Alinhamos alguns depoimentos escritos em épocas variadas, ao longo dos séculos depois de Cristo.
Século II
• Justino Mártir (100-165): “Devemos unir-nos a eles [observadores do sábado], associando-nos com eles em tudo, como parentes e irmãos.” – Dialogue With Trypho, em The Ante-Nicene Fathers, vol. I, pág. 218.
Século III
• Tertuliano (155-222): “Na questão de ajoelhar-se, também a oração pode ser feita de várias maneiras, embora haja alguns que se abstenham de se ajoelharem no sábado. Uma vez que esta divergência está sendo considerada pelas igrejas, o Senhor dará Sua graça para que os que não concordam com isto cedam ou sigam o exemplo dos outros, sem haver ofensa contra ninguém.” – On Prayer, cap. 23. Em The Ante-Nicene Fathers, vol. III, pág. 689.
• Orígenes (185-254): “Depois da celebração do sacrifício contínuo (a crucifixão), vem a segunda festividade, do sábado, e é apropriado para quem for direito entre os santos, celebrar também a festa do sábado. E qual é, de fato, a festa do sábado, senão a de que o apóstolo disse: ‘Portanto resta ainda um sabatismo para o povo de Deus?’ Hebreus 4:9. Deixando, pois, de lado a observância judaica do sábado, que espécie de observância se espera do cristão?
No sábado nenhum ato mundano deve ser realizado. Se, portanto, repousardes de todas as obras seculares, não deveis fazer coisa alguma mundana, mas estareis livres para as obras espirituais, indo à igreja, dedicando atenção à leitura sagrada e aos estudos de assuntos divinos, pensando nas coisas celestiais e na vida futura, bem como no julgamento vindouro, sem atentar para as coisas atuais e visíveis, mas para as invisíveis e futuras.” – Homily on Numbers 23, par. 4, em Migne, Patrologia Graeca, vol. XII. cols. 749 e 750.
Século IV
• Hermas Sozomeno (399-443): “O povo de Constantinopla, e de quase todas as partes, reúne-se no sábado, bem como no primeiro dia da semana, costume que nunca se observa em Roma, nem em Alexandria.” – Ecclesiastical History, livro 7, cap. 19, em Nicene and Post-Nicene Fathers, 2.ª série, vol. II, pág. 390.
• Johannes Cassianus, monge egípcio, (360-435), descrevendo a vida monástica: “Portanto, exceto os cultos vespertinos e noturnos, só há culto de dia no sábado e no primeiro dia da semana, quando os monges se reúnem à terceira hora [nove horas] para a santa comunhão.” – De Institutione Coenobiorum, livro III, cap. 2, em Nicene and Post-Nicene Fathers, 2.ª série, vol. XI, pág. 213.
• Constituições dos Santos Apóstolos (produto de escritores da Igreja Oriental). Embora também ordene a guarda do domingo, assim indica a guarda do sábado: “Observarás o sábado por causa dAquele que repousou da obra da criação, mas não cessou Sua obra de providência. É repouso para meditação sobre a lei, e não para ficar com as mãos ociosas.” – Constitutions of the Holy Apostles, livro II, sec. 5, cap. 36. The Ante-Nicene Fathers, vol. VII, pág. 413.
• Atanásio (298-373): “Reunimo-nos no dia de sábado não porque estejamos infectados de judaísmo… Achegamo-nos ao sábado para adorar a Cristo, o Senhor do sábado.” – Pseudoathan, de semente, tomo I, pág. 885.
• Agostinho (354-430): “Neste dia, que é sábado, costumam reunir-se, na maior parte, os desejosos da Palavra de Deus… Em alguns lugares, a comunhão ocorre diariamente; em outros, somente no sábado; e em outros, somente no domingo.” – Sermão 128, tomo VII, pág. 629, Epistola ad Janerius, cap. 2.
• Edward Brerewood, historiador (1565-1615), depois de exaustiva pesquisa do assunto: “O sábado foi religiosamente observado na Igreja do Oriente, durante mais de trezentos anos depois da paixão do Salvador.” – A Learned Treatise of the Sabbath, pág. 77.
