sábado, 29 de dezembro de 2012

As Duas Testemunhas: Moisés e Elias

Por Doug Batchelor








Um fato surpreendente: a luz mais brilhante que o homem fez brilhar sobre a terra emana do topo do hotel Luxor, uma gigantesca estrutura em forma de pirâmide, em Las Vegas, Nevada. Um total de 45 lâmpadas de xenônio, cada uma do tamanho de uma máquina de lavar roupa e com as brilhantes lâmpadas disparando uma poderosa explosão de luz radiante direto para o céu. A luz que irradia a partir do topo desta montanha artificial é tão brilhante, que os astronautas podem ver quando estão em órbita. Pilotos de linha aérea são aconselhados a evitarem a área, pois o feixe de luz pode cegar temporariamente os que voam através dele.

Você sabia que existe uma história na Bíblia que fala de uma montanha em chamas com luz celestial? Mesmo que raramente abordado, este evento, chamado de Monte da Transfiguração, ou às vezes o Monte Glorioso, é um dos momentos mais importantes do Novo Testamento. Esta experiência monumental encontrada nos Evangelhos de Mateus 16, Marcos 9 e Lucas 9 está cheia de profundo significado para os cristãos, e isso ajuda a esclarecer muitas outras maravilhosas verdades da Bíblia.

1. Ascendendo para a Luz


Após um longo dia de ensino ministrando às multidões, Cristo e seus discípulos se separaram da multidão que clamava. Jesus então diz algo muito incomum: “Em verdade vos afirmo que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o reino de Deus” (Marcos 9:01). Provavelmente pareceu aos discípulos que Jesus estava prevendo algo realmente grande. Mas o quê?

Então, seis dias depois de Jesus fazer este anúncio enigmático, eles chegam ao pé de uma “alta montanha”. Lá ele chama a Pedro, Tiago e João, e parte com eles, deixando os outros no vale e começa uma longa caminhada até a íngreme colina. Quando o sol estava se pondo, eles exaustos, finalmente chegaram ao cume da montanha. Jesus imediatamente se ajoelha e começa a orar, e na primeira tentativa que os discípulos fazem para acompanhá-lo, estando exaustos, caem em sono profundo.

Então, algo extraordinário acontece! Combinando o testemunho de Lucas e Marcos, nos é dito, “enquanto ele orava, a aparência do seu rosto se transfigurou e suas vestes resplandeceram de brancura”. “como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar”. (Veja o relato completo em (Lucas 9:29-31 e Marcos 9:2-9).

2. A Razão para a Revelação


De repente, despertados pelo acontecimento cósmico, os discípulos vêem Cristo brilhando com uma luz celestial que irradiava de dentro dele. Ele não é apenas o humilde filho de José e Maria, mas com a glória revelada, ele agora aparece como o majestoso Criador do universo.

No clássico livro, O Desejado de Todas as Nações, a autora nos ajuda a compreender melhor a principal razão para a visitação celeste. Em sua oração, “Ele roga que testemunhem uma manifestação de Sua divindade que, na hora de Sua suprema agonia, os conforte com o conhecimento de que Ele é com certeza o Filho de Deus, e que Sua ignomiosa morte é uma parte do plano da redenção”.

O Pai amoroso lhes concede esse breve vislumbre da glória de Seu Filho, porque Ele sabia que os discípulos estavam prestes a ver seu Mestre totalmente humilhado. Seu mestre estava prestes a ser despido, espancado e machucado, aparecendo muito desamparado e muito mortal. Assim, da mesma forma que uma pequena árvore armazena seiva durante a quente e brilhante primavera, para sustentá-la durante o inverno frio e escuro, Jesus sabia que a fé dos discípulos precisava de um impulso luminoso na montanha para enfrentarem o escuro dia sobre o Calvário que se aproximava.

Os discípulos também precisavam da garantia deste evento, porque continuavam a confundir a finalidade da missão do Messias com as fábulas populares judaicas da glória terrena. Jesus sabia que ia ser devastador para eles verem suas esperanças de glória terrena perfurada pelos pregos romanos, de modo que o Pai concedeu esta visão para lembrá-los que o reino de Cristo era celeste, não terreno.

3. Por que Moisés e Elias?


Junto com a mais brilhante e gloriosa luz do céu, jamais vista na Terra, duas das maiores celebridades da Escritura apareceram ao lado de Cristo. “E apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus” (Marcos 9:04).

