sábado, 19 de março de 2011

Forças de cinco países atacam a Líbia de Kadhafi, afirma Pentágono

Fumaça sobe ao céu de Benghazi após bombardeio de Kadhafi; EUA e França começaram a contra-atacar

Forças de EUA, Reino Unido, França, Canadá e Itália começaram neste sábado (19) a atacar a Líbia para tentar impedir os ataques do governo do ditador Muammar Kadhafi a civis, segundo o Pentágono.
Os ataques vão mirar defesas antiaéreas em torno das cidades de Trípoli e Misrata, em uma operação chamada de "Odyssey Dawn" (Operação Aurora).
O premiê britânico, David Cameron, disse que forças britânicas já estão em ação na Líbia, depois de caças da Força Aérea da França terem destruído alguns tanques e veículos armados durante o primeiro ataque ao país. O número de veículos destruídos não foi confirmado.
Os ataques franceses começaram às 18h45 locais (13h45 de Brasília). O chanceler da França, Alain Juppé, disse que a ação militar na Líbia vai continuar nos próximos dias, até Kadhafi, contestado por uma revolta popular há um mês, cumprir as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, aprovadas na quinta-feira, de cessar ataques a civis.
Segundo ele, o objetivo é "livrar o povo líbio" de Kadhafi.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que a violência na Líbia deve terminar, mas disse que seu país não vai tomar parte na ação militar.
A Rússia lamentou a "intervenção armada estrangeira na Líbia", em um comunicado do porta-voz do ministério russo das Relações Exteriores, Alexandre Loukachevitch.
Combates
Mais cedo neste sábado, rebeldes disseram que tropas do ditador invadiram Benghazi, forçando os opositores a recuarem e desafiando as ordens de cessar-fogo feitas pelas Nações Unidas na sexta-feira. A rede árabe Al Jazeera noticiou que 26 pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas neste bombardeio.
Segundo a Reuters, forças líbias leais a Kadhafi também dispararam contra a cidade rebelde de Misrata no início deste sábado e o fornecimento de água continua interrompido, disse um morador.
Apesar dos relatos sobre a desobediência ao cessar-fogo, autoridades líbias negaram ter atacado rebeldes e disseram estar respeitando o cessar-fogo.
O ministro líbio de Relações Exteriores, Musa Kusa, pediu neste sábado ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o envio de observadores para verificar o cessar-fogo decidido na sexta-feira, e cumpre a resolução da ONU.
"Anunciamos um cessar-fogo, prova de que a Líbia respondeu de forma positiva às decisões da ONU", declarou Musa Kusa em coletiva de imprensa em Trípoli. "E para demonstrar nossa credibilidade, pedimos ao secretário-geral da ONU que envie observadores internacionais", completou.
Segundo a agência de notícias France Presse, milhares de pessoas fugiam neste sábado de Benghazi. Na localidade de Al Marj, 50 km a leste de Benghazi, na estrada rumo a Tobruk, localizada perto da fronteira com o Egito, foram registrados engarrafamentos. As pessoas que fugiam formavam longas filas em frente de postos de gasolina e padarias, com o objetivo de se abastecer para dirigir por estradas a Tobruk, uma cidade situada a 350 km a leste, próxima ao Egito.
Assista ao vídeo que mostra um avião caça sendo atingido e caindo sobre Benghazi por volta das 9h da manhã do horário local:

O comunicado informa que o ataque alvejou várias regiões civis no oeste do país, fazendo vítimas civis e danificando instalações como estradas, hospitais e aeroportos.
Segundo a Líbia, a agressão invalida o efeito da resolução 1.973 da ONU, que determina a criação de uma zona de exclusão aérea sobre o país, e dá ao país o direito de usar aviões militares e civis em sua "autodefesa", "após a França ter infrigido o espaço de exclusão aérea".
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'Agressão bárbara'
O presidente do Parlamento da Líbia, Mohamed Zwei, afirmou a operação militar ocidental é uma "agressão bárbara" contra objetivos civis e militares que já feriu "numerosos civis".
"As nações ocidentais atacaram vários locais em Trípoli e Misrata, causando graves danos", disse. " Esta agressão bárbara contra o povo líbio ocorre após anunciarmos um cessar-fogo."
"Muitos civis foram feridos nesta agressão, os hospitais estão repletos, as ambulâncias não param", disse Zwei, sem citar números.
Fonte : G1

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