quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Presença Sutil


ÊXODO. 20.4: Esculturas.

Você já conheceu alguém muito rico, inteligente ou até importante mas que deseja ficar no anonimato, ser discreto ou quase imperceptível? Nestes tempos em que todos querem ser famosos e aclamados pelas multidões, isto até parece lenda. Mas por incrível que possa parecer a Pessoa mais importante do Universo é assim. Deus prefere ser uma PRESENÇA SUTIL em nossa vida. Vejamos como.

§         Este mandamento fala de nossa perspectiva de Deus.
§         Como O vemos? Qual é a dimensão do nosso Deus? Podemos fazer projeções e formar imagens de Deus ou de Jesus? Como Ele se revela? Não é natural que concebamos representações ideológicas ou projeções religiosas de Deus?
§         O que é uma imagem?  - Denota uma representação material de um animal, de um ser humano ou de uma forma mista, usada para propósitos de adoração; para denotar uma relação entre Deus e o homem.
§         É a representação de alguma coisa real ou irreal, física ou metafísica, por desenho, pintura, escultura ou projeção humana.

Este mandamento declara explicitamente:
1.     De que natureza Deus é e com que modalidade de culto deve ser adorado e honrado, para que Lhe não ousemos atribuir algo sensório.
2.     Deus não quer que Seu legítimo culto seja profanado mediante ritos supersticiosos. Por isto Ele afasta totalmente as insignificantes observâncias materiais que nossa mente tão finita  costuma inventar quando O concebe.
3.     Seu legítimo culto é espiritual, e estabelecido e instruído por Ele mesmo, e não pelos desejos humanos de cultuá-Lo.
4.     As formas mais grosseiras de idolatria são: idolatria exterior,  e um culto feito sob o “que o ser humano acha que deve ser” e não como Ele gostaria que fosse.

OBS- Alguns pastores, professores e líderes da igreja conceituaram o culto divino como algo que deve ser “atrativo para os jovens”. Eles querem fazer um culto gostoso aos sentidos humanos, para que não faltem adoradores na casa de Deus. Mas seu enfoque está equivocado. Porque?
a) O culto não é feito para o adorador e sim para O adorado. Não importa quantos adoradores há em nossa igreja no Sábado pela manhã. É claro que seria muito bom que nosso templo estivesse sempre lotado. Mas o que mais deve nos comover é se Deus realmente estará conosco e aceitará “esse nosso culto”. O homenageado é Deus e não os ouvintes. Se o culto é um presente a Ele, devo oferecê-lo como Ele deseja. Ë assim que fazemos quando presenteamos a alguém.
b) A parte principal do culto não é a música, as apresentações que possam existir ou falatórios bonitos, mas a adoração espiritual a Ele. O culto também não é primordialmente evangelístico, mas para adoração. E o AT mostra-nos isto claramente. O templo de Jerusalém não possuía o aspecto evangelístico que hoje estamos querendo colocar em nossos cultos. Os pagãos deveriam assistir os cultos no templo, e impressionados com a grandeza, misericórdia e poder de Jeová, se converteriam a Ele e passariam também a adorá-lo com os israelitas.  Talvez hoje, o nosso culto seja tão fraco no evangelismo por este motivo: estamos apresentando excelentes conjuntos, lindos sermões, mas nunca a adoração verdadeira que o Criador merece. Palavras ou música não transformam ninguém, se antes a Pessoa do Criador não for apresentada.

COMO OBSERVAR ESTE MANDAMENTO?