Alguém poderia perguntar: por que esses dois indivíduos? Deus também havia levado Enoque para o céu, por que ele não veio para essa visita especial? Muito simples, porque as duas personalidades que vieram eram símbolos vivos da Palavra de Deus. Moisés representava a lei e Elias representava os Profetas. Jesus diz em Mateus 5:17 “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim destruir, mas para [cumprir].” Moisés é o grande legislador, Elias é o maior dos profetas do Antigo Testamento.

Em toda a Bíblia, a Palavra de Deus é freqüentemente retratada com uma imagem dupla. Os Dez Mandamentos foram escritos em duas tábuas de pedra. A Palavra de Deus também é retratada como uma espada de dois gumes. Duas lâmpadas e duas oliveiras retratam as duas divisões da Bíblia sagrada. Mas o testemunho final da Palavra de Deus é Jesus: “no rolo do livro está escrito a meu respeito” (Hebreus 10:7). No rolo do Livro, a Bíblia, tudo aponta para Jesus, que é a combinação de duas naturezas, a humana e a divina. Jesus é o Verbo feito carne (João 1:14).


Em Lucas 16:31, Jesus conclui a parábola do homem rico e Lázaro, “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos”. Aqui, Jesus coloca uma alta prioridade na Palavra de Deus, e não devemos perdê-la. Não importa que milagres você testemunhe, mesmo que alguém ressuscite dentre os mortos, você ainda deve colocar a plena Palavra de Deus em terrenos mais altos.

4. O Endosso Final


Em tempos de eleição, os políticos começam a campanha e disputam o apoio dos eleitores. Uma maneira comum para eles conseguirem isto é conseguindo o apoio de tantos líderes populares e credíveis quanto possível. A Gloriosa experiência do Monte foi o endosso final.

Desde a época de Abraão, cada judeu havia procurado pela vinda do Messias. Vários Cristos falsos tinham aparecido no cenário da história hebraica. Agora, como um símbolo de apoio supremo, Jesus está glorificado flanqueado à direita e à esquerda dos dois maiores heróis do antigo Israel. Moisés e Elias rodeavam Jesus para nos dar um quadro muito vívido que a Palavra de Deus aponta para Jesus e o endossa como o Messias.

Este endosso de Moisés e de Elias representava o aval da lei e dos profetas, a Palavra de Deus, que Jesus era “aquele que estava para vir” (Mateus 11:3). Não haviam outras pessoas que pudessem ter oferecido maior validação para o ministério de Jesus do que estes dois gigantes da Escritura.

A transfiguração é também um cumprimento direto da profecia. Malaquias predisse, “Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que eu ordenei-lhe, em Horebe para todo Israel, os estatutos e juízos. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes do grande e terrível dia do Senhor”. Uma razão da Palavra de Deus ser tão maravilhosa é porque é muito precisa. Tanto Moisés como Elias aparecem no Novo Testamento antes do sacrifício de Jesus, para incentivá-lo e apoiá-lo.

5. Duas ou Três Testemunhas


Em Apocalipse 11:3-12, encontramos a grande profecia das duas testemunhas de Deus. “Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra” (Apocalipse 11:4). Sabemos que uma lâmpada é um símbolo da Palavra de Deus, “Tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho” (Salmo 119:105). Quando Zacarias vê duas oliveiras na visão, ele pergunta ao anjo o que elas representam. “E respondeu, e me falou, dizendo: Esta é a palavra do Senhor” (Zacarias 4:6).


Apocalipse adverte o que vai acontecer com aqueles que prejudicarem as duas testemunhas de Deus, a Bíblia Sagrada. “se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca, e devorará os seus inimigos” (Apocalipse 11:5). Isso aconteceu nas experiências de Elias e Moisés. Fogo desceu do céu sobre os egípcios que perseguiram os filhos de Deus e também consumiu os filhos de Aarão. Ele também consumiu os soldados quando eles desafiaram Elias. Além disso, “Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue” Elias orou e fez cessar a chuva? Moisés orou e a água se transformou em sangue? Então, novamente, vemos por que Deus compara as duas testemunhas, a Sua Palavra, com o ministério de Moisés e Elias.

