Andando a Segunda Milha
Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Mateus 5:41
Não gostamos de fazer as coisas por obrigação. Dá a impressão de que estamos nos submetendo a um pedido despropositado e sendo inferiorizados. Esperneamos, argumentamos, reclamamos, mas não adianta. Obrigação significa ausência de diálogo. Não há opção. Não opine! Não discuta! Não há escolha.
Acredito que, fora do momento de combate, em nenhum outro momento o soldado romano era mais odiado do que quando recrutava um civil para carregar suas armas e equipamento. Mas Jesus não limitou a questão ao soldado romano: “Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas.”
Uma das características do verdadeiro cristianismo é produzir homens e mulheres da segunda milha. E o importante é como caminhar a segunda milha. Tenho que andar nela com alegria, com entusiasmo, sem ressentimento e sem reclamação.
Na primeira milha, você vai se encontrar com gente que chega na hora e sai na hora. Na segunda, vai se encontrar com quem chega antes e sai depois.
Na primeira milha, você vai ver pessoas que fazem até 95% do trabalho. Na segunda, pessoas que vão dos 95% aos 100%. Na primeira milha, você vai se encontrar com gente que inventa qualquer motivo para se ausentar do trabalho. Na segunda, vai se unir a gente disposta a dar mais energia do que se espera e até a se sacrificar.
A primeira milha está sempre cheia, congestionada. Os que viajam nela são os que perguntam: “Como é que eu posso fazer o mínimo e, mesmo assim, sobreviver no emprego?”
Somos chamados a andar a segunda milha mesmo quando a mesa está abarrotada de trabalho e as pessoas chegam fora de hora. Quando vem um pedido no fim do expediente e você está com acúmulo de trabalho. Quando passam para você uma carga extra de trabalho de outra pessoa que é “folgada” e preguiçosa. Você anda a segunda milha quando faz mais do que estão lhe pedindo. Até mesmo quando lhe pedem que faça uma coisa de que você não gosta, ou que seja desinteressante para você.
Em todos os postos de trabalho, em todas as posições, precisamos hoje de gente da segunda milha. Se a lei do menor esforço prevaleceu durante algum tempo, você deve estar atento porque, mesmo sem se falar de “segunda milha”, valoriza-se a tenacidade e a dedicação no trabalho.
Será que você pode honestamente dizer que é uma pessoa da segunda milha?
2 de maio Segunda
Espírito de Equipe
Completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Filipenses 2:2
Paulo mostrou sua preocupação em relação ao espírito de cooperação na igreja dizendo: “Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função” (Ef 4:16).
Tim Hensel conta, em seu livro The Holy Sweat, a história de Jimmy Durante, um dos grandes humoristas entre os anos 1920 e 1970. Pediram que ele participasse de um show para veteranos da Segunda Guerra Mundial. Ele respondeu que sua agenda estava cheia, mas poderia reservar alguns minutos para uma breve apresentação. Disse que, se eles não se incomodassem de que ele fizesse um curto monólogo e saísse imediatamente para o próximo compromisso, ele aceitaria.
Mas, quando Jimmy subiu ao palco, alguma coisa interessante aconteceu. Ele terminou o monólogo e continuou ali. O aplauso tornou-se cada vez mais forte, e ele permaneceu. Logo, já haviam se passado 15 minutos, 20 minutos e até 30 minutos. Finalmente, fez sua última apresentação e saiu do palco.
A pessoa responsável o abordou e disse: “Eu pensei que você ficaria apenas alguns minutos. O que aconteceu?”
Jimmy respondeu: “Eu tinha que ir, mas quero lhe mostrar algo. Está vendo ali na primeira fila?” Na primeira fila havia dois homens, cada um deles perdeu um dos braços na guerra. Um tinha perdido o braço direito, e o outro o braço esquerdo. Juntos, eles conseguiam aplaudir, e foi exatamente o que eles fizeram com alegria e vibração. Estavam contentes, mesmo diante de suas limitações, sabendo que elas desapareceriam quando um se unisse ao outro.
Converse com os administradores que se esmeraram na escolha dos seus liderados e verá que a frustração de muitos deles é a mesma de Casey Stengel, técnico de futebol americano, que disse: “É fácil conseguir bons jogadores. Fazer com que joguem juntos é a parte mais difícil.”
Hoje, os bons jogadores entendem que as preferências pessoais devem ser colocadas de lado por aquilo que o time pede. Entendem que no centro de atuação de qualquer grupo – seja o time, a escola ou a igreja – o propósito comum do grupo está acima dos objetivos individuais.
“Cada um ajuda o outro e diz a seu irmão: ‘seja forte!’ O artesão encoraja o ourives, e aquele que alisa com o martelo incentiva o que bate na bigorna” (Is 41:6, 7).
3 de maio Terça
Tudo Contribui Para o Bem?
Sabemos que para aqueles que amam a Deus e são chamados de acordo com o Seu propósito, tudo o que acontece se encaixa num plano voltado para o bem. Romanos 8:28, Phillips
Durante o ano em que exerci a função de diretor de assuntos estudantis do Unasp, campus São Paulo, recebi em minha sala um dos alunos. Sentou-se pesadamente na cadeira e suas primeiras palavras foram: “Faça o favor de não mencionar para mim Romanos 8:28.” Eu entendia o porquê. No sábado anterior, seu carro havia capotado e a esposa tinha falecido no acidente.
Romanos 8:28 é um texto que tem sido usado como travesseiro enquanto procuramos entender alguma coisa errada que aconteceu conosco. É um dos versos que ainda luto para entender completamente. Fácil de ser dito e difícil de ser entendido.
Será que nós o estamos usando corretamente? Posso eu me aproximar de uma moça que perdeu o noivo num acidente faltando apenas um mês para o casamento, ou de um pai que perdeu o filho num afogamento, e dizer-lhes em tom de consolação: “Tudo contribui para o bem”? Em que isso vai contribuir para o bem dessas pessoas?
E seguem outros exemplos: se o namoro não deu certo é porque há um rapaz ou moça melhor para você no futuro. Se você não passou no processo seletivo na universidade que desejava, é porque Deus tem uma universidade melhor para você. Será que é isso o que o texto diz?
Quando os incidentes são relatados e o verso é mencionado, acredita-se que, quando uma coisa ruim acontece, Deus tem no gatilho algo muito bom.
Interpretações à parte, creio que o “tudo” não é o ponto principal do texto. Tente colocar Deus como o tema principal, e note como se torna mais claro o significado: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam, dos que foram chamados de acordo com o Seu propósito.”
Parece que dá mais sentido ao texto, não é verdade? A promessa é que Deus tomará as coisas ruins e trabalhará por meio delas para o nosso bem.
“Perdemos muito porque não desfrutamos as bênçãos que podem ser nossas em nossas próprias aflições. Todos os nossos sofrimentos e tristezas, todas as nossas tentações e provações, [...] todas as experiências e circunstâncias são obreiras de Deus para que o bem nos seja trazido” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje [MD 1989], p. 185).
4 de maio Quarta
Escolhas Certas
O que você quer? Peça e Eu lhe darei. 1 Reis 3:5, Bíblia Viva
Desde o momento em que nos levantamos até o fim do dia, milhares de escolhas são feitas. Muitas delas não estão relacionadas ao conceito de certo e errado. Exemplo: O que vou comer em meu desjejum? Que roupa vou usar hoje? Internato ou externato? Filipe ou Marcelo? Bia ou Mariana? Vou caminhar no parque ou vou ao shopping? Considere, na hora de comprar, a variedade de produtos à sua disposição: você tem 36 tipos de cremes dentais, 100 marcas de iogurtes, milhares de DVDs, 200 tipos de celulares...
Outras escolhas terão que ser feitas com mais calma. São aquelas que têm impacto e consequências em nosso futuro: Que curso vou fazer: fisioterapia, medicina ou comunicação? Que emprego vou aceitar? Com quem vou me casar? Onde vamos morar? Que impacto essa escolha terá em minha vida a curto prazo? E a longo prazo? E sobre aqueles que dependem de mim?
Ninguém ignora a importância de uma escolha, porque quando alguém está dizendo “sim” para uma coisa, está dizendo “não” para muitas outras. E as escolhas mais difíceis não são entre o bom e o ruim, mas entre o bom e o melhor.
Podemos fazer algumas escolhas erradas e sobreviver: escolher o trabalho errado, a cidade errada onde morar, o carro errado e até o cônjuge errado (o que seria um desastre).
Antes de escolher, procure levar em conta alguns itens:
1. Não adie a escolha. Há pessoas que costumam adiar ao máximo a tomada de decisões. Vão além do tempo regulamentar e da prorrogação. A indecisão crônica desgasta não somente o indeciso, mas também aqueles que o cercam ou dependem dele.
2. Veja as circunstâncias. Aceite que não há coincidências. Deus está no controle de sua vida e usa cada incidente para dirigir e orientar seus passos. Às vezes, um telefonema, um dinheiro que surge, uma breve conversa informal podem servir de indicação da escolha a ser tomada.
3. Busque conselho. Não despreze a sabedoria dos mais experientes. Pais, professores, líderes, amigos que torcem por você podem ajudar muito. Quem sabe já enfrentaram a mesma situação antes e podem dar uma palavra de conselho.
A atitude de entrega e submissão nos dará tranquilidade e confiança no Deus que diz: “Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; Eu o aconselharei e cuidarei de você” (Sl 32:8).