1-  Jamais devemos fazer deuses fundidos, isto é, construir deuses ou imagens divinas através do processo de fundição. Êxo. 34.17.
a)  também são proibidas imagens de seres vivos, como animais, homens ou mulheres. Deut. 4.15-18.  Israel chegou a usá-las. I Reis 12.28-31.
2-  Os passos que nos levam à idolatria não começam quando fundimos deuses, mas quando às costas a Deus. Lev. 19.4. Portanto todos nós somos, em potencial, idólatras. Para não cair  neste pecado, precisamos vigiar sempre, procurando desenvolver um relacionamento genuíno com Jesus a cada dia.
3-  Jamais devemos reverenciar as estrelas, o sol e a lua. Deut. 4.19-20.
A astrologia (arte metafísica de adivinhar por meio de astros)  não tem nenhuma ligação com a astronomia (ciência moderna e avançada que estuda a constelação física das estrelas e o universo em geral). A astrologia não tem nenhuma base científica.
4- O casamento misto (cristão com incrédulo) pode nos levar à idolatria.
a)  Na vida a dois, pela associação diária, o cristão vai perdendo seus valores e conceitos espirituais. Perde a noção do certo e do errado, e facilmente passa a adorar coisas e idéias contrárias ao primeiro mandamento.
b) O incrédulo é incrédulo porque vive para este mundo e ao que ele oferece. Não deseja viver conforme as expectativas de Deus. Valoriza então como seu deus o dinheiro, os prazeres do mundo, a posição, etc. O cônjuge cristão poderá facilmente passar a adotar esses princípios errados em sua vida também.
c)  EX- os filhos de Sem, as filhas de Ló, os israelitas, Sansão- todos estes são exemplos desta verdade bíblica.
d) “Ligaram-se matrimonialmente com os cananeus, e a idolatria espalhou-se como uma praga por toda a terra”. Patriarcas e Profetas, pág. 582. Salm. 106. 34-40.
5- As associações, convivência com incrédulos e mesmo acordos de todos os tipos podem levar o cristão ao mesmo nível do cônjuge casado com um incrédulo. Os motivos acima citados são válidos para ambos os casos. 
a) Israel, quando entrou em Canaã associou-se aos cananeus em vez de destruí-los. Com o tempo tornaram-se piores do que os ímpios cananeus.
1-  Ezequiel traz uma nova dimensão a este mandamento, dizendo que ele deve ser observado no coração. Ezeq. 14.1-11.
a)  os deuses do coração não são visíveis, passivos de disciplina da sociedade, ou da igreja, mas certamente nos desviam do Senhor e contaminam o pensamento e a vida cristã, tanto quanto os ídolos visíveis o fazem.
6- Jamais devemos aceitar adoração humana.
a)  Paulo e Barnabé guardaram este mandamento, sobretudo quando não aceitaram serem adorados pelos homens e mulheres de Listra. Atos 14. 8-18.
7- A conversão deve levar o novo crente a abandonar os ídolos e os ritos e livros de magia, que também fazem parte da idolatria.
a)  Paulo levou os efésios a este ponto quando os evangelizou. Atos 19.18-19.
b) Deus deseja nossa conversão das ferraduras, dos pés de coelhos e de todas as outras formas de superstição, projeções humanistas e idolatria.
8- Buscar primeiro o reino de Deus, antes de todas as demais coisas. Mat. 6.33.
a)  No sermão do monte, Jesus, o grande doador e intérprete da Lei, mostrou como observá-la. E o capítulo 6 de Mateus nos mostra como Ter a Deus em primeiro lugar em nossa vida, e como não possuir outros deuses além dEle.
b) A comunhão pessoal, a santificação diária, e a dedicação a Seu serviço nos educarão a colocá-Lo sempre em primeiro lugar em nosso viver. E nossa visão será desviada das coisas materiais e temporais (trabalho, dinheiro, sobrevivência, status, posições e riquezas- deuses naturais do coração humano) para Ele, nosso Criador, Redentor e Deus.

CONSEQÜÊNCIAS DE NÃO OBSERVARMOS ESTE MANDAMENTO.