Então, como se a aprovação de Moisés e Elias não fosse suficiente, uma nuvem encobre a montanha e a voz do Todo-Poderoso é ouvida dizendo: “Este é o meu Filho amado, a ele ouvi.” A Bíblia diz: “Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra.” (2 Coríntios 13:1). No monte, dois seres humanos redimidos por Cristo testificam que Ele é o Messias, e, claro, o terceiro é a voz do próprio Deus! Que melhor confirmação da verdade Deus poderia ter oferecido, o legislador e o maior profeta e Seu próprio testemunho audível?

6. Uma Conversa Divina


Quando li pela primeira vez esta passagem, eu me perguntava: “Como eles sabiam que era Moisés e Elias?” Eles não tinham fotografias jornalísticas ou vídeos arquivados com que comparar esses seres. Então eu percebi que provavelmente ouviram alguma coisa da conversa e ouviram Jesus abordá-los pelo nome.

Felizmente, o Evangelho de Lucas ainda nos dá um pouco sobre o que estes grandes homens discutiam. É dito: “eis que estavam falando com ele dois homens, que eram Moisés e Elias, Os quais apareceram com glória, e falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém” (Lucas 9:30-31). Naturalmente, referiam-se ao Seu sacrifício no Monte Calvário.

Eu não posso imaginar quaisquer outros dois indivíduos que seriam mais bem qualificados para incentivarem Jesus a avançar com o seu sacrifício. Tanto Moisés como Elias, entendiam o aguilhão da perseguição e rejeição por seu próprio povo. Tenha em mente, tanto Moisés como Elias tinham estado no céu por centenas de anos, não por causa de suas boas obras, mas porque eles estavam desfrutando um adiantamento sobre o sacrifício que Jesus estava prestes a fazer. Em outras palavras, se Jesus não fosse adiante com o plano para morrer pela humanidade, Moisés e Elias não teriam o direito de permanecer no céu. Eles foram, obviamente, muito motivados a encorajar e inspirar Jesus a seguir em frente. Em última análise, o objetivo de ambos era o de serem testemunhas de Cristo e apoiarem a Jesus no julgamento e sacrifício que se aproximava.

7. Três Tabernáculos


Quando os olhos dos discípulos se ajustaram à luz e eles recobraram o juízo, a primeira coisa que fizeram foi tirar os sapatos quando perceberam que estavam em terra santa. Depois de alguns minutos aterrorizados por escutarem este diálogo divino, Pedro sentiu-se compelido a dizer alguma coisa. “E tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, é bom que estejamos aqui; e façamos três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.” (Marcos 9:5).

É interessante que a história da Bíblia registra três templos terrenos: um no deserto durante o tempo de Moisés; o templo de Salomão erigido durante o tempo de Elias, e o terceiro templo construído após o cativeiro babilônico. Este terceiro é o que Jesus purificou. Há também três aspectos ou etapas da salvação: a justificação, simbolizada por Moisés, a santificação, simbolizada pelo ministério de Elias, e a glorificação representada por Jesus.

8. A Experiência no Topo da Montanha


Muitos dos pontos altos da Bíblia são também de experiências no cume das montanhas. O Senhor muitas vezes organiza eventos profundos no topo de montanhas, porque são monumentos naturais. Sempre que o povo de Deus olhava para esses picos proeminentes, eles se lembravam dos eventos importantes de sua história sagrada.

Considere, por exemplo, que, após 40 anos no deserto, Deus entregou Sua aliança com Moisés no topo de uma montanha. O Monte Sinai tinha o fogo de Deus com fumaça e trovão tremendo o cume. Após 40 dias no deserto, Deus também falou com Elias no Monte Sinai com fogo, vento, e um terremoto (1 Reis 19:11-12). Após 40 dias no deserto, Jesus repreendeu o demônio em uma montanha alta (Mateus 4:8-10). Deus também faz promessas sobre as montanhas. Foi nas montanhas do Ararat que Deus fez Sua aliança com Noé. Ele fez Sua aliança com Abraão no Monte Moriá. A nação inteira dos judeus confirmou o pacto da terra prometida no Monte Gerizim (Josué 8:33). Claro, Elias estava no Monte Carmelo, quando o fogo e a chuva cairam, um símbolo do Espírito de Deus, reavivando a igreja. Moisés primeiro vislumbrou a Terra Prometida do Monte Nebo, e foi de uma alta montanha que João viu pela primeira vez a cidade santa (Apocalipse 21:10). O mais importante, a aliança do amor e da salvação foi selada no Monte Calvário.

