main |
sidebar
Postado por
Douglas Zanatta
às
19:08
Um conhecido meu, na hora do almoço, leu uma carta que tinha acabado de receber, e dizia: “Assim, subitamente a enfermidade se agravou a tal ponto que os médicos admitiram que nada mais podiam fazer em seu favor. Duas semanas depois ele morreu…” Neste momento a sua filhinha de 4 anos de idade, levantou os olhos e interrompeu: “Papai, que é morte?” Esta pequena não conhecia o significado de morte. O pai ficou tão perplexo que não sabia como responder. Ele ficou pensando, pensando, e não encontrava resposta para sua querida filhinha.
Como vocês teriam respondido a esta pergunta? Como eu a teria respondido? Sei que vocês vieram aqui com à confiança de que este problema seria resolvido. Tenho que confessar que por minha própria experiência não sei o que acontece ao homem depois da morte. A razão é simples. Nunca morri e nunca ressuscitei para dizer o que acontece na morte. Pessoa alguma, por experiência própria, pode dizer a sua posteridade o que sucede após a morte.
Algumas Crenças Sobre o Após Morte
Há muitas doutrinas pagãs e cristãs sobre o que acontece à pessoa depois da morte. A maioria morre sem uma bendita esperança; milhares temem em face da morte, porque ignoram a verdade confortadora sobre o assunto. Muitos crêem que após a morte alguns são levados diretamente para o Céu e outros são enviados para o sofrimento eterno no fogo do inferno. Outros ainda crêem que a pessoa que cometeu apenas pecados venais durante a vida, tem de passar algum tempo primeiro pelo purgatório antes de fazer sua jornada para o Céu.
Alguns ensinam que na morte, embora o corpo se decomponha na terra, as almas imortais vão para o Céu, para serem então reunidas ao corpo no fim do mundo. Outros ensinam, especialmente no Oriente, a doutrina da reencarnação. Alguns vão tão longe a ponto de dizer que se o homem comia carne, reencarnará no tipo de animal cuja carne comia.
Aqueles que já estiveram na ilha de Formosa, no Oriente, sabem que ali há pessoas que têm o costume, durante os funerais, de lançar para o ar imitações de notas de dólar. Fazem isto durante todo o trajeto da casa ao cemitério, com o objetivo de despistar e enganar o diabo. A idéia é que o diabo está ansioso por dinheiro, e enquanto ele está ocupado em todas as direções a apanhar o dinheiro que lançam para o ar, não vê onde enterraram o morto, e não pode atormentá-lo no além.
A Bíblia, Única Autoridade Sobre o Assunto
A questão da morte não é assunto de ciência, mas de filosofia e de revelação divina. Mas a filosofia não é infalível, porque é especulação. Portanto, a única fonte infalível da verdade sobre a morte é a Bíblia. Se vocês aceitam a Bíblia como a segura fonte da verdade, não ficarão confundidos sobre a revelação de Deus concernente a este assunto. Sim, a Santa Escritura possui a beleza da verdade.
Em Prov. 30:5, lemos: “Cada palavra de Deus é comprovadamente pura; ele é um escudo para quem nele se refugia.”
Nosso Senhor Jesus diz em S. João 17:17 – “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.”
Portanto, não pode haver erro, nem engano, nem mentira na Santa Bíblia. Em Apoc. 22:18 e 19 é pronunciado um ai sobre os que tentam subtrair ou acrescentar alguma coisa aos ensinos da Palavra de Deus. Em II Tim. 3:15-17 nos é dito que toda a Escritura é dada por inspiração de Deus e é proveitosa para ensinar, para corrigir, para instruir, etc Portanto, meus amigos, podemos aceitar a Bíblia, pois foi dada por inspiração divina, para que o filho de Deus seja perfeito em tudo.
A Criação do Homem
Para compreendermos o que acontece ao homem depois da morte, precisamos considerar primeiro como foi o homem criado e como recebeu vida.
Em Gênesis 2:7 temos o relato da criação do homem: “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.”