1-  Maldito e abominável a Deus será, e o povo dirá amém. Deut. 27.15.
2-  Castigo, exílio, vergonha e destruição total desta vida. Quem não toma cuidado com a idolatria visível ou invisível, mais cedo ou mais tarde terá sua vida destruída como conseqüência natural de seu pecado. Perderá tudo o que conseguiu para sua prórpia destruição. (Dinheiro, emprego, imóveis, móveis, posições, fama, prazeres, e pode ser que até mesmo a família, a saúde e a vida).
a)  Israel (as 10 tribos). Todos os reis de Israel tanto toleraram a idolatria com incentivaram-na no país, e alguns, como Acabe, casaram-se com mulheres de outras nações, idólatras, para que sua idolatria fosse completa. Sua principal forma de idolatria eram os postes-ídolos e árvores ao lado do altar ou colunas. Resultado: bem mais cedo do que Judá, em 722  A.C. Israel foi invadido, levado cativo e praticamente destruído pelos assírios. Nunca mais as 10 tribos do norte figuraram em algum lugar como uma nação independente. Muitos foram mortos, muitas famílias foram destruídas ou separadas para sempre, além do que entraram num sincretismo religioso do qual nunca mais se separaram.
b) Judá. Houve os chamados reis maus, que fizeram o que Deus não queria e ainda apoiaram a idolatria; os reis bons, que fizeram o que Deus queria, mas toleraram a idolatria; os reis excelentes, que fizeram o que Deus queria e ainda derrubaram os lugares altos e proclamaram reformas no meio do povo- Ezequias e Josias. Resultado: demoraram bem mais tempo do que Israel para irem ao cativeiro, mas ele veio, em 605 e depois definitivamente em 586 A.C., quando Jerusalém foi destruída, o belíssimo templo de Salomão virou cinzas e todo o povo, a não ser os inválidos da sociedade foram deportados para a Babilônia. Mas, devido a esta relativa devoção, Deus ainda lhes deu nova chance de continuarem sendo Seu povo, e de cumprirem Seus desígnios.
c)  Depravação total do caráter. EX- os cananeus, nos servem como exemplo de tudo o que acontece com os povos idólatras do mundo.
- Tornaram-se semelhantes aos deuses que adoravam. Sal. 115.8. Tornaram-se então sanguinários, cruéis, sensuais, promíscuos e desenfreados.
- Baal, e Astarote, sua esposa, eram seus principais deuses. Os Baalins eram imagens de Baal. Asera era um poste sagrado, cone de pedra, ou um tronco de árvore, que representava a deusa.
- Os “Lugares Altos”, como já vimos seu principal lugar de adoração, continham imagens e placas ornamentais de Astarote, exibindo, grosseriramente exagerados, os órgãos sexuais, destinados à provocação de desejos sexuais.
- Seus sacerdotes, escolhidos a dedo e muito honrados e venerados, eram homossexuais, sodomitas e prostitutas.
- Haviam as sacerdotizas e sacerdotes que viviam para estas funções. Os cananeus eram povos agrários, e dependiam totalmente da chuva, do sol e dos campos para viverem. Por isto, cultuavam Baal, seu maior deus, mantendo relações sexuais com as sacerdotizas. Ejaculavam seus espermatozóides na terra para que seu deus lhes enviasse a chuva e a fertilidade que precisavam, tanto na agricultura como no casamento.
- Havia também o costume de, quando a menina tivesse sua primeira menstruação (menarca), era levada ao templo para oferecer sua virgindade a serviço dos deuses, sendo usada sexualmente pelos homens que iam ao templo para adorar. Algum tempo depois voltava para seus pais para seguir sua vida normal.
- O menino, ao atingir a idade de 12 anos, era feito “efebo” de um homem adulto, que bem poderia ser casado ou não. Acreditavam que tendo relações homossexuais com homem mais velho, e andando com ele, o menino desenvolveria suas capacidades naturais, amadureceria para as responsabilidades futuras, e sua masculinidade seria fortalecida. Portanto, era muito comum os homens serem bissexuais.
- Em muitas oportunidades o filho primogênito poderia ser sacrificado aos deuses. A Baal; quando se ia construir uma casa, cujo corpo da criança era metido no alicerce, a fim de trazer felicidade para o resto da família; e outras ocasiões de agradecimento.
- Por isto não nos choca a idéia de Deus em destruí-los completamente.
FONTE: Manual Bíblico, H.H. Halley pág. 129. Editora Vida Nova.
3-  A idolatria, além de cortar nosso relacionamento com Deus, nos deprava tanto que nos tornamos covardes e incapazes diante dos desafios da vida.
- foi o que ocorreu com os israelitas no tempo dos juízes. Não tinham coragem nem força de enfrentarem seus inimigos em nome do Senhor. ( Leia todo o capítulo “Os Primeiros Juízes”  do livro Patriarcas e Profetas, Ellen White, CPB).
4- A idolatria dos pais certamente afetará o caráter dos filhos, levando-os também às mesmas conseqüências.
a) Israel: “... os pais haviam preparado o caminho para a apostasia de seus filhos. O desacato às instruções do Senhor disseminou sementes de males, as quais continuaram a produzir amargos frutos por muitas gerações”.  Patriarcas e Profestas, pág. 583.
5- Perda desta vida, como da vida eterna. I Cor. 6.9-10.
a) EX- o jovem rico: perdeu suas riquezas na destruição de Jerusalém, bem como sua salvação eterna.  Desejado de Todas as Nações, pág.

