“O VERSICULO 28 e bem assim todo o contexto, desde o verso 14 e também todo o capítulo 8, esclarecem que o assunto trata exclusiva mente de carnes oferecidas aos ídolos. Não se fala aqui das espécies de carnes, mas sim das que haviam sido oferecidas aos ídolos antes de irem para o açougue. Todavia, nem sempre a carne era previamente sacrificada. Isso, o presente texto nos dá a entender com bastante clareza, pois diz Paulo: ‘Sem nada perguntardes por escrúpulos de consciência’ (Versão do P. Rohden).
Se toda carne fosse sempre oferecida aos deuses antes de ir para o mercado, ninguém precisava ter dúvidas; mas como o não era, e mesmo porque não havia importância em saber, o crente não tinha necessidade de perguntar coisa alguma.
Paulo não diz aqui que não deviam perguntas para saber de que espécie era a carne, se deste ou daquele animal, porque isto, naturalmente, não estava em questão. [Eles] Não tinham razão para perguntar, a não ser que fossem advertidos por alguém.
“Demais, não precisavam manter esses escrúpulos, porque, ‘quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos’, disse Paulo, ‘sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só’, Cap. 8:4.
Ninguém precisava preocupar-se com isto porque os ídolos, nada sendo senão matéria inanimada, também não podiam influir na carne. E além disto, antes de comê-la, se pedia sobre ela a bênção de Deus. Verso 30; 1 Tim. 4:5.
Mas, se alguém tinha dúvidas, a advertência era: ‘Aquele que tem dúvidas, se come está condenado’(Rom. 14:23). Também, se alguém advertia ao crente, dizendo-lhe que aquela carne havia sido sacrificada aos ídolos, então ele, por amor à consciência daquele que o advertia, não devia comer.
“Compreende-se claramente que Paulo, em todos esses versículos, põe em relevo o mal de comer para escândalo dos fracos. E sobre isto, diz: ‘Pecando assim contra os irmãos, e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo’. ‘Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus’ (I Cor. 8:12; 10:31).
“Não que houvesse mal em usar das carnes sacrificadas aos ídolos, quer adquirindo-as nos açougues, quer comendo-as na casa de algum gentio, porque os ídolos nada são; o que se condenava era o errôneo procedimento de alguns crentes, que ainda costumavam ir aos templos pagãos e ali banquetear-se, em suas mesas, com os sacrifícios feitos em honra aos deuses.” — Pontos Difíceis de Entender, pp. 13 e 14.
- Extraído do livro “Consultoria Doutrinária”.
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