Tal como Jesus, Moisés estava em uma montanha com as mãos levantadas, sustentadas de um lado e do outro por Arão e Hur (Êxodo 17:12). Claro, quando Jesus morreu no Calvário, dois ladrões o rodeavam um a sua direita e outro à sua esquerda, representando dois tipos de pecadores, da mesma forma você têm Moisés e Elias acompanhando Jesus no Monte da Transfiguração. Eu acho que antes de escalarmos o Monte Glorioso, é preciso escalarmos o Monte do Calvário. Deus quer confirmar Sua aliança com você e enche-lo do Seu Espírito, e isso vai acontecer quando você se humilhar sobre o monte onde Jesus foi morto.

9. A Palavra Final


O Glorioso Mounte foi coberto com a autoridade divina. Marcos 9:7 diz: “E desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra”. Esta nuvem estava realmente velando a glória do Pai, que declarou: “Este é o meu Filho amado. A ele ouvi.” Deus, o Pai vem para sancionar o Seu Filho que recebe Sua aprovação total.

Isto é tão importante para nós entendermos. No início do ministério de Jesus, Deus Pai fala pessoalmente no batismo de Cristo no baixo vale do Jordão, e identifica Jesus como seu Filho. Ele diz: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”, anunciando que o povo judeu já não precisava mais procurar a alguém como o Messias (Mateus 3:17). Quem veio antes dele era uma fraude, e qualquer outra pessoa que viesse depois seria uma falsificação. Jesus é o único!

Então, no final do ministério de Jesus, Deus Pai novamente identifica seu divino Filho na montanha, algo muito simples é ordenado. “A ele ouvi”. Essa é uma frase completa, de fácil compreensão. Mas “ouvir” significa mais do que apenas ouvir os sons audíveis. Significa “ouvir com atenção integral e praticar”. Jesus diz: “Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 2:17). Deus Pai, em pessoa, está ordenando a você e a mim para ouvirmos a palavra de Jesus e colocá-la em prática.

Tem havido um monte de falsificações, fraudes, e líderes impostores tentando imitar Cristo. Mas Deus, o Pai diz sobre Jesus na Bíblia, “a ele ouvi”. Ele é a Palavra verdadeira! Isso é algo muito poderoso para contemplarmos.

10. De Repente


Com os últimos ecos da voz de Deus trovejando e ressoando do monte, os discípulos tremendo se encolheram de medo. Marcos 9:8 diz que “de repente”, tudo acabou. Tão rapidamente como a luz brilhou, ela se dissipou. “E, tendo olhado em volta, ninguém mais viram, senão só Jesus com eles.” Como a glória evaporava seus olhos se ajustavam à escuridão, Moisés e Elias, o Pai, e a nuvem tinham ido, tudo o que podiam ver era Jesus. Ele prometeu, “Eu nunca te deixarei, nem te desampararei” (Hebreus 13:5).

É fácil ter a nossa visão obscurecida pelo caleidoscópio de imagens que vemos na Bíblia. E é fácil ter nossa mente nublada com a colagem de imagens que vemos na vida moderna. Mas depois tudo se desvanece, e nós estamos na base da montanha mais uma vez, o que realmente importa? Acho que Deus está nos dizendo para apenas ouvirmos a Jesus, para apenas olharmos para Jesus. Ele foi o único que restou com eles; todos podem abandoná-lo, mas Jesus diz: “Eu estarei com vocês até o fim” (Mateus 28:20). Lembre-se sempre que Jesus ainda está lá para você, mesmo depois da glória desaparecer.

11. Não Contem


Cristo mais uma vez diz algo muito incomum para os discípulos aturdidos. Você e eu mal podemos imaginar como esses três apóstolos estavam se sentindo, “ao descerem do monte” (Marcos 9:9). Esse evento deve ter lhes causado incrível mudança de vida, e eles provavelmente estavam em estado de choque espiritual, mais do que quando Cristo acalmou a tempestade e andou sobre as águas. Eles podiam até mesmo estar brilhando com o resíduo remanescente da luz que ainda se dissipava de suas faces, assim como Moisés ficou depois de falar com Deus. Que dúvidas sobre Jesus eles poderiam, eventualmente, ter agora? Eles estavam provavelmente prontos para morrerem por Jesus naquele momento.