O texto diz que Deus, como Artista por excelência, formou um belo homem do pó da terra. Está cientificamente provado este fato, porque quando o homem morre, retorna ao pó. Os elementos do corpo humano na morte são os mesmos da terra.
Deus criou o homem segundo à Sua própria imagem. Ele o fez perfeito e belo. Fez o cérebro, o coração, os vasos sangüíneos, os pulmões, os rins, o fígado, etc., mas o corpo ainda não tinha vida. Então Deus soprou em seus narizes “o fôlego da vida”, que em tradução literal da palavra hebraica NEFESH significa que Ele soprou em seus narizes o espírito, ou ar. Todo ser humano vive porque há em si o espírito de vida. Desde o momento que deixa de respirar o espírito de vida, morre.
Notem agora as seguintes palavras do mesmo texto: havendo Deus soprado nos narizes de Adão o fôlego de vida, ou espírito, ele se tornou “alma vivente”. Em outras palavras, a união do corpo e do espírito deu como resultado a alma. Deus não criou uma entidade diferente chamada alma, como alguns crêem. Muitos supõem que quando a criança nasce, Deus lhe outorga uma alma imortal. Mas isto não é verdade. Deus formou o homem do pó da terra, soprou em suas narinas o fôlego da vida, e como resultado o coração começou a bater, o sangue a circular, e o homem adquiriu vida, tornando-se uma alma vivente.
“Espírito” significa em primeiro lugar “fôlego da vida”, essa centelha vital, impessoal, que vem de Deus, e que em conjunção com o corpo produz todos os fenômenos vitais de um ser vivente. Portanto o homem, pela união do corpo com o espírito, se converteu numa alma. A palavra “alma” vem do grego PSYCHE. Por alma deve ser entendidos os instintos naturais, as afeições do coração e as faculdades mentais, como o funcionamento de um intelecto superior, a consciência, o poder da razão de discernir entre o bem e o mal, etc. A alma é pois o senso de existência de uma pessoa, como o expressou Descartes, quando disse: “Penso, logo, existo.”
Mas tudo isto se extingue com a morte. A alma não é outra entidade que sobrevive ao corpo. Ela não é mais que o produto da união do espírito com o corpo.
Vejamos o que acontece com o homem quando morre, segundo o que nos diz o livro de Eclesiastes 12:7 – “e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.”
Leiamos em combinação com este passo, Salmo 146:4 – “Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios.”
Ilustremos isto. Suponhamos que tenho aqui na plataforma madeira e pregos. Eu tomo a madeira e os pregos e os ajunto formando uma caixa. Como veio a caixa à existência? Pela união dos pregos e da madeira. Agora façamos o processo inverso. Tomo a caixa e separo os pregos da madeira. Que tenho então? Simplesmente madeira de um lado, e pregos do outro; mas isto já não é uma caixa. Ora, o mesmo com respeito ao homem. A alma desaparece tal como a caixa separada dos pregos.
Quando o homem morre, para onde vai o espírito, essa centelha vital impessoal que havia em seus narizes? Volta para Deus, de onde veio no início. O corpo retorna ao pó da terra, mas que aconteceu com a alma? Cessou de existir, da mesma maneira que a caixa perdeu sua existência ao ser separada a madeira dos pregos.
A Origem da Doutrina da Imortalidade Inerente
A despeito dos claros ensinos das Escrituras há muitos hoje que dizem possuirmos uma alma imortal. Querem saber de onde veio esta idéia? Encontramos a história em Gênesis 2 e 3.
(Gên. 2:16 e 17) – “E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”
“Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito. E ela perguntou à mulher: “Foi isto mesmo que Deus disse: “Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim”? Respondeu a mulher à serpente: Podemos comer do fruto das árvores do jardim, mas Deus disse: “Não comam do fruto da árvore que está no meio do jardim, nem toquem nele; do contrário vocês morrerão”. Disse a serpente à mulher: Certamente não morrerão!” (Gênesis 3:1-4).
Encontramos aqui duas afirmações opostas e contraditórias, uma feita por Deus e a outra por Satanás. Deus havia dito que se o homem desobedecesse morreria. O diabo se aproximou mais tarde e disse que Deus era mentiroso; que o homem poderia comer livremente da árvore proibida e jamais morreria.
