Astrônomos a analisar dados do Dark Energy Survey descobriram 9 galáxias anãs que orbitam a nossa própria galáxia, a Via Láctea.
Os resultados, publicados em dois estudos disponíveis no arXiv (artigo 1, artigo 2), podem ajudar a explicar alguns dos mistérios sobre a matéria escura, a substância invisível que prende as galáxias.
A matéria escura representa 25 por cento de toda a matéria e energia do universo, e a sua presença só é conhecida através da sua atração gravitacional. As galáxias anãs contêm até 99 por cento de matéria escura, deixando apenas um por cento de matéria observável.
Três desses novos satélites são definitivamente galáxias anãs, e os outros poderão ser galáxias anãs, mas também podem ser aglomerados globulares. Estes aglomerados são semelhantes a galáxias anãs, excepto pelo facto de não estarem colados pela matéria escura.
Estas são as primeiras galáxias anãs a serem descobertas desde 2005 e 2006, quando dezenas foram descobertas no hemisfério norte. Os nove novos satélites foram encontrados num pequeno pedaço de céu acima do hemisfério sul, perto das Grande e Pequena Nuvem de Magalhães, as maiores galáxias anãs em órbita da Via Láctea.
Estes novos objetos são cerca de um milhão de vezes menos massivos e 1.000 milhões de vezes mais fracos do que a Via Láctea, que contém centenas de milhões de estrelas. É por isso que têm sido tão difíceis de encontrar. As distâncias variam de cerca de 95.000 anos-luz a 1,2 milhões de anos-luz da Terra. A mais próxima está localizado na constelação do retículo a meio caminho das Nuvens de Magalhães, e está em vias de ser dilacerado por forças de maré.
O mais distante dos objetos está na constelação de Eridanus (ou do rio) mesmo à margem da Via Láctea, e está prestes a ser puxado para dentro. "Estes resultados são muito intrigantes", diz Wyn Evans, pesquisador no estudo. "Talvez fossem satélites que orbitavam as Nuvens de Magalhães e foram expulsos pela interação da Pequena e Grande Nuvem de Magalhães".
"Ou talvez eles fizessem parte de um grupo gigantesco de galáxias que, juntamente com as Nuvens de Magalhães estão a cair na nossa galáxia, a Via Láctea", acrescentou o pesquisador. O Dark Energy Survey, com sede no Laboratório Nacional do Acelerador Fermi, procura fotografar o céu do hemisfério sul com detalhes sem precedentes usando uma câmera com 570 megapixels.
Montado num telescópio no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, na Cordilheira dos Andes, no Chile, a câmera permite ver galáxias a distâncias até 8 mil milhões de anos-luz de distância. Estas novas descobertas foram feitas de forma independente por pesquisadores de Cambridge liderados por Sergey Koposov e por uma equipa liderada por Alex Fermilab Drlica-Wagner.
Via Ciencia Online
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