomes ou os seus pecados apagados. “Quando alguém tem pecados que permanecem nos livros de registros, para os quais não houve arrependimento nem perdão, seu nome será omitido do livro da vida”. Por outro lado,

Todos os que verdadeiramente se tenham arrependido do pecado e que pela fé hajam reclamado o sangue de Cristo, como seu sacrifício expiatório, tiveram o perdão aposto ao seu nome, nos livros do Céu ; tornando-se eles participantes da justiça de Cristo, e verificando estar o seu caráter em harmonia com a lei de Deus, seus pecados serão riscados e eles próprios havidos por dignos da vida eterna. — GC 483.

Ellen White encoraja seus leitores a confessar seus pecados e crer que Deus os perdoará. Ela escreve:

Temos a preciosa promessa de que todo o pecado, do qual houve sincero arrependimento, será perdoado. Voltar para Deus com a alma em contrição, clamando os méritos do sangue de Cristo, nos trará luz, perdão e paz. mas precisamos nos voltar para o Senhor com inteireza de propósito no coração, com a decisão de sermos praticantes das palavras de Cristo. Algumas vezes nossos pecados virão à mente e lançarão uma sombra sobre nossa fé; de forma que não possamos ver nada além de uma merecida punição acumulada para nós. Mas em tais ocasiões, enquanto sentimos tristeza pelo pecado, devemos olhar para Jesus, e crer que Ele perdoou nossas transgressões. — RH 13-01-1891, pp. 17.

Podemos ter hoje no Céu um registro limpo, e saber que Deus nos aceita. — 7 BC 989.

O apagamento do pecado, que têm lugar “na obra final de julgamento” (4 SP 309)  será seguido pelo encerramento  do tempo de graça ( GC 434 ), a colocação de todos os pecados confessados sobre Satanás (PE. 280-1), o tempo de angustia (3 SG 134), as sete últimas pragas (PE. 36), e a segunda vinda de Cristo (GC 485).

O Juiz

E o “Ancião de Dias”, “o Juiz de toda a terra”, “Deus Pai”, quem preside o juízo investigativo (GC 479). Enquanto o Pai preside, o Filho, de acordo com I João 2:1 e Hebreus 9:24, aparece como Intercessor e Advogado, dos pecadores “a fim de pleitear em favor deles perante Deus” (GC 482). “Jesus permanece no santíssimo”, é-nos dito, “agora para estar na presença de Deus por nós. Lá Ele não cessa de apresentar o seu povo, momento a momento, perfeitos nEle mesmo” (7 BC 933).

Enquanto o Juízo investigativo não for completado Cristo não assumirá o cargo de Juiz supremo. Ellen White declara:

Aqueles que permanecido como nosso intercessor, que ouve todas as orações de penitência e confissões; que é representado como arco-íris, o símbolo de graça e amor, circundando Sua cabeça, está prestes a cessar Seu trabalho no santuário celestial. A Graça e a misericórdia então descerão do trono e a justiça lhes tomará o lugar. Aquele para quem Seu povo têm olhado assumirá o que é Seu por direito – o cargo de Supremo Juiz. — 7 BC 989.

Cristo é o juiz que pronunciará a sentença de recompensa ou punição, Aquele apontado para “exercer o juízo” (DTN 190). Ellen White explica ainda:

O Pai não julga o homem, mas confiou todo o julgamento para o Filho. Ele Lhe tem dado autoridade também para executar o julgamento, porque Ele é o Filho do homem…

Deus designou que o Príncipe dos sofredores da humanidade devesse ser juiz de todo o mundo. Ele, que veio das cortes celestiais para salvar o homem da morte eterna; Ele, a quem os homem desprezaram, rejeitaram, e sobre quem acumularam todo o desprezo no qual seres humanos inspirados por Satanás são capazes; Ele, que se submeteu ser acusado diante de um tribunal terreno, e que sofreu a ignominiosa morte de cruz, — Somente Ele deve pronunciar a sentença de recompensa ou de punição…

Naquele dia de punição e recompensa final ambos, santos e pecadores, reconhecerão nAquele que foi crucificado, o Juiz de todos os vivos. — RH, 22-11-1898, pp. 745.

Indubitavelmente, é à luz disto – que Cristo executa o julgamento — que as citações seguintes devem ser entendidas:

Há somente um Juiz, — Aquele que morreu por nós, que tomou sobre Si nossa natureza e todas as enfermidades da humanidade, para que pudéssemos ser colocados em uma posição vantajosa diante de Deus. — RH. 19-01-1905, pp. 9.

O Pai não é o Juiz. Os anjos também não. Aquele que tomou sobre si a humanidade, e neste mundo viveu uma vida perfeita, deve julgar-nos. Somente Ele pode ser nosso Juiz. Vocês se lembrarão disto irmãos? Vocês se lembrarão disto ministros? Vocês pais, e mães, se lembrarão disto? Cristo tomou a humanidade para que pudesse ser nosso Juiz. — 9 T 185.

O Fim do Milênio

Durante os mil anos que se seguem ao retorno de Cristo, os santos se unirão com o Senhor no julgamento dos ímpios (GC 657). No fim do Milênio o drama alcança seu apogeu quando “O mundo ímpio todo achava-se em julgamento perante o tribunal de Deus” (GC 665).

Que cena solene será esta! Que ajustamento de contas terá de ser feito por pregarem na cruz Aquele que veio ao nosso mundo como uma vivi mensagem da lei. Deus fará a cada um a pergunta: Que você fez com meu Filho Unigênito? Que responderão aqueles que recusaram aceitar a verdade? Eles serão obrigados a dizer, “Nós odiamos a Jesus, e O lançamos fora”. — 5 BC 1106-7.

Diante da assembleia dos habitantes do universo Cristo pronuncia sentença sobre os rebeldes contra Seu governo. Abrem-se os livros de registro e os ímpios se tornam concisos de todo pecado cometido (GC 663). “A vida toda virá em revista como cenas em um panorama” (RH 04-11-1884, pp. 690). Os pecados de todos os ímpios serão abertamente conhecidos, nada será encoberto. Ellen White declara:

Quanto o Juízo se assentar, e os livros foram abertos, haverá espantosas revelações… Pecados secretos serão então expostos à vista de todos. Motivos e intenções que foram encobertos nas câmaras escuras do coração serão revelados. Ambições astuciosas, propósitos egoístas serão vistos onde a aparência exterior contava apenas sobre um desejo de honrar a Deus e fazer o bem aos homens… Professores ambiciosos, hipócritas, podem agora ser admirados e exaltados pelos homens; mas Deus, que conhece os segredos do coração, descobrirá a cobertura enganosa, e os revelará como eles são. Todo hipócrita será desmascarado. — RH 01-01-1884, pp. 2.