Satanás até o presente faz a mesma afirmação, levando o povo a crer que a morte na verdade não existe. Conquanto não possa negar a morte do corpo, porque é evidente, ele inventou uma infinidade de doutrinas para satisfazer ao gosto das multidões.
Imortalidade
Satanás, para diminuir o ensino da Palavra de Deus de que o homem está sujeito à morte, produziu a doutrina antibíblica de que o homem tem uma alma imortal, um espírito imortal. Ora, as palavras “alma” e “espírito” encontram-se na Bíblica cerca de 1700 vezes. Mas notem o fato de que nem uma só vez encontramos a palavra “imortal” ou “imortalidade” unida ou aplicada a espírito ou alma. No Velho Testamento a palavra “imortal” nem sequer aparece. No Novo Testamento encontramos a palavra “‘imortal” ou “imortalidade”, apenas cinco vezes, mas nem uma só aplicada à alma ou espírito implicando que sejam imortais.
Vejamos o que diz o Novo Testamento sobre imortalidade:
(I Tim. 6:15 e 16): “Ele é o bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que é imortal e habita em luz inacessível, a quem ninguém viu nem pode ver. A ele sejam honra e poder para sempre. Amém.”
A Palavra inspirada assevera que somente Deus possui a imortalidade. Vejamos o que diz a divina revelação sobre a imortalidade em relação ao homem. Leia:
(Rom. 2:6-7): “retribuirá a cada um segundo as suas obras; a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer o bem, procuram glória, e honra e incorrupção.”
Ninguém busca, evidentemente, aquilo que já tem. Este texto claramente indica que durante a vida o cristão paciente e continuamente busca imortalidade e vida eterna, que é sinônimo de imortalidade.
Lembro-me de quando era pequeno e minha mãe me enviou ao armazém próximo para comprar alguma coisa. Ela tomou o dinheiro e o pôs na mão, fechou minha mão fortemente contra o dinheiro e colocou minha mão no bolso para que eu não perdesse o dinheiro. Assim com a mão bem fechada fui pela rua. De súbito senti que havia perdido o dinheiro. Procurei-o desesperadamente, e me pus a chorar desconsolado porque não o encontrava. Estava nessa situação, quando uma senhora me observou e veio em meu auxílio. Ela me perguntou o que havia acontecido.
Contei-lhe minha desventura. Ela caminhou comigo pelo trajeto que eu fizera, mas não encontrou o dinheiro. Então ela viu que eu tinha a mão fortemente fechada. “Por que está com a mão fechada? Abra-a”, ela ordenou. Eu abri a mão, e eis que o dinheiro ali estava. Eu pensava que o havia perdido, mas não o perdera. Na minha idade, seis anos eu estava sendo um tolo em procurar aquilo que não havia perdido.
Mas, não nos enganemos, o homem não possui imortalidade inerente, e deve portanto buscá-la.
Outra prova de que o homem não possui imortalidade em si é o texto mais amado de toda a Bíblia:
(S. João 3:16): “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Se o homem possuí uma alma imortal, então não há possibilidade de que ele pereça.
O próximo texto referente à imortalidade é muito importante:
(II Tim. 1:10): “… nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho”
Este texto prova que nosso Senhor Jesus Cristo não precisava morrer por nós na cruz, se não houvesse esperança de imortalidade para nós. A imortalidade é um dom da cruz.
A Alma Pode Morrer
O profeta Ezequiel escreveu a seguinte afirmação:
(Ezeq. 18:4): “Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.”
Aqui está positivamente dito que a alma que pecar, morrerá. Logo a alma morre, isto é, não é imortal. Leiamos outro texto do Novo Testamento, que se encontra em:
S. Tiago 5:20 – “sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados.”
Este passo claramente afirma que quem salva uma alma para Cristo, salvou essa alma da morte. Isto significa que a alma, que representa a personalidade do indivíduo, sua capacidade de pensar e sentir, cessa de existir na morte. O próprio Jesus confirmou a mesma categórica verdade:
(S. Mat. 10:28): “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.”