5 de maio Quinta
Como Resistir à Tentação
Não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim Alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Hebreus 4:15
Foi no deserto que teve lugar a grande luta entre o bem e o mal. Para Adão e Eva, a luta foi travada num jardim. Hoje, esse conflito segue acontecendo na sala de aula, no quarto, no local de trabalho, etc.
Lá no deserto, estavam frente a frente Jesus e o príncipe das hostes do mal. Todas as câmeras do Universo estavam voltadas para a batalha que seria travada. Os anjos também contemplavam a luta. “Todas as forças da apostasia se puseram a postos contra o Filho de Deus. Cristo Se tornou o alvo de todas as armas do inferno” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 116). Foi a grande batalha pelos habitantes da Terra.
A primeira tentação foi direcionada a uma necessidade percebida e sentida: a satisfação da fome. Nesse caso, Jesus poderia usar Seu poder em benefício próprio. A segunda tinha a finalidade de transformar Jesus em um galã, com atuação cinematográfica espetacular, deixando as multidões extasiadas e boquiabertas. Saltaria do templo e um anjo O ampararia no ar. Daí para frente, com toda certeza, a multidão que O acompanhasse ficaria apenas aguardando o espetáculo seguinte. Nessas duas primeiras investidas, o tentador começou com as palavras “se Tu és”.
Finalmente, na terceira tentação, o inimigo fez um oferecimento a Jesus. Ele não precisaria passar pelo caminho do sofrimento, da agonia e da negação para ter o domínio dos reinos da Terra. Bastaria tão somente dobrar os joelhos diante de Satanás. Seria um atalho para a conquista deste mundo.
Temos que pensar na tentação não apenas em termos de fazer o que não devemos, mas de esquecer nossa verdadeira identidade.
A tentação diz: esqueça quem você é só por cinco minutos, um dia, um fim de semana. Não há nenhuma câmera oculta registrando o que ninguém vai descobrir. É só desta vez. Outros também fazem isso. Não vai prejudicar ninguém.
É quando nos esquecemos de quem somos que nos tornamos presa fácil do inimigo. “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, pois O veremos como Ele é” (1Jo 3:2).
O que Jesus tinha na linha de frente para enfrentar a tentação? “Guardei no coração a Tua palavra para não pecar contra Ti” (Sl 119:11). E isso funcionou perfeitamente
6 de maio Sexta
A Parábola dos Talentos
O que havia recebido cinco talentos saiu imediatamente, aplicou-os, e ganhou mais cinco. Mateus 25:16
O famoso violinista Fritz Kreisler (1875-1961) descobriu um violino especial numa de suas viagens, mas naquele momento não tinha dinheiro para comprá-lo. Ao voltar para comprar o instrumento, o violino tinha sido vendido a um colecionador. Kreisler foi atrás do homem para comprar o violino, mas o colecionador disse que aquele era um dos itens mais caros de sua coleção e não podia vendê-lo. Mesmo desapontado, antes de sair, o violinista teve uma ideia: “Será que eu posso tocá-lo antes que fique na coleção, destinado ao silêncio e sem uso?”
O dono da loja permitiu e uma bonita música encheu o recinto. A reação do homem foi imediata: “Não posso guardá-lo para mim”, disse. “É seu, Sr. Kreisler. Leve-o e que as pessoas o escutem.”
A parábola dos talentos fala da expectativa de um senhor diante de três dos seus empregados. Todos receberam talentos. O talento era uma medida de peso que depois passou a ser uma medida de unidade monetária. Era equivalente a 15 anos ou 180 meses de trabalho. No caso de o salário mínimo ser R$ 1.000,00, um talento equivaleria a R$ 180.000,00. Uma boa quantia para investimento.
Na hora da prestação de contas, houve duas aprovações e uma desaprovação. Enquanto dois empregados conseguiram lucro de 100%, o outro ficou em zero.
Quando o senhor voltou para acertar as contas, o empregado disse: “Guardei direitinho, bem escondido! Estava só esperando para entregar de volta o que é seu. Aqui está completo e dentro do prazo. Sou um bom funcionário?” A reação de qualquer pessoa que deixou essa quantia um ano sem fazer investimento seria de indignação. “Se você sabia que eu ia ser duro em cobrar, porque não fez pelo menos uma aplicação de renda fixa? Você teve mais medo de mim do que de se arriscar!”
Hoje falamos que os talentos e as habilidades são um presente de Deus para nós. Que talentos Ele nos deu? Que uso estamos fazendo deles? Seja o nosso tempo, dinheiro, influência, saúde, faculdades mentais, todos são concedidos por Deus e cabe a nós multiplicá-los pelo uso sábio. “O êxito não é resultado do acaso, nem do destino; é a operação da providência de Deus, a recompensa da fé e discrição, da virtude e do esforço perseverante” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 353.
Sempre que surgir uma oportunidade, saiba que você tem o talento para aproveitá-la.
7 de maio Sábado
Reconhecer Seu Poder e Sua Soberania
Um leproso aproximou-se dEle e suplicou-Lhe de joelhos: “Se quiseres, podes purificar-me!” Marcos 1:40
Uma convicção tomou conta do seu coração naquele dia. “Preciso encontrá-Lo. Sei que Ele pode me curar.” Aquela indecisão de se aproximar desapareceu ao perceber que Jesus era exatamente como ele tinha imaginado: bronzeado, simples, sem afetação.
Suas primeiras palavras não foram: “Senhor, preciso ficar bom; cura-me, por favor”, mas: “Senhor, se quiseres.” Ele não tinha dúvidas sobre o poder de Jesus, mas não tinha certeza se era a vontade de Jesus curá-lo.
Quantos anseios, quantos sonhos, quanta angústia, quanto anelo profundo estão por trás destas duas palavras: “Se quiseres.” Quando pronunciamos essa frase, já experimentamos, pensamos e provamos outras soluções. É uma oração que sai bem de dentro do coração. É como se estivéssemos dizendo: “Senhor, estou esperando por isso há tempo; estou no fim da corda.”
Estamos convencidos de Seu poder, de que Ele pode esvaziar todos os hospitais em um segundo, com uma palavra tornar a erradicação da fome uma realidade para todo o mundo, curar o câncer de um filho. Mas nossa dúvida, nossa incerteza, nossa preocupação é se Deus quer.
Algumas vezes oramos: “Senhor, sabemos que tens o poder. Se tão somente quiseres... Senhor, por favor, estou esperando por isso há tempo, mas aceito Tua vontade.” Nossa atitude é de submissão, dependência, entrega.
A história diz que Jesus foi movido de compaixão, que significa “profunda simpatia e tristeza por alguém no meio da tragédia, acompanhado por um desejo de aliviar o sofrimento”. E foi isso que moveu o coração de Jesus naquele dia.
Não sei que tipo de preocupação o toma neste momento, nem a dor que o acompanha e para a qual você está dizendo: “Senhor, se quiseres...”
Não hesite. Não duvide. Aproxime-se. Ele vai parar e perguntar o que você quer. Abra o coração e confie no poder e na vontade de Deus.
Devemos estar dispostos a ir como o leproso, com fé e confiança, para ouvir as palavras: “Quero. Seja purificado!” (v. 41).
8 de maio Domingo
Honrando Nossas Mães
Muitas mulheres são exemplares, mas você a todas supera. Provérbios 31:29
Era um dia especial para as crianças da igreja. Cada uma devia recitar um verso da Bíblia. Uma menininha foi à frente para recitar o verso que tinha memorizado. Mas, ao se colocar à frente, com centenas de olhos sobre ela, a menina se esqueceu do verso. Não conseguia pronunciar uma palavra sequer. A mãe, que estava sentada na primeira fila, movimentando os lábios, tentou formar a frase para a menina e cochichou: “Eu sou a luz do mundo.” Imediatamente o rosto da garotinha brilhou e ela disse com firmeza: “Minha mãe é a luz do mundo.”
Todos riram, mas reconheceram que a menina não estava tão longe da verdade, pois em cada lar a mãe é uma luz irradiando amor e alegria.
Hoje, no Dia das Mães, quero homenagear três mães, em especial: minha mãe, a mãe de minhas filhas e a mãe de minhas netas. Graças a Deus, todas desfrutam de saúde e estão em diferentes fases de realização pessoal.
Mas a homenagem é extensiva a todas as mães, novas ou idosas, do campo ou da cidade, com muitos ou poucos filhos. São elas que fazem funcionar de maneira incansável o mecanismo da vida doméstica, que pode não ser complicado, mas é cheio de detalhes. É só a mãe se ausentar por dois ou três dias e tudo fica fora de lugar. Elas são especialmente lembradas uma vez por ano, mas até mesmo no seu dia não ficam sem fazer nada.
Muitas delas estudam e trabalham, mesmo assim, quem é que acorda ao primeiro sinal de choro do bebê? Quem usa o colo para fazê-lo adormecer? Quem se levanta primeiro para que ninguém se atrase em casa? Quem arruma a mochila e o lanche das crianças para a escola?
Frederick Kruse disse que “a mãe é a única criatura na Terra que pode chorar quando está feliz, rir quando está triste e trabalhar quando está doente. Ela pode ser ao mesmo tempo conselheira amorosa a uma filha desconsolada, como uma ‘técnica de futebol’ para um filho atleta”.
“Talvez o seu nome jamais apareça nos anais da História nem receba honra ou aplauso do mundo, [...] mas é imortalizado no livro de Deus. Ela está fazendo o que pode, e sua posição à vista de Deus, é mais elevada do que a de um rei em seu trono; pois está lidando com o caráter e modelando inteligências” (Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã, p. 158, 159).
