segunda-feira, 4 de junho de 2012

A que se referem as expressões ‘carne’, ‘concupiscência dos olhos’ e ‘soberba da vida’ de 1 Jo 2:16?


Na primeira carta de João, capítulo 2, verso 16, lemos: “Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo”.
Carne. – Ou seja, a natureza sensual do ser humano, que anela o mal e na qual “não mora o bem” (Romanos 7:18; 8:l).  Os desejos da carne são as ânsias de consentir com o mal.
João não fala do corpo, que posteriormente os gnósticos ensinaram que era muito mal. Os escritores do Novo Testamento consideram que no corpo humano há disposição para o bem e também para o mal, e que, portanto, está sujeito à redenção comprada por Cristo (Romanos 12:l; I Coríntios 6:15; Filipenses. l: 20; 3:2l).  A expressão “desejos (ou concupiscência, segundo algumas versões) da carne” inclui tudo aquilo que tende irresistivelmente a uma complacência que contradiga a vontade de Deus.   O apóstolo não estava acusando a seus leitores de pecados vis, senão advertindo-lhes quanto a inimizade que existe entre Deus e todas as manifestações de pecado.  Confiava que sua advertência serviria para salvá-los das redes do pecado.
*“Os desejos dos olhos”. – “Concupiscência dos olhos” (segundo a Bíblia de Jerusalém).  Se “os desejos da carne” se aplicam particularmente aos pecados que provêm do corpo, podemos entender que “os desejos dos olhos” se referem ao prazer mental que é estimulado pela vista.  Boa parte do prazer pecaminoso do mundo se experimenta mediante os olhos (Mateus 5:27-28).  Muitos que se apressariam a negar qualquer intenção de praticar ou participar em um pecado consumado, sentem um vivo desejo de ler coisas que estimulam ao pecado.  Aqui se aplicam as palavras de I Coríntios 10:12: “O que pensa estar firme, cuide para que não caia” Talvez João estivesse pensando nos brutais espetáculos do circo romano, quando lutavam até a morte entre si ou  contra animais selvagens.  Esses espetáculos despertavam a mesma curiosidade doentia que aviva algumas distrações imorais nos nossos dias.
 “Vanglória (ou soberba, de acordo com algumas versões)”. – Do grego Alazonéia -  “jactância”, “ostentação”, “orgulho”.
Vida. – Do grego ‘bíos’, “vida”, aqui no sentido de “maneira de viver” (Romanos 6:4). A expressão “vanglória da vida” implica uma satisfação materialista com os bens do mundo, um estado mental no qual o material ocupa o lugar do espiritual.  Todos estamos inclinados em diferentes graus a uma vanglória tal, e devemos nos precaver contra ela.  Alguns se orgulham indevidamente de seu traje; outros, de suas possessões, sua beleza ou seus filhos.
Este texto nos ensina que o verdadeiro cristão, que tem o desejo de entrar no céu, deve evitar que coisas imorais entrem em sua mente e que o amor aos bens materiais não tome lugar do amor por uma vida cristã perfeita ao lado de Jesus. O material não deve ser colocado a frente do ‘espiritual’ de maneira nenhuma. Mateus 6:33.

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