Naquela hora solene e terrível a infidelidade do esposo será declarada para a esposa, e a infidelidade da esposa, para o esposo. Pais serão informados, pela primeira vez, qual foi o caráter real de seus filhos. — RH 27-03-1888, pp. 194.

O fruto de cada exação egoísta e arbitrária tornar-se-á claro, e os homens verão os resultados de seus feitos como Deus mesmo vê. — TM 224. (Ver também VE. 241-2).

Então os pecados serão confessados, e a confissão será pública (RH 16-12-1889, pp., 770). Muito tarde para beneficiar o malfeitor ou salvar outros da decepção, a confissão somente testificará que a condenação dos pecadores é justa. Mesmo “Satanás se curva e confessa a justiça de sua sentença”. (GC. 667). Isto, naturalmente, é o propósito primário de todo o processo de julgamento. Esta é a forma de Deus vindicar Seu próprio caráter e Seu governo. É o Seu método de convencer o universo de que Ele tem sido eminentemente honesto e justo em todos Seu procedimento para com os homens e anjos desde que o tempo começou.

A cena do julgamento terá lugar na presença de todos os mundos; pois neste julgamento o governo de deus será vindicado, e Sua lei será apresentada como “santa, justa, e boa”. Então cada caso será decidido, e a sentença será pronunciada sobre todos. O pecado então não parecerá atrativo, mas será visto em toda sua terrível magnitude. — 1 BC 986.

Este grandioso clímax de toda a história estava frequente na mente de Ellen White. Ela escreve:

Quando falando para congregações, está sempre diante de mim o julgamento final, o qual será realizado na presença do mundo, quanto à lei do governo de Deus será vindicada, Seu nome glorificado, Sua sabedoria reconhecida e confessada como justa por crentes e incrédulos. Este não é o julgamento de uma pessoa, nem de uma nação, mas de um mundo todo, composto de seres inteligentes, de todos os tipos, de todas as espécies. O julgamento será primeiro sobre os mortos, depois sobre os vivos, e então o universo inteiro será congregado para ouvir a sentença. Eu me sinto como se estivesse na presença de todo o universo do céu, levando minha mensagem para o tempo e para a eternidade. — Carta 109, 1898.

No dia do juízo final, toda alma perdida compreenderá a natureza de sua rejeição da verdade. A cruz será apresentada, e sua real significação será vista por todo espírito que foi cegado pela transgressão. Ante a visão de Calvário com Sua misteriosa Vítima, achar-se-ão condenados os pecados. Toda falsa desculpa será banida. A apostasia humana aparecerá em seu odioso caráter. Os homens verão o que foi sua escolha, Toda questão de verdade e de erro, na longa controvérsia, terá então sido esclarecida. No juízo do Universo, Deus ficará isento de culpa pela existência ou continuação do mal. Serão demostrados que os decretos divinos não são cúmplices do pecado. Não havia defeitos no governo de Deus, nenhum motivo de desafeto. Quando os pensamentos de todos os corações forem revelados, tanto os leais como os rebeldes se unirão em declarar: “Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos. Quem Te não temerá, Senhor, e não magnificará o Teu nome? Porque os Teus juízos são manifestos”. (Apocalipse 15: 3 e 4). — DTN. 48.

ELLEN G. WHITE ESTATE, WASHINGTON, D. C.
25 de fevereiro de 1980

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Juízo investigativo existe? A Bíblia comprova esse juízo?


Em Col. 1:23 é dito que o evangelho já foi pregado? Então, por que Jesus ainda não voltou?
Se eu profetizo algo na minha vida ou na vida de outra pessoa e isso não acontece sou um falso profeta?
Que rainha é essa citada em Jer. 7:18? Essa rainha do céu é Nossa Senhora?
A Igreja Adventista acredita no Paraíso aqui na terra, como os testemunhas de Jeová?
Quem era esposa de Caim?
Como me livrar dos prazeres do mundo?
Podemos nos ajoelhar perante uma cruz como símbolo de adoração?
O inferno existe?

sábado, 6 de outubro de 2012

Salmo 17- Juízo Investigativo


Alguma vez você já pediu a Deus que Ele o julgasse? A maioria das pessoas vai responder que não, porque a maioria de nós considera terrível o julgamento de Deus sobre os nossos atos, palavras e até pensamentos. Mas Davi orou ao Senhor para que Ele o julgasse até mesmo em seus mais íntimos sentimentos. Quem de nós faria isso?

O salmo vem de um possível contexto quando Davi estava sendo perseguido pelo ímpio rei Saul no deserto de Maon. Davi foi traído pelos zifeus que indicaram a Saul o seu paradeiro, e logo Davi e os seus companheiros se viram cercados por Saul e seus homens, com perigo de vida. Então, Saul foi notificado que os filisteus estavam invadindo a sua terra, e esse rei foi atrás deles, desistindo de perseguir a Davi.

Aquele lugar foi chamado de Pedra de Escape. (1Sm 23:19, 25-28). Muitas vezes somos protegidos por certas circunstâncias e nem consideramos que foi por providência divina.

Davi estava em grande perigo e pressão pela malícia de seus inimigos, e clama neste salmo dirigindo-se a Deus e é justamente isso o que devemos fazer em situações semelhantes. Temos muitos inimigos como Davi e temos muitas pressões e enfrentamos muitos perigos em nossa vida moderna; mas, também, da mesma forma que Davi temos o Deus que age tão prontamente como agia no passado, e pode nos socorrer a qualquer momento.
O conteúdo da oração é duplo:
(1) Oração por Vindicação: “Baixe de Tua presença o Julgamento a meu respeito” (v. 2a).
(2) Oração por Investigação: “Os Teus olhos vêem com equidade”. (v. 2b).

Estas petições são subsequentemente desenvolvidas através do salmo em sequência quiástica, ou seja, o salmo possui ideias contrastantes que repentinamente invertem a direção. Portanto, o esboço do Salmo 17 fica dessa maneira:

A. Oração por Vindicação (v. 2a)
     B. Oração por Investigação (2b)
     B'. Investigação (vs. 3-5)
A'. Vindicação (vs. 6-15).

