Se Deus foi o culpado pelo “endurecimento do coração de faraó”, Ele se tornou o responsável pelo pecado e, portanto, o diabo pode se desculpar para não enfrentar o juízo.
Êxodo 7:3 pode ser entendido com duas informações:
1) Uma bíblica
2) Outra cultural.
A informação bíblica vem de Êxodo 7:13, 8:19, 9:7, 34, 13:15. Esses textos afirmam que faraó se endureceu.
A informação cultural que nos ajuda na interpretação é de que os hebreus, por não fazerem uma separação entre o que Deus fazia (o bem) e não fazia (o mal), apresentavam a Deus como o responsável por tudo o que acontecia no mundo. Era comum eles apresentarem a Deus “fazendo coisas que, na verdade, Ele não impede de acontecerem”.
Unindo as duas informações, podemos concluir que em Êxodo 7:3, quando a Bíblia afirma que “Deus endureceu o coração de faraó”, Moisés usa um idiomatismo hebraico. É simplesmente uma maneira hebraica de dizer que Deus permitiu que faraó se endurecesse.
O endurecimento de Deus nunca é direto, mas, indireto. E isso, não por culpa dEle. Quando o Espírito atua no coração, a pessoa pode aceitar ou ficar mais endurecida ainda. Nesse sentido, indiretamente Deus pode endurecer o coração de alguém. Porém, a culpa não é de Deus, mas, do pecador que se rebela contra a Palavra dEle e se torna ainda mais endurecido.
O desejo de Deus é sempre que o pecador – por mais perverso que seja – se arrependa e tenha a vida eterna:
“Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? — diz o SENHOR Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva? Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei.” (Ez 18:23, 32).
[Veja a incoerência do calvinismo: Deus "endurece" alguém e, ao mesmo tempo, pede para a pessoa se converter! Como alguém pode acreditar numa coisa dessas?]
Deus atua no coração, mas, sem forçar (Ap 3:20). Por isso, a Bíblia diz que a salvação é dada “a quem quiser” (Ap 22:17). Isso é possível por que, de acordo com Gênesis 3:15, Deus colocou uma inimizade entre o ser humano e satanás, de modo que, apesar de estarmos totalmente depravados (Rm 3), pela graça de Deus podemos exercer as nossas escolhas (Js 24:15).
Os que creem na predestinação determinista usam Êxodo 7:3 (entre outros textos) e reinterpretam estes versículos supracitados (que são claros) para ensinar que Deus, através de Sua predestinação, exclui alguns da vida eterna.
Através de um breve estudo do texto, contextualizando-o (1) com todas as declarações bíblicas sobre a atitude rebelde de faraó e (2) com os demais textos bíblicos que mostram ser desejo de Deus que cada pecador se converta, não restam dúvidas de que o determinismo é insustentável.
Os filhos de Deus não podem aceitar uma doutrina (predestinação determinista) que denigre o caráter de Deus e é totalmente contrária a todo o plano de salvação que oferece a cada pecador a oportunidade de ser salvo, caso aceite a Jesus Cristo como Salvador e Senhor (Jo 3:16; 3:36; Rm 10:9).
Graças a Deus há muitos calvinistas sinceros que têm abandonado tal heresia e encontrado o verdadeiro significado do evangelho!
Fonte: Na Mira da Verdade
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