Mas, em seguida, Jesus ordena-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto. Eu imagino que poderia ter sido este um dos mandatos mais difíceis que já receberam de seu Senhor. Eles testemunharam apenas um vislumbre do céu. Como o antigo Israel, eles ouviram a voz de Deus resplandecendo de uma montanha, e agora, eles são orientados a não fazerem qualquer comentário a respeito deste notável evento. Não contem. Guardem isso na mente. Ele está pedindo para três pescadores não comentarem sobre a experiência mais emocionante de suas vidas. Eu não sei se eu poderia ter me mantido quieto.

12. Tempo para Contar


Felizmente, eles não foram exortados para “nunca falarem sobre isso” Mais precisamente, Jesus solicitou: “que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos” (Marcos 9:9).

Por que Jesus fez esse pedido sabendo que o coração deles tinha sido tão profundamente tocado por este evento? Eu creio que Ele queria que eles armazenassem esta experiência para quando realmente precisassem. Pedro, Tiago e João, foram escolhidos para serem os líderes da igreja primitiva, e quando tudo parecesse perdido, ou quando as coisas ficassem dificeis, eles poderiam dizer: “Não desanimem. Queremos lhes contar sobre algo que vimos com Jesus na montanha”. Mas, infelizmente, parece que quando eles mais precisaram, não se lembraram desta experiência, quando o seu Senhor foi para a cruz, eles se esqueceram quem Ele era.

Deus deu-lhe uma experiência de montanha? Talvez ele tenha respondido orações e operado milagres, e quando essas coisas acontecem, você diz, “Óh, louve ao Senhor!” Mas então, quando a glória desaparece, você acaba em um vale com o diabo atropelando você. E a lembrança de tudo que aconteceu na montanha se evapora.

É como quando Deus tinha dito aos filhos de Israel para não fazerem ídolos, e eles ouviram a voz de Deus, e sentiram o chão tremer, e viram o fogo consumir a montanha. Cinicamente, prometeram ao Senhor que iriam obedecer. No entanto, poucos dias depois, eles estavam adorando a um bezerro de ouro.

O diabo é um mestre em induzir a amnésia da montanha. Se você der a ele cinco minutos de sua atenção, ele pode te fazer esquecer toda uma vida de milagres. Se você receber suas sugestões, se você abraçar seu desânimo e as dúvidas, todas essas memórias da montanha podem se dissipar quando você mais precisar delas.

13. Significado para os Últimos Dias


A experiência no Monte Glorioso é especialmente importante para o fim dos tempos, é por isso que após a sua ressurreição, Jesus voltou a ensinar sobre esta matéria. “E começando por Moisés e todos os [profetas aqui estão Moisés e Elias, de novo!], Expôs-lhes em todas as Escrituras as coisas referentes a si mesmo” (Lucas 24:27).

Apocalipse 12:17 diz, “E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo”. A mulher representa a igreja, e o dragão, o diabo que quer destruí-la. A igreja nos últimos dias tem duas características marcantes: “guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus”. Qual é o testemunho de Jesus? Apocalipse 19:10 explica: “O testemunho de Jesus é o espírito de profecia”. Assim, os membros da igreja dos últimos dias são identificados como um povo que guarda a lei (os mandamentos) e têm os profetas (o espírito de profecia).


Isaías 8:16 diz: “Resguarda o testemunho, sela a lei no coração dos meus discípulos”. Moisés, antes de morrer, exortou os filhos de Israel para guardarem a lei. Ele repete os Dez Mandamentos para eles em Deuteronômio 5 e diz: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração…Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos” (Deuteronômio 6:6-8). Portanto, a lei e as palavras dos profetas são selados pelo Espírito Santo na mente e no coração do povo de Deus. “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Efésios 4:30).

Devemos nos fartar com a lei e os profetas, com a Palavra de Deus, para um propósito especial nestes últimos dias. Marcos 9:3 diz: “suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar”. Marcos está realmente lutando aqui para descrever com palavras a aura de luz brilhante que os discípulos viram em torno desta assembléia celestial. As vestes de Cristo eram radiantemente brancas, como neve nova e brilhante como o sol. Naturalmente, o manto que Jesus usou é um símbolo da sua pureza. É o que ele está usando no céu. Maravilhosamente, eu e você seremos oferecidos a essa mesma roupa purificada pelo seu sangue, se permanecermos fieis à Sua Palavra. “Estes são os que … levaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:14). “Desde que tendes purificado as vossas almas na obediência à verdade através do Espírito de amor sincero” (1 Pedro 1:22).

