segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Modelo bíblico de pregação: como posso ser um pregador?



Cada pessoa recebe um ou vários dons, é importante que você descubra quais são os seus dons e os use para revelar o amor de Deus às pessoas ao seu redor. O segredo de um sermão edificante e que alcance o coração das pessoas pelo poder de Deus, assim como o seu, depende de quanto o pregador vive a mensagem.

A mensagem deve revelar a sua experiência pessoal com Deus e com a Palavra. Aprofunde essa experiência a cada dia. Peça a plenitude do Santo Espírito e esteja aberto a impressão do Senhor quanto a mensagem que a igreja precisa. Ore por um coração sensível a voz do Espírito Santo. ‘“Senhor, ensina-nos a pregar!” Seria bom que os discípulos tivessem feito esse pedido a Cristo, tal como o fizeram com respeito à oração. Teríamos então todos os benefícios de algumas orientações práticas sobre pregação, recebidas diretamente do Mestre dos pregadores. Ao examinarmos a vida e o ensino de Jesus, descobrimos muitos princípios que podem revolucionar nosso ministério da pregação.

O poder do Espírito

Jesus testemunhou claramente que o Espírito do Senhor O ungiu para pregar (Lucas 4:18). Seria muito afirmar que não deveríamos pregar a Palavra de Deus até que fôssemos primeiramente ungidos por Seu Espírito? Jesus Cristo ordenou que Seus discípulos esperassem em Jerusalém até que recebessem a promessa do Pai (Atos 1:8). Depois da unção celestial no Pentecostes, os seguidores de Cristo saíram para pregar no poder do Espírito Santo.

Um caso exemplar é o de Estevão, o diácono, descrito como “cheio de fé e do Espírito Santo” (Atos 6:5), e também como “cheio de graça e poder” (v. 8). Quando Estevão pregava, seus ouvintes “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava” (v. 10). Mesmo a comunicação não-verbal de Estevão foi uma irrefutável testemunha: “Todos os que estavam assentados no Sinédrio, fitando o seu rosto como se fosse o de um anjo” (v. 15). Sua vida demonstrou que quando uma pessoa está cheia do Espírito, ela está cheia de poder. E prega com santa ousadia (Atos 4:29-31; 13:6-12).

Entrega e Oração

Jesus, o Pregador Mestre, devotou muito tempo à prática da oração. Enquanto Ele Se preparava para pregar nas sinagogas através da Galiléia, levantava-Se cedo pela manhã, dirigia-Se a um lugar solitário e orava (Marcos 1:35-39). Antes de pregar Seu sermão estratégico sobre o pão da vida, o Senhor gastou horas em oração (Mateus 14:23-25). Para Jesus, pregação e oração estavam inextricavelmente conectadas.

Os alunos da pregação de Jesus também compreenderam que aquele que ministra a palavra também deve entregar-se à oração (Atos 6:4). Os intensos períodos de oração pelos seguidores de Jesus, antes do Pentecostes, não eram apenas uma preparação essencial para a pregação poderosa. O apóstolo Paulo afirmou a importância da oração no preparo e entrega do sermão, quando fez um pedido especial por oração intercessória: “…orando… por todos os santos e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho” (Efésios 6:18 e 19). Ele compreendeu que, sem oração, não poderia falar com ousadia (v. 20).

A escassez de poderosa pregação bíblica entre nós está diretamente relacionada à escassez de oração poderosa. Com seu ato de negar a Cristo, Pedro ilustra a incômoda verdade segunda a qual nós não teremos um poderoso testemunho sobre Jesus para partilhar com outros, se estivermos dormindo quando deveríamos estar orando. A lição é clara. Ore pela direção de Deus antes de começar a um sermão. Ore enquanto o prepara. Ore enquanto prega. Aprenda, do exemplo de Jesus, que pregar poderosamente é resultado de muita oração, não de corre-corre. Banhe seu sermão em oração e entrega de si mesmo a Deus.

Pregação da Palavra

Jesus proclamou a Palavra de Deus, por preceito e exemplo, ousadamente declarou: “…e a palavra que estais ouvindo não é Minha, mas do Pai, que Me enviou” (João 14:24). E enquanto orava por Seus discípulos, testemunhou ao Pai: “Eu lhes tenho dado a Tua Palavra” (João 17:14). Os estudantes da pregação de Cristo compreenderam a importância de partilhar a Palavra de Deus ao invés de suas opiniões próprias. Eles “com intrepidez, anunciavam a Palavra de Deus” (Atos 4:31), e “crescia a Palavra de Deus” (Atos 6:7).

As pessoas necessitam ouvir a Palavra de Deus, não nossas opiniões. O que Deus tem a dizer é mais importante do que nós temos a dizer. Ouvimos muitos sermões, atualmente, que dão apenas um leve aceno à Palavra de Deus. Nos dias de hoje, sermões bíblicos, com ilustrações contemporâneas têm se transformado em sermões contemporâneos com ilustrações bíblicas ocasionais. O resultado é a falta de poder no púlpito e falta de transformação na igreja. Tais sermões podem ser divertidos, interessantes, mas não produzem mudança duradoura.

Comunicação da Graça

Quando Jesus pregava, Ele não simplesmente falava a respeito da graça de Deus. Ele realmente comunicava a graça de Deus. Lucas recorda que em resposta à Sua pregação na sinagoga de Nazaré, seus ouvintes “se maravilhavam das palavras de graça que lhe saíam dos lábios” (Lucas 4:22). Essa resposta da audiência é um testemunho não da finura de Sua expressão oral, mas uma resposta à essência de Sua fala. Jesus era “cheio de graça” (João 1:14) e quando Ele pregava, comunicava a graça de Deus.

Uma das mais poderosas palavras de graça do ministério da pregação de Cristo é encontrada no sermão que Ele pregou em uma determinada noite para uma pessoa: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (João 3:16-17).

Os aprendizes da pregação de Jesus compreenderam que foram enviados para comunicar a graça de Deus. Pedro começou Sua mensagem aos peregrinos da dispersão com as palavras “graça e paz vos sejam multiplicadas” (1 Pedro 1:2). Paulo começava suas mensagens em numerosas ocasiões com as palavras: “Graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (Efésios 1:2). E nos aconselha: “A vossa palavra seja sempre agradável [com graça]” (Colossenses 4:6).

Todo sermão deveria comunicar uma clara palavra de graça. É a graça de Deus que conduz esperança. É verdade que todo sermão deveria também conter uma clara palavra de julgamento. Porém, mesmo essa palavra de julgamento deveria ser comunicada com graça em nosso coração.

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