Vamos estudar o Salmo 39. É
um salmo de Davi que estava enfrentando alguns problemas particulares. Trata-se
de um dos mais belos poemas escritos por Davi, embora expresse muita tristeza,
depressão e descontentamento. Mas ainda reflete a esperança nAquele que atende
as nossas mais ardentes súplicas, à semelhança do livro de Jó.
O contexto do Salmo 39 indica que Davi estava
deprimido,
porque ele sentia as consequências dos seus pecados e iniquidades. Os ímpios
começaram a criticá-lo por seus erros e a falar contra seu o Deus. Isso
geralmente acontece. Quando nós, como filhos de Deus, erramos, os ímpios se
aproveitam de nossas falhas e ridicularizam o Deus em quem cremos.
Davi, não querendo desabafar com outras pessoas, falou no
íntimo de sua alma: “Disse comigo mesmo: guardarei os meus caminhos, para não
pecar com a língua; porei mordaça à minha boca, enquanto estiver na minha
presença o ímpio” (v.1).
Ele
parece muito virtuoso, porque decidiu não pecar com a língua. Disse o apóstolo
Tiago que aquele que não peca com a língua é homem perfeito (ver Tg 3:2). Mas
Davi tinha um cuidado especial diante dos ímpios. Quando estamos com nossos
amigos, não precisamos nos preocupar com o que falamos ao abrir nosso coração.
Mas quando estamos com os ímpios, devemos nos lembrar que eles vigiam nossas
palavras e as modificam, se puderem, para nos atingir.
Mas, qual foi a experiência do salmista? “Emudeci em silêncio,
calei acerca do bem, e a minha dor se agravou” (v.2).
Ele
guardou silêncio, emudeceu. Muitas vezes, é sábio ficar calado. Hoje as pessoas
querem muito mais falar do que ficar em silêncio. E há pessoas que falam demais.
Diante dos ímpios, deveríamos imitar o que fizeram Davi e Jesus Cristo: ficaram
calados. E acerca de Jesus, lemos que os governantes ficaram muitíssimo
admirados ao vê-Lo silencioso, ao ser julgado por Caifás, Herodes e Pilatos.
Como, Aquele que fazia poderosos milagres, que andou pelas espumejantes águas,
que repreendeu os demônios e fez emudecer os próprios líderes judeus com Suas
sábias respostas, poderia agora ficar calado e não se defender?
Mas qual foi o problema do salmista Davi?
Ele se calou “acerca do bem”. A palavra “bem” no original hebraico [towb]
também significa “correto, agradável, bom, excelente”. O problema do salmista
foi que ele deixou de falar aquilo que era bom, agradável, perfeito diante dos
ímpios a quem ele deveria ter testificado. Disse Paulo que a vontade de Deus é
“boa, agradável e perfeita” (Rm 12:2). Quando os ímpios estavam acusando a Deus,
Davi deixou de lhes falar sobre a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Ele
deixou de falar sobre a verdade de Deus, e não falou sobre a vocação, o chamado
de Deus para salvar até mesmo os ímpios.
E qual foi o resultado? Davi deixou de pregar aos ímpios e
como resultado, ficou deprimido por ter-se calado, quando deveria ter falado.
“...a minha dor se agravou. Inflamou-se-me no peito o coração; enquanto eu
meditava, ateou-se o fogo (v. 2,3)
Enquanto ele meditava a respeito de sua vida, do que fizera
diante das acusações contra Deus, e de sua omissão, por ter ficado em silêncio,
e não falar a verdade acerca de Deus para os outros, suas emoções se inflamaram,
e ele sentiu o fogo a lhe arder no peito. O remorso, a consciência culpada e a
omissão ardem como uma dor em nosso coração quando não fazemos o trabalho de
revelar a verdade, a vontade e a vocação de Deus.
Esta advertência foi registrada pelo profeta Ezequiel, em que
Deus mesmo falou: “Se eu disser ao perverso: Ó perverso, certamente, morrerás; e
tu não falares, para avisar o perverso do seu caminho, morrerá esse perverso na
sua iniquidade, mas o seu sangue eu o demandarei de ti. Mas, se falares ao
perverso, para o avisar do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se
converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniquidade, mas tu livraste a tua
alma” (v. 8,9).