• Concílio de Laodicéia (cerca de 365 d.C.): “No sábado, os Evangelhos e outras porções da Escritura devem ser lidos em voz alta.” – Charles Joseph Hefele, A History of the Concils of the Church, vol. II, pág. 31. (Edinburg. 1876).
• Bruce M. Metzger, orientalista contemporâneo, que estudou profundamente o Lecionário Grego do Evangelho: “Na Igreja Oriental o sábado, com exceção do grande sábado que fica entre a Sexta-Feira Santa e o dia da Páscoa, era observado como dia de festa.” – The Saturday and Sanday Lessons From Luke in the Gospel Lectionary.
• John C. L. Gieseler (historiador eclesiástico alemão do século do séc. XIX): “O domingo e o sábado eram observados como dias de festa na igreja cristã; o último, porém, sem a superstição judaica.” – Compendium of Ecclesiastical History, período I, divisão 2, cap. 3, parágrafo 53.
• Joseph Bingham (pesquisador de história da igreja cristã, que viveu na Inglaterra no século XVIII):
“Depois do dia do Senhor, os antigos cristãos eram cuidadosos na observância do sábado, ou sétimo dia, que era o primitivo sábado judaico. Alguns o observavam como dia de jejum, outros como dia festivo. Todos, porém, unanimente o guardavam como o mais solene dos dias religiosos de culto e adoração. Na Igreja Oriental era sempre observado como dia de festa.” – Origines Eclesiasticae, ou Antiquities of the Christian Church, livro XX, cap. 3, par. 1.
Século V
• Sócrates, o Eclesiástico (historiador – 379-440): “Conquanto quase todas as igrejas do mundo celebrassem os sacramentos aos sábados, cada semana, os cristãos de Alexandria e de Roma, por causa de alguma tradição, deixaram de fazer isto.” – Ecclesiastical History, livro V, cap. 22 (escrito em 439 d.C.), em Nicene and Post-Nicene Fathers, 2.ª série, vol. II, pág. 132.
• Agostinho (Aurelius Augustinus, 354-430): “Se dissermos que é errado jejuar no sétimo dia, condenaremos são somente a igreja de Roma, mas também muitas outras igrejas, tanto da atualidade como dos tempos mais remotos, nas quais o mesmo costume continua sendo praticado. Se, por outro lado, dissermos que não é errado jejuar no sétimo dia, quão grande será nossa presunção em censurar tantas igrejas do Oriente, e até a maior parte do mundo cristão!” – Carta 82, de Agostinho a Jerônimo, parágrafo 14 – Nicene and Post-Nicene Fathers, 1.ª série, vol. I, págs. 353 e 354.
• Lyman Coleman (1796-1882), após minuciosa pesquisa: “Retrocedendo mesmo até ao quinto século, foi contínua a observância do sábado judaico na igreja cristã, mas com rigor e solenidade gradualmente decrescentes, até ser de todo abolida.” – Ancient Christianity Exemplified (1852), cap. 26, seção 2.
Século VI
• Alexander Clarence Flick (doutor em Filosofia e Letras, catedrático de História Européia na Universidade Siracusa, 1869-1942): “Os celtas permitiam o casamento de seus sacerdotes, e a igreja romana proibia… Os celtas tinham seus próprios concílios e editavam suas próprias leis, independentes de Roma. Os celtas usavam uma Bíblia latina diferente da Vulgata, e guardavam o sábado como dia de repouso. Também realizavam cultos especiais no domingo.” – The Rise of Medieval Church, pág. 237 (ed. 1909, New York).
• Alphonso Bellesheim (1839-1912) falando da igreja celta da Irlanda, no sexto século: “No sábado seguinte, o santo, apoiado em seu fiel assistente Diormit, foi abençoar o celeiro. ‘Este dia” – disse Columba – ‘nas Escrituras Sagradas é chamado o sábado, que significa descanso’… A Igreja Celta, como já observamos, embora guardasse o domingo, parece ter seguido os judeus, por isso abstinha-se de todo trabalho no sábado.” – History of the Catholic Church in Scotland, vol. I, pág. 86.
