Infelizmente, tem sido cada vez mais comum encontrarmos pessoas defendendo dogmas e interpretações equivocadas da Bíblia, com base unicamente em sua própria "elucidação" do texto Sagrado (cf. 2Ped. 1:20).
No meio Adventista, especialmente devido ao constante e importantíssimo incentivo que se dá para que todos estudem a Bíblia com dedicação, e procurem conhecer a fundo os temas que envolvem nossa fé, parece que esta tendência do "achismo" é ainda mais forte que em outras denominações, menos interessadas em um estudo mais acurado das Escrituras.
Lembro-me que há alguns anos surgiu aqui no Brasil um desses "achólogos", dizendo que havia "descoberto", através dos seus cálculos escatológicos, o dia da saída do decreto dominical, bem como a data exata do fechamento da porta da graça (clique aqui). Segundo ele, nós estamos vivendo no período em que a "porta" está fechada! E agora?!
No meio Adventista, especialmente devido ao constante e importantíssimo incentivo que se dá para que todos estudem a Bíblia com dedicação, e procurem conhecer a fundo os temas que envolvem nossa fé, parece que esta tendência do "achismo" é ainda mais forte que em outras denominações, menos interessadas em um estudo mais acurado das Escrituras.
Lembro-me que há alguns anos surgiu aqui no Brasil um desses "achólogos", dizendo que havia "descoberto", através dos seus cálculos escatológicos, o dia da saída do decreto dominical, bem como a data exata do fechamento da porta da graça (clique aqui). Segundo ele, nós estamos vivendo no período em que a "porta" está fechada! E agora?!
Creio que nem sempre este tipo de "descoberta" parte de uma intenção espúria (ganhar dinheiro fácil vendendo livros tendenciosos, por exemplo). Talvez alguns sejam sinceros em sua maneira de estudar a Bíblia, e acabam fazendo suas próprias interpretações, sem levarem em conta todo o contexto no qual as passagens estão inseridas.
Vejamos alguns destes "achismos" bem comuns...
1. "A igreja de hoje segue o modelo do templo de Israel. Portanto, o local onde fica o púlpito deve ser considerado como o Santíssimo, simbolicamente".
Esta afirmação não tem nenhum respaldo bíblico, nem no Espírito de Profecia. Apesar de sabermos do grande zelo que devemos ter para com o local de onde a Palavra de Deus é pregada nos cultos, não podemos ensinar algo que a própria Palavra não confirma.
Já soube de anciãos e diáconos bastante "zelosos", que chegam ao cúmulo do absurdo de perguntarem se alguma irmã que irá subir à plataforma está no seu período menstrual, pois, para estes de mente frágil, elas estariam impuras durante este período. Parece grotesco, mas acontece!
Depois que Jesus entregou-Se na Cruz, o simbolismo que havia no Santuário perdeu seu sentido (cf. Mat. 27:51). As igrejas atuais estão mais para "sinagogas" do que para o Templo, pois elas servem para ensinar a Palavra de Deus e fazer adoração a Ele, sem, contudo, envolver qualquer tipo de "sacrifício expiatório", nos moldes que eram feitos no Antigo Testamento.
Portanto, dizer que o local da mesa da Escola Sabatina é o Lugar Santo, e que o púlpito representa o Santíssimo, pode até parecer bonito e interessante para ilustrar um sermão sobre reverência... mas não tem base bíblica.
2. "Os remanescentes mencionados em Apoc. 12:17 não representam a IASD como um todo, mas apenas os 'fiéis' que existem dentro dela e que são, por isso, perseguidos".
Ouvi esta declaração, pela primeira vez, dos lábios de um irmão que estava enveredando pelo caminho da dissidência e do separatismo. Como sempre, para esconder seus reais motivos (administrativos e puramente pessoais, na esmagadora maioria das vezes), estas pessoas procuram se amparar em alguma interpretação particular e equivocada do texto bíblico. Esta é uma maneira, talvez até inconsciente, de afirmarem que estão deixando a Igreja Adventista porque não crêem mais em sua doutrina. O irmão que mencionei dizia que o dragão está "irado" contra a Igreja Adventista, mas só está "fazendo guerra" contra os fiéis que estão dentro dela (em cujo grupo ele se enquadrava, é claro!).
Os que "incorporam" este espírito de dissidência e revolta, como os antitrinitarianos dos dias atuais, procuram sempre algum "gancho" em que firmem suas "novas concepções teológico-doutrinárias". Porém, no fundo, todos sabemos que tudo não passa de mágoa, ressentimento, ódio, etc., por algum pastor ou administrador. Estas pessoas não percebem que, fazendo desta forma, começam uma "corrente herética" que vai cada vez se alargando mais. Começam questionando a interpretação conservadora do verso bíblico (como Apoc. 12:17, por exemplo), depois já iniciam um questionamento do Espírito de Profecia (pois este sempre é usado por Deus para confirmar Sua Palavra), em seguida já não acreditam mais na devolução dos dízimos e ofertas, e por ai vai...