CONSEQÜÊNCIAS POSITIVAS PARA QUEM OBSERVAR ESTE MANDAMENTO.
1.     Deus concede Sua eterna misericórdia a quem observa este mandamento. Êxo. 20.6.
2.     Sua misericórdia renova-se a cada dia sobre o fiel. Joel 2.12-13.
3.     O fiel torna-se santo, puro e semelhante ao Criador. Deut. 4.15-19. EX- Gideão, Josias, Ezequias e Daniel e seus 3 amigos.

APÊNDICE
PORQUE O HOMEN FAZ IMAGENS DE DEUS? Porque é tão natural para o homem fazer projeções da divindade? Como explicar a idolatria em todas as épocas, em todas as civilizações e em todos os homens no mundo? Por que o homem não se dá por satisfeito só com Deus?
ü      Deus é invisível, mas as imagens são visíveis. Através do visível, o homem busca segurança. Psicologicamente é muito mais fácil dominar o visível do que o invisível.
ü      Um deus visível pode ser alterado, modificado, manipulado. E o homem que cria uma imagem mais cedo ou mais tarde  vai abandoná-la. Como este deus é impessoal, é fácil desistir dele pois não há relacionamento, e sem relacionamento não há compromisso.
ü      Como as imagens podem ser manipuladas, fica confortante a idéia de mudar meu deus segundo minhas aspirações e planos egoísta. Na verdade, a religião do idólatra é SEU PRÓPRIO EU.

PODEMOS USAR FIGURAS, ILUSTRAÇÕES VISUAIS PARA REPRESENTAR AS LIÇÕES DA BÍBLIA?
ü      Não há qualquer problema, desde que estas ilustrações não estejam desvinculadas com a mensagem bíblica, e que não sejam encaradas  como “realmente foi assim que ocorreu”, ou que sejam usadas para veneração.
ü      Deus Pai e Deus Espírito Santo jamais devem ser representados graficamente por meio de imagens, pois Ele não podem ser concebidos pela mente humana, e fazê-lo, diz o segundo mandamento, é pecado. Jesus pode ser concebido porque tomou a forma humana, e nesta dimensão podemos até representá-lo. Mas jamais pensarmos em Sua forma divina.
ü      As ilustrações devem ser usadas com fins educativos, para que a exposição da verdade fique mais fácil e atraente para o ouvinte.
 Fonte: A ética dos 10 mandamentos.

APELO: DEUS É INCOMPARAVELMENTE E DEUS. É ESPÍRITO E IMPORTA QUE ASSIM SEJA ADORADO-  João 4. 20-24.
FONTE: A ética dos 10 mandamentos, H.U.Reifler, Vida Nova 

Pr. MARCELO AUGUSTO de CARVALHO SP 1997

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