Há 3 apelos no decurso do Salmo 17:
I – Um Apelo por Justiça (1-5)
II – Um Apelo por Misericórdia (6-12)
III – Um Apelo por Livramento (13-15)

I - Um Apelo por Justiça (vs. 1-5)

Davi apela para que Deus manifeste a Sua justiça. “Ouve, Senhor, a causa justa, atende ao meu clamor, dá ouvidos à minha oração, que procede de lábios não fraudulentos.” (v. 1) O salmista ora em primeiro lugar para que Deus ouça, atenda e dê ouvidos à sua história, a qual ele apresenta, com lábios livres de mentiras. Ele clama a Deus para que atenda à “causa justa”. A palavra original é “tsedeq”, que significa justiça. Ele está dizendo: “Ouve, Senhor, na justiça.” A frase poderia ser traduzida como “Ouve, Senhor de justiça.” A mesma palavra aparece no último verso, de modo que o salmo começa e termina com “justiça”. A ideia é que Deus o ouça, na Sua justiça, a sua causa que também é justa. Seu clamor é no sentido de receber sentença justa dAquele que sabe da sua inocência. Ele clama por vindicação e defesa.

E Davi está tão certo de que a sua causa é justa que ele chega a clamar para que Deus o julgue: “Baixe de Tua presença o julgamento a meu respeito” (v. 2). Isto não é comum; as pessoas em geral temem ser julgadas por Deus porque imaginam que o Seu julgamento seja terrível porque fatal. Ninguém quer enfrentar o Juízo divino. Alguns até ensinam que não haverá julgamento para os justos, de tão “terrível” que deve ser o Julgamento de Deus. Mas eles prometem como uma consolação que nenhum cristão passará pelo Juízo divino. Nenhuma investigação haverá para os justos.

Haveria algum fundamento bíblico para tal ensino? Eu tenho um vizinho que disse que existem muitas religiões porque há muitas traduções da Bíblia que favorecem diferentes interpretações. Eu lhe respondi que as traduções são diferentes, mas conservam a verdade do original. Entretanto, há um pouco de verdade no que disse o vizinho. Na tradução Atualizada de João 3:18, lemos estas palavras de Cristo: “Quem nEle crê não é julgado.” “E então?”, disse um crente para outro, “aqui diz que o cristão não será julgado!” Entretanto, o crente adventista, lê na sua versão mais antiga e diz: “Mas a minha Bíblia diz que ‘quem crê nEle não é condenado’ e isso é outra coisa. Condenação é o resultado de um juízo realizado, é a própria sentença dada. Os cristãos serão julgados, mas não condenados. Sua sentença será absolvição.”

De fato, esse problema de traduções existe, mas nós podemos aprender a pesquisar e comparar em outras versões quando estamos em dúvida com respeito a algum ponto da verdade. Veja como os tradutores da versão Atualizada vertem João 5:24: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.”

Certamente, esses tradutores não crêem na doutrina bíblica do Juízo Investigativo, e então, trocaram a palavra “condenado” como está na versão antiga, por “juízo”, mudando o significado. A palavra grega (krino) admite ambas traduções, mas o contexto deve indicar a tradução correta, que é a antiga: “quem ouve a minha palavra... não entrará em condenação.”

E esta é a verdade, confirmada em muitos lugares. Disse Paulo: “Importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” (1Co. 5:10). De fato, o Juízo será uma realidade tanto para crentes como para incrédulos, bons e maus, justos e injustos. 

Entretanto, ainda assim, muitos dirão que é duro ser julgado por Deus, porque o Seu Julgamento será temível e terrível e ninguém em sã consciência pediria tal coisa. Mas então, por que Davi pede que Deus o julgue? Por que Davi insiste em ser logo julgado pelo grande Juiz de todo o universo? Ele responde por quê: “os Teus olhos vêem com equidade.” (v.2) Com efeito, Davi quer ser julgado por Deus porque sabe que o Seu olhar onisciente vê a tudo com “equidade”. Isto significa justiça e imparcialidade. Se Deus é justo e sempre age com justiça, então, o Seu Julgamento não é terrível. Terrível é o julgamento dos homens, e é a esse que devemos temer, por ser injusto e parcial. 

Mas Davi continua dizendo: “Sondas-me o coração, de noite me visitas”. Esta é uma declaração de Davi a respeito de uma investigação do seu caso, de que Deus o sonda, examina o seu coração. Este é um juízo de investigação, um exemplo do que acontece no grande Juízo Investigativo, que se desenvolve nos últimos dias da história deste mundo. Deus sonda o seu coração, esquadrinha a sua alma, faz uma investigação do seu caso, a fim de poder sentenciar a sua culpa ou inocência. De fato, todo juízo tem 3 fases: (1) Investigação, (2) Sentença e (3) Execução. Davi declara que Deus investiga o seu caso, examina as suas ações, perscruta a sua alma.

Antes da vinda de Cristo, haverá um Juízo de Investigação. Todos os casos de pessoas que aceitaram a fé e fizeram profissão de seguir ao Salvador passam em revista. Na augusta presença de Deus nossa vida deve passar por exame. O grande Juiz de toda a Terra perscruta a vida de cada crente, esquadrinha cada coração. E cada um deve por sua vez fazer um profundo exame da sua vida, a fim de se preparar para esse solene tempo de Juízo Investigativo que agora ocorre no Céu, desde 1844. É tempo de profundo arrependimento de cada pecado, é tempo de santificação, é tempo de empregar sabiamente cada talento e de viver com o coração puro diante de Deus e dos homens. É tempo de sermos revestidos da justiça de Cristo, e de nada dispor para a carne no tocante às suas concupiscências (Rm 13:14).

Cristo ilustrou muito bem esta cena de investigação através de uma parábola, em que um rei festejava as bodas de seu filho e deu um grande banquete, chamando aos que aceitassem o seu convite dentre todos os tipos de pessoas. Mas havia uma condição: todos os participantes deveriam aceitar as vestes nupciais, e vesti-las durante a festa. Então, durante a cerimônia, o rei foi ver os convidados, foi fazer uma investigação de como os convidados estavam se portando e notou alguém que não tinha as vestes. Imediatamente, ele se dirigiu a esse homem que representa a classe de pessoas que desejam participar das bênçãos do evangelho, mas não aceita as vestes da justiça de Cristo em sua vida: “Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu. Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mt 22:12-13).

