quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Salmo 39 – Depressão e Esperança


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Vamos estudar o Salmo 39. É um salmo de Davi que estava enfrentando alguns problemas particulares. Trata-se de um dos mais belos poemas escritos por Davi, embora expresse muita tristeza, depressão e descontentamento. Mas ainda reflete a esperança nAquele que atende as nossas mais ardentes súplicas, à semelhança do livro de Jó.
O contexto do Salmo 39 indica que Davi estava
deprimido, porque ele sentia as consequências dos seus pecados e iniquidades. Os ímpios começaram a criticá-lo por seus erros e a falar contra seu o Deus. Isso geralmente acontece. Quando nós, como filhos de Deus, erramos, os ímpios se aproveitam de nossas falhas e ridicularizam o Deus em quem cremos.
Davi, não querendo desabafar com outras pessoas, falou no íntimo de sua alma: “Disse comigo mesmo: guardarei os meus caminhos, para não pecar com a língua; porei mordaça à minha boca, enquanto estiver na minha presença o ímpio” (v.1).
Ele parece muito virtuoso, porque decidiu não pecar com a língua. Disse o apóstolo Tiago que aquele que não peca com a língua é homem perfeito (ver Tg 3:2). Mas Davi tinha um cuidado especial diante dos ímpios. Quando estamos com nossos amigos, não precisamos nos preocupar com o que falamos ao abrir nosso coração. Mas quando estamos com os ímpios, devemos nos lembrar que eles vigiam nossas palavras e as modificam, se puderem, para nos atingir.
Mas, qual foi a experiência do salmista? “Emudeci em silêncio, calei acerca do bem, e a minha dor se agravou” (v.2).
 Ele guardou silêncio, emudeceu. Muitas vezes, é sábio ficar calado. Hoje as pessoas querem muito mais falar do que ficar em silêncio. E há pessoas que falam demais. Diante dos ímpios, deveríamos imitar o que fizeram Davi e Jesus Cristo: ficaram calados. E acerca de Jesus, lemos que os governantes ficaram muitíssimo admirados ao vê-Lo silencioso, ao ser julgado por Caifás, Herodes e Pilatos. Como, Aquele que fazia poderosos milagres, que andou pelas espumejantes águas, que repreendeu os demônios e fez emudecer os próprios líderes judeus com Suas sábias respostas, poderia agora ficar calado e não se defender?
Mas qual foi o problema do salmista Davi? Ele se calou “acerca do bem”. A palavra “bem” no original hebraico [towb] também significa “correto, agradável, bom, excelente”. O problema do salmista foi que ele deixou de falar aquilo que era bom, agradável, perfeito diante dos ímpios a quem ele deveria ter testificado. Disse Paulo que a vontade de Deus é “boa, agradável e perfeita” (Rm 12:2). Quando os ímpios estavam acusando a Deus, Davi deixou de lhes falar sobre a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Ele deixou de falar sobre a verdade de Deus, e não falou sobre a vocação, o chamado de Deus para salvar até mesmo os ímpios.
E qual foi o resultado? Davi deixou de pregar aos ímpios e como resultado, ficou deprimido por ter-se calado, quando deveria ter falado. “...a minha dor se agravou. Inflamou-se-me no peito o coração; enquanto eu meditava, ateou-se o fogo (v. 2,3)
Enquanto ele meditava a respeito de sua vida, do que fizera diante das acusações contra Deus, e de sua omissão, por ter ficado em silêncio, e não falar a verdade acerca de Deus para os outros, suas emoções se inflamaram, e ele sentiu o fogo a lhe arder no peito. O remorso, a consciência culpada e a omissão ardem como uma dor em nosso coração quando não fazemos o trabalho de revelar a verdade, a vontade e a vocação de Deus.