Agora é nossa vez de fazer com que hoje seja um dia muito feliz para nossas mães.
9 de maio Segunda
Autógrafos de Paulo
A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. Filemom 3
Por ocasião dos eventos e camporis, os desbravadores gostam de pegar autógrafos dos visitantes. Para isso, pedem que assinem a camiseta, o boné, o lenço ou o panfleto com o programa do campori. Junto com o autógrafo, eu sempre indicava um texto da Bíblia.
Malcolm Allen, que foi o líder mundial de Desbravadores, pelos anos de experiência que tinha, simplificou o processo: não assinava, mas usava um carimbo com sua assinatura. Batia na almofadinha e, em questão de minutos, trinta ou quarenta desbravadores saíam com o carimbo nos programas, bonés, lenços, etc. Eu disse a ele que a assinatura era mais pessoal, mas ele continuava carimbando e rindo dos meus autógrafos.
Se Paulo voltasse aos nossos dias para autografar suas cartas, estou certo de que, além de sua assinatura, ele colocaria as palavras “graça e paz”, que usava como saudação em suas epístolas.
Para Paulo, a igreja deveria ser o lugar em que recebemos em abundância tudo o que a palavra graça significa. Da mesma forma, na igreja, portas, janelas, bancos, salas, púlpito e membros, todos deveriam transcender em graça. A igreja deveria ser também o lugar em que a paz, com tudo o que a saudação shalom inclui, marcasse a vida e o relacionamento de todos. Lugar em que recebêssemos todas as bênçãos que desejássemos, para nos sentir contentes, completos, satisfeitos.
A palavra “graça” soava como uma saudação, mas era banhada de um significado teológico. Paz, que era a saudação judaica, transmitia um sentimento de bem-estar completo. Ele combinou a saudação grega e a saudação hebraica para “carimbar” uma saudação eminentemente cristã.
Era como se ele estivesse dizendo a todos os que faziam parte da comunidade cristã: “Você, meu compatriota judeu, não se esqueça da paz, mas acrescente a ela graça. E você, meu querido gentio que se tornou cristão, não se esqueça da graça, mas acrescente a ela a paz.”
Graça e paz são irmãs gêmeas, ou um duplo apoio à nossa caminhada cristã.
Que saudação mais completa do que essa poderíamos expressar aos nossos amigos ao recebê-los ou ao nos despedirmos, dizendo: “Que a graça e a paz os acompanhem”?
“Assim eu os saúdo com grandes palavras, graça e paz! Sabemos o significado dessas palavras porque Jesus Cristo nos resgatou deste mundo mau em que estamos ao Se oferecer como um sacrifício pelos nossos pecados” (Gl 1:3, 4, The Message).
10 de maio Terça
Uma Carta Cheia de Graça
Se você me considera companheiro na fé, receba-o como se estivesse recebendo a mim. Filemom 17
Assim como João escreveu cartas para as sete igrejas, Paulo também escreveu cartas para sete igrejas. Além dessas, escreveu mais três cartas pessoais. Uma delas é bem pequena. Nela está o resumo do evangelho. É quase um cartão-postal escrito em fonte tamanho 6, inserido entre Tito e Hebreus. São 335 palavras.
É uma cartinha muito pessoal, rica em conteúdo e em expressões cheias de carinho: “prefiro fazer um apelo com base no amor” (v. 9); “mando-o de volta a você, como se fosse o meu próprio coração” (v. 12); “reanime o meu coração em Cristo!” (v. 20); “fará ainda mais do que lhe peço” (v. 21). Era o tipo de carta que diz mais nas entrelinhas do que em suas poucas linhas. Filemom, para quem foi escrita a carta, era membro da igreja de Colossos, e possivelmente um converso de Paulo. Era também “dono” de escravos.
No momento em que escreveu essa carta, Paulo estava preso em Roma. Nessa escura prisão, encontrou-se com Onésimo, nome comum dado aos escravos e que significava “útil”. Ele era um jovem escravo fugitivo. Paulo descobriu que o “dono” dele era Filemom. Não sabemos se Onésimo havia roubado seu “dono” ou fugido por causa de dívidas. Na prisão, Paulo abriu uma janela de graça e Onésimo se tornou cristão depois desse encontro.
Diferente da escravidão de algumas décadas ou séculos atrás, em Roma, grande parte da população era escrava. Por causa da máquina de guerra romana, o status dos escravos variava bastante. Havia entre eles filósofos, professores, médicos, músicos, gente instruída. Tinham seus negócios e indústrias. Mas não tinham direito nenhum. Não tinham propriedades, não podiam se casar legalmente, e podiam até ser arrancados da família, dependendo do capricho ou vontade do “dono”.
Paulo percorreu uma milha extra em seu relacionamento com Filemom, tomando o lugar de Onésimo: “Se você me considera companheiro na fé, receba-o como se estivesse recebendo a mim” (v. 17). Aceite-o como me aceitaria. Não como escravo, mas como um novo irmão em Cristo. Dê-lhe as boas-vindas como daria a mim. Estenda a ele o perdão, assim como perdoaria a mim.
Paulo estava tão interessado na reconciliação que disse: “Se ele o prejudicou em algo ou lhe deve alguma coisa, ponha na minha conta” (v. 18). O fato de a carta ter sido preservada mostra que Filemom recebeu Onésimo. Nós também estamos livres da condenação. Alguém maior do que Paulo assumiu nosso débito.
11 de maio Quarta
Dois Cimentos no Casamento – 1
Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo. Efésios 5:33
John Gottman, depois de estudar durante vinte anos a vida de dois mil casais, escreveu o livro Por Que os Casamentos Fracassam ou Dão Certo, chegando a acertar 94% das previsões de quem iria permanecer casado ou se separar. Ele descobriu que, independentemente do estilo de casamento que o casal adotasse, dois itens básicos estavam presentes: respeito e amor.
Mesmo que o apóstolo Paulo não fosse conselheiro matrimonial, conhecendo as diferenças no funcionamento da mente de homens e mulheres, emitiu conceitos que são confirmados hoje no relacionamento familiar. Enquanto os maridos desejam e esperam respeito, as esposas desejam e esperam amor. O pedido para o marido amar a esposa é tão forte quanto o pedido para a mulher respeitar o marido.
De que maneiras o marido pode demonstrar amor pela esposa?
1. Dividindo as responsabilidades em casa. Se os dois trabalham fora, os dois deveriam também trabalhar juntos dentro de casa.
2. Elogiando o novo look, o novo penteado, o novo vestido, a organização da casa e o prato especial.
3. Na hora de conversar, desligue a TV, feche o jornal ou revista e dê atenção completa ao que ela está falando, sem interromper.
Os homens deveriam saber também que:
1. As mulheres são protetoras, cuidam do aconchego da casa, e por isso precisam de carinho e segurança;
2. Elas procuram segurança. Por isso, ao escolher o par, elas valorizarão parceiros que demonstram cuidado na maneira como gastam o dinheiro.
3. A esposa espera receber carinho do marido e ajuda na educação dos filhos.
4. As mulheres não são tão competitivas como os homens, que dão ênfase ao ganhar. Ao brincarem juntas, as meninas minimizam qualquer hostilidade.
5. A mulher tem pouca habilidade para controlar emoções. A tendência da mulher é pensar e sentir antes de agir.
Hoje o marido poderia falar para a esposa, parafraseando 1 Coríntios 13: “Eu darei a você um amor paciente, bondoso e que permanece. Prometo para você um amor que não seja ciumento nem possessivo; que não seja orgulhoso ou egoísta; um amor que não seja rude ou sem consideração. Meu amor por você não insistirá em meus próprios caminhos, não se irritará nem se ressentirá. Não guardará uma lista de erros ou falhas, mas se regozijará quando o bem prevalecer.”
12 de maio Quinta
Dois Cimentos no Casamento – 2
E a mulher trate o marido com todo o respeito. Efésios 5:33
As diferenças entre homem e mulher são apenas para mostrar maneiras diferentes de pensar, sentir e agir. Nesse caso, as diferenças devem ser celebradas e colocadas lado a lado em lugar de uma contra a outra.
Em Efésios 5:21-33, encontramos uma espécie de manifesto sobre o casamento: “Homens, amem sua mulher; mulheres, respeitem seu marido.” Paulo estava falando das atitudes que os cristãos devem trazer para o casamento. O mandato dele não diz: “Respeite seu marido quando ele chegar cedo em casa ou quando for perfeito.”
Dentro do círculo familiar, o respeito deve vir acompanhado de amor. Respeito sem amor acontece na guarnição militar por causa da hierarquia; porém, não existe ali nenhuma demonstração de carinho. Marido e mulher podem até discordar em algumas coisas, como, por exemplo, sobre a educação dos filhos ou sobre como a casa está sendo dirigida; mas sempre com respeito.
A mulher deve ter em mente algumas características peculiares do homem a fim de demonstrar respeito. Os homens são competidores e “caçadores”, mas são frágeis. Ganhar, ter sucesso, superar desafios é tudo o que eles desejam. Os homens são motivados para conquista e realização. Se eles têm sucesso em uma área em particular da vida, desejarão investir tempo e energia nessa área. É por isso que eles precisam da esposa para apoiá-los. Se a esposa conquista a confiança do esposo e o anima a seguir, será de grande ajuda para ele.
Os homens são mais independentes. Desde a infância, os meninos se sentem mais livres que as meninas e escapam facilmente. Eles não gostam de se sentir vigiados ou controlados pela mulher.