Mas o salmista Davi continua, dizendo: “Provas-me no fogo e iniqüidade nenhuma encontras em mim; a minha boca não transgride.” (v. 3). Alguém com certa razão diria: “Como pode Davi dizer tais palavras? Como poderia o Juiz eterno e onisciente não encontrar faltas e pecados em Davi?” Eu conheço outras palavras que procedem do humilde coração de Davi: “Não têm conta os males que me cercam; as minhas iniqüidades me alcançaram, tantas, que me impedem a vista; são mais numerosas que os cabelos de minha cabeça, e o coração me desfalece.” (Sl 40:12). Na primeira passagem, Davi diz que Deus não encontra pecado em sua vida; na segunda, ele diz que os seus pecados são incontáveis.

Como podemos harmonizar esta aparente contradição? As palavras do salmo que estudamos (17:3) estão corretas no contexto em que Davi estava vivendo naquela época, e apenas em relação às coisas de que os ímpios o acusavam. Saul e seus oficiais diziam que Davi estava se preparando para usurpar o trono do rei; que ele desejava matá-lo, que a sua ambição era ser rei de Israel, e logo que conseguisse esse objetivo, ele destruiria a todos os parentes do rei Saul. Tudo isso era falso. Davi não precisava se esforçar para ser o rei de Israel; Deus mesmo o ungiu, e o protegeu para que isso se cumprisse. Davi não falava com justiça própria; ele era inocente mesmo das coisas de que Saul o acusava.

Davi era sincero e estava consciente de sua própria inocência. Ele não era hipócrita. A sinceridade não teme nenhum escrutínio, não, nem mesmo o de Deus, de acordo com o concerto da graça. A onisciência de Deus é tanto a alegria do justo, como o terror dos hipócritas e é particularmente confortável para aqueles que são acusados falsamente.

Mas há outra aplicação para as palavras de Davi: ele falava profeticamente pelo Messias. Muitas vezes a Bíblia retrata a Davi falando pelo Messias, porque Davi era um tipo de Cristo. Os Salmos contém muitas mensagens cristocêntricas e messiânicas. Os livros proféticos têm muito a falar dEle, mas em Ezequiel, o Messias é chamado de Davi (Ez 34:23-24; 37:24-25). De fato, Cristo foi o Único que em sentido absoluto poderia dizer estas palavras do Salmo 17:3: “Sondas-me o coração, de noite me visitas, provas-me no fogo e iniqüidade nenhuma encontras em mim; a minha boca não transgride.”

Deus poderia sondar o coração de Cristo de dia e de noite, prová-lO no fogo da aflição e da tentação e nenhuma iniquidade, nenhum pecado encontraria nAquele que é a pureza por excelência. Disse Cristo certa vez aos líderes da nação judaica: “Quem dentre vós Me convence de pecado?” (Jo 8:46). De Satanás Ele pôde dizer: “Aí vem o príncipe do mundo, e ele nada tem em Mim.” (Jo 14:30). Ainda testifica o apóstolo Paulo: “Com efeito, nos convinha um Sumo Sacerdote como Este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus.” (Hb 7:26).

Mas Davi em sua experiência de profunda sinceridade e como um homem segundo o coração de Deus pôde nos ensinar como alcançar um relacionamento feliz e bem-aventurado: “pela Palavra dos Teus lábios, eu tenho me guardado dos caminhos do violento.” (v. 4). Mais tarde, ele confirma estas mesmas palavras em tom de admoestação aquilo que vivia na experiência: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a Tua Palavra.” A seguir, ele declara mais uma vez a sua experiência: “Guardo no coração as Tuas Palavras, para não pecar contra ti.” (Sl 119: 9,11). Ou seja, aquilo que eu aconselho é aquilo que eu faço. Faça o que eu digo, porque é isto o que eu faço.

Hoje vemos muitos cristãos vivendo uma vida de derrotismo, citando o capítulo 7 da epístola de Paulo aos Romanos, e dizendo: “É isso mesmo; eu sou como Paulo: o que eu não quero, isso faço. Eu não quero pecar, mas eu acabo pecando; eu nasci assim, e assim eu continuo. Ninguém pode se libertar de sua natureza pecaminosa! Nós somos assim mesmo!” Entretanto, isso é interpretar mal o ensino de Paulo que em Romanos 7 não está descrevendo a experiência de um cristão, mas de um legalista tentando se salvar com os seus próprios esforços, tentando guardar a lei sem Cristo. Mas Cristo disse: “Sem Mim, nada podeis fazer.” (Jo 15:5). 

Se você quer saber como é um cristão, deve ler em Rm 8. Se quer saber como foi a vida de Paulo, então, leia o livro de Atos e o testemunho de Cristo sobre ele em Atos 9:15-16. Pode também ler o testemunho do Diabo sobre o mesmo Paulo em Atos 19:15: “Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?”

Disse mais Davi ao falar de sua experiência com Deus: “Os meus passos se afizeram às Tuas veredas, os meus pés não resvalaram.” (v. 5). Davi estava dizendo: “Senhor, ouve a minha causa, pois é justa; eu sou inocente de todas as coisas de que me acusam os meus inimigos!” Ele apelava para que Deus o julgasse segundo a justiça que ele praticara em pensamentos, palavras e atos com referência aqueles homens que o acusavam de coisas que nem mesmo lhe passaram pelo pensamento, pois andava em sinceridade diante de Deus e dos homens.

De igual maneira, Paulo se defendia diante dos judeus que o acusavam e o apedrejaram e o açoitaram pelo poder romano, e ainda assim pôde dizer: “Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial.” (Atos 26:19). E disse também aos cristãos coríntios no decurso de sua vida: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” (1Co 11:1).

As palavras do salmista no v. 5, declarando a sua fidelidade e integridade, podem ser lidas como uma prece: “Senhor, dirige os meus passos nos Teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem.” (Versão Corrigida). É perigoso permitir que uma característica infiel viva no coração. Um pecado acariciado pouco a pouco aviltará o caráter, levando todas as suas faculdades mais nobres em sujeição ao desejo maligno. A remoção de uma única salvaguarda da consciência, a condescendência com um mau hábito sequer, o descuido das elevadas exigências do dever, derribam as defesas da alma, e abrem o caminho para entrar Satanás e transviar-nos. O único meio seguro é fazer nossas orações subirem diariamente, de um coração sincero, e piedoso, deste modo: “Senhor, dirige os meus passos nos Teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem.” 

