domingo, 24 de maio de 2015

Em votação histórica, Irlanda aprova “casamento” gay



A Irlanda aprovou, na tarde deste sábado, a legalização do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. Com o resultado confirmado, o país, que tem forte tradição católica, se tornou o primeiro a legalizar a união por voto popular. Uma multidão se reuniu no centro da capital Dublin para acompanhar a contagem dos votos - e casais começaram a celebrar e a se beijar à medida que os resultados mostravam a vitória do “sim”. Mais de 62% dos eleitores votaram a favor de uma mudança constitucional para permitir que casais gays possam se casar. Ativistas pró-“casamento” gay disseram que esse é um dia histórico para o país onde a homossexualidade era crime até 1993.

Políticos gays, incluindo ministros, que lideraram campanhas pela causa disseram que o resultado marca uma mudança de geração em um país que era conservador. “Somos um pequeno país com uma grande mensagem para o mundo”, disse o primeiro-ministro Enda Kenny.

Mais de 3,2 milhões de pessoas foram às urnas - muitos irlandeses que não moram no país voltaram só para participar da votação. [...]

O arcebispo católico de Dublin, Diarmuid Martin, disse que o referendo era uma afirmação dos jovens e que, agora, a igreja tem “uma imensa missão diante de si”. “Eu acho que a igreja precisa fazer uma revisão da realidade”, disse o líder religioso. “Eu fico feliz de ver como os gays e lésbicas estão se sentindo hoje, pelo fato de que isso seja algo que enriquece a maneira como vivem. Eu acho que é uma revolução social.” [...]

O ministro da Saúde, Leo Varadkar, que no início do ano foi o primeiro ministro na história da Irlanda a se assumir abertamente como gay, disse que a campanha foi “quase uma revolução social”. [...]

Em 2010, o governo aprovou uma lei de união civil que deu reconhecimento legal a casais gays. Mas há diferenças entre união civil e casamento. A principal delas é que o casamento é protegido pela Constituição, enquanto a união civil não é.

Mesmo com a medida aprovada, as igrejas católicas ainda vão poder decidir se celebram esse tipo de “casamento”. O líder da Igreja Católica na Irlanda, Eamon Martin, disse que a igreja poderá analisar se continuará a fazer a parte civil da cerimônia se a mudança for aceita.

Atualmente, o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo é legal em 20 países do mundo, inclusive no Brasil.

(BBC Brasil)

Nota: Atente especialmente para estes trechos: “Ativistas pró-casamento gay disseram que esse é um dia histórico para o país onde a homossexualidade era crime até 1993.” Vivemos num mundo de mudanças rápidas. Em 1950, no Brasil, até o espiritismo era crime!

“Somos um pequeno país com uma grande mensagem para o mundo.” A ideia vai pegando e o casamento heterossexual estabelecido no Gênesis vai sendo descaracterizado. Se a católica Irlanda deu esse passo, o que se pode esperar dos demais países cristãos? A população foi doutrinada pela mídia (filmes, novelas, seriados, etc.) a fim de aceitar aquilo a que antes se opunha.

“O arcebispo católico de Dublin, Diarmuid Martin, disse que o referendo era uma afirmação dos jovens e que, agora, a igreja tem ‘uma imensa missão diante de si’. ‘Eu acho que a igreja precisa fazer uma revisão da realidade’, disse o líder religioso. ‘Eu fico feliz de ver como os gays e lésbicas estão se sentindo hoje, pelo fato de que isso seja algo que enriquece a maneira como vivem. Eu acho que é uma revolução social.’” De fato é uma revolução, e a Igreja Católica, que abandonou sua visão criacionista e relativizou o relato da criação, tendo abraçado o evolucionismo teísta, terá cada vez mais dificuldade para defender o casamento monogâmico entre um homem e uma mulher. Se o casamento é apenas um dogma, uma tradição religiosa, e não uma instituição divina que remonta à criação, por que não revisá-lo e adaptá-lo aos tempos modernos?

As aspas na palavra “casamento”, na matéria acima, foram acrescentadas por mim, porque continuo não aceitando a apropriação indevida da palavra pelos homossexuais. Eles são livres para viver como quiserem e não tenho como me opor à união civil entre pessoas do mesmo sexo. Cada um faz o que bem entende de sua vida. Mas não posso concordar com a redefinição de uma palavra, de um conceito que tem que ver com uma instituição criada e abençoada por Deus. [MB]

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