Esta advertência foi registrada pelo profeta Ezequiel, em que Deus mesmo falou: “Se eu disser ao perverso: Ó perverso, certamente, morrerás; e tu não falares, para avisar o perverso do seu caminho, morrerá esse perverso na sua iniquidade, mas o seu sangue eu o demandarei de ti. Mas, se falares ao perverso, para o avisar do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniquidade, mas tu livraste a tua alma” (v. 8,9).
Como tem sido nossa atitude de falar claramente, diante dos outros que perecem no pecado, a respeito da santa vontade de Deus para sua vida? Davi deixou de falar, e só em lembrar disso se encheu de remorso e caiu em depressão. Mas, deprimido, desanimado, sem forças, ele se ergue para Deus como a sua esperança. Ele falou, no verso 7: “E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança.” Estas são as únicas palavras luzentes de fé e a confiança neste salmo.
De fato, as orações revelam qual é a nossa esperança. Quando você ora ao Senhor demonstra qual é sua esperança, quais são as coisas que você espera de Deus. Assim aconteceu com o salmista. Davi sublinha neste salmo, ao orar ao Senhor, que tem cinco razões para esperar em Deus, e cinco pedidos que ele faz, evidenciando a sua esperança.
I – ESPERANÇA DE LONGEVIDADE (V. 4-6)
“Dá-me a conhecer, SENHOR, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade. Deste aos meus dias o comprimento de alguns palmos; à tua presença, o prazo da minha vida é nada” (4,5).
Davi estava ansioso e deprimido por causa de sua vida tão curta, tão efêmera, tão passageira, tão fugidia. A duração de sua vida era tão breve, a extensão de sua vida lhe parecia nada, como se fossem apenas alguns palmos. Ele estava ansioso por sua vida. E ficou deprimido por isso.
Algumas pessoas ficam com medo da morte, e caem na depressão. Então, acalentam muitos pensamentos negativos que podem diminuir o tempo de sua vida. Como pensa em sua alma, assim se cumpre, disse Salomão.
Então, Davi faz uma oração que Deus não responde: “Dá-me a conhecer, SENHOR, o meu fim.” Davi repetiu o mesmo pedido, mais tarde, o que é sinal de que não obteve resposta: “Quantos vêm a ser os dias do Teu servo?” (Sl 119:84). Deus não respondeu a Davi qual seria o seu fim, e quantos seriam os anos de sua vida. Deus não respondeu qual seria o fim de Jó, quando ele disse: “Por que prolongar a vida, se o meu fim é certo?” (Jó 6:11). Deus não revelou a Ló o fim de sua esposa, que seria transformada numa estátua de sal. Deus não mostrou qual seria o fim de Abraão, Isaque e Jacó, e tampouco o de seus descendentes, porque Deus nos oculta o dia de nossa morte.  
Mas o que aconteceria a um homem se Deus revelasse o seu fim, a soma dos seus anos? Se Ele lhe dissesse que você tem apenas mais dois meses de vida? Como seria se Deus revelasse o nosso fim? Alguns entrariam em depressão e desânimo. Outros afrouxariam as mãos operosas. Muitos amaldiçoariam a Deus, acusando-O de ser injusto. Outros haveriam de se desesperar, pondo logo um fim à vida pelo suicídio. Jesus sabia o Seu fim desde o início de Sua vida. Ele veio para morrer e salvar o homem. Sabia qual era o dia de Sua morte, e ansiava por ela.
A palavra “Senhor” no original hebraico, no verso 4 é Jeová [Iahweh], que significa eterno. Davi sabia que podia ter a esperança da vida eterna, mas estava ansioso por esta vida. Através de sua oração, pedindo a soma dos seus anos, estava escondida a esperança de viver para sempre. Ele queria viver mais; se não nesta vida, na vida por vir. Portanto, ele pede que Deus revele o número de anos que ainda terá, a fim de poder sentir a sua fragilidade e transitoriedade. Então ele poderia louvar ao Deus eterno que lhe poderia conceder mais vida. E no fim de sua vida, ele disse a Salomão: “Eu vou pelo caminho de todos os mortais!” (1Rs 2:1).
