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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

É pecado tomar café?



Por mais incrível que nos pareça, esse assunto não é tão controverso. Basta perguntarmos a especialistas ou consultarmos artigos científicos sobre o assunto e não haverá quem negue o fato de que o café faz aumentar a pressão arterial. E isso é bom para a saúde? Uma recente pesquisa que foi feita com consumidores de café exigiu que eles se abstivessem do produto por 21 dias. Sabe qual foi o resultado? Dores de cabeça intensas! Por quê? Porque café é um estimulante do sistema nervoso central e pode causar dependência. A abstenção pode resultar em crise de abstinência que desencadeia numa série de efeitos sobre o bem estar do indivíduo. Isso é bom? Muitas vezes o que acontece é que alguns tentam forçar a barra para justificar um hábito antigo que se modificado poderia afetar violentamente a economia. Uma pessoa que não tem o hábito de tomar café, caso beba, poderá ter palpitações, taquicardia, e os defensores do café dirão que isto ocorre porque o indivíduo não está acostumado a tomar café! E aí? Faz bem para a saúde? E quanto ao sono? Se ingerido à noite poderá afetar o sono. Com o tempo o indivíduo poderá ter alterado o seu relógio biológico, causando distúrbios do sono. Isso é bom? Em decorrência de uma péssima qualidade de sono a pessoa poderá ter outros problemas como ansiedade. Isso faz bem à saúde? O mesmo ocorre com o vinho, que possui flavonóides, o que "justificaria" o seu uso, pois faz bem ao coração. Mas, quais são os prejuízos e riscos que uma pessoa corre ao tomar vinho? (1) O álcool queima a mucosa bucal podendo causar câncer, (2) o álcool pode perverter o juízo, (3) o indivíduo pode perder o autocontrole e tornar-se um alcoólatra. Faz bem ao coração? Sim, mas quanto mal pode fazer para a saúde? Quanto risco pode trazer? Portanto, mais uma vez, alguns usam o fato de que flavonóide faz bem ao coração para justificar o consumo do vinho! O que pode ser substituído pelo vinho? O próprio suco de uva integral! O que mais pode fazer bem para o coração? Exercícios físicos, alimentação equilibrada, etc. Contudo, o ser humano não está disposto a pagar o preço para se obter uma boa saúde e, assim, prefere continuar seu hábito que pode proporcionar grande prazer à custa da saúde. 
“Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado” (1 Coríntios 3:16 e 17).

por Hudson Cavalcanti, colunista do Site Bíblia e a Ciência

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A implantação de uma prótese de silicone é pecado?


Eu não me sinto bem em relação ao meu corpo, seria condenável a correção desse defeito se eu me submetesse a uma plástica e fosse usado o silicone? 

É preciso avaliar todos os impasses com os quais nos deparamos em termos de certo ou errado, à luz dos princípios bíblicos. Aqui temos envolvido o chamado princípio da modéstia cristã. O que é isso? Esse princípio é fundamentado em textos como 1 Pedro 3:3, “O vosso adorno não seja o enfeite exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de jóias de ouro, ou o luxo dos vestidos”. O que está envolvido aqui? O tipo de qualidade que queremos seja a mais marcante. O que você gostaria que o seu colega de trabalho notasse de forma mais acentuada em você, a sua simpatia, o seu desvelo, a sua preocupação com o bem estar dele, ou o seu corpo, a sua roupa, o que você tem?

Pode ou não
Alerta: procedimento só por profissional

A modéstia cristã está em que o nosso caráter deve brilhar mais que o nosso exterior. Não quer dizer que devemos relaxar com o nosso visual, afinal de contas, quem vai perceber o bonito caráter de alguém se esse alguém se veste com desleixo e cheira mal? Se alguém usa roupas há décadas fora de uso?

Aqui temos outro ponto: o cristão é não apenas alguém modesto no vestir e no cuidado com seu próprio corpo, mas é alguém feliz, com uma forte auto-estima, sentindo-se bem consigo mesmo porque considera que Cristo fez o máximo sacrifício por ele, independente de como é seu corpo! Se Cristo me ama como sou, não há porque eu também não me amar!

Ora, se um problema qualquer faz com que os cabelos de uma boa cristã comecem a cair, está errado ela buscar um tratamento para reverter isso? Se um problema qualquer estraga a pele de um bom cristão, está errado ele buscar o tratamento para mudar isso? Não, claro que não! Jesus não disse aos aleijados, aos com mãos ressequidas, aos cegos e leprosos que eles deveriam desenvolver uma boa auto-estima apenas por Ele os amar. Ele conhece nossas dores e sabe que nossa felicidade é constituída de diversos fatores, entre eles, a auto-aceitação.

Crente pode ou não
Silicone: vaidade ou necessidade?

Com base nisso tudo, amiga, vamos à sua pergunta: a implantação de uma prótese de silicone é pecado? A resposta tem que ser: pode ser que sim, pode ser que não. Se você estiver buscando não chamar a atenção de todos, mas a simples reparação de uma característica física que lhe entristece, se você estiver buscando ajustar algo que interfere na sua auto-aceitação, ora, isso não seria pecado algum. Não se trata do tipo nocivo de vaidade, mas da porção saudável dela.

Seja feliz!

J.Washington
Leandro Quadros
Via Bíblia

quinta-feira, 28 de junho de 2012

É Possível Viver Sem Pecar?



Muitos Adventistas ainda mantêm o pensamento de que podemos alcançar uma “perfeição” moral tal que nos torne incapazes de cometer pecado.


Uma das passagens mais citadas é:


“Qualquer que permanece nEle não peca; qualquer que peca não O viu nem O conheceu” (1Jo 3:6) – Almeida Revista e Corrigida.


Com base nesta declaração, estas pessoas dizem que, se ficarmos realmente ligados a Deus, não praticaremos nenhum pecado.


O que acontece é que este verso não foi traduzido seguindo um “detalhe” da gramática grega. A versão Almeida Revista e Atualizada (ARA) corrigiu esta aparente “falha”. Veja:


“Todo aquele que permanece nEle não vive pecando; todo aquele que vive pecando não O viu, nem O conheceu”.


A expressão em negrito (destaque) está escrito no tempo verbal grego que dá um sentido de “presente contínuo”. Ou seja, a pessoa que permanece em Deus vive CONTINUAMENTE afastando-se do pecado. Não é um ato passado, pontual (que no grego é chamado de “aoristo”), mas durante toda a vida. Por isso o texto da ARA está mais coerente com o que João escreveu em sua epístola.


Portanto, NÃO é possível viver sem pecar.


Esta teoria equivocada do “PERFECCIONISMO” não é nova entre os Adventistas, e já provocou acalorados debates no passado. Graças a Deus, que o Espírito Santo, a Pessoa da Trindade que nos conduz em direção à Verdade, sempre guiou a Igreja para longe destes fanatismos e interpretações pessoais das Escrituras.


O que disse Ellen White sobre o assunto?
OBS.: os destaques fui eu que acrescentei.


“Cristo é nosso exemplo: o perfeito e santo exemplo que nos tem sido dado para seguir. Nunca podemos nos igualar a Ele, mas podemos imitá-Lo e nos parecermos de acordo com nossas possibilidades” – Review and Herald, 05/02/1895.


“O ensino dado com relação ao que é denominado ‘carne santa’ é um erro. Todos podem obter agora corações puros, mas não é correto pretender nesta vida possuir carne santa. O apóstolo Paulo declara: ‘Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum.’ Rom. 7:18. Aos que têm procurado tão ativamente obter pela fé a chamada carne santa, quero dizer: Não a podeis obter. Nem uma pessoa dentre vós tem agora carne santa. Ser humano algum na Terra tem carne santa. É uma impossibilidade.” – Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 32.


“Se aqueles que falam tão francamente de perfeição na carne, pudessem ver as coisas sob seu verdadeiro aspecto, recolher-se-iam com horror de suas idéias presunçosas. Mostrando o engano de suas suposições quanto à carne santa, o Senhor está buscando impedir que homens e mulheres dêem às Suas palavras uma interpretação que leve à corrupção do corpo, da alma e do espírito. Seja esse aspecto de doutrina levado um pouco mais longe, e conduzirá à pretensão de que seus defensores não podem pecar; de que uma vez que tenham carne santa, suas ações são todas santas. Que porta de tentação se abriria assim!” – Idem.