Quando menos se dão conta, estão fora da Igreja, longe de Deus e, consequentemente, da salvação. E o pior, ainda levam suas esposas, filhos e "irmãos" com eles! Conheço congregações inteiras que já sofreram por isso (clique)! É tudo que o inimigo quer...
3. "Assim como os incircuncisos não podiam participar da Páscoa israelita no AT (cf. Êxo. 12:43-48), também os não-batizados devem ser orientados a não participarem da Santa Ceia de nossos dias".
Eu já havia ouvido algo assim antes, e certa vez recebi um e-mail de um dedicado e sincero irmão que cria da mesma forma.
Qual o problema com esta interpretação? Exatamente o que eu venho dizendo deste o início desta postagem: se a Bíblia não faz uma relação entre fatos e símbolos, nós não temos autoridade para fazê-lo por nós mesmos.
Dizer que o "incircunciso" do passado é o mesmo que o "não-batizado" do presente, é ir além do que a Palavra de Deus ensina. Aliás, ela é bem clara em dizer que na Nova Aliança não existe esta separação entre "judeu" e "gentio", ou seja, na nova dispensação, Deus vê a todos com as "lentes" da Sua infinita e abarcante graça (cf. Rom. 10:12). Aleluia!
Com relação a este tema, ainda temos o "agravante" de que o Espírito de Profecia orienta claramente que, na cerimônia, "podem entrar pessoas que não são, no íntimo, servos da verdade e da santidade, mas que desejem tomar parte no serviço [da Ceia]. Não devem ser proibidas" (Desejado de Todas as Nações, pág. 656).
4. "Ellen White diz que igrejas adventistas inteiras se perderão juntamente com seus pastores".
Esta é mais uma daquelas declarações que ouvimos com muita frequência, até do púlpito (pasmem!), mas que não possuem nenhuma base de verdade, ou seja, em nenhum livro de Ellen White encontramos esta afirmação tão "fatídica".
No site do Centro White no Brasil podemos encontrar outras declarações falsamente atribuídas a Ellen White (clique aqui).
5. "Jesus voltará através da Constelação do Órion".
Quem é Desbravador já deve ter ouvido muito esta declaração, atribuída aos escritos de Ellen White. Em quase toda aula sobre "estrelas", alguém sempre aparece com esta "pérola".
Porém, se nos determos APENAS ao que está escrito, não podemos afirmar que Jesus voltará pela 2ª vez através deste "espaço" celeste. Segundo o livro Primeiros Escritos, na pág. 41, o que podemos ter certeza é que "a cidade santa descerá" pelo espaço aberto em Órion.
De acordo com o que cremos sobre a volta de Jesus, a cidade santa (a Nova Jerusalém de Apoc.) só descerá APÓS o milênio (cf. Apoc. 21:1-5). O que passar disso, é mero "achismo" ou especulação, sem respaldo sólido na Palavra. Interessante para motivar os Desbravadores a estudarem sobre estrelas, e olharem para o Órion com admiração... mas sem um claro "Assim diz o Senhor".
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Existem dezenas de outras afirmações que, ao meu ver, estão mais amparadas no "eu acho" do que no "está escrito". O que quero levar à reflexão aqui é o fato de que só devemos fazer afirmações categóricas, em especial nos estudos bíblicos, sermões, seminários, etc., se tivermos PLENA CERTEZA do que estamos afirmando, ou seja, se temos como mostrar a origem, a fonte, o versículo, a página, na Bíblia e/ou no Espírito de Profecia.
Vejamos alguns destes "achismos" bem comuns...
1. "A igreja de hoje segue o modelo do templo de Israel. Portanto, o local onde fica o púlpito deve ser considerado como o Santíssimo, simbolicamente".
Esta afirmação não tem nenhum respaldo bíblico, nem no Espírito de Profecia. Apesar de sabermos do grande zelo que devemos ter para com o local de onde a Palavra de Deus é pregada nos cultos, não podemos ensinar algo que a própria Palavra não confirma.
Já soube de anciãos e diáconos bastante "zelosos", que chegam ao cúmulo do absurdo de perguntarem se alguma irmã que irá subir à plataforma está no seu período menstrual, pois, para estes de mente frágil, elas estariam impuras durante este período. Parece grotesco, mas acontece!
Depois que Jesus entregou-Se na Cruz, o simbolismo que havia no Santuário perdeu seu sentido (cf. Mat. 27:51). As igrejas atuais estão mais para "sinagogas" do que para o Templo, pois elas servem para ensinar a Palavra de Deus e fazer adoração a Ele, sem, contudo, envolver qualquer tipo de "sacrifício expiatório", nos moldes que eram feitos no Antigo Testamento.
Portanto, dizer que o local da mesa da Escola Sabatina é o Lugar Santo, e que o púlpito representa o Santíssimo, pode até parecer bonito e interessante para ilustrar um sermão sobre reverência... mas não tem base bíblica.
2. "Os remanescentes mencionados em Apoc. 12:17 não representam a IASD como um todo, mas apenas os 'fiéis' que existem dentro dela e que são, por isso, perseguidos".
