Imagine um batalhão de “adoradores” bem organizados. Eles estão diante de Jesus num belo lugar, num palácio. Parece haver muita alegria e celebração!
Se prostram diante dele e gritam: “Salve, oh Rei!”
Colocam-lhe um manto real e o coroam. Em sua mão, colocam um cetro.
Um belo lugar, adoradores acostumados a ações organizadas, postura correta (ajoelhados) e com palavras corretas (“Salve, Rei!”). A atitude de coroá-lo talvez levasse você a se lembrar de grande hinos como “Coroai-o Rei dos reis”, ou “Com gloria coroai”.
Observando de longe, talvez uma das mais belas cenas de adoração e louvor que você já viu...
Não era.
Na verdade era uma das cenas mais pavorosas que o universo já presenciou: a total humilhação e zombaria do Filho de Deus (Mt 27:27-31).
O lugar não havia sido preenchido por verdadeiros adoradores, mas por um grupo de escarnecedores. A postura correta do corpo não refletia a postura da alma. As palavras aparentemente bonitas apenas destilavam a ironia e o desprezo que lhes enchia o coração.
Mas eles eram soldados romanos. Talvez eles não tivessem tanta luz sobre quem era aquele Rei que estava diante deles. Não era um grupo de adventistas reunidos num sábado de manhã. No entanto, não corremos nós o risco de repetir a mesma cena semanalmente? Não zombamos do Rei quando nos reunimos diante dele e não o adoramos em espírito e em verdade (Ml 1:6-14)?
Ao povo que adorava a Deus num belo lugar, com postura correta e palavras bonitas, o Senhor falou:
“Quando vocês vêm à minha presença, quem lhes pediu que pusessem os pés em meus átrios?
Parem de trazer ofertas inúteis!O incenso de vocês é repugnante para mim. Luas novas, sábados e reuniões! Não consigo suportar suas assembléias cheias de iniqüidade.
Suas festas da lua nova e suas festas fixas, eu as odeio.Tornaram-se um fardo para mim; não as suporto mais!
Quando vocês estenderem as mãos em oração, esconderei de vocês os meus olhos; mesmo que multiplique mas suas orações, não as escutarei!As suas mãos estão cheias de sangue!
Lavem-se! Limpem-se!Removam suas más obras para longe da minha vista!Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem!Busquem a justiça,acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva.” (Is 1:12-17)
Temos nos reunido diante de Jesus num bom lugar, com posturas corretas e palavras bonitas apenas para escarnecê-lo numa cena de falsa adoração? Escarnecedores existirão cada vez mais (2 Pe 3:3; Jd 1:18), e receberão a justa recompensa por seu comportamento (Gl 6:7).
Quando a encenação dos romanos terminou, Jesus foi crucificado.
“Depois de terem zombado dele, tiraram-lhe o manto e vestiram-lhe suas próprias roupas. Então o levaram para crucificá-lo.” (Mt 27:31)
A Bíblia alerta aqueles que “uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus” para não voltarem ao pecado, a velha vida sem Deus (Hb 6:4-5). Pois os cristãos que assim vivem, “para si mesmos estão crucificando de novo o Filho de Deus, sujeitando-o à desonra pública” (Hb 6:6). Os cristãos encenadores acabam fazendo o mesmo que os romanos: crucificando Jesus.
Observados de longe, soldados poderiam ser adoradores, e zombaria pode ser descrita como culto serio. Por outro lado, de longe, Ana foi confundida com uma bêbada (1 Sm 1:13) e Davi foi confundido com um imoral vulgar (2 Sm 6:16, 20). Verdadeiros adoradores foram mal-interpretados por observadores críticos.
O Senhor é Deus de perto e de longe (Jr 23:23). Ele não pode ser enganado por encenações. Por isso a sua busca incessante por verdadeiros adoradores (Jo 4:23 e24). Que essa busca termine em mim.
Fonte: Adoração Adventista
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