“Quando os seres humanos receberem carne santa, não permanecerão na Terra, mas serão levados ao Céu. Se bem que o pecado seja perdoado nesta vida, seus resultados não são agora inteiramente removidos. É por ocasião de Sua vinda que Cristo deve transformar ‘nosso corpo abatido, para ser conforme o Seu corpo glorioso’” – Eventos Finais, pág. 269.


“O fanatismo, uma vez iniciado e deixado às soltas, é tão difícil de extinguir como o incêndio que tomou conta de um prédio. Os que entraram nesse fanatismo [carne santa] e o mantiveram, fariam muitíssimo melhor em estar empenhados em obra secular; pois devido a sua atitude incoerente estão desonrando ao Senhor e pondo em perigo o Seu povo. Muitos movimentos dessa espécie surgirão neste tempo, quando a obra do Senhor deve manter-se elevada, pura, sem superstições e fábulas. Precisamos estar em guarda, manter íntima ligação com Cristo, para não sermos enganados pelos ardis de Satanás.” – Mente, Caráter e Personalidade, vol. 1, pág. 43


Para um material mais completo, veja: PERFECCIONISMO ENTRE OS ADVENTISTAS.


Os que desejarem conhecer melhor este movimento perfeccionista que se infiltrou no meio Adventista há décadas, poderão estudar um bom livro de História Denominacional. Sugiro o excelente material do Dr. Luiz Nunes (publicado pelo UNASP), o qual mostra claramente a relação entre as Crises na Igreja Apostólica e na Igreja Adventistas do 7º Dia.


Outras postagens onde já tratei deste tema:
Crises no Movimento Adventista
O que é Santificação?


Veja também: EU COSTUMAVA SER PERFEITO, do Dr. Knight.


Quero, ainda, aproveitar para alertar os diretores e diretoras de Escola Sabatina sobre a escolha das pessoas que dirigem as Unidades de Ação a cada sábado. Verdadeiras heresias e blasfêmias têm sido disseminadas, exatamente porque pessoas sem nenhuma condição teológica de serem professores estão sendo colocadas em tais funções.


A Igreja de Deus precisa ser protegida contra estas pessoas que se consideram acima dos demais em matéria teológica, e acreditam que são os “donos da Verdade”. Se elas mantêm um espírito de orgulho intelectual, críticas, discórdas e dissidências, NÃO PODEM ser colocadas para ensinarem os membros.


“Como o carvão é para a brasa, e a lenha, para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas” (Prov. 26:21).


Pr. Gilson Medeiros

sexta-feira, 25 de maio de 2012

É pecado comer mal?parte 2



Em meu último artigo publicado, foi visto que é pecado ser intemperante, glutão e condescender com o apetite. A perversão do apetite impacta na formação do nosso caráter, na nossa espiritualidade, na adoração a Deus e na nossa saúde.
Mas, se ainda lhe resta alguma dúvida quanto a este assunto, talvez os textos a seguir possam lhe ajudar a tomar algumas decisões.
“Todos os que são participantes da natureza divina escaparão à corrupção que pela concupiscência há no mundo. É impossível aos que pactuam com o apetite alcançar a perfeição cristã.” Testimonies, v. 2, p. 400. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 57.
“É impossível ao homem apresentar o seu corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, enquanto persistir na condescendência com hábitos que o privam do vigor físico, mental e moral.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 119.
“Quando reconhecemos as ordens de Deus, vemos que Ele requer que sejamos temperantes em todas as coisas. A finalidade de nossa criação é glorificarmos a Deus em nosso corpo e nosso espírito, que a Ele pertencem. Como podemos fazer isso se condescendemos com o apetite, para prejuízo das faculdades físicas e morais? Deus requer que apresentemos nosso corpo em sacrifício vivo. É-nos, pois, imposto o dever de preservar esse corpo na melhor condição de saúde, a fim de que possamos cumprir o que Ele de nós requer. ‘Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.’” 1 Coríntios 10:31. Testimonies, v. 2, p. 65. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 155-156
“Que ninguém que professe piedade considere com indiferença a saúde do corpo, e se lisonjeie pensando não ser pecado a intemperança, e não afetar sua espiritualidade. Existe íntima afinidade entre a natureza física e a moral.” The Review and Herald, 25 de janeiro de 1881. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 165.
Como um cristão sincero você deve estar se perguntando: “É possível dominar o apetite? Como conseguir a vitória?”.
Digo a você que, com esforço próprio, é impossível vencer essa luta. Não se trata apenas de mudança de hábitos alimentares, mas da renúncia do “eu”, de dependermos de Deus. Isso, só conseguimos com os joelhos no chão, com oração, estudo da Palavra, jejum e testemunho de cada passo dado rumo à vitória.
Por experiência própria, recomendo (e sei que todos os colunistas do Portal também) que você, querido leitor, comece o dia com Deus, entregue sua primeira hora a Ele, cada manhã. Programe-se para acordar uma hora antes do seu horário habitual para estar a sós com Deus, assim como fazia Jesus. Entregue-se a Ele diariamente. Ele falará com você, por meio de Sua Palavra e do Espírito de Profecia. Quem sabe você possa ter esses momentos em meio a natureza. Melhor ainda, porque Ele se comunica conosco por meio dela. Experimente.
“Cristo feriu a batalha no terreno do apetite, e saiu vitorioso; e nós também podemos vencer, pelo poder dEle recebido. Quem entrará pelas portas na cidade? — Não os que declaram não poder romper com a força do apetite. Cristo resistiu ao poder daquele que nos queria prender em escravidão; conquanto enfraquecido por Seu longo jejum de quarenta dias, resistiu Ele à tentação, provando por esse ato que nossos casos não são sem esperança. Bem sei que não podemos alcançar sozinhos a vitória; e quão gratos devemos ser por termos um Salvador vivo, pronto e disposto para nos ajudar!” (1890) Christian Temperance and Bible Hygiene, p. 19. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 169.
“Mediante o devido exercício da vontade, uma completa mudança pode ser operada na vida. Entregando a vontade a Cristo, aliamo-nos com o divino poder. Recebemos força do alto para nos manter firmes. Uma vida nobre e pura, uma vida vitoriosa sobre o apetite e a concupiscência, é possível a todo aquele que quiser unir sua vontade humana, fraca e vacilante, à onipotente e inabalável vontade de Deus.” A Ciência do Bom Viver, p. 176.
O texto a seguir mostra o exemplo do Mestre Jesus. Vamos aprender com Ele, que tanto deseja restaurar-nos e dar-nos a vitória:
“Como nossos primeiros pais perderam o Éden por causa da condescendência com o apetite, nossa única esperança de recuperar o Éden está na firme negação do apetite e da paixão. A abstinência no regime, e o controle de todas as paixões, preservará o intelecto e dará vigor mental e moral, habilitando os homens a colocarem todas as suas propensões sob o controle das faculdades mais elevadas, e a discernir entre o direito e o errado, entre o sagrado e o comum. Todos os que têm uma verdadeira intuição do sacrifício feito por Cristo ao deixar Seu lar no Céu para vir a este mundo a fim de que pudesse por Sua própria vida mostrar ao homem como resistir à tentação, prazerosamente se negarão a si mesmos, escolhendo ser participantes de Cristo em Seus sofrimentos.
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Os que vencem, como Cristo venceu, precisarão guardar-se constantemente contra as tentações de Satanás. O apetite e as paixões devem ser refreados e postos sob o controle de uma consciência esclarecida, para que o intelecto possa ficar equilibrado, as faculdades perceptivas claras, de modo que as operações de Satanás e suas ciladas não sejam interpretadas como sendo a providência de Deus. Muitos desejam a recompensa final e a vitória que hão de ser dadas aos vencedores, mas não estão dispostos a suportar a labuta, privações e negação de si mesmos, como fez seu Redentor. É unicamente pela obediência e contínuo esforço que seremos vencedores, como Cristo venceu.
O dominador poder do apetite demonstrar-se-á a ruína de milhares, quando, se houvessem vencido neste ponto, teriam tido poder moral para alcançar a vitória sobre todas as outras tentações de Satanás. Mas os que são escravos do apetite falharão em aperfeiçoar um caráter cristão. A contínua transgressão do homem por seis mil anos, trouxe, como seus frutos, doença, dor e morte.
E ao nos aproximarmos do fim do tempo, as tentações de Satanás para condescendermos com o apetite serão mais poderosas e mais difíceis de ser vencidas. Testemonies, v. 3, p. 490-492. [...] Apresentem seu corpo ‘em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus’ Romanos 12:1. Esta é verdadeira santificação. Não é mera teoria, ou emoção, ou uma fórmula de palavras, mas um vivo e ativo princípio, que penetra na vida cotidiana. Requer que nossos hábitos de comer, beber e vestir sejam de modo que facultem a preservação da saúde física, mental e moral, a fim de que possamos apresentar ao Senhor nosso corpo – não como oferta corrompida por hábitos errados, mas – ‘sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.’ Romanos 12:1.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 163-164.
Você terminou a leitura e foi impressionado pelo Espírito Santo a fazer um compromisso com Deus e começar esta luta contra o apetite? Então, dobre seus joelhos e converse com Ele. Ore especificamente sobre esta questão. Diariamente apresente a Deus as suas dificuldades e vitórias. Tome a decisão e prossiga através da fé e da vontade de Deus.
“Negar o apetite requer decisão de caráter. Por falta dessa decisão, multidões se arruínam. Fracos, maleáveis, fáceis de ser guiados, muitos homens e mulheres fracassam completamente quanto a tornar-se aquilo que Deus deseja que sejam. Os que são destituídos de decisão de caráter não podem ter êxito na tarefa diária de vencer.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 165.
Se precisar do apoio de irmãos em Cristo também nos colocamos à disposição.
Parte 2 do artigo da Vanessa Rosa via Tudo Para Vegetarianos

