main |
sidebar
Postado por
Douglas Zanatta
às
20:49
Por James R. Nix
Diz-se que Ellen White é a escritora americana mais traduzida de toda a História: seu livro Caminho a Cristo foi traduzido para mais de 160 idiomas; treze outros foram traduzidos para mais de vinte e cinco línguas. Seus escritos moldaram a vida de adventistas e de pessoas que não são membros da igreja.
Ellen White nasceu no dia 26 de novembro de 1827, em Gorham, Maine, nordeste dos Estados Unidos. Ela e sua irmã gêmea, Elizabeth, eram as caçulas dos oito filhos de Robert e Eunice Harmon, membros da Igreja Metodista. Em 1842, ela foi batizada e se uniu à igreja de seus pais em Portland, Maine, para onde a família se mudou. Em Portland, a família também frequentava as reuniões dirigidas por Guilherme Miller, ex-pregador batista, que concluiu, baseado em estudos das profecias bíblicas, que Cristo retornaria por volta do ano 1843 (mais tarde, revisado para 1844).
Os Harmon tornaram-se mileristas, como são chamados os seguidores de Miller e, como consequência, foram desligados da igreja metodista em 1843. Como adolescente, Ellen considerava pesado fardo falar de Jesus aos outros. Mas ela cria piamente que Ele retornaria no dia 22 de outubro de 1844. Quando isso não aconteceu, Ellen e outros mileritas ficaram muito desapontados. Entretanto, poucas semanas mais tarde, em dezembro de 1844, Deus lhe deu a primeira das quase duas mil visões proféticas que recebeu como sonhos à noite, entre essa data e sua morte em 1915. A primeira visão confirmou que Deus ainda estava com o jovem grupo de crentes adventistas. Se fossem fiéis, um dia chegariam à Cidade Santa.
Ellen foi encorajada a compartilhar suas mensagens pelo jovem ministro adventista, Tiago White. Eles se casaram no dia 30 de agosto de 1846. A essa altura, eles começaram a guardar o sábado do sétimo dia, baseados nas evidências bíblicas contidas em um panfleto escrito por José Bates. Mais tarde, Ellen recebeu uma visão confirmando que o sábado era o dia correto de guarda.
O pequeno grupo de guardadores do sábado, que crescia lentamente, continuou a estudar a Bíblia, em busca da verdade. As visões dadas a Ellen White frequentemente confirmavam suas conclusões. As visões nunca substituíram sua necessidade de estudar a Bíblia.
Em 1851, Ellen White escreveu um livreto, o primeiro de mais de cem livros e panfletos que hoje levam seu nome. (Seu primeiro panfleto foi publicado no livro Primeiros Escritos.)
Tiago e Ellen White viajaram muito, falando e aconselhando os membros da igreja que crescia. O fato de ser mãe de quatro meninos já era desafio suficiente, sem falar na dor de precisar separar-se deles por conta das viagens para encorajar os crentes adventistas dispersos. Ela também experimentou a tragédia de perder dois de seus filhos,
John Herbert, que morreu com cerca de três anos de idade, e Henry Nichols, aos dezesseis. Os outros dois filhos,
James Edson e William Clarence, tornaram-se ministros adventistas do sétimo dia.
Muitas das visões dadas por Deus a Ellen White continham mensagens de esperança e encorajamento, outras incluíam advertências e repreensões. Era difícil transmitir algumas dessas mensagens incisivas. Ser mensageira do
Senhor não era tarefa fácil! Deus falou por seu intermédio para dirigir a igreja em tempos de muitos desafios.
Ellen tornou-se popular como oradora, muito requisitada para as reuniões adventistas. Foi, talvez, mais conhecida como oradora que como escritora. Tornou-se oradora muito popular em temperança cristã entre os grupos de temperança não-adventistas.
Em 1863, Deus deu a Ellen White a mais abrangente visão sobre saúde. Embora não fosse sua primeira visão sobre o assunto, essa foi muito mais esclarecedora. Destacava a importância de uma boa dieta, exercícios físicos, descanso, ar puro e o conceito de que a preservação da saúde é um dever religioso. A visão foi escrita e publicada. Seus princípios foram posteriormente adotados por muitos adventistas em todo o mundo. Recentemente, estudos científicos demonstraram que a prática do estilo de vida recomendado por Deus propicia mais alta média de vida entre os adventistas, em relação à população em geral.
