Usain Bolt, acompanhado da mãe, Jeniffer, e do pai,
Wellesley, que é batista. Créditos da imagem: Acervo pessoal/Facebook
O fênomeno Usain Bolt impressionou mais uma vez nas pistas
de atletismo ao conquistar no último domingo, 14 de agosto, o inédito
tricampeonato olímpico nos 100 metros rasos. Nascido em Trelawny, uma pequena
cidade da Jamaica, o “homem raio”, como é chamado, se tornou uma das figuras
mais conhecidas e admiradas do mundo esportivo. Mas o que pouca gente sabe é
que o maior velocista de todos os tempos é filho de adventista.
Em sua autobiografia intitulada Faster Than lightning, ele
relata que sua mãe, Jennifer Bolt, exerceu forte influência religiosa sobre sua
família. “Ela era uma adventista do sétimo dia e gostava de ir à igreja todos
os sábados porque acreditava que esse era o dia de guarda. Papai não estava tão
interessado. Ele a acompanhava somente duas vezes por ano: no Natal e na
véspera do ano-novo”, conta sobre sua infância.
No livro, Bolt menciona que foi incentivado pela mãe a
frequentar templos adventistas, mas que ela nunca o forçou a aceitar suas
crenças. Apesar de não assistir às reuniões religiosas com a mãe, o jamaicano
ressalta que a devoção dela a Deus o impactou. Segundo ele, todas as manhãs ela
dedicava cerca de vinte minutos para cantar e ler versos da Bíblia.
“Levei essa rotina comigo e, cada vez mais, me voltei para a
religião, principalmente por que percebi que tinha recebido um importante dom”,
declara o atleta católico que carrega símbolos religiosos ao pescoço e que, no
início das competições, costuma fazer o sinal da cruz.
A fé da mulher que gerou o campeão olímpico também já foi
mencionada em reportagens e entrevistas concedidas pelo atleta. Em 2010, ele
disse ao jornal britânico The Guardian que Jennifer, uma adventista do sétimo
dia, é uma mulher gentil e perdoadora. Em matéria publicada no Jamaica
Observer, Bolt também se referiu aos princípios adventistas de saúde cultivados
pela mãe. Conforme ele relatou, na infância costumava frequentar a casa de uma
tia para comer carne de porco, haja vista que esse tipo de alimento não fazia
parte do cardápio em sua casa. “Mamãe não cozinhava carne suína porque ela era
adventista”, lembra. Em entrevista ao Jamaica Gleaner, a própria mãe do atleta,
que o acompanha nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, se identificou como membro da
igreja.
O que muitos também desconhecem é que a Jamaica é um país
com forte influência do adventismo. Segundo dados divulgados pela sede mundial
da denominação em 2013, o país da América Central concentra mais de 270 mil
fiéis, o que corresponde a quase 10 por cento de seus 2,8 milhões de
habitantes. Alguns membros da igreja também ocupam cargos de influência na ilha
caribenha. É o caso de Floyd Morris, que fez história ao se tornar a primeira
pessoa com deficiência visual nomeada presidente do Senado Jamaicano (para
saber mais, clique aqui). Outra figura adventista importante é Patrick Linton
Allen, governador-geral da Jamaica. Ele foi o primeiro pastor adventista a
ocupar a Casa do Rei, nome dado à mansão em que vive o representante da rainha
(clique aqui para ler uma entrevista concedida por ele à revista Conexão 2.0).
[Márcio Tonetti, equipe RA]
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