segunda-feira, 21 de maio de 2012

É pecado comer mal?



“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês” Romanos 12:1 “Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo.” 1 Coríntios 6:19 e 20.
“Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; pois o santuário de Deus, que são vocês, é sagrado” 2 Coríntios 3:17.
Creio que a maioria de nós conhece esses textos bíblicos, mas talvez poucos já o relacionaram com aquilo que comem. Eu não estou certa do quanto os cristãos têm consciência da importância que tem o dominar o apetite, o renunciar o prazer da intemperança e da glutonaria.
Não, eu não me enganei. Eu disse prazer mesmo, porque se tem um pecado de que as pessoas realmente gostam e demoram a percebê-lo como pecado é a glutonaria e a intemperança, porque o comer em nossa cultura, que é um mix de diferentes culturas, é um fator social. E, se fossemos nos dedicar a estudar a antropologia da alimentação veríamos como a alimentação brasileira é voltada para o prazer de comer, sem considerar muito o valor nutritivo dos alimentos.
Entretanto, a Bíblia deixa bem claro esta relação quando Paulo afirma em Gálatas 5:21: “Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.”
O pecado do comer está ligado à idolatria. Se Deus te pede para deixar um hábito e você diz: “Posso deixar tudo, menos o leite”, por exemplo. Percebe que você está dizendo que por amor a Deus você deixa quase tudo, mas que há um outro deus em sua vida que você não pode renunciar, que há algo que você ama mais do que ama a Deus?
Abro um parênteses para falar sobre a alimentação das crianças.
Atualmente, resido no interior de São Paulo e aqui é muito claro como essa cultura do prazer no comer é forte, inclusive com as crianças. Uma pessoa, ao perceber que está comendo perto de uma criança, oferece a ela, pois acredita-se que não se deve deixá-la “passar vontade”. Alguns ainda acreditam ainda numa antiga crença popular, de que a criança que tem um desejo alimentar não satisfeito pode contrair (vermes) ou lombriga. Por conta disso, algumas pessoas ofereceram guloseimas duas vezes para os meus filhos no portão da minha casa enquanto eles brincavam no quintal.
Nessas ocasiões, aproveito para ensinar as crianças sobre o domínio próprio, a saúde, a importância de comer nos horários corretos. É uma forma de incluir a alimentação no processo educativo. Experimente fazer o mesmo. Diga não quando necessário. Prepare alimentos caseiros e nutritivos, que substituam as guloseimas, assim seus filhos terão prazer em comer o alimento saudável, com moderação. Não seja condescendente com a formação de péssimos hábitos alimentares na vida de seus filhos, afinal, eles levarão tais hábitos para a fase adulta.
Você que é avô, avó, tio, tia, e que costuma levar guloseimas para as crianças, muitas vezes contrariando a educação que os pais lhes dão, reflitam um pouco. As boas lembranças da infância não podem ser associadas somente a péssimos hábitos alimentares. Que consequências isso trará? Que preço cobrará? Que tal, ao invés de presenteá-los com um docinho, dedicar mais tempo com as crianças da família? Sente, deite e role se divertindo com eles, com recreações saudáveis. Tenho certeza de que eles jamais se esquecerão.
Essa história de que os avós foram feitos para estragar os netos não está de acordo a vontade de Deus. Mãe, assuma a maternidade, não a terceirize. A alimentação dos pequenos geralmente está sob a nossa responsabilidade. Então, estude a respeito, dedique-se a oferecer o melhor alimento a seus filhos. A alimentação está ligada ao desempenho intelectual, à espiritualidade, ao comportamento, à saúde física, emocional, moral e espiritual. Queremos que nossos filhos sejam bem-educados, inteligentes, cristãos e felizes. Mas, o que estamos fazendo para que isso aconteça? Pense nisso com carinho.
Pai, seja coerente, apoie sua esposa, veja oportunidades de educar ao invés de ficar com pena dos filhos por não comerem determinados alimentos. Não é fácil ser contra o que todos pensam, mas os filhos são de vocês. Peçam a Deus sabedoria para lidar com as diversas situações, as pressões e os palpites não solicitados.
Alguns textos de Ellen White para ajudar na compreensão deste assunto:
“Os homens e as mulheres não podem violar as leis naturais ao serem indulgentes para com o apetite depravado e paixões licenciosas, sem violarem a lei de Deus” Conselhos Sobre Saúde, p. 21.
“É pecado ser doente, pois toda a doença é resultado de transgressão. Muitos sofrem em consequência da transgressão de seus pais. Estes não podem ser censurados pelo pecado de seus pais; não obstante, é seu dever, indagar em que seus pais violaram as leis do seu ser, que trouxeram sobre seus descendentes tão infeliz herança; e naquilo em que os hábitos de seus pais foram errados, devem eles mudar de procedimento, e guiar-se por hábitos corretos, em melhor relação para com a saúde” Conselhos Sobre Saúde, p. 37.
“Toda violação de princípio no comer e beber perde as faculdades de percepção, tornando-lhes impossível apreciarem ou darem o justo valor às coisas eternas. [...] Temperança em todas as coisas é indispensável à saúde e ao desenvolvimento e crescimento de um bom caráter cristão” Conselhos Sobre Saúde, p. 38.
“Os que transgridem as leis de Deus, existentes em seu próprio organismo, não serão menos vagarosos em violar a lei proclamada no Sinai. Aqueles que, após haverem recebido a luz, se recusam a comer e beber guiados pelo princípio em lugar de serem controlados pelo apetite, não serão perseverantes com relação a serem governados por princípio em outras coisas.” A ventilação do assunto da reforma no comer e beber desenvolverá o caráter e conduzirá infalivelmente à luz aqueles que ‘fazem de seu ventre um deus’” Filipenses 3:19. Conselhos Sobre Saúde, p. 39.
“Muitos parecem pensar que têm o direito de tratar o seu próprio corpo como lhes apraz, mas se esquecem de que seu corpo não é sua propriedade. Seu Criador, que os formou, tem sobre eles reivindicações das quais não podem livrar-se justamente. Toda transgressão desnecessária das leis que Deus estabeleceu em nosso ser é virtualmente uma violação da lei de Deus, e é um pecado tão grande à vista dos Céus como quebrantar um dos Dez Mandamentos. A ignorância quanto a esse importante assunto é pecado; a luz está agora a brilhar sobre nós, e estamos sem escusas, caso lhe não demos acolhida e nos tornemos sábios com relação a estas coisas, as quais deve ser do nosso mais elevado interesse terreno entender” Health Reformer, agosto de 1866. Conselhos Sobre Saúde, p.40.
“Entre os que estão aguardando a vinda do Senhor, o comer carne será afinal abandonado; a carne deixará de fazer parte de sua alimentação. Devemos ter sempre isto em vista, e esforçar-nos por trabalhar firmemente nessa direção. Não posso pensar que estejamos em harmonia com a luz que Deus tem sido servido de nos dar, nessa prática de comer carne. Todos quantos se acham ligados à nossas instituições médicas, em especial, devem estar-se educando para viver de frutas, cereais e verduras. Se, nessas coisas, procedermos movidos por princípios, se como reformadores cristãos educamos nosso próprio gosto, e pomos nosso regime em harmonia com o plano de Deus, então podemos exercer influência sobre outros nessa questão, o que será agradável a Deus” Christian Temperance and Bible Hygiene, p. 119.
“A principal finalidade do homem não é satisfazer o apetite. Há necessidades físicas a serem supridas; mas por isso é preciso que o homem seja dominado pelo apetite? Há de o povo que está buscando tornar-se santo, puro, refinado para que possa ser introduzido na sociedade dos anjos celestes, continuar a tirar a vida das criaturas de Deus, e fruir sua carne como uma iguaria? Segundo o Senhor me mostrou, esta ordem de coisas há de mudar-se, e o povo de Deus exercerá temperança em tudo” Christian Temperance and Bible Hygiene, p. 48.
“Os que têm sido instruídos com relação aos efeitos prejudiciais do uso da alimentação cárnea, do chá e do café, bem como de comidas muito condimentadas, e que estão resolvidos a fazer com Deus um concerto com sacrifício, não hão de continuar a satisfazer o seu apetite com alimentos que sabem ser prejudiciais à saúde. Deus requer que o apetite seja dominado, e se pratique a renúncia no tocante às coisas que fazem mal. É esta uma obra que tem de ser feita antes que o povo de Deus possa ser apresentado diante dEle perfeito” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 380-381.
Você pode estar pensando: “Como devemos escolher o que comer?”. “Os que entendem as leis da saúde e são governados por princípios, fugirão dos extremos, tanto da condescendência como da restrição. Sua alimentação é escolhida, não meramente para agradar ao apetite, mas para fortalecimento do organismo. Procuram conservar todas as faculdades nas melhores condições para o mais elevado serviço a Deus e aos homens. O apetite acha-se sob o controle da razão e da consciência, e são recompensados com a saúde física e mental. Conquanto não imponhamos ofensivamente seus pontos de vista sobre os outros, seu exemplo é um testemunho em favor dos corretos princípios. Essas pessoas exercem vasta influência para o bem” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 198.
“Existe uma classe numerosa que rejeitará qualquer movimento de reforma, por muito razoável que seja, se porventura impõe restrições ao apetite. Eles consultam o paladar, em vez da razão e das leis da saúde. Desta classe, todos os que deixam o trilho batido do costume e defendem uma reforma sofrerão oposição, e serão considerados radicais, por mais coerente que seja o seu modo de proceder. Ninguém deve, porém, permitir que a oposição ou o ridículo o afastem da obra da reforma, ou o levem a considerá-la levianamente. Quem estiver possuído do espírito que atuava em Daniel, não será estreito nem presumido, mas será firme e decidido em defender o direito. Em todas as suas associações, quer com seus irmãos quer com outros, não se desviará do princípio, enquanto ao mesmo tempo não deixará de manifestar uma paciência nobre e cristã. ” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 195.
Para concluir, uma linda promessa para cada um de nós: “Se vocês obedecerem a essas ordenanças, as guardarem e as cumprirem, então o SENHOR, o seu Deus, manterá com vocês a aliança e a bondade que prometeu sob juramento aos seus antepassados. Ele os amará, os abençoará e fará com que vocês se multipliquem. Ele abençoará os seus filhos e os frutos da sua terra: o cereal, o vinho novo e o azeite, as crias das vacas e das ovelhas, na terra que aos seus antepassados jurou dar a vocês. Vocês serão mais abençoados do que qualquer outro povo! Nenhum dos seus homens ou mulheres será estéril, nem mesmo os animais do seu rebanho. O SENHOR os guardará de todas as doenças. Não infligirá a vocês as doenças terríveis que, como sabem, atingiram o Egito, mas as infligirá a todos os seus inimigos” Deuteronômio 7:12-15.
Parte 1 do artigo da Vanessa Rosa via Tudo para Vegetarianos