Como tem sido nossa atitude de falar claramente, diante dos
outros que perecem no pecado, a respeito da santa vontade de Deus para sua vida?
Davi deixou de falar, e só em lembrar disso se encheu de remorso e caiu em
depressão. Mas, deprimido, desanimado, sem forças, ele se ergue para Deus como a
sua esperança. Ele falou, no verso 7: “E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha
esperança.” Estas são as únicas palavras luzentes de fé e a confiança neste
salmo.
De fato, as orações revelam qual é a nossa esperança. Quando
você ora ao Senhor demonstra qual é sua esperança, quais são as coisas que você
espera de Deus. Assim aconteceu com o salmista. Davi sublinha neste salmo, ao
orar ao Senhor, que tem cinco razões para esperar em Deus, e cinco pedidos que
ele faz, evidenciando a sua esperança.
I – ESPERANÇA DE
LONGEVIDADE (V. 4-6)
“Dá-me a conhecer, SENHOR, o meu fim e
qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade. Deste aos
meus dias o comprimento de alguns palmos; à tua presença, o prazo da minha vida
é nada” (4,5).
Davi estava ansioso e deprimido por causa de sua vida tão
curta, tão efêmera, tão passageira, tão fugidia. A duração de sua vida era tão
breve, a extensão de sua vida lhe parecia nada, como se fossem apenas alguns
palmos. Ele estava ansioso por sua vida. E ficou deprimido por isso.
Algumas pessoas ficam com medo da morte, e caem na depressão.
Então, acalentam muitos pensamentos negativos que podem diminuir o tempo de sua
vida. Como pensa em sua alma, assim se cumpre, disse Salomão.
Então, Davi faz uma oração que Deus não
responde: “Dá-me a conhecer, SENHOR, o meu fim.” Davi repetiu o mesmo pedido,
mais tarde, o que é sinal de que não obteve resposta: “Quantos vêm a ser os dias
do Teu servo?” (Sl 119:84). Deus não respondeu a Davi qual seria o seu fim, e
quantos seriam os anos de sua vida. Deus não respondeu qual seria o fim de Jó,
quando ele disse: “Por que prolongar a vida, se o meu fim é certo?” (Jó 6:11).
Deus não revelou a Ló o fim de sua esposa, que seria transformada numa estátua
de sal. Deus não mostrou qual seria o fim de Abraão, Isaque e Jacó, e tampouco o
de seus descendentes, porque Deus nos oculta o dia de nossa morte.
Mas o que aconteceria a um homem se Deus revelasse o seu fim,
a soma dos seus anos? Se Ele lhe dissesse que você tem apenas mais dois meses de
vida? Como seria se Deus revelasse o nosso fim? Alguns entrariam em depressão e
desânimo. Outros afrouxariam as mãos operosas. Muitos amaldiçoariam a Deus,
acusando-O de ser injusto. Outros haveriam de se desesperar, pondo logo um fim à
vida pelo suicídio. Jesus sabia o Seu fim desde o início de Sua vida. Ele veio
para morrer e salvar o homem. Sabia qual era o dia de Sua morte, e ansiava por
ela.
A palavra “Senhor” no original hebraico, no verso 4 é Jeová [Iahweh],
que significa eterno. Davi sabia que podia ter a esperança da vida eterna, mas
estava ansioso por esta vida. Através de sua oração, pedindo a soma dos seus
anos, estava escondida a esperança de viver para sempre. Ele queria viver mais;
se não nesta vida, na vida por vir. Portanto, ele pede que Deus revele o número
de anos que ainda terá, a fim de poder sentir a sua fragilidade e
transitoriedade. Então ele poderia louvar ao Deus eterno que lhe poderia
conceder mais vida. E no fim de sua vida, ele disse a Salomão: “Eu vou pelo
caminho de todos os mortais!” (1Rs 2:1).