Davi continua a sua análise do homem, baseado em sua própria experiência: “Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é pura vaidade” (v. 5, up). O salmista define o que é o homem diante de um Deus eterno: “Todo homem,” não era somente ele, como diziam os seus inimigos, mas todos estão incluídos nesta realidade. “Por mais firme que esteja, é pura vaidade.” Salomão começou o livro de Eclesiastes (1:2) dizendo que “tudo é vaidade”. Vaidade significa aquilo que é vão, uma nulidade. Por mais forte que seja um homem, tudo nele é pura vaidade. Portanto, não há razão para o orgulho, a arrogância e a prepotência.
Certa vez, Billy Graham se dirigiu a um jovem atleta e lhe perguntou: “Como vai?” Ele respondeu: “Ah, pregador, eu vou muito bem!” e lhe mostrou os músculos. O evangelista elogiou aquele jovem e lhe disse: “Aceita a Jesus, porque os seus músculos não são a maior garantia!” Sabe o que aconteceu? Duas semanas depois descobriram que aquele jovem estava morrendo de câncer.
Ademais, o salmista lamenta: “Com efeito, passa o homem como uma sombra; em vão se inquieta; amontoa tesouros e não sabe quem os levará” (v. 6)
Dizia o pensador Fábio Cunha Silva que “tudo passa”. “Tudo passa. A dor passa, a tristeza passa, a alegria passa, o ódio passa, a traição passa, a felicidade passa, o prazer passa, o desejo passa, a vontade passa, a vitória passa, a derrota passa.” E eu acrescentaria: Passam os reinos, passam os impérios, passam os países, passam as cidades, passam as vilas. E disse Davi que passam os homens. Passam os pequenos, passam os grandes, passam os famosos, passam os fortes, passam todos como a sombra que logo se desvanece.   
Disse mais o salmista: “...em vão se inquieta [o homem]!” Estamos nós nos inquietando? A doença mais comum de nossos dias também é a ansiedade, a inquietação, a agitação, o nervosismo, o estresse, e finalmente o pânico. Mas tudo isso é  vão; apenas vaidade, que logo se desvanece. Mas, por que se inquieta tanto o homem? “Amontoa tesouros, e não sabe quem os levará.” Muitos estão se preocupando de modo enlouquecido com as posses materiais, ansiosos em amontoar, em acumular e se encher de riquezas. Trabalham demais, a fim de cumprir esse propósito. Mas é tudo vão, porque ele vai passar e deixar essa riqueza para outros. Como disse Cristo na parábola do rico insensato: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado, para quem será?” (Lc 12:20).
Vendo esta realidade, Davi não colocava a sua esperança nas riquezas, mas em Deus. “E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança!” (v. 7) Ele tinha esperança de longevidade em Deus, embora soubesse que para esta vida lhe faltavam poucos anos, e que tudo estava passando como ele mesmo, inclusive as suas imensas riquezas.
II – ESPERANÇA DE LIBERTAÇÃO [V. 8-9]
“Livra-me de todas as minhas iniquidades; não me faças o opróbrio do insensato. Emudeço, não abro os lábios porque tu fizeste isso.”
Davi sabia que Deus é um Deus perdoador, ele tinha experiência disso através de toda a sua vida. Mas agora não pede apenas perdão; ele pede libertação. Perdão é um ato judicial; libertação é um ato experimental. Ele queria mesmo ser liberto de todas as iniquidades, pecados e transgressões, porque estas coisas estavam atrapalhando a sua vida no seu reino. Ele ainda era o opróbrio dos insensatos. Ainda sofria com a zombaria dos ímpios. E ele queria ser liberto de tudo isso.