A alma perece como a caixa quando separei os pregos da madeira.
É o que se pode ver de Salmo 146:2-4 – “Louvarei ao SENHOR durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu viver. Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação. Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios.”
Vejamos também Eclesiastes 9:5, 6 e 10 – “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.”
A Escritura sustenta que quando o espírito, a centelha impessoal de vida, deixa o corpo, retorna a Deus que o deu. O corpo volta ao pó de onde veio. Nesse mesmo momento “perecem os seus pensamentos” – sua consciência de ser. Afirma mesmo que a memória ficou entregue ao esquecimento. Nenhum conhecimento têm de coisa alguma que se faz debaixo do Sol. Seu amor, ódio, inveja, tudo pereceu.
O Salmo 6:5 acrescenta que não há tal coisa como alma consciente, imortal, após a morte: “Pois, na morte, não há recordação de ti; no sepulcro, quem te dará louvor?”
Como vocês podem ver, o texto afirma enfaticamente que não há lembrança, nem mesmo de Deus, após a morte. Tudo pereceu na esfera do intelecto ou das afeições. A pessoa nada sabe. Portanto o morto não pode aparecer ou se revelar a parentes e amigos, após a morte. Esta é a mais bela e confortante verdade.
Suponhamos que um esposo e pai morra, e sua parte consciente, a alma, sendo imortal, como alguns erroneamente crêem, sobreviva e ascenda ao Céu, e dali testemunhe as lutas e pobreza e perplexidades de seus amados que ficaram na Terra. Acham vocês que o Céu seria dessa forma um lugar de alegria para tal pessoa?
Suponham que uma mulher morra e, possuindo uma alma imortal, como dizem alguns, veja do Céu sua filha que, seis meses após sua morte casou-se com um homem mau que a maltrata cruelmente de todas as formas. A filha vive em desespero. A mãe testemunha tudo do Céu e nada pode fazer para socorrê-la. Não seria isto mais inferno que Céu? Deus proveu o Céu como um lugar de alegria, e por isto todos os seres humanos vão para a sepultura após a morte, onde dormem até o dia da ressurreição.
A Morte é um Sono
Ouçamos as confortantes palavras de Jesus com respeito à morte:
“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” (S. João 3:36)
Aqui nos é dito que quem crê no Senhor tem a vida eterna. O que significa que só em Cristo há imortalidade para o ser humano. Os versos seguintes indicam claramente que os fiéis crentes terão a imortalidade na ressurreição, quando os maus serão condenados e destruídos:
S. João 5:28 e 29: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.
Notem a seguinte afirmação de Deus:
S. João 14:1-3: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.”
É-nos dito que Cristo virá outra vez ao mundo. Para que fim? Para nos levar para as mansões eternas onde Ele vive. Se os bons vão para o Céu imediatamente após a morte, e os ímpios diretamente para o inferno, então a ressurreição dos mortos não teria lugar na Volta de Cristo, pois já os mortos teriam recebido sua herança eterna ou eterna condenação.
O fato de que Cristo vem para o fim expresso de levar os fiéis para as mansões eternas, indica que eles permanecem na tumba após a morte, em estado de inconsciência, até a ressurreição. Paulo esclarece de maneira muito tocante este ponto em:
I Tess. 4:14-18 – “Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.”
Aqui S. Paulo afirma que o haver Cristo morrido e ressuscitado, é para nós garantia de que Ele tem poder para nos ressuscitar no último dia.
O profeta Ezequiel dá-nos um vislumbre do que será a ressurreição dos corpos quando nosso Senhor Jesus Cristo descer do Céu para chamar à vida os que dormem no pó da terra:
Ezeq. 37:7-9 e 14: “Então, profetizei segundo me fora ordenado; enquanto eu profetizava, houve um ruído, um barulho de ossos que batiam contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso. Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes, e se estendeu a pele sobre eles; mas não havia neles o espírito. Então, ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.” “Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o SENHOR, disse isto e o fiz, diz o SENHOR.”