sábado, 21 de janeiro de 2012

Se “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23), por que Adão e Eva morreram e Satanás e os anjos maus não?


A Bíblia não declara explicitamente por que Adão e Eva acabaram morrendo depois de certos anos de vida, enquanto Satanás e os demais anjos maus continuam vivos até hoje. Existem, porém, alguns conceitos bíblicos que nos ajudam a entender essa questão. Devemos reconhecer, inicialmente, que Deus é “o único que possui imortalidade” inerente em Si mesmo (I Tm 6:16), e que Ele concedeu imortalidade condicional aos seres criados. Isso significa que os anjos, bons ou maus, não são imortais por si mesmos.


A existência pecaminosa de Satanás e os anjos maus, bem mais longa do que a de Adão e Eva, deve-se basicamente ao fato de os seres angelicais terem sido criados com atributos e habilidades superiores aos dos seres humanos (ver Hb 2:7). Os anjos são seres espirituais (Hb 1:14) com grande poder (Sl 103:20) e que se locomovem em alta velocidade (Ez 1:14; 10:20; Dn 9:21-23), sem serem detidos por barreiras físicas (At 12:1-11). Embora Satanás e seus anjos sejam seres pecaminosos (Ap 12:7-10; I Jo 3:8), eles ainda retêm grande parte do seu poder (Ef 6:12; I Pe 5:8). Satanás pode se transformar até mesmo “em anjo de luz” (II Co 11:14). Mas os seres humanos não foram criados com essas características.


Além disso, Lúcifer (o nome de Satanás antes de se rebelar contra Deus) tornou-se o autor do pecado (Is 14:12-15; Ez 28:12-19), passando a acusar o próprio Deus de ser injusto em Seu trato com as criaturas (ver Gn 3:1-5). A crise entre Deus e Lúcifer intensificou-se a ponto de haver “peleja no Céu” entre Cristo e os seus anjos, de um lado, e Lúcifer e os seus anjos, do outro (Ap 12:7-9). Deus poderia ter destruído imediatamente os anjos rebeldes, mas, se o fizesse, as demais criaturas do Universo passariam a servi-Lo por temor, sem compreenderem a verdadeira natureza do pecado que ainda estava em sua fase embrionária. Deus preservou a existência de Satanás a fim de tornar evidente, ao longo da história humana, a falsidade de suas acusações (ver Ap 12).


No Jardim do Éden, Satanás, na forma de uma serpente, disse a Eva que ela e Adão não morreriam (Gn 3:4; Ap 12:9). É evidente que essa declaração não passava de uma mentira e de uma contradição direta da advertência divina contida nas palavras “certamente morrerás” (Gn 2:17). Como Satanás e seus anjos haviam pecado e continuavam vivos, ele pode ter imaginado que o mesmo ocorreria com Adão e Eva. Afinal de contas, até então não se havia concretizado plenamente o princípio de que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23), pois a morte ainda não era conhecida. Ela se tornaria conhecida com a morte do primeiro animal sacrificado (Gn 3:21) e do homicídio de Abel (Gn 4:8).


O relato bíblico diz que Adão, apesar do seu pecado, viveu 930 anos (Gn 5:5). Lúcifer, que também pecou, continua existindo, mas seu fim já está predeterminado. Ele e seus anjos serão lançados no “lago de fogo e enxofre” (Ap 20:10; ver Mt 25:41; Jd 6), que os consumirá completamente, não deixando deles “nem raiz nem ramo” (Ml 4:1; Ap 20:9).