Posso mostrar respeito valorizando a vontade do outro, reordenando o que quero e, por vezes, deixando de lado minha agenda e renunciando a muitas coisas pelo bem maior.
Os homens têm mais habilidade para controlar a emotividade do que as mulheres. Agem primeiro, e depois pensam. Diante do risco, tornam-se agressivos.
A mulher demonstrará respeito ao marido acreditando nele, em seus sonhos, apoiando-o permanentemente em suas decisões. E, para entender o cérebro masculino, é necessário muita paciência e amor.
Faça esta linda declaração ao seu cônjuge hoje: “Nosso amor não conhecerá limite à sua resignação, fim para sua confiança, desvanecimento em sua esperança. Nossa vida juntos terá três grandes qualidades: fé, esperança, amor. Mas a maior será o amor.”
13 de maio Sexta
Era o Dia da Preparação
Era o Dia da Preparação, e estava para começar o sábado. Lucas 23:54
O primeiro pôr do sol na vida de Adão foi o de uma sexta-feira à tarde. Majestoso. Colorido. Relaxante. Era também seu primeiro dia de vida. Deus disse para ele: “Adão, não se preocupe, tudo já está pronto. Tudo está no lugar. Plantas, animais, coisas animadas e inanimadas já foram criadas. Vamos passar este primeiro pôr do sol juntos, como modelo de sua vida daqui para frente.”
Uma vez por semana, Deus ordena que paremos de trabalhar, coloquemos de lado nossas ocupações a fim de nos encontrarmos com Ele. Deixamos, então, de nos preocupar com o dinheiro, com o chefe, com as notas do colégio, com as coisas que precisam ser consertadas ou que não foram terminadas, para dirigir nosso pensamento a Deus. É como permitir que Ele coloque diante de nós um imã gigantesco e faça desaparecer da nossa mente as preocupações, deixando-nos “leves” para nos concentrarmos nas coisas espirituais. Trata-se, portanto, de um descanso físico, emocional e espiritual. O período é igual ao de qualquer outro dia – 24 horas –, mas intrinsecamente bem diferente.
Temo que, para alguns, o sábado signifique uma interrupção inconveniente, atrapalhando compromissos, como se tivesse quebrado o calendário da semana. Sinto também que estamos deixando de receber as bênçãos do sábado em sua inteireza, porque estamos nos esquecendo do dia que o antecede, chamado “dia de preparação”. Corremos, trabalhamos e queremos espichar as horas da sexta-feira para conter mais coisas do que normalmente caberiam noutro dia, e vamos até o último minuto possível.
Se não nos prepararmos, vamos tornar o sábado igual a qualquer outro dia. Quando falamos de preparação, devemos pensar em “detalhes” como a arrumação da casa, dos brinquedos, colocar tudo de volta em seu devido lugar. Sobre a mesa devem ser colocados a melhor toalha e os melhores pratos, além de se dar aquele toque especial na alimentação, para receber amigos ou membros ausentes da família.
Será que poderíamos voltar a sentir o “encanto” do sábado para que o vejamos como o grande acontecimento da semana, sendo aguardado, e todos preparados para recepcioná-lo? Será que poderíamos renovar nossa decisão de fazer da sexta-feira o dia de preparação e saudar o sábado e seu Senhor com alegre expectativa?
Que a graça de Deus nos ajude para isso!
14 de maio Sábado
Como Deus Vê Nossas Dúvidas
Jesus disse a Tomé: “Coloque seu dedo aqui; veja as Minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no Meu lado. Pare de duvidar e creia.” João 20:27
“Preciso ver para crer!” “Só acredito se tocar!” Conhecemos essas pessoas que antes de acreditar querem provas para tudo. São vistas como contestadoras pelo fato de pensar de modo diferente ou discordar do grupo.
Muitos acreditam que o oposto da fé seja a dúvida. Mas a dúvida nos ajuda a procurar respostas a fim de esclarecer o que cremos. Ela nos empurra para pesquisar e investigar a verdade. Ian Judson diz: “Dúvida é uma pergunta sincera. Descrença é não querer ouvir a resposta.”
Tomé não era incrédulo nem racionalista. Era um discípulo sincero com intensa afeição por Jesus. No primeiro aparecimento de Cristo depois da ressurreição, Tomé esteve ausente e os outros discípulos disseram para ele: “Vimos o Senhor!” (v. 25). Ele se ressentiu porque Jesus aparecera aos outros e não para ele. “Como é que Ele não apareceu para mim? Ele não podia ter me deixado de fora!”
Quando o grupo dos dez discípulos tentou convencer o amigo resistente, ele mesmo disse: “Está bem, vamos terminar a discussão. Mas vou estabelecer uma condição: se eu não vir as marcas dos pregos nas mãos dEle, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no lado dEle, não crerei” (cf. Jo 20:25). Ele se achava no direito de duvidar do que os discípulos diziam, e até mesmo se sentia orgulhoso disso.
Uma semana depois, Jesus Se encontrou com o grupo de discípulos, mais especificamente por causa de Tomé, que estava com a fé abalada.
Muitas vezes, surgem no coração impulsos que se levantam, pedindo-nos para ir ao encontro de alguém. Sabemos que essa pessoa precisa de uma palavra de apoio, de minutos da presença de amigos junto a si. Assim, Jesus, mesmo com a agenda cheia, sabia dar prioridade às pessoas. Era o encontro em que ninguém podia substituí-Lo.
Jesus foi ao encontro de Tomé. Não o censurou. Não o retirou do grupo para lhe fazer uma reprimenda por causa das dúvidas, mas restaurou gentilmente a fé do discípulo. Pediu que ele se aproximasse. “Coloque o seu dedo aqui; [...] estenda a mão [...] pare de duvidar e creia” (v. 27).
“[Tomé] reconheceu como seu Senhor Aquele que Se achava diante dele. Não desejou mais provas. O coração saltou de alegria, e lançou-se aos pés de Jesus, exclamando: ‘Senhor meu, e Deus meu!’ (Jo 20:28)” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 807).
15 de maio Domingo
Este É um Dia de Boas Notícias
Então disseram uns aos outros: “Não estamos agindo certo. Este é um dia de boas notícias, e não podemos ficar calados. Se esperarmos até o amanhecer, seremos castigados. Vamos imediatamente contar tudo.” 2 Reis 7:9
O cerco que os exércitos da Síria impuseram à cidade de Samaria criou situações alarmantes e constrangedoras, e até mesmo cenas de canibalismo.
A história é impressionante. Nas redondezas da cidade, havia quatro amigos, unidos pela mesma enfermidade: a lepra. Quatro amigos leprosos viviam nas redondezas de Samaria porque não lhes era permitido entrar na cidade.
Há momentos extremos de decisão na vida, quando nos perguntamos: “O que vamos perder com isso?” Esses homens tinham três opções diante de si: (1) permanecer onde estavam e morrer de inanição; (b) voltar para Samaria, onde também não havia alimento; ou (3) entregar-se ao exército sírio na esperança de serem poupados. “Se for para morrer, é melhor morrer rapidamente. Então vamos!”
Aproximaram-se cuidadosamente do acampamento dos sírios, na expectativa de que algum sentinela desse o alarme. Mas, para surpresa deles, tudo estava em silêncio. Aproximaram-se mais. Entraram numa barraca, e noutra e noutra mais.
“Olhe só esses colares e essas pulseiras e braceletes de ouro!”, diziam uns para os outros.
Foram para a barraca de mantimentos. Encontraram sacos abarrotados de cereais e comida para o exército. E comeram como nunca haviam comido na vida! Encheram o estômago e começaram a encher bolsas e bolsas. Chegaram até a esconder algumas coisas.
Mas, naquele momento, tiveram um insight e a consciência enviou um sinal de que não era certo o que estavam fazendo. Suas famílias e seus amigos estavam na cidade precisando de alimento para sobreviver.
Eles disseram: “Este é um dia de boas notícias, e não podemos ficar calados. Podemos até ser punidos pelo nosso silêncio.”
Então mudaram a história da vida de todos aqueles que estavam na cidade.
William Tyndale, reformador e tradutor da Bíblia, definiu a palavra “evangelho” como “notícia alegre e agradável, que faz o coração se alegrar, cantar, dançar e pular de alegria”.
Você e eu somos chamados para levar essa mensagem de boas-novas, de graça e de salvação. Mas é uma mensagem que carrega um senso de urgência. O desafio agora é de todos nós.
16 de maio Segunda
Correndo Para Vencer
Corramos com perseverança a corrida que nos é proposta. Hebreus 12:1
Para o texto de hoje, imagine-se ao lado do escritor. À distância, você pode ver a pista de corrida entre o templo e o estádio. Em clima de festival, soa a nota clara e distinta da trombeta do arauto. Os corredores saem da concentração, com os músculos aquecidos e em forma. Um segundo toque e todos tomam suas posições. Ao soar o terceiro toque, saem como flechas em direção ao alvo.
A prova dos 100 metros rasos é considerada a “rainha” das corridas de velocidade. Em 2008, o jamaicano Usain Bolt recebeu, aos 23 anos de idade, o título de melhor atleta do ano pela Federação Internacional de Atletismo. Tricampeão mundial, Bolt se tornou o atleta mais veloz de todos os tempos. Nas Olimpíadas de Pequim, conquistou três medalhas de ouro (100 m, 200 m e 4 x 100). Em Pequim, havia conseguido a marca de 9,69 segundos para os 100 metros; porém, em Berlim, bateu novo recorde: 9,58 segundos.
