segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Os caçadores da verdade

No passado alguns homens tinham no coração um profundo desejo de conhecer os mistérios da Bíblia. Dentre esses homens podemos citar:
*Guilherme Miller (1782-1849)
*Josué Vaughan Himes (1805-1895)
*Josias Litch (1809-1886)
*Carlos Fitch (1805-1844)
Foram corajosos, que não temeram chamar o pecado pelo nome e enfrentaram grandes e terríveis desafios.


O Investigador – Guilherme Miller
Quando Guilherme mal tinha quatro anos, seus pais mudaram-se para um sítio de 10 alqueires, “um sertão quase sem habitantes”, em Low Hampton, nos Estados Unidos.


A hipoteca anual era paga com 20 alqueires de trigo. Apenas umas seis casas existiam no município. Nesse ambiente, onde animais selváticos vagavam, arvores eram derrubadas para construir cabanas, o terreno era limpo e os Miller viviam como sitiantes.


Era uma vida rústica, e mesmo o jovem Guilherme tinha que ajudar na roça. A educação era limitada a três meses no inverno quando a colheita tinha sido feita. Miller freqüentou a escola dos 9 aos 14 anos.


Durante os longos meses de inverno, sua mãe o ensinou a ler. Tornou-se um leitor ávido, sedento de conhecimento. Mas os únicos materiais à sua disposição eram a Bíblia, o hinário e o livro de oração. Logo saiu da escola, mas continuou a aprender sozinho.


Vela era artigo precioso e assim Guilherme descobriu que nós de pinho faziam boa luz para a leitura. Certa noite, quando lia já tarde, seu pai acordou, viu a luz oscilante, e pensou que a casa se incendiara. Mas quando reconheceu que Guilherme estava lendo, mandou-o para a cama imediatamente. O ardente leitor reconheceu a vizinhança como boa fonte de material de leitura.


Algumas pessoas lhe emprestavam livros, outras lhes deram livros de presente. Sua juventude era típica da maior parte dos rapazes de então. Porém ele almejava algo melhor para a sua vida. Casou-se em 1803 com Lucy Smith. Seguindo o modismo da época, aderiu à maçonaria, chegando até o seu alto grau.


Lutou na guerra de 1812 contra os ingleses, e na batalha de Plattsburgh viu os norte americanos esmagarem um número muito superior de ingleses – um fato que ocasionou a reviravolta em sua vida. Ao final da guerra, ele retornou para o seu lar. Esse retorno foi marcado por um senso de reflexão sobre as questões espirituais.


Em 1816 converteu-se e começou a estudar intensivamente a Bíblia. Comparando versículo com versículo, chegou a conclusão de as Escrituras apontavam para seus dias o último período da história terrestre.


Em Daniel 8:14, ele leu:”Até 2.300 tardes e manhãs, e o santuário será purificado”. Sua compreensão foi de que Cristo voltaria a fim de purificar a terra do pecado.


Em agosto de 1831, fez um pacto com Deus no qual ele se comprometia em pregar sobre a vinda de Cristo caso fosse convidado. No mesmo dia, o convite surgiu para falar sobre o segundo advento em Dresden.

Em 1883, foi-lhe concedida pelos batistas a licença de pregar e, no final de 1834, ele estava dedicando todo o seu tempo para a pregação. De outubro de 1834 até junho de 1839, Miller registrou 800 palestras em seu caderno de anotações.
Outras pessoas concordavam com as idéias de Miller. Surgiu então o movimento Milerita.


O Programador – Josué V. Himes


Josué Himes foi um grande promotor e organizador do milerismo. Em 1840, ele lançou a revista sinais dos tempos sem patrocínio nenhum e sem ainda ter nenhum assinante, com apenas um dólar de capital.


Seu trabalho foi realizado inteiramente pela fé. Além disso, ele também publicou uma segunda e uma terceira edição dos Sermões de Miller, diagramas, folhetos, livros, tratados, hinários, páginas avulsas e boletins com as mensagens adventistas.

Na cidade de Nova Iorque, Himes lançou uma revista diária, o clamor da meia-noite, em 1842, em conexão com uma grande série evangelística. Dez mil cópias foram impressas diariamente por várias semanas e distribuídas por garotos.