O período de existência dos seres humanos pode variar significativamente, como mostram as genealogias bíblicas (Gn 5:1-32; 11:10-32) e a experiência prática da vida. O fato de Deus ter concedido uma existência bem mais longa a Satanás e seus anjos não significa que eles sejam imortais em si mesmos e que nunca deixarão de existir. Satanás, seus anjos e todos os ímpios serão completamente destruídos quando o mundo voltar finalmente à sua perfeição original (ver Ap 21:1-5).


Texto de autoria do Dr. Alberto Timm, publicado na revista Sinais dos Tempos, julho/agosto de 2003, p. 30. Via Sétimo Dia

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Qual foi o pecado de Eva?


Vamos começar lendo Gênesis 3:6:  “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. Gênesis 3:6. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu”.
Quando foi que Eva pecou? Quando tomou o fruto, ou antes de tomá-lo?
Pense a respeito da seqüência dos fatos em Gênesis 2 e 3. Deus disse a Adão e Eva que evitassem a árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2:17), mas o maligno sugeriu a Eva que não se podia confiar em Deus (Gênesis 3:1-5). Em resultado, Gênesis 3:6 relata que Eva tomou o fruto e comeu.
Ela tomou. Mas observe que algo aconteceu na mente e no coração de Eva antes dela tomar o fruto. Quando tomou o fruto, já havia pecado. Em outras palavras, ela dissera a Deus que Se afastasse, que ela sabia melhor do que Ele o que era bom para si mesma. Eva rejeitou a palavra e a vontade do Senhor Deus, substituindo-as pela própria sabedoria e vontade. Antes de alcançar o fruto, ela já colocara a sua vontade acima da vontade de Deus. Colocara o eu no trono da sua vida, no centro do seu universo, destronando desse modo o próprio Deus. Na realidade, concentrara seu amor em si mesma, em vez de concentrá-lo em Deus. Essa é a essência do pecado.
Eva cometeu pecado no momento em que amou a si mesma e ao desejo próprio mais do que a Deus e a Sua vontade. Ela cometeu pecado em seu coração. E o pecado do coração a levou a tomar o fruto e comer. Pecados íntimos do coração conduzem a pecados por meio de atos.
Essa é a perspectiva que Jesus desenvolve no Sermão do Monte. Pecado é muito mais do que os olhos podem ver. Pecado envolve muito mais do que atos. Só porque evito cometer o ato, não quer dizer que sou reto diante de Deus.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O Pecado que não Pode ser Perdoado

 
De Jesus temos a confortante e animadora promessa: “Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens”. No finalzinho desse mesmo verso, temos, porém, uma advertência: “…mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada.” (Mateus 12:31 e Marcos 3:28 e 29). O pecado contra o Espírito Santo. O pecado imperdoável, que não tem perdão.
Vamos falar um pouquinho sobre o Espírito Santo. Quem é e qual é Sua obra? O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Trindade (Mateus 28:19). Ele é o único agente que leva a pessoa a reconhecer o pecado: “Convencerá o mundo do pecado” (João 16:8); Ele derrama o amor de Deus em nossos corações (Romanos 5:5). Ele produz o novo nascimento (João 3:1 a 8). Ele guia em toda a verdade (João 16:13). O Espírito Santo fortalece para obediência (Efésios 3:16). Ele age no homem (Gênesis 6:3); Ele intercede por nós (Romanos 8:26).
Todo pessoal, íntimo trabalho de Deus sobre o ser humano é realizado pelo Espírito Santo. Cada impulso para o bem e para a verdade é implantado por Ele. Cada desejo de santidade é nutrido por Ele. Seu trabalho é tão indispensável à convicção, conversão, arrependimento, segurança, enfim, a cada operação da divina graça, que nenhum desses incidentes poderiam ocorrer sem Ele.
O pecado contra o Espírito Santo – Esse pecado não é feito por um único ato, num instante, mas sim, por etapas. Vejamos como pode acontecer:
Primeiro, vez por vez Jesus, mediante o Espírito Santo, bate à porta do coração e pede entrada (Apocalipse 3:20). “Alguém” não abre a porta, deixa-O esperando do lado de fora – com isto está dando o primeiro passo: entristece o Espírito Santo (Efésios 4:30).
Segundo, talvez com medo de que Jesus force a entrada, essa pessoa resiste, usa toda a força para Ele não entrar, pois não deseja a companhia de Jesus. Resistir, portanto, é o segundo passo (Atos 7:51).
Terceiro, para ter certeza de que o Espírito Santo não incomodará mais, procura abafá-lo, apagá-lo (Primeira carta aos Tessalonicenses 5:19).
Quarto, então, depois de tanto resistir, a consciência e o coração se tornam endurecidos (Hebreus 3:13).
E, em quinto lugar, finalmente o Espírito Santo abandona essa pessoa. Que triste fim! Na Bíblia temos muitos exemplos de tal experiência. Os antediluvianos (Gênesis 6); Faraó (Êxodo 8:15); Judas (Lucas 22:3); os fariseus (Mateus 12:24).
O pecado contra o Espírito Santo é a persistente, contínua rejeição aos apelos desse Espírito.
Como pode alguém, cometer tal pecado?
Primeiro, quando deixa de fazer o que Deus lhe pede (Tiago 4:17). Tem você escutado a suave voz da consciência, movida pelo Espírito Santo, pedindo-lhe que faça o que é direito e o alertando a não desobedecer a Deus? Tem Satanás lhe tentado a olhar para possíveis razões para não obedecer aos mandamentos de Deus? Produz ele ansiedade em você de perder o emprego se você obedecer a Deus? O diabo tem sugerido que seus amigos o abandonarão se você fizer o que Deus requer?
Talvez você tenha pensado: “Meu Pai e meu avô foram homens bons, homens piedosos. O que foi bom para eles, é suficientemente bom para mim.” Mas, escute: o apóstolo Paulo também pensou assim até que Deus teve de derrubá-lo por terra com uma luz celeste para mostrar que Paulo estava errado.
Alguém comete o pecado contra o Espírito Santo quando peca voluntariamente, por rebelião ou presunção (Salmo 19:13). Pecado de presunção é o pecado que cometemos, presumindo (confiando) na misericórdia de Deus; pecado que cometemos conscientemente, sabendo que está errado. O rei Saul, na Bíblia, é um exemplo disso.
Também cometemos o pecado contra o Espírito Santo quando O apagamos. Apagar o Espírito é como cobrir uma vela com pano molhado. O Espírito Santo quer nos guiar à justiça; nós, porém, O apagamos e dizemos: “Não agora, ainda não”. Cada vez que recusamos ouvir a voz de Deus falando através da consciência, vamos tornando essa voz mais difícil de ser ouvida na próxima vez. Ficamos insensíveis, anestesiados espiritualmente.
Por fim, ficamos duros como pedra – não respondemos mais aos apelos do Espírito Santo.
Como é possível saber que ainda não cometi o pecado imperdoável? Freqüentemente pessoas sinceras expressam o temor de haverem cometido o pecado imperdoável. Lembremos isto: enquanto alguém crê de todo coração que Jesus é o Filho do Deus vivo e o Salvador do mundo, enquanto anela salvação, pode estar certo de que não cometeu o pecado imperdoável. Satanás empenha-se em desanimar os homens, fazendo-os crer que cometeram o pecado imperdoável. Assim os leva a abandonar a esperança e perder-se. A pessoa que foi abandonada pelo Espírito Santo, nunca mais sente desejo de se arrepender, nem se importa com sua salvação. Se você deseja a salvação, é sinal de que o Espírito de Deus ainda não o abandonou e está agindo em você. Se está convicto de seus pecados, e tem um desejo ardente de servir a Deus e ser salvo, então há esperança para você. É sinal que o Espírito Santo ainda trabalha por você.
E para que não peque contra o Espírito Santo, conserve o coração sensível aos menores apelos do Espírito, respondendo como Samuel: “Fala, porque o teu servo ouve” (I Samuel 3:10). Tenha cuidado para não resistir voluntariamente à conhecida vontade de Deus (Isaías 50:5). Cultive o hábito de pronta obediência quando Deus assim exigir (Salmo 18:44 e 119:60).
Querido amigo, o pecado imperdoável é o pecado que não reconhecemos, que não aborrecemos, de que não nos arrependemos e que não abandonamos. É o pecado que desce conosco à sepultura, que vai conosco para a perdição. É o pecado ao qual nos apegamos e que não nos dispomos a abandonar. Ele pode ser uma coisa numa pessoa, e outra coisa noutra pessoa. Mas no fundo ele é o pecado do orgulho, do egoísmo. É a recusa da entrega completa, da submissão do coração a Deus. Por isso, Ele diz: “Dá-me, filho Meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos Meus caminhos” (Provérbios 23:26).
Por que não vir a Deus agora e dizer: “Eis, Senhor, o meu coração. Toma-o tal qual está.” Este é o maior presente que podemos dar a Deus.
“Hoje, se ouvirem a Sua voz, não endureçais os vossos corações.” Hebreus 3:7 e 8.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O Problema do Pecado e a Solução antes da Cruz

A maioria dos cristãos concorda com uma verdade fundamental: a salvação sempre foi realizada de uma só maneira – através da morte substitutiva de Jesus Cristo.