Para o ser humano, correr mais de dez metros por segundo chega à beira do incrível. Muitos se perguntam: Qual será o limite de Bolt? E qual é o limite do corpo humano?
No mundial de Berlim, ele admitiu ter olhado para os adversários antes de completar o trajeto: “Olhei um pouco por cima dos ombros, mas ainda bem que tudo deu certo.”
Os treinadores e agremiações esportivas têm uma série de dicas para os corredores. Uma das mais importantes é a concentração na hora da corrida. Quando estiver na pista, não divida sua atenção. Não olhe para o lado, nem olhe para trás.
Paulo compara a vida cristã a uma corrida, quando cada músculo e cada nervo concentram suas energias para vencer: Estou concentrando todas as minhas energias para insistir nesta única coisa: “Esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:13, 14).
O lugar em que corremos não tem a sofisticação do estádio olímpico “Ninho do Pássaro”, sede das Olimpíadas em Pequim. Não é também a pista de corrida dos corredores gregos, no tempo de Paulo. O lugar é a arena da fé.
“Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dEle que a nossa fé começa, e é Ele quem a aperfeiçoa” (Hb 12:2, NTLH).
17 de maio Terça
Sua Próxima Oração
Certo dia Jesus estava orando em determinado lugar. Tendo terminado, um dos Seus discípulos lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar.” Lucas 11:1
Os discípulos não perguntaram como ensinar, como pregar nem como curar. A oração foi o único assunto em que eles foram específicos, ao admitir que precisavam aprender. O que despertou neles o desejo de orar como Jesus? Será que era a linguagem que Jesus usava?
Depois de presenciar Jesus orando em inúmeras ocasiões em Seu ministério e perceber a tranquilidade e a segurança que Ele expressava, perguntavam-se: “Por que não podemos fazer como Ele faz? Será que oramos como deveríamos?”
Quem sabe eles precisassem descobrir que a oração é mais do que simplesmente pedir coisas, ou impressionar a Deus com nossos pedidos. Não é tratar a Deus como office-boy. Na primeira oração do dia, dizemos: “Senhor, está vendo? Esta é a lista de tudo o que desejo fazer hoje. Por favor, não Se esqueça de nenhum item. Que cada um seja cuidadosamente atendido. Ah! Para este aqui quero uma solução até o meio-dia.”
Melhor é pedir que Ele nos dê sabedoria e discernimento para fazer diferença entre nossos desejos e nossas verdadeiras necessidades, e pedir humildade para nos submeter ao que Ele quer para nós.
A cada dia que passa, mais e mais nos convencemos da necessidade da oração em cada passo em nossa vida. Seja como principiantes, seja como cristãos experientes, é bom pedir em humildade: “Senhor, ensina-nos a orar.”
Ellen G. White, num singelo pensamento sobre a oração, diz: “A oração é a resposta para cada problema da vida. Ela nos põe em sintonia com a sabedoria divina, a qual sabe como ajustar cada coisa perfeitamente. Às vezes, deixamos de orar em certas circunstâncias, porque, a nosso ver, a situação é sem esperança. Mas nada é impossível com Deus.
“Nada é tão emaranhado que não possa ser remediado, nenhuma relação humana é tão tensa que Deus não possa trazê-la à reconciliação e à compreensão. Nenhum hábito é tão profundamente enraizado que não possa ser vencido. Ninguém é tão fraco que Ele não possa tornar forte. Ninguém é tão doente que Ele não possa curar. Mente nenhuma é tão obscura que Ele não possa tornar brilhante. Seja o que for que precisemos, se crermos em Deus, Ele há de suprir. Se alguma coisa nos causa preocupação ou ansiedade, paremos de propagá-la e confiemos em Deus por restauração, amor e poder” (Review and Herald, 7 de outubro de 1865).
18 de maio Quarta
Renovação da Mente – 1
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; [...] dirige-me pelo caminho eterno. Salmo 139:23, 24
Nenhum computador da Terra chega perto da capacidade média do cérebro humano, que é capaz de processar dois milhões de bytes de informação por segundo. É ali que você raciocina, decide, prediz, crê e desenvolve atitudes. Ali estão contidos a imaginação, a memória e o senso moral. É ali que você armazena tanta informação quanto a contida nos livros da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. É ali que, segundo os psicólogos, cada pessoa chega a ter perto de dez mil pensamentos por dia. Contudo, não existe nada mais frágil que o cérebro. Um tombo de moto ou uma bala perdida podem destruí-lo. Uma dose de uma droga poderosa pode arruinar seu delicado funcionamento.
Já que a batalha é pelo domínio da mente, vamos ver como é que ela, a mente, se comporta em relação à tentação? Que caminho a tentação percorre na mente? Quando ela se torna “pecado”?
Suponha que eu tivesse na geladeira um bolo de abacaxi, úmido e de rodelas douradas. Um dia, às 11h da noite, logo depois de apagar a luz, penso: “Bolo de abacaxi! Bolo de abacaxi na geladeira!” Mas não é mais hora de comer.
Primeira reação: sento-me na cama, dizendo para mim mesmo: “Não vou comer o bolo de abacaxi.” Ato seguinte: levanto-me, acendo a luz do quarto, vou para o corredor, chego à cozinha e abro a geladeira. Note que meu pensamento continua o mesmo: não vou comer o bolo de abacaxi. Tiro o bolo da geladeira e digo: “Não vou comer um pedacinho, vou comer ele todo!” E pego também sorvete e refrigerante, e...
Note a sequência: (1) a chegada da tentação, (2) pensamento alimentado, (3) forte impulso de praticar e (4) finalmente a ação em si. Ela pode ser diferente, mas cada um de nós percorre esse caminho.
A luta para não permitir que a mente se demore em pensamentos impuros é de todos: jovens e adultos, homens e mulheres, vegetarianos e não vegetarianos. Vigiamos nosso comportamento porque todos podem nos observar. Mas, como ninguém vê nossos pensamentos, lhes damos rédeas soltas. Um jovem chegou a dizer: “Pastor, o que eu faço? Até na hora em que estou orando me vêm esses pensamentos bobos à cabeça?”
“O coração deve ser renovado pela graça divina, ou será inútil procurar pureza de vida” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 460).
19 de maio Quinta
Renovação da Mente – 2
Não copie o comportamento e os costumes deste mundo, mas transformem-se numa nova pessoa, por mudar sua maneira de pensar. Romanos 12:2, A Bíblia Viva
James Watson, colaborador na descoberta do DNA, descrevendo o cérebro num livro recente diz: “É a coisa mais complexa já descoberta em nosso Universo.” E uma das maravilhas relacionadas ao cérebro é sua capacidade de armazenamento de informação.
Sabendo da importância da função da mente no conflito entre o bem e o mal, Paulo adverte: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente” (Rm 12:2). Que devemos fazer para enfrentar as tentações que vêm através dos sentidos?
1. Evitar ler, ver e ouvir tudo que sugira pensamentos impuros. “Aqueles que não querem ser presa dos ardis de Satanás devem bem guardar as entradas da alma; devem evitar ler, ver, ou ouvir aquilo que sugira pensamentos impuros” (Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 285). Aqui está incluído tudo o que alimenta a mente. Tem que ver com nossas leituras, o mundo de imagens da internet ou outros meios e a música. Claro que há o lado benéfico da internet para pesquisa, mas temos que administrar o tempo diante do computador. As imagens geradas pelo computador podem alimentar a mente com fantasias para pensamentos impuros.
2. Colocar outro pensamento na mente. A lei de Newton se aplica aqui: dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Conclusão: procure colocar outro pensamento que não tenha ligação com o que está querendo ocupar sua mente. Imagine que você está jogando, andando de bicicleta, correndo, etc. Há um provérbio turco que diz: “O diabo tenta a todos os homens, mas os desocupados tentam o diabo.” Qualquer momento de ócio tem que ser bastante vigiado. Paulo, escrevendo aos filipenses, simplesmente apresentou o lado positivo: “Quero que vocês pensem naquilo que é verdadeiro, digno, justo...” (Filipenses 4:8).
A oração de Davi é um bom modelo de oração para renovar nossa mente: “Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável” (Sl 51:10).
20 de maio Sexta
E Fechou-se a Porta
As virgens que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial. E a porta foi fechada. Mateus 25:10
Poucas frustrações podem ser comparadas àquela de enfrentar uma porta fechada num momento decisivo. Pense naquele documento que precisava ser assinado e entregue no dia, mas não deu tempo. Ou no dinheiro que tinha que ser retirado do banco, no entanto, a agência estava fechada. Imagine os portões da universidade sendo fechados e seu vestibular tendo que ficar para outra vez. O check-in foi encerrado e o fim da viagem, que dependia de uma conexão, teve que ser adiado. Em todas essas situações e muitas outras, os sentimentos que frequentemente dominam as pessoas são a frustração, a raiva e, em alguns casos, até mesmo desespero.
Ali está você, desapontado, recriminando-se, gritando com aqueles que podiam dar um jeitinho de abrir a porta. “Se tivesse saído cinco minutos antes”, “Se tivesse começado meu trabalho com mais antecedência”, “Poderia ter vindo por outro caminho e teria chegado mais cedo”... E as desculpas que damos pelo atraso ou ausência são conhecidas: “O trânsito estava terrível”, “Pensei que o horário fosse outro”, etc.