II - Um Apelo por Misericórdia (vs. 6-12)

Davi continua invocando a Deus porque tem certeza de que Deus há de ouvir as suas súplicas. Em sua angústia, ele clama: “Inclina-me os ouvidos e acode às minhas palavras.” (v. 6). A linguagem do salmista demonstra que ele não confiava em sua justiça própria, mas na vindicação e justiça de Deus, embora estivesse consciente de sua completa inocência das acusações dos perversos dentre os líderes de Israel que o perseguiam. 

Davi apela para que Deus mostre a Sua misericórdia. Ele disse no v. 7: “Mostra as maravilhas da Tua bondade, ó Salvador...” A misericórdia divina se manifesta em Sua bondade. Mas essa bondade tem múltiplas maravilhas. A primeira e grande maravilha da bondade e misericórdia de Deus é que Ele é Salvador. Não podemos senão enaltecer a maravilha de termos um Salvador quando estávamos completamente perdidos, condenados, sem nenhuma perspectiva de salvação, inteiramente entregues aos nossos inimigos, homens e demônios.

A segunda maravilha da bondade divina, mencionada no salmo, é que Deus nos considera como tendo um valor imenso: somos como a “menina dos olhos” de Deus (v. 8). Muitos têm uma auto-estima muito baixa de si mesmos por algumas razões. Mas Deus nos considera como possuindo um valor incalculável: o nosso valor é tão grande que Ele foi capaz de dar o Seu único Filho para morrer em nosso lugar, pagando o preço de nossa redenção na Cruz, um preço infinito que só a eternidade revelará ao universo. Assim, somos guardados de dia e de noite por Aquele que não dorme, mas revela o Seu cuidado paternal.

A outra maravilha da bondade de Deus é revelada na oração de Davi que ele continua apresentando: “Esconde-me à sombra das Tuas asas” (v. 8). Podemos lembrar as palavras de Cristo quando estava contemplando a Jerusalém do monte e chorando por ela: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mt 23:37).

Muitas vezes condenamos aos judeus por seu desprezo do Senhor Jesus Cristo, que manifestava as maravilhas de Sua bondade em inúmeros exemplos, e por fim, desejava recolhê-los sob as Suas asas, em uma profunda manifestação de amor. Mas nós também somos ingratos em muitas ocasiões. Entretanto, assim se revela a Sua misericórdia, e a Sua bondade nos esconde debaixo de Seu cuidado e proteção, e ainda nos defende das acusações de Satanás. 

Mas, embora Deus seja misericordioso e manifeste constantemente a Sua bondade, os homens são maus, ímpios e rebeldes. Davi dá uma descrição do caráter dos seus perseguidores: eles eram perversos, opressores, inimigos que o assediavam de morte. Ele fala desses homens nestes termos: “Insensíveis, cerram o coração, falam com lábios insolentes; andam agora cercando os nossos passos e fixam em nós os olhos para nos deitar por terra.” (v. 9-11). Não estamos falando só de história passada, porque estas coisas se repetem em nosso tempo, e se multiplicam nestes últimos dias da história deste mundo tenebroso.

“1: Nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis,
2: pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes,
3: desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem,
4: traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus,
5: tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder.” (2Tm 3:1-5).

Muitas dessas palavras poderiam se aplicar a Jean Jacques Rouseau. Quando jovem ele viveu na cidade de Turim, na casa de uma mulher de Verecelli. Em suas confissões ele escreveu: "Desta casa levo comigo um terrível fardo de culpa que depois de 40 anos ainda está indelével em minha consciência, e quanto mais velho fico, mais pesado é o fardo de minha alma''.

Ele havia roubado um objeto de valor da dona da casa. Posteriormente, quando a perda foi descoberta, lançou a culpa sobre a servente da casa, que, como resultado, perdeu o ganha-pão e a dignidade. Ele continua: "Acusei-a como ladra, lançando assim uma jovem honesta e nobre na vergonha e na miséria. Ela me disse então: 'O senhor lançou a desgraça sobre mim, mas eu não desejo estar no seu lugar'. A lembrança freqüente disto dá-me noites de insônia, como se fosse ontem que tal fato aconteceu. É certo que algumas vezes minha consciência esteve adormecida, mas agora ela me atormenta como nunca dantes. Este fardo está mais pesado agora sobre o meu coração; sua lembrança não morre. Tenho que fazer uma confissão."

Muitas pessoas lançam acusações injustas e mentirosas contra outros, estão arruinando a vida de outros, perseguindo, acusando falsamente, inventando mentiras, exagerando circunstâncias, e sendo intolerantes. Eles não medem as trágicas consequências tanto para os culpados quanto para os inocentes. Essas pobres vítimas em sua angústia podem clamar ao Deus de Davi e suplicar pela vindicação de sua causa. E, como resultado, os seus opressores podem vir a sofrer sob a ira de Deus que não abandona os seus filhos oprimidos porque alguém tocou na “menina dos Seus olhos”. 

Porém, atrás de tudo isso se encontra um inimigo mais terrível, sobre o qual poucos se preocupam. Davi comparou os seus inimigos aos leões: “Parecem-se com o leão, ávido por sua presa, ou o leãozinho, que espreita de emboscada.” (V. 12). Disse o apóstolo Pedro: “Sede sóbrios e vigilantes. O Diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.” (1Pe 5:8-9). Não admira que o salmista apelasse à misericórdia e bondade de Deus! Somente por Sua bondade somos guardados e protegidos, e o maligno, que tão prontamente deseja nos destruir, fugirá desconcertado e vencido.

III - Um Apelo por Livramento (vs. 13-15)

Davi apela para que Deus execute a Sua justiça, livrando a sua alma ameaçada pelos mais ferozes inimigos

“13: Levanta-te, Senhor, defronta-os, arrasa-os; livra do ímpio a minha alma com a Tua espada,
14: com a Tua mão, Senhor, dos homens mundanos, cujo quinhão é desta vida e cujo ventre Tu enches dos Teus tesouros” (vs. 13-14).