Então, diz: “Emudeço, não abro os lábios, porque Tu fizeste isso!” Agora, à semelhança de Jó, Davi acusa a Deus dizendo que Ele fez isso: a zombaria e o sofrimento, disse ele que foram causados por Deus. Afinal, Deus poderia ter evitado tudo isso. Claro, poderia ter evitado, mas a culpa não era de Deus, mas dos pecados e iniquidades de Davi, das quais ele pedia libertação. Davi se encontrava confuso, como acontece com pessoas ansiosas e deprimidas. Mas, apesar de tudo, ele tinha a esperança de libertação. Se não fosse assim, ele não teria pedido isso.
III – ESPERANÇA DE PROPICIAÇÃO [V. 10-11]
“Tira de sobre mim o teu flagelo; pelo golpe de tua mão, estou consumido.”
Davi sentia a praga de Deus e o Seu flagelo, o golpe de Sua mão caindo por sobre ele, sentindo-se consumido. Então, ele pede por propiciação. Propiciação é a retirada da pena do castigo de alguém para outra pessoa. No final de tudo, isso foi cair sobre Jesus Cristo. Disse o apóstolo João: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.” (1Jo 2:1-2).
Mas Davi continua se dirigindo a Deus: “Quando castigas o homem com repreensões, por causa da iniquidade, destróis nele, como traça, o que tem de precioso. Com efeito, todo homem é pura vaidade” (v. 11).
A pergunta que não quer calar é esta: Será que Deus castiga ao homem? Fiz esta pergunta para uma igreja, ao expor este salmo, e ninguém levantou a mão, exceto a minha esposa e uma visitante. Muitos pregadores em nosso tempo dizem que Deus não castiga. Mas estão contradizendo a própria Bíblia que trata de modo muito claro deste assunto. Você vai achar em muitos lugares onde as Escrituras dizem que Deus castiga (Ez 5:15; e outros textos). Deus castigou nossos primeiros pais, expulsando-os do Éden. Deus castigou Sodoma e Gomorra, que foram destruídas com fogo e enxofre. Deus castigou até o Seu povo de Israel que foi levado ao cativeiro egípcio, assírio e babilônico. E finalmente, os judeus foram destruídos pelos romanos, que incendiaram o seu templo e as suas cidades.
Mas de que modo Davi fala do castigo? Com que Deus castiga? Ele castiga de muitas maneiras. Ele castiga com a espada, com a fome e com a peste (ver Ez 5:17). Ele castiga com furacões, com inundações, com terremotos, com tsunamis. Mas Davi fala que Deus castiga “com repreensões”. Basta uma repreensão divina para que fiquemos deprimidos. Muitas vezes o Sermão do Monte nos repreende; outra vezes por meio de uma passagem da Bíblia no livro dos Salmos, ou em Jeremias. Outras vezes um simples convite, um folheto nos repreende, ou um texto da Internet. Às vezes uma pessoa diz alguma coisa sobre a vida espiritual e isso nos repreende. Deus usa muitos meios e diversas maneiras para repreender Seus filhos.   
Por causa do que somos repreendidos? “Por causa da iniquidade.” Por causa do pecado, das nossas transgressões, e da injustiça. De fato, Paulo disse que “a ira de Deus se revela do Céu contra toda a impiedade e injustiça” (Rm 1:18). Na Cruz do Calvário Cristo pagou o preço de nossa redenção e derramou Seu sangue por nossos pecados de modo pleno. Entretanto, o castigo que Deus nos dá tem por objetivo não de punir, não que devêssemos realizar um pagamento, mas com o fim de corrigir. Portanto, Ele nos castiga com repreensões.
O que acontece quando somos castigados? Davi falou que Deus destrói no homem como traça aquilo que ele tem de precioso. Não falou o que ele tem de mais precioso, porque o que o homem tem de mais preciso, o que é? A vida. Mas quando Deus repreende, Ele ainda não destrói a sua vida; antes disso, o Seu propósito é recuperar e salvar. Quando alguém é repreendido, ele perde uma coisa preciosa: a autoestima. Daí, podemos ficar deprimidos. Mas então, Deus envia o Espírito Santo para nos consolar, e nos animar e fortalecer-nos com o Seu perdão.    