Só que nenhuma dessas decepções poderá ser comparada a esta: “E fechou-se a porta.” Quanta implicação nessa frase! E, nesse caso ainda, a frase “não as conheço” soava muito mais definitiva, como se fosse uma fórmula decisiva de rejeição, forçando as moças a não insistir em nenhum “jeitinho” de entrar na festa de casamento.
Na vida espiritual, precisamos estar alerta. Não devemos jogar com a sorte, nem deixar para chegar em cima da hora, nem tampouco nos preparar no último momento.
Não é a aparência, nem são as lâmpadas ou os vestidos longos que vão separar as sábias das loucas: é o fato de estarem prontas, ainda que o noivo demore.
É por isso que cinco delas foram chamadas de loucas. Como as sábias, elas tiveram tudo à disposição: tempo, recursos e inteligência. Sabiam o que era prioritário, mas foram empurrando o mais importante para o fim, e o resultado é o que conhecemos. Pensavam que poderiam administrar suas prioridades; porém, veio o noivo, e descobriram que não dava para empurrar mais para frente o tempo, impedir que a porta fosse fechada. Não dava para puxar o ponteiro do relógio para trás. Elas descobriram que o tempo é inflexível, que não há “jeitinho”, que não adianta mencionar nomes, títulos, nada.
Na festa, estavam aqueles que não confiavam em si mesmos, por isso chegaram cedo, e com humildade estavam do lado de dentro.
A porta hoje está aberta. Há alguma coisa em seu caminho que esteja impedindo-o de chegar em tempo e entrar?
21 de maio Sábado
O Veredito da Graça
Mas você não tem sido como o Meu servo Davi, que obedecia aos Meus mandamentos e Me seguia de todo o coração, fazendo apenas o que Eu aprovo. 1 Reis 14:8
Quando compreendi o texto de hoje, eu disse: “Não é possível. Deve ser algum engano. Conheço a história de Davi. Esse homem cobiçou, adulterou, mandou matar e mentiu. Como é que o texto diz que ele guardou todos os mandamentos? E acrescenta: ‘fazendo apenas o que Eu aprovo’?”
Conhecendo tudo o que você conhece sobre Davi, se fosse escrever a biografia dele, colocaria esse texto ali? A palavra mais intrigante desse texto é “apenas”. O texto diz que Deus declarou Davi “não culpado”. Somente Ele em Seu poder e soberania poderia dizer isso. Esse veredito de Deus sobre Davi nos leva ao grande juízo final.
Queiramos ou não, inquietemo-nos e incomodemo-nos ou não, vamos comparecer diante do Rei do Universo. Só esse pensamento nos faz estremecer. Vamos ter que encarar o registro de nossa vida, “até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja mau”.
Imagine a cena. Meu nome vai ser chamado: “José Maria”. Eu me apresento. Deus pede que tragam os registros, sejam eles em livros ou “computadores”. Minha vida vai passar audiovisualmente diante de todos. Um sentimento de vergonha toma conta de mim. Mas, para minha surpresa, o que é apresentado é apenas o bem, que, pela graça de Deus, eu pude fazer. O que aconteceu, então, com os meus pecados, que não apareceram? Jesus, como meu substituto, Se apresenta e diz: “Os pecados de José Maria são Meus. Eu os tomei na cruz.” Que pensamento maravilhoso! Um veredito cheio da graça. Sem merecer, sou declarado inocente. Alguém pagou minha culpa. Estou livre! Sou tratado como se nunca tivesse errado.
Os pecados já não são lembrados, porque depois do arrependimento e confissão, foram completamente perdoados. Todos foram colocados sobre Jesus, que Se converteu no substituto e garantia do pecador. E o Senhor, por Sua vez, coloca a obediência de Seu Filho na conta do pecador. Que pensamento maravilhoso para encher de paz nosso coração neste dia!
22 de maio Domingo
Como Estamos Construindo?
Eu lhes mostrarei com quem se compara aquele que vem a Mim, ouve as Minhas palavras e as pratica. Lucas 6:47
As ilustrações na parte final daquele sermão tinham por objetivo levar pessoas à decisão. Há uma porta estreita e outra larga, e um caminho estreito e outro largo. Há uma árvore do bem e outra do mal. Há verdadeiros discípulos e falsos discípulos. Na última ilustração, Jesus apresentou um homem sábio e outro insensato; uma casa construída sobre a rocha e outra sobre a areia; pessoas que ouvem e praticam, e outras que só ouvem. A casa que não caiu e a outra que foi ao chão.
Construir nas encostas de morros, sobre terreno fácil, não é prática tão recente. Mesmo no tempo de Jesus, pessoas que tinham casas nessas encostas viam com temeridade os deslizamentos e enxurradas se aproximando, depois de cada chuva torrencial.
Para não temer as tempestades que nos ameaçam, há somente duas maneiras de edificar nosso caráter: podemos construir sobre a areia ou sobre a rocha.
Construir sobre a areia requer pouco planejamento e esforço. É mais barato. É a solução mais fácil, a rota mais curta. É por isso que muitos preferem esse tipo de chão. Quem constrói sobre a areia quer resultados rápidos, e pela pressa troca a qualidade pela conveniência. Se construirmos sobre a areia, a casa vai ruir, espatifar-se. Parecido com aquela casinha de brinquedo que a gente faz, colocando cartão sobre cartão, e que a qualquer sopro “plaf”, vai tudo ao chão.
De maneira bem ampla, Jesus estava falando sobre as decisões que cada pessoa tem que tomar na vida: profissão, relacionamentos, valores, filosofia de vida e o lugar que Deus ocupa em sua existência.
A edificação do caráter é um processo permanente e a longo prazo. Toda vez que coloco em prática as palavras de Jesus, fortaleço o alicerce. Cada vez que negligencio fazer o que Ele pede, enfraqueço o fundamento.
As tempestades fazem parte da vida. Se é para enfrentá-las, temos que sair do terreno arenoso e construir sobre a rocha.
“Em grande medida, cada um é o arquiteto do próprio caráter. Cada dia, a estrutura mais se aproxima do termo. A Palavra de Deus nos adverte a estar atentos quanto à maneira por que edificamos, para ver se nosso edifício está fundado na Rocha eterna” (Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 164).
23 de maio Segunda
Quando o Pior Acontece
Deixo-lhes a paz; a Minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo. João 14:27
A música tem a capacidade de traduzir melhor que qualquer outra arte a imensa variedade de nossas emoções. Desde a alegria e vibração, até os sentimentos vividos nos momentos em que estamos “lá embaixo”. Há ocasiões em que a melodia de um hino ou cântico, como se fosse trazida pelas asas do vento, chegam até nós e nos atingem, justamente num momento de dor e fragilidade. Melodia e letra se unem e vêm ao nosso encontro como se fossem a versão perfeita da situação pela qual estamos passando.
Pode ter sido depois de sua segunda tentativa no vestibular. Quando os exames dão positivo para uma doença que você temia. Quando o divórcio, que você nunca quis, agora é definitivo.
Horacio Spafford era advogado de renome na cidade de Chicago. Era membro da Igreja Presbiteriana e também grande amigo e colaborador do evangelista Moody. Uma série de desastres devastou a cidade, culminando com o grande incêndio de Chicago, em 1871. Os investimentos que a família Spafford havia feito em propriedades foram varridos pela crise. Em novembro de 1873, quando Moody se dirigiu à Inglaterra para uma campanha de evangelismo, Spafford quis dar um presente à sua família, levando-a de férias para a Europa.
Porém, devido a negócios urgentes, teve que ficar, enviando primeiro a esposa e suas quatro filhas no navio Ville de Harve, com planos de logo se encontrarem. No meio do Atlântico, o navio foi atingido por outro navio inglês, e afundou em doze minutos. As quatro filhas de Spafford, Tanetta, Meggie, Annie e Bessie, estavam entre as 226 pessoas que naufragaram. A Sra. Spafford ficou entre os poucos que se salvaram.
Spafford viajou para se encontrar com a esposa em Cardiff, no País de Gales. Na viagem, ele pediu ao capitão do navio em que estava viajando que diminuísse um pouco a velocidade quando estivesse próximo ao lugar em que o navio Ville de Havre afundara.
Ali, no convés do navio, observando as ondas do mar e lembrando-se das filhas que haviam se afogado, recebeu conforto e inspiração de Deus, e pôde escrever: “Se paz, a mais doce, me deres gozar, / Se dor a mais forte sofrer; / Oh, seja o que for, Tu me fazes saber / Que feliz com Jesus hei de estar” (Hinário Adventista, nº 230).
É somente a graça de Deus que, em circunstâncias assim, pode nos levar a dizer: “Sou feliz com Jesus.”
24 de maio Terça
O Poder do Espírito Santo
Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês. Atos 1:8
Imagine o seguinte: que o gerente do seu banco lhe telefona e diz que alguém depositou um milhão de reais na sua conta. Eles já checaram quem depositou e não é engano. São seus. Depois de quanto tempo você começaria a usar esse dinheiro? Alguns minutos depois do telefonema e o quanto antes possível? Pagaria todas as suas contas, faria investimentos, transferências, doações e assim por diante?
A ideia de estar cheio do poder do Espírito Santo não é nova. Falamos nEle como se fosse a solução para a vida espiritual. De fato, há uma fonte de poder pronta para nos assistir em toda emergência e nos ajudar em nosso crescimento cristão. Deus colocou um “depósito” em nossa “conta espiritual”. Nessa “conta” estão os frutos e também os dons do Espírito Santo. Ele colocou em nossa
“conta” alegria, paz, gentileza, paciência, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Você pode fazer quantos saques quiser dessa “conta”. Pode pedir paciência, quando as coisas não são feitas no tempo em que você esperava. Pode “sacar” mansidão e domínio próprio, quando precisar perdoar alguém.