• Gregório I (540-604) trovejou uma objurgatória contra os existentes observadores do sábado: “Gregório I, bispo pela graça de Deus, a seus amados filhos, os cidadãos de Roma: Chegou ao meu conhecimento que certos homens de índole perversa têm disseminado entre vós coisas depravadas e contrárias à santa fé, pois proíbem que se faça qualquer trabalho no sábado. Como os chamarei senão de pregadores do Anticristo?” – Epitles, b. 13:1, em Labbes and Cossart, Sacrosancta Concilia, vol. V., col. 1511.
Século XI
• Andrew Lang (1844-1912), erudito grego-escocês, historiador, referindo-se à igreja do norte da Escócia no décimo primeiro século, igreja fundada por Columba: “Eles trabalhavam no domingo, observavam o sábado.” – History of Scotland, vol. I, pág. 96.
• William Forbes Skene (1809-1892), historiógrafo real da Escócia em 1881. Referindo-se à Igreja Celta do século XI:
“Parecia seguirem um costume, conforme, vestígios na primeira igreja monástica da Irlanda, segundo o qual consideravam o sábado como dia de repouso, no qual descansavam de seu trabalho… Não deixavam de venerar o domingo, embora sustentassem que o sábado do sétimo dia era o legítimo sábado, no qual se abstinham do trabalho.” – Celtic Scotland (Edinburgo, 1877), livro II, cap. 8, págs. 349 e 350.
• Thomas Ratcliffe Barnett (1868-1941) erudito anglicano: “Neste assunto, os escoceses talvez mantivessem o costume tradicional da antiga Igreja da Irlanda que observava o sábado, em vez do domingo, como dia de repouso.” – Margaret of Scotland, Queen and Saint (Londres, 1926), pág. 97.
Um Ramo dos Valdenses
• J. J. Ign. Dollinger (1799-1890), professor de História Eclesiástica e Direito Canônico na Universidade de Munich: “Os Picardos, ou Irmãos Valdenses, não celebravam festividades à Virgem e aos Apóstolos. Alguns guardavam o domingo. Outros, entretanto, só observavam o sábado, como os judeus.” – Beiträge zur Sektengeschichte des Mittelalters (Munich, Beck 1890), vol. II, pág. 662.
Época da reforma
• Andreas Rudolf Karlstadt (1480-1541), reformador protestante alemão, que se juntou a Lutero em Witenberg, em 1517. Escreveu um tratado sobre o dia de guarda. “Quando os servos tenham trabalhado seis dias, devem ter o sétimo livre. Deus disse com toda a clareza: ‘Lembrai-vos de observares o sétimo dia’… Com relação ao domingo, sabe-se que os homens o inventaram.” – Von dem Sabbath und Gebotten Feyertagen (1524), cap. IV, pág. 23.
• Martinho Lutero (1483-1546) o pai da reforma protestante: “Em verdade, se Karlstadt escrevesse mais acerca do sábado, o domingo teria que lhe ceder lugar, e o sábado ser santificado.” – Wider die himmlischen Propheten, em Sämmtliche Schriften (ed. por John Georg Walch – St. Louis: Concordia, 1890), vol. XX, col. 148.
Posteriormente
No século XVII, fundou-se em Newport, (Rhode Island, USA), precisamente em 1671, a Igreja Batista do Sétimo Dia. No século XVIII fundou-se a Comunidade Efrata, por John Conrad Beissel, em Lancaster, precisamente em 1732. Convenceu-se depois do dever de observar o sétimo dia como dia de repouso e publicou Das Büchlein vom Sabbath (Philadelphia, 1728). E no século XIX, em 1844 surgiu nos Estados Unidos o movimento que, anos depois, teria a denominação de Adventistas do Sétimo Dia, de âmbito mundial.
Fonte: Artigo extraído do Livro O Selo de Deus na Lei, no capítulo 13
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