Davi continua a sua análise do homem, baseado em sua própria
experiência: “Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é pura vaidade”
(v. 5, up). O salmista define o que é o homem diante de um Deus eterno: “Todo
homem,” não era somente ele, como diziam os seus inimigos, mas todos estão
incluídos nesta realidade. “Por mais firme que esteja, é pura vaidade.” Salomão
começou o livro de Eclesiastes (1:2) dizendo que “tudo é vaidade”. Vaidade
significa aquilo que é vão, uma nulidade. Por mais forte que seja um homem, tudo
nele é pura vaidade. Portanto, não há razão para o orgulho, a arrogância e a
prepotência.
Certa vez, Billy Graham se dirigiu a um jovem atleta e lhe
perguntou: “Como vai?” Ele respondeu: “Ah, pregador, eu vou muito bem!” e lhe
mostrou os músculos. O evangelista elogiou aquele jovem e lhe disse: “Aceita a
Jesus, porque os seus músculos não são a maior garantia!” Sabe o que aconteceu?
Duas semanas depois descobriram que aquele jovem estava morrendo de câncer.
Ademais, o salmista lamenta: “Com efeito, passa o homem como
uma sombra; em vão se inquieta; amontoa tesouros e não sabe quem os levará” (v.
6)
Dizia o pensador Fábio Cunha Silva que
“tudo passa”. “Tudo passa. A dor passa, a tristeza passa, a alegria passa, o
ódio passa, a traição passa, a felicidade passa, o prazer passa, o desejo passa,
a vontade passa, a vitória passa, a derrota passa.” E eu acrescentaria: Passam
os reinos, passam os impérios, passam os países, passam as cidades, passam as
vilas. E disse Davi que passam os homens. Passam os pequenos, passam os grandes,
passam os famosos, passam os fortes, passam todos como a sombra que logo se
desvanece.
Disse mais o salmista: “...em vão se
inquieta [o homem]!” Estamos nós nos inquietando? A doença mais comum de nossos
dias também é a ansiedade, a inquietação, a agitação, o nervosismo, o estresse,
e finalmente o pânico. Mas tudo isso é
vão;
apenas vaidade, que logo se desvanece. Mas, por que se inquieta tanto o homem?
“Amontoa tesouros, e não sabe quem os levará.” Muitos estão se preocupando de
modo enlouquecido com as posses materiais, ansiosos em amontoar, em acumular e
se encher de riquezas. Trabalham demais, a fim de cumprir esse propósito. Mas é
tudo vão, porque ele vai passar e deixar essa riqueza para outros. Como disse
Cristo na parábola do rico insensato: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma,
e o que tens preparado, para quem será?” (Lc 12:20).
Vendo esta realidade, Davi não colocava a sua esperança nas
riquezas, mas em Deus. “E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança!” (v.
7) Ele tinha esperança de longevidade em Deus, embora soubesse que para esta
vida lhe faltavam poucos anos, e que tudo estava passando como ele mesmo,
inclusive as suas imensas riquezas.
II – ESPERANÇA DE
LIBERTAÇÃO [V. 8-9]
“Livra-me de todas as minhas iniquidades; não me faças o
opróbrio do insensato. Emudeço, não abro os lábios porque tu fizeste isso.”
Davi sabia que Deus é um Deus perdoador, ele tinha experiência
disso através de toda a sua vida. Mas agora não pede apenas perdão; ele pede
libertação. Perdão é um ato judicial; libertação é um ato experimental. Ele
queria mesmo ser liberto de todas as iniquidades, pecados e transgressões,
porque estas coisas estavam atrapalhando a sua vida no seu reino. Ele ainda era
o opróbrio dos insensatos. Ainda sofria com a zombaria dos ímpios. E ele queria
ser liberto de tudo isso.