14. O que não Acontecerá com Moisés e Elias


Já que estamos falando sobre o fim dos tempos, é importante olhar para uma questão crucial que está causando muita confusão. Em Apocalipse 11, lemos acerca de duas testemunhas. “Darei poder às minhas duas testemunhas, e elas profetizarão durante mil duzentos e sessenta dias” Por favor note que isto não quer dizer que estas duas testemunhas só profetizariam por 1.260 dias, pois testemunhas de Deus testemunham o tempo todo. Isto, naturalmente, refere-se à Idade das Trevas de 538 a 1798, quando a lei e os profetas, a Bíblia, foi obscurecida.

Há muitos bons cristãos que acreditam que nos últimos dias, Moisés e Elias, literalmente descerão até a terra novamente para pregar, apenas para serem mortos e jazerem nas ruas por três dias e meio. É uma meia verdade, porque as duas testemunhas, a Palavra, é simbolizada por Moisés e Elias. Mas esses dois homens de Deus estão no céu com seus corpos glorificados, e a Bíblia não nos diz que Deus quer que outros dois descam do céu para serem mortos. Moisés e Elias não vão vir de volta à Terra desta forma.

15. Um Tipo do Segundo Advento


Para fazer um círculo completo, vamos voltar um breve momento para onde começamos. Uma das lições mais importantes a partir do Monte da Transfiguração é que ele representa um retrato em miniatura da segunda vinda de Jesus.

Voltando a esta experiência, Pedro identifica o evento como uma amostra da vinda de Jesus. “Porque não seguimos fábulas engenhosas quando vos fizemos conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, pois nós fôramos testemunhas oculares da sua majestade. Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando pela Glória Magnífica lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (2 Pedro 1:16-17).

Lembre-se que Jesus disse que alguns de seus discípulos não experimentariam a morte antes de ver o reino de Deus vir com poder. Claro, sabemos que esses discípulos morreram há muito tempo, mas foi-lhes dado um vislumbre antecipado de como seria quando Cristo retornasse.

Uma série de insights interessantes podem ser adquiridos a partir dessa história. Considerem os paralelos:

Haverá duas categorias de santos quando Jesus voltar: Os ressuscitados e os vivos. Moisés, que morreu e ressuscitou (Judas 1:9), é um símbolo da grande classe de pessoas que acordam de seus túmulos empoeirados, quando o Senhor os chama – “Os mortos em Cristo ressuscitarão”. Elias representa a outra classe de pessoas que estarão vivas quando Jesus voltar. Assim como Elias, que foi arrebatado ao céu por uma carruagem de fogo, e Enoque que andou com Deus foi levado vivo ao céu, eles serão transladados com os novos corpos gloriosos sem nunca terem experimentado a morte.

Durante a transfiguração, Jesus, Moisés e Elias vestiam roupas brancas, o mesmo tipo que os remidos vestirão. Nuvens de glória também os acompanhará, Jesus partiu nas nuvens e disse que iria voltar nas nuvens. E ainda a voz do Pai no céu foi ouvida no Monte Glorioso, assim como será ouvida quando Cristo voltar à direita do Pai (Mateus 26:64).

16. Seis Dias Depois


Poderia ter alguma importância o fato de que tudo isso aconteceu seis dias depois que Jesus fez a promessa? Depois que Cristo disse aos discípulos que eles iriam ver a vinda de Seu reino, Ele demorou seis dias, antes de os levar até a montanha. Eu acredito que isto produz algumas verdades fascinantes.

No entanto, antes de avançarmos, tanto Mateus como Marcos recordam este período de seis dias. Mas Lucas menciona que o atraso foi de oito dias. Muitos antagonistas apontam para isso e dizem, “contradição!” Mas não é bem isso. Mateus e Marcos, ambos judeus, registraram o tempo de maneira diferente de Lucas, que era grego. Lucas inclui o dia que Jesus falou do evento a acontecer e o tempo que levaram para retornarem para casa, e ele também dá uma estimativa apoximada, “cerca de oito dias.” Não, não há fogo ou fumaça aqui, estas três contas combinam muito bem.