Ellen White sentiu-se incompleta, como escritora, para descrever o que Deus lhe havia mostrado; por isso, era leitora voraz. Ocasionalmente, escolhia frases que lia e ficavam gravadas na mente, usando-as em sermões e palestras. Ela descobriu que ler outros autores a ajudava a descrever, com mais detalhes, as coisas que Deus lhe havia mostrado em visão. A Sra. White nunca alegou ser infalível ou perfeita; ou que seus escritos se igualavam à Bíblia. Entretanto, cria firmemente que as mensagens que Deus enviava por seu intermédio eram de origem divina e que seus artigos e livros eram produzidos sob a direção do Espírito de Deus.
São muitas as histórias sobre sua generosidade. Enquanto morava na Austrália, mantinha peças de tecido à mão para que, se encontrasse alguma senhora que necessitasse de um vestido novo, pudesse oferecer-lhe. Comprava móveis usados para que, se surgisse uma necessidade, pudesse ajudar imediatamente. Ela frequentemente enviava recursos para ajudar ministros idosos que necessitavam de auxílio financeiro.
A Sra. White recebia muitas visitas e, normalmente, ia dormir cedo. Com frequência, levantava-se às duas ou três horas da manhã para escrever, enquanto havia silêncio. Alguns de seus livros, como o Caminho a Cristo, são devocionais. Outros, como Testemunhos Para a Igreja, são coletâneas de muitas cartas e manuscritos escritos por ela ao longo dos anos, oferecendo conselho.
Os cinco volumes de O Conflito dos Séculos são de natureza mais histórica, descrevendo o progresso do conflito cósmico entre Cristo e Satanás, iniciado no Céu, antes da criação, e que terminará com a erradicação do pecado, no fim do milênio. Os leitores desses livros são continuamente convidados a escolher o lado de Deus nessa batalha cósmica. Hoje, livros como A Ciência do Bom Viver e Educação são considerados clássicos na área.
Na época de seu falecimento, em 16 de julho de 1915, havia vinte e quatro livros publicados e dois quase concluídos. Isso não inclui outras cinquenta mil páginas de manuscritos inéditos, guardados no cofre de seu escritório. Como instruído por ela em seu testamento, têm sido produzidas várias compilações temáticas.
Por setenta anos, Ellen White transmitiu fielmente as mensagens que Deus lhe deu. Seu conselho era constantemente procurado pelos líderes da igreja. Apesar de sua pouca educação formal, suas visões resultaram no presente sistema educacional adventista mundial, desde creches a universidades. Embora não tenha estudado medicina, o fruto de seu ministério pode ser visto na rede de hospitais adventistas, clínicas e instituições para a formação de profissionais de saúde em todo o mundo. Apesar de não ter sido ordenada ao ministério, seus escritos continuam a influenciar milhões de pessoas em mais de duzentos países em que a Igreja Adventista está presente. A mensageira de Deus continua a ajudar pessoas a encontrar o Senhor, a aceitar Seu perdão e a partilhar Seu amor com outros.
Durante seus últimos anos de vida, Ellen White gostava de fazer passeios diários em sua charrete. Ao passar por alguma casa, observava: “Será que as pessoas desta casa sabem alguma coisa sobre Jesus?” E costumava parar para visitar os vizinhos, geralmente deixando frutas de seu pomar ou produtos da horta, além de alguma literatura. Sempre falava com eles sobre Jesus. Por muitos anos, após sua morte, ela foi lembrada como a pequena senhora, vestida de preto, que vinha em sua charrete e falava sobre Jesus.
Em nosso mundo cada vez mais apressado, onde as coisas espirituais são vistas por cima ou simplesmente ignoradas, os escritos de Ellen White podem ajudar a quem está procurando encontrar uma profunda experiência com Deus. Seus escritos sempre apontam para as Escrituras, onde Deus provê direção para Seu povo.
Fonte: Sétimo Dia
▲ TOPO DA PÁGINA
0 comentários:
Postar um comentário