quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O Dom de Profecia na Vida de Ellen White



Ellen-White2O Dom de Profecia – Um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Este dom é uma característica da Igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como a mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à Igreja. Eles também tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência. – Crenças Fundamentais, 17
Na primeira parte do século passado, houve um generalizado despertamento de um profundo interesse no segundo advento de Cristo. Nos Estados Unidos, a figura central desse despertamento religioso foi um chacareiro batista que se tornou pregador, chamado Guilherme Miller.
Através de cuidadoso estudo da profecia bíblica, chegou à conclusão de que Jesus voltaria à Terra em 22 de outubro de 1844. Milhares de fiéis freqüentaram suas pregações, creram em sua mensagem e se tornaram parte do movimento milerita.
Uma vez que Jesus não veio na data esperada, o movimento se repartiu em três grupos. A partir de um deles, se desenvolveu a Igreja Cristã Adventista; de outro, a Igreja Adventista do Sétimo Dia. A grande maioria ficou com a Igreja Cristã Adventista; os adventistas do sétimo dia vieram de um grupo bastante reduzido. Hoje, os chamados cristãos adventistas não passam de 30 mil, localizados principalmente nos Estados Unidos e Canadá. Os adventistas do sétimo dia já passaram de doze milhões, e têm membros em quase todos os países do mundo.
Anos atrás, F. D. Nichol teve uma curiosa conversa com um velho líder da Igreja Cristã Adventista, ocasião em que relatou sobre o crescimento dos adventistas do sétimo dia. O que aquele líder disse a Nichol foi: “Seus líderes têm sido mais sábios que os nossos. Viram a necessidade de uma obra de publicações e implantaram-na; e também a necessidade de obra médica, educacional e um grande movimento missionário. Eles também perceberam a importância de uma organização bem estruturada. Por isso, hoje vocês estão fortes e apresentam um rápido crescimento, ao contrário de nós.”
Nichol respondeu: “Não, prezado irmão, não concordo exatamente com sua colocação. Nossos líderes não foram mais sábios que os de vocês, nem foram mais empreendedores... Acontece que tivemos em nosso meio uma mulher especial. Ela sugeriu o que devia ser feito em cada um dos diferentes ramos da Obra... Aceitamos o seu conselho e direção crendo que suas visões provinham de Deus. Essa é a razão por que temos uma maravilhosa organização e estamos crescendo.”
Espírito e Escritura
A presença de Ellen White, abençoada com o dom de profecia, tem sido o principal fator para o movimento adventista chegar ao que é hoje. É claro que precisamos também realçar a importância da mensagem apocalíptica que os adventistas proclamam. Agora, querer definir qual a mais importante para o sucesso de nossa igreja, entre essas duas, é como debater sobre o que veio primeiro, o ovo ou a galinha.
Se os primitivos adventistas não fossem profundos estudiosos das Escrituras não teriam descoberto as verdades que tornaram possível a restauração por Deus do dom de profecia. E, sem o dom de profecia, a notável unidade dos Seus discípulos dificilmente poderia ser mantida; a Igreja não teria pregado a mensagem com a mesma segurança; e o movimento não teria crescido tanto como cresceu.
Uma vez que os primeiros adventistas aceitaram o princípio que contemplava “a Bíblia e somente a Bíblia” como fonte da divina verdade, ficaram a apenas um passo para aceitar o dom de profecia como manifestado através de Ellen White.
A lógica dessa posição foi explanada, já em 1870, por J. N. Andrews. Ele argumentou que, se as Escrituras de fato apresentam todos os deveres do homem em relação a Deus, e se ele verdadeiramente aceita as Escrituras, então deve aceitar a função que as Escrituras reservam ao Espírito Santo. De acordo com Andrews, essa obra inclui convencer as pessoas dos seus pecados, torná-las novas criaturas em Cristo, plantar no coração de cada uma o amor de Deus, e guiá-las em toda a verdade.
“Está claro”, escreveu Andrews, “que quem rejeita a obra do Espírito Santo, com a justificativa de que as Escrituras são suficientes, pode também negar e rejeitar qualquer parte da Bíblia que revele a função e obra do Espírito Santo. ... O Espírito inspirou as Escrituras. Mas é óbvio que não o fez com objetivo de ser, por esse motivo, alijado de toda participação na obra de Deus em favor dos homens.”
A presença do dom de profecia na Igreja, como um dos dons do Espírito, está em total harmonia com os ensinamentos da Escritura (I Cor. 12; Efés. 4). Os cristãos que reconhecem e aceitam o dom, longe de estarem negando as Escrituras, estão é reafirmando sua absoluta confiança nelas. Por outro lado, as Escrituras acrescentam que a igreja do tempo do fim não apenas proclamaria a mensagem da hora do juízo, como também iria “[guardar] os mandamentos de Deus e [ter] o testemunho de Jesus”. Apoc. 12:17. E o que é o “testemunho de Jesus”? É o “espírito da profecia”. Apoc. 19:10.