Mas, depois de seis dias, Jesus leva os seus discípulos para cima. Em 2 Pedro 3:8, é dito: “Não se esqueçam disto, amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia”. Após a queda de Adão, Deus promete que Cristo viria para derrotar o diabo e quando Cristo veio, Ele disse que voltaria. Se conseguirmos aproximar a data da criação para cerca de 4004 aC, sabemos que por 2000 anos, Deus pregou sua mensagem através dos patriarcas, homens como Adão, Matusalém, Enoque, e Noé. Em 2004 aC, Abraão nasceu. Durante os próximos 2000 anos, Deus estendeu a mão com o Seu evangelho por meio dos judeus, os hebreus. E eles esperaram fielmente o Messias vir através de seus descendentes. Então, aproximadamente em 4 aC, Jesus Cristo nasceu, e durante os últimos 2000 anos, Deus tem compartilhado sua boa notícia através do Israel espiritual, a igreja. Se você adicionar estes (três) 2.000 s juntos, você obtém 6.000. Se aplicarmos o tema ao que Pedro escreveu, bem, isso deveria lhe causar arrepios! Salmo 90:4 reafirma, “mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi”.

Eu também gostaria de acrescentar que o Senhor disse que os justos viveriam e reinariam com o Senhor por mil anos – um sábado de descanso. Após este tempo no céu, Deus cria um novo céu e uma nova terra, em que a Nova Jerusalém descerá. Eu certamente posso estar errado, e a configuração de datas é proibida na Bíblia, mas creio que o plano de salvação está contido em sete mil anos. Eu acredito que vai acontecer desta forma.


Se nós estamos na prorrogação agora, nós não devemos ser surpreendidos. Nós deveríamos ser gratos, porque a Bíblia diz que o Senhor é longânimo, não querendo que nenhuma pessoa pereça. Deus fará todo o possível, mas com tudo o que está acontecendo na atualidade, devemos estar tremendo o que estamos a viver durante o pôr do sol do sexto dia. O sábado milenar em breve começará!

17. Seis: Um Tema Bíblico


A história da transfiguração não é a única história na Bíblia em que um período de seis dias é invocado. Por exemplo, em Jó 5:19, “Em seis angústias te livrará; e na sétima o mal não te tocará”. Além disso, Atalia reinou por seis anos antes de Josias ser coroado. Quando Josias saiu do templo, Atalia foi morta e ele foi coroado. As trombetas soaram, e depois o sábado começou.

Servos hebreus foram libertados depois de seis anos de servidão. Eles também semeavam nos campos por seis anos e deixavam a terra desolada no sétimo. Da mesma forma, a Terra será desolada durante mil anos, numa altura em que o evangelho não será semeado. Jesus diz: “Eu sou o Semeador. O Evangelho é a semente“. Quando Ele vier no Apocalipse, é com uma foice para colher.

Mas o mais interessante é quando Moisés esteve na base do Monte Sinai. Nós todos sabemos que ele ficou na montanha durante 40 dias e 40 noites, como o dilúvio. Mas o tempo antes disso, Êxodo 24 diz: “Durante seis dias, ele permaneceu na base da montanha”. Depois disso, Deus chamou-o até o topo para receber os mandamentos. Isto é como o que aconteceu no Monte Glorioso. Seis dias depois, Jesus subiu ao monte, e Moisés encontrou-o lá.

A Bíblia se encaixa perfeitamente! É como um quebra-cabeças. É significativo o que foi dito, “depois de seis dias.” Isso me diz que, se este é um retrato em miniatura da segunda vinda, estamos muito perto da volta do Senhor.

18. A Igreja Sedada


É prudente ter em mente que o Monte Glorioso aconteceu muito inesperadamente. A atmosfera em torno da montanha estava quieta e escura, os discípulos sonolentos estavam cochilando. Então BANG! Aconteceu. Cristo também virá como um ladrão na noite, quando muitos de seus seguidores não estarão preparados.

Há um aviso sóbrio para nós nesta experiência. Nos momentos mais cruciais da história da igreja, Satanás parece sedar os santos. Pouco antes desta revelação da glória, as Escrituras declaram que os discípulos “estavam carregados de sono” (Lucas 9:32). Quando Jesus entrou no Jardim do Getsêmani, a Bíblia nos diz que Ele escolheu os mesmos três discípulos para orarem com ele. E mais uma vez voltaram a dormir. Da mesma forma, na parábola das 10 virgens, Jesus nos alerta que pouco antes da sua segunda vinda “cochilaram todas e adormeceram” (Mateus 25:5). Parece que nos momentos mais críticos do ministério de Jesus, os santos estão roncando. É por isso que Jesus adverte: “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, Para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo” (Marcos 13:35-36).


