por:Rolando de Nassau
O objetivo do culto em nossas igrejas não é atrair os descrentes ou agradar os crentes, mas adorar a Deus em concordância com os preceitos da reverência a Ele, referidos na Bíblia.
Com efeito, referências às palmas ritmadas só aparecem no Velho Testamento: nenhuma das oito passagens (II Reis 11:12; Jó 27:23; Jó 34:37; Salmos 47:1; Salmos 98:8; Isaías 55:12;Lamentações 2:15; Naum 3:19) faz a conotação entre “palmas” e “canto”.
Nos cultos de adoração, realizados no tabernáculo, no templo de Jerusalém e nas sinagogas, não havia a prática das palmas ritmadas.A Bíblia não autoriza a marcação, com palmas, do ritmo das músicas nos cultos das igrejas cristãs.
Na liturgia católica, não são admitidas as palmas ritmadas, e não é usada a bateria ou outro instrumento de percussão. Essa prática foge completamente da tradição litúrgica do rito romano.
Na música profana, é incentivado o uso da dança e das palmas.Parece que essa prática é uma revivescência da cultura africana.As músicas (lundu, maracatu, samba, candomblé, catimbó, xangô) e os cultos das religiões africanas, afro-americanas e afro-brasileiras caracterizam- se por danças e palmas ritmadas. Os macumbeiros acham que o bater de palmas pode despertar os orixás. Para alguns entendidos, ajuda as giras da umbanda e cria um amplo campo de vibração, que facilita a conexão com os orixás. Nessas ocasiões, são tocados os atabaques.
Nas rodas de capoeira, quando é percutido o berimbau, são elementos importantes a ginga e os cânticos acompanhados de palmas ritmadas.
Nos concertos de música “pop”, os roqueiros usam as palmas ritmadas para tornar mais coeso o canto das multidões.
Na música folclórica, podemos citar “tamboritos”, a dança mais tradicional do Panamá; uma cantora é acompanhada por um coro de palmas ritmadas e três tambores. Também existe o “congo”, mais frequente nas comunidades negras, que se expressa com movimentos sensuais.
Na Espanha, ainda são atrações para os turistas os dançarinos do “flamenco”, dança muito sensual, acompanhada pelos guitarristas.
Existem igrejas evangélicas que cometem equívocos, em relação à dança e às palmas ritmadas. A equipe-de-louvor, acompanhada por instrumentos, executa ritmos e estilos da música popular profana, em substituição ao coro; foi um dos recursos escolhidos pelas igrejas que tiveram, a partir da década de 90, de cumprir a meta do crescimento rápido e extraordinário.
Essas igrejas consideraram também que as novas tecnologias da informação e da comunicação ajudariam a atingir aquela meta, mesmo que fosse necessário alterar o formato e o ambiente do culto.
Para tanto, o culto deveria ser planejado para atrair os não-crentes e os sem-igreja, de qualquer nação, raça, cor, formação cultural ou até mesmo opção sexual, além dos membros de outras igrejas.As esperadas multidões seriam atraídas por canções curtas e alegres, reproduzidas por “play-backs”. No Brooklyn, essas canções tomam boa parte do culto.
Essas “técnicas”, até certo ponto, tiveram êxito, à custa do artificialismo do culto, do mecanicismo do canto e da música, da sensualidade de certas atividades, da escassez da oração e da leitura bíblica, e da superficialidade da pregação.
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