A esse respeito, comentou o Pastor W. A. Spicer, ex-presidente da Associação Geral: “Algo que enche o coração de assombro é ver, na profecia e na história, o surgimento deste movimento adventista... É a obra do Deus vivo diante dos nossos olhos! ... Como o início do movimento, veio também o Espírito de Profecia para descerrar diante de nós de uma forma especial as verdades das Santas Escrituras, e para dirigir e guiar-nos de maneira particular nestes críticos dias finais. ... Nossos pioneiros sozinhos não poderiam ter feito mais por este movimento do que Moisés e Aarão, se tivessem tentado por si mesmos tirar Israel do Egito e guiá-lo através do deserto durante os 40 anos.”
Instrução Prática
Inspirada pelo Espírito Santo, Ellen White continuamente exaltou a Palavra de Deus e chamou a atenção para as suas verdades. Ela ajudou a desvendar o significado das Escrituras e a unir o povo de Deus em torno dessas verdades. Ela preservou a igreja de se basear nas rochas pouco sólidas da falsa teologia. Ela apontou o pecado e clamou por reavivamento e reforma.
Em seus escritos e pregação, ela incentivou os líderes da igreja, induzindo-os a estabelecer as instituições e a desenvolver uma visão mundial. Desmascarou falsos líderes. Encorajou fortemente os pecadores a olharem para Jesus. Apresentou princípios e instruções práticas para guiar não somente a igreja mas cada pessoa individualmente para encontrar e seguir a Jesus. Deu conselhos definidos sobre saúde e nutrição, os quais se tornaram generalizados posteriormente.
Como membro da igreja remanescente, sou especialmente grato pelo auxílio divino ao movimento adventista através do ministério de Ellen White. Deus previu que a causa da verdade necessitaria de especial ajuda para enfrentar os desafios dos últimos dias e então providenciou esse apoio através do Espírito de Profecia.
Um Dom Pessoal
O dom de profecia também significa uma grande bênção para mim pessoalmente. Em minha infância e adolescência, o Senhor me falou de forma particular enquanto lia os escritos de Ellen White. Suas descrições dos eventos dos últimos dias, especialmente a segunda vinda de Cristo, tocaram meu coração desenvolvendo um forte desejo de estar pronto para encontrar o Senhor. A voz que me falava através dos escritos de Ellen White era a mesma que eu aprendera a reconhecer nas Santas Escrituras.
E essa mesma voz ainda me fala cada vez que leio um texto de Ellen White. Isso representa muito para mim, principalmente porque o Deus do Antigo e do Novo Testamentos ainda vive, reina e fala. Ele não deixou de Se comunicar com Seus filhos quando os apóstolos depuseram a pena.
Também significa muito para mim a forma como Ellen White se relaciona com as Escrituras. Ela continuamente aponta para a Bíblia, confirmando-a como a fonte de todo o conhecimento necessário para dirigir-nos até o Reino. Ela revela que “as Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa”. – O Grande Conflito, pág. 7.
A fé implícita da Sra. White na história bíblica atua sobre a minha própria fé. Seus escritos aplicam a Bíblia como nenhum outro consegue fazer. Quando leio sua descrição dos lugares e eventos bíblicos, me parece que estou vendo as cenas descritas. Sua narrativa da Criação desperta e reforça minha confiança no relato do Gênesis. Quando leio sua descrição do dilúvio, parece que ilumina a descrição da Bíblia. A não ser a Bíblia, não há qualquer outra literatura que tanto satisfaça minha alma quanto fortaleça minha fé.
É inspirador verificar a atitude de Ellen White tanto em relação ao movimento adventista como seus líderes. Ninguém melhor do que ela conhecia as fraquezas e falhas de cada um, mas apesar disso ela ainda confiava nos obreiros.
Ela jamais perdeu a confiança na vitória final do movimento adventista, apesar dos problemas e desafios enfrentados. Cheia de fé, ela sempre animou os irmãos a avançar. Ela cria de todo o coração que, no tempo certo e da forma adequada, Deus iria prover os meios necessários para que a tríplice mensagem alcançasse os confins da Terra. Sua fé, da forma como expressou em seus escritos, me tem ajudado a desenvolver uma crença inabalável no triunfo final do movimento adventista.
Os pais amam a seus filhos, e por esse motivo apreciam satisfazer as necessidades deles bem como presenteá-los. Pois eu gosto de pensar no dom de profecia desta maneira. Deus ama Sua família terrestre. Sabe que Seus filhos que vivem perto do segundo advento terão que enfrentar toda a ira do dragão. Por isso, por Seu amor, providenciou um dom especial, uma mensageira inspirada.
Com reverência e gratidão, vejo o infinito amor e sabedoria de Deus dando-nos esse grande presente. Por minha própria experiência, posso testificar a verdade do texto que diz: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis.” II Crôn. 20:20.
Kenneth H. Wood
Foi editor da Adventist Review
AdventoBlog

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