IV – ESPERANÇA DE RESPOSTAS [v. 12]
“Ouve, Senhor, a minha oração, escuta-me quando grito por socorro; não te emudeças à vista de minhas lágrimas, porque sou forasteiro à tua presença, peregrino como todos os meus pais o foram” (v. 12).
Davi tem a esperança de que as suas orações sejam respondidas. Ele clama e espera que Deus o ouça: “Ouve, Senhor, a minha oração!” Deus sempre ouve as nossas orações. Satanás quer nos dizer que não adianta orarmos porque Deus não ouve orações. Isso é mais uma de suas mentiras, porque Deus sempre ouve a todas orações.
Mas Davi pede que Deus ouça e escute a sua prece. Há uma diferença entre ouvir e escutar. No paralelismo da poesia hebraica, aqui estão colocadas em forma de ampliação: Uma expressão amplia o significado da anterior. Ouvir significa perceber os sons; escutar significa prestar atenção.
Mas há ainda uma terceira palavra: atender. Deus nem sempre atende nossas preces, mas ouve e escuta a todas elas: Seus ouvidos não estão surdos para não ouvir. Ele não atende sempre, porque Ele sabe o que é melhor para nós, e muitas vezes nós estamos impedindo que Ele atenda as nossas preces. Mas o salmista está esperançoso de que Deus lhe dará as repostas que procura. No salmo anterior, ele disse: “Pois em Ti, Senhor espero; Tu me atenderás, Senhor, Deus meu!” (Sl 38:15).
O salmista continua: “Não Te emudeças à vista de minhas lágrimas!” Davi começou o salmo dizendo que ele ficou emudecido e não falou a verdade de Deus para os ímpios (v. 2). Depois ele disse que diante de Deus ele emudecia (v. 9). Mas agora, ele espera que Deus não faça o mesmo, emudecendo diante de suas súplicas, ficando calado diante de sua oração. Ele tem esperança de obter as respostas à sua oração insistente e perseverante.
Davi tem uma razão e um argumento forte para que Deus o atenda: “...porque sou forasteiro à tua presença, peregrino como todos os meus pais o foram.” Assim como Deus ensinou no passado que o Seu povo deveria tratar bem aos estrangeiros, assim ele espera ser tratado por um Deus de amor.
V – ESPERANÇA DE MISERICÓRDIA
“Desvia de mim o olhar, para que eu tome alento, antes que eu passe e deixe de existir.”
Davi ainda estava deprimido, e termina esse salmo na esperança da misericórdia. O olhar de Deus repousa sobre todos para abençoar, ajudar e salvar. Mas esse olhar de que Davi está falando é o olhar de alguém que está irado e cheio de cólera por causa que o pecado e a iniquidade despertam a ira divina (Rm 1:18). Se o olhar de Deus não se desviasse, Davi poderia ser destruído, e deixaria de existir.
Mas a esperança de Davi é que Deus desvie esse olhar penetrante e que na Sua ira Se lembre da misericórdia, a fim de que ele possa tomar alento, possa se animar, e se regozijar, e louvar ao Senhor para sempre. Assim também a nós, depois de nossos erros e pecados, não nos resta nada senão reconhecer nossa fragilidade e pecaminosidade e suplicar de Deus a Sua misericórdia, porque “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3:22).
CONCLUSÃO
Podemos aprender algumas lições desse salmo.
1.    Podemos evitar a depressão, se buscarmos a Deus para resolver os nossos problemas.
2.    Não nos preocupemos com o que os outros estão dizendo sobre nós.
3.    Vamos falar aos que perecem sobre a verdade, a vontade e a vocação de Deus.
4.    Vamos esperar sempre em Deus, de modo que a nossa esperança seja inabalável. 

Pr. Roberto Biagini

Mestre em Teologia

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