Então, diz: “Emudeço, não abro os lábios, porque Tu fizeste
isso!” Agora, à semelhança de Jó, Davi acusa a Deus dizendo que Ele fez isso: a
zombaria e o sofrimento, disse ele que foram causados por Deus. Afinal, Deus
poderia ter evitado tudo isso. Claro, poderia ter evitado, mas a culpa não era
de Deus, mas dos pecados e iniquidades de Davi, das quais ele pedia libertação.
Davi se encontrava confuso, como acontece com pessoas ansiosas e deprimidas.
Mas, apesar de tudo, ele tinha a esperança de libertação. Se não fosse assim,
ele não teria pedido isso.
III – ESPERANÇA DE
PROPICIAÇÃO [V. 10-11]
“Tira de sobre mim o teu flagelo; pelo golpe de tua mão, estou
consumido.”
Davi sentia a praga de Deus e o Seu flagelo, o golpe de Sua
mão caindo por sobre ele, sentindo-se consumido. Então, ele pede por
propiciação. Propiciação é a retirada da pena do castigo de alguém para outra
pessoa. No final de tudo, isso foi cair sobre Jesus Cristo. Disse o apóstolo
João: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se,
todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e Ele
é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas
ainda pelos do mundo inteiro.” (1Jo 2:1-2).
Mas Davi continua se dirigindo a Deus: “Quando castigas o
homem com repreensões, por causa da iniquidade, destróis nele, como traça, o que
tem de precioso. Com efeito, todo homem é pura vaidade” (v. 11).
A pergunta que não quer calar é esta: Será que Deus castiga ao
homem? Fiz esta pergunta para uma igreja, ao expor este salmo, e ninguém
levantou a mão, exceto a minha esposa e uma visitante. Muitos pregadores em
nosso tempo dizem que Deus não castiga. Mas estão contradizendo a própria Bíblia
que trata de modo muito claro deste assunto. Você vai achar em muitos lugares
onde as Escrituras dizem que Deus castiga (Ez 5:15; e outros textos). Deus
castigou nossos primeiros pais, expulsando-os do Éden. Deus castigou Sodoma e
Gomorra, que foram destruídas com fogo e enxofre. Deus castigou até o Seu povo
de Israel que foi levado ao cativeiro egípcio, assírio e babilônico. E
finalmente, os judeus foram destruídos pelos romanos, que incendiaram o seu
templo e as suas cidades.
Mas de que modo Davi fala do castigo? Com
que Deus castiga? Ele castiga de muitas maneiras. Ele castiga com a espada, com
a fome e com a peste (ver Ez 5:17). Ele castiga com furacões, com inundações,
com terremotos, com tsunamis. Mas Davi fala que Deus castiga “com repreensões”.
Basta uma repreensão divina para que fiquemos deprimidos. Muitas vezes o Sermão
do Monte nos repreende; outra vezes por meio de uma passagem da Bíblia no livro
dos Salmos, ou em Jeremias. Outras vezes um simples convite, um folheto nos
repreende, ou um texto da Internet. Às vezes uma pessoa diz alguma coisa sobre a
vida espiritual e isso nos repreende. Deus usa muitos meios e diversas maneiras
para repreender Seus filhos.
Por causa do que somos repreendidos? “Por causa da
iniquidade.” Por causa do pecado, das nossas transgressões, e da injustiça. De
fato, Paulo disse que “a ira de Deus se revela do Céu contra toda a impiedade e
injustiça” (Rm 1:18). Na Cruz do Calvário Cristo pagou o preço de nossa redenção
e derramou Seu sangue por nossos pecados de modo pleno. Entretanto, o castigo
que Deus nos dá tem por objetivo não de punir, não que devêssemos realizar um
pagamento, mas com o fim de corrigir. Portanto, Ele nos castiga com repreensões.
O que acontece quando somos castigados?
Davi falou que Deus destrói no homem como traça aquilo que ele tem de precioso.
Não falou o que ele tem de mais precioso, porque o que o homem tem de mais
preciso, o que é? A vida. Mas quando Deus repreende, Ele ainda não destrói a sua
vida; antes disso, o Seu propósito é recuperar e salvar. Quando alguém é
repreendido, ele perde uma coisa preciosa: a autoestima. Daí, podemos ficar
deprimidos. Mas então, Deus envia o Espírito Santo para nos consolar, e nos
animar e fortalecer-nos com o Seu perdão.