Quando deveriam estar ajoelhados com Ele no jardim, lembrando a glória que testemunharam, eles adormeceram. E porque Pedro, Tiago e João estavam dormindo no Monte da Transfiguração, eles perderam todo o potencial da sua experiência. Esqueceram-se do Monte Glorioso, pois não estavam prontos para seguir a Cristo no Monte Calvário. Eu me pergunto se isso assombrou-os pelo resto de suas vidas: a oportunidade perdida por terem dormido quando deveriam ter orado.

19. Uma Firme Palavra


Então, como ficar acordados? Para a poderosa arma da oração, podemos acrescentar o testemunho de Moisés e Elias, a lei e os profetas. A Palavra de Deus pode prepará-los para qualquer coisa. Em 2 Pedro 1:17, Pedro remete para o Monte Glorioso. É o único momento em que qualquer um dos três discípulos escreve sobre ele. Mas antes de Pedro morrer, ele escreve com paixão, “Porquanto ele [Jesus] recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido. E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo” (2 Pedro 1:17-18).


No entanto, mesmo depois de Pedro refletir sobre esse momento decisivo em sua vida, ele acrescenta, “Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas, e vocês farão bem se a ela prestarem atenção, como a uma candeia que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça no coração de vocês.” (v. 19). Você pode imaginar ver Cristo em toda a Sua glória entre os dois maiores personagens do Antigo Testamento, com a voz de Deus Pai para sempre gravada em sua memória? No entanto, Pedro confessa que, embora, a experiência tenha sido ótima, ele tinha algo mais importante, mais confiável. A Palavra de Deus que é uma luz que “cresce mais e mais brilhante até o dia amanhecer”.

Pedro viu o Cristo glorificado, ele recebeu um vislumbre do céu. Mas você e eu temos algo de maior valor. Temos a Bíblia. Cristo nos diz através de Pedro que a Bíblia é mais confiável do que uma visão. Se você quiser uma experiência de montanha, você tem que se achegar para sua Bíblia. Nada é mais importante do que o testemunho de Moisés e Elias, a espada de dois gumes, a Lei e os Profetas, os mandamentos de Deus, o testemunho de Jesus. Esta é a coisa mais preciosa que Deus conferiu aos mortais. Jesus, o Verbo que se fez carne.

20. Brilhando para Deus


Quando criança, sempre fui fascinado por esses brinquedos de plástico verde pálido que você podia guardar e eles continuavam brilhando mesmo que a luz fosse apagada. Lembro-me que um desses brinquedos era uma espada de plástico que brilhava no escuro. Depois de expô-la à luz, eu poderia encontrar meu caminho através da casa escura apenas pelo brilho da minha espada.

O Senhor nos deu uma mensagem de aviso especial no Monte da Transfiguração. Haverá alguns dias muito preocupantes pela frente, e agora temos de gastar tempo na montanha captando a luz da Palavra de Deus para podermos enxergar através dos vales escuros. A mensagem da montanha nos diz que Jesus é o Único, e que também nós podemos usar as mesmas vestes que Ele, Elias e Moisés usavam naquele dia. Ele está nos dizendo para ouvir o testemunho de Jesus, e a leis e os profetas, que apontam para o cumprimento por meio de Cristo. Este é um quadro da iminente segunda vinda, e um aviso para não nos tornarmos espiritualmente sonolentos. A experiência da montanha nos ajuda a lembrar que mesmo quando desaparece a glória, Jesus está sempre conosco e que Jesus é o único caminho para o céu.

Sete indivíduos apareceram sobre a montanha naquele dia: Três do céu – Moisés, Elias e Deus Pai, três da terra – Pedro, Tiago e João. E então havia Jesus, a ponte, a escada, entre o céu e a terra.

Artigo escrito pelo pastor adventista Doug Batchelor do Ministério Amazing Facts. Traduzido do Original “The Two Witnesses”, pelo blog www.setimodia.wordpress.com

2 comentários:

Unknown disse...

JESUS CRISTO, AMÉM
SANTO SÁBADO, AMÉM
ISRAEL, AMÉM
JESUS, AMÉM

Unknown disse...

JESUS CRISTO, SANTO SÁBADO, AMÉM

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