Todos os salvos que chegarem ao Céu, só chegarão lá por intermédio de Jesus, mesmo que não O conheçam por nome. Alguns saberão muito sobre o plano da salvação, outros, pouco; alguns terão vivido aqui debaixo de muita luz, outros, na escuridão.


Assim é que muito antes da plena revelação concedida no Calvário, Deus já estava ensinando ao Seu povo o que iria fazer para salvar o mundo do pecado.


O Problema do Pecado


Na Bíblia, o pecado é visto como uma inclinação (Rom.8:7). Nas próprias palavras de Cristo, o pecado é uma forma de escravidão (João 8:34). A grande ironia não é descobrir que os maus sejam maus, mas que os “bons,” podem ser muito maus. Para o apóstolo Paulo, “todos estão debaixo do pecado” (Rom.3:9); “Não há justo, nem um sequer” (Rom 3:10). A queda de Adão envolveu toda a raça humana. Os efeitos dessa catástrofe histórica levaram este planeta a ser habitado por uma raça de pecadores, cuja mente carnal está em inimizade contra Deus (Rom. 8:7,8). A doença chamada “pecado” é incurável pelos métodos convencionais. Ela não traz apenas escravidão, infelicidade e morte, mas a condenação divina. O homem não está apenas doente: ele está perdido.


De Adão, o pai da raça, não herdamos a culpa do seu ato, mas uma compulsão, uma tendência, uma inclinação para escolher o mal, uma natureza em rebelião. Quer gostemos disto ou não, creiamos ou não, admitamos ou não, cada pessoa que nasce neste pequeno planeta, a despeito dos resíduos da imagem de Deus nele, nasce com uma orientação para o mal que precisa ser radicalmente corrigida. O pecado, portanto, é universal, espontâneo, e impossível de ser erradicado por recursos humanos.


Misturado com o orgulho, o pecado induz a crer que nossas opiniões e limitados poderes de raciocínio, e a “sabedoria” coletiva da humanidade, são superiores à revelação de Deus. O pecado é extremamente perigoso e fatal para se entrar em negociação com ele. Não podemos, com segurança, fazer acordo com ele, nem por um momento.


1. As várias definições de pecado


Muitos entendem o pecado apenas em termos de uma única definição: pecado é a “transgressão da lei” (I João 3:4). Assim, o pecado passa a ser entendido apenas em termos de atos específicos do comportamento. Embora tal definição seja bíblica e correta, ela não é a única. Veja por exemplo Tiago 4:17: “Aquele, pois que sabe o bem que deve fazer e não o faz, comete pecado.” Aqui, pecado é mais do que aquilo que praticamos contrário à lei. A omissão, isto é, aquilo que não fazemos, quando sabemos o que deve ser feito, constitui pecado! Colocada nestes termos, a questão do pecado se torna muito mais séria. Em Romanos 14:23, aprendemos ainda que “…tudo o que não provém da fé é pecado.” Pecado aqui é colocado na esfera do relacionamento de fé e confiança. Pense nas implicações desta outra definição. Neste caso, mesmo ações corretas em si mesmas, se não motivadas pela fé, constituem-se pecado. Em outras palavras, uma boa ação pode ser envenenada pela intenção que a motiva.


O Antigo Testamento registra vários termos diferentes para definir pecado. Por exemplo, pecado é rebelião (Isa.1:2), envolvendo a idéia de revolta contra Deus. Pecado é deixar de cumprir o dever, errar o alvo. Pecado é desobediência (Rom.5:19). A diversidade das facetas do pecado indica a complexidade desta doença crônica que afeta a todos.


2. Pecado e Pecados


Outro aspecto sobre o pecado que deve ser compreendido é que as Escrituras fazem uma distinção entre pecado e pecados. Os “pecados” (no plural) são os atos, a conseqüência, o sintoma da doença. O “pecado” (no singular) é a condição, o estado, a doença em si. Não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores. Ironicamente, a maioria dos cristãos está mais preocupada com os “pecados” (os atos) do que com o “pecado” (a condição que produz os atos). Os pecados são os sintomas do pecado, que é, como vimos, um estado básico de rebelião contra Deus. Pecado não é primariamente a quebra da lei, mas o rompimento da relação com Deus. Neste sentido, antes de ser a transgressão da lei, o pecado é o resultado da separação de Deus (Isa.59:2).


3. O pecado nos impede de perceber as verdades espirituais – II Cor.4:3-4; Rom.1:21 e 22


Sendo seres mergulhados no pecado, como podemos entender completamente a magnitude do pecado? Realmente não podemos. É como tentar olhar para um quadro-negro em um quarto escuro. E embora não possamos entender completamente o pecado, ainda podemos compreender o suficiente para saber sua natureza maligna. O pecado, para ser entendido como pecado, deve ser considerado no contexto de quem somos em relação a Deus. Deve ser visto como um estado da existência tanto como os atos e as ações. Realmente, os próprios atos são resultantes do estado de pecado em que existimos. Então, o pecado é tanto quem somos como o que fazemos, porque, no fim, fazemos o que fazemos porque somos o que somos.


4. O pecado leva inevitavelmente à morte – Rom.6:23; I João 5:19


O pecado em todas as suas variedades e graduações paga sempre o mesmo salário: a morte. Embora prometa muito e frequentemente seja até agradável (Heb.11:25), o pecado é enganoso (Heb.3:13) e degradante, sem nenhum resultado verdadeiramente benéfico.


A destruição física exterior causada pelo pecado é só uma parte do problema. O pecado vai muito mais fundo do que os resultados físicos. Em última instância, é rebelião contra a soberania de Deus. É a recusa de aceitar Sua autoridade na vida, na conduta e no destino final, e se manifesta em diferentes comportamentos morais, espirituais e éticos que inevitavelmente levam ao sofrimento e à morte.


A Medida Extrema Necessária para nos Livrar da Condenação do Pecado


“É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores e seja crucificado, e ao terceiro dia ressurja.” Luc. 24:7


“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” II Cor. 5:21


“Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; pelas suas feridas fostes sarados.” I Ped. 2:24


Caim e Abel e o Evangelho antes da Cruz


Vale a pena relembrar os comentários de Ellen White no livro Patriarcas e Profetas:


“Caim e Abel, filhos de Adão, diferiam grandemente em caráter. Abel tinha um espírito de fidelidade para com Deus; Caim, porém, acariciava sentimentos de rebeldia, e murmurava contra Deus por causa da maldição pronunciada sobre a Terra e sobre o gênero humano, em virtude do pecado de Adão. Caim permitiu que sua mente se deixasse levar pelo mesmo conduto que determinara a queda de Satanás, condescendendo com o desejo de exaltação própria e pondo em dúvida a justiça divina.


Esses irmãos foram provados, assim como o fora Adão antes deles, para mostrar se creriam na Palavra de Deus e obedeceriam à mesma. Estavam cientes da providência tomada para a salvação do homem, e compreendiam o sistema de ofertas que Deus ordenara.


Abel apreendeu os grandes princípios da redenção. Viu-se como um pecador e trazia morta a vítima, aquela vida sacrificada, reconhecendo assim as reivindicações da lei, que fora transgredida. Por meio do sangue derramado olhava para o futuro sacrifício, Cristo a morrer na cruz do Calvário; e, confiando na expiação que ali seria feita, tinha a confiança de que sua oferta era aceita.