Podem notar que a ressurreição dos mortos será similar à criação do homem no princípio. Com a união do corpo e do espírito, são feitos almas viventes, o que significa que estão conscientes de sua existência, estão cônscios de que são seres morais, responsáveis ante o Criador.
Só haverá uma diferença entre a criação do homem no princípio e a ressurreição dos santos: o homem no princípio foi criado com imortalidade condicional. Se ele fosse fiel quando a tentação lhe sobreviesse, ficaria imortal para vida eterna. Mas na ressurreição dos santos estes terão a imortalidade que lhes será então outorgada por Deus.
A razão porque o homem foi criado com imortalidade condicional, é esta: Se o homem tivesse sido criado imortal e então se rebelado contra Deus, Deus não poderia destruí-lo, o que significaria a impiedade para sempre no Universo. A Bíblia, em Apocalipse 20, diz que quando os ímpios forem ressuscitados para sua condenação, serão destruídos no lago de fogo. E no verso 14 é visto ser isto a segunda morte. Cito:
(Apoc. 20:14): “Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.”
Em Malaquias lemos:
Mal. 4:1: “Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo.”
Então, falando a respeito dos santos, ele continua:
Mal. 4:3 : “Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos.”
Graças a Deus por esta maravilhosa doutrina da imortalidade condicional que promete um Universo livre da mancha do pecado e da impiedade.
Então, onde estão agora todos os grandes santos do passado, como S. Pedro, S. Paulo e S. João? Segundo a Santa Bíblia estão repousando nos seus sepulcros até o último dia.
Aqui está a prova. S. Paulo, escrevendo sobre sua próxima morte e futura ressurreição, diz:
II Tim. 4:7-8 : “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.”
Quando S. Paulo esperava receber a coroa da justiça? “Naquele dia”, juntamente com os demais que amassem a Vinda de Cristo. S. Paulo torna este ponto ainda mais claro na primeira epístola aos Coríntios.
I Coríntios cap. 15:51-54 – “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.”
O Senhor compara a morte a um sono do qual os justos despertarão pela voz poderosa de Deus como o potente som de uma trombeta. S. Paulo afirma que duas grandes mudanças ocorrerão na ressurreição. Primeiro, os santos que morreram, porque eram mortais, ressuscitarão como seres imortais. Isto significa que não poderão morrer nunca mais. Segundo, embora descessem à sepultura como seres corruptíveis, ressuscitarão incorruptíveis. Podeis ver que a imortalidade e incorrupção são dons de Deus, que Ele concede aos santos no glorioso dia da ressurreição. Um cristão que vive uma vida cristã consistente, pela fé, pode desde já ter a esperança da imortalidade que lhe será concedida no dia da ressurreição.
Advertência Divina
A falsa doutrina da imortalidade inerente foi a primeira soprada pelo diabo. Assim como enganou Adão e Eva no início, também o faz hoje.
O apóstolo S. Paulo diz em: II Cor. 11:3 – “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.”
O mesmo apóstolo admoesta:
Col. 2:8: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo”
Devemos estar alertas, como o apóstolo admoesta, para não sermos feitos presas de filosofias e tradições humanas com respeito à verdade. A doutrina da imortalidade natural da alma é de origem satânica e pagã. Aristóteles foi seu moderno originador. Ele não era judeu ou cristão, mas famoso filósofo grego. Mas Santo Agostinho, bispo de Hipona, Norte da África, quinto século, considerava-o como um dos mais sábios homens do mundo, e cativo de seus argumentos da imortalidade da alma, introduziu a doutrina na igreja sem tomar em consideração que ela está em completa contradição com os claros ensinos das Escrituras.
