Quando ouvimos falar de Rebeca, logo vem à nossa mente a mentira que ela, juntamente com Jacó, armou para Isaque. O que podemos aprender então com uma mulher mentirosa?? Esse é o típico pensamento humano!!
Desqualificamos as pessoas por causa de seus atos, e damos a elas adjetivos que se tornam uma marca!
Vamos analisar com calma, então, o que de fato aconteceu! Usarei as palavras da Bíblia e do Espírito de Profecia para ser mais fiel ao relato.
Quando estava grávida, Rebeca recebeu uma mensagem de Deus: “E o SENHOR lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.” Gên. 25:23
Contudo, quando seus filhos já eram grandes…
“Rebeca ouviu as palavras de Isaque, e relembrou as palavras do Senhor: “O maior servirá ao menor” (Gên. 25:23), e sabia que Esaú tinha considerado levianamente sua primogenitura, vendendo-a a Jacó. Persuadiu Jacó a enganar seu pai, recebendo pela fraude as bênçãos paternas, as quais pensava não pudessem ser obtidas de outra maneira. Rebeca tinha conhecimento da parcialidade de Isaque para com Esaú, e estava convencida de que argumentos não mudariam o seu propósito. Em vez de confiar em Deus, o Ordenador dos eventos, manifestou falta de fé persuadindo Jacó a ludibriar seu pai. Nisso, o procedimento de Jacó não foi aprovado por Deus. Rebeca e Jacó deviam ter esperado que Deus executasse Seus propósitos à Sua própria maneira, e em Seu próprio tempo, em vez de procurar cumprir os eventos preditos com a ajuda do engano.” História da Redenção, p. 88
Aqui vemos explicitamente a falta de fé de Rebeca. Além disso, somos tentados a julgá-la como uma mulher ruim, contudo, se lermos um pouquinho mais, entenderemos que Rebeca não agiu puramente por maldade.
“Mas, sabendo da oposição de Rebeca e Jacó, decidiu-se a realizar a solene cerimônia em segredo. De acordo com o costume de fazer um banquete em tais ocasiões, o patriarca deu ordem a Esaú: “Sai ao campo, e apanha para mim alguma caça, e faze-me um guisado saboroso,… para que minha alma te abençoe, antes que morra.” Gên. 27:3 e 4. Rebeca adivinhou o seu propósito. Ela estava certa de que isto era contrário ao que Deus revelara como Sua vontade. Isaque estava no perigo de incorrer no desagrado divino, e de privar seu filho mais moço da posição para a qual Deus o chamara. Em vão, ela tentou argumentar com Isaque; e decidiu recorrer à sutileza.” Patriarcas e Profetas, p. 179 e 180
Isaque estava agindo mal perante o Senhor, ao planejar abençoar Esaú secretamente. Rebeca não podia permitir que Isaque fosse contra a vontade de Deus. Contudo, assim como sua sogra, tentou dar aquela ajudinha. Sua intenção era boa – garantir o cumprimento da promessa divina – mas o seu ato foi mau.
Sabemos que Rebeca era uma boa mulher. Ela foi escolhida por Deus para ser esposa de Isaque, e o Espírito de Profecia diz que “Ela creu, pelas circunstâncias, que a mão de Deus a escolhera para ser a esposa de Isaque, e “ela respondeu: Irei”. Gên. 24:58.” História da Redenção, p. 85
Ver Rebeca antes e depois é muito importante, porque nos ajuda a rever nosso mau costume de rotularmos o pecador com o seu pecado. Ela não era mentirosa, nem mulher de pouca fé. Ela agiu assim!! Também agiu com fé ao se tornar esposa de Isaque!
Rebeca nos ensina que quando Deus promete algo, precisamos confiar que Ele fará com que sua promessa seja cumprida!! Mesmo que queiramos defender a vontade de Deus, não temos o direito de agir mal sob a desculpa de termos boas intenções. Mentir com boas intenções continua sendo um pecado.
Mentir para “defender a vontade divina” é pecado!! Rebeca arcou com as conseqüências de seu pecado, passando o restante de sua vida longe de Seu filho amado.
Para o pecado não há desculpas, há justificação, e essa somente pelo poder de Deus! Fidelidade é nosso dever!
Karyne M. Lira Correia
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