O que os cristãos do primeiro século tinham e que nós também podemos ter? O que os mantinha avançando, apesar de todas as dificuldades? O que está faltando na vida de muitos cristãos hoje? Muitos se sentem decepcionados com sua experiência religiosa. Oram e nada acontece. A leitura da Bíblia se tornou uma obrigação religiosa árida e sem sabor. Sentem que lhes falta fervor e alegria; e a vida cristã se tornou tediosa e estéril. Somente quando Cristo habita no coração, o poder do Espírito Santo pode nos ajudar.
Foi esse o poder que fez com que os primeiros cristãos aceitassem enormes desafios, fizessem as mudanças necessárias e aproveitassem as oportunidades que surgiram.
O tesouro dos Estados Unidos tem em depósito 36 bilhões de dólares não reclamados. Pessoas que morreram ou desapareceram, dinheiro que ninguém reclamou ou do qual se esqueceram. O céu também tem um “depósito”, uma soma incalculável de poder que está à nossa disposição, pronto para ser utilizado.
O tesouro do Céu espera apenas nosso pedido.
“O Senhor está mais disposto a dar o Espírito Santo àqueles que O servem do que os pais a dar boas dádivas a seus filhos” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 50).
25 de maio Quarta
Sintonizar com o Tempo de Deus
Para tudo há uma ocasião certa. Eclesiastes 3:1
No tecido do nosso relacionamento uns com os outros e na conversa do dia a dia é que deixamos ver a importância que damos ao tempo. Aqueles que são orientados à tarefa ou inquietos perguntam: “A que horas a reunião vai começar?” “A que horas vai terminar?” “Quanto tempo vai levar?” “Tempo encerrado! Vamos pessoal!”
Essas são expressões de pessoas com tempo limitado para fazer mais do que se propuseram e, por isso, quaisquer momentos vagos entre um compromisso e outro as deixam inquietas.
Certa vez, vi uma charge na qual aparecem três discípulos interrompendo Jesus enquanto Ele está orando. Um deles, com a agenda na mão, diz: “Senhor, desculpe interromper Sua ‘hora tranquila’, mas temos um compromisso no poço às 8h30, e no templo, às 9h15, antes do rali para Cafarnaum. Marcamos também uma entrevista com um cego, dez leprosos e um endemoninhado. Depois almoçaremos com Mateus.” Um outro interrompe dizendo: “Vamos chegar na hora se não houver muitos paralíticos no caminho ou cobradores de impostos em cima das árvores.”
Jesus esperava pelo tempo certo para cada fase de Seu ministério. Não corria para atender cada necessidade que via. Quando Seus irmãos O chamaram para uma festa, Ele disse: “Parem, ainda não chegou o tempo certo.”
Começamos cada dia com uma oração entregando a Deus nossa agenda e planos. Alguns se sentem frustrados pela limitação de tempo, porque já preveem que não vão fazer tudo que gostariam de fazer.
Mas não temos que fazer tudo hoje. Há ocasião para tudo: estudar, aprender, ensinar, trabalhar, tempo para os outros e tempo para nós mesmos. Henri Nouwen, professor e sacerdote holandês, disse certa vez: “Tenho me queixado a vida inteira de que meu trabalho era constantemente interrompido, até que eu descobri que a interrupção era o meu trabalho.”
Não precisamos nos sentir pressionados e desorientados. Diante de tantos assuntos que disputam nossas prioridades, temos que parar e pedir calma a Deus. Se há muitos itens, devo perguntar em oração: “Senhor, qual é o melhor tempo para isso? O que é que precisa ser feito hoje? Agora de manhã? Senhor, não estou bem certo do que devo fazer.”
Se sintonizarmos nosso tempo com o tempo de Deus, no fim do dia poderemos ver como “Ele fez tudo apropriado ao seu tempo” (Ec 3:11).
26 de maio Quinta
Pecado ou Engano
Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus. Romanos 3:23
Há uma figura de linguagem chamada eufemismo, que não é outra coisa senão usar uma palavra mais branda no lugar de outra, suavizar a informação ou, como disse alguém, “despistar as pessoas do fato sério”.
Assim, dizemos “faltar com a verdade”, em lugar de “mentir”; “foi convidado a sair da escola”, em lugar de “foi expulso”. Numa briga na sede de um dos clubes de São Paulo, o dirigente agrediu um torcedor com um “empurrão facial” (nas palavras dele), em lugar de “um tapa na cara”.
Quanto tempo faz que você não escuta a palavra pecado em tom de admoestação e censura? Parece que ela soa rude, grosseira, ou demonstra falta de polidez por parte do orador.
Nas comissões da igreja, em seus vários níveis, ao serem estudados erros dos membros da organização, por ética, preferimos o eufemismo. Dizemos “cometeu um equívoco”, “foi um deslize”, “uma falta”, “um engano”, “um descuido”, “uma fraqueza”.
O pecado é definido como transgressão, violação deliberada de um princípio moral. “Eu sei que era errado e fiz.”
Engano, por outro lado, é um erro de cálculo: “Ah, eu não vi.” Ou erro de opinião: “Você está certo. É verdade, eu cometi um engano.”
No equívoco, você diz: “Eu não sabia, sinto muito.” Para esses casos, meu esforço deve ser quebrar um hábito ou conseguir mais informação da próxima vez, a fim de evitar engano e desgaste.
Quando Davi pecou, não disse para Natã: “Desculpe, foi um deslize, eu reconheço. Foi uma falta grave. Se eu soubesse que ia dar no que deu, não teria feito.” Não, ele reconheceu seu pecado diante do profeta e depois diante de Deus. O pródigo também, quando voltou, não usou de eufemismos para falar da sua vida numa terra distante. Ele não disse: “Ô, pai! Desculpe. Eu me equivoquei. Cometi muitos enganos. Como é que não pensei antes e cometi tantos erros assim?” Suas palavras foram: “Pai, eu pequei. Estou de volta. Preciso de ti.” Ele reconheceu: “Sou pecador.”
Enganos e equívocos posso solucioná-los por mim mesmo. Posso maquiar meu erro, quebrar um hábito, ser mais cuidadoso para não me enganar. Mas, quando se trata do pecado, por mim mesmo não posso resolver o assunto.
“Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23).
Tenho que ir a Cristo e dizer: “Senhor, sou pecador, quero colocar minha confiança em Cristo e em tudo aquilo que Ele fez por mim.”
27 de maio Sexta
Compromisso com a Excelência
Então, o mesmo Daniel se distinguiu [...], porque nele havia um espírito excelente. Daniel 6:3, ARA
Há pelo menos dois personagens da Bíblia nos quais não descobriremos nenhum traço de debilidade no caráter: Josué e Daniel. Se a exigência para ocupar um cargo político fosse a “ficha limpa”, poderíamos colocar atrás deles qualquer sistema de rastreamento ou agência de inteligência, e não iríamos encontrar nada que os desabonasse. Bem diferente de alguns políticos que têm uma série de pendências judiciais e, assim mesmo, insistem em se eleger ou reeleger.
Outros bons nomes que respeitamos no ranking bíblico cometeram seus deslizes: João era impetuoso; Moisés matou um egípcio; Salomão enriqueceu e se esqueceu de Deus; e Davi se deixou vencer pelos sentidos.
Daniel se mostrou fiel a Deus desde que foi levado como cativo para a Babilônia. Sobreviveu a vários monarcas, e se sobressaiu, “porque nele havia um espírito excelente”.
O oposto de “excelente” não é ruim, nem péssimo. É medíocre. A palavra medíocre significa, em seu sentido original, “na metade da montanha”. É a imagem daquele que está escalando e, na metade do percurso para chegar ao topo, desiste. É o que se acomoda com menos do que o ponto mais alto.
Daniel se destacou por suas grandes qualidades e como exemplo de fidelidade e resistência. Até a rainha-mãe no tempo de Belsazar deu seu testemunho a respeito dele dizendo: “Existe um homem em teu reino [...], iluminado e [tem] inteligência e sabedoria como a dos deuses” (Dn 5: 11).
Como primeiro-ministro, Daniel começava cada dia suas atividades procurando a sabedoria e a orientação de Deus. Tinha local e horários habituais de oração. Orar não era algo acidental na vida dele. A vida espiritual não deve ser impedimento para que você alcance a excelência na função que ocupa. Ao contrário, deve ser a força propulsora para se manter fiel a Deus.
Atualmente, há uma imensidão de livros sobre “excelência no serviço”, salientando a importância disso na liderança. Conforme muitos deles deixam claro, excelência não quer dizer que você tenha que ser melhor do que todo mundo, mas significa que você deve estar fazendo o seu melhor.
Servimos a um Deus comprometido com a excelência. Independentemente do lugar em que trabalhemos e da função que exerçamos, Ele pede de nós o melhor. E a recompensa maior será ouvir isto: “Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei.”
28 de maio Sábado
Sua Verdadeira Identidade
Alguns creram nEle e O receberam, e a estes Ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. João 1:12, NTLH
Quando alguém pergunta “Quem é você?”, provavelmente sua primeira resposta será “Meu nome é...”. Se você der também o sobrenome, posso chegar mais perto ainda de sua identidade. Se eu for visitar uma universidade e fizer a mesma pergunta, ouvirei muitas respostas: “Sou novato”, “faço Administração”, “toco na banda”, “canto no coral”, etc.