A Morte de Lázaro
Outro exemplo muito frisante do que acontece ao homem na morte, temos no caso de Lázaro de Betânia, amigo de Jesus, o qual morreu quando Jesus estava fazendo uma viagem missionária. Ao Lhe vir a notícia da morte de Lázaro, Jesus disse a Seus discípulos:
S. João 11:11: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo.”
Os discípulos pensaram que Jesus falava do sono natural; mas Jesus então lhes disse claramente: “Lázaro morreu.” Verso 14. Posteriormente Ele Se encontrou com Marta, irmã de Lázaro, e disse-lhe: “Teu irmão há de ressuscitar.” Verso 23. Marta disse que sabia que seu irmão haveria de ressuscitar na ressurreição do último dia. (Verso 24.) Ela conhecia bem a doutrina da ressurreição. Mas Jesus estava prestes a realizar um milagre especial para demonstrar a todos os homens que tinha poder para ressuscitar os mortos “no último dia”. A resposta de Jesus a Marta foi:
(Verso 25): “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá”
Pouco depois vieram à tumba, e Jesus disse:
Verso 39-44: “Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias. Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus? Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir.”
Lázaro era, certamente, um justo. Se não o fosse Jesus não teria considerado como o mais íntimo amigo, em cuja casa passava dias de repouso durante o Seu ministério.
Ora, Cristo não clamou aos Céus e pediu que um anjo trouxesse de volta ao corpo a alma de Lázaro, mas simplesmente disse: “Lázaro, vem para fora!” Se Lázaro estivesse naqueles quatro dias desfrutando as bem-aventuranças do Céu, então o Senhor lhe teria prestado um grande mal, tirando-o do Céu para trazê-lo de volta a esta Terra pecaminosa. Esta é outra prova de que quando o homem morre, ele repousa na tumba, esperando o dia da ressurreição.
Não Há Reencarnação
S. Paulo revela em Heb. 9:27 e 28 – “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.”
Aqui, amigos, está claramente indicado que o homem morrerá apenas uma vez, e ficará na sepultura até o tempo em que Cristo aparecerá pela segunda vez para a salvação, ou dia do juízo. Isto exclui, primeiro, a errônea crença de que o homem vai para o Céu, se justo, ou para o inferno, se ímpio, quando de sua morte. O juízo não se dá após a morte, mas o Senhor deseja, quando vier, recompensar a cada um segundo as suas obras.
Segundo, de maneira definida fica afastada a idéia de reencarnação e transmigração das almas. A Bíblia diz que o homem nasce apenas uma vez e uma vez morre, seguindo-se o juízo. O homem não precisa assustar-se com a idéia pagã e satânica da reencarnação.
Conclusão
Faz alguns anos, um famoso arqueólogo, fazendo escavações no Egito, encontrou a múmia de um Egípcio que tinha morrido no segundo século antes da era cristã. Ao desenrolar o envoltório que cobria a múmia, impregnado com elementos químicos, encontrou na mão direita da múmia o bulbo de uma planta. Estava praticamente seco, pois tinha mais de 2000 anos. Mas o arqueólogo ficou intrigado com o bulbo. Disse consigo: “Vejamos se a centelha de vida do bulbo ainda existe depois de séculos.”
Voltou para casa, plantou o bulbo cuidadosamente num local onde batia sol até à tarde, e não se esqueceu de fertilizar o terreno, tomando em fim todas medidas necessárias. Diariamente o regou. Que aconteceu? Pouco depois de uma semana, os primeiros brotos começaram a aparecer, e duas semanas depois surgiu uma bela planta, e depois da planta uma linda tulipa. Depois de 2000 anos ainda havia a centelha vital. Assim será com cada alma que morreu em Cristo.
Leiamos de novo:
S. João 3:36 – “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.”
S. João 6:40 – “De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.”
Sim, mais uma vez nos lembramos de que quem tem a Cristo tem a vida eterna, e o Senhor o ressuscitará no último dia. A morte do cristão é apenas um sono, até o dia em que será chamado à imortalidade, para ser conforme o glorioso corpo do Senhor, segundo nos diz em:
Fil. 3:20 e 21 – “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.”
É maravilhoso viver a vida presente e buscar a imortalidade. Esta bendita esperança faz-nos amar a Jesus cada vez mais. É maravilhoso e confiante experiência morrer na velhice com a certeza da ressurreição, quando a imortalidade e incorrupção serão nosso galardão na Terra renovada.
Deus os abençoe ao buscarem a “imortalidade”.
Fonte: Sétimo Dia
▲ TOPO DA PÁGINA
0 comentários:
Postar um comentário