Ouvi esta declaração, pela primeira vez, dos lábios de um irmão que estava enveredando pelo caminho da dissidência e do separatismo. Como sempre, para esconder seus reais motivos (administrativos e puramente pessoais, na esmagadora maioria das vezes), estas pessoas procuram se amparar em alguma interpretação particular e equivocada do texto bíblico. Esta é uma maneira, talvez até inconsciente, de afirmarem que estão deixando a Igreja Adventista porque não crêem mais em sua doutrina. O irmão que mencionei dizia que o dragão está "irado" contra a Igreja Adventista, mas só está "fazendo guerra" contra os fiéis que estão dentro dela (em cujo grupo ele se enquadrava, é claro!).
Os que "incorporam" este espírito de dissidência e revolta, como os antitrinitarianos dos dias atuais, procuram sempre algum "gancho" em que firmem suas "novas concepções teológico-doutrinárias". Porém, no fundo, todos sabemos que tudo não passa de mágoa, ressentimento, ódio, etc., por algum pastor ou administrador. Estas pessoas não percebem que, fazendo desta forma, começam uma "corrente herética" que vai cada vez se alargando mais. Começam questionando a interpretação conservadora do verso bíblico (como Apoc. 12:17, por exemplo), depois já iniciam um questionamento do Espírito de Profecia (pois este sempre é usado por Deus para confirmar Sua Palavra), em seguida já não acreditam mais na devolução dos dízimos e ofertas, e por ai vai...
Quando menos se dão conta, estão fora da Igreja, longe de Deus e, consequentemente, da salvação. E o pior, ainda levam suas esposas, filhos e "irmãos" com eles! Conheço congregações inteiras que já sofreram por isso (clique)! É tudo que o inimigo quer...
3. "Assim como os incircuncisos não podiam participar da Páscoa israelita no AT (cf. Êxo. 12:43-48), também os não-batizados devem ser orientados a não participarem da Santa Ceia de nossos dias".
Eu já havia ouvido algo assim antes, e certa vez recebi um e-mail de um dedicado e sincero irmão que cria da mesma forma.
Qual o problema com esta interpretação? Exatamente o que eu venho dizendo deste o início desta postagem: se a Bíblia não faz uma relação entre fatos e símbolos, nós não temos autoridade para fazê-lo por nós mesmos.
Dizer que o "incircunciso" do passado é o mesmo que o "não-batizado" do presente, é ir além do que a Palavra de Deus ensina. Aliás, ela é bem clara em dizer que na Nova Aliança não existe esta separação entre "judeu" e "gentio", ou seja, na nova dispensação, Deus vê a todos com as "lentes" da Sua infinita e abarcante graça (cf. Rom. 10:12). Aleluia!
Com relação a este tema, ainda temos o "agravante" de que o Espírito de Profecia orienta claramente que, na cerimônia, "podem entrar pessoas que não são, no íntimo, servos da verdade e da santidade, mas que desejem tomar parte no serviço [da Ceia]. Não devem ser proibidas" (Desejado de Todas as Nações, pág. 656).
4. "Ellen White diz que igrejas adventistas inteiras se perderão juntamente com seus pastores".
Esta é mais uma daquelas declarações que ouvimos com muita frequência, até do púlpito (pasmem!), mas que não possuem nenhuma base de verdade, ou seja, em nenhum livro de Ellen White encontramos esta afirmação tão "fatídica".
No site do Centro White no Brasil podemos encontrar outras declarações falsamente atribuídas a Ellen White (clique aqui).
5. "Jesus voltará através da Constelação do Órion".
Quem é Desbravador já deve ter ouvido muito esta declaração, atribuída aos escritos de Ellen White. Em quase toda aula sobre "estrelas", alguém sempre aparece com esta "pérola".
Porém, se nos determos APENAS ao que está escrito, não podemos afirmar que Jesus voltará pela 2ª vez através deste "espaço" celeste. Segundo o livro Primeiros Escritos, na pág. 41, o que podemos ter certeza é que "a cidade santa descerá" pelo espaço aberto em Órion.
De acordo com o que cremos sobre a volta de Jesus, a cidade santa (a Nova Jerusalém de Apoc.) só descerá APÓS o milênio (cf. Apoc. 21:1-5). O que passar disso, é mero "achismo" ou especulação, sem respaldo sólido na Palavra. Interessante para motivar os Desbravadores a estudarem sobre estrelas, e olharem para o Órion com admiração... mas sem um claro "Assim diz o Senhor".
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Existem dezenas de outras afirmações que, ao meu ver, estão mais amparadas no "eu acho" do que no "está escrito". O que quero levar à reflexão aqui é o fato de que só devemos fazer afirmações categóricas, em especial nos estudos bíblicos, sermões, seminários, etc., se tivermos PLENA CERTEZA do que estamos afirmando, ou seja, se temos como mostrar a origem, a fonte, o versículo, a página, na Bíblia e/ou no Espírito de Profecia.
"Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim" (Atos 17:11).
Sejamos como nossos primeiros irmãos!
FONTE: Blog do Pr. Gilson Medeiros
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