Muitos cristãos ficam perplexos diante de tais palavras de imprecação e maldição contra os ímpios. Não podem compreender: “Como pode Davi orar para que Deus arrase e destrua a esses homens? Não sabia que era o seu dever amar os seus inimigos?” Há uns 10 salmos imprecatórios, salmos que invocam a maldição de Deus contra os inimigos do salmista. Entretanto, Davi estava promovendo a glória de Deus ao buscar a sua libertação e a de seu povo Israel. O governo desses ímpios oprimia a esse povo, e perseguia ao futuro rei Davi. Portanto, ele pede a libertação de Jeová, a Sua pronta ação defrontando e destruindo a esses perseguidores, cujos pecados e impiedades já ultrapassavam os limites da paciência humana. Portanto, esta oração era da vontade de Deus e foi inspirada por Ele.

E ademais, como eram esses homens? Davi já havia definido o caráter deles como perversos, opressores, inimigos de morte (v. 9-11). Agora, ele acrescenta a base de sua impiedade, dizendo que eram “homens mundanos, cujo quinhão é desta vida, e cujo ventre” está cheio dos tesouros de Deus (v. 14). Isso nos remete às palavras do apóstolo Paulo, que disse: “Observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.” (Fl 3:17-19). 

Aqui temos a definição do que significa ser ímpio: Ímpio é aquele que só se preocupa com as coisas deste mundo, com as comidas e bebidas do mundo, com as modas do mundo e com as glórias do mundo. Não admira que “o destino deles é a perdição.” “São inimigos da cruz de Cristo” e só se satisfazem com as coisas mundanas. Esta era a tendência de Sodoma: “Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma - soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado.” (Ez 16:49). Eles só se satisfaziam com as coisas mundanas.

Entretanto, o salmista Davi se satisfazia com algo muito mais nobre, e assim também todos os cristãos: “Eu, porém, na justiça, contemplarei a Tua face; quando acordar, eu me satisfarei com a Tua semelhança.” (v. 15). O que significa a expressão “na justiça”? Davi confia em Deus e na Sua justiça. Portanto, é baseado “na justiça” de Deus que ele tem a convicção de contemplar a Sua face. Não podemos ser baseados em nossa justiça própria; nossa única esperança é a justiça de Cristo, segundo a qual nós O veremos em glória e majestade, depois de ver a Sua libertação de todos os nossos inimigos. Então, contemplaremos a Sua face, como a face do nosso Deus eterno.

Mas, quando será isso? Disse Davi: “Quando acordar, eu me satisfarei com a Tua semelhança.” (v. 15). Para Davi essa esperança estava muito mais distante do que para nós. Mas, se ele fala de acordar de seu “sono da morte” (Sl 13:3), ele fala da ressurreição que acontecerá na segunda vinda de nosso Salvador Jesus Cristo. Qual era a esperança de Davi nesse tempo? Disse ele: “Eu me satisfarei com a Tua semelhança.” Enquanto os seus inimigos se satisfaziam com as coisas mundanas, Davi se satisfazia na contemplação do Senhor eterno.

O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, e só pode se satisfazer na contemplação do seu Criador. Mas o pecado deslustrou esse brilho de glória. Então, veio o nosso Salvador para nos redimir e nos resgatar, derramando o Seu sangue na Cruz do Calvário, a fim de que novamente tivéssemos a Sua semelhança, e nos satisfizéssemos com a glória de Deus nEle e em nós refletida.

Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro.” (1Jo 3:2-3).

Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Apocalipse (O Fim Revelado) 14 - O Juízo