Há outro grupo que encontra sua identidade no trabalho e vai responder: sou médico, advogado, professor, empresário, tenho meu próprio negócio, etc. Outros, ainda, encontram sua identidade se referindo ao lugar de nascimento: sou nordestino, paulista, gaúcho, etc. Para alguns, você nem precisa perguntar “Quem é você?”, porque, quando vêm falar com você, têm um crachá com o nome e a função que exercem. Sua identidade fica resumida à identificação que têm naquele pedaço de plástico.
Depois de tudo isso que você leu, pergunto: O que torna você mais você? Você está contente com a pessoa que é? Que outras características pessoais você quer ter? Há alguma coisa sobre você que o faz diferente de todos os demais e o torna especial? Você está contente com a pessoa em que se tornou?
Hoje o mundo utiliza diferentes padrões para avaliar nossa identidade. Um deles está relacionado com posses. Você se sentiria uma pessoa mais importante se tivesse uma BMW ou um Uno Mille? Se em lugar de um Casio tivesse um Rolex? Depois de se preocupar com o que tem, sua reação pode ser igual à declaração de alguém que disse: “Levo minha vida comprando coisas que eu não preciso, com dinheiro que eu não tenho, para impressionar pessoas de quem eu não gosto.”
Quando nossa identidade está em Cristo, já não vamos nos preocupar pelo fato de sermos medidos de acordo com os padrões do mundo. Quanto mais eu ensaiar quem sou em Cristo, mais perto vou chegar da identidade que Deus deseja que eu tenha.
Quem somos nós? Sal da terra e luz do mundo (Mt 5:13, 14), e amigos de Cristo (Jo 15:15). Fomos redimidos e perdoados de todos os nossos pecados (Cl 1:14). Nada pode nos separar do amor de Deus (Rm 8:39). Podemos todas as coisas em Cristo, que nos fortalece (Fp 4:13).
O melhor que Jesus pode dizer sobre a nova identidade é que somos uma nova criação: “Se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas” (2Co 5:17).
29 de maio Domingo
O Valor das Pequenas Coisas
Viu também uma viúva pobre colocar duas pequeninas moedas de cobre. Lucas 21:2
Uma pequena alegoria salienta a importância das pequenas coisas. No estúdio, o artista afastou a cortina e o sol iluminou um vitral inacabado. Na parte inferior do vitral, via-se um ambiente florido, crianças olhavam e sorriam. Acima das crianças, achava-se a figura incompleta de um homem. Ao colocar os pedacinhos de vidro na obra, o artista dizia consigo mesmo: “Tenho que fazer isto da melhor maneira possível. Preciso mostrar aos outros meu amor por Cristo. Se conseguir colocar em Sua expressão tudo aquilo que imagino, ficarei contente.”
Num montão de aparas de vidros e pequenos pedaços de metal, havia um pedacinho de vidro. Ele estava desanimado consigo mesmo: “Pensei que fosse fazer parte do vitral. E agora estou aqui, jogado no meio deste material. Parece que não tenho nenhum valor mesmo. Vou me esforçar o melhor que puder e se o sol vier para o meu cantinho, melhor ainda.”
De repente, houve agitação no estúdio. Parecia que o artista estava procurando alguma coisa. O pedacinho de vidro escutava ele falar: “Não posso terminar sem ele. Era um pedacinho pequeno, mas muito importante. Onde será que ele está? Ele é imprescindível para eu terminar o vitral.” O pedacinho de vidro pensou: “Será que sou eu?”
Com um grito de alegria, o pedacinho de vidro foi tirado do montão de restos de vidro e de metal. Ao ser colocado no vitral, tornou-se um dos olhos de Cristo.
Temos um lugar no bonito vitral de Deus. Onde quer que nos encontremos, por pequenos que sejamos, Ele nos usará para mostrar a beleza de Cristo.
Jesus não passou por alto a oferta da viúva, que “colocou duas pequeninas moedas de cobre, de muito pouco valor” (Mc 12:42). Embora a oferta fosse pequena, ela deu tudo o que possuía.
Na parábola dos talentos, o senhor diz: “Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!” (Mt 25:21).
Não espere até receber um convite para fazer um grande trabalho para Deus. Seja fiel e brilhe no cantinho em que você está.
“É a conscienciosa atenção ao que o mundo chama de ‘pequenas coisas’ que torna a vida um sucesso. Pequenas ações de caridade, pequenos atos de abnegação, proferir singelas palavras de ajuda, [...] isto é cristianismo” (Ellen G. White, Exaltai-O [MM 1992], p. 347)..
30 de maio Segunda
Aprendendo de Jesus – 1
O Meu fardo é leve. Mateus 11:30
“Fardo leve” é uma entre outras expressões contrastantes que Jesus usou, como temos hoje “minoria esmagadora”, “sorvete diet”, etc. Nós mesmos nos autoimpusemos um ritmo de trabalho que é um fardo, não é leve e que estica a corda da vida à sua resistência máxima. São responsáveis por isso reuniões, viagens, cursos, congressos, mais plantões, mais consultas. Deixamos pouco espaço entre um e outro compromisso e saímos de um local para outro fazendo inveja a Schumacher no trânsito. Glorificamos a agenda cheia, o itinerário apertado no qual sempre procuramos encaixar mais algum compromisso. Mais do que para qualquer outra geração, podemos dizer que o fardo de responsabilidades está muito pesado, especialmente para pessoas orientadas à tarefa.
Susan Maycinik, especialista em recursos humanos, sugeriu para pessoas com essa tendência algumas perguntas para avaliação pessoal. Responda com “algumas vezes” ou “raramente” para cada item que segue:
1. Procuro corrigir a mim mesmo ou às outras pessoas em pequenos detalhes?
2. Sinto-me culpado se me ausento de uma reunião ou atividade apenas pelo fato de estar cansado?
3. Quando meu trabalho é julgado dentro da média geral, sinto como se tivesse fracassado?
4. Fico irritado quando uma pessoa recebe o reconhecimento que eu acho que deveria ter recebido?
5. Focalizo mais meus erros do que meus acertos?
6. Sinto dificuldade em dizer “não” para uma pessoa que me pede que eu faça alguma coisa?
7. Sinto-me culpado quando, na lista de coisas a fazer, deixo algumas sem ser feitas?
8. Se alguma parte da minha vida não está indo bem, tento descobrir o que estou fazendo de errado?
Se você respondeu com mais frequência “algumas vezes”, desenvolveu a ideia de que, para ser aceito e amado, tem que fazer mais e melhor.
Um dos primeiros passos para viver sob o “ritmo não forçado da graça” é perceber nossa tendência de ser orientados à tarefa, a fazer coisas. A lista dos itens acima contém apenas sintomas de que você ainda não abraçou totalmente a graça de Deus em sua vida.
Jesus nos convida a lançar sobre Ele toda a nossa ansiedade. Aceite o oferecimento dEle!
31 de maio Terça
Aprendendo de Jesus – 2
Venham a Mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e Eu lhes darei descanso. Mateus 11:28
Essa é uma passagem familiar da Bíblia e um dos mais belos convites que Jesus faz a todo ser humano. Na verdade, é um convite e uma promessa.
O texto menciona duas características que as pessoas que Ele convida devem ter: estão cansadas e sobrecarregadas. Jesus não diz que precisamos de mais tempo livre, travesseiro especial, equipamento de massagem, um cruzeiro pelo Caribe, férias em Angra dos Reis, sonoterapia, nem que precisamos ir mais à igreja. Estamos cansados, desesperados e frustrados por causa das tentativas de acertar. Procuramos esse descanso em gurus, líderes espiritualistas, jejuns, retiros, penitências, nas demandas “leia mais”, “ore mais”, “faça mais”.
Essas coisas não darão o descanso de que necessitamos. Esse descanso vem quando aceitamos a nós mesmos como Jesus nos aceita e admitimos, com sinceridade, que precisamos dEle.
Temos que calar as vozes que dizem que não estamos fazendo o suficiente; libertar-nos do pensamento de que devemos alcançar determinada medida espiritual no menor tempo possível.
Que temos que fazer? Simplesmente ir a Ele. Aproximarmo-nos como pecadores, desamparados, sem justiça, sem esperança; lançar aos pés dEle nossa culpa, nossa vergonha, problemas, medo, dúvidas, sonhos, ansiedades, sentimento de solidão. Tudo.
O descanso vem quando aprendemos, em companheirismo com Ele, a criar momentos de reflexão; a colocar nossa agenda de lado; desligar o celular; tirar o telefone do gancho; trancar a porta da sala – nem que seja por alguns minutos – e então orar. Sentirmo-nos seguros nEle. Pedir paz e restauração para o coração cansado.
Que peso ou pesos estamos carregando, que gostaríamos de depositar aos pés de Jesus para receber o descanso que Ele oferece?
Como seria bom ter em mente que o cristianismo não é uma religião de peso para se carregar, mas de uma amizade, um relacionamento a desenvolver.
“Encontra-se o descanso quando se abandona toda a justificação própria, todo raciocínio partido de um fundo egoísta. Inteira entrega, aceitação de Sua vontade, eis o segredo do perfeito descanso em Seu amor” (Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 2, p. 803). É nosso privilégio aceitar o convite de Jesus, experimentar Sua graça, tomar Seu jugo e encontrar descanso.
0 comentários:
Postar um comentário