IV – ESPERANÇA DE
RESPOSTAS [v. 12]
“Ouve, Senhor, a minha oração, escuta-me quando grito por
socorro; não te emudeças à vista de minhas lágrimas, porque sou forasteiro à tua
presença, peregrino como todos os meus pais o foram” (v. 12).
Davi tem a esperança de que as suas orações sejam respondidas.
Ele clama e espera que Deus o ouça: “Ouve, Senhor, a minha oração!” Deus sempre
ouve as nossas orações. Satanás quer nos dizer que não adianta orarmos porque
Deus não ouve orações. Isso é mais uma de suas mentiras, porque Deus sempre ouve
a todas orações.
Mas Davi pede que Deus ouça e escute a sua prece. Há uma
diferença entre ouvir e escutar. No paralelismo da poesia hebraica, aqui estão
colocadas em forma de ampliação: Uma expressão amplia o significado da anterior.
Ouvir significa perceber os sons; escutar significa prestar atenção.
Mas há ainda uma terceira palavra: atender. Deus nem sempre
atende nossas preces, mas ouve e escuta a todas elas: Seus ouvidos não estão
surdos para não ouvir. Ele não atende sempre, porque Ele sabe o que é melhor
para nós, e muitas vezes nós estamos impedindo que Ele atenda as nossas preces.
Mas o salmista está esperançoso de que Deus lhe dará as repostas que procura. No
salmo anterior, ele disse: “Pois em Ti, Senhor espero; Tu me atenderás, Senhor,
Deus meu!” (Sl 38:15).
O salmista continua: “Não Te emudeças à vista de minhas
lágrimas!” Davi começou o salmo dizendo que ele ficou emudecido e não falou a
verdade de Deus para os ímpios (v. 2). Depois ele disse que diante de Deus ele
emudecia (v. 9). Mas agora, ele espera que Deus não faça o mesmo, emudecendo
diante de suas súplicas, ficando calado diante de sua oração. Ele tem esperança
de obter as respostas à sua oração insistente e perseverante.
Davi tem uma razão e um argumento forte para que Deus o
atenda: “...porque sou forasteiro à tua presença, peregrino como todos os meus
pais o foram.” Assim como Deus ensinou no passado que o Seu povo deveria tratar
bem aos estrangeiros, assim ele espera ser tratado por um Deus de amor.
V – ESPERANÇA DE
MISERICÓRDIA
“Desvia de mim o olhar, para que eu tome alento, antes que eu
passe e deixe de existir.”
Davi ainda estava deprimido, e termina esse salmo na esperança
da misericórdia. O olhar de Deus repousa sobre todos para abençoar, ajudar e
salvar. Mas esse olhar de que Davi está falando é o olhar de alguém que está
irado e cheio de cólera por causa que o pecado e a iniquidade despertam a ira
divina (Rm 1:18). Se o olhar de Deus não se desviasse, Davi poderia ser
destruído, e deixaria de existir.
Mas a esperança de Davi é que Deus desvie esse olhar
penetrante e que na Sua ira Se lembre da misericórdia, a fim de que ele possa
tomar alento, possa se animar, e se regozijar, e louvar ao Senhor para sempre.
Assim também a nós, depois de nossos erros e pecados, não nos resta nada senão
reconhecer nossa fragilidade e pecaminosidade e suplicar de Deus a Sua
misericórdia, porque “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos
consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3:22).
CONCLUSÃO
Podemos aprender algumas lições desse salmo.
1.
Podemos evitar a depressão,
se buscarmos a Deus para resolver os nossos problemas.
2.
Não nos preocupemos com o
que os outros estão dizendo sobre nós.
3.
Vamos falar aos que perecem
sobre a verdade, a vontade e a vocação de Deus.
4.
Vamos
esperar sempre em Deus, de modo que a nossa esperança seja inabalável.
Pr. Roberto Biagini
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