quinta-feira, 10 de maio de 2012

De pecador culpado a santo perdoado



Não havia impressões digitais. Nenhuma arma foi descoberta. Ninguém viu o assassino entrar no consultório do médico. Ninguém nem mesmo ouviu os tiros sendo disparados. Mas o médico foi encontrado esticado no chão atrás de sua escrivaninha. Cinco balas haviam lhe furado o peito.
Isso parecia um crime perfeito. A polícia, a princípio, não conseguiu encontrar nenhuma pista. Mas então, percebeu-se um pequeno fio preso a um porta-lápis em cima da escrivaninha. O fio levava a um toca-fitas que se encontrava dentro de uma gaveta da escrivaninha. Foi descoberto que o porta-lápis em realidade ocultava um microfone que o médico usava para gravar suas conversas com os pacientes durante as sessões de aconselhamento.
Os investigadores rapidamente rebobinaram a fita e, para surpresa geral, começaram a ouvir uma repetição do crime. Um homem de nome Antônio entrara no escritório e começara uma acalorada discussão com o médico. Tiros foram disparados. A fita terminava com os terríveis gemidos do médico morto no carpete.
Cada detalhe macabro havia sido gravado. O assassino pensou que seu crime permaneceria para sempre em segredo. Ele tinha sido cuidadoso para não deixar pistas. Mas a fita contou toda a história.
Nessa lição, iremos aprender sobre o julgamento final de Deus, quando todos os seres humanos serão “julgados de acordo com o que” têm feito (Apocalipse 20:12). Para aqueles que não aceitaram a Cristo como seu Salvador, essas serão notícias péssimas. Mas o julgamento é uma notícia maravilhosa para aqueles que encontraram segurança em Cristo.
1. COMO VOCÊ PODE ENFRENTAR O JULGAMENTO SEM TEMOR
Quem julgará o mundo?
“O Pai a ninguém julga, mas confiou todo o julgamento ao Filho”. João 5:22 (A não ser quando indicado, todos os textos bíblicos da série DESCOBERTAS BÍBLICAS são da Nova Versão Internacional da Bíblia [NVI].).
Como a cruz preparou Cristo para se tornar o nosso Juiz?
“Deus O [a Jesus] ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça… a fim de ser JUSTO E JUSTIFICADOR daquele que tem fé em Jesus”. Romanos 3:25, 26
A morte de Cristo em nosso favor O capacita para agir tanto como justo Juiz quanto como um gracioso Justificador, que pode perdoar o pecador arrependido. Quando a audiência do universo faz a pergunta: “Como um juiz imparcial pode declarar que uma pessoa culpada é inocente?” Cristo responde apontando para as cicatrizes de Suas mãos. Ele já pagou o preço justo por nossos pecados em Seu próprio corpo.
Os livros do céu preservam um registro de cada vida individual, e esses registros são utilizados no julgamento (Apocalipse 20:12). Isso é notícia ruim para aqueles que imaginam que seus pecados e crimes secretos nunca serão revelados. Mas há notícias maravilhosas para aqueles que aceitaram sinceramente a Cristo como seu Advogado no céu: “O sangue de Jesus… nos purifica de todo pecado” (I João 1:7).
O que Jesus oferece em troca de nossa vida de pecado?
“Deus tornou pecado por nós Aquele [Cristo] que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus”. II Coríntios 5:21
Nossa vida de pecado é trocada pela vida perfeita de justiça de Cristo. Por causa da vida sem pecados e da morte de Jesus, Deus pode nos perdoar e nos tratar como se nunca tivéssemos pecado.
O que qualifica Jesus para ser nosso Advogado e Juiz?
2. CRISTO VEIO NO TEMPO CERTO
No Seu batismo, Jesus foi ungido pelo Espírito Santo:
“Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre Ele. Então uma voz dos céus disse: ‘Este é o meu Filho amado, em quem me agrado’”. Mateus 3:16, 17
Após a unção de Cristo pelo Espírito Santo em Seu batismo, os discípulos anunciaram:
“Achamos o Messias”. João 1:41
Os discípulos sabiam que a palavra hebraica para “Messias” e a palavra grega para “Cristo” ambas significavam “o Ungido”.
Lucas, um discípulo de Jesus, registrou a data da unção de Jesus como o Messias: o décimo quinto ano de Tibério César (Lucas 3:1). Para nós, isso seria o ano 27 AD.
Mais de 500 anos antes da vinda de Jesus, o profeta Daniel predisse que Jesus seria ungido como Messias no ano 27 AD:
“A partir da promulgação do decreto que manda restaurar e reconstruir Jerusalém até que o Ungido… venha, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas”. Daniel 9:25
Sete semanas e sessenta e duas semanas perfazem um total de sessenta e nove semanas ou 483 dias (7 x 69 = 483 dias). Na profecia bíblica, o simbolismo de um dia equivale a um ano (Ezequiel 4:6; Números 14:34). Logo, os 483 dias são iguais a 483 anos. Daniel predisse que um decreto seria promulgado para restaurar e reconstruir Jerusalém, exatamente 483 anos depois desse decreto, o Messias apareceria.
Será que Jesus apareceu como Messias no tempo predito? Artaxerxes promulgou o decreto para reconstruir Jerusalém em 457 AC (Esdras 7:7-26). Os 483 dias, então, terminaram no ano 27 AD (457 AC + 27 AD = 484. O decreto foi promulgado durante o ano 457 e Cristo foi ungido durante o ano 27 AD, fazendo com que ambos sejam contados parcialmente, por isso o tempo correto seria 483 anos).
No tempo exato que havia sido predito, no ano 27 AD, Jesus apareceu com a mensagem: “O tempo é chegado”. A precisão do cumprimento dessa profecia bíblica é uma confirmação impressionante que Jesus de Nazaré verdadeiramente é o Messias, o Deus encarnado em forma humana.
Por quanto tempo Jesus confirmaria a promessa?
“Com muitos Ele fará uma aliança [promessa] que durará uma semana”. Daniel 9:27, primeira parte.
Quando aplicamos o princípio dia-ano, essa semana seria de sete anos. Por isso, por sete anos, de 27 a 34 AD, Jesus faria “uma aliança” ou promessa. Ele tinha feito essa promessa a Adão e Eva pouco depois de terem pecado. Deus fez uma aliança, uma promessa, que Ele salvaria a raça humana do pecado através da morte de Alguém que seria enviado para morrer por nossos pecados (Gênesis 3:15).
O que deveria acontecer no meio da sétima semana?
“No meio da semana Ele dará fim ao sacrifício e à oferta”. Daniel 9:27, última parte.
Jesus foi crucificado em 31 AD, no “meio da semana”. No momento da morte de Cristo, Deus rasgou “o véu do templo… de alto a baixo”. (Mateus 27:51). A oferta sacrifical que estava próxima de ser sacrificada (um símbolo de Jesus, “o Cordeiro de Deus”) escapou das mãos do sacerdote. Esse era um sinal de que Deus não desejava mais que a humanidade oferecesse sacrifícios de animais. Ao cumprir a profecia ao pé da letra, Jesus pôs um fim na necessidade de outros sacrifícios serem oferecidos. Desde a morte de Cristo, as pessoas ganharam acesso a Deus não através de sacrifícios animais e sacerdotes humanos, mas através do Messias, o Cordeiro de Deus e nosso Sumo Sacerdote.
3. A CERTEZA DO PERDÃO DOS PECADOS
De acordo com a profecia de Daniel, por que Jesus morreu?
“O Líder de Deus [o Ungido] será morto injustamente”. Daniel 9:26, Versão Nova Tradução na Linguagem de Hoje.
Em Sua morte na cruz, Jesus foi morto injustamente. Ele morreu não para pagar o preço do Seu próprio pecado, mas para pagar o preço dos pecados do mundo inteiro.
Como podemos saber que todos os nossos pecados são perdoados por Deus?
“Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem… TODOS PECARAM… [e são] JUSTIFICADOS gratuitamente POR SUA GRAÇA, por meio da redenção que há em Cristo Jesus… MEDIANTE A FÉ, PELO SEU SANGUE”. Romanos 3:22-25
