Não abordarei todos os aspectos do assunto numa breve introdução como essa, mas, logo de início quero afirmar que é infundada a acusação de que crer na Trindade é o mesmo que crer em “Três deuses”. Espero que a resposta a seguir lhe ajude a pelo menos começar a visualizar isso!
A Trindade é um mistério revelado, mas, não explicado. Certa vez eu estava defendendo a doutrina da Trindade e uma pessoa, que nega a Personalidade e a Divindade do Espírito Santo, escreveu-me: “você que acredita na Trindade não entende a Deus!” Perguntei: “então, quer dizer que você entende a Deus? Meus parabéns! Você é o único ser humano no mundo que entende a Deus…” É que eu estava brincando com ele para mostrar-lhe que não deveria ter dito aquilo. Para entender um gênio, somente outro gênio. Para entender um Deus, somente outro Deus. Não podemos entender plenamente a Deus porque não somos deuses. Diz o Salmo 145:3: “Grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável”. O fato de não entendermos plenamente a Deus não significa que Ele não exista da mesma maneira que o fato de a humanidade não entender plenamente o funcionamento do cérebro não significa que o cérebro não existe. Não devemos rejeitar a doutrina da Trindade só por que não a entendemos. Se fizermos isso, estaremos colocando a lógica humana acima da lógica de Deus.
Quando colocamos a nossa lógica acima da lógica Divina, nos colocamos na mesma posição perigosa de satanás. Precisamos aceitar a doutrina da Trindade porque é um fato revelado na Bíblia. E, se confiamos em nosso Amado Deus, iremos acreditar nEle quando afirma que é um Deus manifesto em Três Pessoas.
Alguns dizem: “não creio na Trindade porque o nome Trindade não está na Bíblia”. Primeiramente, devemos entender que na Bíblia não se buscam nomenclaturas, mas fatos. E a doutrina da Trindade é um fato.
Segundo: na Palavra de Deus não encontramos outras expressões que são aceitas como verdades: encarnação de Cristo, milênio, Bíblia… Se formos aceitar os fatos bíblicos apenas se forem acompanhados de nomes, então teremos que rejeitar a doutrina da encarnação de Cristo, do milênio, e questionar inclusive a existência da própria Bíblia!
Para estudarmos sobre Deus, aquilo que Ele nos revelou sobre si mesmo, devemos entender que a Divindade possui uma unidade essencial e uma subordinação funcional. Alguns textos bíblicos mostram que a divindade tem uma unidade na sua essência (Colossenses 2:9) enquanto outros textos apontam para uma diferença na função (João 14:28) que cada um desempenha do plano de salvação e desempenhou na criação.
Em João 5:19 e 21 vemos claramente esse princípio, bem como em outros versos do mesmo capítulo. No verso 19 Jesus diz que “o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer ao Pai”. No mesmo verso Ele continua: “porque tudo quanto ele (o Pai) faz, o Filho o faz igualmente”. No mesmo texto vemos a subordinação funcional de Cristo em relação ao Pai e Sua unidade essencial. No verso 21 podemos visualizar ainda melhor a unidade de Cristo com o Pai na divindade, o que mostra que Jesus não é uma criatura. Diz o texto: “Pois assim como o Pai ressuscita os mortos e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer”.
Percebe querido(a) internauta? A Bíblia fala de uma subordinação nas funções entre os membros da divindade e de uma unidade na essência. A diferença na função que cada membro da Divindade desempenha de modo algum significa que um Ser é mais poderoso do que o outro. Se Jesus não fosse criador e o Espírito Santo fosse inferior a Deus Pai e a Deus Filho também na essência, isso seria politeísmo. Politeísmo é a crença em mais de um deus, onde um deus é mais poderoso do que o outro. A doutrina da Trindade não é politeísmo porque ensina a unidade essencial entre as Três Pessoas da Divindade! Essas Três Pessoas são chamadas de “um só Deus”, como fiz Efésios 4:6, porque são uma unidade.
As Pessoas da Divindade são unidas no poder, caráter, propósito e amor. São tão unidos que dizer “Três deuses” seria incoerente com o tipo de relacionamento de amor que há entre essas Três Pessoas Divinas.
Fica claro que as Três Pessoas da Trindade são chamadas de “um só Deus” (Deuteronômio 6:4 – “único Deus”) no sentido de unidade. Foi por isso que Cristo pôde dizer em João 10:30: “eu e o Pai somos um”. Os judeus entenderam essa declaração do Salvador como uma reivindicação de igualdade com o Pai, pois o verso 11 do capítulo 10 diz que “Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar”.
Um abraço!
Leandro Quadros.
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