Caim tivera, como Abel, a oportunidade de saber e aceitar estas verdades. Não foi vítima de um intuito arbitrário. Um irmão não fora eleito para ser aceito por Deus, e o outro para ser rejeitado. Abel escolheu a fé e a obediência; Caim, a incredulidade e a rebeldia. Nisto consistia toda a questão.


Caim e Abel representam duas classes que existirão no mundo até o final do tempo. Uma dessas classes se prevalece do sacrifício indicado para o pecado; a outra, arrisca-se a confiar em seus próprios méritos; o sacrifício desta é destituído da virtude da mediação divina, e assim não é apto para levar o homem ao favor de Deus. É unicamente pelos méritos de Jesus que nossas transgressões podem ser perdoadas. Aqueles que não sentem necessidade do sangue de Cristo, que acham que sem a graça divina podem pelas suas próprias obras conseguir a aprovação de Deus, estão cometendo o mesmo erro de Caim. Se não aceitam o sangue purificador, acham-se sob condenação. Não há outra providência tomada pela qual eles possam se libertar da escravidão do pecado.


A classe de adoradores que segue o exemplo de Caim inclui a grande maioria do mundo; pois quase toda a religião falsa tem-se baseado no mesmo princípio – de que o homem pode confiar em seus próprios esforços para a salvação. Alguns defendem que a espécie humana necessita não de redenção, mas de desenvolvimento – que ela pode aperfeiçoar-se, elevar-se e regenerar-se. Assim como Caim julgava conseguir o favor divino com uma oferta, a que faltava o sangue de um sacrifício, assim esperam estes exaltar a humanidade acima da norma divina. A história de Caim mostra qual deverá ser o resultado. Mostra o que o homem se tornará separado de Cristo. A humanidade não tem poder para regenerar-se. Ela não tende a ir para cima, para o que é divino, mas para baixo, para o que é satânico. Cristo é a nossa única esperança. “Nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” “Em nenhum outro há salvação.” (Atos 4:12).


A verdadeira fé, que confia inteiramente em Cristo, manifestar-se-á pela obediência a todos os mandamentos de Deus. Desde o tempo de Adão até o presente, o grande conflito tem se dado com referência à obediência à lei de Deus. Em todos os séculos houve os que pretendiam ter direito ao favor de Deus, mesmo enquanto estavam a desatender algumas de Suas ordens. Mas as Escrituras declaram que pelas obras a “fé foi aperfeiçoada”, e que, sem as obras da obediência, a fé “é morta”. (Tia. 2:22 e 17). Aquele que faz profissão de conhecer a Deus, “e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade”. (I João 2:4).


A escolha dependia de Caim mesmo. Se ele confiasse nos méritos do Salvador prometido, e obedecesse às ordens de Deus, desfrutaria de Seu favor. Mas, se persistisse na incredulidade e na transgressão, não teria motivos de queixa por ser rejeitado pelo Senhor.


Mas Caim viveu apenas para endurecer o coração, para fomentar a rebelião contra a autoridade divina, e tornar-se o chefe de uma linhagem de pecadores ousados e perdidos.


A tenebrosa história de Caim e seus descendentes foi uma ilustração do que teria sido o resultado de permitir ao pecador viver para sempre, para prosseguir com sua rebelião contra Deus. A paciência de Deus apenas tornou o ímpio mais ousado e desafiador em sua iniqüidade.


A sentença divina, abreviando uma carreira de desenfreada iniqüidade, e livrando o mundo da influência dos que se tornaram endurecidos na rebeldia, era uma bênção e não maldição.


Satanás está constantemente em atividade, com intensa energia e sob mil disfarces para representar falsamente o caráter e governo de Deus. Com planos extensos e bem organizados, e com poder maravilhoso está ele a agir para conservar sob seus enganos os habitantes do mundo. Deus, o Ser infinito e todo sabedoria, vê o fim desde o princípio, e, ao tratar com o mal, Seus planos foram de grande alcance e compreensivos. Foi o Seu intuito não somente abater a rebelião, mas demonstrar a todo o Universo a natureza da mesma. O plano de Deus estava a desdobrar-se, mostrando tanto Sua justiça como Sua misericórdia, e amplamente reivindicando Sua sabedoria e justiça em Seu trato com o mal.”


1. O sacrifício substitutivo do cordeiro – Gên.3:21 – Gên.4:1-5


O fato de que Abel trouxe uma “oferta do primogênito de suas ovelhas” (Gên. 4:4) sugere que ele tivesse aprendido isto de seus pais, o que certamente seria algo também conhecido por Caim. Além disto, Moisés, ao escrever esta narrativa, o faz com base em toda a informação subseqüente, que lhe havia sido comunicada sobre o serviço do santuário. Isto, de certa forma, justifica as omissões de todos os detalhes da narrativa.


A real diferença entre os dois irmãos está na atitude, de fé ou incredulidade, das quais as ofertas eram uma manifestação exterior.
As atitudes dos dois irmãos, à luz do que sabemos deles no Novo Testamento, são também símbolos daqueles que se aproximam de Deus em obediência e submissão ou seguem seus próprios métodos, em rebelião e arrogância. O fato de que o Senhor “não atentou para a oferta de Caim” (Gên. 4:5) confirma que aquilo “que não provém da fé é pecado” (Rom. 14:23).


2. O conceito divino de obras más e obras justas – I João 3:11-12


A história de Caim e Abel costuma ser considerada o primeiro exemplo do contraste entre os que aceitam a justiça de Cristo pela fé e os que buscam obter a salvação por suas “boas obras”. As obras de Caim foram consideradas más porque foram praticadas na tentativa de obter a salvação, enquanto as obras de Abel, partindo de um coração que entendia a necessidade de um sacrifício pelo pecado, foram consideradas justas. Em outras palavras, só os que entendem sua total dependência de Deus para a salvação, sua total dependência de um Substituto, podem produzir o que seria considerado “boas obras”. O valor das obras deve ser visto, talvez, nos motivos que lhes dão origem: as obras feitas por um coração que busca obter a salvação são consideradas más, enquanto as obras praticadas por alguém que expressa gratidão pela salvação já efetuada são consideradas justas.


3. A “Síndrome de Caim”


Alguns cristãos sofrem o que poderia ser chamado de Síndrome de Caim. Ele achava que a oferta de trabalho das suas mãos seria suficiente para Deus. Você já se surpreendeu pensando assim, especialmente levando em conta as boas coisas que fez a fim de estar bem com Deus?


A oferta de Caim não exprimia arrependimento do pecado. Achava, como muitos agora, que seria um reconhecimento de fraqueza seguir exatamente o plano indicado por Deus, confiando sua salvação inteiramente à expiação do Salvador prometido. Preferiu a conduta da dependência própria. Viria com seus próprios méritos. Não traria o cordeiro, nem misturaria seu sangue com a oferta, mas apresentaria seus frutos, produtos de seu trabalho. Apresentou sua oferta como um favor feito a Deus… Caim obedeceu ao construir um altar, obedeceu ao trazer um sacrifício; … porém … a parte essencial, o reconhecimento da necessidade de um Redentor, ficou excluída.” – Ellen White, Patriarcas e Profetas, pág.72.


Caim exemplificava o princípio universal da falsa religião – que ensina que os seres humanos podem depender dos seus próprios esforços para obter a salvação. Caim estava disposto a adorar a Deus, mas à sua própria maneira e por seus próprios méritos. Ele poderia agradecer a generosidade de Deus, mas não estava disposto a reconhecer sua culpa nem a necessidade de um novo coração, ou de um Cordeiro. Por trás dessa obstinada auto-suficiência estava o orgulho e a ira, que o levaram a matar seu irmão, cujos esforços para oferecer o cordeiro exigido por Deus eram uma afronta intolerável para a auto-estima de Caim.


Abraão e o Evangelho antes da Cruz


Os cristãos vêem nesta experiência – o cordeiro sacrificado em lugar do filho – um símbolo do plano de salvação, da morte de Jesus em nosso lugar. Em Abraão encontramos outro extraordinário modelo de fé e submissão.