Os pontos chaves nesses versos são: “Todos pecaram” mas por causa da “graça” de Deus, todos são “justificados”, mediante a “fé” no poder purificador do “sangue” de Cristo. Quando somos justificados, Deus nos declara inocentes, eliminando a culpa de nossos pecados passados. E Deus nos declara justos; “justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo”.
Todos nós que estamos exaustos pela busca de sermos suficientemente bons, a fim de nos elevarmos a nós mesmos, podemos encontrar descanso real na aceitação graciosa de Cristo. Ele promete: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mateus 11:28). Todos nós que estamos sobrecarregados pelas cicatrizes do passado e pelas dores de um sentimento de inadequação e vergonha podemos encontrar paz e completude em Cristo.
4. O COMEÇO DO TEMPO DE JULGAMENTO
No oitavo capítulo de Daniel, um anjo mostrou ao profeta um grande panorama do futuro. Daniel viu (1) um carneiro, (2) um bode, e (3) saindo de um dos chifres do bode, “um pequeno chifre que logo cresceu em poder” (Daniel 9:8, 9); símbolos representando (1) Medo-Pérsia, (2) Grécia, e (3) Roma (Daniel 8:1-12, 20-26).
Qual é a quarta parte da profecia?
“‘Quanto tempo durarão os acontecimentos anunciados por esta visão? Até quando será suprimido o sacrifício diário…?’ Ele me disse: ‘Isso tudo levará duas mil e trezentas tardes e manhãs [em Hebraico, dias]; então o santuário será reconsagrado [purificado]‘”. Daniel 8:13, 14
Daniel desmaiou antes que o anjo pudesse explicar a parte da profecia sobre os 2.300 dias, e o oitavo capítulo termina sem a interpretação da mesma. Porém, mais tarde, o anjo reapareceu e disse:
“Preste atenção à mensagem para entender a visão: Setenta semanas estão decretadas [em Hebraico, separadas] para o seu povo e sua santa cidade a fim de acabar com a transgressão, dar fim ao pecado, expiar as culpas”. Daniel 9:22
Os 2.300 dias, claro, são 2.300 anos, cada dia representando um ano (Ezequiel 4:6). Setenta semanas, ou 490 anos, constituiu a primeira parte do período de 2.300 anos. Ambos os períodos começaram no ano 457 AC, quando a Pérsia promulgou o decreto “para restaurar e reconstruir Jerusalém”. Subtraindo 490 anos dos 2.300 anos, sobram 1810. Somando 1810 anos a 34 DC, que foi a data que terminaram os 490 anos, isso nos leva a 1844 AD.
5. O SANTUÁRIO CELESTIAL PURIFICADO – UM JULGAMENTO
O anjo disse a Daniel em 1844, no final dos 2.300 dias, “o santuário será purificado” (Daniel 8:14, Almeida Revista e Atualizada, 2a edição). Mas o que isso significa? Desde o ano 70 AD, quando os romanos destruíram o templo em Jerusalém, o povo de Deus não tem um templo na terra. Por isso, o santuário a ser purificado, começando em 1844, teria que ser o santuário celestial do qual o santuário terrestre era uma réplica.
Como descobrimos na Lição 12, a atividade de Cristo por nós no santuário tem duas fases: (1) Os sacrifícios diários concentravam-se no ministério do sacerdote no primeiro compartimento do santuário, o Lugar Santo. (2) O sacrifício anual concentrava-se no ministério do Sumo Sacerdote no segundo compartimento, o Lugar Santíssimo (Levítico 16).
No santuário terrestre, quando as pessoas confessavam seus pecados a cada dia, o sangue dos animais mortos era aspergido nas pontas do altar, e então transferido para o Lugar Santo (Levítico 4 e 6). Assim, simbolicamente, dia após dia, os pecados confessados eram trazidos para o santuário e depositados ali.
Então, uma vez por ano, no Dia da Expiação, o santuário era purificado de todos os pecados confessados durante o ano que tinha passado (Levítico 16). Para efetuar essa purificação, o Sumo Sacerdote fazia um sacrifício especial de um bode consagrado. Ele então levava o sangue do bode para o Lugar Santíssimo e aspergia esse sangue de purificação diante da tampa da arca, para mostrar que o sangue de Jesus, o Redentor vindouro, pagaria o preço pelos pecados. O Sumo Sacerdote então, simbolicamente, removia os pecados confessados do santuário e os transferia para outro bode, que era levado para fora do acampamento, para morrer no deserto (Levítico 16:20-22).
Essa cerimônia anual do Dia da Expiação purificava o santuário do pecado. O povo considerava esse dia como um dia de julgamento, pois aqueles que se recusassem a confessar seus pecados eram considerados pecadores e eram eliminados do povo de Deus. (23:29).
O que o sumo sacerdote simbolicamente fazia uma vez por ano, Jesus fará de uma vez por todas como nosso Sumo Sacerdote (Hebreus 9:6-12). No grande dia do julgamento, Ele removerá do santuário os pecados confessados de todos os que O aceitaram como Salvador. Se tivermos confessado nossos pecados, Ele irá apagar para sempre os registros dos nossos pecados naquele dia (Atos 3:19). Esse ministério é o trabalho de julgar que Jesus deu início em 1844.
Em 1844 quando a hora do julgamento de Deus começou no céu, uma mensagem sobre essa hora do julgamento começou a ser pregada pelo mundo (Apocalipse 14:6, 7). Uma lição futura das DESCOBERTAS BÍBLICAS tratará dessa mensagem.
6. ENFRENTANDO O REGISTRO DA SUA VIDA NO JULGAMENTO
Desde 1844, Cristo, como Juiz, tem estado verificando os registros da vida de cada pessoa que já viveu nessa terra, para confirmar quem será salvo quando Jesus vier. Como nosso Juiz, Jesus cancelará todos os pecados dos juntos dos registros celestiais (Atos 3:19).
Quando nosso nome aparecer no julgamento, será fácil enfrentar o registro de sua vida, caso você tenha aceitado Cristo como seu Substituto. Quando o julgamento dos justos tiver terminado, Jesus voltará para recompensá-los (Apocalipse 22:12, 14).
Está você pronto para a volta de Jesus? Ou ainda há alguma coisa que você tem mantido em segredo dEle? Busque ter um relacionamento pessoal e honesto com Aquele que promete:
“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”. I João 1:9
Confissão simplesmente significa concordar em enfrentar nossos pecados, aceitar o perdão de Deus, e reconhecer nossa necessidade de Seu poder e graça.
Enquanto estava visitando a prisão de Potsdam, o Rei Frederico William I ouviu um grande número de pedidos de perdão. Todos os prisioneiros juravam que juízes preconceituosos, testemunhas falsas, ou advogados inescrupulosos eram responsáveis por seus aprisionamentos. Indo de cela em cela, o rei ouvia a mesma história de inocência.
Mas, numa cela, um prisioneiro não disse nada. Com surpresa, Frederico brincou: “Eu suponho que você também é inocente”.
“Não, Majestade”, o homem respondeu. “Eu sou culpado e mereço totalmente tudo o que acontecer comigo”.
O rei virou-se para o guarda e falou em voz alta: “Rápido, libertem esse malandro imediatamente, antes que ele corrompa esse grande número de cavalheiros inocentes que aqui estão”.
Como você está se preparando para o julgamento? Como estamos nos preparando para a vinda de Cristo? Você só precisa de uma confissão honesta da verdade: “Eu mereço totalmente a penalidade da morte pelos meus pecados, mas Outro tomou meu lugar e me deu um perdão maravilhoso”.
Faça um compromisso agora mesmo de que independente do que aconteça a você seu relacionamento com Cristo há de ser honesto e sincero, e proveniente do fundo do seu coração.
Lição 13. Copyright © 2004 The Voice of Prophecy Radio Broadcast
Los Angeles, California, U.S.A.

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