Foi sua tarefa de organizar a primeira “Associação Geral dos Cristãos que Esperam o Advento para outubro de 1840”. Com um temperamento empreendedor, Himes liderou a abertura das reuniões campais e providenciou uma tenda gigante, grande o suficiente para acomodar quatro mil assentos, para ser usada nas cidades onde não havia Igrejas ou salas para os sermões mileritas.


O Escritor – Josias Litch

Josias Litch (1809-1886) era ministro metodista e aceitou os ensinos de Miller em 1838. Ele escreveu um resumo de 48 páginas dos mesmos intitulado O Clamor da Meia-Noite ou uma revisão dos Sermões de Miller. No mesmo ano escreveu um livro de 200 páginas: A Probabilidade da vinda de Cristo Aproximadamente em 1843 A.D.


Em 1841, ele tornou-se um “agente geral” em tempo integral do comitê Milerita de publicações. Também foi um dos editores da Sinais dos Tempos e de outra publicação milerita em Filadélfia, Trombeta de Alarme, ele viajava exaustivamente e pregava sobre as profecias com grande efeito.


Pregador – Carlos Fitch

Carlos Fitch era um conceituado ministro congregacionalista. Aceitou os ensinos de Miller e, através de Josias Litch, aceitou a fé do adventismo. Desde então, tornou-se um dos mais corajosos e bem-sucedidos líderes mileristas.


Juntamente com Apollos Hale, outro ministro ligado ao movimento, criou o “diagrama profético de 1843”, grandemente usado, pintado em tecido.


Ele começou a editar um jornal semanal chamado Segundo Advento de Cristo, onde foi publicado seu sermão sobre o poderoso anjo que bradava: “Caiu, caiu a grande Babilônia”, e que foi seguido pela voz: “Sai dela povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados, e para não praticardes dos seus flagelos” (Ap 18:1-5). No sermão, ele dizia que o termo “Babilônia” se referia ao anticristo, ou seja, todas as organizações católicas e protestantes que se opunham à verdade sobre a vinda de Jesus.


Esperar até quando?


Como já vimos, Guilherme Miller e seus companheiros esperavam que Jesus voltasse naqueles dias. Eles estabeleceram entre 21 de março de 1843 e 21 de março de 1844, só que Jesus não retornou.


Você imagina como eles se sentiram? Isso fez com que voltassem novos questionamentos novos estudos tentando achar onde haviam errado.


Durante esse período, uma nova compreensão alimentou a esperança dos crentes no segundo advento. Em agosto de 1844, numa reunião em Exeter, o ministro Samuel S. Snow apresentou seus estudos que apontavam para o cumprimento da profecia no dia de Expiação. Este dia segundo cálculos feitos tendo como base o calendário dos judeus caraítas, se daria em 22 de outubro de 1844.


A princípio, eles hesitaram em fixar com tamanha precisão a vinda de Cristo, mas o entusiasmo que se seguiu após essa conclusão os levou a abraçar a mensagem. Então deram tudo de si em um último esforço para advertir o mundo de seu juízo iminente. Sabe o que eles decidiram fazer? Deixaram as colheitas por fazer, fecharam lojas e demitiram-se do emprego. Afinal nada disso teria mais valor porque Jesus estava voltando.


O Grande Desapontamento


Uma data foi fixada de acordo com a profecia: 22 de outubro de 1844. Nesse dia, dez mil crentes esperaram, esperaram… O dia findou e nada aconteceu, desânimos decepção e dor tomaram conta dos mileritas.


O que aconteceria após?
Um grupo retornou as suas igrejas de origem e abandonou a crença do segundo advento de Cristo. Outro grupo abandonou a fé cristã. Um terceiro grupo continuou crendo na mensagem milerita. Este último grupo subdividiu-se em três grupos:
Os que acreditavam que o retorno de Cristo era um caso certo, porém a data estava errada.
Os que criam que Cristo viera em 22/10/1844, mas de forma espiritual.
Aqueles que acreditavam que o erro não estava na data e sim no evento.


Dos três grupos, o último era o menor deles, porém foi através dele que a Igreja Adventista do Sétimo Dia se originou.
Adventistas 7

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