1. Nem mesmo um ato de abnegação total era suficiente para expiar o pecado – Gên.22:1-19


Uma das coisas que Deus nos diz aqui pelo evangelho é que nem mesmo um ato voluntário de abnegação total – de Abraão sacrificar o próprio filho – era suficiente para expiar o pecado. O problema do pecado era muito profundo para que qualquer de nós, pecadores, tivéssemos como resolvê-lo. Nem mesmo um ato como o que Abraão estava disposto a fazer, por fé e submissão, era suficiente. Só o próprio Senhor podia cuidar do problema do pecado; só Ele podia prover o Cordeiro necessário.


2. Abraão compreendia o plano da salvação


Está claro que, por mais que Abraão entendesse o plano de salvação anteriormente, passou a entendê-lo melhor ainda. Sem dúvida, aquela foi uma lição dolorosa.


A declaração de Abraão: “Deus proverá para Si, meu filho, o cordeiro para o holocausto” (Gên.22:8) revela que ele compreendia a essência do evangelho.


A experiência vivida por Abraão nos mostra como Deus provê para nós o que necessitamos durante os tempos de prova.


3. Deus condena sacrifícios humanos – Lev.20:1-5


Deus não estava dando um precedente para os sacrifícios humanos. Ao contrário, estava dando um exemplo expressivo da suprema verdade do evangelho, de que na plenitude dos tempos Ele permitiria que Seu Filho unigênito morresse pelos pecados do mundo. Antes de Abraão poder consumar o sacrifício, Deus proveu um cordeiro em lugar de Isaque.


4. Uma conversa de pai para pai


Ninguém mais do que Abraão pode compreender o quão doloroso foi para Deus o plano da salvação; o ter de consentir na morte de Seu próprio Filho para resgatar a humanidade da prisão do pecado. Somente quem experimentou de perto tal experiência pode ter uma dimensão mais próxima da extrema gravidade do pecado e de suas terríveis consequências.


Abraão, na última hora, teve a vida de Seu filho poupada pela morte substitutiva do cordeiro. Mas com Deus, o Pai, não foi assim.


5. Isaque era um símbolo do Filho de Deus


Abraão confiou que Deus devia ter um plano mais amplo, muito embora não pudesse ver qual era esse plano.


“Deus designara que o oferecimento de Isaque prefigurasse o sacrifício de Seu Filho. Isaque era uma figura do Filho de Deus, que foi oferecido como sacrifício pelos pecados do mundo. Deus desejava impressionar Abraão com o evangelho da salvação aos homens; e a fim de tornar a verdade uma realidade, e de testar sua fé, Ele requereu que Abraão matasse seu querido Isaque. Toda a agonia que Abraão suportou durante essa prova negra e terrível tinha o propósito de impressioná-lo profundamente com a compreensão do plano da redenção para o homem caído.” – The SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.094. Deus estava não apenas testando a fé de Abraão, mas estava também oferecendo uma compreensão mais profunda de Seu incrível dom de salvação.


6. A construção do templo de Jerusalém


Quase um milênio mais tarde, o templo de Jerusalém foi construído no monte Moriá (II Crôn.3:1), estando o Calvário nas proximidades. Essa convergência de locais e eventos mostra a clareza e a continuidade do propósito de Deus.


7. A relação entre fé e obras


Paulo (Rom. 4) e Tiago (cap. 2), não estão em conflito. Eles são complementares. Paulo combate uma falsa noção de obras: obras como sendo meritórias para a salvação. Tiago combate um falso conceito de fé: fé como crença, como mera profissão, sem a correspondente expressão de obediência e submissão. Como no caso de Abraão, as obras não são a base da fé, mas a evidência dela. Fé verdadeira não nos isenta da obediência, mas dá-nos uma nova motivação para obedecer!


A Serpente no Deserto e o Calvário – Núm 21:4-9


Um aspecto interessante nesta história é o fato de que o povo devia olhar para a cópia de uma serpente a fim de viver. Por que, entre todas as criaturas, logo para uma serpente, que na Bíblia, como também na própria literatura antiga, era símbolo do mal? (Gên. 3:1; Apoc. 20:2)


Em João 3:14 e 15 está clara a idéia de que a serpente era um símbolo de Cristo. Mas, por que afinal um símbolo do mal seria usado para representar a Cristo? Alguns acham que a resposta é a natureza da morte de Cristo. Na cruz, Ele levou o nosso pecado, e não só o nosso, mas do mundo inteiro. Ele até Se tornou pecado por nós (II Cor. 5:21). E é exatamente através desta morte em nosso lugar que podemos buscar e encontrar salvação do mal que de outra forma nos destruiria. Este é um dos grandes paradoxos da fé cristã: Jesus Cristo Se tornou na cruz o enfoque de todo mal. Vem daí a serpente como símbolo de Cristo, Aquele que tomou todo o mal do mundo.


1. Exemplo de confiança em Deus


Ponha-se na posição de um israelita que acabava de ser picado por uma serpente mortal, que já havia matado outros ao seu redor. Alguém lhe diz que a única maneira de viver é olhar para uma cópia da serpente. Este é um bom exemplo do que significa viver pela fé, confiar naquilo que você não entende completamente e aceitar sua absoluta incapacidade para salvar a si mesmo.


“A mesma lição que Cristo ordenou a Moisés que desse aos filhos de Israel no deserto, destina-se a todas as pessoas que sofrem sob a mácula da praga do pecado. Da entumecida nuvem Cristo falou a Moisés e disse-lhe que fizesse uma serpente de metal e colocasse numa haste, e mandasse então a todos os que fossem mordidos pelas serpentes ardentes que olhassem e vivessem. Que seria se, em lugar de olhar como Cristo lhes ordenara, eles dissessem: ‘Não creio que me faça o mínimo beneficio o olhar. Sofro demasiado com a picada da venenosa serpente.’ Obediência, eis o objetivo a alcançar; obediência implícita e cega, sem deter-se para indagar a razão ou a ciência do assunto. A palavra de Cristo era: ‘Olha e vive’.” – Ellen White, Nossa Alta Vocação, pág. 20.


Qual a probabilidade de alguém ser curado de uma picada mortífera e sobreviver, simplesmente por olhar à imagem de uma serpente suspensa em um poste? Do ponto de vista humano, nenhuma, assim como banhar-se sete vezes nas águas do Jordão não poderia curar alguém de uma doença como a lepra (II Reis 5:10). A cura dos israelitas aflitos não dependia da eficácia da serpente de bronze mais do que a cura de Naamã dependia das águas de um rio insignificante, quase estagnado. A questão apresenta um paradoxo deliberado. A dramática provisão do Senhor exige uma resposta pessoal de fé em Sua graça, misericórdia e instrução. A serpente do deserto é um símbolo da oferta da cruz e toda a história que ela simboliza, a qual “é loucura para os que se perdem, mas o poder de Deus para os que se salvam” (I Cor. 1:18)


2. A frustrada expectativa de um futuro imediatamente glorioso


Os israelitas achavam que suas reclamações no deserto pareciam perfeitamente justificáveis. Eles esperavam um futuro glorioso logo imediatamente após serem salvos do Egito. Mas, ao contrário, estavam na pior das viagens enquanto vagavam pelo deserto. Deus nos acalma, dizendo que “em vos converterdes e em sossegardes está a vossa salvação, no sossego e na confiança está a vossa força” (Isa.30:15). Devemos aprender a confiar nas ordens simples e diretas de Deus mesmo quando estamos enfrentando os percalços da viagem no deserto desta vida.


Apelo: A Terapia da Libertação do Pecado


Jesus veio para aniquilar o pecado pelo sacrifício de Si mesmo (Heb.9:26). Os capítulos 6 a 8 de Romanos nos guiam não só à doutrina, mas também à terapia por meio de processos práticos pelos quais Cristo liberta da lei do pecado e da morte, e dá uma nova natureza que opera em harmonia com os justos requisitos da lei divina. Ele fez provisão para que o pecado não tenha mais domínio sobre nós, mas para que Sua graça reine suprema em nossa vida (Rom.6:14).


Texto de Autoria do Dr. Mauro Braga – IASD Brooklin

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